O que era vidro se quebrou



Capítulo 23
O QUE ERA VIDRO SE QUEBROU


Harry pega seu material jogado de qualquer jeito em cima da mesa, e sai pelo salão atrás de RAB. Pelo caminho que estavam percorrendo, Harry percebeu que RAB o estava levando até a sua sala. Percorreram então os corredores de Hogwarts até uma Grande Ave de asas abertas. RAB então disse em alto e bom som: “Parábola Invertida” e entraram nas asas da ave que começou a girar pra cima.
Subiram pela escada até a grande sala redonda que um dia fora de Dumbledore. RAB estava particularmente engraçada com vários Bobs no cabelo e um vestido Rosa Choque. A sala continuava meio bagunçada como sempre fora, mas Harry pode ver sobre a mesa algo que não via a algum tempo: uma memória num frasco.

- Sabe, RAB... Dumbledore... Falou comigo hoje.

RAB olhou através da janela o sol que se punha rapidamente. Nesse momento Harry pode perceber que os olhos da bruxa eram realmente escuros, mas escuros de uma forma que os fazia muito belos. O seu vestido esvoaçava ao andar e dessa vez RAB estava usando mais jóias e badulaques do que nunca. Ela encarou Harry com o olhar e disse:

- Harry, querido... Não foi Dumbledore que falou com você. Foi você mesmo.

- Mas eu ouvi a voz dele.

- A saudade, Harry... Ah! A saudade é uma coisa incrível... Você pode ouvir a vós de Dumbledore porque era exatamente isso que você precisava ouvir Harry. Cada uma daquelas palavras era justamente o que você precisava ouvir, entende?

- Não.

Mas era a voz de Dumbledore!, pensou Harry.
Ele tinha certeza. RAB estava enganada, pois Harry reconhecia aquela voz mansa e cansada. Aquela voz que ele já tinha se acostumado: a voz de Alvo Dumbledore. RAB tinha se enganado, pensava Harry, pela primeira vez.

- Harry, sabe... – disse ela sentando-se na cadeira atrás da escrivaninha enquanto Fawkes lutava contra uma mosca no ar – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você procuraria a fonte. Eu sabia que a grande maioria dos alunos ia fazer isso, mas eu sabia que você seria o primeiro. Então, quando chegou perto do horário do fim das aulas eu fui até o grande salão, mas pelo visto você conseguiu que o nosso pequeno duende o liberasse antes, não é?

- Sim.

- É, Harry... a sua pressa foi maior do que eu pensava... Eu pretendia chegar antes de você a fonte para explicar uma coisa que, por enquanto, é segredo entre mim e Minerva. Eu vou te explicar uma coisa, Harry, mas prefiro que ninguém – ninguém mesmo – saiba... Aquela não é uma fonte comum, Harry. É uma fonte mágica que faz o coração de cada um se abrir.

- O coração se abrir? – indagou Harry.

- Harry, você sabe muito bem que um homem não pode viver só. Você sabe muito bem que se o homem está só, é porque ele escolheu assim e, principalmente, você sabe muito bem que não pode deixar a rosa se partir, Harry, pois ela é a única coisa que pode te salvar – Harry encarou RAB assustado – Desculpe, Harry. Eu tive que entrar na sua mente de novo para saber o que você tinha dito a si mesmo.

- Quer dizer que o que eu ouvi, foi o que eu disse para mim mesmo? Não faz sentido.

- Faz todo o sentido da merda do mundo, Harry – disse ela calmamente, quando Harry percebeu que RAB adorava colocar a palavra “merda” em seus diálogos – Porque tem momentos em que certas coisas acontecem e nós estamos perdidos sem saber o que fazer, Harry.

Harry percebeu que era exatamente esse o seu caso, mas não quis interromper RAB que parecia perdida em suas próprias sábias palavras. “Harry foi até a janela para observar o pôr do sol enquanto RAB dizia: Mas lá no fundo, nós temos as soluções para os nossos problemas, mas a raiva, a tristeza e os sentimentos incômodos nos cegam.
Mas a água da fonte tem o poder de esclarecer. Tem o poder de fazer você ver o que esses sentimentos estão te fazendo ignorar, Harry. Eu não queria contar isso a ninguém, porque quero que as pessoas pensem exatamente o que você pensou: quero que elas nutram a esperança de que Dumbledore está conversando com elas. Mas eu não posso deixar essa esperança em você, Harry, pois você era muito ligado a ele. E eu tenho medo de que isso possa te iludir de certa forma, entende? ”
Harry não respondeu.
Porque todos podiam ficar iludidos e ele não? Porque todos poderiam experimentar um pouco do sonho e da esperança enquanto ele tinha que receber a verdade crua e seca, sempre? Harry começou a achar o mundo tão injusto, que as lágrimas marearam o seu rosto que continuava a observar o nascer da escuridão.

- Harry, Dumbledore disse em seu testamento e me lembro bem das palavras dele: “Esse ano Harry carregará um fardo muito maior” e agora entendo bem o que ele estava querendo dizer, Harry. Não é só a porcaria do Voldemort, é tudo! São os NIEM, seus amigos, a srta. Weasley... Você não é obrigado a suportar a tudo, meu querido...

- E o que você quer que eu faça? – berrou Harry.

- Que divida, Harry! Divida! Você tem sete amigos, Harry. Você tem a mim, meu filho!

- Filho?

- É só um modo carinhoso...

- Carinhoso? Você nem me conhece. Você sabe o que aconteceu comigo, mas você não tem idéia de quem eu seja! Você quer que eu divida meu fardo como? Passando meus problemas para os outros? Não RAB esses problemas são meus!

- E você vai ficar sofrendo sozinho com eles?

- Gina me odeia, não posso pedir ajuda a Denetra porque Gina ficaria com ciúmes, Neville e Luna tem a vida deles, nem eu os conheço direito... Como quer que eu divida os meus problemas com essas pessoas?

- E quanto a Hagrid, Ronald e Hermione?

- RAB eu passei quase seis anos da minha vida dividindo os meus problemas com esses três. Hagrid nem é um bruxo direito e já me ajudou tanto! Ron quase morreu num tabuleiro de xadrez, depois quase perdeu a memória numa cãmara secreta, depois carregou um rato traidor, foi comigo até o Ministério da Magia, protegeu Hogwarts quando os comensais atacaram e quase morreu comido por um dragão! E não preciso enumerar o que Mione já fez! Você quer que eu exija dessas pessoas, mais?

- Sim eu sou louca, Harry Potter. Sou uma bruxa louca, retardada e perua que não fala coisa com coisa! Mas uma coisa é certa: Minha função é te proteger o máximo que posso e tentar te proteger de você mesmo – Harry não entendeu. Proteger-se de si mesmo? – Harry você não vê que você está se destruindo? Você está acumulando mais peso do que você pode carregar, Harry, e seu orgulho está fazendo com que você o carregue sozinho!

As lágrimas que mareavam o rosto de Harry começaram a escorrer. Ele não conseguia entender bem o que RAB estava dizendo, mas no fundo, de certa forma, tudo aquilo fazia sentido. Harry então olhou de novo a memória em cima da mesa. No frasco estava escrito: Thiago, Lilian e Snape. Harry foi até o frasco e RAB disse:

- É uma memória minha, Harry. Dumbledore nunca te contou mas eu dava aulas de Feitiços em Hogwarts quando seu pai, sua mãe e Snape ainda estudavam aqui. Eu te trouxe aqui para mostrar essa memória, mas nós acamos desviando o foco da nossa discussão. Tem a ver com o que você ouviu na fonte.

Harry estava seco. Não sabia se queria ver mais coisas e sentir mais do que ele já tinha visto, ouvido e sentido. Será que o conteúdo daquele frasco ia ser bom para ele? Harry não tinha certeza de que queria ver, principalmente com o nome de Snape escrito ali.

- Eu vou gostar do que vou ver?

- Harry, se você tivesse entrado nessa sala e feito essa pergunta a minha resposta seria: “você talvez não goste muito, mas vai aprender uma coisa importante”. Mas acho que você não está no estado emocional certo pra ver o que essa memória revela.

- Ela é da época em que Snape e minha mãe...

- Não... Mostra o sétimo ano de seu pai. Nessa época ele e Lili já estavam juntos, mas seu pai sempre foi um homem ciumento Harry e é isso que você vai presenciar nessa memória. E queria que você a visse, mas agora não sei se é mais tão seguro.

- Eu quero ver.

A curiosidade estava corroendo Harry por dentro: o que seria tão ruim. Ele sabia que seu pai sempre fora cruel com Snape e decerto veria mais uma das crueldades de Thiago em relação a seu ciúmes. RAB pegou o frasco e abriu. Foi até a penseira e jogou o conteúdo lá dentro.

- Boa viagem, Harry.

Harry não quis esperar. Queria saber tudo sobre o passado de seus pais e rapidamente mergulhou seu rosto na penseira. Sentiu-se leve e caiu. Estava agora no pátio de Hogwarts que ele conhecia tão bem. Ele viu então sua mãe e Snape conversando a um canto e chegou mais perto para escutar.

- Snape, Thiago não vai gostar de me ver aceitando um presente seu.

- Rosa, Thiago não precisa saber que fui eu que te dei. Isso é só entre mim e você.

- Snape, eu amo o Potter.

- Rosa eu já perdi as esperanças de tê-la novamente. Potter a tirou de mim e se você o ama, quero que fique com ele. Mas receba esse presente de recordação.

Harry então chegou mais perto para ver o que era o presente. Sua surpresa foi enorme: uma belíssima presília de cabelo adornada com uma bela Rosa Branca feita de vidro. Harry ficou transtornado. Porque sua mãe guardaria um presente que Snape deu a ela, mas então chegou seu pai.

- Lily se você colocar isso no cabelo!

- Thiago, é só um presente – defendeu ela.

- Mas é dele! E é uma Rosa Branca!

Harry viu então que uma RAB muito mais nova estava observando a discussão de longe. Afinal aquela era a memória dela.

- Thiago, escute bem o que eu vou te dizer: A Rosa Branca sou eu assim como foi a minha mãe! É uma herança de família e eu acabo de ganhar um presente. Eu te amo seu idiota!

- Ótimo! Então não precisa dessa rosa!

Thiago pega a bela rosa branca de vidro da mão de Lilian e a joga no chão. Harry fica encarando seu pai que está com um olhar de fúria. A rosa se parte em três pedaços e Harry vê que Snape sai correndo transtornado.

- Sabe o que você é, Potter? – cospe da cara de Thiago – você é um homem mimado, ridículo, infantil e egocêntrico! Eu amava você, mas você não merece nada do meu amor – Lily junta os cacos da presília no chão – Você é desprezível, Thiago e a única pessoa que te suporta é a sua mãezinha. A coitada da Dona Orquídea te suporta, mas você é desprezível. Eu te odeio, Potter. ODEIO!

Harry começa a ficar trasntornado e volta a enxergar a sala de RAB. Ele estava transtornado porque tinha raiva de seu pai que tinha passado dos limites, mas tinha raiva de sua mãe porque ela tinha guardado os pedaços do presente de Snape. RAB olhava Harry com uma expressão séria que ela não estava acostumada a demonstrar.

- A sua carga de sentimentos já é muito forte, Harry, pra mim te fazer sentir raiva dos seus pais. Mas acho que no fim foi bom você ter visto isso, porque assim eu encerro a discussão que vinha tendo com você.

- Eu não sei de quem eu tenho mais raiva.

- Eu acho que você não deve sentir raiva de nenhum dos dois. Primeiro porque a raiva é um sentimento ruim, segundo porque seus pais já se foram e não adianta ter raiva de quem já é finado... Mas terceiro, Harry... Porque a sua mãe não guardou a presilha – e eu a conhecia bem para te dizer isso – não porque ainda guardasse algum sentimento por Snape, mas porque era uma lembrança da Rosa Branca... Sabe, Harry essa foi a última briga dos seus pais... A mais feia, digamos assim, mas a última. E acho que não deve sentir raiva de seu pai, embora eu o tivesse odiando nesse momento, porque ele era mimado, infantil, idiota, egocêntrico e arrogante, mas sua mãe foi capaz de mudar tudo isso nele. Thiago se transformou de uma maneira incrível... Ele, hum... Digamos... Se redimiu...

Harry agora caminhava tenso pela sala de RAB. Como ele queria ser calmo como ela! Mas então olhou de novo através da janela: já não havia mais sol, pois a lua já reinava sobre os campos de Hogwarts. Ele sabia que ia demorar para digerir tudo aquilo, mas então RAB disse a ele uma única palavra:

- Tempo, Harry. O tempo cura as dores e te fará entender certas coisas... Mas agora vá dormir, pois acho... Que a uma partida de quadribol a ser disputada depois de amanhã!

Harry foi para a Grifinória. Tinha se esquecido completamente da partida contra a Sonserina depois de amanhã, mas agora não podia mais pensar nisso. Era hora de descansar.

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NOTA DO AUTOR: Peço desculpas a todos... Esse cap saiu meio apressado entaum n deve tah mto bom, mas prometo q capricho no prox, ok?COMENTEM E VOTEM
Grande abraço,
O_arteiro

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