Cuneo



A cidade de Cuneo não era tão grande quanto Roma, mas também não era pequena. Assim que entraram na cidade, já à noite, Harry e Hermione começaram a procurar o hotel que já estava reservado a eles.

- Como eu disse, vamos agir duplamente. – comentou ele – Vamos nos portar como trouxas, perto dos trouxas, e como bruxos na comunidade bruxa. – dizia enquanto estava ao volante.

Enquanto Harry dirigia, ela folheava o guia bruxo da cidade. De repente ela se lembrou de algo.

- Harry, quando estivemos no Ministério pela primeira vez, eu vi uma penseira na sala do Ministro. Você não acha esquisito que algo tão íntimo, digamos assim, possa estar num lugar como o Ministério?

- Bem, eu também notei a penseira, mas como não sabemos os costumes italianos...

- Hoje a penseira não estava mais lá.

- Não? Ah, sei lá, vai ver ele mesmo retirou, afinal haveria muita gente de fora lá no almoço.

- De qualquer forma eu achei estranho. Bem – mudou de assunto – acho que o nosso Hotel é ali. – apontou para uma pousada, próximo a uma praça pública.

Harry estacionou o veículo e eles entraram. Apresentaram-se como Sr. e Sra. Mason e, após o check-in, foram para o quarto. A pousada tinha poucos quartos e estes eram pequenos chalés. Entre um e outro havia muita vegetação e o caminho até à recepção e ao restaurante era em pedras com um lindo gramado cercando. Era muito bonito.
Conforme Hermione havia pedido, neste havia um sofá. Não era, nem de longe, chique como o de Roma, mas era aconchegante e o banheiro também tinha uma banheira.
Após o banho, eles ainda conversaram um pouco sobre o dia seguinte.

- Mione, não se esqueça: você não deve beber ou provar qualquer coisa enquanto estivermos nos locais bruxos. Lembre-se que você é nascida trouxa e pode ser afetada por isso aí.

- Mas nem sabemos como está sendo a contaminação.

- Não importa! Não quero arriscar perder você!

- Nossa! Sou tão importante assim para o Ministério?

- Para eles eu não sei, mas para mim você é! – ele disse e depois completou – Muito importante!

Ela deu um sorriso a ele e foram dormir. Ela na cama e ele no sofá.
Quando acordaram, no dia seguinte, tomaram um banho e foram tomar o café da manhã. Havia poucas pessoas no restaurante e eram todos casais. A dona da pousada, uma italiana gorda, mas com um rosto muito simpático, se aproximou deles com um sorriso.

- Bom dia! – disse num italiano de sotaque forte.

- Bom dia! – eles responderam.

- Que lindo! Vocês também estão em lua-de-mel?

- Sim! – respondeu Harry, buscando a mão de Hermione e entrelaçando os dedos – Espero que nosso casamento seja uma eterna lua-de-mel. – e beijou a mão dela.

- Eu também, meu amor! – disse Hermione no ouvido dele, mas num tom que a italiana ouvisse.

- Eu adoro alugar meus chalés para casais em lua-de-mel! Eu reconheço logo quando estão apaixonados, assim como vocês! Reconheço pelo olhar. Seus olhares estão denunciando vocês. – e deu um sorriso. – A propósito, meu nome é Sophia Ambrosini. Quando precisarem de algo, não hesitem em me chamar. Espero que aproveitem bastante.

- Nós vamos! – disse Harry olhando para Hermione.

Depois que Sophia se afastou, Harry permaneceu olhando para sua amiga.

- Está procurando nos meus olhos a minha paixão por você? – ela brincou.

- Na verdade, estou mostrando os meus a você. Vê algo diferente?

Ela se aproximou e segurou o rosto dele entre as mãos. Ficaram bem próximos um do outro. Os olhos dele brilhavam de uma forma que ela nunca havia reparado. Ela ficou um tempo perdida naqueles olhos verdes, que nem piscavam. O cheiro da loção pós barba dele estava a deixando hipnotizada. De repente ele baixou os olhos e encarou seus lábios. Ela sabia o que ele queria e se descobriu querendo também. Novamente ele a olhou bem dentro dos olhos. Sem ligar nem um pouco para os outros, eles se aproximaram e roçaram seus lábios bem de leve e se beijaram suavemente, ternamente. Então eles pararam e novamente se entreolharam.

- Então, sra. Mason, meus olhos me entregaram?

Hermione não chegou a responder, pois Sophia novamente se aproximou.

- Veja, trouxe alguns folhetos da cidade. Alguns lugares que vocês devem visitar. – disse entregando-lhes - A não ser que queiram ficar trancadinhos no chalé. – e piscou para Hermione.

- Ah – ela disse sem graça – obrigada pelos folhetos Sra. Ambrosini.

Quando ela se afastou, não tocaram mais no assunto anterior. Eles apenas ficaram olhando os folhetos.

- Acho que não teremos tempo para isso, Harry. Precisamos ir àquele hospital, tentar obter mais informações.

- Claro! Eu anotei aqui o nome de uma loja de poções, que fica próxima ao hospital. Talvez possamos obter alguma informação por lá também.

Então eles saíram. Finalmente eles iriam fazer aquilo para o que foram designados.
Ao chegarem ao hospital bruxo, foram direto à Ala onde estavam os pacientes com a tal doença. Ao chegarem próximos a um curandeiro, Hermione disse em um italiano perfeito:

- Desculpe senhor, meu nome é Isabella Mecci e este é meu marido Ângelo. Viemos de Roma para ver um parente. Estamos muito tristes com o que está havendo. – e seus olhos se encheram de lágrimas.

- Claro senhora. Tenho aqui a lista dos pacientes. Quem é o seu parente?

Hermione chegou próximo ao homem e mirou discretamente a lista.

- É este! – ela apontou para um nome em que dizia Andrea Firenze, paciente terminal, sem parentes conhecidos.


- Puxa, que bom que finalmente alguém veio vê-lo. Não conseguíamos achar ninguém da sua família.

E ele os encaminhou para enfermaria 8, onde estava o bruxo doente.

- É seguro entrarmos, doutor? – perguntou Harry.

- A doença não tem contágio direto entre os bruxos. Esta foi a única coisa que foi descoberta até agora. Pelo menos isso, não é? – e se afastou deixando-os à porta do quarto.

Eles entraram e viram o sr. Firenze adormecido, com uma agulha enorme presa ao seu braço, onde era injetado um líquido verde.

- Será que ele consegue falar? – questionou Harry.

- Bem, na relação do curandeiro dizia paciente terminal.

Enquanto Hermione dava uma olhada na prancheta com a ficha médica dele, Harry se aproximou do homem.

- Sr. Firenze? – disse próximo a ele – Sr. Firenze, pode me ouvir?

Então o homem começou a balbuciar coisas sem nexo. Estava delirando. Exatamente como o ministro descrevera.

- Não..., não..., eu..., não..., a água..., Paolo..., não...

- Escuta, Mione, ele disse Paolo! – exclamou Harry.

Então ela também se aproximou.

- Culpa..., não..., culpa..., tenho..., não... Paolo..., ministério..., Nicola...

Hermione e Harry trocaram um olhar de surpresa. O homem dissera Paolo, mas também balbuciara o nome do funcionário do Ministério.

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