Blasonum Maximus



CAPÍTULO TRINTA E SETE – Blasonum Maximus







Quando a descida finalmente terminou e já estavam todos no mesmo nível do solo, Harry avançou alguns passos e encontrou uma abertura na cerca quebrada. Uma cortina de folhas, trepadeiras e ervas daninhas impediam a visão além da parede verde. Harry viu a mão branca, de finos dedos empurrar as plantas a um lado revelando uma visão panorâmica do cemitério. O vislumbre superior não se comparava a este.

Haviam retorcidas árvores em torno das diversas lápides; as árvores não possuíam olhas, mesmo que estivessem na primavera, elas eram tristes e secas e davam ao local um aspecto sombrio e moribundo. Não havia altas estátuas de gesso como no cemitério de Little Hangleton, apenas retângulos de pedra com inscrições que identificavam o túmulo. A névoa gelada e espessa cobria a maioria da extensão do cemitério e o vento noturno ondulava sobre a bruma criando ondas brancas de fumaça.

– Vamos nos espalhar. – pediu Dumbledore – Caso encontrem o túmulo de Lílian Potter lancem faíscas azuis no céu.

Harry deu o primeiro passo adentrando o cemitério. A neblina úmida invadiu as vestes do garoto, enregelado, Harry escutou um pio alto de uma coruja. Seus cabelos arrepiaram-se. Ele caminhou por entre as muitas lápides que encontrava. Logo atrás o restante entrava. Snape com a varinha erguida parecia muito desgostoso de ali estar e McGonnagal não parecia gostar tampouco a desagradava. Os amigos de Harry o acompanharam por onde ia. Neville que normalmente não gostava da floresta proibida não ligava de ali estar, pelo contrário. Fazia pose de herói como se alguém quisesse impressionar. Luna por sua vez caminhava olhando para o chão sem tirar os olhos do mesmo. Rony e Hermione apoiavam o amigo.

– Se você encontrar nos diga, tudo bem? – pediu Hermione apreensiva.

– Hum-hum. – respondeu inexpressivo. Harry assim como Luna parecia não tirar os olhos do chão de forma que pudesse enxergar todo e qualquer detalhe dos túmulos. Ele leu diversos nomes já conhecidos. Havia três túmulos dos McKinnon que haviam sido assassinados na época em que Voldemort estava no auge do poder. O túmulo de Gideão Prewtt prendeu a atenção de Gina. Harry notou que ela não mais o seguia e estava no meio do cemitério. Entre Dumbledore e Ele.

– Gina! – gritou Harry. Ele parecia saber que algo iria ocorrer. A garota olhou e Harry viu que havia lágrimas em seu rosto. Ele correu ao encontro da garota sem notar que havia pisado em algumas lápides.

– Está tudo bem. – disse ela soluçando. – Era o irmão de minha mãe. Vamos você tem de achar as instruções de sua mãe.

– É verdade. – disse Harry saindo da fileira que seguia e caminhando para um outro corredor de túmulos. Ele passou por túmulos velhos e novos, alguns quebrados, outros com fotografias em camafeus foscos e arranhados pelo desgaste do tempo. Em alguns vasos vazios de plantas foram ali esquecidos e alguns galhos secos estavam sobre os túmulos mais recentes. Harry caminhava e a cada segundo ficava mais desesperado por encontrar o que procurava. Ele soltou os dedos de Gina e começou a correr por desespero. Ele tropeçou e sentiu algo lhe cortar a perna. Ele puxou as vestes e viu um corte longo e vermelho que doía e ardia muito. Ainda no chão ele escutou o claque-claque das folhas secas se quebrando pelo pisar de Gina.

– Que aconteceu? – perguntou a menina passando lhe os dedos quentes sobre sua testa e cabelos. – Como você caiu? – Gina olhou ao redor e sacou a varinha. Dumbledore estava a uma distância incrível dos dois. Rony, Hermione e os outros só podiam ser localizados pela voz. Estavam praticamente sozinhos. A cicatriz de Harry queimou. Voldemort estava furioso. Ela sabia de algo novo que o irritava. Harry pode ver o maléfico par de olhos vermelhos a sua frente. Gina ergueu a varinha e disparou um jorro de faíscas azuis que piscou no céu por alguns minutos até que o farfalhar de diversas capas pode ser ouvido e os rostos de Alvo, Minerva e Severo puderam ser vistos.

– O que houve aqui? – perguntou Dumbledore. Os olhos em brasa, a varinha em punho e a respiração ofegante.

– Ele caiu diretor. E ficou tremendo. – disse Gina temerosa. – Pôs a mão na cicatriz e... Eu chamei vocês.

– Fez bem. – agradeceu Dumbledore baixando a varinha. – Harry levante-se. – O diretor assoviou alto e em poucos segundos um canto alto melodioso e agradável encheu o cemitério. Era Fawkes a fênix de Dumbledore. O enorme pássaro de plumas vermelhas e bico e garras dourada pousou sobre o ombro de Dumbledore e cantou mais alto.

– Você teve contato com o Lorde das Trevas? – perguntou Snape nervoso.

Harry apenas confirmou com a cabeça.

– Ele sabe de alguma coisa importante.

Dumbledore expeliu a neblina dali com a varinha e revelou um túmulo quebrado, a pontiaguda ponta afiada havia lhe cortado à perna. A cicatriz ainda em brasa doía muito, mas Harry já não via o olhar de Voldemort e pôde se levantar. Neste exato instante Rony apareceu. Fawkes preparava-se para chorar sobre sua perna. Ele ofegava muito e apoiava o peso do corpo com as mãos seguras nos joelhos.

– Encontramos! – disse com o cansaço presente na voz. – Estamos lançando fagulhas há algum tempo, mas como vocês não foram até lá...

Sem escutar uma decisão concreta de Dumbledore. Harry se levantou a perna ainda mancando, começou a correr em direção as faíscas azuis que piscavam no céu escuro da noite fria e silenciosa. Ele mais uma vez correu a extensão do cemitério, a bruma formava redemoinhos à medida que sua capa enfunava as suas costas. Ele rapidamente cobriu metade da distancia. Atrás dele os professores, o amigo e a amiga o seguiam.

Hermione já era visível. Luna e Neville haviam se sentado no chão de folhas caídas e grama alta. A varinha de Hermione não se cansava de disparar faíscas azuis. Ao avistar o amigo ela baixou a varinha e acenou com a mão esquerda. Harry correu mais um pouco e chegou até onde estavam os túmulos dos Potter. Havia nomes que ele não conheciam, mas os mais próximos ele sabia quem erma exatamente. Harry e Ellen Potter eram seus avós, assassinados por Voldemort também. Ao lado o túmulo de Tiago e Lílian Potter jazia limpo e seco. Não havia fotos ou flores, vasos ou mensagens, apenas a pedra entalhada.







Tiago G. Potter

* 24/09/1957

+31/07/1981





Lílian E. Potter

*07/07/1958

+31/07/1981








Harry olhou o túmulo de perto. Os corpos de seus pais estavam ali em baixo. Tão perto e tão distante, que Harry não conseguia calcular distâncias. Ele queria ficar ali e olhar para seus pais por horas, mas não era possível, ele tinha um destino a cumprir, e depois do recado de Voldemort em sua mente o perigo ficava cada dia mais iminente. Ele tateou o túmulo e sentiu algo estranho. Os números e os nomes estavam em baixo relevo, mas próximo ao numero sete do aniversário de sua mãe havia algo. Algo em alto relevo que pelo olhar era imperceptível, mas ao tato era notável sua presença. Harry olhou com mais atenção e viu que era um pequeno escudo.

– Com licença Harry. – Dumbledore ergueu a varinha. E tocou a ponta da mesma no pequeno escudo de pedra. Houve um flash de luz branca.

Nada.

Ele tentou mais uma vez. Murmurava alguma coisa. Houve um segundo flash de luz branca.

Nada.

– Por favor! – disse Luna irritada. – Será que não percebem que só o Harry pode abrir seja lá o que for? Afinal era a mãe dele!

Harry olhou para Dumbledore e abriu um largo sorriso. Ele afastou-se e Harry sacou a varinha.

Houve um flash de luz verde. Pela letra “o” do Potter, um pequeno buraco se abriu. De dentro dele um rolinho de pergaminho velho e desgastado saiu e ficou pendente à espera de alguém que pudesse pegá-lo. Harry retirou-o dali e desenrolou. Haviam complexos anéis da cabala da varinha e muitas formas e desenhos de feitiços. No topo do Pergaminho estava escrito um pequeno recado com uma caligrafia fina e detalhista, a caligrafia de sua mãe.



Blasonum Maximus – O Escudo Máximo do Amor



Meu filho, se você encontrou este pergaminho é porque já estou morta. Infelizmente Voldemort nos encontrou, espero que suas mãos nunca toquem essas folhas. Mas se um dia isso ocorrer sabia que era necessário e que tudo um dia será bom de novo. Aprenda a executar o feitiço abaixo, porque se você lê este pergaminho é porque estou morta e a maldição de Voldemort foi refletida. Aprenda a utilizar o Blasonum ele será imprescindível para que você derrote Você-Sabe-Quem.

Com amor,

Sua mãe.



Linhas abaixo um pequeno recado estava sido escrito com uma tinta diferente das outras.



Amanda, já decidi. Irei usar o nosso feitiço caso Voldemort, por aqui apareça. Se você souber que eu tenha morrido, guarde esta mensagem em meu túmulo, conforme combinamos ontem no Ministério.

Sua Fiel amiga,

Lily.



– Dumbledore. – pediu Harry – Tenho de aprender este feitiço urgente. – Harry entregou o pergaminho para o diretor que leu tudo muito rapidamente e sem esperar entregou o pergaminho ao garoto.

Dumbledore ergueu a varinha.

Blasonum Maximus! – um tufão de ar saiu da ponta da varinha de Dumbledore. A nevo que ocupava o chão foi dividia ao meio pelo corte de vento que propagava da varinha do diretor. Quando a ventania cessou Harry pode ver um enorme carvalho sendo atingido. Ele estremeceu todo. Por alguns segundos o carvalho fico escuro e inesperadamente, uma espectro de luz verde brilhou contra dele. Dumbledore sorriu.

O diretor ergueu a varinha.

Tortuositéum! – um fulgurante raio roxo correu da ponta da varinha de Dumbledore e segui na direção do carvalho para atingí-lo. A maldição roxa aproximou-se do carvalho, mas assim como Harry fizera com o feitiço de Dumbledore, o raio roxo se curvou diante do carvalho e começou a fazer o caminho de volta. Dumbledore arqueou as pernas; ergueu a varinha e proclamou mais uma vez.

BLASONUM MAXIMUS! – desta vez a ponta da varinha de Dumbledore criou uma cuba dourada e hemisférica. A maldição roxa entra dentro da cuba e a mesma se fecha como um enorme globo de ouro. A maldição se revira dentro da redoma, mas nada permitiria que ela saísse. Dumbledore finalmente sacode a varinha e o globo de ouro explode com diversos estilhaços de luz roxa e dourada que queimavam o que atingiam.

Neville, Rony e Hermione, estavam de boca aberta. McGonnagal estava perpassada com tudo aquilo. Snape não parecia nem um pouco surpreso e Gina abraçava Harry se protegendo dos estilhaços provocados pelo feitiço. Luna, portanto olhava para aquilo com uma certa raiva. Ela parecia sentir algo que não era comum a ninguém ali. Mas os sentimentos de Di-Lua Lovegood eram tão complexos e profundos que mesmo ela não os compreendia.

– Jamais acreditei na força da menina trouxa de olhos azuis... – disse Dumbledore mesclando felicidade e arrependimento. – Srta. Lovegood, sua mãe fez algo incrível hoje. Afinal foi o trabalho das duas. – terminou Dumbledore olhando para Harry.





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