Desesperado



Harry correu até Hermione. Imediatamente checou se tinha pulso. Sim, ela estava viva. “Graças a Merlin!!”

- Hermione, fala comigo! Fala comigo!

Ele pegou a varinha.

- Enervate! – nada – Enervate! – nada aconteceu.

Ela estava fervendo. Harry colocou-a na cama e não pensou duas vezes, encheu a banheira com água fria, voltou até ela e a despiu. Pegou-a no colo e colocou-a na banheira. Assim que seu corpo foi envolto pela água, ela gemeu. Harry foi ao frigobar e apanhou uma garrafa de água. Pegou uma de suas camisas na mala, rasgou-a e começou a molhar sua testa e rosto com a água gelada. Hermione gemeu baixinho e seu corpo começou a tremer. Harry voltou ao quarto e ligou para recepção.

- Oi, aqui é do chalé nº 4. Por favor, poderia trazer um balde de gelo? Um não, dois! Por favor, o quanto antes.

Ele voltou ao banheiro e se abaixou. Continuou a molhar o trapo de sua camisa e passar no rosto da amiga.

- Hermione, por favor..., não me deixe... – e lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

Ouviu uma batida na porta do chalé. O garçom entregou-lhe os dois baldes de gelo. Harry imediatamente jogou o gelo na banheira e envolveu alguns cubos no pano que tinha na mão. Enquanto passava pela testa e rosto de Hermione, ele encostou a boca no seu ouvido e começou a falar com ela:

- Mione..., eu sei que você está me ouvindo... por favor, seja forte! Eu sei que você é corajosa! Nós vamos vencer isso! Nós vamos sair de mais esta encrenca, como sempre saímos, desde que nos metemos a procurar aquela maldita pedra filosofal. – deu um riso nervoso – Você nunca me abandonou e eu também não vou abandonar você. Portanto Hermione Granger, você não se atreva..., não se atreva a morrer, entendeu? Entendeu? – deu-lhe um beijo na testa – Você não pode me abandonar, sem ouvir o que eu tenho para lhe dizer.

- H-H-Harry... – ela murmurou.

- Mione! Fala, fala!

- P-Preciso..., f-febre..., q-quero..., H-Harry..., te...am – ela começou a delirar e novamente perdeu os sentidos.

Ele não podia ficar ali com ela. Precisava levá-la ao hospital. Lembrou o que o ministro havia dito: Sem tratamento, os pacientes morrem em 2 dias. No hospital os curandeiros conseguem retardar para 4 dias. 4 dias! 4 dias! Esse era o tempo que tinha para descobrir a cura. O que fazer? Por onde começar? Sua cabeça girava em um turbilhão. Como precisava da inteligência da amiga agora. Não conseguia raciocinar vendo-a daquele jeito. Harry retirou-a da banheira e a pousou na cama. Pegou uma toalha e começou a enxugá-la. Só então se deu conta e reparou em seu corpo. Ela estava totalmente nua, pois assim ele a colocara na água fria. Nunca a havia visto tão linda e, ao mesmo tempo, tão fragilizada. Na mesma hora em que pensou como homem, também pensou como seu melhor amigo.
- Eu vou salvar você, meu amor, nem que seja a última coisa que eu faça. – disse ele enquanto vestia algumas roupas nela. Nem percebeu que a havia chamado de amor.

Depois de vesti-la, Harry a pegou no colo e desaparatou para o hospital.


Nicola andava de um lado para o outro, nervoso. “Aquele miserável, amante dos sangues-ruins viu minhas lembranças. O que será exatamente que ele viu? Não posso me arriscar. Ele vai ter que morrer também. Mas não vai ser aquela idiota que cuidará disso. Eu mesmo darei cabo dele! “ E desaparatou, levando a capa de Harry.


Assim que aparatou no hospital, Harry levou Hermione para a enfermaria e imediatamente os curandeiros tomaram conta da situação. Ele preencheu a ficha e voltou a enfermaria. Hermione já estava na cama e recebia na veia o mesmo líquido verde que ele vira da outra vez. Ele chegou próximo a ela e deu-lhe um beijo nos lábios.

- Eu amo você...

Deu uma última olhada nela e desaparatou. Aparatou em seu chalé. Foi até a mala e pegou as garrafinhas com veritasserum e polissuco. Imediatamente lembrou que fôra Nicola que as dera para eles. Será que são as poções verdadeiras? Tinha que testá-las, principalmente a veritasserum. Lembrou de um lugar e desaparatou.


Nicola aparatou em um apartamento, nos arredores de Cuneo. Olhou no relógio, sentou e aguardou. Não demorou muito e ouviu a maçaneta da porta girar. Paolo, entrava no apartamento.

- Nicola! Você que me matar de susto? O que está fazendo aqui?

- As coisas saíram um pouco do controle, mas nada que não possamos consertar.

- O que houve?

- Aquele idiota daquele inglês. Ele entrou na minha penseira e...

- Como você pôde deixar? E agora? – Paolo interrompeu.

- Eu não sabia que ele voltaria ao Ministério. Na verdade eu não sei como ele desconfiou de algo. Você esteve com ele hoje de manhã. Quem me garante que você não se “entregou”.

- Ora, Nicola, você acha que sou imbecil? Eu estava naquele bar, justamente para envenenar algumas bebidas. Nem esperava que aquele carinha aparecesse por lá. Quando o vi, reconheci pela descrição que você me deu. Fui checar e ele realmente tinha um sotaque diferente. Só poderia ser ele. Depois eu confirmei. Ele estava bêbado e nem sabia o que estava me falando. Eu o levei até um lugar para distrai-lo o suficiente para nossa amiga fazer o servicinho dela com a sangue-ruim.

- E então? – perguntou Nicola.

- Segundo minhas fontes no hospital, a amiguinha dele está lá. Não vai demorar muito. Menos um lixo para este mundo.

- E Andrea? Está morto mesmo?

- Sim, eu confirmei. Aquele miserável, traidor. Sabia que não poderíamos confiar em um nascido trouxa. Quando soube que ele estava querendo tirar o corpo fora, só adiantei o serviço. Será que ele achava que iria sobreviver, sendo um sangue-ruim?

- E nossa amiga? – Nicola quis saber.

- Aquela não vai dar problema. Ela sabe o que faremos com o filho dela se não cooperar.

- Não podemos nos arriscar, Paolo. Ela sabe muito e pode nos entregar.

- Se ela entregar, seu filhinho Luigi morre.

- Bem, pelo menos ela fez o serviço com a inglesa. Vamos dar tempo ao tempo. Quando a coisa estiver segura, a gente mata ela e o filho.

- Você acha que o tal Potter descobriu algo?

- Não sei, mas não podemos nos arriscar. Temos que eliminá-lo também. – Nicola afirmou.

- Como faremos isso? Ele deve estar no hospital ao lado da moça, ou então procurando a cura. Como vamos rastreá-lo?

- Ele nunca vai achar a cura. Apenas três pessoas sabem. Se os curandeiros não conseguiram, não vai ser ele que vai. – ele pensou e completou – Uma hora ele vai voltar ao hotel e eu vou estar lá, esperando por ele.

- E o ministro?

- Aquele idiota não sabe de nada. Está bem perdido! Já estou vendo o futuro, amigo. Ele vai ter que sair e eu assumirei. A gente dá um tempo com as mortes e depois recomeça, em outro ponto da Europa. Temos amigos em pontos estratégicos. Não sobrará um sangue-ruim para contar a história. – ele levantou e perguntou – A fórmula está bem guardada?

- Não se preocupe – disse Paolo – está bem guardada aqui em casa – e acrescentou – É uma pena não termos podido começar isso naquela época.

- Quem mandou você ser preso? A coisa poderia estar bem adiantada agora. Perdemos 10 anos.

- Nada, nem ninguém vai nos impedir agora! – afirmou Paolo.

- Ninguém mesmo! – disse Nicola apontando a varinha para Paolo e acrescentando – Avada Kedavra!

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