GIRASSOL




Capítulo 28
GIRASSOL


Assim que Gina saiu, RAB entrou vagarosamente pela sala carregando muitas jóias e bijouterias que tilintavam ao caminhar. Ela usava um vestido rosa com grandes estampas de flores em lilás bem claro.

- Denetra já me avisou, Harry – Disse ela abrindo um sorriso preocupado – Seja feita a vontade de Merlim! Mas não é por Merlim que eu voltei aqui, agora. É porque tem uma pessoa que quero que conheça.

Uma mulher de cachos alourados e muito volumosos adentrou a sala. Ela usava um batom azul brilhante combinando com seu blush, sombra, vestido, sapato e bolsa. Uma mulher muito requintada de pele bem clara e olhos acinzentados que combinavam com os acessórios.

- Essa é a Madame Katerine Herzog, mas você já ouviu falar dela por outro nome. – RAB então deixou a mulher na companhia de Harry e foi se retirando – Vou deixá-los a sós.

Estendo a mão para Harry e abrindo um sorriso lindo a mulher de seus quarenta e poucos anos falou:

- Prazer, Harry. Eu sou a Girassol.

“Girassol”, lembrou Harry, era uma das antigas amigas de Lillian e antiga integrante da Rosa Branca! Harry ficou muito feliz e ajeitou-se para receber a mulher, mas é claro que ele não precisou se apresentar.

- Ah! E a malvada da sua tia não deve ter te entregado uma só carta, não é Harryzinho?

- Carta?

- Eu te mandava cartas todo o ano, Harry. Desde que você completou seis anos e eu soube que você já devia saber ler. Mas sua tia não deve ter te entregado uma só carta minha e, depois de uns anos, eu tive que viajar sabe Harry? – Depois de um suspirou, ela retomou - Eu sou uma Analista Cultural dos Bruxos e viajo de país em país conhecendo as diferentes culturas bruxas pelo mundo. Justamente no ano em que você ia completar onze anos ,eu te mandei a última carta de todas.

- Eu nunca recebi nenhuma!

- Petúnia nunca teria permitido, meu bem. Naquele ano eu viajei eu fui para o Afeganistão e fiquei três anos por lá. Depois pensei em voltar, mas recebi uma proposta irrecusável de trabalhar na Índia por mais um ano. Depois de um ano entre elefantes e velas tântricas, pensei de novo em voltar para a Inglaterra para te ver.

Harry não estava entendendo a tamanha intimidade de Girassol para falar dele ou de Petúnia.

- Mas aí eu soube que o Sírius tinha voltado e que você estava bem protegido pela Ordem do Dumbledore... Recebi então uma proposta para prolongar minha estada na Índia. Eu estive lá até dois dias atrás. Não me culpe, Harry, por favor. Eu sempre vivi em dificuldades financeiras, sabe? Precisei agarrar cada trabalho que essa vida me ofereceu e...

- Desculpe interromper, mas... Você já tinha me visto? Digo... Antes de agora?

- Como não poderia, Harry? Eu estava em sua cada todos os dias antes... Antes da tragédia. – Harry percebeu que Girassol ressentia-se muito em lembrar daquilo.

- Não sabia que você era tão íntima da minha mãe. Pensei que a melhor amiga dela era...

- A Violeta, é claro que pensou... E era mesmo. Mas eu freqüentava a sua casa, Harry... Porque eu era noiva do Sírius na época.

- Noiva? Eu nunca soube que o Sírius...

- Bem, sim... Eu e o Sírius éramos noivos, mas nos separamos pouco antes de ele ir parar naquela prisão em Azkaban. Pobre Sírius... Teve uma vida sofrida ele, sabe?

- Então você era íntima dos meus pais?

- Na época de colégio eu não era tão íntima quanto viria a me tornar. Eu simplesmente era uma nerd e acho que sua mãe tinha dó de mim e por isso me deu o anel. Mas a melhor amiga dela sempre foi a Violeta. No entanto, o trágico fim que Violeta e o marido viriam a ter e a minha proximidade de Sirius me fizeram muito mais íntima de sua mãe.

Harry parou por um momento. Girassol era amiga de sua mãe e noiva de Sirius! Uma grande felicidade invadiu o coração de Harry naquele momento, mas então ele enfim desconfiou de algo que poderia mudar a sua vida.

- Você era noiva do Sirius, desde quando?

- Eu já sei o que você quer saber, Harry. Não precisa fazer perguntas evasivas, eu gosto que sejam bem diretos comigo. A resposta para a sua dúvida é Sim. Sim, Harry... Como noiva de Sirius, isso fez de mim sua madrinha.

Harry sentiu então uma confusão de sentimentos.

Esquecera-se completamente que, a esse momento, seus amigos poderiam estar enfrentando grande perigos no resgate à Horcrux. Ele sentiu vários sentimentos rondando seus pensamentos. Dúvida, felicidade, emoção... Tudo se misturou dentro de Harry naquele momento, mas o silêncio foi quebrado pela voz feminina de Girassol.

- Uma madrinha desnaturada, Harry, eu sei muito bem disso. Mas como eu te disse... Era o meu trabalho. E antes disso Petúnia não me deixava entrar em sua casa, não deixava que você lesse as minhas cartas e, com certeza, não deixou que você recebesse os presentes que eu te mandava. – Harry confirmou com a cabeça. Nunca tinha recebido nada além das tralhas usadas de Duda. - Eu te mandei muitos presentes, Harry. Artesanatos, brinquedos, roupas e todo tipo de artigo interessante das minhas viagens.

- Mas porque Dumbledore e Sirius nunca me contaram sobre você?

- Porque eu certamente não permiti, Harry. Eu queria conhecê-lo. Eu queria vê-lo e contar a verdade a você, mas o meu trabalho sempre foi ingrato. Hoje, graças a Merlim, eu juntei dinheiro suficiente para não precisar trabalhar tão intensamente e não precisar viver mais de aluguel. Vou comprar uma casa para mim onde, um dia, se quiser, você pode vir morar comigo, Harry. Pelo menos até... Até ter a sua própria casa... Afinal de contas eu creio que os Dursley não sejam mais uma opção viável.

Harry não sabia o que dizer.

O convite viera exatamente da mesma maneira inusitada que viera a pouco mais de três anos atrás: Harry acabara de descobrir que tinha um parente e fora logo convidado para morar com ele. Harry então olhava através das janelas da ala hospitalar: o sol já tinha se posto atrás da floresta proibida.

Girassol olhou as mãos de Harry e observou o anel em ouro branco. Levou suas mãos até as mãos do menino e observou cuidadosamente o anel em ouro branco com a rosa branca gravada na lateral.

- Esse era o meu!

- Como sabe? Eles são idênticos...

- Não, Harry – Disse Girassol abrindo um breve sorriso. – Não eram. Cada um de nós fizemos uma marquinha neles com a varinha.

- Mas os anéis são protegidos pelo Elo Infinito. Não podem ser danificados ou quebrados...

- Não podem ser quebrados nem danificados, mas ninguém falou nada sobre escrever no anel.

- Escrever?

- É, Harry... Escrever com mágica invisível. – Disse ela pegando o anel dos dedos do menino e murmurando – Aparecium!

Logo, um “G” brilhante surgiu na lateral no anel.

- “G” de Girassol, “R” de Rosa, “L” de Liz, “V” de Violeta, “S” de Salgueiro, “C” de Cravo, “Ga” de Gardênia e “Ss” de Severo Snape.

- Ele não era uma planta?

- Nunca conseguimos encontrar uma com a qual ele se parecesse. Lilian às vezes o chamava de Cacto porque tinha espinhos – riu-se – Sabe, Harry... Agora que estou de volta a Inglaterra... Acho que podemos nos corresponder por cartas... Tanta coisa que quero te contar.... – depois de um longo suspiro ela se levantou – Mas agora acho que precisa descansar. – Ela cobriu o garoto e beijou-lhe a testa tão carinhosamente como Gina o fizera. - Durma em paz, Harry querido.

Harry achou que ia demorar para dormir, mas estava errado. Apesar de seus amigos estarem em má situação e de que ele tinha tido revelações demais para um dia, não conseguia pensar em mais nada. Seu corpo estava cansado e ele virou-se para o lado e apagou a luz.

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NOTA DO AUTOR: Bom, gente! Como eu disse, os capitulos agora vão ser bem pequenos e com informação rápida e direta... Por enquanto é isso e não deixem de VOTAR e COMENTAR ok?

Grande Abraço a todos e até o próximo capítulo que vai se cheio de ação na Mansão Potter!

o_arteiro

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