Capitulo Cinco



CAPITULO CINCO - ATAQUE A SORVETERIA FORTESCUE

Ellen e Donald ainda estavam deitados sobre o jardim, por cima das begônias premiadas que a Sra. Strauss apreciava mais que a própria vida, mas para a sorte deles o assunto da casa dos Lockwell tinha tomado toda a rua de forma que ninguém mais prestava atenção a nada.

Ela apontou os fundos da casa da senhora Strauss e engatinhando, ela e Don se encaminharam para lá. Ellen esticou o corpo e o rapaz roliço arqueou-se com as mãos no joelho. O céu estava um manto negro, mas sem estrelas, a luz brilhava incessantemente, mas nada era mais brilhante do que a névoa verde em forma de caveira e cobra. O brilho vermelho do fogo havia cessado, talvez por já ter consumido a madeira podre da casa completamente.

- Então essa é a marca negra - disse ela pensativa. - Você disse que eles só a deixam depois...

- De torturar, capturar ou matar alguem - ele disse tentando respirar parecia que o cansaço de ter corrido tanto fazia efeito, do bolso direito dele estava saindo um pedaço de madeira, a varinha de Donald.

- Temos de ajudar o Tod.

- Tod deve estar morto agora, viu como ficou a casa. - Don estava visivelmente apavorado com tudo.

- Eu sei que ele não está, e só há uma maneira de resolvermos isso - o sorriso que se abriu no rosto dela fez Don se arrepiar de medo - vamos fazer uma visita ao museu.

- Não, por favor, não - choramingou - Além de você não se envolver nisso ainda vai me levar junto para roubar no meio da noite.

- Eu não vou roubar nada - o sorriso irônico apareceu - foi minha vó que doou para o museu, agora eu só vou pegar emprestado.

- Sabe quantas pessoas sabem como utilizar aquilo? - indagou Don sem conseguir esconder o medo.

- Claro que sei, só eu e você.

- Por isso mesmo, somos apenas dois jovens sem instrução para mexer com algo assim - Don se aproximou de Ellen e falou baixinho. - Nem mesmo Dumbledore deve saber como mexer com algo assim, e se por acaso alguém descobrir, algum partidário de Voce-Sabe-Quem nos pegar, seria o fim da segunda guerra, e não seriamos nos que ganharíamos.

- Você ouviu tudo o que saiu da sua boca - ela segurou o colarinho do garoto, ele suava de medo. - Droga Don, você é um aluno quase formado de Hogwarts, todo mundo daria um braço para estudar em Hogwarts, eu preferia largar a minha patética vida trouxa para estudar em Hogwarts. É do Tod que estamos falando Don, nosso amigo. Não um simples pedaço de carne, eu sei que ele tá vivo e vamos descobrir isso hoje.

- Tu...Tu...Tudo...Bem então, ele faria o mesmo por nós não é. E como vamos para Londres tão rápido. - ele gaguejou e se odiou por ter feito uma pergunta tão idiota.

- Vai arrumar as suas coisas e em dez minutos me encontra no começo da rua - o sorriso se alargou. - Traga a varinha, temos um ônibus para pegar.

Donald continuou a choramingar e nem percebeu o pequeno pedaço de carne vermelha perto do pé direito dele que lembrava uma orelha ligada a um fio cor de pele.

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Um sedan preto cruzou a rua Wilburth indo a direção a casa que pegava fogo, não fogo normal, mas um fogo brilhante.
Passou pro dois jovens antes de parar, metros antes da casa.

A porta se abriu e um rapaz jovem e bonito desceu, usava um terno preto caríssimo e um óculos escuros. Olhou ao redor e balançou a cabeça, que confusão, pensou. Foi seguido de um homem mais velho do que ele, na casa dos quarenta, mas que já vira tantas coisas que as rugas já apareciam implacáveis.

O mais peculiar era a sua roupa, um manto verde musgo que ia até os pés. Ele olhou para o bombeiro que veio até eles, com uma cara emburrada os mandando se afastar. Com um simples movimento da mão direita e o bombeiro parou de falar, o olhar ficou vago por um instante e em seguida se afastou, balançando a cabeça para desanuviar os pensamentos. Tinha os olhos bem afastados e o nariz adunco o fazia parecer um gavião a procura de sua caça. Ele virou o rosto em direção a um jardim próximo, pensou ter visto dois jovens ali, mas agora apenas via a cerca viva que escondia begônias magníficas.

- Anda cada vez melhor nisso Ghoeth - disse o homem de terno.

- Impressão sua Hammer - disse o homem modestamente.

- Eles já estão vindo não é? - perguntou Hammer e em seguida costurou. - por que isso vai causar um reboliço e tanto, nos dois mundos. Acho que vi um braço de um Yulu adulto queimando ali.

- E você acha que eu iria deixar de dar esse trabalho tanto para o Ministério como para o Ministro. E o seu como reagiu.

- Em saber que seu assessor majoritário era um bruxo? Vamos ver, pensou que eu estava tentando ganhar uma promoção ou um pedido de aposentadoria precoce por incapacidade mental - Ghoeth riu do colega. - Sério, quando viu um bruxo, digamos vestido a caráter ele quase caiu duro. Eu posso ser um bruxo, mas estilo eu tenho.

- Tanto que usa óculos de sol em plena noite - disse Ghoeth.

- Isso é para poucos, nunca viu uma entrega de prêmios a noite, todos aqueles holofotes chegam a nos cegar - explicou Hammer. - E então de quem era a casa.

- De Jhon Tumblius.

- O trouxa excêntrico? Pensei que ele morava em Sussex. - disse Hammer visivelmente confuso.

- Essa era a casa da filha dele, Susan - falou Ghoeth.

- Era uma garota linda - disse Hammer pensativo, Ghoeth imediatamente se virou para ele, ele consertou imediatamente. - Foi o que eu ouvi falar.

- Tudo bem - Ghoeth Foxbolth colocou a mão no bolso e tirou algo que aparentava ser um brinquedo, com uma longa e fina corda cor de pele e com duas coisas nas pontas. Olhando melhor, as duas orelhas na ponta tiravam aquela coisa da categoria brinquedo e a jogava nas aberrações. - Já viu um desses?

- Claro, é a mais nova sensação do Beco Diagonal, comprei uma caixa só para colocar na sala do Ministro - Hammer disse enquanto Ghoeth jogava uma ponta por sobre a cerca viva e colocava a outra no próprio ouvido.

O som dos carros que vieram fez Hammer se virar para ver, seu coração bateu mais aliviado, eram dois furgões roxo - berrante, um pouco maior do que o normal, eles se dirigiram direto até a casa, atraindo olhares curiosos enquanto passava.

Passaram-se poucos minutos até que a outra orelha se arrastou até os pés de Ghoeth. - Ouviu algo interessante.

- Hammer, você não sabe o quanto. - disse Ghoeth com um sorriso maligno no rosto, algo que não aflorou antes.

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O Beco Diagonal já estava quase todo escuro, as barracas que vendiam artefatos ainda estavam apertadas nas ruas, as lojas já haviam fechado e tudo estava o mais silencioso possível. Algumas barracas ainda estavam abertas onde um mago de papel olhava para os lados, dizendo de tempos em tempos "Não perca tempo, se proteja ou padeça". Era uma das novidades dos vendedores, lojas que ficavam abertas 24 horas e se aparecesse algum engraçadinho seria atingido por um feitiço contra roubo tão forte que iria atravessar o Beco Diagonal de quatro.

Apenas as luzes dos quartos traseiros do Caldeirão Furado estavam acesas, elas e uma outra, tão faca que nem se percebia com um olhar apressado. Vinha da sorveteria que ficava praticamente de frente para o corredor escuro.

A Travessa do Tranco abria sua bocarra ameaçadoramente, esperando que algum desavisado entrasse e virasse comida das trevas, alguma coisa se moveu vindo de lá.

Tod não agüentava mais ficar sentado ali, ouvindo coisas que não fazia a menor idéia como pronunciar. Eram coisas como Dementes ou volta da morte, ficava olhando para a maleta do avô, nem o sorvete que não derretia o agradava mais.

- Chega desse papo! - exclamou se levantando, os velhos o olharam com espanto, sairão do canto que estavam e se aproximaram de Tod. - Não agüento mais ficar ouvindo essas drogas, eu quero saber o que raios está havendo, por que estão tão alucinados e o por que eu desmaiei depois daquele brilho verde.

Os olhos de Olivaras se acenderam com a duvida. Chegou mais perto de Tod, que se sentou ao ver o brilho dos olhos do velho, um brilho incomum, quase sensorial.

- Então você foi mesmo atingido pelo Avada Kedrava - a voz do velho era firme e misteriosa, falava como se só ele estivesse ali.

- E o que isso tem de tão esquisito?

- Por que meu jovem era para você estar morto - as palavras de Florean atingiu Tod de uma maneira incompreensível. Ele lembrou do que sentiu enquanto estava deitado no porão da sua casa, era uma sensação de morte.

- Somente um outro garoto sobreviveu a esse feitiço que matou milhares de bruxos e trouxas - a voz de Olivaras se tornava misteriosa a cada letra. - Mas houve um preço a ser pago, ambos os pais morreram para que ele sobrevivesse.

- E por que eu sobrevivi, ninguém morreu por mim?

Olivaras não disse nada, apenas virou o rosto. Tod seguiu o movimento dos olhos dele que fitavam o avô, que abaixou os olhos e se afastou. Olivaras também se afastou, o avô de Tod saiu do transe, olhando preocupado para o lado de fora.

- O que há de errad... - a voz de Florean se perdeu. Pedaços de madeira voaram por toda a sorveteria e as mesas foram jogadas na parede, Florean e Olivaras se jogaram no chão.

Tumblius foi lançado pro sobre o balção pela mesa. Caiu do outro lado sentindo uma dor tremenda no braço.

Tod caiu praticamente no mesmo lugar, a maleta voou junto com ele. Havia um rombo enorme na parede do tamanho de uma tv de 32 polegadas. O avô gritou, Tod não ouviu, Lampejos verdes voaram da abertura se chocando violentamente contra a parede da sorveteria.
Florean e Olivaras resolveram contra atacar, jorros vermelhos e azuis passavam em direção aos atacantes. Outros pontos da parede começavam a ruir.

Do lado de fora Ravner continuava a atacar, um simples escudo o protegia das magias insignificantes de Olivaras e Florean, os outros comensais riam alto e continuava a atacar.

Federick andava como se já tivesse matado alguem, enquanto Ravner avançava para próximo da abertura. Seria uma questão de tempo.

Tod estava num ponto de puro choque entre as duas frentes bruxas. Então teve uma idéia, se lembrou do avô. Se não era bruxo não iria precisar fazer nada era só pegar uma e pronto, só tinha de alcançá-la.

Tumblius levantou os olhos para ver a situação, Tod engatinhava até a maleta dele, o rombo na parede se alargava e já podia ver os olhos de Ravner. Outra explosão logo acima de Tod, que se protejeu com um braço.

Gritou de dor, as tabuas de madeira bateram dolorosamente contra ele, mas engoliu. Aquilo seria pouco para o que viria, abriu a maleta procurando uma que tivesse uma aparência terrível. Uma chamou a atenção, era tão negra e tão grossa que nem se movia ao chacoalhar o vidro. Seria essa, olhou para o buraco acima da cabeça.

Ouviu um grito de advertência, mas nem se preocupou. O vidro já havia saído da mão dele e batido na ponta do buraco. Ia quicar e voltar para dentro. Vai, pensou Tod e como se atendesse o chamado do garoto, o vidro pendeu para o outro lado, Tod abaixou esperando o pior.

O vidro caiu e rolou, parando próximo a Federick e Lounghe. O bruxo riu.

- Pensa que pode causar algum mal a um Comensal da Morte com esse vidrinho de poção. Vocês são patéticos e vão morrer por isso.

Ravner olhou para ele, iria o mandar calar a boca e continuar o ataque, até que seus olhos recaíram sobre o vidro negro. Gritou, mas já não havia mais tempo, o vidro foi esmigalhado pelo pé de Federick.

O Comensal gritou de assombro, ao quebrar o vidro seu pé fora junto. Envolto por uma massa negra que começava a se espalhar como piche, Lounghe puxava a manga do manto negro de Federick sem sucesso. Ravner se afastou, em de tempo, pensou.

Federick gritava assombrado, sua pernas já estava dentro do buraco. Lounghe desistiu dele, foi erro dele e não o meu, pensou. Ao tentar sair, não conseguiu. Um barulho o fez sentir mais medo ainda.

A sucção veio, Lounghe foi tragado bruscamente, seus gritos fazia as janelas se iluminarem, Federick lutava. Suas mãos arranhavam o chão que era coberto pela mancha negra. As barracas começavam a ser sugadas pelo vento que sugava tudo, Ravner tentou se segurar mais não tinha como, o teto de uma barraca se soltou e o atingiu no peito.

O mestre não seria benevolente novamente, ele girou no ar em meios aos gritos. Então sumiu, desaparatando. Federick ficou sem forças e parou de lutar, mãos negras segurou o rosto dele e puxou para dentro.

A parede da sorveteria já começava a ceder, e pelos buracos escorria o liquido negro. Olivaras se levantou, olhando paro o centro do buraco negro, onde minutos atrás estava Federick.

- DESVANEÇA - gritou a plenos pulmões. Uma luz cinza cortou o ar e atingiu o buraco que começou a se acinzentar e aos poucos desvanecer a ter tudo voltar ao normal.

Tumblius surgiu e levantou Tod que segurava o braço dolorido, como se lesse os pensamentos do garoto o avô disse:

- Cuidamos disso depois, temos de sair daqui - disse pegando a maleta e ficando junto de Florean o segurou no braço e jogou Tod para Olivaras que o segurou também.

- Para lá? - perguntou Florean.

- Para Lá - respondeu Olivaras, o bruxo girou no eixo junto com Tod e o mundo virou um borrão multi-colorido.

Tod nunca havia sentido nada igual, e para falar a verdade adorou esse negócio de aparatar. E não seria a última vez que iria experimentar essa sensação.

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