Desventuras em Férias



Capítulo 30
DESVENTURAS EM FÉRIAS


Todos estavam reunidos na ala hospitalar.

Hagrid, Denetra e Neville eram os únicos da Rosa que estavam de pé. RAB, Lupin e Godwin também estavam a ali enquanto eles narravam tudo o que acontecia, passo a passo. Mione contou como os comensais conseguiram aprisioná-los e como eles só conseguiram escapar com o chamado de Hagrid.

A história mais emocionante, no entanto, foi a de Neville que contava sobre a senha da fechadura e, como usou o sangue do dragão para destruir a máscara do quadro.

- E então eu... Eu amaldiçoei a Narcisa com o Cruciatus.

Todos ficaram perplexos e olhavam Neville espantados. Justo ele! Justo ele que tinha os pais em coma por causa dessa maldição! Neville estava ainda pálido, não conseguia se mexer direito e todos perceberam que ele tinha ficado abatido.

- Então... Narcisa ficou com a taça no fim... – Comentou Rony em um misto de raiva e desapontamento.

- Não. – Todos olharam para Neville perplexos novamente. – Eu sabia que eles iam querer que eu devolvesse a taça, mas a Narcisa ficou... Com um chrono equalium dela. A verdadeira esteve o tempo todo no meu bolso.

Neville tirou de seu bolso uma pequena taça com asinhas. Era muito bem feita e tinha um brilho que chamava bastante a atenção. Mas a maioria ali parecia estar cego para a taça: estavam mesmo admirados com o como Neville Longbottom pudera mostrar grande valor em três momentos cruciais.

- Por três vezes, – Disse RAB beijando a testa de Neville e falando orgulhosamente – ontem você mostrou sua total lealdade para comigo, à Rosa Branca e à seus pais, Neville. Eles estariam infinitamente orgulhosos de você. Primeiro porque você decifrou o enigma da fechadura, depois porque se lembrou do último uso do sangue de dragão, mas principalmente porque conseguiu com perícia conjurar um chrono equalium bom o suficiente para enganar Narcisa. Acho que cinqüenta pontos para a Grifinória são muito justos desse modo... E também um aumento no salário do professor duende!

Todos riram, afinal fora Flitwick que ensinara com precisão como conjurar o feitiço de ilusão e imitação. Depois foi a vez de Harry contar sobre Girassol, o que deixou a todos muito felizes e emocionados.

- É tão bom descobrir que eu ainda tenho uma família.

RAB e Denetra entreolharam-se sorrindo, assim como todos que estavam felizes por Harry. E então, depois daquele dia, todos tiveram alta e a neve invadiu a escola.

***


O inverno chegara com toda a força possível.

Mesmo com o campo de Quadribol sempre cheio de neve, Harry não deixava de treinar toda a semana. O próximo jogo seria contra a Corvinal e ele não queria dar mais o vexame da outra vez. A taça fora destruída, ele ganhara uma madrinha e Gina tinha voltado para ele. O sorriso enfim voltara para Harry.

Demelza, Dino, Peakes e Cookes jogavam cada vez melhor, mas Harry estava mesmo impressionado com o desempenho de Gina que, apesar de passar por Harry periodicamente dando beijinhos, estava melhor a cada jogo. Rony estava jogando como sempre. Seu desempenho não tinha piorado, mas também não tinha conseguido nenhum avanço e Harry achou que isso se devia a Mione que não queria voltar para ele.

“Somos bons amigos, Rony... Acho que isso basta!”

As reuniões da Rosa Branca estavam a todo vapor.

As que aconteciam na casa de Hagrid eram destinadas a descobrir o paradeiro da “última” Horcrux. Esse objeto era, de todos, o mais misterioso. O diário Harry tinha destruído sem saber de seu real significado. O anel, a taça e o cetro eram objetos dos antigos fundadores de Hogwarts e o medalhão já tinha sido destruído por RAB. As especulações deles, eram de que o último objeto pertencesse a Godric Gryffindor, mas não tinham provas.

As reuniões na sala precisa eram muito mais emocionantes. Peritos já em Estupefaça, Refleccis, Protego, Expelliarmus, Impedimenta e Epotenus Migliari, desde então os seis componentes da Rosa Branca estavam aprendendo com Harry em como aprimorar o seu Expecto Patronum.

Para a surpresa de todos, Denetra não conhecia o feitiço e foi, de todos, quem mais demorou a conseguir conjurá-lo. O patrono de Denetra era um corcel que se parecia um pouco com o cervo de Harry. Mione conjurava uma bela doninha e era a melhor no feitiço, depois de Harry. O patrono de Neville revelou-se um sapo e o de Luna um esquilo. Rony conjurava um gato e Gina conjurava algo que se parecia uma uma onça ou um tigre.

Divertiam-se por horas ali naquela sala conjurando diversos tipos de feitiços e com isso, o mês passou. Novembro veio rapidamente da mesma maneira que se foi e Dezembro prometia ser frio e sombrio.

***


- Bom, será que vamos para A Toca nessas férias, Rony? – Indagou Harry na mesa da Grifinória olhando a fonte de Dumbledore que jorrava água infinitamente.

- Não sei, Harry...

- Já é dia trinta de novembro. Hoje é o último dia de aula antes das férias... Tínhamos que saber se...

Nesse momento RAB se levantou de sua mesa.

A um curto sinal, todos no grande salão se calaram. A professora abriu um largo sorriso de agradecimento a todos e então sua voz ecoou por entre as mesas do salão.

- Bem, caros alunos eu tenho uma notícia para vocês. Como sabem, Hogwarts está operando com pouco mais da metade da capacidade esse ano porque muitos pais resolveram achar que, em tempos difíceis, a educação não serve de nada! Desse modo, eu e a professora Minerva conversamos e chegamos a seguinte conclusão: Primeiro, que não é bom que ninguém volte para casa uma vez que Hogwarts é ainda mais segura por que temos muitos aurores dentro e fora do castelo. Segundo, que ninguém gosta muito de passar o natal longe da família.

Todos se entreolhavam em dúvida nesse momento. Aonde RAB queria chegar com todo aquele discurso? Tudo isso, eles já sabiam!

- Então resolvemos unir o útil ao agradável e, durante as férias, os pais e parentes próximos de vocês poderão passar em Hogwarts. – Um grande murmurinho invadiu o salão. Os pais em Hogwarts? – Segundo a professora Minerva, no quarto ano, Hogwarts recebeu alunos de duas escolas de fora, e o castelo suportou a grande quantidade de pessoas. Não vejo porque, desse modo, vocês devam se preocupar com espaço! Os pais de cada um dormirão juntos com os filhos em suas respectivas casas. É claro que alguns pais não virão por impossibilidade de seu trabalho ou por serem trouxas... Neste caso eu sinto dizer que os alunos, se quiserem passar as férias com a família, terão que ir até ela.

Harry encarou Mione. Ela estava cabisbaixa, porque teria que passar o Natal a muitos quilômetros de distância de seus pais e isso a deixava um pouco triste. A um sinal de RAB, as portas do grande salão se abriram, e Hogwarts foi invadida por parentes e pais de muitos alunos que vieram correndo para abraçar seus filhos deixando as malas em qualquer lugar. Dos Weasley, Molly, Carlinhos e os gêmeos vieram.

- E o papai? – Indagou Gina procurando o pai entre a multidão.

- Foi impossível seu pai vir , por causa do trabalho, Gina. Ele virá só na noite de natal.

- É legal estar de volta não é Fred?

- É Jorge, é legal se sentir como ex-aluno!

Harry então ficara mais feliz. Ele não tinha uma família, mas há muito tempo tinha adotado os Weasley como uma. No entanto, para a surpresa de Harry, sua família também viera. Uma mulher com lentes de olhos vermelhas combinando com roupas, sapatos, bolsa, cinto e batom aparecera atrás deles.

- Olá, Harry! Sua família chegou!

E Girassol deu um grande abraço no menino ao que ele a apresentou para todos os outros. A Sra. Weasley nunca conhecera Girassol, mas elas tinham ficado amigas tão rapidamente que era como se conhecem a muitos anos. Os pais e parentes logo se acomodaram no Grande Salão para aproveitar com seus filhos aquele café da manhã e as corujas logo invadiram o grande salão.

- Ah, é tão emocionante sentar nessas mesas depois de quase trinta anos... Não é mesmo, Rolly? – Comentou Girassol colocando um grande pedaço de pão na boca.

- É... Mas o meu nome é Molly...

- Claro que é, Rolly querida! – Retorquiu Girassol abrindo um largo sorriso.

Harry encarou Mione que agora recebia a coruja de sua irmã com uma carta logo. Rony olhou para Harry preocupado e os dois perceberam que Mione estava bem abatida. Ao ler a carta, os olhos de Mione marejaram e depois abriu-se um breve sorriso em seu rosto. Mione saiu da mesa rapidamente enquanto lágrimas escorriam de seu rosto.

Rony olhou para Harry ainda mais preocupado quando viu que a menina corria para a mesa dos professores e dava um longo e terno abraço em Minerva McGonagall e outro em RAB que ficaram encabuladas. O que teria acontecido? Mione nunca abraçara um professor daquela forma. Mione então voltou à mesa da Grifinória, mas antes que os dois amigos pudessem perguntar qualquer coisa ela estendeu a carta para Rony que leu em voz alta:

Cara Mione,

RAB e Minerva decidiram abrir para mim, papai e mamãe uma concessão especial para ficar aí na sua escola durante as férias porque, segundo ela, você está ajudando Harry e você merece ou qualquer coisa do tipo. O fato é talvez nos chegaremos aí antes mesmo dessa carta, nos espere...

Rebecca.

PS: papai não vai porque ele vai estar trabalhando


- Elas abriram uma concessão para os meus pais. – Disse Mione enquanto lágrimas escorriam de sua face e Rony levantou-se para abraçá-la, mas ela o beijou.

- Elas chegarão amanhã? – Indagou Harry curioso enquanto Mione desvencilhava-se do amigo.

- Hoje a tarde. A essa hora já devem ter entrado no expresso de Hogwarts...

- NÃO! – Berrou a professora Sibila Trelawney como se estivesse ouvindo a conversa deles. Ela se levantou e gritou para o salão inteiro, ao que todos se calaram. - O Expresso de Hogwarts vai ser atacado por comensais... Em no máximo uma hora!

Harry então viu a pele de Mione empalidecer. A menina saiu correndo pelo salão e Lupin e Tonks foram atrás dela. Todos os professores e alunos estavam acoplados no grande salão entreolhando-se. Denetra então levantou-se da mesa da Sonserina.

- O que estamos esperando, vamos! – Gritou ela.

Neville, Luna, Denetra, Harry, Gina e Rony irromperam atrás de Lupin e Tonks pelo grande salão. Todos os outros os olhavam perplexos e Hagrid então decidiu se mexer. Levantou-se e saiu também. Harry foi até seu quarto e pegou a Firebolt, enquanto os outros foram pegar vassouras nos armários da Madame Hooch. Harry os encontrou na saída da escola perto da Torre do Corujal.

- Mione, Lupin e Tonks já foram? – Perguntou ele.

- Acho que sim... – Respondeu Gina montando em sua Comet. – O.K., vamos!

As seis vassouras dispararam-se pelo ar e então Harry viu Neville sozinho numa vassoura e se lembrou que Mione não sabia voar direito. Harry então começou a ficar mais preocupado com a amiga e, como se nada pudesse piorar, a neve fina que caía do céu esbranquiçado engrossou e vinha acompanhada de vento e chuva. As vassouras ficaram perto uma da outra: eles não poderiam correr o risco de se perder! Harry torceu os dedos: “Tomara que Mione esteja com Lupin e Tonks.”

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