A Viagem de Hermione



CAPÍTULO VINTE – A Viagem de Hermione





A segunda semana de fevereiro iniciou-se calma, os ventos não sopravam com violência, tampouco se extinguiam completamente. A neve que por semanas não caiu, voltou a congelar os gramados e encher os telhados das casas do vilarejo de Hogsmeade. A neve, que mal havia secado, encharcou os caminhos do castelo, e fez com que a aula de Herbologia fosse transferida para o andar térreo do castelo, onde eles ficaram a aula toda, aquecendo um punhado de sementes de fogo.


– Nem contei a vocês! – disse Hermione enquanto puxava mais um vaso cheio de sementes para sua direção. – Vocês se lembram daquela minha viagem à Londres?


Permanai Incêndio! – exclamou Harry, e da ponta de sua varinha, chamas laranja avermelhadas iluminaram e esquentaram as pequenas sementes de fogo. – Aquela do Prof. Ivan?


– Exatamente Harry, ela irá acontecer amanhã. – Hermione lançou o feitiço sobre o vaso e ele ardeu nas chamas mágicas.


– Eu sinceramente gostaria de perder poções. – comentou Rony desconcertado, enquanto seu feitiço atingia a mesa e não as sementes.


– Pois eu irei ficar extremamente atrasada com a matéria, ainda mais no curso do Prof. Snape. – retorquiu Hermione desgostosa. – Como ia dizendo, eu queria que vocês me fizessem o favor de anotar tudo o que for dado amanhã nas masmorras para que depois eu conjure uma cópia para mim.


– Você realmente gosta de estudar Mione? – perguntou Rony incrédulo.


– Eu penso em crescer profissionalmente. – afirmou Hermione muito séria ao amigo.


No decorrer da aula o atrito entre Rony e Hermione havia desaparecido, e tinha se transformado numa conversa meiga e gentil, que chegou a irritar Harry. Hermione havia pedido a Gina que pegasse a câmera fotográfica de Cólin emprestada e juntas pudessem tirar fotos dos locais que visitariam. Gina, muito diferente de Hermione, não estava animada com a excursão, parecia com medo de que lá algo acontecesse, em períodos tão difíceis.


Durante o almoço, Hermione só sabia contar que estudar runas Antigas era excelente, e que o Prof. Ivan tinha o dom para lecionar. Rony concordava com tudo e dava á Hermione a chance de continuar gabando-se do curso de Runas e de sua excursão.


À tarde, na aula de Tonks, eles, coincidentemente, começaram a praticar a azaração do corte. Tonks que parecia muito empolgada como o novo feitiço, ficou decepcionada ao saber que quase todos seus alunos o executavam com perfeição sublime.


– Esse feitiço é extremamente avançado! – disse Tonks desconfiada – Onde vocês o aprenderam? – Harry olhou para Tonks e a bruxa piscou para o garoto. Ela continuou com a voz sarcástica. – Hein? Vocês ainda não me responderam! Onde?


Todos na sala de aula riram, á exceção de alguns alunos corvinais, que de nada sabiam da existência da AD. Quando a aula terminou, Tonks os dispensou, sem tarefas para casa e com tristeza, Harry e Rony partiram sozinhos, rumo a torre norte, onde teriam a aula mais chata de todas, Adivinhação.


Quando chegaram na sala quente e abafada, cheia de véus vermelhos e incenso acesos, cujo perfume adocicado penetrava, como sonífero, em suas narinas. As diversas mesinhas de chá estavam vazias, sobre elas havia apenas uma grande ampulheta de vidro. Dentro das ampulhetas, havia areia de diferentes cores, azul, prata, vermelho, verde, ouro, róseo, laranja. A areia das ampulhetas, diferente de uma ampulheta comum, dançava antes de se depositar no fundo, faziam círculos, curvas e parábolas.


Todos já estavam sentados aguardando o início da aula, e Sibila Trelawney apareceu em sua entrada triunfal, porém desgastada. Nem mesmo, Pavarti e Lilá Brown deram exclamações de excitação perante a entrada da professora. Sibila se sentou diante de seus amigos e disse com uma voz, fina.


– Bem, vocês já vêm estudando a Cronomancia há algum tempo, no entanto, chegou a hora em que você aprenderam o único feitiço que irei lhes ensinar. – Os olhos vidrados e aumentados pelas lentes de seus óculos, conferiram a professora uma expressão triste e vazia. – Bem, vocês devem estar se perguntando como um feitiço ajudaria na previ...


– Talvez Aritmancia fosse mais interessante que isso... – disse Rony para Harry – Odeio quando a Mi-Mione tem razão...


– Professora, você tirou as palavras de minha boca. – comentou Pavarti desconcertada.


– Minha cara, se você pudesse aguardar eu terminar. – Pavarti engoliu seco. – Obrigada. Bem, vocês estão com sua ampulheta à sua frente. Vocês podem perceber que a areia não cai diretamente no fundo da ampulheta. Porquê? Porque o tempo á algo mutável onde, nós, bruxos, podemos tirar proveito disso. Existem diversas formas de viajar no tempo. Existem os vira-tempos, instrumentos controlados pelo Departamento de Mistérios, que encerram em seu eixo o Feitiço do Tempo, muito difícil, esse feitiço não tem contra feitiço, quando algo é enfeitiçado pelo feitiço do tempo, ele será sempre preso ao feitiço como um árvore é à uma raiz. – Houve uma onde de exclamações entre os alunos.


– E existe também, uma forma de conhecer o passado sem interferir no futuro. São as lembranças. O fato da areia da ampulheta não cair diretamente, é porque o tempo se dilata para atender às lembranças de todos. Vocês podem visitar suas lembranças, quando quiserem. O maior desafio é executar o feitiço secundário do tempo, uma dose mais fraca do original. Sua fórmula é simples, porém tomem cuidado, se você confundirem o “t”, com o “p” para sempre ficarão presos ao momento. Assim como essas ampulhetas, que estão paradas no horário de oito horas e sete minutos do meu primeiro dia de aula em Hogwarts.


Trelawney ergueu sua varinha. Pela primeira vez Harry via a varinha da professora, era uma varinha de madeira clara, e dela uma luz dourada emanava.

Autrefoiseum! – um flash de luz branca piscou e Harry viu a professora intacta, dura como pedra. Ela parecia estar viajando no tempo, no entanto ela estava ali, parada, em sua sala de aula. Houve mais um flash de luz branca e Trelawney voltou ao normal.






Harry achou que o pela primeira vez, aprendera alguma coisa na aula de Trelawney. Hermione invejou Rony e Harry por terem aprendido um feitiço do tempo. Ela os explicou que quando usara o vira-tempo, McGonnagal comentou sobre esses feitiços. Antes que terminassem de comer, Hermione e Gina se despediram dos dois e partiram dali para Londres, para a grande excursão do Prof. Ivan (“Grandes coisas!” Reclamou Harry para si mesmo, sem que Rony pudesse ouvir). Quando os dois amigos terminaram, de comer, juntos foram até o sétimo andar na torre da Grifinória, onde pegaram seus livros, penas e tinteiros e puseram tudo na mochila. Rony teve um pequeno problema ao tentar enfiar o Livro de Poções em sua mochila, a mochila se encolhia cada vez que o livro tentava entrar, por fim Rony resolveu levá-lo na mão.


As masmorras estavam frias como de costume, mesmo o vapor que emanava dos caldeirões não conseguia esquentar o local. O barulho irritante das goteiras entupia os ouvidos de Harry e Rony. O cheiro era acre e para piorar tudo, Malfoy parecia estar adorando o fato de que ele havia feito um bom ensaio dos Doze Usos do Sangue de Dragão. Tiveram de escutar a aula toda as piadinhas, mais sarcásticas de todas, ao menos Crabbe e Goyle, burros como são, não haviam atingido algum N.O.M.’s em poções e logo não podiam rir das piadas de Malfoy. Entretanto, a claque da vez era composta por Pansy Parkinson e Theodore Nott. Rony que além de copiar anotações extras para Hermione, fez o que a amiga sempre fazia, ficou sussurrando para Harry. “Não se incomode, não se incomode”. Ao fim da aula, Snape passou três rolos de dever de casa e por algum motivo não havia tirado nem cinco pontos da Grifinória.


O restante do dia transcorreu lento, a aula de Feitiços, foi extremamente divertida, porém a ausência de Hermione parecia entristecer tanto Rony que o amigo estava muito quieto aquele dia. Em alguns instantes, como na hora do almoço ele comentava.


– A Mione deve chegar depois da aula do Hagrid.


Após o almoço, a aula de trato das criaturas mágicas foi um tanto quanto agitada, os murtiscos necessitavam ser alimentados, e essa não foi uma tarefa muito agradável. Hagrid parecia um pouco chateado assim como Rony. Harry tinha perfeita ciência de que o problema de Hagrid era os gigantes. Dumbledore o havia descoberto e com isso perdeu um pouco de sua confiança. Hagrid prezava a amizade de Dumbledore como se ela fosse mais valiosa que uma centena de galeões.


Quando a aula terminou e eles começaram a caminhar rumo aos grandes degraus de pedra, os dois grifinórios avistaram um grupo de alunos vindos dos portões da escola. Rony abriu um grande sorriso, Harry sabia que ele estava assim porque a excursão de Hermione havia acabado e ela havia voltado. Rony mudou a direção e foi caminhando em direção aos excursionistas. No meio do grupo Rony avistou Mione e correu para abraçá-la. Gina riu e cumprimentou Harry.


– E então? Como foi passar um dia sem nossa ilustre presença? – disse Gina rindo.


– Foi realmente difícil! – riu Harry enquanto subiam as escadarias de mármore, para que juntos chegassem ao Salão Comunal. – O Rony ficou realmente quieto!


– É mesmo? – perguntou Hermione curiosa – Você não me disse isso! – disse Hermione a Rony. Todos riram muito. Quando chegaram ao salão comunal. Sentaram-se em suas poltronas preferidas e Hermione começou a contar-lhes sobre a viagem. Gina também interferia na história.


– Nós fomos para lá com o Nôitbus, era muito mais rápido que o trem e como éramos apenas vinte e sete, coubemos com folga no ônibus de três andares.


– A Hermione não ficou quieta um minuto. Ela e o Prof. Ivan conversaram exaustivamente sobre o significado do alfa na simbologia celta. – interrompeu Gina e vendo a expressão de incompreensão de Rony e Harry disse. – Mas isso não importa.


– Chegamos no Beco Diagonal, onde fomos direto para o Gringotes e de lá para o Museu do Banco Bruxo: O Gringotes. – Hermione pegou uma sacola de papel que havia pego no Museu e retirou uma bandeirola branca e verde musgo, escrita em dourado: Museu Gringotes, Eu fui. – Todos ganhamos estas bandeirolas, fiquei realmente contente.


– A Mione só ficava olhando para tudo! – comentou Gina – Tirei fotos de tudo o que podia.


– Ah sim! As fotos. – Hermione novamente recorreu a sacola de papel e retirou a máquina de retrato de Cólin. A garota deu um toque com a varinha e a tampa traseira abriu e o filme voou para as mãos de Hermione.


– Compramos essa poção reveladora, lá no Beco Diagonal! – disse Gina entusiasmada.


Plateux! – uma bandeja de prata foi conjurada por Hermione e a garota a pôs sobre a mesinha de centro. Gina rapidamente pegou um frasquinho com um líquido negro. Retirando a rolha que encerrava o gargalo, Gina despejou a poção na bandeja. Um forte cheiro de pneu queimado invadiu a narina de todos. Hermione desenrolou o filme e o pôs no fundo da bandeja. O líquido negro aos poucos foi clareando, quando ele atingiu uma tonalidade de branco perolado, Hermione retirou as fotos de dentro da bandeja.


Evanesco! – exclamou Harry e o líquido e a bandeja desapareceram.

As fotos estavam realmente muito boas, a solução que haviam comprado fez com que as fotos tivessem um movimento perfeito. Hermione e Gina acenavam em frente ao gringotes, riam juntas sentadas sobre uma enorme moeda de pedra, além de muitas outras.


– Que é isso, Mione? – perguntou Rony enquanto analisava uma foto específica.


– Deixe me ver. – Harry pegou a foto e não entendeu nada. A foto retratava uma pedra velha, cheia de baixos relevos, tinha um formato irregular e no centro havia um crivo fundo e rubro. A pedra parecia mudar sua superfície a cada instante. Harry achou que estava vendo de cabeça para baixo, no entanto em nenhuma direção a foto parecia ter sentido. Hermione puxou a foto e instantaneamente respondeu.


– É uma pedra rúnica! É a pedra rúnica. Faz parte das Runas de Victoria, o novo achado do Banco. Eu vi isso lá... No entanto essa codificação me parece nova...


Rony sussurrou para Harry. – Ela vai à bi...


– Preciso ir a biblioteca!


– Eu vou com você!

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