A Aliança



CAPÍTULO DOZE – A Aliança






Naquela noite o céu estava pintado de um roxo discreto mesclado com um azul marinho profundo. As nuvens reinavam absolutas no céu fazendo com que poucas estrelas brilhassem no céu escuro da noite. O vento rugia na velocidade e a proximidade do inverno trazia consigo uma brisa fria que penetrava nas vestes mais grossas. O primeiro jogo de quadribol da temporada seria Grifinória versus Corvinal, e Rony que se tornara o novo capitão do time da Grifinória, havia marcado treinos no decorrer de toda semana que antecedia o jogo. Assim como todos os capitães que Harry vira comandar o time da Grifinória, Rony estava histérico, nervoso e se preocupava com todos os detalhes do time. O erro mais banal era motivo de crítica contínua e implicação. Em uma jogada de ataque, Ash não respirou para ganhar mais velocidade e quando desistiu da jogada para respirar. Rony saiu voando das balizas e antes que ficasse diante de Cornwell começou a gritar com o garoto.


– Como você pode!? Não... Isso não pode acontecer no jogo! Você me escutou Cornwell?



– Eu...



– Sem “eu”!



Ash olhou para Harry que estava cinco metros acima dos dois e suspendeu as sobrancelhas em sinal de incompreensão. Antes que Harry retomasse a busca pelo pomo-de-ouro, Rony gritou novamente, desta vez foi com Gina e Linda que deixaram a goles cair sete metros em direção ao solo.



– Desse jeito Goldstein já havia feito outro gol! Vocês duas prestem atenção! – e antes de alguém pensar outro grito foi ouvido, novamente de Rony. – Harry! Cuidado! – Rony gritava em direção ao amigo indicando um balaço que estava um tanto distante de Harry. – Se você ficar aí em cima plantado igual uma mandrágora esse jogo nunca vai terminar.



Embora o frio em demasia e a lufadas de vento que vinham e voltavam não cessassem e atrapalhassem muito o desempenho de todos, Rony insistia em continuar, alertando que o primeiro jogo da temporada ocorreria dali a três dias, e que tinham de ganhar, ou então começariam com a varinha no peito. Depois dos muitos gritos, brigas e lamurias o treino transcorreu bem.



Os três novos artilheiros já haviam progredido em uma jogada nova e embora Ash, Linda e Gina fizessem um excelente trabalho não era nem um pouco apropriado compará-los a Angelina, Alicia e Katie que tinham um talento nato para o quadribol e jogavam em sincronia perfeita. Gina e Linda pareciam jogar melhor sozinhas do que com Ash, mas mesmo assim o garoto marcava belos gols e sua presença no time era essencial. Rony já aprimorara suas defesas e já lembrava distantemente Olívio Wood.



Os antigos substitutos e atuais batedores do time, David e Laff estavam melhorando em alguns requisitos como perder o medo que sentiam quando viam um balaço vindo em sua direção, propenso a derrubá-lo da vassoura; ou o modo como antes brandiam suas maças imprimindo força desnecessária no nada. Harry continuava fenomenal em suas capturas, embora naquele treino estivesse um pouco distraído devido à presença onipotente da Marca Negra no céu de Hogsmeade. Sua luz verde era refletida pelas águas calmas do Grande Lago, o que dava um desenho mais macabro à estranha forma.



Quando os músculos de Harry já perdiam a vontade de se contrair e estavam em uma fadiga quase completa Harry reclamou com Rony quem fingiu não escutar. Treinaram por mais dez minutos e Rony decidiu terminar o treino. Talvez o motivo de Rony ter terminado o treino fosse o mesmo motivo das reclamações de Harry: o cansaço.



– Vamos descer! – gritou a voz grave de Rony – Por hoje está bom! – Rony começou a perder altura e chegar ao solo. Rony mudou sua expressão séria de técnico (que sempre assumia na presença do time) e assumiu a cara de medroso e precavido(que usava na frente de Mione). – Cara eu estou morto. – sentenciou à Harry pelo canto da boca enquanto entravam nos vestiários. Os garotos se vestiram e se encaminharam para o castelo.



Quando já havia passado pelas portas duplas de carvalho, e já se encontravam subindo as escadas do sexto andar, Rony parou de ofegar por um instante e perguntou a Harry – O que tinha naquele pacote que Dumbledore lhe deu ontem á noite?

– Rony! Como você é intrometido! Pode ser algo pessoal! – protestou Gina a favor de Harry.



– Ah! Não é nada. Eu não mostrei a vocês porquê estava muito cansado. Sinceramente – eles passaram em frente a estátua de Agripa e continuaram andando até chegarem a moldura da mulher gorda – ainda não descobri o que é de verdade.



– Deve ser algo importante. – comentou o amigo a Harry.



Embora Rony estivesse preocupado com o jogo de sábado, o amigo parecia mais preocupado com Harry. O fato de Dumbledore ter vinculado a Armada como uma pequena extensão não formal da Ordem, fez com que não só Rony, mas todos seus amigos que estavam na sala de reuniões ontem a noite ficarem muito preocupados com ele. O fato era no mínimo estranho porque eles também estavam na Armada, mas mesmo assim, sem nem ao menos perguntar nada Harry disse a senha e a moldura revelou um buraco redondo, pelo qual os sete atravessaram e tomaram seus rumos.



Rony e Gina repousaram as vassouras no braço da poltrona diante da lareira e ali se largaram, Harry se sentou em uma poltrona vermelha diante da lareira e deixou a Firebolt em seu colo enquanto se aquecia com o calor fornecido pelas brasas.



Hermione que estava sentado do outro lado do salão comunal, junto com Neville, sentados escrevendo sobre um pergaminho, já notara que haviam chegado e se encaminhavam para o encontro dos três.



– E então? Como foi o treino. – perguntou Hermione animada.



– Excelente. – agradeceu Rony.



– Desgastante. – disse Gina de mau-humor.



– Normal. –continuou Harry na seqüência.



– Eu e Neville estávamos pesquisando algo sobre plantas mágicas do Alto Egito.



– Interessante. – disse Rony desinteressado. – Harry! – chamou a atenção – O pacote.



– Eu queria mostrar uma coisa para vocês! – Harry pegou a Firebolt e a pôs embaixo do braço e subiu a escada em espiral que dava acesso ao dormitório masculino e correu para sua cama. Deixou a Firebolt sob o vão entre a cama e chão. Abriu o malão e pegou a medalha de ouro que Dumbledore lhe dera na noite anterior e fechando o malão novamente desceu as escadas até onde Mione e os outros o esperavam.



– O pacote que Dumbledore lhe deu! – exclamou Neville com admiração.



– Por falar em Dumbledore, o que vocês acharam da AD ser anexada à Ordem? – perguntou Mione curiosa. – Eu achei que um absurdo! Mas como vem de Dumbledore...



– Eu não achei. – brincou Gina. – a Luna me contou hoje à tarde que a AD na Ordem deve ser uma ajuda para o diretor e não um batalhão reserva.



– Embora vindo de quem. – ironizou Mione – Parece uma conclusão sensata.



– Eu sinceramente acho que se Dumbledore acha que é certo então devemos seguir. – Neville respirou fundo. – Minha avó me conta que meus pais era muito bravos. Só foram atacados porque não seguiram o que Dumbledore disse. Eles queriam encontrar Você-sabe-quem, mas Dumbledore avisou que ele não estava em Albersville, mas eles seguiram – Neville começou a soluçar. – Aí...



Era a primeira vez que Neville contava algo sobre seus pais, Neville ficou quieto assim como todos por alguns minutos, olhando o fogo consumir a lenha em chamas altas. Antes que o clima ficasse obscuro e chato Harry reabriu o assunto.



– É uma medalha. – afirmou Harry. – Só não sei para o quê serve. – Hermione indicou se podia pegar a medalha e Harry entregou-a a amiga. Hermione olhou com cuidado, puxou a varinha e então ela deu uns dois toques na medalha que se defendeu com um silvo agudo e estridente.



– Isso definitivamente não é um adorno comum. – sentenciou Mione. – É um artefato mágico que encerra alguma coisa importante ou então não teriam enfeitiçado isso para dar gritinhos de desespero.Além do mais, tem as iniciais da Ordem da Fênix gravadas aqui.– Em uma fração de segundo uma luz branca emanou da medalha e antes que Harry pudesse ver do que se tratava a luz se dobrou e apagou.



– O quê foi isso? – perguntou Rony com cara e espanto enquanto Hermione colocava o colar no pescoço de Harry.



– Isso deve ser um amuleto. – disse Gina fazendo uma sugestão.



– Ou um protetor mágico. – informou Neville. – Eu lembro da vovó ter um monte desses em sua caixa de jóias.



– O que é um protetor mágico? – indagou Harry.



– É um tipo de com...



– Harry Potter! – uma voz esganiçada vinda de lugar nenhum chamou por Harry – Ó meu senhor. Dobby não sabia que estaria acordado até tarde da noite. – Harry olhou mais para baixo e viu uma criatura de nó máximo cinqüenta centímetros de altura, com duas orelhas enormes que pareciam grandes asas de morcego, seus olhos eram enorme e verdes. O pequeno elfo doméstico vestia uma infinidade de meias desaparelhadas e um velho abafador de chá manchado. Usava também um estranho chapéu completando o figurino do pequeno ser. Dobby tinha uma imensa admiração por Harry e sempre que podia agradecia novamente ao garoto por tê-lo libertado.



– Dobby até se retiraria, mas Dobby acha que os senhores deveriam estar em suas camas. Já passa da hora de meus senhores irem dormir. – Dobby engoliu o que dizia por um segundo, e vendo o que fazia começou a bater em sua própria cabeça com o objeto mais próximo, a vassoura de Rony. – Dobby mau. Dobby não deve dar sugestões aos senhores. Dobby burro! – muitas cerdas da Cleansweep de Rony começaram a se soltar levando o garoto a histeria.



– Pare! Agora seu elfo tolo! – vociferou o garoto contra o elfo que permaneceu estático e mudo.



– Rony! – exclamou Mione, a garota correu em direção ao elfo e começo a cochichar com ele. – Ele só estava preocupado com a vassoura. E você não precisa mais se castigar.



– Senhora de bom coração. Dobby gostar de Hermione. Dobby ser muito grato. Dobby entender que muitos senhores são assim mesmo. Mas dobby se retira e aguarda. Boa noite! – e assim como o elfo fizera quando visitou Harry em seu segundo ano. Ele sumiu em uma cortina de fumaça após um estálido. A vassoura de Rony caiu intacta no tapete de veludo vermelho.



– Boa noite a vocês! – disse Hermione muito séria. Gina deu boa noite a todos e subiu atrás da menina. Seguindo o conselho de Dobby todos foram para sua cama e enquanto Harry subia as escadas viu através da janela que a Marca Negra agora era envolta por uma fênix dourada, assim como a medalha que havia ganhado.






Aquela semana havia acordado com maravilhosamente azul, não havia nuvens e o sol raiava feliz e amarelo sobre suas cabeças. Quando acordou, Harry notou que a Marca Negra não se encontrava mais no céu, nem a bela fênix dourada. Harry encontrou Rony e Mione lhe esperando próximos ao quadro da Mulher Gorda e os três desceram para que pudessem tomar café.


O salão principal estava cheio de alunos, e assim como o tempo havia melhorado do lado de fora do castelo o clima ali dentro também já não estava tão tenso. Todos riam em suas mesas, as conversas eram altas, e os problemas que os assombravam há dois dias pareciam ter sido extintos. A memória de todos ali parecia falhar aos poucos renegando o duro final de semana que tiveram.


A primeira aula do dia seguinte era Defesa Contra as Artes das Trevas e Tonks havia lhes prometido ensinar algo grande depois do Dia das Bruxas. Nas últimas aulas eles já estavam utilizando dois treinadores e já haviam aprendido como congelar um feitiço, retardar sua velocidade de propagação e agora iriam aprender como bloquear um feitiço de intensidade média.


– Bom dia! – disse Tonks alegremente no início da aula. – Como prometido... – Tonks indicou o quadro negro com a varinha e o mesmo se virou para a turma, Tonks enfeitiçou um giz para que começasse a escrever os anéis de cabala da varinha além do tetragrama do feitiço. – um feitiço mais forte. O feitiço Escudo da Rainha. – a sala encheu-se de “ohs! ” de admiração.


Tonks ergueu a varinha.


Boccaggio! – Tudo ocorreu em menos de trinta segundos. Da ponta da varinha da bruxa uma fumaça cobre e ouro ficou rodeando o espaço mais próximo, quando Tonks sacudiu a varinha, uma flecha dourada com diversos anéis se propagou no espaço e quando encontrou o jato de luz vermelha vindo do treinador, a flecha se dividiu em duas e como uma grande cobra que abre a boca, a flecha engoliu o raio vermelho, resultando em uma grande explosão daquela fumaça cobre e ouro.


Todos na classe aplaudiram e ficaram empolgados com a idéia de poderem realizar um feitiço tão... tão... bonito!


– A combinação de cores do boccaggio é realmente linda, – afirmou Tonks – mas em um duelo não vá ficar parado admirando sua bela fumaça ouro e cobre, ou será pego por trás. Vamos lá repitam comigo. Boccaggio! – Tonks segurou a varinha e a sacudiu, mas nada ocorreu – Treinem o movimento da varinha, lembrem em mirar o alvo e só depois de sentir a força, você deve soltar o feitiço.


A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas foi realmente muito boa, e Harry pensou que se talvez soubesse utilizar o escuda da rainha, poderia ter ajudado a profa. McGonagall, que já se recuperara do ataque mas não do choque de rever alguém que estava morto.


Na quarta-feira antes do jogo, Harry e Rony tiveram de subir a escadinha estreita de prata que dava acesso à torre norte, onde a libélula vidente, Sibila Trelawney, ministrava suas aulas enjoativas de Adivinhação. Naquela tarde Harry sentia muito calor, a grande quantidade de essência espalhadas pelo ar da sala se misturava com o forte cheiro do perfume quente que a lareira acessa emanava. Rony e Harry alargaram as golas das vestes e abriram seus livros aguardando que a aula começasse. Ao entrar Trelawney disse que continuariam com a Necromancia e que começassem logo.


Trelawney tinha o péssimo hábito de predizer a morte jovem de Harry, e embora a aula já tivesse no fim, e Harry já estivesse lavando sua barrica com sua ave morta, a professora pediu para dar uma olhada e quando assim o fez deu um guincho de desaprovação, medo e pena.


Em sua aula, McGonagall não estava tão severa e foi a primeira vez em todas as aulas de Transfiguração, que Harry escutou um cochicho ou início de conversa. McGonagall entregou-lhe no início da aula um cartão, cada aluno recebeu um. Sentados aos pares, eles devia transfigurar o cabelo do parceiro da cor e textura descritas pela professora no cartão recebido previamente. Harry devia fazer com que o cabelo de Rony ficasse verde berrante com bolinhas roxas nas pontas. Até agora o que conseguira fora deixar somente o lado esquerdo roxo e o outro verde. Harry ao que pareia tinha o cabelo grisalho e comprido. Hermione transfigurara com excelência o cabelo castanho de Pavarti em curtas madeixas cor-de-abóbora. Neville parecia ter queimado o cabelo de Simas. E a conversa rolava solta pelas carteiras. Minerva estava sentada em sua mesa admirando séria a turma, mas tinha os olhos vidrados e Harry sabia que a professora tinha a mente em outro lugar.


Quando Harry menos viu já estava jantando na sexta-feira que antecedia o jogo, Rony os dispensara aquela noite para que pudessem se preparar psicologicamente, ele mais do que ninguém sabia o que uma torcida contra podia fazer no desempenho de um jogador. Harry sabia que não integrava o time dos sonhos, mas ainda sim, tinha esperanças de ganhar, o time azul e cobre tinha perdido o goleiro Thomas Kien, o que lhes dava a desvantagem de um jogador novo.


Harry preferiu não fazer estatísticas ou ficaria ainda mais nervoso. Rony que havia se sentado de gente para o amigo, estava brigando contra uma porção de batatas cozidas até que as batatas viraram purê. Rony estava muito mais nervoso que Harry, e isso o preocupava demais. Quando subiram para o dormitório, encontraram Malfoy descendo na direção das masmorras, correndo. Rony se divertiu com a possibilidade de poderem retirar pontos de Malfoy por correr nos corredores da escola Harry riu, mas sabia que o fato da AD estar na Ordem era muito mais do que uma questão de pontos.



Na manhã de sábado Harry acordou extremamente cedo, o céu ainda estava num tom de roxo azulado e algumas das estrelas ainda brilhavam no céu colorido. Harry descobriu que não havia acordado espontaneamente. De alguma forma Edwiges havia entrado no dormitório e ficou empoleirada na beirada de seu colchão, lhe dando bicadas periódicas. Em sua pata uma carta de aspecto oficial aguardava por alguém que puxasse para ser lida. Harry abriu o envelope pardo, que nada tinha escrito. O pergaminho que dentro se encontrava estava escrito em uma fina caligrafia verde, já familiar à Harry.



“A medalha que recebeste é o meio mais seguro de se comunicar com algum membro da Ordem, lembre-se apenas de gritar por ajuda que alguém ira ate você”.




A medalha que estava no peito de Harry, novamente emanou uma luz branca, mas desta vez Harry distinguiu os raios brancos, ele formavam a silhueta do diretor, Dumbledore sorria para o garoto, mas rapidamente a luz se extinguiu assim como o rosto de Dumbledore.



Harry vestiu seu roupão. Desceu e sentou-se diante da lareira apagada. Uma brisa gelada entrou pela janela. Harry ergueu a varinha e exclamou na direção da lareira apagada. – Incêndio! – e o fogo voltou a crepitar. Assim como o fogo consumia a lenha, o tempo consumia seus pensamentos, e a preocupação parecia uma constante física. Embora seus pensamentos saltitassem de assuntos levianos para assuntos sérios profundos e perigosos o tempo parecia correr de maneira rápida e uniforme. Antes mesmo que esperasse, vários alunos começaram a descer para fazerem o desjejum, mas o que Harry menos queria no momento era comer; seu estômago já estava embrulhado o suficiente, não precisava de mais nada.



Faltando uma hora para o jogo começar, Harry subiu e se trocou. Pegou sua vassoura e desceu. Rony já havia descido há muito tempo, junto com Gina e Linda. Ash, David e Laff foram logo em seguida e agora só restava ele. Enquanto descia as escadarias de mármore e se preparava para a ovação na mesa da Grifinória esbarrou em Cho Chang. Uma bela sétima-anista de longos cabelos negros e delicados traços orientais. Harry se preparou para sentir uma tempestade dentro de sua barriga, mas o que de fato ocorreu foi uma calmaria.



– Olá, Potter. – disse a garota séria.



– Oi, Chang. – respondeu Harry com a mesma seriedade. – Boa sorte.



– Para você também. – respondeu. Harry continuou sem perceber que acabara de falar com Cho Chang, sem nenhuma confusão. Harry notou que o fato de ter falado com Cho chang também não lhe pareceu bom, nem ruim. Quando Harry apareceu no Salão principal trajando as vestes vermelhas de quadribol da Grifinória, toda a mesa de sua casa aplaudiu de pé. Faltavam quarenta e cinco minutos para o início previsto do jogo. Harry caminhou até Rony e o resto do time e se sentou; apenas encheu sua xícara com um pouco de leite morno e tomou aquilo quieto. Os estreantes Ash e Linda pareciam muitíssimo nervosos. Gina e os batedores, já haviam jogado em um jogo oficial, mas apenas como reservas, agora eram os titulares, mas a tensão era menor. Rony os chamou quinze minutos antes da hora marcada. Toda a mesa Grifinória agora gritava e aplaudia euforicamente.



– Lembrem-se do que eu lhes disse! – começou Rony a falar rapidamente enquanto atravessavam os gramados em direção ao campo de quadribol. – Não dêem ouvidos as vaias, coros e coisas do gênero, não se irrite, – Rony lembrava muito Olívio Wood, seus discursos corridos e sua fala saltada eram iguais. – e lembre-se que você pode fazer o melhor.



Quando entraram nos vestiários, aguardaram cinco minutos e o barulho da multidão começando a encher as arquibancadas quinze metros a cima de suas cabeças, deu início. Cada jogador descontava o nervosismo de um jeito. Gina queimava largas faixas de grama com a ponta da varinha. David e Laff ensaiavam jogadas com suas maças. Linda alongava os braços. Ash sentou-se silencioso e pensativo, assim como Harry e Rony haviam feito.



Eles escutaram o apito agudo de Madame Hooch e os sete entraram enfileirados no campo de grama verde, sob um mar de gritos, aplausos, assovios e demais sons não perceptíveis. O time da Corvinal entrou do outro lado do Campo. Harry escutou uma voz ecoar no estádio. Não era a voz de Lino Jordan, era uma voz conhecida. Harry olhou para a arquibancada dos professores e viu o pequeno Denis Creevery empunhando um megafone.


– Bom dia Hogwarts! Este é o primeiro jogo da temporada da Copa de Quadribol Intercasas. O jogo de hoje é da sábia Corvinal – um lado da arquibancada elevou os gritos – contra a corajosa Grifinória! – e metade do estádio se inflou e brandiu flâmulas, bandeirolas além dos gritos. Atenção ao apito de Madame Hooch! – um silvo agudo encheu o silêncio curioso que havia preenchido todos o estádio. – Começou! Sandwalker, a nova artilheira de Grifinória pega a goles no ar desvia de Goldstein e passa para a mais nova Weasley no time. Weasley imprime força e Charles rouba a goles. Cornwell tenta driblar o jogador corvinal, mas ele já está na pequena área e lança... Defesa de Weasley! Weasley lança para Weasley. Acho que isso está virando uma confusão. Weasley lança a goles para Ash que ah!... O batedor da corvinal lança um balaço que acerta Cornwell.


Enquanto o jogo corria lá embaixo Harry rondava o campo de cima. Procurava pela pequena bolinha alada de ouro. Embora os novos artilheiros estivessem bem, o ataque da Corvinal era superior e já havia marcado setenta pontos. Harry tinha que capturar o pomo. Harry viu um brilho dourado nas costas de Chang. Harry caiu num mergulho de quinze metros na direção oposta. Todo o campo pareceu prender a respiração com Harry.


– Parece que Potter vai a captura do pomo! – Chang, saiu de onde estava sem notar a presença discreta do pomo em suas costas, e seguiu a Firebolt do garoto que saiu do mergulho logo que Cho não estava mais tão próxima do pomo-de-ouro. – Alarme falso. Charles com a goles! Ele avança e MARCA! – uma onda de vivas e gritos inundou o campo – O novo goleiro corvinal lança a goles pare Goldstein, que perde a bola para Sandwalker. Reparem nesta jogada dos Grifinórios! Este capitão promete!


Sandwalker passava a goles para Cornwell e Gina guardava a retranca, quando se aproximaram da pequena área Sandwalker e Cornwell liberaram a bola para Weasley que foi incisiva na baliza central e fez um rombo.


– Grifinória MARCA! OITENTA A DEZ! – Dennis narrava com muito mais imparcialmente do que Lino, e isso era notável, devido a ausência das advertências que McGonagall distribuía à Jordan. Harry rondava o campo á procura daquela pequena bolinha dourada quando escutou que Grifinória havia marcado mais um gol. Antes que Harry comemorasse Corvinal marcou outro. Quando Harry desceu uns seis metros em direção ao solo, viu um relance dourado próximo as arquibancadas da Lufa-lufa. Harry desceu em um novo mergulho. Dessa vez era para valer. Creevery já havia notado seu mergulho.


– Potter mergulha novamente! E parece que não vai desistir assim tão fácil. – enquanto Harry perdia altura e ganhava velocidade Cho corria no seu encalço. Harry por pouco não é atingido por um balaço, David correu para proteger o Apanhador. Harry viu o contorno do pomo. Esticou as mão e agarrou a pequena bolinha dourada.



– FIM DE JOGO! POTTER CAPTURA O POMO! CENTO E OITENTA CONTRA NOVENTA!



Toda a arquibancada vermelha comemorou. Harry viu o rosto cansado de todos no vestiário, principalmente o rosto de Gina, que não parecia gostar do resultado. Mesmo assim Harry ficou satisfeito que pudesse ter salvado seu time de algo pior, como uma derrota.

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