PRIMEIRAS PALAVRAS



O Profeta Diário daquela manhã causara o maior alvoroço em toda comunidade Bruxa. A capa já era exposta, tomando grande parte da capa do jornal, a foto de Quim. As páginas decorrentes vinham falando minuciosamente todo o acontecimento, em uma delas tinha até o depoimento que Hermione havia dado na noite anterior, quando os jornalistas invadiram os jardins da mansão.
- Você ficou linda na foto. – Rony deu um beijo na garota que segurava o jornal, sentada ao meio de Rony e Harry no sofá da sala.
Abaixo da foto de Hermione vestida de camisolas falando com um dos jornalistas, vinha um pequeno depoimento da garota:

“Nos meses que eu trabalhei servindo ao Rufus Scrimgeour, ele me parecia ser um homem muito gentil e paciente, nunca imaginaria que alguém como ele, fosse capaz de tal barbaridade. Não sei como alguém tiraria a vida de um próprio filho, assim, dessa forma e ainda se deixar chantagear por um Comensal da Morte?! Estúpido! Ficarei feliz em depor contra ele no julgamento na segunda-feira. Isso não se faz.”

- Quem diria, o Rufus, hein?! – Harry passara apressado o jornal para a próxima página.
- Eu nunca fui com a cara dele... – Rony passou rapidamente ao ver a foto de Percy no canto esquerdo do jornal. – Onde eles acharam o Percy?!
- Esses jornalistas acham qualquer um, tive que sair de madrugada ontem, ficaram jogando excrementos na minha janela.
- Ainda bem que não quiseram meu depoimento. – Harry riu.
- O que será que o Snape deve está achando disso?! – Rony quem falara.
- Deve está odiando.
- Não sei não, Harry. – Hermione tirou o olho do jornal e encarou o amigo. – Acho que o Snape está pouco ligando para o Rufus agora, o Snape já deve ter conseguido tudo que queria com o Rufus.
- É, você pode ter razão...
- Mas o que mais me deixa curiosa é saber como o Snape conseguiu aquela matéria sobre o Rufus.
- Ah, Mione... o Snape é comensal da morte... – Rony pigarreou. – E deve ser que naquele tempo... Você-sabe-quem estava recrutando novos aliados...
- Sim, o que tem haver?! – Hermione e Harry olharam curiosamente para os olhos profundos do garoto.
- Vocês não acham que você-sabe-quem vai chamar qualquer um que passe pela rua pra ser seu seguidor, não é?!
- Aonde você quer chegar, Rony?! – Perguntou Hermione largando o jornal sobre o colo.
- Você-sabe-quem devia sondar alguns bruxos que cometessem algo terrível para integrar seu grupo...
- E como Snape já era comensal, ele soube que Rufus tinha cometido um crime, pois poderia ter sido sondado por Voldemort no passado... – Harry continuou.
- Isso, ai só foi ele conseguir ligar os fatos e temos a notícia perfeita para uma chantagem. – Completou um Rony serio.
- Você é um gênio, Ronald! – Hermione socou um beijo no noivo, Harry riu.
Harry fez menção de se levantar do sofá, mas Hermione parou imediatamente de beijar o ruivo e puxou o braço de Harry:
- Não são só vocês dois que pensam aqui. – Hermione sorriu para Harry.
- Como assim? – Harry sentou-se novamente, e Rony encolheu a testa.
- Sabe aquele poema que o Rufus copiou antes de entregar ao Snape?
Harry balançou a cabeça afirmativamente, Rony continuou com a testa enrugada.
- Então... eu peguei ele. Coloquei no meu bolso quando o Quim ainda não tinha chegado... – Harry arregalou os olhos curiosos. – Quando os jornalistas jogaram os excrementos na janela eu só vi porque não estava dormindo ainda.
- Uhm... – Harry olhara ainda mais curioso para a garota, o mesmo fazia Rony.
- Eu estava tentando decifrar as entrelinhas daquele poema...
- E o que conseguiu? – Harry interveio esperançoso.
- Do que vocês estão falando? – Rony continuava com a testa do mesmo estado dos últimos minutos.
- Olhe você mesmo, Harry... – Hermione tirou um pedaço de pergaminho do bolso e entregou ao amigo, Rony também se debruçou sobre ela para ler.

“Mostra-me quem sou de verdade
Como realmente sou.
Trazer algo novo, antigo.
A minha alma deseja.
Pessoa ou pessoas que me façam feliz.
Que mais preciso.
Mais sinto falta do colo.
Amo pouco, amo quase nada.
De que adianta viver, sem amor?
Volta e meia me pego no abismo da solidão.”

Baungartem Artónio S. – 1561

- Não vejo nada de diferente... er.. Por quê você circulou as primeiras palavras de cada linha? – Harry encarou a amiga com ainda mais duvida, se isso era possível.
- Ah, Harry... – Hermione tirou o sorriso do rosto, esperava que o amigo fosse pouco mais esperto. – Leia só as palavras circuladas... VOCÊ está me machucando, Rony! – Rony voltou ao seu canto, tirando o corpo de cima das pernas de Hermione.
- As primeiras palavras!? – Harry enfiou os olhos revestidos com os óculos e leu. – Uhm... Mostra-me... Como... Trazer... A... Pessoa... que mais amo de... Volta. – Harry encarou a amiga com os olhos esbugalhados. – Hermione, VOCÊ SIM É UM GÊNIO!!
Hermione sorriu e abraçou o amigo.
- Alguém vai me explicar o que está acontecendo... ou vou ficar aqui boiando como a lula gigante? – A cara de palerma de Rony ficava ainda mais em evidência.
Harry e Hermione riram. E logo depois contaram tudo que sabiam para Rony, que enfim, tirara as rugas da testa.
- Mas será que o Snape já não sabe disso? – Disse Rony colocando novamente as linhas delineares sobre os olhos.
- Isso não sabemos, mas se ele já soubesse como abrir aquele livro... ele já teria aprontado alguma...
- Também acho, Mione... ele ainda não deve ter aberto o livro. – Harry levantou vagarosamente do sofá.
- Mas o que deve ter de tão surpreendente que o Snape tanto quer nesse livro? – Rony ainda permanecia preso ao canto do móvel.
- Creio que a união dos dois, espelho e livro, vá causar alguma coisa...
- É isso que queremos saber, Mione, que coisa será que esses dois objetos unidos fazem?
O trio ficou por bons minutos discutindo o que poderia e não poderia acontecer com os objetos. O dia de sábado foi aproveitado muito bem por uma partida de quadribol improvisada, com a visita dos gêmeos. Letícia aparecera pela tarde para admirar Harry acertando a bola de Tênis, que servia como Goles, dentro das duas árvores, ela dava gritinhos a cada ponto que ele fazia.
A noite veio, levando Letícia de volta para sua casa na vila. E rendendo mais alguns minutos de discussão entre Hermione e Harry.
No domingo não se falava em outra coisa, se não o julgamento de Rufus, na mesa do café da manhã, Arthur chegara a dizer que comeria o fígado de alguns Julgadores se eles não votassem contra Rufus, Molly fizera cara de desaprovação.
Durante todo o dia o assunto se estendeu. Fred e Jorge voltaram para o Beco Logo após o almoço regado de petiscos da Sra. Weasley.
O Domingo se fechou quando o sol despediu-se, e a segunda chegou com o mesmo sol surgindo.
- Não sei por que o Harry não foi chamado para depor também. – Disse Rony no café da manhã de segunda feira.
- O Quim deu um jeito de dizer que foi ele quem descobriu tudo sobre o Rufus... – Arthur encarou Harry e Hermione. – Pegaria mal saber que o Potter e a Granger mexiam em coisas que não eram do interresses deles.
- Uhm... mas por que a Hermione vai depor então? – Rony olhou fixo para o pai.
- A Hermione era assistente do Rufus, nada mais obvio.

Harry passou toda a manhã em sua saleta, hora e meia olhava para a porta, na esperança de Hermione entrar, para dizer como tinha sido o julgamento, ele já tinha acabado dois tinteiros inteiros, desenhando vassouras e corujas nas folhas de pergaminhos, tentando conter a ansiedade.
- Culpado! – Exclamou a menina de cabelos logos e estilhaçados pelos ombros ao invadir a pequena sala de Harry. – Culpado de todas acusações...
- Ótimo... ele vai para Azkaban? – Harry levantou depressa mirando Hermione.
- Sim, sim... ele teve todos os votos do júri. Unânime! – Hermione sorriu abraçando Harry fortemente. – Vamos conseguir pegar o Snape também, Harry...
- Vamos sim!

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