OUTRO SEQÜESTRO



A lua emitia seu brilho intenso, que se chocava com todas as casas e bosques pela região. Uma das casas se estendia bela ao chão, parecia flutuar. As paredes cor pérola eram interligadas uma à outra por quatro torres pontiagudas, as quais lembravam os castelos de séculos atrás. As portas e janelas eram todas de madeira pura, cuidadosamente esculpida, no telhado se encontravam varias curvaturas, o que deixava a casa ainda mais elegante entre as demais.
Um jardim de grama verde florida rodeava toda a casa, a cerca de tábua que servia mais de enfeite que proteção seguia o jardim a cada metro, dando um pequeno espaço apenas para o portão baixo de ferro que seguia um caminho de chão batido até a porta principal.
A vizinhança era tranqüila, tinha poucas casas a mais que a da Mansão Potter em sua volta, mas as outras casas se dispersavam por todo o terreno, formando um vilarejo pouco habitado.
Havia um pequeno sino de cobre preso na lateral da porta principal, onde uma mão suja seguidas por mangas em trapos tocou.
O homem que tocara o sino sumiu no piscar de olhos. Poucos segundos depois uma criatura de olhos esbugalhados que chegavam ao tamanho de uma bola de tênis, vestida com um saco de batatas, abriu a porta colocando seu enorme nariz para fora.
- Alguém ai? – Perguntou o elfo doméstico saindo completamente de dento da casa e olhando ao redor, á pesar da lua, a noite ainda continuava escura.
- Imperius! – O homem que a pouco havia tocado na sineta, reapareceu com a varinha em riste, direcionada para a enorme cabeça do elfo.
O elfo pareceu congelar. Seu olhar astuto agora se transformava em terror, as orelhas balançavam mais que o normal.
- Desça! – Ordenou o homem indicando os três degraus que ficavam diante a porta.
O elfo obedeceu imediatamente, fixou os olhos de bola no nariz fino de Snape.
- Coloque isso dentro da comida do jantar de seus donos. – Snape enfiou a mão no bolso rapidamente e retirou um vidrinho transparente. – E em hipótese alguma deixe que alguém o veja colocar, seja discreto, e quando todos tiverem desacordado venha cá me dar certeza. Estarei atrás da casa espiando tudo.
Snape entregou o vidro para o elfo e novamente aparatou. O elfo doméstico guardou o vidro dentro da saca que vestia e entrou fixo nas passadas, para dentro de casa.
Ele caminhava como se não visse nada pela frente, chegou a tropeçar duas vezes no tapete antes de chegar à cozinha. Começou a mexer um pequeno caldeirão sobre as chamas do fogão, parecia desligado de tudo ao seu redor, deixando varias vezes seu braço inteiro afundar dentro do ensopado.
Alguns minutos depois o elfo retirou o vidro de dentro das vestes, desenroscou maliciosamente e despejou todo conteúdo dentro do caldeirão, colocou o vidro vazio de volta na saca e retornou a mexer o ensopado.
- E ai, Delfinha, o rango já tá pronto?! – Um rapaz bastante alto, de ombros largos, cabelos lisos e olhos verdes, acabara de adentra a cozinha.
A elfo continuou mexendo o conteúdo do caldeirão, nem notara a chegada de mais alguém no cômodo.
- Eu já lhe disse que não é assim que se fala, o ministério nunca vai aceitar um membro que usa termos tão informais! – Agora era uma bela mulher, trajando um vestido vermelho longo até os pés, com um rabo de cavalo no cabelo e um óculos de armação fina nos olhos azuis, que entrava na cozinha.
- Ah, mãe, não enche com isso... – O rapaz arrastou uma das cadeiras na mesa com os pratos já postos e sentou. – Eu já tenho 20 anos e você ainda com essa de Ministério?!
- Toda nossa família trabalhou ou trabalha no Ministério da Magia, não quero que seja diferente com meus filhos. – A mulher também arrastara uma das cadeiras ajeitando o vestido ao sentar.
- Eu já disse milhões de vezes que vou ser jogador.
- Disse sim, mas ser jogador tem que futuro? E você ainda fica influenciando o seu irmão com essa estória.
- O Douglas não precisa de influencias pra saber o que é bom. Jogar Quadribol é um ótimo futuro... que a senhora fique sabendo disso. – O rapaz já segurava os talheres afoito.
- De novo essa discussão? – Um homem ainda mais alto, com um bigode enfeitando a cara, se juntava a mesa aos outros. – Querida, deixa os meninos, eles sabem o que estão fazendo, e trabalhar no Ministério tem lá seus defeitos...
- Carlo, pare de ficar apoiando eles nessa idéia sem cabimento...
‘Plac’
A atenção dos três sentados à mesa se virará para a elfo que acabara de derrubar duas xícaras ao levitar o caldeirão até a mesa.
- Algum problema, Delfinha? – Perguntou voz mansa e sutil da mulher, enquanto os outros dois homens partiam para cima do ensopado, enchendo cada um seu prato.
Delfinha correu direto para uma das portas da cozinha, provavelmente era seu quarto cheio de tralhas.
- Ela deve está carente. – Riu o rapaz mais novo ao colocar uma colher entupida de ensopada de vez na boca.
- Assim você vai morrer entalado, seu monstro! – Exclamou uma garota ao entra na cozinha e arrastar uma das cadeiras para sentar.
- Vá cuidar da sua coleção de sutiãs que é melhor pra sua vida! – Disse o rapaz mostrando a boca cheia de ensopado para a garota.
- Parem vocês dois! – Exclamou a mulher encarando um a um. – Eu já falei que não quero vocês dois brigando, com esse mundo do jeito que está hoje, não fale a pena brigar por bobagens.
A garota tão bela como uma veela recolheu um dos pratos da mesa, deu a língua para o irmão e escondeu rápido para que a mãe não visse. O irmão retribuiu com um gesto no dedo do meio.
- Querida, como andam as coisas na direção do Gringotes? Vi dizer que alguns duendes foram pegos roubando moedas de ouro...
- Isso é fofoca, o Profeta Diário não tem o que publicar e ficam inventando essas idiotices. – A menina comia delicadamente cada colher do ensopado.
- Semana passada tive que obliviar duas trouxas que viram o Percy Weasley dando depoimentos para penas e pergaminhos voadores. – Riu o rapaz com o bigode sujo com a comida.
- O Profeta deveria ser proibido, falava isso com o Rufus e ele nem ligava, vou manter minha proposta com o Shacklebolt, esse talvez faça mais pelo cargo que tem.
- Carlito? Carlito? CARLITO?! – A menina que a pouco deu língua para o irmão, levantou afoita da cadeira para ajudar-lo.
Carlito ficava cada vez mais vermelho, levava sua mão ao pescoço, não conseguia falar e suava abruptamente.
- O que aconteceu? – Perguntou a mulher também se levantando depressa, mas nos dois primeiros passos ela caiu com um baque seco ao chão, se contorcendo.
- Pai, FAÇA ALGUMA COISA! – A menina olhou desesperada para o homem que estava imóvel com a colher de ensopado caída na camisa branca.
- Ar.. ar... – Gemia a mulher ao chão.
- MÃee... – A garota arregalou os olhos e também se chocou com o chão, as mãos na garganta tentando respirar, até que ficasse totalmente parada.
As duas mulheres ficaram caídas, ambas de olhos abertos, fixo. Carlo e Carlito miravam o caldeirão encima da mesa, e o ensopado no bigode do homem pingava na blusa, era a única coisa em movimento na cozinha até a elfo doméstica sair de detrás da porta, correndo em direção a sala principal.
Snape já estava diante a porta quando ela a abriu.
- Ótimo! – Exclamou ele empurrando a elfo de lado para adentra a casa.
Snape percorreu roda a sala até a cozinha dando risadas de satisfação. Riu ainda mais forte ao ver os quatro bruxos imóveis.
- Tolos! – Chigou encarando o menino.
Snape se direcionou ao homem, arrastou-o para perto da mulher usando certo esforço que não fora necessário ao fazer o mesmo com o rapaz e a garota. Os quatro estavam empilhados, um a um.
- Avada Kedavra! – Ordenou ele direcionando a varinha diretamente para a elfo que acabava de voltar à cozinha.
Ela caiu no chão com um baque surdo.
Snape voltou sua atenção para os outros, colocou-se ao lado deles e agarrou uma das mãos no bolo de corpos, logo sumiram todos da cozinha, Snape os levou aparatando.

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