Potter Poeta



Capítulo 32
POTTER POETA

Harry abriu os olhos: a neve caia lá fora.

O quarto da Grifinória estava mais escuro do que nunca naquela manhã de Natal. O mês de Dezembro em Hogwarts parecia ter sido encoberto por uma nuvem de sombra, mesmo que os Weasley, Girassol e os Granger estivessem ali. O clima místico e sombrio era tão tenso que, certa vez, alguns dias antes, Harry pensava ter visto dementadores num dos corredores do quarto andar, mas RAB lhe garantiu: era só sua imaginação.

Nem Rony, nem Neville estavam em suas camas. Harry desceu as escadas até a sala comunal da Grifinória onde os dois amigos juntamente a Gina e Mione desembrulhavam os presentes de natal como um leão a dilacerar sua presa. Metáfora inútil, pensou Harry. Ao terminar de descer as escadas Harry viu que as Granger, os Weasley e Girassol também estavam ali.

- Venha aqui, Harry.

Harry então foi até Molly que o chamava no canto e ela entregou- lhe um pacote macio e Harry tinha certeza do que era: Mais um belo suéter de tricot. Mas ao desembrulhar, para a surpresa de Harry, não era um suéter: era um lindo sobretudo de tricô azul com as iniciais HP em amarelo nas costas.

- Todos os outros da Rosa ganharam um igual... – Disse Molly orgulhosa de si mesma. – Será o uniforme de vocês.

Harry olhou para o resto da Rosa e viu que Gina, Rony, Mione, Neville também vestiam um sobretudo parecido. Ao chegar perto da namorada, Harry viu que ela estava meio emburrada ao ver que até Denetra tinha ganhado um sobretudo de tricô. Enquanto Neville foi correndo até a Corvinal levar o de Luna, Molly tirava de dentro de um saco, um gigantesco sobretudo com as iniciais RH atrás.

- Até para ele eu tinha feito, sabem... – Disse ela segurando com carinho o sobretudo que seria de Rúbeo Hagrid e limpando uma lágrima dos olhos. – Esse foi o que deu mais trabalho para fazer...

Harry então lembrou-se de Hagrid. Velho amigo Hagrid. Afinal, foi ele quem tinha buscado Harry na noite da tragédia; foi ele quem tinha contado a Harry que ele era bruxo e ele levara Harry até a estação Kings Cross. Hagrid foi a pessoa que apresentou a Harry, o mundo bruxo. Harry o tinha como um meio-gigante, meio-amigo, meio -irmão.

Gina então aproximou-se de Harry e entregou a ele um pacote: uma carta dos Dursley! Harry guardou no bolso. Não tinha interesse nenhum em ler a carta. E então Girassol cutucou suas costas.

- Bom, Harry... O meu presente... Na verdade é um presente para toda a Rosa. Comprei uma para cada um. Espero que gostem.

Denetra e Luna chegaram a sala comunal da Grifinória. Apesar de ser meio “proibida” para alunos de outras casas, eles poderiam alegar que era uma reunião de emergência da Rosa Branca.

- Mandou nos chamar Srta. Girassol? – Perguntou Luna educadamente que vinha com Neville ao seu lado, e usava o casaco rosa com um grande LL vermelho atrás.

- Sim... Eu pedi para chamarem vocês porque tenho um presente para a Rosa Branca. Como eu disse ao Harry, o presente é para todos: tem uma para cada um. Apesar de alguns não gostarem muito, creio que elas serão bem úteis.

Girassol então deu uma grande caixa para Harry que começou a abrir com cuidado. Harry puxou um grande e espalhafatoso laço de fita que, ao abrir-se, permitiu que se visse o conteúdo da caixa: eram oito belas vassouras de corrida! Feitas de madeira branca com as cerdas negras. No cabo na vassoura bem polida tinham entalhadas, em cada uma, o formato de uma bela rosa.

O olhar de Harry não conseguia sair das belas vassouras que estavam diante dele. “Mandei eu mesma entalhar as rosas”, dizia Girassol com um largo sorriso de batom verde que combinava com todo o resto da roupa. Harry então viu na ponta de uma das vassouras escrito em tinta negra: Firebolt Master – Harry Potter.

- Cada uma tem o nome de um de vocês... Menos uma... Que está sem nome.

Harry pegou sua vassoura. Era mesmo muito bonita e leve. Rony e Gina ficaram maravilhados ao receber o presente, ao contrário de Mione, que apesar de agradecer encarava a vassoura como se procurasse nela alguma utilidade. Denetra também parecia ter ficado imensamente feliz com o presente assim como Luna. Neville, a exemplo de Mione, agradeceu, embora não soubesse ao certo como usaria “aquilo”.

Harry então lembrou-se de sua boa e velha Firebolt. A vassoura que Sirius tinha te dado... O que faria com ela agora? Harry pensou em dá-la a alguém... Mas não conseguia pensar em ninguém, afinal toda a Rosa já tinha vassouras maravilhosas agora.

- Essa é a segunda vassoura que eu te dou, Harry... Espero que aproveite-a bem...

- Segunda?

- Bom... Certamente não foi a Minerva que te deu a Nimbus. Ela até teria te dado, mas não tinha dinheiro. Assim que ela te viu treinando nas aulas da Madame Hooch no primeiro ano, ela me mandou uma carta dizendo da sua habilidade em Quadribol e sobre você já estar no time da Grifinória. Então eu comprei a Nimbus e mandei. Só que tive que pedir para ela dizer que era um presente dela, pois, como já expliquei, não queria que você ficasse sabendo de mim por outras pessoas.

- Obrigado. – Respondeu Harry voltando novamente seu olhar para a vassoura de madeira branca.

Harry sempre tinha achado estranha a atitude de Minerva McGonagall em dar a ele uma Nimbus logo no primeiro semestre. Primeiro porque ela não o conhecia como pessoa e segundo porque a professora McGonagall não era, definitivamente, o tipo de professora que faz favoritismo em relação aos alunos. Mas agora ele sabia: a Nimbus era um presente de Girassol.

***


O dia de Natal passou bem.

Todos almoçaram juntos e até Sr. Weasley fez uma visita na hora do almoço de Natal. Harry então lembrou-se que estava com a carta dos Dursley no bolso: não queria abri-la. Não devia ser nada importante afinal de contas. Tudo estava bem até a chegada das corujas.

O correio coruja chegou á mesa na hora do almoço trazendo o desassossego de todos pelo resto do mês. O Profeta Diário, O Pasquim e todos os outros jornais e revistas, tanto de trouxas como de bruxos, anunciavam o caos em Londres.
Conforme a Tia Petúnia tinha dito, os Pellagium estavam por toda parte e o Primeiro Ministro dos trouxas tinha decretado estado de calamidade pública: todas as pessoas deviam evacuar a cidade o mais rápido possível.

Além disso, o estado de caos estava se espalhando para outros países da Europa e, inclusive, o Canadá e o norte dos Estados Unidos. Os Comensais e Dementadores atacavam descaradamente trouxas e bruxos e muitas obras como viadutos, edifícios e pontes estavam desaparecendo ou rachando, teoricamente “sem explicação.”

- Tomara que isso tudo não chegue na Grécia! – Exclamou Rebecca preocupada com o pai que não pudera passar o natal ao lado da família.

- Deus me livre!

- Me desculpem, garotas, mas é só uma questão de tempo. – Alertou Molly preocupada. – Foi assim da outra vez. As áreas menos atingidas foram o sul da América do Sul, da África e os países Orientais, que estão mais distantes de toda essa nossa realidade.

- Os Estados Unidos fora totalmente tomado da outra vez, segundo o papai – Disse Fred fazendo terror.

- Mas depois foram todos obliviados. – Disse Jorge completando-o por conseguinte.

Harry pensou em seus tios. Afinal de contas, Petúnia tinha conseguido se livrar do caos na Inglaterra, mas uma hora isso atingiria a Califórnia, onde eles moravam agora. Harry então voltou a pensar na carta dos tios. E se não fosse um “Feliz Natal”? E se fosse um pedido de Socorro?

Harry achou melhor abrir a carta dos tios. Levou as mãos ao seu bolso direito e tirou de dentro do novo sobretudo de tricot, uma carta completamente amassada que ele tinha socado ali de qualquer jeito.

Ao abrir, para sua surpresa, percebeu que a carta não era tão pequena assim. Tratavam-se de duas folhas de papel que ele abriu com cuidado. Harry então chamou a Rosa (e os Weasley e Girassol que também estavam ali) para ouvirem a leitura da carta dos tios.

“Potter,

Caso queira saber, eu, seu tio e seu primo estamos bem aqui. Não vamos te mandar presente nenhum porque não temos dinheiro. A mudança nos fez gastar muito e os compradores parecem ter desistido da compra da casa.” - Harry olhou para Mione e Rony que riram-se lembrando do papel e da vela flutuantes que eles tinham deixado ali – “Com as coisas da Mudança descobri uma carta do seu pai para a sua mãe. Não me pergunte, porque eu não sei como ela veio parar comigo! Parece ser uma música, ou um poema ou sei lá! O Válter queria jogar fora, mas como eu ia te escrever essa carta achei melhor mandá-la a você. Vai ver você queira saber como seu pai era um meloso ridículo.

Petúnia.”


Harry colocou o papel ao seu lado e pegou a outra folha. Continha, conforme o que Petúnia dissera, um poema de Tiago Potter para Lillian. Nesse momento, todos a volta encaravam Harry curiosos e com atenção. Ele abriu o poema e leu todo em letras minúsculas:

“Lílian,

meu amor por você é grande
e hipócrita seria minha existência sem ti
jamais sentirei lábios tão doces quanto os teus
meu mundo é você, minha existência

meu coração é cada dia mais teu
minha vida está em ti, assim como a tua está em mim
nossas almas irmãs encontraram-se
nunca vou te abandonar

meu ser depende de você, minha linda
existo porque meu eu está ligado a ti
como um poderoso elo infinito

Tiago Potter.”


Todos começaram a rir das palavras melosas do pai de Harry, exceto Gina e Denetra que pareciam analisar o pedaço de papel sobre um outro aspecto.

- Isso não me parece um simples poema. – Disse Gina pegando o papel em sua mão.

- Nem a mim... – Disse Denetra analisando-o. – Seu pai não devia escrever tão mal, Harry.

- Como assim? – Perguntou o garoto encabulado com a atitude das meninas.

- Harry, é óbvio que esse poema está mal escrito. Ninguém chama sua amada de “minha existência”. A palavra existência só foi colocada aí, porque seu pai precisava de um pretexto para usar a letra “X”.

Harry não estava entendendo o que Denetra estava querendo dizer, mas concordava que “minha existência”, não era uma forma de tratamento muito usual. Denetra então sacudiu a varinha e apontou para o papel dizendo “Revele seu segredo”... Nada aconteceu. “Apparecium”... Ainda nada.

- Se há algum segredo aí, deve estar bem escondido. – Concluiu Gina virando-se para Girassol. – Srta. Girassol...? Você conhece algum feitiço para desfazer ocultação mágica?

Ela virou a varinha para o papel e disse: “Finite Incantatem”, nada aconteceu. “Finito”, ainda nada.

- Esses feitiços são muito óbvios. – Concluiu Gina olhando para Denetra que também não parecia saber nada de novo. Mas foi o senhor Weasley quem deu a resposta.

- Eu posso tentar alguns feitiços... Trabalhei com isso por um tempo... Tentar descobrir mágica oculta... – Ele pegou pergaminho em suas mãos e agitou a varinha. – Finitem Ocultácce! – Nada – Logoverto! – E finalmente algo aconteceu. Ao longo do poema, algumas letras começaram a brilhar mais que outras.

Harry olhou novamente para o poema. As letras em destaque pareciam saltar da folha de papel. Harry pegou um pergaminho e foi anotando as letras uma a uma na ordem em que apareciam.

L I L L Y A H O R C R U X E S T A C O M A I R M Ã D E L A E M A L M A

Depois de um tempo, Harry e Gina puderam separar adequadamente as palavras: LILLY, A HORCRUX ESTA COM A IRMÃ DELA EM ALMA. Uma nova pista surgiu! Harry suspirou. Tudo estava perto do fim?

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