Capitulo Dois



CAPITULO DOIS - PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

- Quem está vindo, não tem ninguém vindo - Tod apontou para rua vazia, cujos postes mal iluminavam.

- Entre agora - Tumblius agarrou o braço de Tod com uma força que o garoto desconhecia que o avô tivesse. Foi aos tropeços e indignado que ele entrou junto com o avô.

Ele abriu a cortina e olhou pra rua, a esquadrinhando a procura de alguém. Os olhos se arregalaram, vira algo.

Passou correndo por Tod indo em direção a cozinha, onde abriu uma porta e desceu para o porão. Tod balançou a cabeça, e foi até a janela e abriu a cortina.

Espantou-se, um homem de capuz negro o olhava dentro dos olhos. Tinha uma vareta na mão, o sorriso dele se abriu malignamente, e a vareta começou a se elevar até ficar na altura dos olhos de Tod, que recuava devagar.

A porta da cozinha se escancarou, um vento forte vindo de lá jogou Tod contra a parede. Em seguida, um jorro vermelho saiu de algum lugar da cozinha acertando a janela e quebrando na cara do homem, e o lançando no gramado.

Tod olhou pra porta da cozinha, seu avô estava em pé, não mais encurvado como antes, mas imponente com um longo manto jogado sobre os ombros, um vidro numa das mãos e uma maleta na outra.

- Mas que raios está acontecendo aqui - pensou Tod.

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- Maldito - pensou Ravner ao se levantar, - devia ter tomado mais cuidado. Pra que? Sou um comensal da morte se alguém tentar vir interceder é só matá-lo.

Ele andou pra frente, sem entender caiu novamente ao olhar pro chão viu o porque. Dois bracinhos saiam dos buracos na terra e agarravam furiosos as botas de Thomas Ravner.

- Me soltem suas criaturas imundas - ordenou sem muito sucesso. Impaciente apontou a varinha para as mãozinhas da criatura, ele pensou em duas palavras.

O lampejo verde engolfou a criatura por uns segundos e depois as mãozinhas ficaram moles, sem vida. Ravner se levantou vitorioso e ajeitou o manto, e andou novamente. O bruxo ficou mais furioso ainda, dos inúmeros buracos no gramado, subiam braços de outras criaturas que tentavam imergir. Ravner xingou, e como.

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Dentro da casa Jhon Tumblius via os braços dos Yulus subirem até um metro de altura, com certeza iriam atrasar Ravner por um tempo considerável, ele iria ver quantos braços um Yulus adulto poderia ter.

Tod estava em choque, apontava pro jardim e tentava dizer algo mais não saia nenhum som. O dia estava tão normal para ele, até teve um tempo sozinho com Ellen, e então num simples giro tudo mudou, o avô outrora tão excêntrico não parecia nem um pouco agora. Pelo contrário de alguma maneira o salvou de algo que Tod não sabia.

- Levanta logo Tod, os Yulus não vão deter um comensal da morte por muito tempo - falou Tumblius, puxando o garoto pela camisa e o levando com dificuldade para a cozinha. As pernas de Tod não se mexiam, quando o avô percebeu isso, praguejou e o soltou.

Tod bateu com força no chão.

- Hei não me solta desse jeito - ele bradou, ao tentar mover as pernas percebeu que elas moviam minimamente.

Tumblius ficou calado e rapidamente abriu a maleta que trazia consigo, Tod viu uma infinidade de tubos de ensaio, garrafinhas, pedras esquisitas e de todas as cores possíveis.

Ele pegou uma de liquido laranja e misturou com uma outra roxa, por incrível que pareça, ela ficou de um azul berrante e brilhoso.

- Beba - Tod percebeu que não era um pedido e sim uma ordem. Pegou o frasco temeroso e levou aos lábios - Anda Logo garoto! - o avô meteu a mão e levantou o frasco, Tod engasgou e engoliu.

- Você está maluco - sem ao menos perceber como, Tod tinha se levantado novamente, ficou olhando estupefato para as pernas.

- Vamos - o Avô fechara a mala e se pos novamente rumo a cozinha.

- Vô o que aquele cara tá querendo com a gente, me diz o que está acontecendo aqui? - as palavras ainda saiam com uma dificuldade tremenda.

- Agora não é hora de perguntas, é hora de fugir - anunciou quando chegaram na porta do porão.

O porão era o único local da casa que Tod nem podia pensar em pisar, era nele onde o avô passava a maior parte do tempo trancado quando não estava atirando no gramado.

Para surpresa de Tod não havia mais maçaneta e sim um buraco vazio e escuro. Onde o avô colocou o polegar e com um TRECK, a porta se abriu. Ele entrou e ia fechar a porta no momento em que um vulto surgiu no corredor e lançou um jorro verde em cima deles.

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Os braços enormes dos Yulus tentavam golpear Ravner de todos os lados, lampejos verdes iam para todos os lados. Um dos braços balançou perigosamente e o acertou na cabeça, o comensal começava a suar, coisa que não gostava nem um pouco de fazer. Até aquela hora ele não abrira a boca nem uma vez pra dizer um feitiço, mas estava se irritando e o contato fugindo.

- INCENDIO AREAS - Gritou a plenos pulmões, da varinha jorrou um liquido vermelho, que pingou. Ao tocar o gramado, labaredas subiam na altura do bruxo, outro pingo e em poucos segundos o gramado se tornou uma piscina de fogo vermelho brilhante.

Os braços dos Yulus pegavam fogo e voltavam para dentro da terra, Ravner ficou parado em meio a tudo isso, como um espectador diante de uma grande orquestra, então começou a gargalhar e andou em meio ao fogo.

Nem as vestes do bruxo eram atingidas pelo fogo que começava a subir em direção a casa, janelas já se abriam curiosas, tanto pelo barulho como pelo brilho.

- MOSMORDRE - gritou Ravner apontando pro alto antes de entrar na casa.

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Ellen abriu a janela e viu a casa de Tod começar a ser engolida por fogo, e acima dela, como algum tempo atrás, uma névoa verde brilhava fantasmagoricamente. Agora podia ver o que era, um arrepio subiu pela nuca dela.

Uma caveira, e de sua bocarra escancarada saia uma cobra.

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Ravner entrou na casa e olhou para todos os lados. Seguiu em frente ao ouvir vozes, ele correu em direção a porta que levava a cozinha.

Via a porta do porão se fechar. Apontou a varinha, se não acertasse um, o outro talvez iria. Ele apenas pensou e o lampejo saiu de sua varinha batendo na porta.

Ravner sorriu, um gemido veio da porta fechada. Acertara alguém mesmo.

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