A Compensação



CAPÍTULO SETE – A Compensação






O dia seguinte ao banquete de início do ano letivo despertou ensolarado, e embora Harry tivesse se atrasado para o café, chegou bem em tempo de receber o horário novo. Quando chegou ao salão principal, as quatro mesas das casas estavam cheias de alunos alvoroçados com o início do ano escolar. Harry avistou Rony e Mione entregando os horários aos alunos na mesa da Grifinória e correu até eles e notou que havia preocupação no olhar de Mione.


– Alô! Bom dia! – disse Rony se sentando ao lado de Gina que observava atenta seu horário, e entregando um pedaço de pergaminho à Harry disse com a voz animada – Toma seu horário novo. Hoje temos nossas matérias preferidas. Binns no segundo tempo e Trelawney no último.


A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts possuía diversas matérias, dentre as quais, Harry poderia escolher as que mais lhe agradasse, embora tivesse a opção de cursar as matérias que quisesse, tinha que suportar alguns professores que Harry, por assim dizer, odiava. Binns era professor de História da Magia, um velho fantasma que lecionava a matéria mais chata do castelo. Trelawney era uma mulher avoada que acreditava ser uma vidente, só pelo motivo de possuir uma grande vidente na família; embora em seu íntimo Harry soubesse que Trelawney tinha alguns trunfos em sua carreira, ainda assim, não lhe agradava ter de assistir aulas de Adivinhação. Harry passou o olho pelo novo horário e se deteve no horário de terça-feira, que estava marcado, Defesa Contra as Artes das Trevas, e Harry se atentou para um pequeno fato, quem era o novo professor? Hermione, notando a exasperação nos olhos do amigo exclamou com indignação.


– Eu também só percebi isso, hoje pela manhã. –Hermione passava geléia sobre a torrada, enquanto Harry se servia de ovos com bacon – Dumbledore não anunciou o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. E nós não vimos ninguém diferente no trem, nem na mesa dos professores. – Rony se virou e observou a mesa do corpo docente, realmente não havia ninguém diferente.


– Às vezes o Dumbledore, quis fazer uma surpresa, ou simplesmente esqueceu, está velho e você sabe...


– Dumbledore, não esqueceria nada nesse mundo, é lúcido o suficiente para isso! – retorquiu Hermione indignada.


– A não ser, que ele quisesse esquecer. – Gina guardava o horário na mochila e dizia – Observei, o mesmo que vocês esta manhã, só que o bom é que faltam dez minutos para eu saber o que se passa. Meu primeiro tempo hoje é Defesa Contra as Artes das Trevas. – e pondo a mochila nas costas completou – Encontro vocês no almoço.


Gina saiu e Harry ficou observando seus belos fios ruivos dançarem às suas costas, e só quando Gina desapareceu do salão ele percebeu que havia um pedaço de bacon grudado em seu queixo.

– Vamos? Até chegarmos no segundo andar. – disse Hermione impaciente, e olhou no relógio – Flitwick não tolera atrasos, nem eu.


Enquanto Rony protestava, Harry juntou suas coisas e foi caminhando em direção ao segundo andar. Hermione e Rony, após uma pequena discussão, seguiram Harry. Após subirem as escadarias de mármore, chegaram a sala de Feitiços.


A classe de Flitwick estava como sempre, barulhenta e cheia. Se não fosse pela pilha de livros, na qual se equilibrava, Flitwick estaria encoberto por penas, almofadas, e tudo que sua mesa apoiava, além dela mesma. Ele deu um brando aceno com a varinha e todos escutaram um silvo agudo que fez com que a classe se aquietasse. Harry, Rony e Mione sentaram se no meio da sala de aula, em três carteiras, lado a lado.


– Hoje vamos aprender um feitiço, um pouco mais complexo. – Flitwick tinha um voizinha esganiçada e aguda – O Feitiço da Invisibilidade! Gostaria que copiassem os movimento da varinha e ao final da aula praticaremos, com esses livros aqui.


Passaram a metade da aula, copiando difíceis anéis da cabala da varinha, seus movimentos, os efeitos esperados e como potencializar o feitiço da invisibilidade. O único som que se escutava na sala era o correr das penas sobre os pergaminhos.


Quando terminou Harry ficou admirando o céu azul, e pensou que poderia jogar quadribol novamente, o mais cedo possível iria procura McGonnagal para poder reunir o time. Harry olhou para os lados e viu Rony e Mione ainda copiando.


– Prontos? – a voz esganiçada de Flitwick foi abafada por um burburinho de desaprovação – Mais cinco minutos. Quem terminou venha até aqui um instante. Harry se levantou e viu que Rony e Simas vinham mais atrás. Ao chegarem diante da mesa do professor ele pediu que fossem distribuindo os pesados livros pela sala.


– Se soubesse que era isso, fingia estar copiando – Rony resmungou por entre os dentes. E andando pela sala logo já haviam distribuído o livro a todos e quando sentaram Flitwick já havia começado a explicar o Feitiço.


– Entenderam? Gire, contorne o tetraedro e só então digam Inevisive! – Flitwick apontou a varinha para sua mesa e a mesma desapareceu perante um flash de luz azul. – Podem começar!


Após inúmeras tentativas Rony e Harry, deixaram seus livros ao menos transparentes, porém o livro de Hermione continuava sólido e permanecia visível; no finzinho da aula Harry notou que a amiga estava nervosa e escutou Hermione exclamar Evanesco! E seu livro desapareceu. Decorridos os minutos restantes da aula a sineta tocara e a sala foi evacuada com estrema rapidez, e logo a maioria dos alunos se encaminhou à sala do prof. Binns, já que o segundo tempo estava ocupado com História da Magia.


– Pelo menos temos transfiguração após o almoço! A aula não de Flitwick não foi lá essas coisa hoje – reclamou Mione que não contara à nenhum dos dois o que havia feito.


– Droga, odeio adivinhação – indagou Rony olhando para o teto enquanto as escadarias se moviam e levavam os garotos ao andar térreo. – Aquela mulher é tão estúpida.


– Vocês já deviam ter feito como eu! – retorquiu satisfeita Hermione – Ela é uma das piores charlatãs que eu já vi. – enquanto andavam no corredor sul, na direção da classe de Binns, Hermione continuou – Bem, vocês sabem, nunca vi uma predição convincente dela.


Harry que escutava tudo atentamente, mas só confirmava tudo com a cabeça, entretanto tinha perfeita consciência que Trelawney não era tão ruim assim como Hermione praguejava.


A aula de Binns foi a mesmice de sempre; chata, sonífera e insuportável: essa seria uma boa descrição da aula de História da Magia. O assunto da aula daquele dia foi como a antiga monarquia celta se transformou no ministério da magia bretão e como a Suprema Corte dos Bruxos foi formada. O único ponto alto da aula, foi entender que a Suprema Corte dos Bruxos tinha poder de veto na decisões ministeriais e que funcionava de forma a auxiliar em decisões do ministério.


Ao final da aula, Binns passou uma redação sobre as funções da Suprema Corte dos Bruxos e como ela se articula com o Ministério. Hermione era a única que copiava tudo o que Binns lançava ao quadro e parecia sempre interessada. Quando a sineta tocou, metade da turma se levantou com um sobressalto, indício de que estavam cochilando ou apenas com a atenção desviada.


Binns resmungou ao som da sineta e dispensou os alunos.


Quando chegaram ao salão principal para almoçar, Hermione foi a primeira a levantar o assunto.


– Afinal, quem será o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? – acenando para Gina, que já almoçava na mesa da Grifinória disse – Vamos, Gina deve nos contar quem é!


Hermione os fez apertar o passo até a mesa de Grifinória e logo os três se sentaram de frente para Gina que estava eufórica e risonha. Rony abriu o assunto.


– Porque você está assim? Alguém lhe deu umas delícias hilariantes? – Gina negou com a cabeça – Então faz o favor de dizer o que houve!


– Quem é o novo professor? – disse Harry ansioso pela resposta e quando Gina negou com a cabeça ele não entendeu.


– Não tem professor novo. – disse Gina contendo um sorriso pelo canto dos lábios.

– Gina não seja tola! Dumbledore teria contratado um ou então o Ministério teria feito como no ano passado, com Umbridge!


Gina parecia achar graça da curiosidade dos três e deu um suspiro e começou a falar. – Vocês não vão acreditar! Realmente não existe um novo professor – e vendo a exasperação dos amigos completou – mas existe uma professora. Olha lá! Está sentada à mesa dos professores! – e quando os três observaram viram que entre um bruxo baixinho de olhos desfocados e uma bruxa de ar tresloucado, uma mulher se destacava, um profundo rosa chiclete que vinha de mechas pontiagudas de cabelo, pertencentes a ninguém menos que Ninfadora Tonks!


– Não acredito! Por que nem ela nem Dumbledore nos contaram? – a indignação estava presente na voz de Mione.


– Eu perguntei a ela. – disse Gina em tom de desafio, vendo a cara de Hermione expeliu as palavras docemente – Ela disse, “negócios do Dumbledore” , e mandou eu terminar de executar minha azaração.


– Estão aprendendo azarações nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas? – Rony parecia surpreso com a notícia.


– Isso é bom! – comentou Harry enquanto se servia de batatas coradas – Pelo menos agora temos um professor decente de Defesa Contra as Artes das Trevas – e quando foi observar a mesa dos docentes viu que Tonks não estava mais presente.


– Faz sentido Dumbledore querer esconder a notícia – disse Hermione enquanto descansava o garfo no prato – Assim não chamaria a atenção para Tonks, porque sabemos que qualquer deslize em Hogwarts, os filhos de Comensais logo enviariam uma coruja aos pais.


– Isso só chamou mais a atenção dos alunos de que um professor não havia sido anunciado. – completou Rony com a voz engrolada, sua boca estava cheia de pedaços de presunto.


– É, mas assim é melhor... – finalizou Gina enquanto usava o guardanapo para limpar a boca, e direcionando o olhar para Mione – Se Dumbledore acha assim, então é melhor.


Mione retribuiu a fala de Gina com um belo sorriso torto, porque sua boca estava ocupada mastigando delicadas couve-de-Bruxelas.


– Tchau para vocês, Luna está me esperando, combinamos de ir juntas para as masmorras.


– Estou indo também. – disse Harry que deixou o prato ainda pela metade e seguiu Gina – Encontro vocês na sala de Transfiguração – Harry correu ao encontro de Gina e puxou-a pelo ombro.


– Namorando Potter? – a voz arrastada de Malfoy foi ouvida do outro lado do salão, acompanhada de risadas sarcásticas.


– Ei, Malfoy! – e o garoto se virou – Como está o papai em Azkaban. Mande lembranças – Harry viu que o garoto apertava a varinha dentro das vestes, mas quando observou que havia mais de três na vantagem de Harry ele se virou e saiu do salão.


– Oi Harry! Seu amigo não vem? – disse Luna observando a mesa da Grifinória.


– Quem? Rony? – vendo a confirmação de Luna – Não, ele ficou com a Mione para depois irem para a aula de McGonnagal, – Luna amarrou a cara para Mione – vim primeiro porque... – os olhos de Harry encontraram os de Gina e Harry driblou o assunto – Porque preciso pegar meu livro, esqueci na torre da Grifinória. Até logo. – E foi a vez de Gina amarrar a cara enquanto Harry se desviava de uma nuvem de estudantes do terceiro ano que vinham na direção contrária à de Harry.


Harry correu o mais que pode para chegar à classe de McGonnagal, já que fora obrigado a tomar o atalho para o sétimo andar, porque Gina não lhe tirava os olhos quando ele havia dito que iria voltar ao dormitório. Quando chegou no terceiro andar, Pirraça o poltergeist do castelo, estava a escrever dizeres horríveis sobre o chão do corredor da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e quando Harry olhou de lado viu que a fresta da porta da classe de Tonks era preenchida momentaneamente por uma intensa luz dourada. Antes mesmo que Pirraça o visse Harry girou sobre os calcanhares e desceu o último lance de escadas para chegar a classe de Transfiguração.


Hermione e Rony o aguardavam na porta da classe e para alívio de Harry, McGonnagal ainda não havia chegado.


– Onde você foi? – perguntou Rony observando as escadas – O que você foi fazer lá em cima?


– Ah! Sim... Eu... – e viu no semblante dos amigos que eles sabiam que ele estava mentindo, mas mesmo assim continuou – ...fui pegar meu livro novo de Transfiguração, peguei o velho por engano.


– Tudo bem, Harry. Vamos entrar. McGonnagal está vindo do final do corredor. – Eles entraram na classe e logo um horrível cheiro de fezes animais invadiu suas narinas, Harry olhou a volta e viu que haviam diversas jaulas com pequenos porcos dentro, e o cheiro tornou-se explicável.


– ...ter perdido o efeito. Anodórus! – Hermione olhou para trás e viu que Mcgonnagal chegara, ao que parecia, a sala fora encantada para que o cheiro fosse banido, – Bom dia classe! Desculpem-me pela demora, o Prof. Ivan e eu estávamos conversando sobre uns assuntos importantes.


– Quem é ele? – inquiriu Harry diretamente a Hermione – Nunca ouvi falar dele aqui em Hogwarts!


– Como não Harry? – Hermione parecia achar que aquela era a pergunta mais sem sentido que já ouvira até então – O professor Ivan leciona Runas Antigas para mim há três anos e você nunca escutou o nome dele?


– Nem eu! – exclamou Rony em defesa de Harry enquanto a professora Minerva passava os movimentos de varinha para poderem transformar os porcos em banquinhos de quatro pernas. – Você pode ter achado que disse, mas, pelo menos eu não me lembro.


– Hum! Vamos copiar o quadro que é melhor! – e finalizando a conversa Hermione tomou nota das instruções de McGonnagal enquanto a mesma pedia que Dino e Pavarti a ajudassem com os porcos.


Enquanto Harry anotava toda a informação em um pedaço de pergaminho, Dino trazia com o auxilio de um Feitiço de Locomoção, dois porcos gordos, iguaizinhos à seu primo Duda.


– Harry você pode ficar com esse. – Dino sacudiu a varinha e o porco começou a guinchar e então Harry exclamou – Silencio! – e o porco aquietou-se e Harry pode então tentar transfigurá-lo.


Harry olhava de esguela o trabalho dos amigos e ficou surpreso em ver que o banco de Rony não possuía rabo apenas continuava a ser rosado e que Mione, como de costume, transfigurara o porco com excelência e seu banquinho tinha até desenhos florais sobre o tampo. Assim como Rony e Mione haviam progredido na tarefa, o banco de Harry era feito de madeira sólida e embora sem detalhes como o de Mione, funcionaria bem como um...Banquinho!


Quando o dia estava para terminar, Rony e Harry despediram-se de Mione e subiram tristes para a Torre Norte, onde teriam uma das aulas mais chatas que existiam, Adivinhação. Ao chegarem no alçapão com a tranca de latão, Harry puxou a mesma, que agora aberta revelava uma escadinha que levava à classe de Trelawney.


Como habitualmente, embora o sol estivesse brilhando lá fora, a lareira permanecia acesa e dela vinham fortes aromas adocicados que só aumentavam a sensação de calor na sala. Rony e Harry, sentaram-se próximos à janela em uma das pequeninas mesas de chá, hoje dispostas com estranhos instrumentos de metal e uma vasilha com água.


Pavarti e Lilá estavam alvoroçadas e sentaram-se na mesinha bem diante da lareira e da poltrona de chintz que Sibila ocupava todas as aulas.


Sibila Trelawney, era uma vidente, que embora fizesse todos saberem que era capaz de predizer o futuro, tinha apenas duas profecias que se mostraram serem verdadeiras. A vidente lecionava em Hogwarts a dezessete anos e desde então ocupava aquela sala e predizia a morte de um aluno por aula. Seu aspecto era o mais chamativo possível, usava sempre chalés de cores destoantes e sem combinação alguma, para completar seu aspecto de uma grande mariposa, ela usava óculos que triplicavam o tamanho de seus olhos, conferindo a ela um olhar totalmente desfocado e tresloucado.


– Boa tarde, meus queridos! – e do meio da escura parede cheia de luminárias cobertas de lenços vermelhos, Sibila se revelou da escuridão, o que retirou gritinhos de excitação de Pavarti e Lilá. – Este trimestre estudaremos o futuro através das vísceras de pobres aves mortas. Ou seja, Necromancia.


Quando a professora se aproximou de Pavarti e Lilá elas pareciam pensar que aquilo era o melhor dia de suas vidas. Trelawney, enquanto falava, distribuía aves mortas de um barrica de pedra e quando chegou na mesa de Harry e Rony ela olhou para Harry e se surpreendeu.


– Você!?


– Sim professora! Sou eu! – respondeu Harry sarcástico, sabendo o que viria pela frente.


– Como é triste... Tão novo – e fingindo dar gemidos de aflição saiu choramingando.


Todos os anos, ou melhor todas as aulas, Sibila era incapaz de não deixar de alguma forma, predizer a precoce morte de Harry. Harry que já havia se acostumado pegou sua ave e foi consultar o livro de adivinhação para ver o que encontrava.


– E aí? O que você achou? – disse Rony folheado as páginas do livros – parece que vou finalmente ser rico! Harry isso lhe parece uma moeda?


– Acho que sim, pelo menos é redondo – disse Harry indicando com o dedo um pequena íngua nas vísceras da ave de Rony – Com o que isso se parece, para mim é uma árvore! Hein, Rony?

– Se parece com um lobo isso sim! Talvez Lupin esteja bem! – Sibila passou ao lado da mesa dos dois e choramingou novamente.




No dia referente à primeira aula de Tonks, Harry Rony e Mione tomaram café rapidamente e logo se dirigiram para os corredores do terceiro andar, e não sozinhos, encontraram metade da turma fazendo uma fila de espera em frente à porta da sala de aula. Era de se esperar que agora todos em Hogwarts sabiam que a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas era uma aurora do ministério e isso só aumentava as expectativas dos alunos.


O som estridente da sineta a porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas se abriu e revelou a mesma sala, que teve cinco diferentes ocupantes nos cinco últimos anos. Atualmente, a sala tinha algumas plantas e flores perto das janelas e ao fundo da sala existiam diversas caixas de papelão com alguns dizeres escritos em piloto negro.


Harry se sentara próximo à mesa de Tonks, assim como Rony e Mione. Não só os três, mas toda a turma estava eufórica Harry sabia que de alguma forma todos seguravam firmemente a varinha embaixo da carteira, na esperança de terem uma aula decente, após um ano de enrrolação teórica.


Quando ninguém esperava Tonks apareceu. Trajava longas vestes roxas que contrastavam com seu cabelos cor de chiclete, com o sorriso estampado no rosto se sentou em sua mesa, olhava os papéis que estavam em uma pasta negra – Bom dia! Parece, que os únicos anos significativos foram com os professores do terceiro e quarto ano certo? – e olhou a turma na espera por uma resposta, e todos confirmaram.


– Bem então vocês já viram a matéria do sexto ano, no quarto. – a cara de Tonks demonstrava uma total confusão – E fizeram um intensivo de criaturas das trevas no terceiro ano. Sim. Bem ano passado tiveram muita teoria... – baixando o tom da voz Tonks resmungava – Matéria do primeiro ano no quinto... – e voltando a ser ouvida por todos disse – Bem vocês estão em dia com a matéria! Pelo menos o suficiente! Estou exasperada com o cargo que ocupei e fiquei muito feliz de ocupá-lo já que sou Aurora do Ministério e adoro o que faço. Estou aqui para ensinar-lhes Feitiços defensivos, mas algumas azarações serão sempre bem-vindas também. – um murmúrio de aprovação correu por entre as carteiras, e logo todos já estavam com as varinhas sobre a carteira, ansiosos por começar.


Tonks deu um aceno de varinha e logo todas as janelas foram fechadas, e a luz banida da sala. Com outro movimento, a varinha de Tonks fez diversos archotes se acenderem e então com um terceiro movimento as caixas que ficavam ao fundo da sala, vieram correndo e pararam ao lado de Ninfadora, que abriu as mesmas e retirou do seu interior diversos objetos estranhos, ainda com a cabeça mergulhada dentro da caixa, a voz de Tonks ecoou abafada – Não consigo achar... Ah! Sim! Aí estão vocês.


Tonks retirou de dentro da caixa, três pequenas torres, que pareciam serem peças retiradas de um xadrez de bruxo, ela posicionou os objetos sobre a mesa e ordenou – Engorgio! – e as três torres se mostraram sendo três pilares com um orifício na extremidade superior. Tonks deu uns gritinhos de excitação – Harry! Hermione! Venham aqui! – quando os dois chegaram na mesa da professora, ela olhou indignada para eles – Onde estão suas varinhas? – Harry indicou a carteira – Vá pegá-las!


Harry se encaminhou à sua carteira e Rony já tinha as duas varinhas na mão aguardando que Harry as pegasse. – Valeu cara!


– Bem – começou Tonks – Estes treinadores são bem pesados então espero que vocês usem um feitiço de levitação para leva-los até o chão.


Embora desconcertado de que tais blocos de pedra seriam treinadores, ele enfeitiçou um e o levou até o meio da sala – enquanto Tonks pedia que os alunos empurrassem as carteias deixando uma pequena arena ao centro da sala.


Os três “treinadores” ficaram posicionados em torno da arena e antes que Pavarti fizesse a pergunta que todos almejavam saber Tonks esclareceu a dúvida. – Estes blocos de pedra são treinadores ou seja, são obstáculos que usamos no quartel de aurores, e nos ajudam muito – Tonks deu uma piscadela à Harry, que retribuiu com um sorriso – Eles fazem isso, por favor fora do círculo! – Tonks enviou um raio roxo, um verde e outro vermelho em cada um dos orifícios dos “treinadores”. Os feitiços ficaram girando dentro dos orifícios como luz liquefeita. – O que eles fazem é isso. – Tonks acelerou o passo e entrou no círculo, que instantaneamente disparou três raios fulgurantes em direção à Tonks que os expeliu com um relâmpago dourado e uma fumaça preta vindos de sua própria varinha, a decorrido isso Tonks saiu do círculo, e os ataques cessaram, e cada orifício voltou ao seu estado original, em que os feitiços eram luz liquefeita.


Todos aplaudiram, e Tonks agradeceu com um sorriso. – Esse feitiços são só luz colorida, reproduzem um dos feitiços mais usados em um duelo. A Maldição da Morte – Tonks mostrou a luz verde – a Azaração do Impedimento – todos olharam a luz vermelha – e por fim o raio roxo, que é uma maldição que muitos bruxos das trevas usam.


Harry olhou para Mione que arregalava os olhos para o pilar com a luz roxa. – Mas todos eles são reproduções, são inofensivos, apenas deixaram vocês tontos se forme atingidos. Quero que façam um fila aqui – disse indicando uma linha dourada recém feita pela varinha. – Precisa saber como vocês estão, hoje começamos com um pilar só. – Tonks deu um toque com a varinha sobre dois dos três “treinadores”.


Os alunos formaram uma fila, Rony e Harry foram os últimos; todos aguardavam ansiosos pela sua vez. Dino foi o primeiro que atravessou o círculo com o Feitiço de Desarmamento apontado para o primeiro treinador. Pavarti e Lilá forma as próximas e atravessaram lançando a azaração do empurrão contra o pilar, Lilá diferente de Pavarti foi atingida no final, e caiu tonta embora poucos segundos mais tarde já estivesse em pé.


Hermione entrou confiante na arena e quando o primeiro treinador se inclinava para lançar o primeiro jato Hermione levantou a varinha e exclamou incisiva – Congelitus! – e um raio de luz azul clara se lançou na direção do vermelho que colidiram formando pequenos estilhaços de gelo no chão, Hermione ergueu novamente a varinha e imperou – Estupefaça! – a chama vermelha foi extinta, e Mione saiu tranqüila do círculo.


Neville entrou confiante, e diante da situação, mirou o pilar com a varinha e berrou – Reducto! – e o resultado foi pequenas fagulhas vermelhas sobrevoando toda a sala. Após Neville, seguiu-se com sucesso Simas e Rony que executou com excelência um feitiço escudo. Quando Rony adentrou na arena foi quase atingido no ombro, mas depois invocou um escudo rudimentar que o protegeu até a metade do caminho a após isso Rony lutou com a mesma arma de Mione, exclamou – Estupefaça! – os raios vermelhos colidiram e explodiram no ar cessando o duelo.


Por fim, foi a vez de Harry que quando entrou na arena, sentiu o coração bater, forte. A última vez que executara um feitiço, para duelar, perdera seu padrinho, embora fosse um teste, aquilo lhe trazia tristes lembranças. Quando o primeiro raio veio na direção de Harry ele encheu o pulmão de ar e gritou – Expelliarmus! – um jato de luz dourada jorrou da ponta da varinha de Harry e fez com que o raio vermelho se dobrasse e se dissipasse no ar da sala de aula.


– Parabéns! Todos vocês foram realmente ótimos! Parecem até que de alguma forma andaram praticando – disse uma voz irônica de Tonks – Agora vou ensinar a vocês uma azaração bem simples, mas muito útil em situações difíceis – Tonks retirou as bolas de luz liquefeita e guardou os treinadores na caixa.


Com um aceno final de varinha as janelas se abriram e o quadro-negro foi preenchido por anagramas da Azaração do Chicote, que praticariam na aula seguinte. Antes mesmo que o barulho da sineta fosse escutado, Tonks anunciou.


– Quero uma redação com dois metros de comprimento. – muitos exclamaram indignados – O título será “A Ética no Duelo”, quero ensinar-lhes como acabar com um inimigo sem deixarem de serem éticos. Tenham um bom dia, a até breve!


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