A Cicatriz



Quando Draco acordou na manhã seguinte, tomou um baita susto. Pousado, na cabeceira de sua cama, estava um enorme e belo pássaro vermelho.

- Sai!- disse ele mas o pássaro nem se moveu.- Anda, sai!- repetiu mais alto golpeando com o travesseiro. O pássaro levantou vôo, mas em seguida pousou novamente.

Só alguns minutos depois, assentado em sua cama, é que ele foi reconhecer aquele pássaro. Era uma fênix, a fênix que pertencera a Dumbledore. Automaticamente e indignado, ele entendeu o que o pássaro fazia ali. Estava vigiando-lhe.




****




- Nós não podemos deixar que culpem o Malfoy.- disse Gina a Luna. As duas estavam assentadas no parapeito da torre mais alta de Hogwarts desde antes do dia nascer. Conversavam apenas.

- Mantê-lo aqui é uma forma de protege-lo, Gina.- disse Luna serenamente.- Protege-lo dos seguidores que ainda penduram.

- Acabei aprendendo com Harry a não confiar nos grandes.- disse Gina.- Mas tem outra coisa que me intriga ainda mais.- completou virando-se para o horizonte.- A cicatriz.

Luna ficou muda e fitava o nada como se não tivesse escutado o que a outra dissera.

- Aquilo não te intrigou também?- insistiu Gina.- Hermione tê-la escondido ao acordar, Belatriz ter ficado tão satisfeita ao descobri-la?!

- Não.- respondeu Luna aérea.

- Porque está me parecendo que você sabe mais do que parece?- indagou Gina fitando a outra.

- Você tem o costume de achar isso de mim.- disse Luna.- Aliás, não só você, todos parecem fazer essa mesma idéia de uns tempos pra cá.

- Pois é.- disse Gina.- Mas geralmente você sempre sabe mais do que demonstra. Acharei estranho se não for assim dessa vez.

- Toda regra tem a sua exceção.- disparou Luna voltando-se para Gina de cara fechada.

- Se essa fosse uma exceção você não estaria tentando me convencer disso.- replicou Gina.

Luna deu ombros e voltou a fitar o nada. Gina mordeu o lábio inferior hesitando por um momento.

- Vá, conte logo, eu sei que você sabe algo.- disse ela impaciente.- Você sequer demonstrou surpresa ao ver a cicatriz quando Belatriz fugiu!

- E porque deveria demonstrar?- indagou Luna com certo mau-humor.- Várias pessoas têm cicatrizes. Você mesma tem uma...

- Não desvie o assunto!- interrompeu Gina sem saber porque estava corando.- Estamos falando da cicatriz que havia na cintura de Hermione, e não de... ah! Quer saber, vou procurar alguém que possa me ajudar a descobrir algo mais sobre isso. Já vi que ficar aqui insistindo com você não vai me levar a lugar nenhum!- então Gina saltou do parapeito da torra e correu até a escada circular, sumindo de vista.

Luna permaneceu calada e imóvel. Gina tinha razão, ela já vira a cicatriz, certa vez, fazia já bastante tempo. Por não conhecer Hermione na época ela sequer perguntara o que era, o que causara ou algo parecido. Aprendera com sua falecida mãe que por trás de uma cicatriz existia sempre uma fascinante história. Há pouco tempo ela levantara uma suspeita sobre a história da de Hermione, talvez fossem só especulações de uma mente observadora e louca, mas caso não fossem, ela sabia exatamente o que a garota faria a seguir.

Se estivesse certa, sua teoria explicaria também porque Belatriz ficara tão satisfeita e porque fugira. Mas o pior é que se fosse aquilo mesmo, Hermione não teria paz tão cedo.




****




Luna sabe de algo. Gina repetia isso de segundo a segundo para si mesma. Convivia com a garota desde muito pequena, vizinhas, as duas passaram a infância brincando juntas sendo pentelhadas por Fred, Jorge e Rony.

Lembrar de Rony ainda lhe dava um horrendo nó na garganta. Era como uma ferida ainda aberta. Mas ela tinha que superar aquilo, sempre que lembrava repetia isso mentalmente.

O irmão dizia que Luna era doida. Mas na verdade ela não fora sempre assim. Talvez nem o fosse, porém vinha ficando; principalmente depois da morte da Sra. Lovegood. A mãe de Luna sim, ela era louca. Seu pai dizia que ela fora um dos gênios do ministério, mas isso não tirava o fato de ela ser pirada. Mas Gina tinha imensa simpatia por ela, coisa como magnetismo. Às vezes dizia que seria como ela quando crescesse. A chamava de Tia.

Hermione, em certo verão, dera uma explicação trouxa ao gênio excêntrico de Luna. Algo chamado gene que servia também para a cor dos olhos e dos cabelos e também a loucura, hereditariamente. Sim! Isso queria dizer que Luna tinha o mesmo destino da mãe, célebre e louca! Mas segundo Hermione nada era tão preocupante, os sinais da doença provavelmente ainda tardariam a surgir.

No mais o relacionamento dela e de Luna sempre fora aquele de um falante e um ouvinte, sendo o falante geralmente ela. Mas apesar de calada, a garota loura sabia sempre criar e recriar bons momentos junto dela.

Porque aquele lapso de dissertação sobre Luna começara em sua mente ela não sabia, já não lembrava como começara a tecer aquilo tudo. Algo sobre Rony? Sobre Hermione. Lembrou-se então que corara a pouco sem conseguir compreender a razão. Mas a própria Luna lhe dissera certa vez que existem razões que a própria razão desconhece.

Atravessava agora um corredor do quarto andar, um grupo de alunos estava deixando uma sala de aula e cochichavam ao passar por ela. Era, agora, também uma celebridade.




****




- Como se sente?- perguntou Madame Pronfey assim que Hermione terminou o chá de ervas medicinais cultivadas pela Profª. Sprout.

- Bem melhor.- disse Hermione com um sorriso cansado.

- Sugiro então que troque estas roupas sujas, já consegue andar?- perguntou a enfermeira.

- Com as muletas tudo fica mais fácil.- disse Hermione se inclinando para apanhar as mesmas.

Cinco minutos depois ela estava deitada novamente, já de roupas limpas se sentindo incrivelmente melhor, porém preocupada e inquieta.

- Você ainda precisa descansar um pouco.- disse a enfermeira.- Qualquer coisa estarei na minha sala. Precisa de mais alguma coisa?

Hermione abriu a boca, mas fechou-a em seguida hesitando.

- Pode dizer, querida.- encorajou a enfermeira com certa ternura.

- Se importaria em não permitir visitas?- perguntou Hermione rapidamente.

A enfermeira franziu a sobrancelha levemente surpresa mas concordou com a cabeça.

- Sei que parece estranho, o pedido.- começou Hermione.- Mas é que eu prefiro ficar sozinha, por enquanto.

- Tudo bem, querida.- disse a enfermeira.- Eu vou informar à Professora McGonagall sobre o seu pedido.

Hermione assistiu a enfermeira se distanciar sentindo que aquele “informar à Professora McGonagall” significava claramente que as visitas não seriam tão proibidas assim.




****




Harry acordou com um batido à janela. Abriu a cortina de sua cama de colunas e fitou por um instante a cama vazia ao lado, a cama que pertencera à Rony. Se levantou e foi abrir a janela para uma pequena coruja afoita. Por um momento sentiu uma enorme felicidade dentro de si como se houvesse a possibilidade de a cama de Rony estar vazia por ele já ter acordado, mas ao abrir o pergaminho que a coruja trazia lembrou-se que a realidade era outra.




Torre Leste, agora e urgente. Agradecido, D.M.




Era estranho, mas Harry reconheceu aquela letra. Com certo tédio trocou-se e se dirigiu a tal torre. Foi encontrar um Draco tão entediado quanto ele, sendo sobrevoado por uma ave vermelha que ele conhecia muito bem.

- Fawkes?- indagou Harry ao ver a fênix.- O que ela faz aqui?

- Não é obvio?!- disparou Draco extremamente mau humorado.- Ela está me vigiando!

Harry olhou de Draco para a ave e então percebeu que esse era uma fato extremamente obvio.

- Se quiser eu falo com a Profª. Minerva, ou Tonks, e peço para que parem de lhe vigiar...- ofereceu Harry.

- Elas não vão lhe escutar!- disparou Draco.

- Então pra quê me chamou aqui?- perguntou Harry fechando a cara.

- Eu teria chamado Hermione se ela não estivesse de molho na enfermaria.- disse Draco em tom de pouco caso.- Será que não existe outra forma de me livrar do pássaro? Me ajude! Mata-lo, distraí-lo! Não posso ir tomar café no salão principal com essa coisa atrás de mim!

- Esse pássaro é uma Fênix, Malfoy, não é possível mata-lo tão facilmente.- disse Harry.- E se é tão vergonhoso tê-lo atrás de si simplesmente não vá ao salão comunal. Passe a buscar comida na cozinha!

- E quanto às aulas?- indagou Draco incrédulo.- Esse bicho horroroso não pode simplesmente me seguir pro resto de nossas vidas!

- E eu simplesmente não vejo maneira de ajuda-lo.- retrucou Harry.




****




- Desculpe, Srta. Weasley, mas visitas não estão sendo permitidas.- disse Madame Pronfey de forma amigável e simpática.

- Como assim?- disparou Gina.- A Sra. mesmo disse que Hermione estava bem e que já tinha acordado.

- Disse, a Srta. Granger está bem melhor, mas não pode ser visitada.- disse a enfermeira.

- Mas porque isso? Algum tipo de quarentena?- insistiu Gina.

- Ordens médicas, por favor não insista.- disse a enfermeira findando a conversa e fechando a porta da enfermaria na cara de Gina.

Gina soltou um suspiro impaciente e deu meia volta e se dirigiu ao saguão de entrada, onde encontrou Harry, Draco e um pássaro. Depois de alguns minutos de conversação dirigiu-se, ainda mais indignada, para o terceiro andar. Bateu três vezes na porta da sala de Tonks e entrou.

- Oh! Gina, sua mãe partiu logo cedo, precisaram dela na Ordem.- começou Tonks largando o jornal que lia ao vê-la.- Algum problema?

- Praticamente todos os possíveis.- disse Gina meio alterada.- O que vocês estão pretendendo? Fazer todos enlouquecermos? Ou tudo faz parte de um plano para nos internar em solitárias de Azkaban?!

- Acalme-se Gina, não sei do que está falando.- disse Tonks indicando uma cadeira para a outra se assentar.

- Não sabe?- indagou Gina incrédula sem se assentar.- Primeiro proíbem Hermione de receber visitas, depois colocam aquele pássaro na cola de Draco. O que virá a seguir? Vão querer controlar nossos passos 24 horas por dia nesse mapa daí?

Tão nervosa estava que sequer percebeu que o mapa estava apagado.

- Assente-se Gina!- disse Tonks em tom de ordem.

Gina hesitou, mas acabou se assentando.

- Primeiramente: Draco Malfoy está sendo vigiado por nossa segurança e para a própria dele também. E ninguém aqui mandou proibir visitas à Hermione, que história é essa?




****




Se antes dos mais recentes acontecimentos andar por Hogwarts sem despertar olhares curiosos era quase impossível, agora então era totalmente impossível. E não tinha coisa que incomodasse mais a ele do que isso. O único lugar onde não se sentira sendo observado foi na Torre Leste, quando se encontrou com Draco Malfoy.

Talvez por isso após o almoço Harry, acompanhado de Gina – que também reclamava dos olhares pelos corredores -, voltou para lá. Ficou surpreso ao encontrar Malfoy e Zambini ali, e acabou descobrindo que Draco Malfoy podia ser muito simpático se quisesse.

Falaram de Quadribol praticamente a tarde toda. E quando a tarde aproximou-se do fim, foram se encontrar especulando o que seriam deles dali pra frente.




****




- Srta. Granger, você tem visita.- disse a voz da enfermeira. Hermione soltou um suspiro e virou-se, era Tonks.

- Pensei que cumpriria o que pedi.- disse a garota.

- Tem visitas que não posso impedir.- disse a enfermeira.- Vou deixa-las sozinhas.

- Fui surpreendida, esta manhã, por Gina...- começou Tonks.- me acusando de repressão.

Hermione fitava o leito vazio à sua frente, de cara fechada.

- Me acusava entre outras coisas de proibir visitas a você.- disse Tonks.

- Se...

- Não vim aqui ralhar com você ou coisa parecida.- interrompeu Tonks.- Mas desde que você chegou tenho sentido que algo de diferente aconteceu, que algo em você mudou ou coisa parecida.

- Sofri uma queimadura gravíssima e estive sobrevivendo sob os cuidados de alguém que muito provavelmente tem como maior desejo me ver morta.- disse Hermione.- Tirando isso acho que não há nada de novo.

- Você sabe que eu não acreditarei nisso.- disse Tonks francamente.- Eu não sou a Prpfª. Minerva, Mione. Sabe que temos um bom relacionamento dentro e fora daqui, sabe que não usarei nada que me disser contra você futuramente.

Silêncio. Hermione reuniu forças.

- Nada de novo aconteceu, Tonks, mesmo porque estive um bom tempo desacordada.- disse Hermione com eloqüência.- Se alguém sabe de algo diferente que aconteceu, principalmente se tratando do período com Belatriz, esse alguém não serei eu.

- Se quer insistir nisso tudo bem.- disse Tonks se levantando.- Mas se lhe serve de consolo ou algo parecido, certa vez entrei no que os trouxas chamam de coma, após um acidente no curso dos aurores, durante todo o período eu estive vigiando o meu próprio sono.- e dizendo isso ela se dirigiu à porta.- Se precisar de mim é só mandar me chamar.- completou antes de sair.

Hermione permaneceu imóvel fitando o nada. “Ela sabe que Belatriz descobriu algo importante”, pensou. “Ela provavelmente também me viu esconder a cicatriz.”

Ouviram-se passos e Madame Pronfey surgiu de sua sala. Vinha ver se Hermione precisava de algo.

- Pode mandar chamar uma pessoa para mim?- pediu Hermione.

A enfermeira concordou e pediu licença. Hermione soltou um longo suspiro. Aquela parte seria a mais fácil. A mais difícil seria quando chegasse a vez de Harry. Ou talvez ela jamais chegasse, apesar de ela temer que viesse antes do previsível.




****




De seu lugar na mesa da Corvinal, Luna assistiu Gina atravessar o salão principal até sua respectiva mesa. Era hora do almoço e ela já esperava que a amiga fingisse não vê-la. Gina às vezes se saía uma boa pirracenta, e Luna não podia deixar de se divertir com isso.

- Srta. Lovegood.

Luna se virou com a expressão pacífica e aérea de sempre. Era um calouro Corvinal.

- Madame Pronfey pediu que a Srta. fosse à enfermaria após o almoço.- disse o garoto e como Luna não respondeu ele simplesmente deu as costas e foi se assentar.




****




- Se não foi Tonks, então foi a própria Hermione quem pediu para não receber visitas?- indagou Harry.

- Isso parece estranho.- disse Draco olhando raivosamente para o pássaro vermelho que o observava docemente.

- Tudo têm parecido estranho.- disse Gina ponderando se deveria ou não contar sobre o episódio da cicatriz. Acabou decidindo que não.

- Tipo o que?- indagou Zambini.

- Sei lá.- desconversou Gina.

- Acho que alguém deveria tentar entrar escondido na enfermaria.- sugeriu Harry.

- Não seja tolo, Potter.- disse Draco.- A menos que algum de nós fique doente.- completou sorrindo.

Harry e Gina concordaram com a cabeça. Zambini simplesmente ficou olhando a tarde, do alto da torre leste.




****




Hermione assistiu Luna atravessar a enfermaria e ir se sentar em uma poltrona ao pé de seu leito. Tentou fazer um contato visual, mas Luna às vezes se revelava um ótima oclumente.

- Algo me diz que você sabe porque eu lhe chamei aqui, Luna.- disse ela a fim de dar início ao diálogo.

- Porque acha isso?- indagou Luna calmamente.

- Por que você é extremamente observadora, não que isso seja um defeito, admiro muito isso nas pessoas...- disse Hermione.- Ah! Vamos lá, ontem à noite não foi a primeira vez que viu a cicatriz.

Luna observava o candelabro na parede de pedra da enfermaria, calada.

- Gina veio me procurar para saber sobre ela.- prosseguiu Hermione após não obter manifestação de possível resposta da outra.- Ela provavelmente tentou arrancar algo de você, mas não conseguiu e se irritou.

- Essa coisa do seu dom de Legilimência às vezes tira a privacidade das pessoas cujas vidas você vigia.- disse Luna finalmente.

- Desculpe, não costuma ser voluntário.- disse Hermione francamente.- Quando dou por mim eu já estou lá.

- Mas dessa vez foi.- disse Luna, qualquer pessoa que estivesse ali julgaria que ela se sentia ofendida, mas poucos compreenderiam o porquê.

- Desculpe se se sente incomodada com qualquer coisa.- disse Hermione.- Mas não havia nada lá que eu já não soubesse.- e revirando os olhos.- Ou que você não soubesse que eu soubesse.

- Você não me chamou aqui para falarmos de mim, Hermione.- disse Luna encarando a outra e ficando séria de repente, parecia outra.

- Não.- disse Hermione.- Mas uma coisa levou à outra.

Silêncio. Luna continuava a encara-la. Os longos cabelos louros caídos pra frente em duas tranças mau feitas, como uma Rapunzel*¹.

- Por quase três anos eu guardei segredo sobre o que aquela tarde de verão significou para você, Luna.- Continuou Hermione.- Pra lhe ser sincera eu não sei se já era o meu dom da Legilimência dando sinais de existência, ou se eu simplesmente compreendi o que estava ocorrendo, só sei que eu soube exatamente o que era, e você acabou por me confiar este segredo.

Luna continuou a encara-la. Lembrava-se perfeitamente da tarde em que conhecera a Hermione Granger de verdade. Antes a via como a amiga do irmão de Gina, mas naquela tarde em que a garota trouxa entrou n’A Toca nada nunca mais foi o mesmo entre aquele relacionamento morno de colegas de escola.

- Por isso acho que você pode me ajudar, de alguma forma.- disse Hermione.- Você sabe o que esta cicatriz significa e não preciso nem penetrar sua mente para saber como você descobriu.- não sabia bem porque, mas sua voz havia se alterado.- Eu no seu lugar teria seguido o mesmo raciocínio.

Luna estava novamente aérea. E distraidamente pronunciou a frase que sempre fora a gota d’água para Hermione.

- Não sei do que está falando.

- Sabe sim!- disse Hermione se irritando.- Você já tinha visto a cicatriz duas vezes antes. Você sabe o que aconteceu àquela noite no acampamento. Você sabia que dia era aquele e sentiu o medo que eu deveria estar sentindo. E quando viu Belatriz Lestrange encontrar sua galinha dos ovos de ouro você se sentiu aliviada por mim e teve suas suspeitas confirmadas! E não me diga que você não sabe do que estou falando!

Quando terminou Hermione sentia-se afoita, a respiração falha, e Luna estava novamente séria.

- A vida é mesmo irônica, não?- comentou Luna pausadamente.- Belatriz espera um sobrinho para Gina e você tem tudo o que ela sempre quis ter. Mas não termine com o Harry por isso...

- Como sabe que eu estou avaliando essa possibilidade?- indagou Hermione afoitamente.

- “Eu no seu lugar teria seguido o mesmo raciocínio.”- repetiu Luna.

Silêncio.

- Não deixe a Gina seguir com sua curiosidade.- pediu Hermione já mais calma.

- Sabe tanto quanto eu que ela não cansará até descobrir algo.- disse Luna.- A propósito ela brigou comigo, hoje, por eu não contar o que eu sabia.

- Não se preocupe, ela logo fará as pazes.- consolou Hermione.

- Eu não estou preocupada.- disse Luna virando-se para o teto.

- Diga a eles que eu estou dormindo, e por isso não posso ser visitada.- disse Hermione.

- Eles saberão que eu sei o verdadeiro motivo.- disse Luna.

- Tem razão.- disse Hermione e inexplicavelmente sorrindo.- Então diga que está tão indignada quanto eles.

- Eu simplesmente não direi nada.- conclui Luna.

Silêncio. Hermione sorriu novamente. Eis Luna Lovegood.

- Luna...- começou ela.- Obrigada.

- Não se agradecem favores trocados.- disse Luna.

- Tem razão.- disse Hermione.

Novo silêncio. Hermione queria dizer algo e tentava formular as frases para faze-lo e encontrava inexplicável dificuldade neste ofício.

- Sabe, um dia você será como sua mãe.- disse finalmente.

- Fala do sucesso profissional e da inteligência ou da loucura?- indagou Luna.

- Falo sobre a Gina.




Hide the scars to fade away the shake up




****Continua****




Nota da autora: Eu sei que os capítulos têm sido menores que o normal, mas é que eles estão meio carregados se é que me entendem. Sobre essa história do verão de quase três anos atrás: especulem e reespeculem! Quem sabe até o final da fic vocês descubram o que aconteceu?!

*¹: Não vou pôr uma daquelas notas de quem foi Rapunzel. É só uma pergunta: Eu sou a única que já imaginou a Luna com tranças de Rapunzel? É que diz que o cabelo dela é imenso....

*²: SYSTEM! Chop Suey!

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