O Passeio Turístico



Hermione ficou nervosa com o que estava acontecendo e se afastou.

- Vamos logo Harry! Não adianta me puxar para dormir não! – ela disfarçou, fingindo não ter notado nada.

Ele ficou olhando para o teto um momento, então resolveu levantar.

- Está bom Sra. Mason, vou tomar uma ducha, ok?

- Ótimo! Vai lá, depois eu vou.

“Será que ele se chateou? Droga, eu não quero ser outra na listinha dele! Será que eu seria como as outras? Apenas usada e descartada? Mas acho que ele não me trataria assim. Será?” Hermione pensou. “Será que ele percebeu como eu meu corpo ficou quente? E se eu deixasse que me beijasse? Ali, na cama..., acho que eu não conseguiria resistir. Pára com isso! Ele estava brincando. Mas e essa história do disfarce deles? Ah, vamos ver no almoço de amanhã. Lá eu saberei como lidar com isso.”
Ela abriu a mala e escolheu uma roupa bem fresca. Pegou o que iria precisar e aguardou-o sair do banho.

Harry deixava a água fria escorrer pelo seu corpo, pensando nela. “Tenho certeza que ela notou! Droga, Mione, por que você tinha que se afastar? Será que ela vai me achar abusado?” Não queria magoá-la, mas tendo-a ali, tão próximo. Harry pensou por um momento se ele não estava querendo outra aventura, outras horinhas de prazer sem culpa. “Ela é mulher, eu sou homem. O que nos impediria? Por que será que as mulheres sempre têm que se atrelar a sentimentos nessa hora? Mas ela é Hermione, minha melhor amiga. Não, não farei isso com ela! Não dormirei com ela só pelo prazer físico. Mas e se ela quiser? Será que o que me impulsiona é só a atração? Droga, ela está linda! Nunca havia a visto assim! Ou será que estou desenvolvendo sentimentos por ela? Ai, Harry, deixa de ser idiota! Eu sou o melhor amigo dela e é assim que ela me vê e pronto.”
Ele saiu do banho e enrolou uma toalha na cintura. Percebeu que não levara a roupa para o banheiro. “Droga!” Então ele saiu do banheiro.
Hermione estava distraída com o roteiro de viagem da Itália, quando notou o barulho da porta do banheiro se abrindo. Foi quando ela viu Harry saindo só de toalha.

- Morar sozinho tem dessas coisas. – ele disse - Eu sempre me arrumo fora do banheiro. Só que normalmente eu venho sem a toalha. – e deu um sorriso para ela, mas notou uma expressão diferente – Está tudo bem Mione? Você está com uma cara esquisita.

Ela nem ouvira direito. Estava com os olhos “presos” no corpo dele. Aquele corpo molhado. “Nossa!!!”

- Mione? – nada – Hermione? – nada – Sra. Mason? – ainda nada – Droga, Docinho!

- Hein?

- A-há! Eu sabia que você iria atender por Docinho! – disse rindo.

- Ah, Harry, deixa de ser bobo! Eu estava..., ah..., distraída com esse roteiro de viagem.

- Nem aqui você larga os livros hein? – brincou ele – O banheiro está liberado, madame. Vai lá que eu tenho que me trocar. – disse mostrando as roupas nas mãos dele e depois completou – A não ser que você queira ver, afinal eu sou seu marido mesmo. – e sorriu.

- Nos seus sonhos, Harry Potter! – brincou e entrou para o banho.

Harry trocou de roupa, pegou o livro e começou a traçar um roteiro básico para aquela única tarde. Depois de um tempinho ele olhou para o relógio. Ela estava demorando. Ele se aproximou do banheiro e tentou escutar o barulho do chuveiro, mas não ouviu nada.

- Está tudo bem aí, Granger? Não foi atacada por nenhum feitiço ou poção desse tal Paolo? – ele brincou. Como não houve resposta, ele insistiu – Hermiooooneeee! – não houve resposta – Não brinca comigo Mione, já está ficando tarde! Afinal quem insistiu para gente sair? – ainda nada. Harry ficou nervoso – Eu vou entrar! – e arrombou a porta com força.

Hermione havia enchido a banheira e colocado muitas ervas e um sabonete líquido cheirosíssimo, que o hotel havia deixado. O banho estava tão bom e relaxante que ela acabou adormecendo. De repente aquele estrondo na porta! Ela despertou assustada.

- Harry! – exclamou procurando sua toalha para cobrir o corpo.

- Está tudo bem? – disse nervoso – Eu chamei você ali de fora diversas vezes e não houve resposta. Também não ouvi o chuveiro e... – então ele parou notando que ela estava nua na banheira. Seu corpo estava todo submerso, exceto sua cabeça e não dava para ver nada, mas ele não conseguia desviar o olhar.

- Harry, saia já deste banheiro! – disse quando finalmente ela conseguiu alcançar a toalha.

Ele piscou, meio abobalhado.

- Desculpe, estou saindo, estou saindo.

Ela se vestiu rapidamente e saiu do banheiro. Encontrou Harry com um sorrisinho na boca.

- O que foi? – perguntou enrubecida.

- Bem, não poderei dizer que passei pela minha lua-de-mel sem ter visto minha mulher nua. – ele disse rindo.

- Você não viu nada, a banheira estava cheia de espuma.

- Eu sei, eu sei, mas pelo menos foi como se fosse, afinal eu sei que você estava nua.

- Ah, ok, ok. – ela disfarçou e mudou de assunto - Você viu o que fez com a porta do banheiro? Tsc tsc tsc... nem parece bruxo. Custava usar um Alohomorra? – ela o repreendeu.

- Eu fiquei muito nervoso. Você não me respondia. Achei até que pudesse estar sob o efeito daquela tal doença que afeta os nascidos trouxas. Nem pensei em varinha, dei logo um chutão na porta.

- Bem, obrigada pela preocupação. Agora temos que consertar isso. - Foi até a bolsa e pegou a varinha. Apontou para o batente e a fechadura e disse o feitiço. A porta ficou perfeita.

- Ótimo! – ele disse – Vamos!

- Deixa só eu passar uma maquiagem e pentear os cabelos.

E ele ficou lá, admirando todo o ritual dela. Cada vez mais a achava linda e não consegui tirar isso da cabeça. Até que ela ficou pronta e eles saíram. Foram em todos os lugares que puderam visitar. Monumentos, museus, igrejas milenares. Hermione havia feito um pequeno feitiço em uma máquina de fotos bruxas para que se parecesse por fora com as trouxas. Ninguém podia notar a diferença. Se divertiram muito. Já à noite, foram jantar em uma típica Cantina italiana. Ele pediu espaguete e ela lasanha, acompanhados de um delicioso vinho tinto. Dois músicos vieram tocar próximo a eles e Harry pegou na mão dela, sem nem ver o que fazia. Eles entrelaçaram os dedos sobre a mesa, embriagados pela música. Voltaram para o hotel ainda de mãos dadas. Ao subirem no elevador, Hermione disse:

- Sabe Harry, você dará um bom marido um dia e ela será uma mulher de sorte.

Ele apenas sorriu para ela e alguns instantes depois emendou:

- O Ron é um idiota mesmo! – disse somente isso, mas ela percebeu as entrelinhas.

Se encararam por um instante, até que o elevador chegou ao andar deles. Ao sair, ela disse:

- Notou que estamos de mãos dadas desde o restaurante?

- Notei. É que a sua mão é tão macia, que eu não quis soltar. – e riram.

- É bom mesmo a gente se acostumar, Sr. Mason, amanhã a gente vai precisar desta prática.

E eles entraram no quarto. Cada um tomou outro banho e colocaram os pijamas. Hermione havia levado uma camisola, mas achou por bem não colocá-la.

- Harry, a gente deveria ter pedido outro quarto. – ela comentou.

- Por quê?

- Porque não tem um sofá aqui. Um de nós vai ter que dormir no chão.

- No chão? Olha o tamanho dessa cama!

- Harry, você esqueceu que marido e mulher é só uma encenação? – ela disse mas sem acreditar muito nas suas palavras.

- Eu sei, mas acho que você não vai me violentar, vai? – ele disse rindo.

- Bobo mesmo! - ela olhou-o já deitado – Ok, mas lá em Cuneo será quarto com sofá.

- Ok, Docinho, agora vem para o Garanhão aqui. – ele chamou-a.

Ela riu e se deitou ao lado dele.

- Boa noite, Harry! – ela disse e se virou de costas para ele, totalmente embaraçada.

- Boa noite, Mione! – ele respondeu, tirou os óculos e apagou a luz.

A proximidade do corpo dela estava deixando Harry tenso. Na penumbra do quarto ele podia ver seu corpo. Os cabelos dela estavam espalhados pelo travesseiro. Queria tocá-los, mas não o fez. O perfume dela ainda estava intoxicante. A vontade dele era virá-la e mostrar a ela o quão idiota havia sido Ronald Weasley. “Merlin, o que há comigo? Acho que preciso de tratamento. Será que não consigo dormir perto de uma mulher sem pensar em sexo?” Mas ela não era qualquer mulher. Aquilo era torturante demais.

Hermione ficou virada de costas para ele para que não caísse em tentação alguma. Não queria que ele pensasse que ela era uma qualquer. “Será que o vinho está fazendo efeito? Como eu queria que ele me tocasse, ou pelo menos chegasse o corpo mais perto e encostasse no meu. Eu poderia fingir que estava dormindo, mas aproveitaria aquela sensação. Pare com isso Hermione! Pare de pensar besteiras e trate de dormir!“ Ela acabou adormecendo mesmo, sem perceber que Harry havia saído da cama.
Quando acordou pela manhã, viu que ele não estava ao seu lado. Sentou-se e viu seu corpo adormecido no chão, ao lado da cama. Devagar, tocou de leve em seu ombro.

- Harry? Harry? – dizia em voz baixa.

Ele se mexeu um pouco, mas não despertou. Ela então não resistiu em fazer-lhe um carinho naqueles cabelos. Desde que o conhecera, ele nunca conseguira que eles ficassem penteados. Era o seu charme. Olhou para sua testa, onde outrora ficava sua cicatriz em forma de raio, a mesma cicatriz que fizera ele famoso, a mesma cicatriz que sumira por encanto, quando ele matara o algoz da sua família. Hermione acariciou sua testa e seu rosto. Ele dormia tão tranqüilo que ela ficou até com pena de acordá-lo, mas não queria que ele ficasse mais tempo no chão.

- Harry, está na hora do café! – ela disse. Depois riu de si mesma. “Essa tática funcionava com o ruivo.” Lembrou – Harry, temos coisas a fazer, vamos!

Como ele não acordou, ela se abaixou e deu-lhe um beijo demorado no rosto. Então ele abriu os olhos.

- Mione...

- Por que você dormiu no chão?

- Bem..., eu não quis fazer nada para me arrepender depois. É difícil ter uma mulher bonita ao meu lado na cama e eu não..., bem..., você sabe.

Ela deu um sorriso compreensivo. Mal sabia ele que ela mesma também se sentia assim.

- E depois você ainda me acorda desse jeito! – ele brincou para desfazer o embaraço.

- Desculpa Harry, mas você demorou tanto para acordar que parecia uma daquelas princesas de conto de fadas trouxa que precisam de um príncipe que lhes dê um beijo para despertarem.

- Se bem me lembro, esses beijos eram na boca. – disse sorrindo.

- É, mas eu não sou príncipe. Se você fosse um sapo, talvez eu beijasse você na boca.

- Você sabe algum feitiço que me transforme em sapo?

Hermione riu da brincadeira, puxou-o e depois o empurrou para o banheiro.

- Vai lá Bela Adormecida.

Mais tarde, antes de irem para o Ministério, Hermione ficou pensando na brincadeira do sapo e imaginou se ela teria coragem de beijá-lo na frente do Ronald. Se ela não tinha agora, na hora H ela iria arrumar coragem. Ah, se iria! Pensando nisso ela começou a se trocar para o almoço.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.