Capitulo Um



CAPITULO UM - COISAS ESTRANHAS NO AR

A noite veio rápida e sorrateira naquele dia na rua Wilburth, as pessoas mal tinham terminado o chá e a escuridão anunciava que o dia estava chegando ao fim. Tod Lockwell era um rapaz de dezessete anos bem normal para os padrões da sociedade. Tinha poucos amigos na sua rua, porém era o mais do que necessário pra se divertir. E como, tinha passado a tarde no parque Lindon junto com seus amigos, rindo alto até um guarda os chamarem a atenção e eles irem embora. Ele, Ellen, a garota mais linda da rua e Donald, um rapaz corpulento, todos vinham andando lado a lado em direção ao fim da rua. - Como escureceu rápido - afirmou Ellen, ajeitando o cabelo do jeito que sempre fazia quando uma coisa era muito estranho. - Deve ser essas coisas de aquecimento global ou outra coisa qualquer - respondeu Donald, abocanhando o seu chocolate. Tod e Ellen riram do comentário do amigo. Ao chegarem na metade do caminho o grupo se separou, Donald entrou numa casa onde exibia grandes esculturas de gnomos. Antes de entrar gritou: - Nada de beijar a garota hein. Ellen ficou vermelha, e Tod balançou a cabeça sem graça, ao voltar o olhar pra Ellen, a moça sorriu. - Eh... ficou sabendo da ponte que caiu - Tentou puxar conversa de modo casual. - Minha tia tava lá - o brilho nos olhos dela se apagou. - O carro dela perdeu o freio e bateu em mais um, os dois caíram. - Eu sinto muito, não queria puxar um assunto tão barra pra você. - Eu sei que não. Tod estava a ponto de falar quanto a moça parou e olhou pro leste e fixou o olhar lá. - Que foi? - Olha lá - ela apontou para um local ao longe, onde atrás de uma nuvem brilhava uma névoa verde. - Coisa esquisita - Tod tentou apertar os olhos, parecia estar distinguindo uma forma na névoa verde. Uma voz chamou o nome de Ellen, um rapaz grande e forte se aproximou. Tod contraiu o rosto em desafeto. Ao chegar, ele beijou Ellen, nem parecia que Tod estava ali, ao se separarem o rapaz continuou a não percebê-lo. Peter era o namorado da garota. - Eu vou indo Ellen - Ele disse, o rapaz nem retornou o olhar, nem deixou a garota responder. Tod nem ao menos olhou para trás. Ficou calado até chegar em casa. A casa dos Lockwell não era grande coisa, na realidade estava caindo aos pedaços, no gramado e no portão havia enormes buracos. Ao passar pelo portão Tod nem ao menos o encostou e ele caiu fazendo barulho, o rapaz praguejou e o deixou no chão. A casa era a última da rua, por isso a mais esquecível. Tod abriu a porta e subiu os degraus da forma mais silenciosa possível. Entrou no quarto desarrumado, cheio de livros e pôsteres de bandas inglesas e de filmes. Ele mal sentou na cama e um barulho alto o assustou, rolou da cama e cai no chão do quarto, praguejou novamente. Foi direto na janela ver o que acontecia. O barulho soou novamente, um pedaço do gramado voou pelos ares deixando mais um buraco. - De novo - lamentou Tod indo em direção a porta do quarto. Ele desceu as escadas podres e saiu pela porta da frente, indo para a varanda. Um senhor velho, de uma barba longa e cinzenta estava com uma espingarda de caça enorme que ainda soltava a fumaça do tiro. Seu corpo espichado e curvado corria de um lado pro outro. - Meu velho desse jeito vamos ficar sem jardim - disse Tod alto para o avô o escutar. - Gnomos! - Ele gritou apontando com a espingarda, e atirou novamente. Tod se abaixou, levando as mãos aos ouvidos, mais um tiro e outro, por fim o velho gritou - Aha, não te falei meu neto, esses rufiões tentaram me passar a perna mais ninguém passa a perna no seu velho avô Tumblius. - Seu nome não é Tumblius vô, é Jhon. E pára de atirar, daqui a pouco os vizinhos chamam a policia - o avô nem pareceu escutar ele, andou até onde deu o último tiro e se abaixou procurando por algo. Depois de alguns segundos se levantou segurando algo, o problema é que não havia nada. Ele tinha a mão fechada como se segurasse algo. - Como gritam eles não é? Sorte a nossa que não é uma mandrágora. - o avô falou com uma naturalidade absurda. - Sabia que o senhor é louco, nem sei por que meus pais me deixaram com você. - Pra que tome jeito e... - Tumblius parou, já estava a porta pronto pra entrar, ele se virou e olhou para a curva que a rua Wilburth fazia, como se enxergasse algo que não estava lá. Tod olhava fixo também, mas não via nada. Os olhos do Avô brilharam de um modo que ele nunca vira. - O que houve, o que está acontecendo? - perguntou Tod. - Eles estão vindo. - respondeu o avô misteriosamente, e infelizmente eles estavam.

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