O Expurgo de Hogwarts



CAPÍTULO DEZESSETE – O Expurgo de Hogwarts




O Natal já havia passado e o novo ano já havia chegado. O mês de janeiro foi recebido com uma nevasca assombrosa, fazendo com que todos os aposentos da Ordem tivessem de ser enfeitiçados com um Feitiço de Calefação Constante. O fato de Mione e Rony terem, quase, se beijado pareceu se refletir diretamente em todos, por dias! Era óbvio que Rony e Mione tivessem ficado um tanto quanto nervosos com o amigo no dia do Natal. No entanto, mesmo que o pequeno feriado das festas estivessem num fim iminente, e o beijo entre os melhores amigos de Harry causaram impactos consecutivos e de longo prazo.


O ressentimento por parte de Rony e Mione perdurou até o dia do retorno à Hogwarts. E mesmo Gina parecia defendê-los, mesmo porque a amiga o tinha avisado para não quebrar o momento dos dois. Harry embora profundamente chateado com todos, tentou fingir uma falsa felicidade. Tratava á todos com carinho e admiração. Mione era a que mais se aproximava do amigo, mesmo assim a aproximação da amiga era algo semelhante a um “me passe a geléia”. Na manhã do embarque na plataforma nove e meia, Hermione foi até o quarto de Harry, aproveitando a ausência de Rony, para falar claramente sua opinião ao amigo. Ele estava muito mas séria do que o normal, seus olhos estavam fixos nos de Harry e estava rígida como pedra. Ela suspirou profundamente e antes que o coração atrapalhasse o funcionamento de sua razão ela falou o que desejava.


– Você foi infantil! – cuspiu a amiga – Não há discussão quanto a isso, chegou a ser patético! – disse a amiga em um forte tom de repulsa – Mas mesmo assim, não será por este motivo que deixarei sua amizade de lado. – e finalizando saiu do quarto. Rony havia acabado de entrar, olhou sério para o amigo e voltou-se para seu malão sobre a cama.


Harry, que procurava não entender porque todos o faziam exceções, continuou a arrumar seu malão e o levou até a cozinha, onde ocorria o alvoroço matinal de sempre. A Sra. Weasley tentava atender a todos com o mesmo carinho, o que era quase impraticável, já que deviam haver no mínimo sete bruxos famintos na cozinha, além dela mesma. Harry repousou seu malão sobre o chão de pedra fria da cozinha, e tomou uma cadeira de frente para Tonks e Lupin, que conversavam animados. Os dois conversavam sobre como as eleições poderiam mudar a situação da Guerra.


– ... não acredito numa sucessão pró-Fudge. Você sabe! Hoje em dia a base governista na Suprema Corte dos Bruxos e composta por pouquíssimos! Apenas a sonsa da Umbridge, – Tonks baixou a voz para que ninguém escutasse – a ovelha negra dos Weasley, Percy e aquela Laouri McCartnney.


– Mas como disse... – Lupin notou a presença de Harry e abriu um largo sorriso para o garoto – Olá! Animado para o recomeço das aulas?


– Não pense que serei boazinha este semestre! – disse Tonks num falsete.


Harry riu sem jeito, e confirmou com a cabeça.


– Harry querido! O que vai querer de café da manhã? – perguntou um pouco esbaforida a Sra. Weasley. – Hoje temos ovos, bacon, torradas, geléia de framboesa e alguns pãezinhos de minuto.


– Só geléia e torradas. – disse Harry à Sra. Weasley. Harry aguardou alguns instantes sonolentos e quando a Sra. Weasley caminhava em sua direção com um prato cheio de torradas com geléia, ela perguntou:


– Onde está o Rony? Ele já acordou, não? – perguntou curiosa.


Não foi preciso responder, Rony havia acabado de entrar na cozinha ladeado por Gina e Hermione, os três se sentaram no outro extremo da mesa da cozinha e mais uma vez Rony o encarou. Gina e Mione parecia desaprovar o comportamento repressivo de Rony, mas mesmo assim Harry continuou sozinho na mesa, não fosse por Tonks e Lupin, a situação ficaria pior. Tonks e Lupin continuavam a debater sobre política e Harry apenas concordava com alguns “ã-ham” e poucos “concordo!”. Quando Harry terminou suas torradas ele se virou para Lupin e interrompendo sua discussão com Ninfadora, ele perguntou ao amigo.


– Lupin! – chamou-o à atenção.


– Sim!


– Como vamos até a King’s Cross? Com aquela porta?


– Bem vamos usar vários meios de transporte. – Lupin olhou para Tonks e ela concedeu um olhar de aprovação – Você vai usar um Portal até a King’s Cross, especificamente no banheiro masculino, da plataforma dez. Os outros vão de Nôitibus Andante para que desta forma despistem aqueles que nos vigiam.


– Legal! – respondeu Harry inexpressivo.


Algumas horas se passaram e todo aquele nervosismo e correria matinal pareciam ter se dissipado. Harry e os outros três já tinham seus malões na cozinha, Edwiges e Pichitinho foram em gaiolas separadas e A Guarda de Avanço se encontrava toda reunida na cozinha. Emelina, Dédalo, Quim, Estúrgio, Moody além de Tonks e Lupin. A sra. Weasley despediu-se de todos e ficou observando-os. Mione e Gina pareciam um pouco aborrecidas por terem de ir para a estação com uma guarda, mas mesmo assim não reclamaram.


– Conhecemos o procedimento. – comentou Moody em tom opalescente – Vocês! – disse para Rony e Gina. – Vocês vão com Estúrgio e Dédalo. Srta. Granger, você vai com Tonks; e Harry, Quim, eu e Lupin ficamos com você.


Moody olhou o relógio de pulso e ordenou. – Podmore! Sua vez. – Estúrgio e Dédalo acompanharam Rony e Gina até a porta da cozinha e sumiram de vista. Moody olhava atentamente para seu relógio, novamente ordenou. – Tonks, acompanhe Granger. – Moody olhou para seu relógio pela terceira vez e sem retirar os olhos do mesmo e ele disse. – Remus, Quim preparem-se. – Um segundo e de repente uma porta emergiu no meio da cozinha. Moody empunhando a varinha a abriu e mirou incisivamente para seu interior, ao invés de mostra o outro lado da cozinha, Harry viu um cubículo extremamente branco. Havia um vaso sanitário e um rolo de papel higiênico no pequeno box. Moody atravessou primeiro, depois Lupin e por último Quim com Harry. Eles estavam definitivamente em um banheiro de uso público.


Provavelmente estavam na Estação King’s Cross. Lupin fechou a porta e a abriu novamente, desta vez a porta se abriu para o banheiro, aparentemente não havia ninguém, no banheiro. Moody, Quim e Lupin abriram caminho para Harry até que pudessem chegar na porta de entrada do banheiro. Tudo parecia perfeito. Moody caminhou a frente do grupo com a mão dentro das vestes e Quim e Lupin o seguiram. Eles caminharam por toda a plataforma dez. Viram Mione e Tonks, sentadas num banco distante e Gina e Rony aguardando em pé. Moody passou reto, como se não conhecessem ninguém dos dois grupos. Lupin abaixou-se e disse no ouvido de Harry.


– Corra até a estação nove e meia. Quando eu disser... Vai! – Harry nem ao menos teve tempo de ver o que se passava, correu em ritmo frenético até a parede que dividia as plataformas nove e dez e como se os tijolos não fossem sólidos Harry atravessou chegando até a plataforma nove e meia. Quando chegou na plataforma nove e meia, Krum, Fred e Jorge o aguardavam com suas bagagens.


Ainda ofegante Harry correu até os conhecidos e disse um oi seco.


– Você veio sozinho? – perguntou Fred espantado.


Entón algo devve terr dado errado. – disse Krum meio desajeitado. – Esperro que Hermion esteja ben.


– Parece que sim! – disse ainda ofegando. Krum ameaçou ir atrás dos outros, mas foi detido pela mão de Jorge. – Calma aí! Você conhece o método. – Krum fechou a cara para os gêmeos e não parava de olhar a parede de onde se via os estudantes entrarem. Antes que pudessem pensar em qualquer coisa, Moody e Lupin adentraram na plataforma. Logo atrás vieram Gina e Rony seguidos de perto por Emelina e Mione.


– O que aconteceu? – perguntou Harry, um pouco mais calmo.


– Contratempos. – disse Moody desgostoso.


– Você está ben... – afirmou Krum admirando Mione.


– Onde estão os outros? – perguntou Fred e Jorge em uníssono.


– Bem, – começou Lupin – encontramos alguns amigos aqui na King’s Cross. Harry correu até a plataforma onde os riscos eram extremamente menores, além de vocês estarem aqui. Tonks, Quim e Estúrgio tiveram de levar alguns amigos até o ministério.


– Eles prenderam alguns Comensais? – perguntou ansioso Harry.


– Não, eles não são fáceis assim. Pegou gente nova, inexperientes, que nem se qualificam a este grupo. – completou Emelina numa voz audível.


– Bem, é hora da partida! – disse Lupin – Entrem no trem.


Os garotos se despediram da guarda de avanço e adentraram na enorme locomotiva vermelha. Antes que encontrassem uma cabine vazia, Harry, passou em frente à cabine de Malfoy, Crabbe, Goyle e Nott, os quatro seguravam o pulso esquerdo com a mão direita. Harry sabia aquilo não era uma dor comum, sabia que era a dor do dedo de Voldemort, sabia que eles haviam sido marcados. Harry seguiu caminho sem que os quatro novos seguidores do Lorde os visse. Neville já os encontrou sentados na cabine do trem. Como ainda haviam dois lugares vagos ele tomou um destes. A viagem até Hogwarts foi extremamente modorrenta. O fato de Rony não falar com Harry tornou-se evidente até para Neville que ate aquela data estava à parte da situação.


O silêncio perdurou por toda a viagem, nem mesmo Hermione, que havia voltado a falar com Harry, atreveu-se a dizer algo. Volta e meia o silêncio era rasgado pela voz lenta de Neville, embora o fato mais barulhento tenha sido a chegada triunfal de Luna. Ela chegou na cabine toda animada, gritando aos quatro ventos que ela estava feliz e tudo o mais.


– Estou Feliz! Vocês não? – perguntou com seu jeito tresloucado e aéreo de sempre.


A pergunta da garota pareceu sem sentido algum, e Harry na ânsia de não abrir a boca, fingiu não escutar. Mione a ignorou completamente, assim como Rony e Neville. Gina explicou a garota Corvinal que o clima não estava dos melhores, e a menina se calou. O trem acelerava e cortava colinas e planícies com uma velocidade incrível; a neve castigava as vidraças do trem e poucos eram os locais em que passavam que não estavam absolutamente brancos. Quando o sol fraco já retirava-se de seus posto, o trem começou a desacelerar. Já era possível enxergar Hogwarts de longe. Antes que o trem parasse totalmente. Rony olhou para o amigo e disse em tom sério e obscuro.


– Você já cometeu o erro! Mas eu prefiro ser seu amigo do que seu inimigo.





Na semana seguinte ao reinício das aulas, o clima entre Rony e Harry havia se estabilizado, e já se comportavam como os velhos amigos que sempre foram. As aulas começaram em ritmo acelerado, e logo na primeira semana, McGonnagal começou os feitiços conjuratórios.


– Não ficarei surpresa que somente poucos atingirão o êxito completo nesta área! – McGonnagal abriu um raro sorriso para Hermione que retribui sem graça. – Copiem do quadro, os movimentos dos anéis da varinha! E ao final da aula tentem conjurar um pequeno palito de fósforo. Estarei em minha mesa para qualquer dúvida!


Durante as aulas de transfiguração, Rony e Harry praticavam ardorosos as tarefas propostas pela professora, e Harry mais do que nunca, pensava em sua carreira de auror e em sua posterior ação como funcionário do Quartel de Aurores. Como era de costume Hermione tinha o poder de dominar qualquer feitiço proposto no período de uma aula. Não foi surpresa para ninguém da sala de Transfiguração Avançada que no primeiro dia Hermione tivesse conseguido não só conjurar um palito, mas dois!


Nas aulas de Poções, Snape começou a pedir que preparassem a Poção da Memória, além de pedir que sozinhos descobrissem os Doze Usos do Sangue de Dragão. Na última aula de terça-feira, Snape chegou totalmente nervoso nas Masmorras, o que resultou em dez pontos perdido por Grifinória, devido à o estouro decorrente da poção mal-feita de Neville.


Os alunos da Sonserina, ultimamente andavam cheios de si, e pareciam acima de tudo e de todos. Estava sempre que podiam azarando primeiro anistas indefesos, ou qualquer estudante, sem motivo aparente. Mesmo que os professores tentassem impedi-los, era insuficiente, o que levou os alunos a começaram a se defender. Era normal durante o mês de janeiro ver jatos de luz sendo trocados entre estudante. A Guerra que ocorria fora dos muros da escola, parecia ter invadido Hogwarts e logo, uma pequena batalha era travada em cada centímetro quadrado do castelo.


Tonks continuava a lecionar a melhor de todas as matéria e agora lhes ensinava a Azaração do Arranhão. Na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, usaram pequenas almofadas para praticaram o novo feitiço. Ao final da aula a sala estava completamente lotada de enchimento de almofada.


Assim como Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços parecia ficar cada vez melhor, Flitwick estava lhes ensinando como elevar porções de terra do plano, o que fez necessário que o professor enfeitiçasse o chão da sala para que se tornasse de terra fofa.


Rochido! – ao som do feitiço a varinha do professor fez com que do chão plano da sala de aula um pequeno penhasco se erguesse íngreme.


E não eram apenas as aulas que tomaram o espaço de janeiro, o frio, as reuniões da AD e também o Campeonato de Quadribol Intercasas. No último final de semana do mês de janeiro aconteceria o jogo mais esperado da temporada, Grifinória versus Sonserina. Rony, como capitão do time, convocou treinos noturnos durante toda semana que antecedia a partida.


– Gina! O que você está fazendo? – Isso é a goles não um balão de festa! Segure-a com vontade! – vociferava Rony.


– Laff, segure direito essa maça!


– Linda e Ash!


Os treinos eram sempre assim, você não parava de escutar a voz de Rony nem um segundo sequer além de serem extremamente intensos e cansativos. O frio piorava a situação em múltiplas vezes, a neve que fazia com que os uniformes ficassem pesados devido à quantidade de água, desviava o curso da vassoura e atrapalhavam manobras simples, como o giro-da-preguiça de Rony. Harry que voava mais alto no time tinha o rosto todo cortado por cristais de gelos ferozmente afiados pelo vento. Na sexta-feira que antecedia o jogo contra o time verde, Rony parecia muito nervoso, parecia temer aquele jogo, como se dele dependesse sua vida. Harry encarava tudo de forma menos séria, sabia que uma partida ganha ou uma partida perdida não iria alterar o curso da história, mas mesmo assim Rony fez questão de ficar treinando até o último segundo possível. Quando quase todas as luzes no castelo já haviam se apagado Harry finalmente pode escutar prazeroso o amigo gritando a dez metros abaixo.


– Todos nós devemos dormir bem essa noite! Vamos! Por hoje está bom!


– Bom? – Ash questionou indignado no vestiário. – Só bom?


– Ele é assim mesmo... – despreocupou Gina.


Quando os sete voltavam para o castelo, Harry escutou um baque surdo vindo de dentro da floresta e teve certeza que era Grope. Juntos, seguiram o caminho até a torre da Grifinória e antes que chegassem diante do quadro da Mulher Gorda, Filch os aguardava postado diante da passagem secreta para o salão comunal da Grifinória. Harry olhou para o zelador da escola e teve vontade de literalmente acabar com ele. Estava tarde e todos ali só pensavam em trocar suas vestes molhadas por seus pijamas confortáveis e suas camas quentes, e Filch, ali parado.


– O que sete alunos fazem á essa hora da noite nos corredores da escola? – disse o zelador com sua voz rouca. Madamme Norra, uma gata cor de poeira, que assim como seu dono, parecia se divertir em dar detenções a alunos e encontrá-los nos lugares errados, nas horas erradas havia acabado de chegar anunciando sua presença com um miado agudo e falhado, típico de um bicho velho.


– Você ainda não viu o que temos nas mãos? – perguntou Linda bocejando e erguendo a vassoura.


– Nem as roupas que usamos? – retorquiu David.


– Vocês podem ter armado tudo isso! – disse Filch com uma voz asmática. – Alunos... São seres engenhosos... Eles tentam nos dobrar, mas ah... Nem sempre conseguem, não eh mesmo Madamme Norra?


– Se você tiver interessado na veracidade de nosso treino de quadribol, sugiro que o Senhor se encaminhe para a sala da profa. McGonnagal e a pergunte pessoalmente. – disse Gina muito séria.


– Não! Incomodar um professor! – Filch recuou e deixou livre o quadro da Mulher gorda. – Jamais!





Na manhã do jogo contra Sonserina, Harry acordou meio tonto, mas mesmo assim, muito disposto para poder jogar seu melhor quadribol, e derrotar os arrogantes sonserinos. Rony já não estava em sua cama. Harry trocou-se e desceu até o Salão Principal. Quando chegou na mesa da Grifinória encontrou todos seus companheiros de equipe reunidos. Todos pareciam um pouco nervosos com a partida. Harry lançou um olhar em direção à mesa sonserina e viu Malfoy rindo de se acabar junto com Nott e seus capangas, Crabbe e Goyle. Harry sentou-se e puxou a tigela de ovos com bacon para mais perto de si, de forma a poder servir-se.


Enquanto comia feliz, seus ovos com bacon, Harry ficou observando a alta janela com vitrais do Salão Principal. A neve parecia ter cedido lugar para um céu cinza claro, quase branco. Ainda que sem neve, o tempo continuava rigorosamente frio.


– Acho que devíamos ir andando. – Afirmou Rony. – Tenho que comentar algo antes da partida. – todos concordaram e foram caminhando para fora do Salão Principal. Os sete jogadores foram acompanhados por uma maré de aplausos e assovios de apoio; as vaias sonserinas foram simplesmente abafadas pela euforia vermelha. Quando já se encontravam no Saguão de Entrada, Rony parou por um instante antes que atravessassem as portas duplas de carvalho.

– Eu parei aqui, porque quero ter certeza que meu time vai jogar como eles! – Rony falou em tom de desafio.


– Como assim? Não entendi! – disse Laff.


– Varinhas! – retorquiu Rony – Eles com certeza irão jogar empunhando suas varinhas.
Um a um, os sete foram tirando suas varinhas de dentro das vestes, esticavam os braços com as varinhas em punho até que formaram o que pareceu a Harry um estrela de sete pontas.


– Estamos prontos! – exclamou afirmativamente o artilheiro Ash.


A equipe de quadribol da Grifinória ficou ali reunida por alguns minutos pensando no que estaria por vir. Aquele jogo parecia ser mais do que um mero jogo. A vida de cada um parecia correr risco, e Harry tinha a perfeita certeza que isso era possível. Harry não resistiu ficar encarando os colegas e ficou olhando para o chão de pedra fria do saguão principal, ficou admirando seu pé chutar um belo “D” entalhado no chão do aposento. O time atravessou as portas duplas de carvalho e seguiram, marchando, em direção ao campo de Quadribol. Tão cedo chegaram, a multidão já foi tomando lugar nas arquibancadas. Os burburinhos de passos, vozes, gritos e todo barulho, que pudesse expressar qualquer sentimento de euforia, imperaram no estádio como rei.


Houve um silvo agudo e juntos os sete jogadores grifinórios entraram no campo, como combatentes em uma batalha, levavam no ombros suas armas mais potentes, vassouras de corrida, e dentro das vestes tinha varinhas por precaução. Do outro lado do campo, bem em frente a massa vermelha, sete componentes verde-e-prata entraram sob altas vaias de Grifinória, Corvinal e Lufa-lufa. Os sonserinos pareciam, mesmo sob vaias, muito confiantes.


Madame Hooch esperava os dois grupos no centro do campo.


– Quero ver um jogo exemplar. Joguem quadribol! Apertem as mãos!


Rony esticou a mão para Malfoy. Por alguns segundos, Harry pôde sentir a fúria que emanava dos dois. Madamme Hooch soou o apito mais uma vez e com um silvo agudo cortando o frio da manhã, os catorze jogadores e a juíza, levantaram vôo.


– Tempo frio para um jogo fervente! E começa! A goles de Linda para Ash, recua para Gina que avança para a baliza central sons... E é GOL! – esgoelou-se um dos irmão Creevery – Posse de bola para Nott! A goles agora é de Ash, que passa para Linda...


Harry sobrevoava o campo à procura da pequena bolinha dourada. Harry viu as nuvens cinza claro se transformarem em um grosso teto cinza cujo movimento era circular e hipnótico. Relâmpagos se mesclavam ao frio e o jogo corria lá embaixo. Grifinória já havia marcado dez gols garantindo uma vantagem de dez pontos á frente do time da casa dirigida por Snape. Enquanto Harry procurava o pomo perto das balizas sonserina, viu Goyle retirar a varinha sorrateiramente de dentro das vestes de quadribol. Nott voava na direção dos aros dourados, Rony dava voltas e contornava toda área à ser defendia. Goyle mirou a varinha para as costas de Rony. Harry foi mais rápido.


Expelliarmus!


– Falta! – ecoou madame Hooch.


– E é falta contra Grifinória. Potter desarmou o batedor sonserino, Goyle, sem motivo. – Harry ficou extremamente nervoso por receber uma falta injusta. Goyle ia azarar seu goleiro. Mas o nervosismo de Harry durou pouco, enquanto fazia uma nova varredura sobre o campo, pôde observar a bela finta que Rony executou fazendo com que Nott perdesse a bola e errasse o gol. Harry viu uma fina linha de luz dourada escorrer do céu. O relâmpago logo produziu um trovão forte como um cavalo-alado e assustador como um Nundu.


O placar já havia crescido para a casa dos duzentos pontos e foi quando Gina havia feito seu sétimo gol quando Malfoy lançou um jato de luz azul na direção da pequena Weasley e a mesa se defendeu rebatendo a azaração com o Escudo da Rainha. A flecha laranja do feitiço de Gina foi dançando no ar e colidiu com a arquibancada dos professores. O fogo do feitiço se alastrou com rapidez pelas bandeirolas coloridas que enfeitavam as arquibancadas de madeira.

Harry sempre via um brilho dourado, mas o frio cortante e o vento pareciam brincar com ele, brincavam com ele de forma a deixá-lo tonto e desconcentrado. A cada descida vertical que Harry implicava em sua Firebolt, Malfoy o seguia como um cão pastor segue uma ovelha fugida. O garoto louro não tinha personalidade própria muito menos estilo próprio de jogo, tentava imitar todas jogadas realizadas por Harry.


O jogo ficava cada vez mais violento, as varinhas pareciam ter sido integradas ao jogo de forma que até mesmo o árbitro teve de recorrer á Azaração do Impedimento. O sonserinos jogavam confundido, quadribol com duelo, vôo com feitiço e vassoura com varinha. Os pontos de foque não era os gols, mas quem ficava mais tempo em pé na vassoura. O time verde e branco azarava todos ao menor sinal, ou melhor, sem sinal de nada! Estava extremamente arriscado permanecer jogando ali. Quando Harry olhou para baixo e viu um raio roxo correr na direção de seu rosto. Ele se virou para se desviar da maldição roxa que não queria nem saber do que se tratava.


O raio seguiu curso e quando Harry virou o rosto viu a minúscula bola dourada, bem diante de seus olhos. Ela batia as asas desapercebida. Harry ergueu a mão. O pomodorim dourado havia escapado por centímetros, mas ainda estava á vista. Harry mergulhou no céu na incrível batalha para pegar o pomo. Ele ouviu Malfoy praguejar Maldições em suas costa e antes que elas o atingissem, Harry exclamou no ar frio da manhã.


IMPEDIMENTA! – um raio rubro saiu da ponta da varinha de Harry e atingiu a vassoura de Malfoy fazendo com que numa brusca desaceleração a vassoura ficasse estática, ainda suspensa, no ar.


Harry voltou a se concentra no pomo que agora estava a centímetros de seus dedos. Mais um pouquinho, pensou. Ele ondulou o corpo de forma a dar velocidade extra na Firebolt, e como se obedecesse piamente ao comando, a Firebolt acelerou mais do que nunca, e Harry pode esticar a mão e pegar o pomo-de-ouro ainda pelas asas que batiam inconformadas. Harry escutou toda a arquibancada vermelha gritar e exclamar proclamações de alegria e euforia.


– Por muito pouco! Por realmente muito pouco, Grifinória ganha por dez pontos de vantagem em cima do time Sonserino! – Creevery parecia impressionado com o resultado – RESULTADO FINAL! TRZENTOS E CINQUENTA A TREZENTOS E QUAENTA!


Harry ainda voava em círculos pelo campo comemorando a vitória com os amigos de equipe quando viu os sete jogadores sonserinos descerem e queimarem uma larga faixa do gramado verde com a ponta da varinha; na arquibancada dos professores, Snape discute com Dumbledore que gesticulava apontando para os alunos sonserinos. Snape sorri desgostoso.





– Você fez um jogo ótimo! – elogiou Mione no jantar do mesmo dia. A noite parecia ter descido fria e obscura. A dama da lua já havia coberto o castelo com seu manto de veludo negro. Haviam pontinhos, nesse imenso manto, que piscavam e tinham cores diversas. Vermelho e laranja, ou azul, todas as estrelas pareciam sorrir para Harry aquela noite. Fosse pelo motivo de ter ganho o jogo da amanhã ou fosse pelo fato de Gina ter lhe dado um carinhoso ósculo de aprovação em suas bochechas. Estava abobalhado desde então! Parecia estranho, mas Harry estava sentindo a falta de alguém no salão principal. Não que esta o deixasse feliz, mas apenas o fato de existir. Não foi necessário levantar a questão. Dumbledore havia se levantado e batia o garfo a leves toques na taça de prata e ouro. Parecia muito aborrecido.

– Boa noite a todos! – começou o diretor com a voz ecoante – Sempre temi por isso. – disse como se só ele fosse capaz de escutar o que dizia. – Vocês devem ter notado a ausência de alguns de seus colegas. – A mesa da sonserina confirmou com a cabeça. Todos pareciam muito ofendidos. – Bem, devido a algum comportamento de componentes da casa Sonserina, eu fui obrigado a suspendê-los temporariamente das aulas. São apenas três dias, e garanto eu, eles saberão porque tiveram o destino que agora carregam. Foram longe demais, ultrapassaram as barreiras da Instituição. – Ele usou um olhar e suspiraste diante da mesa sonserina. Gina olhou desconfiada para Harry, que fingindo não entender continuou a comer.

Desde o primeiro dia de aula Draco havia sido marcado, agora o garoto havia convidado amiguinhos como se fosse um clubinho de briga. Harry se irritou pensando nisso e antes que fizesse algum estrago se levantou e saiu da mesa da Grifinória.

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