Capitulo Três



CAPITULO TRÊS - EM BUSCA DE ALIADOS.

Ravner sorriu pra si mesmo, do outro lado da porta fechada ouviu um gemido e em seguida algo rolara pela escada. Ele girou nos calcanhares e sumiu. O fogo começara a se alastrar pelo interior da casa, destruindo tudo em seu caminho, em poucos segundos todo o primeiro andar estava ardendo em fogo mágico.

========

O lampejo verde - pensou Tumblius desesperado tentando fechar a porta rápido, que o protejeu, mas então se virou para o neto, os olhos vidrados e o corpo molenga fez o coração do velho parar por um segundo e ele soltou um gemido.

O corpo de Tod pendeu para trás, e o velho não conseguindo segurar caiu junto. Eles rolaram escada abaixo e foram parar no chão úmido e frio do porão.

O porão parecia um lugar surreal, imensos vidros de variadas formas e tamanhos o enchia, um filtrador estava jogado num canto e um enorme destilador ocupava todo o lugar. Uma lareira se apertava no fundo ladeado por dois armários velhos e podres. A lareira ardia num fogo baixo, quase apagado.

A pouca luz transformava o rosto triste de Tumblius ainda mais triste. Uma lágrima solitária rolou no rosto velho dele.
Tod estava em seus braços, os olhos vidrados e sem vida focavam o rosto do avô.

O corpo se elevou bruscamente, Tod piscou e respirou longamente, parecia ter se afogado e voltado a vida, o avô recuara e olhava tudo numa incredulidade só.

Mas era a maldição da morte! - ele pensou, não conseguindo entender o que acontecia a sua frente.

Tod continuava estendido no chão, o peito subia e descia. Parecia estar se preparando para deitar num caixão, porém estava bem vivo.

O avô começou a gargalhar, não sabia o por que, mas estava rindo. Talvez tivesse dado certo, improvável, mas o rapaz estava vivo e não havia outra explicação.

- Tod você está bem - a voz do avô retomou o sentimento, exatamente quando começara anos atrás. - Por favor, me diga que sim.

- Não consigo me mover de novo - explicou.

Voltando a sorrir o avô foi até o armário, pegou um vidrinho e voltou até o garoto. Ele bebeu e se moveu novamente. Tod se sentou e olhou espantado pro avô.

- O que houve, eu não conseguia enxergar depois que o lampejo me atingiu - ele estava confuso. - parecia que eu tinha ido pro inferno vô. Parecia que eu estava morto.

O sorriso se desfez, o andar de cima ruiu, Tumblius agarrou a maleta e puxou um giz de um dos bolsos, começando a desenhar um circulo envolta dos dois. Tod não queria mais perguntar, agora via que tudo o que o avô tentava dava certo e não queria atrapalhá-lo.

Estava muito quente, a madeira podre queimava muito rápido. Ruiu novamente e o andar de cima caiu em cima do porão, Tod gritou e sentiu afundar no chão com uma pressão incrível.

Os pensamentos de Tod se reorganizaram rapidamente, ele tinha se enganado, não tinha achado ele estava mesmo morto.

=======

Ellen correu pra fora da casa, um caminhão dos bombeiros passou rasante pela rua, indo em direção ao seu final. Os rostos das donas de casa apareciam nas janelas e outras já estavam na rua, dizendo que os Lockwell já tinham morrido.

A garota correu pro final da rua, quando ouviu a chamarem. Donald vinha correndo, ao chegar na garota arqueou e tentou recuperar o fôlego, havia algo no bolso dele, talvez "bifejerkis" ou talvez fosse aquela coisa.

- Não pode ir lá Ellen, você vai apenas se aborrecer e se entristecer - disse Don com um olhar triste e emendou - Eles não tinham como escapar.

- Até você Don - brigou a menina e correu em direção a casa dos Lockwell que ardia em fogo.

Don xingou muito, e desajeitadamente correu pra alcançar Ellen.

A moça não podia acreditar no que estava vendo, a casa já estava toda envolta no fogo, e metros acima da casa a cobra saia da boca da caveira, se contorcendo, como se quisesse ver a casa pegar fogo também.

Subitamente o segundo andar cedeu, Ellen levou as mão a boca, um bombeiro a viu e se pós entre ela e a casa.

- Era a sua casa querida - perguntou gentilmente.

- De um amigo, e acho que ele estava lá.

- Não podemos fazer nada por ele agora do que acreditar que você estava errada - havia um brilho distinto nos olhos dele, como se soubesse de algo. Ellen leu o distintivo prata dele, Robert Gholl. - e seu amigo tenha feito uma escala antes de vir pra cá.

Alguem o chamou e com um sorriso o bombeiro se afastou, o som de mais carros foi ouvido, Ellen olhou pra trás e viu que um coupe preto vinha deslizando pela rua, um pouco a frente Don olhava desesperado pro carro. Chegara um segundo mais cedo que o carro e agarrando Ellen pelo braço disse:

- Temos que sair - e sem esperar a resposta dela o rapaz a puxou pra longe do tumulto.

A porta do carro se abriu e um homem vestido de terno saiu sendo seguido por um com um longo manto verde-musgo. Donald estava uma bomba, se o homem de verde o visse estaria encrencado e a pobre Ellen também.

O pescoço do homem começou a se virar. Donald não teve tempo pra pensar. Jogou o seu corpo pro lado e caiu com Ellen atrás da mureta de mato da senhora Strauss. Homem olhara mais não viu nada.

Donald sorriu aliviado, mas seus problemas só estavam começando.

- Pode começar a me contar Donald - ordenou Ellen nervosa. - Nem vem com essa conversa que eu sou uma trouxa e que é melhor eu não saber de nada.

- Ellen eu não posso - choramingou Donald. - Seria um desastre completo.

- Nosso amigo está em perigo, você disse que estava no último ano, deve saber o suficiente pra nos proteger.

- Proteger de que? - perguntou temeroso pelo o que a garota diria a seguir.

Ellen lembrou das palavras do bombeiro e a convicção que ele tinha.

- Vamos achar nosso amigo - Ellen disse com a mesma convicção.

=======

A gravidade parecia ter aumentado de forma que Tod pensou que suas pernas tinham entrado para dentro do corpo, sua visão estava desanuviando e estava quase vendo novamente.

Ainda bem que eu não estou morto. - ele respirou aliviado.

Eles estavam num beco escuro e feio, sem dizer sujo. Tod se levantou, seu avô estava na entrada do beco e olhava a rua desconfiado.

- Estou ficando velho era pra termos saído lá dentro - disse Tumblius pra si mesmo.

- Onde estamos? - perguntou Tod se juntando ao avô.

- Ainda bem que acordou, não queria sair daqui com você no colo. Está mais pesado do que antes - disse num sorriso. - Estamos em Londres, vamos encontrar uns amigos meus.

- Não sabia que tinham escapado mais loucos do hospício - ele brincou, estava tentando se divertir então entendeu o que o avô dissera. - Como assim Londres?!

- Te explico mais tarde, vem - ele saiu do beco junto com Tod.

Deu alguns passos e parou enquanto o garoto seguiu em frente mais um pouco, ao ver que o avô não o acompanhara se virou.

- Não estávamos indo a um lugar?

- Sim e já chegamos - Ele havia parado em frente a uma porta de um pub velho e fedorento. Tod olhou pra plaquinha em forma de um caldeirão onde havia um furo de onde escorria o conteúdo. - O Caldeirão Furado.

Ele entrou e Tod o seguiu, era um lugar mesmo sujo e feio, as pessoas dentro dele ainda mais, todos encararam Tod e o avô enquanto ele o guiava pelo local. Parecia que o conhecia muito bem. Quando estavam chegando numa porta que deveria levar aos fundos, um homem encurvado os bloqueou.

- Ha! - ele resmungou olhando desconfiado para Tumblius, o avô parecia estar meio desconfortável perto dele. Tod via que estava chegando à hora de correr pra não ser linchado. - Está me devendo uma diária a cinco anos, Jhon Tumblius. - Em seguida desatou a rir e abraçou o avô, Tod relaxou pelos dois se conhecerem.

- Velho Tom, faz mesmo cinco anos, e nenhum daqueles dois pagou pro velho amigo aqui - ele disse risonho.

- Espera que eu já volto pra acertarmos.

- Tá difícil de pegar no Gringotes, e melhor pedir pra um deles. - disse Tom se afastando.

O avô e Tod passaram pela porta e saíram num beco sem saída. Tod já ia voltar quando o avô tocou num certo tijolo e um som se fez ouvir.

Tod talvez correria de volta pro bar, mas só de lembrar os rostos ficou ali mesmo. A parede sólida se abria e segundos depois já não existia e uma entrada arqueada dava vazão a um lugar que Tod nunca imaginara existir atrás de uma parede.

O Beco Diagonal sorria pra ele e o avô.

- Como é bom estar de volta - disse Tumblius - Venha Tod hora de encontrar velhos amigos bruxos.

A palavra bruxo atingiu Tod, porém ele ainda seria mais atingido por revelações naquela noite.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.