Capitulo Quatro



CAPITULO QUATRO - OS AMIGOS SE REUNEM NOVAMENTE.

Tod estava boquiaberto por alguma maneira todas as construções a frente inclinam levemente numa linha diagonal, o avô sorriu, suspirou e seguiu em frente. As ruas eram iluminadas por lampiões suspensos no ar, flutuando.

As pessoas na rua eram as mais esquisitas que ele já vira, todas usavam mantos ao invés de calças e camisas. Chapéus longos e alguns emplumados e outros para o espanto do garoto, vivos. Grandes folhetos estavam grudados nas paredes das lojas, escritos em letras verdes brilhante. Barraquinhas se apinhavam dando pouco espaço para andar livremente.

As lojas vendiam artigos esquisitos, livros que olhavam de volta, corujas voavam por cima deles, e até viu uma vassoura posta num mostruário como se fosse um carro esporte.

Tod trombou com várias pessoas no caminho, uns o olhou com um certo desprezo, já com o avô eles olhavam com desconfiança. Eles andaram um bom pedaço quando o avô parou olhando em volta tentando se achar no meio da multidão.

- Deve ser por aqui, ou ali, não. Ali é a Travessa do Tranco, droga antes era tão fácil achar - ele reclamava pra si mesmo, enquanto Tod fixava o olhar numas garotas bonitas que saíram de uma sorveteria e passou por ele.

- Qualquer um ficaria perdido nesse lugar - afirmou Tod. - O que está procurando afinal de contas?

- Uma sorveteria - ele disse, Tod segurou o braço dele e deram um giro de cento e oitenta graus, ficando de frente pra uma fachada de uma sorveteria.

A sorveteria de Florean Fortescue era a que tinha mais delicias geladas do lugar, era cheio de mesinhas com guardas chuvas. O avô ficou meio sem jeito e caminhou para lá junto com o jovem.

O sino da loja soou quando a porta se abriu, havia algumas pessoas sentadas nas mesas conversando baixo, atrás do balção estava um senhor velho de uma barba rala e óculos quadrados que tentavam esconder os olhos gentis e claros. Vestia um macacão azul púrpura e um chapeuzinho, após terminado de atender a menina ele percebeu Tod e o avô.

Florean Fortescue deu um grito que fez todos dentro da sorveteria olharem para ele, o rosto dele mostrou um certo desespero que Tod achou que não haveria.

- Por favor, infelizmente teremos de fechar a loja agora - disse numa voz tranqüila, mas que no fundo guardava um certo nervosismo. - Nem precisam pagar, foram por conta da casa.

Os bruxos e bruxas se levantaram contragosto e logo já tinham saído da sorveteria. Florean apontou a varinha para a porta e nela surgiu uma placa e um click informava que a porta estava trancada.

- O que você está fazendo aqui Tumblius? Sabia que esse não é um lugar próprio para alguem como você. - Florean parecia muito nervoso agora que todos tinham saído.

Tumblius colocou a maleta numa mesa próxima e indicou uma cadeira para que Tod sentasse, o que ele fez, mas continuou a olhar os dois. Depois de um tempo em silencio o avô disse.

- Não era essa a recepção que eu esperava.

Florean ficou tenso por mais um tempo, então relaxou e expirou. Deu a volta no balcão e ficou de frente para Tumblius e estendeu a mão, o avô a segurou e puxou o velho para um abraço rápido.

- Desculpe, e que nestes tempos todo cuidado é pouco - explicou Florean - E quem é o garoto?

- Meu neto Tod Lockwell.

- Mais um Lockwell para dar dor de cabeça.

- O que você está querendo dizer - disse Tod ficando nervoso. - Eu quase fui morto por um louco vestido de preto, do meu gramado surgiram criaturas esquisitas, minha casa foi destruída e estou num lugar cheio de loucos usando vestidos de cores berrantes. Acho que vocês estão me dando dor de cabeça.

- Viu o que eu disse, já está me dando dor de cabeça. E Tumblius, por Merlim o que está acontecendo? - perguntou Florean tentando digerir o que o garoto falara.

- Fomos atacados por um Comensal da Morte - os olhos de Florean se arregalaram e brilharam cheios de perguntas. Tumblius continuou - Isso está ficando mal, temos de ir ver ele. - Florean foi até a porta e a tocando com a varinha ela se abriu. - Não podemos ficar perdendo tempo aqui.

- Acha que eles podem estar tentando achá-la? - perguntou Florean. - Como eles ficaram sabendo?

- Era Thomas Ravner, e só desse nome estar envolvido já é o suficiente para nos preocuparmos - afirmou Tumblius.

- Então me dêem um minuto que eu já volto. - Florean saiu e fechou a porta, ouviram o click da porta fechando. Tumblius sentou-se na mesa junto com Tod.

- Será que dá para me explicar o que está acontecendo agora? - perguntou Tod nervoso.

- Quanto menos você saber melhor, estamos num mundo em que nem eu deveria estar pisando de novo - disse Tumblius calmo.

- Droga vô - explodiu Tod. - Eu quase morri por causa dessas suas loucuras, eu acho que tenho de saber o que meu avô bruxo tá aprontando.

- Bruxo - disse Tumblius as gargalhadas. - Você acha que eu sou um bruxo, meu deus Tod ninguém pensaria assim, podiam ficar meio indecisos, mas no fundo saberiam reconhecer.

- Dá pra ir direto ao ponto.

- Eu não sou um bruxo - Tod ficou confuso na hora.

- Mas então como você nos trouxe aqui, e atacou aquele maluco mensageiro ou sei lá o que?

- Uma coisa é conhecer magia e outra totalmente é fazê-la. Eu sou um pobre químico que com um pouco de artefatos mágicos faço as minhas coisas.

Tod estava realmente confuso, se o avô não era nem um pingo bruxo como ele sabia sobre aquele mundo, conhecera aquelas pessoas esquisitas. Quando ia perguntar novamente a porta fez o click novamente e se abriu, dois velhos entraram.

Florean e um outro, de olhar intuitivo, cabelos brancos ralos, suíças que desciam até a base do maxilar, porem a barba era quase inexistente, usava um manto azul escuro e firme numa das mão tinha uma varinha.

Tumblius se levantou e o cumprimentou da mesma maneira que Florean.

- Pensei que nunca mais iria ver você Macbeth - Tumblius sorriu sem jeito. - Quando o grande fabricante de varinhas Macbeth Olivaras teria um tempo para um trouxa como eu.

Olivaras olhou nos olhos do avô e o bateu no ombro de leve.

- Eu teria arrumado um tempo, nem que fosse com um gira-tempo - disse numa voz rouca. Seu olhar se virou para a mesa e se fixou em Tod.- Então esse é o
jovem Tod Lockwell.

- Eu queria ter mais tempo para apresentações Macbeth. Porém temos problemas.

- Florean me contou rapidamente, Ravner realmente está do lado de Voce-Sabe-Quem - lamentou Olivaras - Temos um problema um pouco obeso para resolvermos.

Em poucos minutos Tumblius contou a Florean e Olivaras tudo o que acontecera, exceto a parte do porão.

- Mas e o porão e aquela luz verde que me atingiu? - perguntou Tod, logo os olhares de Florean e Olivaras estavam inquisidores em cima do garoto, que percebera que havia um motivo pro avô não contar.

- Tumblius tomara que este garoto esteje mentindo se não meu coração não vai conseguir bombear sangue novamente. - falou Florean assustado.

- Infelizmente meus amigos ele está falando a verdade - o avô voltou seu olhar para Tod. - Ele foi mesmo atingido pela maldição da morte.

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Ravner havia voltado para os braços do mestre, que provavelmente iria reprovar o que ele fizera e o iria fazer ir atrás dos outros dois imediatamente. Ele respirou fundo e entrou numa sala iluminada apenas por uma lareira. Uma cadeira havia sido posta no meio da sala, e uma figura terrível olhava para Ravner. O Comensal se ajoelhou, como se estivesse perante um rei, e assim permaneceu enquanto o lorde falava.

- Saiba que isso é algo terrível para eu ouvir de você Ravner, um Comensal que nunca me decepcionou - a voz do mestre era fria, gélida e acima de tudo cruel por ser tão calma. - E como eu sei que não irá dar nenhuma desculpa, vou lhe dar mais uma chance, o lorde é misericordioso, lembre-se disso Ravner. O trouxa não era importante, os dois bruxos são, eles devem pagar pelo o que tomaram de mim, e você meu querido, olha só ai está você. - ele parou por um momento, uma cobra gigantesca entrara na sala.

Ela levantou a cabeça até ficar na altura do lorde, sua lingua bifurcada saira e o mestre gargalhou.

- Tenho assuntos mais importantes para cuidar Ravner, o jovem Malfoy me aguarda para sua iniciação. Ele irá tomar o lugar do pai e talvez até seja um pouco importante para mim se conseguir completar o que virá - ele riu novamente, e uma bolsinha se elevou e voou até Ravner, que estendeu a mão e a pegou. - Vá até o Beco Diagonal e ache os dois, você irá sair na Travessa do Tranco.

Ravner se levantou e curvou-se novamente ao lorde. Encaminhou até a lareira abriu a bolsa e jogou o pó nas chamas que se tornaram verdes.

- Travessa do Tranco - Ravner disse ao entrar nas chamas e foi sugado por elas, na sala o Lorde das Trevas gargalhou, tudo ia conforme planejara e sua preciosidade seria dele novamente.

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Uma figura irrompeu saindo de um beco onde uma lareira desembocava, Ravner olhou em volta, FUSSHHH, do nada surgiram outros dois Comensais da Morte. Ravner se virou, via ao longe pela entrada da Travessa uma sorveteria, e havia uma luz acesa.

Luz que em breve iria ser apagada.

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