Posto a Risco



CAPÍTULO ONZE – Posto a Risco






No café da manhã do dia seguinte à conversa com Hagrid, Harry, Rony e Mione acabaram se atrasando, devido ao cansaço resultantes das longas conversas da noite anterior. Mal haviam se sentado e se servido de uma pequena tigela de ovos com bacon e duas torradas com geléia, as travessas haviam sumido da mesa. Rony pareceu se irritar demais com aquilo, mas se segurou. Uma grande coruja das torres adentrou o Salão principal e deixou o Profeta Diário no colo de Hermione que depositou três nuques na bolsinha de couro que ficava presa a perna da coruja. Hermione guardou o jornal no interior das vestes sem nem ao menos ler o jornal. Tão logo terminaram de comer o pouco que podiam e se encaminharam até o portão do castelo com os javalis alados, para a visita ao vilarejo de Hogsmeade.

– Sr. Whitby, sem formulários, sem visita ao povoado. – Harry ouviu a voz de Filch ranger contra um terceiroanista da Lufa-lufa nos portões da escola. – São vocês de novo – grunhiu novamente olhando para Harry, Rony e Mione atravessarem os portões do castelo.

Aquele trinta e um de outubro havia nascido com um excelente humor. O sol refulgia em seu posto e iluminava todo o castelo. O gramado do castelo espantava pelo verde seguro e firme; e o tempo estava ameno como em todo outono. O grande Salgueiro Lutador já havia perdido todas suas folhas e o lago estava calmo e refletia o céu que estava tingido de um profundo azul-acinzentado acentuado nos pontos onde as poucas nuvens se acumulavam e formavam os desenhos mais engraçados que a imaginação podia inventar.

– Definitivamente aquilo é o nariz do Snape! – comentou Rony enquanto os três seguiam para o povoado. Hermione, embora soubesse da ojeriza de Snape por Harry, não gostava e insinuações daquele tipo. – Para mim parece um leque de ar.

Quando chegaram à estação de Hogsmeade, logo viram a rua principal apinhada de lojas, bares, e principalmente muita gente. Todos pareciam querer livrar-se do interior do antigo castelo da escola, e Harry tinha a impressão de que nunca havia visto aquele povoado tão cheio.

Até mesmo Snape, que Harry nunca havia visto em Hogsmeade estava no povoado.

Quando conseguiram cortar a multidão até a porta do Três Vassouras, o pub local, tiveram de esperar, o que Harry contou no relógio serem vinte e dois minutos. Quando subiram os dois degraus que separam a estreita rua de pedra do bar, escutaram três vozes animadas gritando seus nomes.

– Ei! Harry!

– Weasley!

– Mione!

Logo os três avistaram ninguém menos que Neville, Luna e Gina respectivamente os locutores. Os três amigos tiveram de cortar mais uma pequena multidão para chegarem na mesa que Gina os aguardava. Quando chegaram, Rony sentou-se ao lado de Luna e Mione do lado de Rony. Harry se sentou de frente para os outros ao lado de Gina e Neville.

– Você demoraram! – exclamou entusiasmado Neville. – Estamos aqui desde as nove da manhã! – Neville que já tinha duas canecas vazias de cerveja amanteigada do seu lado da mesa, levantou a mão e Madame Rosmerta veio ao encontro da mesa que ocupavam. Madame Rosmerta era a dona do pub local e parecia amar o que fazia; uma bruxa bem apessoada, de cabelos louros, presos num coque desleixado, com pequenos cachos caindo em sua fronte. Tinha um belo colo e lindos lábios.

– O que vão querer? – Madame Rosmerta admirou seus clientes e vendo que Neville indicava as duas canecas com o dedo, conclui sozinha. – Seis cervejas amanteigadas? – todos confirmaram. Ela retirou a varinha do avental verde e trouxe uma bandeja flutuante com seis espumantes canecas cheias de cerveja amanteigada. Todos tomaram posse de uma caneca e Rosmerta levou as canecas sujas de Neville.

– E então o que acharam da notícia? – comentou Gina meio aborrecida.

– Quê notícia? – perguntou Mione indignada. A amiga de Harry odiava quando não ficava sabendo de algo importante, e isso se refletia em seu rosto e em sua fala.

– A do jor... – Neville deu um profundo soluço – desculpe! Disse o garoto levando as mãos à boca. – A notícia de hoje no Profeta.

– Recebemos o jornal. – comentou Rony com veemência. – Mas não vimos nada importante. – Rony constatou sua afirmação como definitiva, assim como Mione costumava fazer.

– Não seja burro! – retorquiu Hermione lívida. A garota retirou o jornal do interior das vestes negras e o abriu na primeira página. Havia uma foto que mostrava um homem de olhos apertados, e cabelos grisalhos com um pequeno cavanhaque que terminava em um cacho. O homem tinha um sorriso torto, estava diferente desde a última vez que Harry o tinha visto, mas era definitivamente, Igor Karkaroff. Sob a foto uma manchete escrita com enormes letras, A VINGANÇA DAQUELE-QUE-NÃO-PODE-SER-NOMEADO.

– O quê? – exasperou-se Rony – Esse não é... Não pode ser – disse Rony descrente.

– Sim, é ele mesmo. Igor Karkaroff. – denunciou Neville.

– Voldemort prenunciou que ia fazer isso, na noite em que ele ressurgiu ele anunciou. – naquele exato instante Snape passou em frente a janela do pub. Harry engoliu seco. – Ele disse que mataria os que não tiveram coragem suficiente para voltar.

– Vítor não gostava dele. – sibilou Mione olhando para o fundo de sua caneca. Rony bufou.

– Você ainda não leram a reportagem toda. – disse Luna como se o que pensassem fosse pouco, perto da verdade escondida nas linhas daquele jornal.



A Vingança d’Aquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado

Ontem a noite um grupo de seis Comensais da Morte, seguidores de Você-sabe-quem, juntamente com um Dementador e seu mestre foram ao encontro do antigo Comensal e atual diretor desaparecido do Instituto Durmstrang, Igor Stanislauvi Karkaroff. Desaparecido há mais de um ano, Karkaroff, foi possivelmente procurado por seus antigos colegas de atividade das trevas por ter delatado diversos nomes do círculo de seguidores de você-sabe-quem, na época, aquele-que-não-nomeamos ainda estava no auge do seu poder. Em possível vingança, Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e seis de seus Comensais foram ao encontro de Karkaroff, que estava escondido no norte da Alemanha, na cidade de Bremen, próxima de sua cidade natal. Igor se manteve na Alemanha, por um ano sob o disfarce de barman de um pub local, porém na noite passada, os Comensais invadiram o pub e desarmaram Karkaroff. Além de o bar ter sido devastado pela fúria dos Comensais e sete bruxos alemães terem sido mortos, Você-sabe-quem encontrou Karkaroff, e o bruxo foi torturado por seis bruxos competentes, e após a tortura de danos irreversíveis, Aquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado ordenou que o Dementador que o seguia beijasse Karkaroff. Depois de tudo, Você-sabe-quem usou a maldição da morte contra o bruxo indefeso. Essa pode ser apenas uma de muitas vinganças do Lorde já que muitos de seus seguidores delataram companheiros do lado de você-sabe-quem, quando ele caiu do auge do poder.



O assunto pareceu ficar martelando em suas cabeças por alguns instantes. Harry por um instante fugaz lembrou-se de Lupin lhe dizendo que nunca, ninguém mereceria receber o beijo-do-Dementador. Harry imaginou onde Lupin estaria. Seu sumiço parecia confirmar que o pior havia acontecido, mas alguma coisa dentro da mente de Harry dizia que ele ainda veria aluado.

– E então, o que estão pensando em fazer? – recomeçou Gina bebendo um grande gole de sua caneca.

– Eu queria ir a Dedos-de-Mel comprar alguns fios dentais de menta. Meus pais amaram aquilo. – Hermione afirmou discreta enquanto Neville se engasgava com um gole exagerado de cerveja amanteigada. Harry sabia que o fato de Karkaroff ter sido atingido pela maldição Cruciatus atingia Neville psicologicamente, pelo fato de seus pais ainda estarem vivos, mas devido a esta maldição, não terem consciência coesa.

Luna que sempre parecia despertar de um sonho quando ia falar, sobressaltou-se desta vez – Rony o que você quer fazer? – aquilo não era bem uma pergunta, mas uma relevante exclamação.

– Ah! Eu? Eu gosto da Zonko’s.

– Eu também! – reafirmou Neville, e Harry confirmou levantando a mão enquanto bebia um longo gole de sua caneca.

– Então está decidido! – disse Luna em tom de sentença. – Vamos a Zonko’s.

Gina fixou o olhar em Mione, e levantou os ombros e as sobrancelhas para a amiga, como se quisesse dizer algo. Harry que virava o último gole de cerveja não entendeu nada. Deixou os quatro sicles referentes a sua caneca de cerveja sobre a mesa e por magia as moedas sumiram dali; segundos depois Harry escutou o barulho da caixa registradora. O grupo saiu do pub e apenas Mione parecia achar que a Zonko’s não era o melhor local para uma visita. Enquanto Rony, Harry e Neville tomavam a dianteira junto com Luna, que parecia menos estranha do que o normal, Gina e Mione iam atrás dos quatro discutindo em voz baixa.

Quando entraram na Zonko’s, Harry e ao que pareceu, seus amigos também, pareciam ter se esquecidos dos problemas do mundo lá fora, e só pensavam em comprar a maior quantidade de bombas de bosta que pudessem carregar. Harry levou uma caixa de Fogos Instantâneos Weasley, e Rony ficou feliz pelo amigo ter feito aquilo.

– Fred e Jorge pediram que eu fizesse algumas propagandas para a loja deles; – disse Rony admirado por ver que Harry pegava a última caixa de um prateleira, agora vazia. Havia uma etiqueta que rotulava toda a prateleira escrita “Fogos Weasley 20 Sicles Cada Caixa” . – Mas ao que parece, nem precisa.

Harry pagou pelos fogos, e Rony comprou um novo baralho de Snap Explosivo. Luna parecia admirada com tanta novidade, e Harry perguntou a garota o porquê da admiração contínua. Ele respondeu que mão era nada. Neville e Mione saíram mais cedo para irem a Dedos-De-Mel, comprar os fios dentais para os pais de Mione.

Logo após a caixa registradora apitar um silvo agudo, indicando o pagamento, uma gritaria se instaurou do lado de fora. Harry sabia que aqueles gritos não eram normais, se pareciam com os gritos que escutara durante o ataque ao acampamento da Copa Mundial de Quadribol. Antes que Harry se virasse para ver o que ocorria viu um lampejo vermelho correr pela rua principal. Harry olho para Rony, Luna e Gina, os quatro suspiraram e correram para a porta da loja de logros. Harry desceu os degraus e pisou no chão de pedra lisa. Viu seis enormes Dementadores, circundando o céu azul. Os gritos não cessavam. Haviam dois bruxos mascarados no final da rua. Harry foi tomado por uma fúria incalculável, sentiu seu sangue circular mais depressa em suas veias e seu coração bater mais forte. O menino-que-sobreviveu sacou a varinha e começou a correr em direção aos bruxos mascarados no final da rua. Gina, Luna e Rony o seguiam e antes que Harry se aproximasse dos dois oponentes três dementadores, bloquearam o caminho e Harry sentiu frio, ouviu os gritos de sua mãe, e antes que pudesse exclamar com força a fórmula do feitiço do patrono, Harry escutou a voz de Hermione gritar.

EXPECTO PATRONUM! – uma enorme lontra prateada caminhou até a barreira formada pelos dementadores, que fugiram do local como as sombras se dispersam na luz forte, a lontra de Hermione logo se dispersou no ar. Sem os dementadores a visão ficou clara do que ocorria do outro lado.

Cada Comensal controlava um estudante no ar. Eles rodavam no ar como grandes balões de gás, e então Harry escutou. Uma risada sarcástica e aguda; era fria, mas não letal. Harry sabia que um dos Comensais era a culpada pela morte de seu padrinho. Harry pensou rápido, imaginou Bellatrix se contorcendo de dor, mas sabia quanto era perigoso fazer aquilo. Harry encheu o peito de ar, e antes que ela o visse ele gritou. – ESTUPEFAÇA! – de novo Harry havia estuporado a mulher. Mas antes que Harry, ou Rony que tinha a varinha erguida, lançasse outro feitiço, Tonks apareceu.

– Vocês sabem que isso é ilegal! Serão mandadas para a ilha de Azkaban por isso! Incarcerous! – uma enorme jaula de ferro fundido prendeu ambos Comensais. No desespero da companheira de Bellatrix, em se soltar da jaula, Harry viu uma cascata de cabelos muito louros, era Narcisa Malfoy.

Bellatrix pronunciou algumas palavras que Harry nunca havia escutado, e a jaula começou a derreter, e virar uma espessa fumaça preta. Que explodiu e fez com que os dois alunos da lufa-lufa controlados pelas Comensais, caíssem no chão. Harry viu McGonagall transfigurar o chão duro de pedra em uma superfície macia e amortecedora.

Bellatrix e Narcisa haviam sumido. Os dementadores investiam contra a multidão que ocupava assustada a rua principal de Hogsmeade. Patronos, ou então pequenas nuvens de fumaças brancas pérola imergiam de varinhas em toda a extensão da rua. Os dementadores que Hermione havia afugentado, já haviam voltado e aterrorizavam os visitantes. Flitwick e McGonagall davam os primeiros socorros ao dois estudantes que havia sido controlados pelos Comensais. Tonks, Sinistra e Ivan dispersavam os alunos para dentro das lojas mais próximas e lacravam as entradas com magia. Tonks e Sinistra não tiravam os olhos do céu, as varinhas ainda em punho.

Os poucos grupos que ficaram na rua principal do vilarejo eram bruxos formados, ou alunos do sétimo ou sexto ano em Hogwarts. Em cada agrupamento de pessoas o medo as envolvia de forma a criar um silêncio ensurdecedor naquela rua deserta e cheia de pânico. Havia um cheiro de desconfiança no ar, não havia ninguém, dentro ou fora das lojas, que não olhasse para o céu esperando algo vir novamente.

Passados pouquíssimos minutos do tumulto, Dumbledore aparece no início da rua principal do vilarejo trajando longas vestes cinzas com finos cordões prateados na cintura. Dumbledore também usava um chapéu pontudo cinza e por trás das lentes dos óculos de meia-lua, havia um fogo que ardia em fúria. Minerva foi correndo ao encontro do diretor que já tinha a varinha em punho. McGonagall parecia repassar todos os acontecimentos ao diretor que após o fim do relato de Minerva mirou a varinha na própria garganta e com a voz magicamente amplificada, chamou a atenção de seus alunos.

– Atenção todos vocês! Alunos de Hogwarts! Fiquem onde estão! Não sejam levados por uma conduta emocional muito forte. Seja lá o que ocorrer, permaneçam onde estão.

– Puxa! Eu realmente queria sair por aí para ser içado no ar como um grande balão... Hum! – disse Rony sarcástico, porém muito sério. Rony, Harry e Neville permaneceram do lado de fora do Três Vassouras e Mione estava do outro lado oposto à eles, sentada na escadinha da Dedos-de-Mel junto com uma sétima-anista da lufa-lufa. Só então Harry havia notado. Embora Hogsmeade estivesse entupida de gente, todos os sonserinos já haviam voltado ao castelo. Não havia nenhum sonserino em Hogsmeade naquele momento difícil. Harry se lembrou dos longos cabelos louros da mãe de Malfoy e sentiu um profundo desprezo.

Antes mesmo que Dumbledore começasse a coordenar os professores para ajudarem os alunos para voltarem ao castelo, um enorme crânio verde fulgurou no céu azul do vilarejo. Era um crânio distorcido, e do orifício que seria uma boca, uma enorme cobra se mostrava imponente. Os seis dementadores voltaram a atacar com a Marca Negra estampada do céu claro.

Harry virou o pescoço enquanto um Dementador quase lhe esbarra, e vê Snape dentro de uma casa em frente ao Três Vassouras, tinha a varinha em punho e parecia pronto para lançar um feitiço. Harry escutou a voz de Snape em sua cabeça. Lance um patrono agora! Harry assim o fez mesmo não sabendo o porque, mas exclamou – Expecto Patronum! – Mas diferente do que normalmente ocorria, ser cervo não saiu galgando pela rua de Hogsmeade, uma bela raposa correu na direção do Dementador que subiu como flecha no céu. O patrono de raposa não era de Harry, e o garoto só o percebeu quando viu Snape ainda gesticulando com a varinha e a raposa prateada rondando a casa em que Severo estava. A raposa permaneceu visível por mais algum tempo, fazendo com que os Dementadores não se aproximassem.

Dumbledore olhava os céus atentamente e ficou detido na curva da rua, e principalmente na entrada da gruta que Sirius se escondera no quarto ano de Harry em Hogwarts. Dumbledore olhou incisivo mais uma vez e sacudiu a varinha e uma enorme flecha de luz laranja atingiu a entrada da gruta, criando uma grande cratera que revelou um grupo de quatro Comensais. Duas em particular riam muito. Um estava sério e o outro não parava de olhar para os lados.

Dumbledore se inflou e McGonagall e Tonks o ladearam. Harry pensou em seguir o diretor, mas novamente a voz de Snape invadiu sua mente. Permaneça onde está Potter! Não piore as coisas! Ivan e Sinistra seguiram o diretor. Dumbledore ofegou e brandiu a varinha contra os quatro Comensais. Assim como ocorrera no Ministério da Magia uma massa de ar correu a rua e atingiu os quatro Comensais que ficaram de joelhos no chão, mas logo se levantaram.

– Não seja idiota Dumbledore! – escutou-se a voz de Narcisa. – Só vim fazer uma faxinazinha.

– Não ouse falar assim garota insolente. – McGonagall se inflou de fúria e transfigurou um enorme bloco de pedra em um pequeno dragão que levantou vôo e imprimiu arranhões e jatos de fogo contra os Comensais. O Comensal sério se responsabilizou por evocar um escudo de luz roxa que fez com que o dragão perdesse as forças.

– Ah, professora, a senhora vai tirar pontos da minha casa? – disse a voz sarcástica de Bellatrix.

Desta vez foi um conjunto de luzes e explosões. Tonks travava uma batalha árdua contra Narcisa. Sinistra enfrentava Bellatrix, Ivan amaldiçoava o Comensal mais sério e McGonagall batalhava com o Comensal amedrontado, Harry viu que este tinha um dedo a menos e então soube que aquele era Rabicho. Harry sacou a varinha, mirou na máscara de Rabicho e gritou – ACCIO MÁSCARA! – McGonagall ficou sem reação contra o antigo aluno ingênuo e foi estuporada por Rabicho. Harry se arrependera do que acabara de fazer. Saiu correndo na direção de Rabicho. Embora estivesse escutando os gritos desesperados de Snape em sua mente, continuou correndo, se deparou com Rabicho e gritou seguidamente. – EXPELLIARMUS! PETREFICUS TOTALUS! ESTUPEFAÇA! – Rabicho não teve nem tempo de pensar, foi desarmado, petrificado e agora estava inconsiente no chão. Harry agachou e ficou olhando para o rosto de Minerva. Ele ergueu a varinha.

Enervate! – raios e maldições perpassavam a cabeça de Harry. McGonagall abriu os olhos, mas ainda estava meio tonta.

– Volte garoto, está correndo perigo. – exclamou a voz ecoante de Ivan, o professor de Runas Antigas.

Mobilicorpus! – dezenas de linhas invisíveis suspenderam McGonagall do chão. Harry se levantou e recolheu o corpo inerte da professora. – Harry pronunciou – Protego! – e um pequeno escudo branco azulado irrompeu de sua varinha e protegeu Harry e McGonagall até chegaram num local mais seguro. Harry olhou para trás e viu que Dumbledore não estava mais presente.

Depois de terem perdido Rabicho, e Narcisa. Bellatrix e outro Comensal explodiram ainda mais a rocha e desaparataram levando seus feridos embora.

– Potter! – Harry ouviu a voz cansada da professora – Obrigada! Vou ficar melhor. – a professora fechou os olhos, mas ainda respirava normalmente.

Tonks, Ivan e Sinistra forma passando em frente aos estabelecimentos e foram destrancando as portas e direcionando os alunos para o castelo. – Que confusão! – disse Mione que agora correra para o encontro dos amigos. Gina e Luna haviam ficado presas o tempo todo dentro da Zonko's, mas já estavam novamente com eles. Luna parecia muito assustada, mais do que quando estava no Ministério da Magia.

Harry começou a se encaminhar para o castelo muito antes do que havia planejado. O medo e a desconfiança rondavam entre a multidão de alunos que caminhavam em direção a escola. O fato de todos os sonserinos não estarem presente no local do ataque tornou-se claro e evidente para todos os alunos e professores. Quando todos chegaram nos terrenos do castelo, se encaminharam rapidamente para seus respectivos salões comunais e Harry, Rony, Neville, Mione, Gina e Luna, foram uns dos últimos a entrarem no castelo. Harry olhou por cima do próprio ombro e viu a Marca Negra verde e fulgurante no céu, continuou caminhando e atravessou as portas duplas de carvalho que davam acesso os interior do castelo. O Saguão de Entrada já estava vazio, embora o almoço já estivesse sendo servido e o Salão principal ficasse logo ao lado, todos pareciam preferir a quietude de seus dormitórios. Enquanto iam subindo as escadas que iriam levar ao sétimo andar Luna os deixou próxima a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, no terceiro andar. O barulho de passos era o único ruído ouvido em todo aquela escola.

Quando finalmente chegaram diante do quadro da mulher gorda, Gina disse a senha (porta-retrato) e os cinco atravessaram o buraco para o salão comunal. Não havia muitas pessoas no salão da Grifinória, mas as que ali estavam presentes não paravam de mirar olhares desconfiados a Harry. Embora Harry não tivesse nenhuma culpa pelo ocorrido em Hogsmeade, todos os outros pareciam pensar o contrário. Além de ter de escutar os murmúrios de culpa que o acompanharam até o dormitório, quando chegou no mesmo, havia um envelope pardo escrito em verde, sobre sua cama. Estava endereçado com as cartas da escola.



Sr. Harry Potter
Castelo de Hogwarts
Torre da Grifinória
Dormitório Masculino



Harry abriu curioso e puxou o pergaminho que estava cuidadosamente dobrado dentro do envelope. Neville e Rony haviam acabado de chegar. Harry leu o pergaminho.



Harry, vá ao meu escritório logo que encontrar esta carta. Não se demore. Traga seus amigos.



– O que é isso? – perguntou Rony curioso.

– Vamos descer. – disse Harry decisivo – Hei, Neville. Você também. Vamos!

– Vamos aonde? – perguntou Neville.

Harry não deu ouvidos e desceu novamente a escada em caracol até o salão comunal. Gina e Mione conversavam profundamente, Harry as interrompeu. – Vocês duas, vamos! – Harry não sabia o porque, mas aquela carta de Dumbledore parecia realmente necessitar da presença dele, e Harry sentiu-se grato por Dumbledore lhe reconhecer valor. Gina e Mione ficaram um pouco desconfiadas, mas assim como Neville o seguiram.

Quando já desciam o último lance de escadas e se deparavam com os corredores que davam acesso ao escritório do diretor Harry explicou o motivo da ida até o escritório do diretor, a carta que recebera e que agora estava em seu bolso. Hermione e Neville reagiram de forma idêntica, dizendo que era algo importante. Gina e Rony ficaram nervosos e Harry ficou imóvel diante da gárgula do escritório do diretor. Quando já se cansavam de esperar a gárgula se moveu e revelou uma escada em caracol que subia na direção do escritório de Dumbledore. Quando chegou abriu a porta e se deparou com Dumbledore sentado em sua cadeira admirando o céu pela janela. Harry sabia que ele estava observando a Marca Negra.

– Olá Harry. – disse o diretor com a voz suave. – Longbottom, Weasleys e Granger. Acho que está faltando uma. Loovegood, venha aqui. – Luna que estava em uma cadeira atrás da porta se levantou e foi ao encontro dos cinco. Dumbledore ofegou por um instante mirando os seis, Harry já estava se sentido nervoso. Dumbledore consultou seu relógio de pulso, que tinha doze ponteiros e nenhum número, e concluiu. – Já chegaram. Venham por aqui.

Dumbledore se levantou e deu três batidinhas com a varinha em uma estante de livros. A estante se abriu correndo para os lados e deixando a mostra a porta para um aposento bem iluminado. Dumbledore fez um gesto para que entrassem. Harry e os outros assim o fizeram e o aposento se revelou sendo uma sala comprida com uma mesa também muito comprida. Muitas cadeiras estavam dispostas em volta da mesa de carvalho escuro e as cadeiras estavam ocupadas por pessoas que Harry sabia, eram membros da ordem. Ao fundo da sala uma outra porta de madeira escura estava emoldurada por um batente dourado e não havia maçaneta. Harry suspeitou que aquela devia ser a Sala de Reuniões da Ordem. Rony, Mione e os outros também chegaram a essa conclusão porque logo todos sentiram um frenesi. Dumbledore entrou atrás deles e a estante se lacrou no lugar de origem. Snape que estava sentado ao lado de Mundungo Fletcher. O Sr. e a Sra. Weasley estavam no fundo da sala, e Molly não parava de dar sorrisos para eles. Moody, Quim, Estúrgio, Emelina, Dédalo e todos os outros integrantes que Harry não conhecia estavam presentes.

Dumbledore conjurou seis confortáveis cadeiras de chintz para que se sentassem e logo começou a falar. – Bem, estamos reunidos de novo. Mais cedo do que eu esperava, devo admitir. Muitos de vocês devem estar estranhando a presença destes jovens aqui atrás de mim. – Dumbledore olhou-os através de seus oclinhos de meia-lua. – Mas não, não mudei as regras. A Ordem só é composta por maiores de idade Molly. – O que queria era fazer um convite para que estes seis que provaram bravura inigualável em junho passado lutando contra um grupo grande de Comensais. – Dumbledore pausou. – O ponto é que alguns dos alunos de minha escola já foram desviados para as fileiras de Voldemort, talvez pela influência da família ou dos amigos; mas o fato alarmante é que eles estão passando informações para seus pais Comensais e influenciando em um ataque. Foi o que ocorreu hoje. – fez-se silêncio. – O que venho aqui propor é que através da liga de defesa que eles formaram no ano passado, formem uma ajuda para combater esse pequenos novos Comensais.

Após essa fala de Dumbledore, houve um burburinho geral de desaprovação. A Sra. Weasley foi a primeira a reclamar. – Dumbledore, sempre concordei com suas idéias, mas incluir um grupo de estudos como um batalhão da Ordem da Fênix? – a Sra. Weasley tinha o rosto num profundo vermelho, e o Sr. Weasley também parecia concordar com a esposa embora não estivesse parecendo um grande tomate falante.

– Molly, minha idéia nunca chegou perto da que você acabou de concluir. – Dumbledore arrumou os óculos com a ponta de um de seus dedos finos e brancos. – Apenas tive a idéia de dividir as coisas. Cuidamos do mundo lá fora e eles cuidam das atividades em Hogwarts. É evidente que a maioria dos alunos com pais em atividades ilegais, são também pequenos seguidores de Voldemort!

– Vendo por esse lado, – começou o Sr. Weasley mirando a esposa para ver se ele ia concordando com o que falava. – acho que tudo bem.

– Levantem as mãos, os que foram a favor! – pediu Dumbledore estendendo a mão. A maioria dos bruxos presente levantou a mão. Snape e a Sra. Weasley foram uns dos poucos que não gostaram da idéia. Dumbledore contou as mãos levantadas e concluiu decisivamente. – A Armada de Dumbledore agora cuida dos problemas em Hogwarts. Vamos dar uma pausa antes de discutirmos o ataque de hoje a Hogsmeade. – Dumbledore se virou para Harry e os outros e disse um pouco mais baixo. – vocês voltem ao seus salões comunais. E tome isso Harry. – Dumbledore retirou um pequeno volume envolto por papel de embrulho e entregou ao garoto.

Dumbledore abriu a estante que revelou novamente seu escritório. Os garotos entraram no escritório e desceram pela escada em caracol guardada pela gárgula. Harry abriu o embrulho que Dumbledore havia lhe dado, dentro havia uma correntinha de ouro com uma medalha do mesmo material. A medalha tinha o tamanho da palma da mão de Harry, tinha em relevo uma fênix encarrapitada sobre um grande e adornado “OF”, as iniciais da Ordem da Fênix. Harry se perguntou qual o propósito daquela medalha, mas desistiu antes que chegasse à torre da Grifinória.

A pequena reunião no escritório de Dumbledore consumira o que pareciam terem sido quinze minutos, mas na verdade ficaram ali presos por uma hora. Todos não haviam almoçado devido ao ocorrido em Hogsmeade, e logo estavam todos famintos. Quando desceram para a Festa de Dia das Bruxas, estavam todos sonhando com o banquete, mas ainda tinham em mente o que se passara aquela manhã. Haviam dezenas de abóboras gigantes espalhadas pelo Salão Principal, diversos morcegos voavam por entre as velas flutuantes e haviam muitos balões negros e laranjas nos cantos do aposento.

Embora extremamente organizada e bonita, a Festa do Dia das Bruxas foi literalmente um horror, estavam todos muito quietos, a exceção da mesa sonserina que ria, gargalhava e não se importava com os outros. Havia na verdade três ou quatro alunos sonserinos que estavam quietos assim como o resto dos presentes. Harry admirou o teto encantado e viu um céu nebuloso e obscuro assim como sua vida dali para frente, nada estava certo, qualquer coisa podia mudar seu destino até mesmo uma simples palavra.

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