PLANOS ARRISCADOS



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PLANOS ARRISCADOS


A semana seguinte aos duelos manteve os alunos em plena atividade. A proximidade dos exames finais estava deixando todos com os nervos à flor da pele. Especialmente os novatos e aqueles que prestariam NOMs e NIEMs. Os professores passavam metros de trabalhos e a biblioteca havia se tornado o point de encontro da maioria.


Só após essa semana plena de atividades, Gina arranjou tempo para ver seu velho amigo. Neville havia dado seu toque especial ao seu aposento. Os livros sobre herbologia e até mesmo estudo de trouxas, como o geneticista Gregory Mendel, povoavam as estantes de madeira polida. A decoração do lugar lembrava e muito a sala comunal da Grifinória: tinha uma grande lareira com um sofá vermelho em frente, onde conversaram longamente; uma escrivaninha repleta de pergaminhos ainda a serem corrigidos; alguns quadros de herbologistas famosos, além de fotos dos Longbottom, de sua avó, de Nicolau e dos colegas da escola. Evidente, não poderiam faltar algumas espécies raras protegidas por Receptáculos de Liebermant que alteravam a temperatura e pressão a favor das plantas. Algumas estavam livres, como a pequena e adorável que fazia cócegas em Gina, por se sentir atraída pela vibração da risada humana.


– Amei essa plantinha de tentáculos laranjas, Neville! – disse Gina, ainda rindo.


– É uma titillandus tentaculum. Ela também gostou de você – respondeu o amigo. – Gina, você notou, durante os duelos, na semana passada, como o Nicolau é bom? Bem melhor do que eu, quando participei da Armada.


– Nicolau foi fantástico. E você não era ruim... Só um pouco distraído – argumentou.


Neville apenas sorriu para a amiga, gentil com ele, como sempre.


– James também foi genial, pena que não chegou à final.


– Sim, mas não posso dizer que o comportamento dele foi excelente.


– Ele é apenas um garoto popular de muita criatividade.


– Sei que toda criança se mete em encrenca e gosta de aprontar, mas James está passando um pouquinho dos limites.


– Não podemos podar toda a criatividade. Notícias do trio maravilha? – mudou de assunto.


– Mione continua entrevistando bruxos. Alguns deles são realmente difíceis de encontrar. Ron e Harry capturaram um dos Lestrange. Já está tarde, Neville. Volto outro dia, ok?


– Tão cedo? Deixe-me abrir a porta para você, Gina. Assim, volta mais vezes.


Ela sorriu enquanto seu amigo passava à frente, cavalheiro. Neville tentou abrir a porta, mas não conseguiu. Usou um pouco mais de força, mas parecia completamente emperrada.


– Algum engraçadinho anda usando herbivicus na escalarius ascienda que fica na minha porta. Certamente, se diverte me prendendo aqui. Quando descobrir o culpado, vou garantir que o diretor de sua Casa seja bem rígido.


– Que falta de respeito! Mas como saímos?


– Ah! Isso é bem simples agora – com um floreio de varinha, a porta se abriu. – Até, Gina.


A colega saiu olhando para o chão, a fim de tomar cuidado onde pisava. Os ramos da planta pareciam apenas desmaiados e o amigo lhe aconselhava a evitar esmagar as pontas, pois ela poderia não reagir muito bem. De repente, estagnou. Abaixou-se e pegou um botão.


– Algum problema, Gina?


– Creio que sim. Você será o primeiro a saber, Neville – retirou-se, deixando o colega confuso, caminhando na direção da biblioteca, a fim de encontrar seu filho.


James estava no corredor do 4º andar, conversando com Aldora Beverly, uma corvinal terceiro anista. A julgar pelo olhar derretido da garota, ele usava seu charme para que ela fizesse seu trabalho de História da Magia. James brincava com o cabelo encaracolado, enquanto ela sorria de forma tola, prometendo ajudar o garoto mais popular da escola. Potter sorria e acenava para a menina, que ia embora. Foi então que uma figura surgiu a passos largos no fim do corredor, com uma pilha de livros nos braços. Seria algo típico de sua prima, mas sabia que agora ela estudava no 7º andar, junto com Alvo. Decidiu pegar um atalho e surgir diante daquela desavisada. Iria se divertir atazanando a sonserina.


Elizabeth tinha mil e uma coisas na mente para os trabalhos finais. Ainda topou fazer a pesquisa e apresentação de Poções de Malfoy e Macbeer, em troca de alguns livros proibidos surrupiados das prateleiras de suas casas. Não viu quando o grifinório posicionou-se na sua frente. O choque inevitável levou-os ao chão, cobertos de livros.


– Oh, me desculpe! Eu... Ah! É você – disse, com desprezo.


– Devia prestar mais atenção, Lizzie. Deixe que eu te ajudo.


O garoto recolheu os livros do chão, sob o olhar petrificado da garota e jogou a mochila em seus próprios ombros.


– O que você quer, Potter? – perguntou, após se recuperar do choque.


– Somente ser gentil – respondeu, irônico.


– Você não é gentil, Potter. É um pé no saco, um garoto esnobe que se acha o dono da escola. Não serei vista com um grifinório ridículo como você. Sou exigente na companhia.


– Ora, até parece que você é grande coisa, sonserinazinha. Eu ainda não engoli aquela história do quadribol. Você e sua corja de maus perdedores, trapaceiros, traidores do mundo bruxo deviam saber o lugar de vocês. Traidores covardes!


Elizabeth deu-lhe um tapa no rosto, que ecoou pelo corredor vazio. Depois de alguns segundos recuperando-se da surpresa, James deixou cair os livros e a mochila da garota e fez um movimento com a intenção de derrubá-la no chão.


– James Sirius Weasley Potter! – uma voz firme e mortal soou bem próxima. – Não ouse.


À medida que os passos se aproximavam, James foi sentindo o fluxo de sangue sumir de seu rosto. Pálido, sentiu um calafrio percorrer seu corpo. A felicidade parecia ter sido levada como na presença de um dementador. Gina tocou-lhe o ombro, olhou firme nos olhos azuis do filho e voltou-se para Elizabeth, parada, sem saber o que fazer. Com um floreio de varinha, a mochila da sonserina veio para as mãos da professora. Ela deu dois toques leves no objeto e depois fez com que os livros restantes no chão voassem para dentro, onde antes nada mais cabia.


– É um feitiço de expansão, para que possa carregar tudo o que precisar na mochila, sem correr o risco de esbarrar em alguém. Acrescentei um feitiço para aliviar o peso.


A garota olhava boquiaberta para a professora e agradeceu, ainda embasbacada. Retirou-se rapidamente do corredor, dando uma última olhada para o pálido James. Poderia até sentir pena do garoto, se ele não fosse um completo imbecil.


– Meus aposentos. Agora.


James acompanhou sem pestanejar, mortificado de medo pelo que o aguardava. A cada passo que dava parecia o caminho para a guilhotina. Respirava em um estado apático e seus olhos encaravam a imensidão do chão, temendo encontrar o olhar reprovador de sua mãe. Enfim, chegaram à sala que antes era de Harry.


– Sente-se.


James o fez, calado. Gina posicionou-se de frente para ele e colocou as mãos na cintura, assumindo a postura materna Weasley, temida por qualquer geração.


– James Sirius Potter! Estou tão decepcionada! Esta não é, nem de longe, a educação que nós lhe demos! O que seu pai vai pensar quando eu escrever para ele? Ah, sim! Eu irei escrever. Você iria mesmo bater em uma garota?


– Eu não ia bater nela. Só empurrar, porque ela me deu um tapa...


– Que você mereceu! Há quanto tempo está importunando aquela sonserina?


James abaixou a cabeça e se calou, pois tinha certeza de que ela sabia quanto tempo fazia.


– James! O que está acontecendo com você? Sei que tem um espírito criativo, inquieto e que gosta de atenção, mas você está passando dos limites! O que foi aquilo durante os duelos? Você estava fazendo pouco caso das habilidades em magia de seus colegas! O que estava pensando quando fez aquela brincadeira de mau gosto com o sonserino? Por Merlim, James! – voltou a se alterar. – Que discurso foi aquele chamando os sonserinos de traidores do mundo bruxo? Onde ouviu isso? Com quem aprendeu? Eu e seu pai lutamos contra a intolerância, fazemos de tudo para não deixar os eventos do passado influenciarem tanto no presente. James! – exclamou, exaltada. – A diretora McGonagall trouxe profissionais para contarem suas histórias, envolverem vocês e minimizar os danos causados pela guerra e você me faz um discurso daqueles? O que ela iria pensar se lhe ouvisse?


James mantinha a cabeça baixa, ouvindo tudo. Assim, do jeito que ela falava, fazia ele parecer um grande idiota.


– Meu filho – Gina suavizou a voz, mais uma vez, agora alisando seus cabelos castanhos rebeldes e encarando seus olhos azuis. – Sei que é popular, é bom no que faz e será um grande jogador de quadribol profissional um dia, mas você precisa entender que isso tudo traz responsabilidades. Você é um modelo para alunos mais novos e para seus irmãos. O que você quer ensinar a eles? Intolerância? Agressividade? Que marca pretende deixar nesta escola? Quer ficar conhecido como o garoto popular, namorador e egoísta?


– Não, mãe.


– Eu também acho que não – disse, afastando-se do garoto e caminhando de um lado para outro. – Isso termina por aqui, James. Você vai aprender que a fama cobra o seu preço na moeda da responsabilidade, humildade e justiça. Como sua mãe, estou lhe colocando de castigo nestas férias, sem visitas à Toca ou passeios com seus amigos.


– Mas mãe... – suplicou, apelando para o emocional.


– Você tem enfeitiçado a planta da sala do Prof Longbottom! – afirmou, em tom acusatório.


James sentiu o sangue evaporar do seu corpo e calou-se imediatamente, em choque. Seu coração batia acelerado, mas parecia bombear apenas ar. Sabia que teria um treco a qualquer momento. Sua mãe lhe mostrou o botão personalizado de suas vestes.


– Por que, James? Como pôde? Estou tão desgostosa! Neville! Nosso amigo! Ele gosta tanto de você. Como pôde?


O garoto encarava o chão, sem defesa. Tudo começou como uma simples brincadeira com seus amigos. Tinha a intenção de parar, mas a coisa simplesmente fugiu ao controle. A marotice fez sucesso e os principais suspeitos eram os sonserinos. Acabou se acomodando.


– Vamos – disse Gina, indicando a porta.


– Mãe...


A voz quebrada e trêmula do filho apertou o coração de Gina e o partiu em minúsculos pedacinhos, mas ela precisava ser forte.  Após uma caminhada longa e silenciosa, chegaram à porta da sala do Prof de Herbologia. James encarava a mãe com uma expressão de súplica desesperadora, mas Gina não poderia ceder. Somente assim, ele aprenderia o que realmente importa. Neville abriu a porta, surpreso pela inesperada visita. Ambos entraram nos aposentos.


– Neville, James sabe quem é ou são os responsáveis pelo feitiço em sua planta.


– Verdade? – perguntou, surpreso. – Então me diga, rapaz. Estou querendo pôr as mãos nesse aluno há muito tempo.


James olhou, mais uma vez, em súplica e Gina manteve-se séria. Sabia que o filho precisava passar por aquele momento. Por dentro, queria colocá-lo no colo e enchê-lo de amor, beijos e mimos. Sofria tanto por fazer aquilo que azararia o primeiro que dissesse que ela não tinha coração.


– Fui... Fui eu, professor – disse, quase num sussurro.


Neville ficou alguns segundos em choque, encarando o jovem sentado na cadeira.


– Eu sinto muito, professor. Sinto muito mesmo! Foi só uma brincadeira que fugiu do controle. Me desculpe, tio. Por favor, me desculpe! – pediu, com lágrimas descontroladas.


– Quem mais, James? – questionou Neville, firme. – Você não fez isso sozinho.


James encarou o professor por alguns segundos.


– Sim, eu fiz. Sozinho. Fui um idiota. Queria me mostrar para um colega – mentiu e todos sabiam que estava mentindo.


Neville começou a caminhar de um lado para o outro dos aposentos, pensando. Deveria ser enérgico da mesma forma que cobraria dos outros diretores, se fosse um aluno de outra Casa. Sentiu-se mal. Há tempos jurava se tratar de um ataque sonserino. Envergonhou-se. Realmente, o preconceito do passado fazia suas vítimas.


– Você está suspenso da próxima partida de quadribol.


– NÃO! – seu grito de terror soou mais alto do que imaginava. – Por favor, professor! A partida é amanhã! Por favor... Tudo menos isso! Precisamos vencer!


– Tenho certeza de que o time tem mais jogadores. Ainda estou pensando seriamente em revogar seu título de capitão e suspendê-lo de todos os jogos no próximo ano.


– NÃO! Por favor, professor! Quadribol é a minha vida! Eu faço qualquer coisa! Qualquer outra coisa! Posso... Posso ser seu assistente... O ano inteiro! Todos os anos que eu estudar!


Gina e Neville trocaram olhares rápidos. Na verdade, nenhum deles gostaria de perder um excelente jogador de quadribol da Grifinória.


– Será meu assistente durante todo o próximo ano letivo. Sua principal função será limpar a estufa e cuidar das plantas, quase todos os dias, depois das aulas.


– Sim, senhor – disse, segurando um sorriso de felicidade.


– Não pense que lhe darei colher de chá.


– Não penso, Professor.


– Não jogará amanhã e 50 pontos serão descontados da Grifinória.


James chegou a abrir a boca, mas a fechou rapidamente. Não haveria negociação.


– Sim, senhor – respondeu, cabisbaixo.


– Agora vá para a biblioteca ou para a sala comunal terminar suas tarefas.


O garoto agradeceu e saiu, dando uma última olhada para sua mãe antes de fechar a porta.


– Oh, Neville! Ele vai me odiar! – disse Gina, largada em uma cadeira, entristecida.


– Ele sabe que errou, Ginny. Já, já isso passa. É normal.


– Me sinto uma carrasca – disse, agora não contendo as lágrimas. – Ele suplicou tanto...


– Você fez o que era certo, minha amiga. Filhos precisam de limites – confortou a amiga.


 


Minutos antes, Elizabeth tinha chegado à biblioteca com um sorriso no rosto. Malfoy, Macbeer e Richards acharam aquilo um pouco estranho. Ela sentou ao lado do corvinal e jogou a mochila em cima da mesa, fazendo um barulho inesperado. Para os amigos, parecia que uma pequena estante de livros havia desabado.


– O que foi isso? – questionou Tiago.


– Um presente – respondeu, sorrindo. – A Sra Potter colocou um feitiço expansivo na minha mochila, junto com outro para deixá-la leve. Não é legal?


– Realmente, um presente que é a sua cara. A questão é: por que ela fez isso?


– Ah, Tiago! Ela pegou o Potter sendo estúpido comigo e quis compensar. A essa hora ele deve estar tomando o maior sermão da vida dele – afirmou, com um sorriso de satisfação. – Mas isso não importa, não é? Temos coisas mais interessantes a fazer – disse, baixando a voz. – Vocês copiaram a inscrição? – perguntou, dirigindo-se aos sonserinos.


– Sim. Dê para ela, Macbeer.


Elizabeth pegou o pergaminho com os caracteres desenhados.


– Vamos levar séculos para decifrar isso. Deve ser serêico – constatou Tiago.


– Sua mãe não sabe? – perguntou Malfoy.


– Talvez conheça alguém.


– Não sejam bobos. Eu tenho tudo sob controle – afirmou a sonserina e piscou para os amigos, deixando-os em seguida.


O trio de garotos faziam suas tarefas enquando observavam a garota olhar displicente algumas prateleiras. A demora da sonserina, em analisar várias estantes, chamou a atenção da bibliotecária. Quando seus olhares se encontraram, Lizzie sorriu e foi ao seu encontro.


– Como vai, Madame Pince?


– Muito bem, obrigada, Srta Dumbledore.


– Já conseguiu pegar quem estragou aquele livro de herbologia?


– Ainda não. Esses arruaceiros acham que podem simplesmente rasgar a página de um livro e levá-la com eles. Não se importam com o crime que realizam.


– Verdade, Madame Pince. Deveriam ser castigados pela diretora.


– De fato! Mas diga-me, Srta Dumbledore, notei que estava em busca de um livro. Conhece a biblioteca muito bem para não encontrá-lo.


– Pois é, Madame Pince. Na semana passada estava bem ali. Chama-se Submergindo na Cultura Serêica, de Morgan Glubbles.


– Hum... Uma garota do terceiro ano o pegou emprestado. Uma escolha que não parecia combinar com ela, na verdade, mas logo estará de volta.


– Ah! – exclamou, muito desapontada.


– O que foi, minha querida?


– Eu precisava dele para ganhar uma aposta. Agora as meninas do dormitório vão dizer que eu não sou inteligente o suficiente.


– Ora, não diga uma bobagem dessas!


– Aposta é aposta, Madame Pince. Muito obrigada – disse, acenando com o pergaminho.


A bibliotecária tomou-o das mãos da garota, que lhe lançou um olhar falsamente incrédulo. A senhora passou o olhar pela frase e sorriu. Pegou uma pena e rabiscou no pergaminho, enquanto Elizabeth a encarava, curiosa. Madame Pince dobrou o pedaço de pergaminho e o entregou à garota, com um sorriso.


– Ninguém vai julgar uma amante da leitura só porque um livro não está disponível.


– Obrigada, Madame Pince! A senhora é um anjo!


– Ora, não por isso – respondeu, com o rosto corado. – Agora vá terminar suas tarefas.


A garota se despediu educadamente e voltou a se sentar, fingindo dar conselhos a Tiago. Deymon sacou a varinha das vestes e, por debaixo da mesa, murmurou um feitiço.


Abaffiato! Pronto. Agora ninguém pode nos ouvir. E então?


– A luz mostrará o caminho – afirmou a garota. – É isso que a frase quer dizer, segundo Madame Pince. Embora não tenha um ponto final.


– Hã? – perguntaram os garotos, confusos.


– A língua dos sereianos tem um símbolo que representa o ponto final. Nenhuma frase pode ser escrita sem ele. É uma regra gramatical.


– Como sabe disso? – perguntou Tiago.


– Eu li no livro Submergindo na Cultura Serêica. Tenho ele aqui na mochila.


– Então você...


– Eu paguei para alguém pegá-lo, Malfoy. Com o seu dinheiro, aliás.


– Era para isso? Bom, foi um investimento. Embora a frase não diga muito.


– Pelo menos sabemos que temos de levar a pedra com a gente – argumentou a garota.


– Levar para onde? Você ainda não conseguiu pegar um pouco da poção veritasserum do Prof Slughorn para investigarmos onde fica o portal gêmeo.


– Pois saiba que eu peguei sim, ontem à noite, quando estava ajudando o professor a arrumar o organizador portátil de ingredientes – informou a garota.


– Bom, então precisamos achar o portal gêmeo, logo. Malfoy, o que tem em mente? – perguntou o corvinal.


– Precisamos atrair Filch para usar a poção recém conseguida sem ninguém ver. Tiago e Khai, vocês sequestrarão a Madame Norra e deixarão rastros dela na direção do corredor do 3º andar, aquele deserto. Eu vou seguir o aborto com a capa de invisibilidade para garantir que ele ache as pistas. Elizabeth, você fica esperando em uma das salas, disfarçada. Então, amarramos ele e damos a poção. Depois uso o feitiço obliviate nele.


– É um feitiço avançado. Você sabe fazer? – questionou Tiago.


– Sei. Meu pai me ensinou nas férias.


– Mas você não pode usar magia fora da escola! – argumentou a sonserina.


– Posso, se tiver um adulto para dizer que foi ele. Além disso, usei a varinha do meu pai, para garantir. Vocês não sabiam que o rastreamento também é baseado em nossas varinhas?


Os três colegas olharam espantados para o amigo. Havia, afinal, um jeito de enganar o Ministério. Seu pai tinha ensinado vários de feitiços, mas os outros não precisavam saber.


– Quando faremos? – perguntou Khai.


– Amanhã, durante o jogo de quadribol da Grifinória e Corvinal. É o último jogo deles, então, todos estarão lá.


– E nós vamos perder isso? – Tiago parecia desapontado.


– Você pode não ir com a gente – informou Khai e o corvinal negou com a cabeça.


– Então arranje uma boa desculpa para não estar lá – disse Malfoy.


– É simples. Vou aproveitar o tempo livre para ficar com a Lizzie e ela odeia quadribol.


Malfoy deu de ombros, enquanto a garota e Khai olhavam desgostosos para o corvinal. Os quatro voltaram a se concentrar no trabalho, até que Elizabeth se reitirou para continuar nos seus aposentos. Na saída, cruzou com James, que buscava os colegas de quadribol, a quem tinha que revelar as más notícias. Trocaram apenas um olhar rápido, pois Jonathan chamou a atenção da irmã, ao se aproximar da entrada da biblioteca.


– Finalmente apareceu! Por onde anda?


– Estamos estudando em outro lugar. A biblioteca está muito cheia, sabe? Vim só buscar um livro. Aliás, Lizzie, eu não agüento mais. A Rose é tão chata quanto você.


– Ei! Não me compare àquela garota.


– Tenho que ir. Nos vemos depois.


Lizzie abandonou o lugar, enquanto Jonathan procurava um livro de História da Magia. Assim que o encontrou, subiu rapidamente para o 7º andar, onde seus amigos estudavam, próximos à sala da diretora McGonagall. Alvo, Peter e Rose estavam esparramados, cercados de livros. Contudo, enquanto os garotos finalizavam suas tarefas, Rose examinava seu pergaminho onde acrescentava, olhando em um livro trouxa, raças novas de felinos.


– Rose...


– Primeiro termine sua redação de Herbologia, Al.


– Mas eu acho que...


– É mais fácil terminar logo do que convencer a sua prima, Al – disse John e, após alguns minutos, completou. – Pronto. Terminei – mostrou para a amiga seu trabalho.


– Está muito bom, Jonathan.


– Por mim, se estiver aceitável já é suficiente – afirmou Peter.


– Você devia levar mais a sério os trabalhos. Se tiver boas notas pode conseguir um estágio.


Peter balançou a cabeça e sussurrou “neurótica”. Alvo deu um cutucão no amigo e fez sinal para que ele calasse a boca. Mais alguns minutos e todos tinham terminado as tarefas.


– Agora, Rose, o que faremos? – perguntou Alvo.


– Vamos descobrir qual a senha para entrar na sala da diretora. Pelas orelhas extensíveis eu ouvi que a de hoje é sphynx, então podemos riscar ele da lista.


– O que é sphynx? – questionou John.


– É uma raça de gato. Notei que a diretora sempre escolhe uma diferente, embora tenha repetido algumas vezes. Veja, eu listei mais de 80 raças diferentes. Podemos testá-las amanhã e tenho certeza de que acertaremos – entregou o pergaminho para o colega.


– Amanhã? Mas amanhã é o jogo de quadribol do James! – exclamou Alvo.


– Eu sei, Al, mas é nossa melhor chance. Todos estarão lá.


– Exatamente, Rose – argumentou John, devolvendo a lista. – Se todos estarão lá, vai dar na cara que não estamos. Especialmente porque é o jogo da Grifinória, com o seu primo.


– Olha, já inventei tudo. John, você vai perder sua mochila com todos os seus trabalhos e nós vamos te ajudar a refazer tudo durante o jogo de quadribol – afirmou Rose.


– O quê? – assustaram-se os garotos.


– Por que eu? Por que não pode ser o Alvo ou Peter ou mesmo você?


– Não seja bobo, John. Precisamos fazer a cena na sala comunal da Grifinória, senão ninguém vai acreditar. Já me imaginou perdendo um trabalho?


– E o que faremos depois da senha? – Alvo mudou o foco do assunto.


– Você e Peter vão ficar de olho na diretora e eu vou ficar no 7º andar, caso algo dê errado. Amanhã Jonathan entra na sala da diretoria e pega o mapa da escola. Ele sabe o que fazer, afinal treinamos bastante feitiços convocatórios e de cópia. Não deve ser difícil, só se tiver proteção contra encantamentos, então ele vai ter que procurar.


– Ele vai ser visto pelos quadros! – informou Alvo.


– Claro que não. Ele usará a sua capa de invisibilidade e eu tenho pó escurecedor instantâneo do Peru e uma bala golfolante Weasley que disfarça a voz – afirmou resoluta e recolheu suas coisas. – Nos vemos amanhã – disse e saiu, deixando os colegas.


– Sabe, Alvo, a sua prima pode ser uma brilhante grifinória, mas arquiteta planos bem assustadores. Acha que eu posso me dar muito mal nisso?


– Relaxa, John! Nós te damos cobertura. Além disso, ela já pensou em tudo. Rose pode ser mandona, mas ela nunca colocaria alguém em perigo – afirmou Alvo.


– Vamos tomar um chocolate quente com marshmallows – disse Peter. – Precisamos relaxar a mente antes de amanhã. Rose fica apertando os nossos miolos!


Os três riram, recolheram suas coisas e tomaram o caminho do Salão Principal, a fim de pegar o lanchinho noturno servido para os alunos que estavam estudando um pouco mais.


Pela manhã, o castelo acordou com os ânimos exaltados pela partida de quadribol após o café. Lógico, todos sabiam que James estava suspenso do jogo, pelo diretor da Casa, por ter sido pego enfeitiçando a planta da porta dele. Os grifinórios estavam muito chateados com o capitão por ter feito isso justamente com o Prof Longbottom, mas seus amigos agradeciam por terem sido poupados da detenção. O clima entre os jogadores era de tensão, mas James ainda fazia o papel de capitão, dando apoio moral e repassando jogadas com Elberta Breslin, ex-artilheira do time, do 7º ano, que o substituiria.


Assim que os alunos começaram a descer da sala comunal para o estádio, Rose alertou a Jonathan que estava na hora. Entregou um pergaminho para o amigo, dizendo ser o trabalho corrigido e aguardou que o outro guardasse em sua mochila. Em poucos minutos, ouviu a confusão começar no dormitório masculino. Em poucos instantes, um pequeno grupo de amigos, inclusive a garota, procurava em todos os cantos pela mochila com os trabalhos. Rose segurava muito o sorriso, pois o amigo realmente se superava. Enfim, Rose disse que deveriam procurar por Filch e, se não encontrassem, teriam que ficar na escola, durante a partida, para terminar tudo a tempo. Os amigos ficaram tristes por John, mas não se ofereceram a ajudá-lo, afinal, era “o” jogo. Rose solicitou que Jerry Marvelick, colega de quarto do amigo, avisasse a James, caso Alvo também não aparecesse.


Rose e John encontraram com Alvo e Peter no Salão Principal, à procura de Filch, que negou ter encontrado alguma mochila. O zelador olhou ao redor, preocupado, e perguntou onde estava Madame Norra, mas para si do que para o quarteto próximo. A surpresa foi grande quando Malfoy, surgido ninguém sabe exatamente de onde, afirmou ter cruzado com a gata no quarto andar. Uma gentileza que não passou despercebida ao grupo. Argo saiu imediatamente, enquanto os quatro olhavam curiosos para Deymon.


– Boa sorte ao assistirem a partida – falou, com um tom irônico.


– Você não vai, Malfoy? – perguntou Alvo, um tanto ansioso.


– Não perdi nada lá – respondeu, analisando o lufo.


– Minha irmã não deveria estar com você?


– Sua irmã está por aí com aquele corvinal. Não iria ficar por perto, não acha?


John automaticamente sentiu que alguma coisa eles estavam aprontando, já que sabia não existir nenhum romance entre os dois, mas fingiu-se de ofendido. Não iria trair a confiança da irmã ao rebater a informação falsa do sonserino.


– Vamos, gente! Ainda temos que achar a mochila do Jonathan – informou Peter.


Cada um tomou um caminho, posicionando-se conforme seus objetivos. Malfoy voltou para a Câmara das Passagens, no encalço do zelador. Tinha combinado com os amigos que as pistas deveriam começar em outro andar, para não chamar atenção. Sob a capa de invisibilidade, observou o castelo se esvaziar enquanto seguia Filch. Felizmente, ele notou os rastros do pêlo da gata, que pareciam presos em uma passagem secreta que dava para o terceiro andar. Deymon o acompanhou quando passou pela tapeçaria, quase sendo notado pelo outro, que parou ao suspeitar de um barulho.


Filch chegou ao terceiro andar desconfiado, olhando ao redor e espreitando os cantos. Não era do feitio de Madame Norra não responder quando fosse chamada. Suspeitou, imediatamente, de um desrespeito contra a sua parceira e começou a praguejar sobre detenções nas masmorras. Logo entraram no corredor deserto, onde as salas não eram utilizadas. Argo chamou novamente pela gata e ouviu um miado baixinho, vindo de uma das pesadas portas, no fim do corredor. As tochas acendiam automaticamente quando passavam e Deymon tomou o cuidado de não permanecer muito distante do zelador.


– Madame Norra! – exclamou estarrecido, ao ver sua gata presa em uma gaiola de pássaros.


Quando partiu para socorrê-la, sentiu um feitiço lhe atingir pelas costas, embora não conseguisse identificar a voz de ninguém. Reconheceu, contudo, os efeitos das balas proibidas da loja Weasley, que ele tanto detestava. Desmaiou logo em seguida.


Enquanto isso, Jonathan e Rose tomavam o caminho da diretoria e os lufos assumiam uma posição para vigiar Minerva. Alvo estava de tocaia, na área externa do castelo, atento ao fim da partida e à saída de McGonagall. Peter estava fingindo fazer uma leitura, sentado no primeiro degrau do quarto andar, que dava acesso à escadaria principal, agora inutilizada. Tinha sugerido assim, para que o amigo pudesse acompanhar o jogo da Casa do irmão. Alvo logo pôde ouvir os gritos bem de longe, sinal de que o jogo estava emocionante, assim como a marotice que eles estavam tramando no 7º andar.


Após se certificarem de que o corredor da ala da diretoria estava vazio, Rose puxou um pergaminho e começou a ler uma série de nomes rapidamente.


– Abissínio, Angorá turco, Balinês, Bengal, Bobtail americano, Bobtail japonês, Bombaim, Burmês europeu, Chartreux, Cornish Rex, Crookshanks, Devon Rex...


– Garfieldis Felinus, Gato Mosqueado da Califórnia, Gato Rafeiro, Khao Manee, Korat, LaPerm, Maine Coon, Manx, Mau Egípcio e...Er...? – John tentou ajudar.


– Minskin, Munchkin, Nebelung, Norueguês da Floresta, Ocicat, Persa, Persa Teacup, Pixie-bob, Ragamuffin, Ragdoll, Russo azul, Sagrado da Birmânia, Savannah, Scottish Fold, Selkirk Rex, Siamês, Siberiano, Sokoke, Tonquinês...


– Nada. Tem mais algum, Rose?


– Tenho uma segunda categoria, menos provável – disse a garota.


Ela começou a ler, mas a passagem não se abria. Já estava lendo pela quarta vez, agora com calma, quando Jonathan começou a soltar umas risadinhas. Rose encarou o garoto, zangada.


– Desculpe. É que eu pensei em uma que não está aí.


– Qual?


– Ah, Rose, é bobagem. Idiotice minha. Nem é uma raça de gato!


– Fala logo, Jonathan.


– Peixe-gato.


A gárgula que protegia a sala da diretora começou a se mover, revelando uma escadaria em caracol. Os grifinórios se encararam por alguns instantes e Rose logo começou a repassar as instruções. Em seguida, caminhou para a esquina do corredor, pronta para fazer uma cena se alguém viesse, até que o amigo conseguisse escapar. Seu temor era Madame Norra resolver aparecer por ali, trazendo Argo Filch em seu encalço.


Para a sorte dos lufos e grifinórios, os carrascos dos corredores estavam sob o poder de três sonserinos e um corvinal. Após o desmaio de Filch, Malfoy orientou os outros dois garotos que o arrastassem e amarrassem.


– Não deveríamos colocar uma venda nele também? – perguntou Lizzie, com a voz grave e distorcida pela bala golfolante.


– Acho que não sobrou mais nada. Sabe conjurar uma venda, Malfoy? – sugeriu o corvinal.


– Não.


– Ai, gente! Usa a gravata! – disse a garota.


Elizabeth se encaminhou até Khai, ao seu lado, tirando gentilmente a gravata do garoto, deixando-o avermelhado. Fato que não passou despercebido aos outros meninos, embora a garota não tenha prestado a mínima atenção. Assim que vendou o zelador, ele reagiu, fazendo a sonserina saltar duas vezes para longe dele.


– Quem está aí? Você vai se arrepender! Solte agora a minha gata! Imediatamente! A diretora vai saber disso e você será expulso!


– Pegue o veritasserum – ordenou Malfoy e Filch se remexeu, agora tenso.


– Um absurdo! Uma falta de respeito! A diretora saberá disso! Mostrem seus rostos, seus delinqüentes juvenis! Vou amarrá-los nas masmorras e fugnf...


Elizabeth derramou o líquido viscoso na boca do zelador e a tapou, junto com o nariz, obrigando-o a engolir. Assim que o fez, ela retirou a mão, limpando nas vestes, com nojo.


– Quanto tempo para fazer efeito? – perguntou Malfoy para a garota.


– Já está fazendo. Sr Filch, qual a pior coisa que podemos fazer com sua gata?


– Matá-la – disse, a contragosto, num resmungo.


– Por que seria a pior coisa? – continuou.


– Porque... Por anos... Ela tem sido minha única... Amiga – disse, tentando vencer a poção.


Todos se entreolharam e um mal estar coletivo envolveu o ambiente da sala. Argo Filch abaixou a cabeça, cedendo aos efeitos da poção. Estava vencido e sabiam sua fraqueza. Queria voar no pescoço do que presumia se tratar de quatro alunos e quase sufocá-los, levando-os para uma detenção sombria nas masmorras.


– Vamos ao que interessa. Sr Filch, além daquela infiltração, existe outra no castelo? – Malfoy perguntou.


– Não – respondeu, após pensar um pouco.


– Isso é mau – disse Khai. – Como fica o port... Ai!


Lizzie deu um cutucão no garoto, impedindo-o de falar.


– Existe algum vazamento, uma goteira, qualquer coisa? – perguntou a garota.


– Goteira tem em muitos lugares e o banheiro do terceiro andar está sempre com vazamento – respondeu o zelador.


– Murta. Assim não vamos para frente – afirmou Khai.


– Será que não existe nada que tenha a ver com a água do lago? Ou teve? – indagou Tiago.


– Nossa tese pode estar errada – expôs Lizzie ao corvinal. – Talvez tenha outro jeito de...


– Teve... – interrompeu o zelador, atraindo o olhar de todos.


– Como assim? Explique – ordenou Deymon.


– Quando eu... Retirei a pedra da infiltração e... Causei... A inundação – afirmou o que acreditava ser verdade.


– Mas a inundação começou da infiltração, não foi? – questionou Khai.


– Também – respondeu Filch, com um rosnado.


– Explique-se – mandou a garota.


– A inundação começou da infiltração... Mas também... Da masmorra.


– Faz sentido. As salas comunais da Sonserina e Lufa-Lufa inundaram rápido demais – afirmou Malfoy. – Onde começou a inundação da masmorra? Diga o lugar certinho.


– Na masmorra... Número... 13... – disse, enquanto resistia mais.


– Ahá! – vibrou Deymon.


– Tem uma... Passagem secreta... Que leva para... Fora da escola. Passa por... Baixo do lago e... A inundação começou lá também.


– Achamos! – comemorou a garota. – Agora faça o feitiço. Ele está resistindo, sinal de que a poção está perdendo o efeito. Só tinha um pouquinho – informou para Deymon.


– Saiam todos por precaução. Vou precisar tirar a venda dele.


Argo Filch se moveu, nervoso. Será que era sua hora de morrer? As últimas coisas que veria seriam os olhos e a varinha do inimigo. Deymon retirou a gravata do colega e a guardou no bolso, para que o zelador não pudesse vê-la. Estava ansioso e suava frio. Sabia fazer, mas nunca tinha feito para apagar uma memória tão longa. Por via das dúvidas vestiu a capa e subiu em um caixote. Havia deixado apenas a varinha para fora, assustando Argo. Suspirou fundo e se concentrou em sua própria magia.


Obliviate!


Observou o foco do olhar do zelador se perder em algum ponto e tentou se concentrar para apagar todo o tempo que ficaram conversando. Passado alguns, minutos, ficou receoso de ter apagado coisa demais e interrompeu o feitiço. Argo Filch desmaiou.


– Venham aqui! Vamos levá-lo para fora do corredor. Pegue a gata – indicou para Lizzie. – Sem nomes ainda. Não sei exatamente se ele pode nos ouvir. Rápido.


– Acha que deu certo? – Khai perguntou, ansioso.


– Só vamos saber quando ele acordar.


Os três garotos arrastaram Filch até a saída do corredor deserto, tomando cuidado para não serem vistos por nenhum quadro e, principalmente, Pirraça. Todos os quatro se espremeram sob a capa, atrás de uma armadura e observaram o zelador começar a se mover, confuso. Ele chamou pela gata e andou sem rumo certo, perguntando-se como foi parar ali. Elizabeth soltou Madame Norra ao mesmo tempo em que Khai acendia o pavio de bombinhas presas no rabo do animal. Ela soltou um longo miado e saiu em disparada, passando por Argo, na tentativa de se livrar do estouro. O zelador saiu correndo atrás da gata, praguejando contra os arruaceiros que estudavam naquela escola.


Longe dali, Jonathan subia os degraus de pedra, temeroso. Lançou um feitiço de silêncio nas dobradiças da porta, ensinado por Rose e entrou. Tinha nas mãos uma amostra do pó escurecedor instantâneo do Peru e trazia óculos especiais para ver no escuro, mas nada disso foi necessário porque, assim que abriu a porta, notou que todos os quadros dormiam. Encostou com cuidado a porta, a fim de ouvir qualquer barulho que viesse por ela e observou atentamente o interior da sala, iluminada pela claridade de uma janela aberta.


Além de estantes repletas de livros e pergaminhos aparentemente muito raros, havia uma mesinha de pernas finas e instrumentos de prata por onde passou o olho, curioso. Uma escrivaninha tomava um canto da sala, com uma luminária que lembrava um felino. John notou que havia um móbile com miniaturas de gato e imaginou tudo aquilo tomando vida, quando a ex-professora de Transfiguração estivesse de bom humor.


Começou a vasculhar um local onde o mapa da escola pudesse estar. Pegava os pergaminhos e os abria cuidadosamente debaixo da capa, atento a qualquer movimento dos quadros. Parecia complicado até respirar. Passou então a explorar a grande mesa da diretora, lançando feitiços de silêncio em sussurros quase inaudíveis nas gavetas. Havia papéis para a correspondência oficial, selos, diversas penas, uma chave bem antiga, alguns documentos que pareciam importantes e diversas tralhas de escritório.


Continuou vasculhando as prateleiras por longos minutos, que lhe pareceram horas, mas nada de encontrar o mapa da escola. Viu alguns desenhos que, de fato, lhe pareciam a estrutura de Hogwarts, mas não um mapa. Suspirou, derrotado, tendo que apelar para o feitiço que poderia se tornar um grande problema, pois sabia que acordaria os quadros, chamaria a atenção e deveria partir imediatamente. Já estava ficando tenso, sem saber a quantas andava o jogo de quadribol e se ainda teria tempo.


Do lado de fora, Alvo acompanhava atentamente a vibração de ambos os times. Parecia-lhe que o jogo, de fato, estava muito emocionante, mesmo sem a participação de James. Queria reprovar a marotice que o irmão tinha feito, mas como poderia se, naquele exato momento, ele estava fazendo coisa pior? Seus pais teriam acessos com dois filhos com tamanha habilidade de se meter em confusão. Em sua defesa, repetia mentalmente que suas ações eram por um bom motivo. Passou o tempo tentando escutar o que as torcidas gritavam, curioso em saber qual era o placar. Ainda não tinha 1 hora de jogo, quando ouviu uma explosão de gritos que só podiam significar uma coisa: o pomo fora apanhado.


Imediatamente, correu para o interior do castelo. A intenção de Alvo era chegar até a escadaria e avisar a Peter, que correria até Rose e alertaria Jonathan. Contudo, foi impedido pela aparição de Firenze, o centauro que dava aulas de Astronomia. Ele lhe cumprimentou e passou a falar sobre posicionamento de estrelas, mapa astral e algum evento interessante, não dando ao garoto a oportunidade de interromper, sem ser muito grosseiro.


As pessoas começaram a entrar e Alvo passou a suar frio, agora não mais prestando atenção a nenhuma palavra que o centauro lhe dirigia. Peter escutou o movimento de pessoas no hall de entrada e apurou os ouvidos. De repente, a própria McGonagall surgiu na entrada e Alvo soltou em alto e bom som:


– Diretora McGonagall!!


– Pois não, Sr Potter? – perguntou, com uma expressão curiosa.


– Ah... Desculpe, Prof Firenze. Eu queria muito saber qual foi o placar, sabe diretora? É que o Jonathan perdeu a mochila com as tarefas e ficamos para ajudá-lo a refazer tudo.


– É muito bom observar a camaradagem entre amigos, Sr Potter, sacrificando algo de seu interesse. O jogo terminou 200 a 50, para a Grifinória – afirmou, disfarçando um sorriso.


– Que ótimo! – vibrou.


– Com licença, preciso despachar uma coruja – disse a diretora ao se retirar, sem dar espaço de manobra para o lufo retê-la.


Alertado pelo grito do amigo, Peter levantou-se rapidamente e correu para o 7º andar, da forma mais rápida que conhecia. Tinha que encontrar Rose e lhe alertar sobre a diretora, antes que fosse tarde demais e Jonathan se desse muito mal.


Dentro da sala, o grifinório se decidia a utilizar o feitiço convocatório. Enquanto dava uma rápida olhada na sala e colocava os óculos especiais, jogou no chão o pó escurecedor do Peru. Por uma fração de segundo, jurou ter visto um dos olhos do quadro do ex-diretor Dumbledore falsear em sua direção. Em meio ao breu, ficou imobilizado encarando Alvo, mas ele não voltou a dar sinais de que estava acordado. Saiu da apatia e voltou à ação.


Accio mapa da escola – convocou, em um sussurro.


Alguns pergaminhos voaram de prateleiras superiores e cantos esquecidos, despertando os quadros. Imediatamente, eles desconfiaram daquela escuridão e passaram a perguntar quem ousava entrar nos aposentos da diretoria, enquanto outros avisavam que iriam alertar os funcionários. Jonathan sabia que não teria muito tempo e passou a olhar, desesperadamente, cada material. Enfim, encontrou um pergaminho retangular muito empoeirado e gasto, como se não fosse tocado há um século. Viu seu nome escrito dentro da sala da diretora, além de Rose no corredor e mais alguns alunos da grifinória, que pareciam se dirigir, aos montes, para a sala comunal. Gelou: não havia tempo algum.


Protean! – se esqueceu e falou alto, aumentando a indignação dos quadros.


O feitiço de cópia funcionou como havia treinado exaustivamente, apesar de ter feito muito bem da primeira vez que tentou. Um talento impressionante, segundo Rose. Em poucos segundos, tinha um mapa como o da diretora. Tratou de colocar tudo no lugar de onde se lembrava, utilizando o wingardium leviosa para as prateleiras mais altas. A tensão o fez se atrapalhar com os mapas e não sabia mais qual era o original e qual a cópia. Fez uni-duni-tê e saiu da diretoria, lançando uma pedra de sol dos Maias que interrompia o pó do Peru.


Correu para a esquina onde estava Rose, mas parou bruscamente ao ouvir a voz da diretora. Rose e Peter faziam uma cena sobre o desaparecimento da mochila, quase gritando de falsa indignação, enquanto carregavam livros e pergaminhos tirados da bolsa da garota, segundos antes de Minerva aparecer. A diretora pedia que eles acalmassem os ânimos.


– O que estão fazendo aqui, afinal? – perguntou, desconfiada.


– Viemos terminar o trabalho do Jonathan. Agora que o jogo terminou, a sala comunal ficará lotada de gente comemorando. Achamos que poderíamos voltar para o nosso cantinho. Não podemos? – perguntou a garota, soando inocente.


– Ah, claro. Fiquem à vontade.


Jonathan pegou o caminho inverso, dando de cara com um beco sem saída. O desespero, então, tomou conta da sua mente. O mapa em sua mão era a prova da invasão. Precisava de um lugar para escondê-lo. Como sairia daquela situação? E se a capa falhasse? Precisava desesperadamente de um lugar para esconder aquilo. Olhou ao redor e se deparou com paredes nuas, somente uma armadura antiga ordenava o lugar. E se jogasse dentro dela? Tentou forçar alguma abertura, mas o ferro parecia fundido. Andou de um lado para o outro, ouvindo os passos firmes da diretora e as vozes nervosas dos dois amigos.


– Merlim, e agora? – sussurrou, passando as mãos pelos cabelos. – Preciso de um lugar para esconder o mapa e até a mim!


Os passos estavam cada vez mais próximos e as vozes de Peter e Rose claramente alteadas para alertar o grifinório. Seu coração batia loucamente, sentiu o suor escorrer pelo corpo e fechou os olhos, rezando para que um milagre acontecesse. De repente, sentiu que estava caindo e despertou, abismado. Uma porta havia surgido do nada na parede atrás de si, aberta pelo seu peso. Levantou-se e encarou, boquiaberto, uma sala vazia. Cheirava a coisa velha queimada, mas a julgar pela sua situação, não podia escolher nada melhor.


– Cavalo dado não se olha os dentes – disse e entrou na sala, fechando a porta atrás de si.


– Vocês sentem um cheiro de queimado? – questionou a diretora.


– Er... Um pouco – disse a garota, trocando um olhar nervoso com Peter.


Rapidamente, Minerva subiu para seu aposento a fim de verificar se um desastre havia ocorrido. Peter e Rose se mantiveram próximos à gárgula, tensos ao imaginar a diretora descobrindo tudo e expulsando a todos.


– A capa não protege ele? – perguntou Peter.


Rose mandou ele se calar no momento em que a diretora descia as escadas.


– Alguma coisa pegou fogo, diretora McGonagall? Devemos chamar alguém?


– Não, Srta Weasley. Alguém passou por vocês, enquanto estavam vindo para cá?


– Várias pessoas, porque tinha muita gente voltando para sala comunal da Grifinória – afirmou Peter. – Por que? – perguntou, curioso, enquanto Rose lhe dava um cutucão.


– Terão de arrumar um outro lugar para estudarem hoje – informou, enquanto usava sua varinha. – Esta ala está lacrada até segunda ordem. Vou acompanhá-los.


A diretora os acompanhou até o final do corredor, sem dizer nenhuma palavra. As crianças não tinham coragem de perguntar o que tinha visto em sua sala. Assim que a diretora sumiu do campo de visão e audição, Rose se desesperou.


– Ai meu Merlim, ele está perdido! Ela vai encontrar ele. Se ele tiver lá dentro, já era, Peter! Eu não devia ter inventado isso. Eu devia ter pensado melhor, feito um outro plano.


– Calma, Rose. Ele pode ter saído antes com a capa e não ter falado nada porque a diretora estava aqui. Jonathan? – chamou o amigo, mas não houve resposta.


– Ai meu Merlim! – exclamou Rose, agora com lágrimas escorrendo pela face. – A culpa é minha! A culpa é toda minha! E agora? Ele não vai me perdoar... E Elizabeth vai me matar!


– Minha irmã não mataria ninguém – informou o grifinório, surgindo da esquina.


– Jonathan! – Rose exclamou aliviada e correu para abraçá-lo. – Seu tratante! Como pôde passar pela gente com a capa e não falar nada? Já estava ficando desesperada!


– Mas eu não passei por vocês. Saí por... Cadê a porta? – olhou, espantado, para o nada.


– Do que você está falando? – perguntou Peter.


– Eu juro! Eu estava lá no corredor, perdido e então essa porta apareceu. Entrei na sala e atravessei, chegando na outra porta que abriu aqui. Mas como pode ter sumido?


– Magia, é claro! – respondeu a garota. – Mas que cheiro de queimado é esse?


– Ah... Sou eu. A sala tinha cheiro de queimado.


Rose avaliou a situação por um momento e sua mente ferveu em ideias.


– É melhor você se livrar da roupa – disse Peter. – A diretora sentiu cheiro de queimado também. Se vir você...


– É verdade! Vamos para nossa sala comunal, John. E onde está o Al, Peter?


– Eu ouvi alguém conversando com ele, perto da escadaria. Acho que era o Prof Firenze.


Alvo estava angustiado, sem saber se seus amigos estavam a salvo ou se tudo tinha dado errado. Assim que a diretora se retirou, achou que poderia fazer o mesmo, mas o centauro tocou em seu ombro e o encarou, profundamente.


– Ouviu alguma coisa do que eu disse, menino Potter?


Imediatamente, Alvo sentiu-se constrangido e suas bochechas se avermelharam.


– Me desculpe, professor. Estava com a cabeça em outro lugar. O jogo, meus amigos, sabe como é. Eu sinto muito. O senhor falava sobre estrelas?


– Sobre planetas e constelações, menino Potter. Um fenômeno muito interessante se aproxima, que há mais de mil anos não se ouviu falar. Algo que, para a minha raça, pode significar uma dádiva ou uma perdição.


– Um fenônemo?


– Sim. Um alinhamento incomum – disse, abaixando-se e aproximando-se do garoto. – Seria interessante observá-lo e saber utilizá-lo da melhor forma, não acha?


Por um momento, Alvo compreendeu que havia algo que deveria saber, mas se viu confuso.


– Eu não entendo. Por que está me contando isso, professor?


– Porque todo o tipo de magia, jovem Sr Potter, deixa rastros. Mesmo que vocês, bruxos, não estejam prontos para enxergá-los – disse e se retirou, deixando o lufo sem entender absolutamente nada.

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Comentários (11)

  • Rosie Bolger

    amei o capitulo e concordo com luiz, seria bom ver um romance entre alvo e l.izie, mais ainda acho q seria legal q ela e macber namoracem.

    2012-11-22
  • Sheila Costa

    Luiz, dar uma opinião não significa estragar a minha criatividade não! Acho válida a opinião de todos. Tenho na minha cabeça o desfecho de absolutamente tudo e até os casais que serão formados definitivamente ou provisoriamente. Vai ser uma coisa legal de se ver, mas precisa de paciência. Acho que você opinar sobre um shipper é bem válido, não? Muita gente torcia por desfechos diferentes do da tia Jô e nem por isso estragou a criatividade dela, né? kkkkkkkk

    2012-03-26
  • luiztikei

    kkkkkkkkkespero não estar estragando sua criatividade so queria dar uma opçãoquem sabe depois do que aconteceu no capitulo 15(A varinha enlouquecida)Alvo e Elizabeth podecem ter romanceeu sei o q todo mundo acha q não daria certo mas o amor vem dos lugares mais inesperadosBJS  

    2012-03-25
  • Sheila Costa

    Lediane, muito obrigada pelo seu comentário!! Valeu!!Anne, fico muito lisonjeada por ter o seu primeiro comentário. Sinal de que acertei em alguma coisa, não é? Peço desculpas pela demora na postagem, mas não possuo muito tempo livre. Postarei, não tenha dúvidas!Luiz, fico muito feliz com as suas palavras. Tem muitas fics aqui na FeB que eu amo também! Eu não faço suspense de propósito, eu juro! Assim que der colocarei um capítulo novo. Só não estou feliz com o que escrevi... está sem criatividade e meio repetitivo. Coisas de autor, sabe? Acho que estou em crise.... rsrsrsrsrsBeijocas!! *___* 

    2012-03-22
  • luiztikei

    posta logo o ultimo por favor tua fic e a melhor q eu ja vi e vc dexando suspense pelo amor de deus alvo potter e os segredos de hogwarts e a melhor

    2012-03-16
  • Anne Gryffindor Potter

    Adorei!Nunca postei nenhum comt. pra ninguém vc ta de parabens!ficou no gostinho de quero mais....BJSespero pelo próximo.

    2011-11-28
  • Lediane Werner

    Muito boa tua fic...Parabéns...Bjus

    2011-08-22
  • Sheila Costa

    Geeeente, não to acostumada com comentários nos capítulos... uhauhauauaEsqueço forever... sorry!ÉrisAs coisas estão caminhando mesmo! Será que os grupos se encontrarão? Ou pegarão caminhos diferentes? =D Temos uma data e isso é bom para o enredo. Dá um sinal de que vai terminar, não é? Essa galerinha tem só 11 anos, mas se mete em cada plano... rsrsrs Então, eu usei do recurso literário imaginativo sobre a Sala. Sei que ela só aparece na tapeçaria correta, mas tudo pegou fogo. Não creio que tenha voltado para o mesmo lugar, após ter se recuperado. Seria fácil demais para alguém achá-la novamente, não acha? rsrsrsrs O cheirinho de queimado deu um toque nostálgico, não? rsss Hilary LestrangeFico feliz por ter plantado a sementinha da curiosidade! Já vi que você não é fã do James... ora, ele é do tipo ou ame ou odeie. Engraçado como os grupos se ajudam, sem saber, né? Muito obrigada pelo elogio. Tentei criar uma coisa muito bacana e na medida certa. Fico feliz por saber que acertei bastante no tom da fic ^^ Obrigada por ler! Felipe!!3 anos de fic é muita coisa! Um dia escreverei um livro sobre outras coisas.Quanto ao capítulo, fico feliz que tenha curtido bastante. Tem muito preconceito ainda no meio disso tudo, mas será que não tem jeito? wow!! Vc tem teoria para o segredo lol adooooooooooooooro! Será que hogwarts quer que todos virem amiguinhos? Será que o segredo é esse? Será que tem a ver? Será que você tá viajando na maionese?? Teorias, teorias, teorias...rsrsrsrsrsrs Uma pessoa do Grimmauld Place chegou bem perto de descobrir rsrsrsConcordo com vc q a rivalidade saudável é bacana, faz crescer, mas o preconceito não ensina nada. Só destrói. A mágica da escola foi feita pela união dos quatro e esse é um ponto muito importante. Seria bem interessante se a escola estivesse fazendo tudo isso só para unir todo mundo. Será? Será que não? Seria coincidência ou não tem nada a ver??kkkkkkkkkkkkEspero mesmo que todos gostem da revelação não tão revelada assim.Daqui a pouco chega a hora.bjocas a todos e obrigada por ler!!

    2011-08-18
  • Felipe S.

    Antes de mais nada, nú, 3 anos de fic não é para qualquer um! Esse aniversário só evidencia seu talento, se a fic está durando todo esse tempo podemos concluir que bem escrita e criativa ela é! Parabéns, Sheila! Espero que você nunca pare de escrever, seja fics ou algum livro, afinal, talento você tem! ^^   Bem, quanto ao capítulo: excelente!  Essas duas equipes trabalhando separadas pela mesma causa é algo muito interessante, provando que os preconceitos entre as casas não acabaram depois da guerra e, pelo jeito, nunca vão terminar. Dito isso, me veio à mente uma ideia muito doida: e se Hogwarts estivesse tentando reverter isso? Bem, as pedras terem aparecido para cada equipe de maneira aleatória sem ser percebida por qualquer outro? suspeito. Outro ponto que reforça minha tese é a formação das equipes, enquanto uma é formada por lufanos e grifanos, a outra é formada por sonserinos e um corvino. Começo a achar que a escola mostrou essas pistas para as equipes visando um trabalho em equipe entre todas as casas, sem falar nesse foco da diretora em união.  Pode parecer viagem, mas, sei lá, acho que a escola não quer acabar com a rivalidade, até pq isso é algo saudável, mas quer acabar com esse preconceito infundado, afinal, a mágica da escola foi feita através da união dos quatro. Uma vez que uma desunião está ocorrendo, algo muito maior que uma simples rivalidade, a escola está reagindo, perdendo a magia e depositando suas esperanças em dois grupos mistos, mas que precisam se unir para formar uma equipe com todas as casas.   Ufa, viajei legal... xD  

    2011-05-03
  • Prado Soares

    aiin Sheu... que cap foi esse? perfeeeeito *--* fiquei super curiosa... e esse final? nossasenhora! uq q é q ta acontecendo na escola, afinal? é de deixar qq leitor seu morrendo de curiosidade! eu adoro a Lizzie, elaé tão inteligente e manipuladora... bem feito pro james, seferroulgl! susahusa ngm mandou ele ser tão insuportável. ainda bem q eles não perderam o jogo, pelo menos. to adorando os planos que essas duas turmas tão arrumando. e parece q acabou q os soncerinos ajudaram os outros, tirando aquele carinha mt chatooo do caminho deles. ainda espero a hr q eles vão estar no msm lugar, que nem aconteceu daquela vez. *--* to amando a fic, d vdd. vc escreve tão bem. e nada mt exagerado, são coisas mais lógicas, sem viajar d mais. xD agr que o cap 26 já está postado e lido, estou na vigília pelo 27, viu? bjz flor ;*

    2011-05-03
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