AMIZADES E RIXAS



Depois de aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Poções e História, os alunos do primeiro ano já estavam famintos. Por isso ninguém achou anormal o fato de todos já estarem no Salão Principal às 12h em ponto. A decoração havia mudado e agora, ao invés de faixas das casas pendendo sobre as mesas, estavam as faixas de Hogwarts. As mesas agora podiam ser ocupadas por qualquer um.

– Você sempre come lendo? - Jonathan perguntou a Lizzie com um sorriso largo no rosto e se sentou. – Você tem aula de Herbologia agora? - perguntou enquanto mastigava um pedaço de coxa de galinha.

– Não. Tenho vôo. E mastiga direito, John!

– Ei, John! Vem se sentar com a gente! - gritaram os meninos da Grifinória.

– Não. Vou almoçar com a minha irmã! - gritou de volta.

– Você devia ir com seus amigos, John. Eu estou concentrada.

– Você ainda está chateada pelo que aconteceu na aula de feitiços?

Lizzie engasgou e tomou um gole de suco de abóbora.

– Acontece, sabe.

– A questão, John, é que essa varinha idiota me fez errar.

– Lizzie, minha mãe diz que culpar os outros não é a solução.

– Não me faça ficar zangada com você, John!

– Você tem certeza de que disse wingardium leviosa direito?

– Eu fiz tudo certinho. Foi essa varinha, tenho certeza!

– Mas o senhor Olivaras não lhe daria uma varinha com defeito

– Mas ele deu. Lembra? Ela é do tipo experimental.

– Tá mais com cara de temperamental!

Ambos sorriram. Amélia e Bella passaram por eles.

– Uma sonserina com um grifinório. Eca, Bella! São os fins dos tempos mesmo!

– O Chapéu Seletor costumava ser mais seletivo com o tipo de gente que entrava na Sonserina!

– Essas aí não parecem ter entrado no clima de cooperação mútua da escola, né?

– Os sonserinos são assim, John.

– Você não é assim.

– Então será por isso que não tenho amigos?

– Você tem a mim. Quer mais do que isso?

– Não sei quem se perdeu para você se achar. Olha, seus amigos continuam lhe chamando. É melhor você ir lá ver o que eles querem

– Tá. Mas eu já volto, viu? Não sai daqui!

Na mesa com seus amigos, estavam algumas meninas do primeiro ano. Jonathan se juntou a Jerry, Gustav, Finelius, Angélica, Tina, Barbra e Rose.

– Até que enfim você veio. Pensei que ia ficar o tempo todo lá - Jerry falou.

– Tava consolando ela pelo fogo que ela pôs na pena e na mesa durante a aula? - Rose perguntou, irônica

– Ela fez tudo certo, Rose. A varinha dela é que ta com algum defeito.
Rose revirou os olhos.

– Ela te convenceu disso, foi? É uma desculpa, Jonathan.

– Para mim parece, John, que sua irmã já arrumou uma arquiinimiga - Barbra disse e todos riram. – Rose não consegue admitir que alguém superou ela em poções!

E todos riram novamente.

– A gente fez tudo igual! - disse inconsolável.

– Alguma coisa fez de diferente, porque a dela saiu perfeita - Finelius corrigiu Rose.

– Para que vocês me chamaram? Tenho que voltar para almoçar.

– Almoça um pouco com a gente, cara! - Jerry pediu. – Você não está ansioso pela aula de vôo?

– Demais! Não consigo acreditar que vou voar numa vassoura!

– Olha, é o Alvo. Alvo! Peter! - Rose gritou e eles se juntaram à mesa.

Alvo falou com todos e começou a comer. Estava morrendo de fome. Não tinha conseguido comer nada no café da manhã.

– E Elizabeth acha que eu não mastigo direito. - Jonathan observou.

– Calma, Al. Ainda tem tempo antes da próxima aula!

– Eu sei, Rose. - fez uma pausa e engoliu a comida – É de vôo. Não é demais?

– Mas quadribol mesmo, só ano que vem, Al - James disse ao se juntar à turma.

Nicolau, Oliver, Lucy e Lena se juntaram ao numeroso grupo.

– Quando vocês treinam? - Gustav perguntou.

– Amanhã. Já temos o campo reservado.

– A gente pode assistir? - Alvo perguntou ao irmão.

– O que você acha, Oliver? É seguro deixar ágüem da Lufa-Lufa olhar o nosso treino?

– Acho complicado, James. Podem forçá-lo a contar nossas jogadas secretas.

– Você pode olhar o da Lufa-Lufa, Alvo. Nós vamos praticar logo depois deles - Lena assegurou.

– V-vo-você f-faz pa-parte do t-time?

– Sim. Sou artilheira. Você quer entrar para o time no ano que vem?

– S-se e-eu cons-conseg-conseguir fi-ficar n-na v-vas-vasso-vassoo-vassoura...

– Como é seu nome? - Lena continuou conversando com ele.

– P-peter Ca-cana-Canaghan.

– Você sabe quem é a professora Carmelita Trewlaney?

– Ti-tive a-a-aula c-com ela ho-j-je.

– E ela não resolveu esse seu problema de gagueira?

– N-não. M-mas tam-também e-eu ne-ne-nem f-falei!

– Então vem comigo agora. Eu só sei parar soluço, mas tenho certeza que a professora vai te ajudar, afinal, você é um aluno da casa dela, não é? Gente, daqui a pouco eu volto.

E saiu carregando Peter a tiracolo com um sorriso de orelha a orelha.

– Ih! Parece que alguém perdeu a namorada! - Nicolau brincou e James ficou muito sério.

– Ela é sua namorada mesmo, James? - Alvo perguntou.

James botou tudo o que podia na boca e respondeu algo incompreensível para o irmão.

– Eu vou ter aula com o tio Longbottom agora. Vocês vão ter aula de que, Nick?

– A gente vai ter aula com o tio Potter. Por isso James está se comportando como um idiota agora.

– Ei! Vogtchê nestrevogno...

Foi só o que puderam entender.

– Quer dizer que aquela sonserina manda bem de poções, hein? - Oliver perguntou a Barbra.

– Professor Slughorn a elogiou horrores. Disse que ela tinha tato para poções.

– Lizzie sempre foi boa nas matérias. Ela come livros. É uma chata cdf!

– Sei exatamente como é isso. - Alvo deu uma pausa com a comida para falar. – Parece que sua irmã é igualzinha a minha prima!

– Ficam tirando onda das notas, né? - John falou.

– E quando fazem ‘O’ trabalho perfeito? - Alvo continuou

– E quando tem reunião de pais e os professores só elogiam? - John falou com Alvo.

– Chatão! - e ambos riram.

– Alvo Potter não é? - com a confirmação de Alvo, continuou – Jonathan Dumbledore. Já vi que somos dois sofredores.

– Eu não sou parecida com ela!

– Fala sério, Rose. Todo mundo sabe que você é muito inteligente e nem tem medo de mostrar isso. - James tinha conseguido engolir a comida.

– Vou entender como um elogio, viu?

– Vai ser interessante.

– O que, Lucy? - Nicolau perguntou.

– A disputa da coroa de aluna laureada dessa turma em Hogwarts.

– Ah, mas Rose leva fácil!

– Obrigada, James!

– Olha só quanta gente ela tem para ajudar quando não souber o que fazer?

Todos riram.

– Há, há, há. Tô me acabando de rir. - Rose ficou chateada.

– Acho que vou voltar para almoçar com minha irmã.

– Você não acha estranho?

– O que, Alvo?

– Você sentar na mesa com uma sonserina. Todo mundo fica olhando, sabe? Não é uma coisa muito normal.

– Mas ela é minha irmã. Não vou parar de falar com ela por causa de uma rixa idiota.

– Não é idiota! - James se levantou. – Você não conhece a história, garoto. Fica aí falando bobagem. Sabia que Voldemort quase acabou com tudo? Com o mundo dos trouxas e com o nosso? Sabia que ele foi o responsável pela morte do seu avô? Do meu avô, também! Ele e seus servos, todo mundo veio daquela casa. É da Sonserina que saem os vilões da bruxaria. Abre o olho, garoto, e veja: ninguém gosta de sentar com um sonserino. Ninguém é amigo deles. Nem eles são amigos deles mesmos.

– Calma, James! - Rose tentou acalmar o primo.

– Relaxa, cara! - Oliver falou. – Ele não falou por mal. Só não tem conhecimento das coisas, né? Foi criado por trouxas.

– Eu não entendo. Gustav, você não disse que Hogwarts agora defende a colaboração entre os alunos, com trabalhos em grupo que misturam as casas? E a diretora não disse que a gente pode convidar alguém pra ir pro nosso Salão Comunal?

– Sim, John, mas os sonserinos não colaboram muito. Só o extremamente necessário. Eles só ficam ligando pra essa coisa de sangue-puro.

– É uma coisa de tradição, sabe? Que todo mundo leva adiante, porque, geralmente, os sonserinos são filhos de pais que estudaram na casa, anos atrás., Alvo completou.

– Mas se ninguém tentar quebrar essa tradição, as pessoas vão deixar de falar com os sonserinos.

– E daí, Jonathan? Sempre foi assim - James falou, ainda chateado com ele.

– Daí que não devia sempre ser assim. - respondeu.

– Meu pai me disse que todas as casas de Hogwarts são importantes. E que um dos diretores da Sonserina era um cara muito corajoso. Acho que Jonathan tá certo em misturar as coisas. Deve ter gente boa naquela casa.

– Eu não acho. - James disse resoluto para Alvo. – Eles são muito egoístas e auto-suficientes. Vai chegar uma hora que você não vai gostar deles também, Jonathan. Você tá assim porque sua irmã está lá, mas espere. Você vai ver como eles são chatos, pirracentos e trapaceiros. Especialmente no Quadribol.

A maioria que estava ali na mesa concordou com James.

– É uma verdade, Jonathan. Os sonserinos gostam de ficar sozinhos e resolver os problemas entre eles. - Nicolau disse enquanto repousava a mão no ombro do primeiro-anista.

– Eu não acredito! Eu não acredito!!

Tina chamou a atenção de todos.

– Olha só quem está sentando na mesa com a sua irmã, John!

Todos olharam para a ponta da última mesa da sala, na qual um garoto se aproximava de Elizabeth.

– Eu ouvi dizer que ela deu o maior fora nele em plena aula do Prof Potter - Angélica afirmou.

– E o que é que ele quer ainda? Se ele estiver importunando minha irmã vou botar ele pra fora do Salão debaixo de pancada.

– O que um menino como ele vai querer com uma sonserina? - Rose perguntou.

– Ora, minha irmã é bonita. Não é, Oliver?

Oliver deu uma olhada para a mesa da Sonserina.

– Parece sim. - e continuou comendo.

– Eu vou lá resolver isso. - Jonathan disse resoluto.


Tiago resolveu sentar de uma vez junto de Elizabeth.

– Posso almoçar com você?

Ela deu um longo suspiro de intolerância.

– Tem tanto espaço por aqui, menino. Por que eu?

– Essas meninas não param de me seguir e me oferecer coisas. Eu quero comer em paz e você parece que nem gosta de conversar comigo

– Adivinhão! - Lizzie foi irônica e ele riu.

– Tem aula de Herbologia agora?

– Não. Leio porque gosto de ler. Por que não senta com um dos meninos? Acho que elas também não vão incomodar

– Já tentei. Não adianta.

– Então você tem que tentar usar um feitiço que te deixe feio.

Ele sorriu.

– Se você acha que eu sou bonito, por que não me deixou sentar com você na aula?

– Porque você chama muita atenção garoto. Tá todo mundo olhando pra cá e eu não gosto disso. Quero minha paz também. Você não queria comer? Então come. Aí depois você pode ir embora.

Jonathan chegou e sentou ao seu lado.

– Ele está te incomodando, Lizzie? - ela revirou os olhos.

– Meu Deus, desse jeito vou ser excomungada da Sonserina!

– Eu não estou fazendo nada. Só sentei aqui para almoçar.

– Se minha irmã não quer que você fique, é melhor você não ficar.

– Vocês querem fazer silêncio? Os dois estão me incomodando. Ou ficam quietos ou eu vou sair daqui.

– Se manda, menino. Vai almoçar em outro lugar.

– O Salão Principal é um lugar onde a gente pode ficar em qualquer lugar. Sua irmã disse que eu podia almoçar e ir embora.

– Sou eu que vou almoçar com minha irmã. Sozinho. Sai.

– Eu não. Você não manda em mim.

– Aaaaaaaaah!

Lizzie fechou o livro, pegou seu prato e se levantou.

– Vou procurar outro lugar para comer. Sem os dois! - e sentou adiante com um menino da Sonserina. – Saco! Oi, Khai.

– Oi.

Lizzie voltou a abrir o livro e comer.

– Por que você está falando comigo?

– Porque você está na minha frente. Por que?

– As pessoas não falam comigo. Me acham estranho.

– Você é estranho.

Ele baixou a cabeça e ficou comendo em silêncio por um tempo.

– Nós não temos aula de Herbologia agora. - tentou quebrar o silêncio.

– Eu sei, mas gosto de estudar. Não vejo muito sentido em voar em vassouras.

– Você já voou?

– Recentemente, de carona. Você já?

– Algumas vezes. Meu avô me ensinou.

– Seu pai não gosta?

– Meu pai está em Azkaban.

– O que é isso?

– Uma prisão.

– Ah! Eu não conheci meu pai. Nem minha mãe. Muito menos meu avô.

– Você é meio-trouxa?

– Não sei. Devo ser. Tem algum problema?

– Na Sonserina tem sim. Meu pai me mataria se soubesse que falo com você.

– E por que fala?

– Por que ninguém mais fala comigo.

– Hum... Quer ser meu parceiro em Herbologia?

– Não sou muito bom com plantas.

– E daí?

– Tá.

E deu um leve sorriso, algo que durou um milésimo de segundo.

***

A aula de vôo acontecia nos terrenos externos de Hogwarts. Os alunos chegaram mais cedo do que a Professora Hooch e já estavam ansiosos. As vassouras já estavam posicionadas lado a lado e um aviso de ‘proibido voar’ estava pendurado em uma vassoura que flutuava sozinha. Naturalmente, os alunos de cada casa formavam grupos separados de discussões. Alvo estava um pouco preocupado com o amigo que desapareceu.

– Alguém viu Peter?

– A última vez que eu o vi, ele estava subindo as escadas com uma menina da Lufa-Lufa - Detrio respondeu.

– Pois é, mas ele não voltou. Será que ele se perdeu no castelo?

– Capaz. Tem tantas portas e corredores... - Lavínega Strausse, uma menina de cabelo rosa, se intrometeu na conversa.

– O que o Goyle está fazendo? - Detrio apontou e todos olharam.

– Vamos Malfoy. Quero ver se tem coragem.

– Você acha que sou idiota, Goyle?

– Vamos, Malfoy. Seu pai teve coragem nisso, uma vez. Uma única vez.

– Não vou tocar nessas vassouras, Goyle. Por que você não se exibe para os Sonserinos? Tenho certeza que eles ficariam satisfeitos.

– A questão, Malfoy, é que você é um banana como seu pai.
Alguns Sonserinos riram.

– O que? Seu pai nem sabia ler direito quando entrou um Hogwarts. Andava como um subalterno do meu pai, e você vem me falar que meu pai foi um banana?

Os amigos de Goyle ficaram calados.

– As coisas mudaram. Meu pai mudou. Tornou-se um homem honrado em nosso círculo de amigos, coisa que a sua família não tem, não é?
Malfoy se aproximou o suficiente para olhar Goyle diretamente nos olhos.

– Você não sabe nada sobre a minha família, Goyle. E pode ter certeza de uma coisa: as coisas ainda vão mudar muito e você vai engolir estas palavras.

Goyle deu um empurrão em Malfoy.

– Por que não me faz engolir agora, hein?

– A professora chegou - Amélia alertou Goyle.

– Boa tarde, a todos. Sou a Professora Hooch e vou lhes ensinar a voar em vassouras. Por favor, se posicionem do lado esquerdo dela, muito bem. Está faltando alguém da Lufa-Lufa. Quem é?

– Sou eu professora!

Peter gritou e as pessoas estranharam sua voz. Ele não estava mais gaguejando. Quando chegou de sua breve corrida, estava arfando.

– A...Professora...Trelawney...me deu...passe...livre...para voltar...pra aula.

– Então assuma seu lugar, meu jovem.

– Você está falando normal! - Alvo murmurou e sorriu para o amigo.

– Eu sei! A Professora Carmelita Trelawney fez um feitiço para que eu parasse de gaguejar. Não é demais? Agora posso falar sem vergonha ou receio de chatear alguém com minha demora.

– Shhh! Silêncio. Agora, estendam sua mão esquerda sobre as vassouras e digam ´suba´!

– Suba! - e a vassoura de Alvo foi para a sua mão no mesmo instante.

– Suba! Suba! - a vassoura de Peter demorou um pouco, mas estava em suas mãos.

Malfoy, Goyle, Amélia e Khai não tiveram dificuldades para controlar as suas vassouras. Elizabeth, contudo, nem se deu ao trabalho de tentar.

– O que você está fazendo? - Khai murmurou para ela.

– Já disse que não acredito nessa coisa de voar em vassouras. É tão...pedante, tão...óbvio.

– Você precisa fazer a sua vassoura subir. A professora vai brigar.

– Por que eu sou obrigada a voar em vassouras? Eu li no livro de história que existem outras formas de bruxos se locomoverem.

– Algum problema, Srta Dumbledore? Não consegue controlar sua vassoura?

– Na verdade, professora, eu queria saber porque somos obrigados a ter aulas de vôo. Eu não acho isso muito interessante. Os que pensam assim deveriam poder optar por outra aula

Os alunos olharam com descrédito para ela. Os sonserinos riram já imaginando a bronca que ela iria tomar.

– Srta Dumbledore, há anos os bruxos voam em vassouras e há anos nós ensinamos nossas crianças a manter esta tradição

– Mas professora...

– Na minha aula, Srta Dumbledore, você faz exatamente o que eu mando. Entendeu? Agora, dê o comando para a sua vassoura., disse em tom ameaçador.

– Suba!, falou sem tirar os olhos da face da Professora e a vassoura subiu imediatamente.

– Ótimo. 10 pontos a menos para a Sonserina!

Os alunos ficaram indignados e os lufos trocaram olhares e risos.

– Agora subam nas suas vassouras e dêem um leve impulso.

Depois de alguns exercícios monótonos, a professora passou uma tarefa mais divertida.

– Vou dividir a turma em 3 equipes. Cada uma deve derrubar o máximo de oponentes do outro time para ganhar 15 pontos para a casa, divididos pelo número de componentes que sobrarem. O jogo tem duas regras: ninguém pode voar a mais de dois metros do chão e quem usar muita violência para derrubar, perde 10 pontos para a casa. A área da atividade está marcada pelas bandeiras vermelhas.

Os times ficaram divididos em 3 grupos com um colete de cada cor, entregue pela professora. Deymon, Elizabeth, Khai Detrio e outros alunos estavam no time amarelo. Gilbert, Amélia, Sandro e mais quatro alunos defendiam a cor verde e Peter, Alvo, Timmy e outras meninas o time azul.

Quando a professora Hooch apitou, as vassouras voaram para todos os lados. Em poucos instantes, os de menor aptidão para voar, já estavam no chão. Quando Amélia viu Elizabeth no meio da confusão foi direto para ela, derrubando mais duas pessoas no meio do caminho. Elizabeth zigzagueou pelo campo para fugir de Amélia, quase foi derrubada e deu um tapinha de lado para derrubar um menino da Lufa-Lufa. Amélia conseguiu emparelhar com sua vassoura e a jogou para cima de Veruska. Suas vassouras se chocaram e perderam o controle, caindo em seguida. Alvo estava impossível. Tinha muita agilidade e desviava facilmente dos toques dos outros. Derrubou Amélia depois de uma pequena perseguição e quase foi derrubado por Detrio, que foi pego de surpresa pelo ataque de Peter. Deymon e Goyle estavam em uma disputa pessoal. Cada um atacava e defendia como podia e, claro, derrubavam os outros no caminho. Bachking e Qwysking se juntaram a Goyle para derrubar Malfoy que, por pouco, não caiu feio. Khai, em uma manobra ousada, derrubou Bachking e, Deymon, aproveitando a distração, pôs Qwysking para comer grama. Peter quase derruba Khai, que, num giro de 360 graus, se livrou dele.

Restavam apenas 7 alunos nas vassouras: Malfoy, Macbeer, Goyle, Collins, Snowlly, Canaghan e Potter. A professora deu mais 10 minutos para encerrar a aula. Goyle tornou a perseguir Malfoy, que continuava desviando dos seus empurrões. Khai passou por Malfoy e parou na frente de Goyle. Ele desviou e abriu espaço para Malfoy chutá-lo longe. Snowlly saltou de sua vassoura para não bater em Macbeer e deu de cara com Peter. Os dois caíram. Alvo perseguiu Collins e bateu com o cabo de sua vassoura nas palhas da que estava em sua frente que empinou e derrubou a garota. Restavam Khai, Deymon e Alvo. O simples exercício havia se tornado uma disputa entre Sonserina e Lufa-Lufa. Os sonserinos começaram a perseguir Alvo dando fechadas em cada rota de fuga que ele criava. Alvo teve apoio total de sua turma, enquanto os sonserinos estavam divididos: quem não gostava de Malfoy torcia para Macbeer e quem não estava nem aí, torcia para a Sonserina. Os gritos da Lufa-Lufa soavam mais fortes, gritando Potter. Se não fosse por isso, Harry não teria interrompido sua aula para ver o que acontecia pela janela.

– O que foi, Professor? - Nicolau Longbottom perguntou curioso.

– Ah! É a primeira aula de vôo.

– Lufa-Lufa e Sonserina - James completou. – Estão gritando o nome do meu irmão porque ele aprendeu a voar comigo. Ele é muito bom!

A sala se encheu de zoações.

– Quero ver você se gabar quando ele entrar para o meu time - disse Daniel Hoots, artilheiro do time da Lufa-Lufa.

– Você sabe que nada passa por mim, Daniel - Oliver falou cheio de si.

Antes que começasse uma discussão, Harry retomou a aula, olhando, algumas vezes, para fora da janela. Estava louco para ver o filho em sua primeira aula. Parecia que ele estava indo muito bem. Khai fez a mesma jogada que tirou Goyle da vassoura, mas Alvo conseguiu desviar de Deymon também. Deymon emparelhou com Khai e armou alguma coisa. Os dois emparelharam lado a lado com Alvo, que não pôde sair do lugar. Desceram suas vassouras até quase tocarem no chão, subiram até os dois metros permitidos e inclinaram suas vassouras para baixo, se afastando de Alvo e recuando no último segundo. Alvo puxou a vassoura o máximo que pôde e ficou em cima dela como se surfasse na grama. A Lufa-Lufa veio abaixo em ovações. Então Khai falou algo com Deymon e vieram em direção a Alvo. Quando chegaram bem próximo, cada um foi para um lado de Alvo e o seguraram pelo braço, largando-o em seguida. Não tinha como se defender e Alvo caiu. Ainda assim, a comemoração maior foi da Lufa-Lufa, que o carregou como um herói de quadribol. A professora Hooch apitou.

– Muito bem, os vencedores são Malfoy e Macbeer, portanto, os 15 pontos vão para a Sonserina. - os alunos vibraram e ela continuou – E pela bela exibição de agilidade, 5 pontos para a Lufa-Lufa. Espero vê-los nas equipes de suas casas, no próximo ano. Dispensados!

Alvo foi levado como um herói pelos colegas pelo campo. Todos queriam parabenizá-lo, todos queriam cumprimentá-lo e todos já falavam que ele merecia entrar para a equipe ainda neste ano. Tinha um talento nato para voar.

– Aí, moleque! - Detrio cumprimentou Peter – Me jogou direto no chão.

– Você estava indo pra cima do Potter - disse sorrindo.

– Verdade! Se não fosse por você, Peter, isso não estaria acontecendo.

– Somos amigos, não somos, Al? Temos que nos ajudar.

– Aê, Potter! Mandou bem! - um menino do 5º ano que estava observando o jogo falou para ele – Ainda bem que a Lufa-Lufa ficou com um Potter esse ano!

Alvo sorriu ainda mais.

– Você vai jogar quadribol, não vai, Alvo? - Anabella perguntou.

– Se eu pudesse, Bella, jogava hoje. Mas vivem me dizendo que não dá!
– Você podia conversar com Leo Bernett. Ele é o capitão do time da Lufa-Lufa - Timmy sugeriu, mas Detrio logo descartou a hipótese.

– Não vai adiantar muito. A Prof Trelawney é quem libera os alunos do primeiro ano para jogar. Como o time não está precisando urgentemente de alguém, ela não vai deixar.

– E quem a gente precisa derrubar pra Alvo fazer parte do time? - Peter sugeriu com um ar maquiavélico e brincalhão. Todos riram.

A maioria dos sonserinos cumprimentou e elogiou Deymon e Khai. Somente Goyle, Amelia e seus amigos passaram direto.

– Você voou bem, Khai.

– Obrigado, Deymon. A sua estratégia foi excelente.

– A sua foi mais eficiente. Espero que esteja pensando em fazer parte do time no ano que vem.

– Gostaria muito. E deram as mãos em cumprimento.

– Ficou famoso, Khai.

Ele corou um pouco com o comentário de Elizabeth.

– Agora as pessoas vão falar com você, não precisa se preocupar!

– Mas você ainda é minha dupla de Herbologia, certo?

– Pensei que já tinha um novo amigo!

Malfoy torceu a cara para ela.

– Agora tem um futuro parceiro de quadribol.

– Eu não disse isso.

– Como não, Deymon? Você disse que queria que ele fizesse parte do time no ano que vem.

– Mas isso não quer dizer que eu seja parceiro, amigo ou algo do gênero.

– Bom, se você quer continuar sozinho, problema seu. Vamos, Khai, senão a gente se atrasa para a aula de Herbologia. Até mais, Deymon.

– Sabe... você não precisa ficar sozinho, Malfoy. Tchau.

Khai tratou de alcançar Lizzie, que já estava bem adiantada.

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