Ao crepúsculo



O sol começava a nascer, colorindo as sombras da noite quando Hermione sentiu-se acordar. Virou-se no chão semifofo da barraca e pôde ver Harry. Ele sorriu para ela, sonolento e sem os óculos.

Ficaram assim, se olhando, durante um longo período.

- Acho que a gente deveria se levantar.- Murmurou Hermione.

- Queria que o tempo não passasse.- disse Harry em resposta.- Que ficássemos assim para sempre.

- Deixaremos o para sempre para amanhã.- disse Hermione enquanto se assentava.- Cuidaremos agora do que intereça no momento, e quando a paz finalmente chegar, aí sim ficaremos assim para sempre.- Começou a se vestir – Hoje o dia será longo.

Harry se assentou também. Hermione colocou a cabeça para fora da barraca e gelou. Draco ou Zambini deveriam ter feito a vigília daquela noite, mas se Draco fora dormir, e Zambini também...

- Essa não!- murmurou ela enquanto virava-se a apanhava a varinha.

- O que foi?- perguntou Harry saindo da barraca atrás dela.

As demais barracas estavam em repouso. A fogueira havia se apagado e tudo parecia, estranhamente, calmo.

- Quem foi que passou a noite em claro?- perguntou Harry notando o aparente problema.

- Ta aí.- disse Hermione.- Ninguém o fez.

- E o que isso significa...?

- Que provavelmente todo o nosso plano foi por água a baixo.- murmurou Hermione enquanto caminhava até as mochilas empilhadas e procurava algo ali. As esferas, com o fogo verde, continuavam intactas.




****




Ao entrar no salão principal Tonks passeou rapidamente os olhos pela mesa da Grifinória. Gina não estava por ali, tampouco Hermione ou Harry. De certa forma não achou nada estranho até mandar um calouro de seu primeiro tempo chamar a garota ruiva em sua sala de aula.

- Ela não está lá, Professora Tonks.- respondeu o pequeno.

Tonks fitou o garoto por algum tempo.

- Vá até a cabana de Rúbeo, onde estão Sonserinos e Grifinorianos do sexto ano e chame a Srta. Granger, então.- disse ela.

Alguns minutos se passaram quando o garoto voltou.

- Ela também não estava lá, professora.- disse o garoto.

Tonks fitou o nada por um momento, seu coração enchia-se de preocupação.

- Mas a professora McGonagall pediu que a Sra. liberasse a turma e fosse imediatamente à sala dela.- disparou ele.

Tonks engoliu em seco se perguntando sobre o que viria a seguir. Dispensou a sala de primeiro ano e se dirigiu ao corredor de Transfiguração.

- Algum problema, Minerva?- perguntou ela assim que entrou.

- Há um considerável número de alunos ausentes às nossas aulas desta manhã.- disse Minerva.

- Creio eu que muitos ainda estejam abalados com a morte de Rony Weasley...- começou Tonks.

- Potter, Granger, Brown, Weasley e até Luna Lovegood poderiam ser.- disse Minerva.- Mas dois Sonserinos não podem estar ausentes por luto à Rony Weasley.

- Alguém já conferiu no mapa?- perguntou Tonks.

- Creio que não.- disse Minerva.

- Vou busca-lo.- disse a mulher indo à direção da porta.- Já checou a enfermaria?

- Sim.




****




- Alguém TINHA que ter ficado!- disse Hermione.

- Você foi a última a se deitar.- disse Blás.- Achei que ficaria aqui de novo.

- O combinado foi um dos garotos ficarem de vigia!- disparou Gina fitando o namorado com severidade.

- Porque não o Potter?

- Porque só há uma vigília para manter a segurança dele!- disse Hermione.

- Acalmem-se.- disse Luna que parecia ser a menos alterada.- Estão todos aqui. As coisas foram todas conferidas, o que significa que não sofremos nem um tipo de ataque!

- A essa altura a entrada para os subterrâneos provavelmente estará barrada!- disse Hermione se encostando cansadamente em uma das barracas.

- Não vamos saber até conferirmos.- disse Harry com as mãos nos bolsos no momento em que Draco deixou sua barraca, ainda sonolento.

- O que está acontecendo aqui?- perguntou ele.

- FORAM TODOS DORMIR!- gritou Hermione.- NINGUÉM FICOU DE VIGIA!

- Eu até teria ficado se vocês tivessem se lembrado de apagar a luz.- disse Draco se assentando no chão e começando a comer um sanduíche já murcho e velho.

Hermione sentiu-se ruborizar violentamente. Harry teve a certeza de nunca tê-la visto naquele estado. Ele acabou achando melhor interromper a discussão antes que ela acertasse um tapa na cara do garoto louro. Harry não tinha boas lembranças de tapas, dados por Hermione, em Draco.

- Já disse!- disparou.- Um grupo vai espionar! Eu vou!

- Você não vai a lugar algum, Harry Potter!- disse Hermione fuzilando-o com os olhos.

Draco continuou comendo calmamente. Até que o ultimo pedaço foi engolido e ele se levantou.

- Vamos eu, Blás e Luna.- disse ele.- Vocês duas ficam de babá para o Potter.

Harry deu um passo em frente, mas Gina e Hermione o seguraram.

- Ficaremos desmontando o acampamento.- disse Hermione já mais calma.- Se tudo estiver bem partiremos para a hora final, caso contrário voltaremos para Hogwarts.

- Voltaremos para Hogwarts?- perguntou Harry.

- Exatamente.- murmurou Hermione engolindo em seco.- Pensaremos em uma desculpa para o sumiço no caminho.




****




- Lilá Brown foi encontrada pelos jardins.- Informou Minerva fitando Dumbledore.

- E os outros?- perguntou o velho.

- Não há sinal deles.- disse Tonks.

- Sugiro que reunamos os aurores.- disse Hagrid um pouco exaltado.- E declaremos a caçada.

- Não podemos simplesmente abandonar o castelo!- disse Tonks.

- Desde quando eles sumiram, Nifandora?- perguntou Dumbledore calmamente.

- Não sei.- disse Tonks com simplicidade.- Talvez sábado, ou até sexta a noite.

- Eu devia ter desconfiado!- disse Minerva.- Aquela história de não querer passar a noite na enfermaria!

- Nós devíamos ter desconfiado.- disse Tonks sentindo o fracasso.

- E onde você estava nesse período, Rúbeo?- perguntou Dumbledore fitando o outro por cima dos óculos em meia lua.

- Na floresta.- disse Hagrid meio receoso.- cuidando de Grawp.




****




Assim que um dos trios partiu, o outro tratou de desarmar o acampamento.

Desmontaram as barracas e as fizeram caber dentro de uma das mochilas. Em seguida limparam o local.

- São pouco mais de duas milhas até a muralha.- disse Gina quando os três finalmente terminaram.- Vimos onde fica o portão de entrada.

- Às vezes me pergunto se isso não é uma emboscada.- disse Harry.

- Aquele lugar causa arrepios.- comentou Gina ignorando-o.

- Entraremos junto ao crepúsculo.- murmurou Hermione.- E sairemos, talvez, junto à aurora.

- Temo que algo dê errado.- murmurou Harry.

- Nada dará errado, Potter!

Os três se viraram. Malfoy, Zambini e Luna estavam de volta.

- Tudo continua como antes.- disse Draco.- Esperando por nós!




****




Belatriz caminhava agora, meio de tarde, calmamente pelo calabouço. Homens e mulheres, de rostos marcados e passados negros caminhavam por ali. Alguns trouxas, escravizados. E até bruxos. Todos se curvavam ao vê-la passar. Não com o mesmo temor que se curvavam perante Lord Voldemort, mas ao menos se curvavam.

- Sra. Lestrange!- chamou uma voz. Ela se virou, um velhote imundo de cabelos desbotados vinha em sua direção.

- Pois não.- respondeu mantendo o rosto alto.

- O Matias, do portão Oeste...- disparou o homem.- Ele simplesmente largou seu posto e foi embora.

- Hum...- fez Belatriz se lembrando dos dois galeões que dera ao homem.- E qual é o problema nisto?

- O portão está desprotegido!- disse o velhote.- Qualquer um que quiser poderá entrar.

- E porque isso me importaria?- perguntou Belatriz impaciente.- Este não é o tipo de coisa com a qual eu tenha que me preocupar!

- Eu não sei se largo o meu portão e parto para lá.- disse o homem com certa simplicidade.- Ou se fico no meu.

- Sugiro que largue o seu.- disse Belatriz enquanto continuava a caminhar. O velhote foi atrás.

- E vá para o outro?- perguntou ele com a cara suja e confusa.

- Vá embora.- murmurou ela.

- Você-sabe-quem mandaria matar-me!- disse ele aterrorizado.

Belatriz meteu uma das mãos no bolso e tirou de lá três galeões.

- Isso deve bastar.- disse ela.- Pra você desaparecer.

O velhote apanhou as moedas. Seus olhos brilharam, ele se curvou.

- Deixe o portão encostado e ninguém saberá de sua ausência.- disse Belatriz com um sorriso estranho nos lábios.

O homem se curvou ainda mais e então disparou correndo pelo calabouço. A mulher mudou o seu curso e foi subir uma escada de pedra até um alçapão, deixou o mesmo e seguiu por um corredor, atrás de uma tapeçaria. Não demorou muito e ela alcançou um amplo salão. Curvou-se, imediatamente, até o chão.

- Bela tarde, Bela.- disse Lord Voldemort.

Ela se levantou e sorriu.

- Venho avisar sobre a minha partida.- disse ela.

- Mal chegastes e já estas a partir?- perguntou Voldemort.

- Farei uma limpa na casa de Hogsmead.- disse Belatriz.- Temo que ela caia.

- E quando voltas?- perguntou Voldemort.

- Em dois dias... Três... Quem sabe...- disse Belatriz.

- Até a vista, Bela.- disse Voldemort.

Belatriz fez uma rápida reverência e então aparatou. Estava na porta do Cabeça de Javali agora. Jogou o capuz sobre os cabelos e entrou. O barman sorriu ao vê-la.

- Esteve sumida, Srta.- disse ele.

- Viagens a trabalho.- respondeu ela.

- O que queres para hoje?- perguntou o velho.- Comida? Bebidas?

- Algo em especial.- disse Belatriz olhando rapidamente à volta.

- Pois diga!

- Quero um veículo que me leve à Hogwarts.- murmurou.

- Uma carruagem?- perguntou o barman.

- Algo assim.- disse Belatriz sorrindo.

- Não é difícil, mas preciso de algumas horas.- disse o barman

- Providencie uma mesa à melhor sombra.- disse Belatriz.- Aguardarei, ansiosamente, o meu meio de transporte.




****




Andaram por mais de hora e quando chegaram à muralha de pedra o dia já se ia pondo. Gina tinha razão. Aquele lugar dava arrepios.

Draco se encostou em uma árvore e respirou fundo por um momento. Talvez tudo desse realmente certo, o que era quase que improvável. De certa forma ele tinha a certeza de que tudo correria bem até que Voldemort morresse. A partir daí, depois de descobertos, eles encontrariam a ira dos Comensais. A possibilidade de os gigantes já terem chegado das montanhas ele não queria nem considerar.

- Algum problema?- perguntou Harry fitando-o seriamente.

- Não.- disse Draco se distanciando da árvore e sacando a varinha.- Nos preparemos para entrar.

Hermione olhou à volta por um momento. Teriam que deixar as mochilas em algum lugar por ali. Talvez em cima de uma árvore, ou enterra-las, quem sabe.

Como se tivesse lido os pensamentos da garota, Draco abriu a própria mochila e tirou de lá uma espécie de adaga com uma serpente em alto relevo no cabo. Com esta ele perfurou o tronco oco da árvore, abrindo ali um vão.

O restante do grupo observava calado enquanto Draco tirava algumas coisas de sua mochila – uma espécie de capa de couro para a adaga, uma capa negra com um capuz e um pequeno espelho – e em seguida a jogava no vão.

- O que estão esperando?- perguntou ele depois de guardar tudo sob as vestes, a capa negra nas costas.

Um a um os demais se entreolharam e fizeram o mesmo. Por último Hermione tirou as esferas de sua mochila, somavam quatro no total. Harry ajeitava a capa da invisibilidade por dentro das vestes quando Hermione estendeu a primeira a ele.

- Esta fica com você.- disse ela.

Harry a olhou por algum tempo e então estendeu a mão para apanhar a esfera. Nem ele nem Hermione tiraram a mão e o toque se sustentou por alguns minutos. Hermione sorriu, ao finalmente soltar. Em seguida ela distribuiu as demais esferas. Uma para Luna, outra para Gina e a última...

- Fique com ela.- disse estendendo-a a Draco.

- E você?- perguntou Draco fitando-a com certa doçura.

- Eu estarei com o Harry.- disse Hermione.

- Eu também.- disse Draco com firmeza.

- Sei que na hora h você não estará, aceite-a logo.- disse Hermione ainda com a mão firme no ar.- Você precisará mais que eu, ande, não temos o dia todo!

Draco hesitou por um momento. Talvez ela tivesse razão. Ele era o traidor naquele lugar, todos cairiam sobre ele, logo ele precisaria de alguma defesa. Aceitou a esfera e seguiu em frente.

Havia uma espécie de corredor, entre a floresta e a muralha, de no máximo três metros de largura. O grupo o atravessou e Draco forçou a porta, estava aberta. Ele ergueu a varinha e foi o primeiro a entrar. Em seguida veio Luna, Gina, Blás, Harry e então Hermione.

Havia uma estreita escada de pedras a qual eles desceram silenciosamente. Seguia-se um corredor a perder de vista, ladeado por archotes que deixavam no ar um leve cheiro de benzina.

Começaram a andar. Draco sempre apagava os archotes ao passar. Por vários pontos do corredor havia outros corredores que faziam espécies de cruzamento. Durante mais de meia hora nada atravessou o caminho deles senão enormes ratazanas cinzentas.

Era um cruzamento mais largo dessa vez. Havia espécies de celas, todas abertas. Do lado de fora de uma delas havia um homem baixo e imundo. Draco cumprimentou-o com um erguer de sobrancelhas sobre um olhar no mínimo sarcástico.

- Sr. Malfoy.- murmurou o homem sacando uma espécie de machado.- Seu pai... seu pai vai mata-lo.

- Ele só o fará se o Sr. for contar a ele que eu estou aqui.- disse Draco calmamente.

- Mas...- fez o homem espremendo seus minúsculos e negros olhos.- Eu devo lealdade ao Lord das Trevas e...

- Império!- murmurou Draco ao passo que Hermione voou na mão do garoto tentando forçá-lo a desfazer a maldição.

- Não estava no combinado que usaríamos maldições imperdoáveis.- Murmurou Harry encarando-o.

- Você realmente acha que chegaremos a algum lugar sem isso?- perguntou Draco.

Harry nada disse, apenas encarou-o.

- Mande os homens da parte norte rumarem para o portão Leste.- murmurou Draco seriamente.- Digam que são ordens supremas.

O homem consentiu com a cabeça e seguiu correndo, com o machado em punho, na direção norte.

- Blás.- murmurou Draco virando-se para o amigo.- Siga com as garotas na direção sul. Preparem tudo por lá e então, próximo ao portão de saída vocês encontrarão uma passagem longa e estreita.

O outro escutava atentamente as instruções.

- Sigam por ela e chegarão ao portão oeste.- continuou Draco.- Em frente encontrarão uma passagem igual para norte no fim da mesma vocês encontrarão a vila, preparem tudo por lá e voltem para o portão oeste.

- Ok.- fez Blás. Seguiu-se um minuto de silêncio.

- O que estão esperando?- perguntou Draco.- Andem!

Blás se adiantou na direção indicada. Luna sacou a varinha e fez o mesmo. Gina caminhou até Hermione e as duas se abraçaram.

- Pelo Rony.- murmurou ela antes de partir com os demais.




****




Se o seminário das bruxas fizesse uma votação da cena mais bizarra do ano, aquela com certeza seria a vencedora. Não passavam de nove da noite quando a barulhenta carroça surgiu nos jardins de Hogwarts. Foi Snape quem a avistou primeiro.

O professor estava chegando, atrasado, para o jantar quando a avistou. Para um ex-comensal, como ele, não foi difícil sentir a presença de um antigo companheiro de trabalho. Imediatamente ele rumou para o salão principal, onde foi visto correndo até Dumbledore.

Os dois conversaram aos cochichos por um momento e então Dumbledore se ergueu.

- Monitores, por favor.- disse ele.- Encaminhem todos os alunos para os seus salões comunais.

Houve um imenso burburinho, principalmente na mesa da Grifinória. Com a considerável ausência de monitores, a Professora McGonagall foi obrigada a, ela própria, encaminhar os alunos à torre. Não demorou muito e rumores desencontrados sobre o que estava acontecendo começou a correr.

- Centauros estão invadindo a escola...

- Que nada, são comensais mesmo...

- Um exército de Dementadores...

- Os aurores falharam e Hogsmead foi tomada por Você- Sabe- Quem...

Neville passou o olho por todo salão comunal em polvorosas. Ao que parecia a única informação realmente verdadeira era a de que Harry, Hermione e Gina haviam escapado de Hogwarts.

- Dizem que estão trazendo os corpos.- disse um calouro à Simas Finnigan no momento em que Neville passou.

- Bobagem.- murmurou Neville quando ele e Simas foram se juntar a Dino Thomas.

- O que pode ser então?- perguntou Simas.

- Eu sinceramente gostaria de saber.- murmurou Neville.

- O rumor dos corpos pode ser verdadeiro.- insistiu Simas.- Ao que Parvati disse, eles partiram com dois Sonserinos.

- Hermione não levaria ninguém para uma emboscada.- disse Neville.

- Mesmo porque ela sabe ler mentes!- murmurou uma voz feminina. Os três se viraram e viram Lilá, acabada, os olhos incrivelmente inchados.

- Então foi por isso que ela insistiu tanto sobre cuidarem da mente de Rony.- murmurou Neville pensativo.- Ela de alguma forma já sabia sobre o que iria acontecer.

- Eles foram vingar a morte do Rony.- disse Lilá com veemência.- Talvez a essa hora eles já o tenham feito.

- Eles não vão conseguir vencer Você- Sabe- Quem sozinhos!- disse Dino.

- Nó escapamos com vida do ministério depois de enfrentar um batalhão de comensais da morte!- disse Neville.- Eles conseguem sim!

Lilá e Simas concordaram em silêncio. Dino Thomas ficou a contemplar o salão agitado. Pensava em Gina. Sabia que um dos Sonserinos que havia fugido era o novo namorado dela, por um momento ele quis estar no lugar dele. Longe de Hogwarts, apenas Gina ao seu lado.




****




Assim que o salão comunal foi evacuado Tonks, Snape e McGonagall desceram as escadas do saguão de entrada até o jardim e foram de encontro ao visitante, que vinha em uma carruagem. Hagrid logo à frente, a pé.

- Trago uma visita ilustre.- disse ele com um sorriso demente no rosto.

- Estupore-o.- murmurou Tonks que vinha à frente.- Ele está sob uma maldição Imperius.

- Estupefaça!- murmurou a Professora McGonagall no momento em que a porta da carruagem se abriu e por ela surgiu uma figura negra.

- Quero ver Dumbledore.- murmurou ela em sua voz rouca.

Tonks aparentemente não foi a única a reconhecer aquela voz, pois Snape também ergueu a varinha.

- O professor Dumbledore não está disponível no momento.- murmurou a Professora McGonagall ajeitando os óculos.

A mulher da carruagem soltou uma gargalhada fria e ao passo que seu capuz caiu para trás, revelando seu rosto, a varinha foi erguida ao ar em direção à Minerva.

- Tia!- murmurou Tonks.- Eu já imaginava!

Minerva não se mexeu.

- Que bons ventos a trazem, Belatriz?- perguntou Snape com certo divertimento enquanto crispava a boca.

- Não se preocupe, Severo.- disse Belatriz enquanto subia até o meio da escada, ainda com a varinha apontada para Minerva.- Eu ainda não vim mudar de lado. Mesmo porque isso não faz o meu tipo.

Snape apertou a varinha que mantinha apontada para a mulher.

- Quero apenas ver Alvo Dumbledore.

- Estamos em vantagem.- murmurou Tonks.- Três varinhas contra uma.

- Me desarmem então!- disse ela seriamente.- Mas me levem até Dumbledore!

Tonks e Snape se entreolharam e em seguida a varinha de Belatriz voou até a mão de Tonks. Minerva rapidamente ergueu a sua.

- Vamos leva-la à Dumbledore!- disse Tonks.

- Isso é loucura!- disse Minerva.- Ela não se deixaria ficar desarmada perto de dois professores e uma aurora!

Snape concordou com a cabeça e girou a varinha. Belatriz foi erguida no ar, de cabeça para baixo. Seus cabelos se espalharam no nada e algumas moedas e um espelho caíram no chão. O último se espatifou.

- Não há mais nada aí.- disse Snape quando a mulher voltou ao chão como se nada tivesse acontecido.

Minerva hesitou por um momento.

- Leve-a para sua sala, Ninfadora.- disse ela.- Vou consultar Dumbledore.- completou antes de subir as escadas rapidamente.

Tonks concordou com a cabeça e ordenou que Belatriz a acompanhasse. Snape seguiu logo atrás, mas nem reparou no espelho se remontando no chão, sob um olhar de esguelha da comensal.




***continua***

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.