NENHUMA PISTA



A garota criara mais corpo e sua silhueta era bem mais definida, via-se curvas delineadas no roupão fino de cetim enquanto Hermione caminhou até a mesa para apanhar um segundo livro, onde se podia ver uma capa vermelha sem nenhum nome escrito.
Harry continuava no sofá, seus olhos espremiam-se por detrás dos óculos, lendo minuciosamente cada linha de “Magia é Arte”.
A sala era iluminada apenas por uma luminária que se localizava encima da escrivaninha de centro, onde Hermione chegara sentando-se ao chão.
“Magnólias encantadas... Centrífugos..” ela lia o índice usando a mente para que não pudesse atrapalhar Harry que estava concentrado na leitura silenciosa.
- Hermione... olha isso.
“Alguns livros, mapas, pergaminhos, etc. São projetados para serem abertos por algum tipo de feitiço, geralmente esses objetos são heranças de famílias antigas, e os feitiços a qual pertencem são hereditários, onde apenas o filho primogênito fica a par de sua existência...”
- Claro! É isso, Harry! – Disse Hermione terminando de ler a página que Harry indicara.
- É, como a Manuelles falou, o livro precisa de um feitiço para ser aberto.
- Sim, Harry. Por isso o Snape seqüestrou o Stephen, ele não precisaria de um livro fechado que não oferecesse as informações que ele queria.
- E o Stephen não contou como abriria o livro, afinal nem a irmã dele sabia.
- Então o Snape levou o Stephen para torturá-lo até que conte como abrir o livro. – Completou Hermione pasma.
Já se podia ouvir alguns pássaros cantando no exterior da casa e poucos feixes de luz solar apareciam na janela. Amanhecia lentamente na Vila Lobo.
- Harry, se o Stephen ceder as torturas de Snape, o que vai acontecer?! – Hermione se fixava ainda mais ao chão, com medo.
- Não sei, não sei o que o Snape pretende fazer com aquele espelho, não sei. Droga! – Harry se irritava mais a cada segundo, sabendo que talvez não pudesse fazer mais nada. – Se não fosse minha estupidez... aquela noite na igreja... se não fosse minha burrice...
- Harry, não se culpe de tudo que acontece, por favor! – Hermione levantou-se do chão e sentou ao lado do amigo no sofá. – Você não tem culpa nenhuma do Snape ser aquele canalha que é!
- Vamos continuar procurando?! – Harry interrompeu qualquer lagrima que viesse a cair de seus olhos naquele momento.
- Uhm! – Hermione apanhou seu livro e voltou a ler. - Não acho que em algumas dessas páginas falem do feitiço que possa abrir aquele livro ou o que seja lá o que estamos procurando.
- Procure mais informações sobre o poder do espelho... – Engoliu em seco. – Se é que aquele espelho tem algum poder!
- Bom dia, jovens! – Exclamou o velho barbudo que se contorcia a uma poltrona negra, preso ao quadro na parede. – Vejo que madrugaram em suas buscas, não?! – Sorriu.
- Bom dia, Dumbledore... – Disse Hermione e Harry em uma só voz.
- E vejo também que cessara aquele clima de ontem! – Piscou para Hermione, que riu.
- Senhor, descobrimos que o livro que o Snape roubou é de família antiga... que...
- Artónio Baungartem, foi o primeiro dono do livro, Harry! – Dumbledore ainda espreguiçava-se. – O primeiro Baungartem a ser homenageado na antiga Classe de Méritos reconhecidos.
- Senhor, porque não me falou antes...
- Isso não tem nenhuma importância, Harry! O que temos que descobrir é o que está dentro daquele livro e para que o Severus queira tanto ele.
- Mas, senhor...
“Tra tra tra!!!”
Todos da sala se viraram para a porta, pareciam socá-la bravamente. O elfo com um pijama verde-limão e um gorro na cabeça num instante surgiu de frente à enorme porta de Carvalho.
- Cuidado, Dobby! – Exclamou Harry assustado.
Dobby bocejou e colocou seus imensos olhos de gude pelo olheiro da porta e logo a abriu.
Um homem trajando uma enorme capa com dois ‘Ms’ bordado ao peito invadiu a casa aos berros.
- Harry, esse feitiço de poder aparatar só de dentro pra fora me irrita! – A expressam de ansiedade na face cicatrizada do homem era inevitável. – Garoto, ponha sua capa e venha comigo!
- Bom dia, Alastor! – Dumbledore interveio.
- Olá, Dumbledore... agora não tenho tempo para saudações, o que temíamos acabou de acontecer! – Moody batera a bengala vorazmente ao carpete.
- O que aconteceu, Moody?! – Hermione temia o pior.
- Não me diga que o Snape apareceu de...
- Creio que não, Harry! Coisa bem pior... – Gaguejou. – Vá logo pôr a capa, Potter!
- Dobby, por favor vá buscar minha...
Dobby sumiu e logo em seguida voltara para a sala segurando uma pesada capa azul.
- Aqui esta sua capa, Senhor! – Dobby entregou a Harry que vestia rapidamente. – Quer mais alguma coisa de Dobby, meu senhor?
- Não, Dobby... – E o elfo sumira novamente.
- Moody, poderia nos dizer o que aconteceu ou vai deixar o velho aqui curioso?! – Dumbledore tentava falar no mesmo linguajar do auror.
- Ah... Alvo, o Sr. Baungartem foi encontrado... – Pigarreou. - ... uh... morto nos arredores de Balenin, uma trouxa que o encontrou.
- Snape aquele rato sujo! – Hermione lacrimejou.
- Como?! – Harry não aceitara de imediato a notícia.
- Harry, vá depressa com Alastor, creio que ajudará muito a achar o Severus. – Dumbledore como poucas vezes deixara sua face mostrar um certo temor.
Hermione e Dumbledore ficaram parados perplexo olhando Harry e Moody aparatarem.
Os dois aurores surgiram ali sob o chão batido. A estrada adentrava num emaranhado de árvores altas e imponentes. O sol começava a tomar forma ao céu.
- Harry, vamos vasculhar a casa do Sr. Baungartem a mando do Ministro. – Moody rodopiava o olho de vidro.
- A procura de que?! – Perguntou ele confuso.
- Qualquer coisa, Harry, qualquer coisa que leve ao Snape! – Exclamou.
- E a Manuelles?
- Já voltou para casa dela, tem dois aurores de vigília lá.
- Uh!
Andaram por pouco tempo e logo avistaram a cabana de dois andares e porão muito bem cuidada, onde tinham ido dias antes. Agora nenhuma fumaça era vista na chaminé e as cortinas das janelas não pareciam existir mais. O que assustara Moody e Harry. Os dois bruxos subiram os três pequenos degraus na entrada, e rodaram a fechadura.
- Droga! – Moody conseguira abrir alguns centímetros da porta, mas logo emperrou, algo impedia que ela fosse totalmente aberta.
- Reducio. – Disse Harry indicando a varinha para brecha da porta já aberta.
Assim Moody conseguira a abriu completamente. Ele e Harry pararam com a visão que tinham. As cortinas que antes forravam as janelas estavam rasgadas ao chão, o sofá que preenchia o centro da sala fora colocado de ponta cabeça. Todos os enfeites eram vistos quebrados e estilhaçados por todo o cômodo.
- O Snape esteve aqui! – Exclamou Harry tenso.
- Certamente!
Moody e Harry adentraram a casa, se desviavam de todos os objetos pelo carpete, a varinha de Harry estava ainda mais a posta e o olho de Moody rodava mais que o normal.
- Oh, não! – Disse Harry apontando a varinha para o gato peludo e extremamente branco caído ao chão, suas pernas pareciam reviradas e a cabeça não situava-se totalmente no pescoço, além de exalar um fedor insuportável.
- Morreu com a Cruciatus... coitado! – Disse Moody cuspindo ao olhar para o animal morto e o transportando dali com um pequeno feitiço.
- Deve ter mais de doze horas que ele foi morto. – Disse Harry. – O Snape já deve esta bem longe.
Os dois continuaram revirando tudo, Harry mexia nos livros que encontrara no chão, enquanto Moody vasculhava os armários e toda a cozinha.
- Nada! – Moody voltara para a sala, insatisfeito. – Não tem nada lá dentro, só pratos e xícaras quebradas.
- Aqui também não encontrei nada útil. – Harry jogou o livro bruscamente ao chão.
- Talvez no sótão. – Disse Moody.
Seguiram procurando em todos os lugares alguma pista de onde Snape poderia estar ou ao ver de Harry, qualquer coisa que ligasse ao livro de Stephen.
Desceram as escadas, reviraram os móveis já revirados.
“Vigardium Leviosa”, “Reducio”, “Delitrius” - Os dois usavam todos os tipos de feitiços conhecidos para remover, diminuir e extinguir todos os objetos pela casa.
- Merda! – Harry não agüentava que a idéia de Snape ter matado alguém e escapado entrasse em sua cabeça.
- Calma, Harry! – Exclamou Moody abrindo a tabua que servia de porta para o Alçapão subterrâneo. – Ali está o cofre. – Apontou com o dedo.
Harry olhou o cofre escancarado e vazio, apenas alguns ratos se manifestaram à luz do Lumus da varinha do garoto. Confirmou que não havia nada mais que lhes ajudassem em relação à Snape naquela casa.

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