A Penseira



Quando Harry chegou ao hotel, encontrou Hermione na cama, cochilando. “Será que ela ainda não acordou?” Pensou. Devagar ele sentou na cama e afastou um pequeno cacho de cabelos castanhos que estavam na testa dela.

- Mione...

Ela abriu os olhos devagar, focando em volta. Ela então o viu.

- Harry..., onde você esteve? E o que estou fazendo aqui? Eu dormi de novo?

- Bem, eu dei uma saída por aí. Quanto a você? Estava dormindo sim. Está tudo bem?

- Está. Eu acordei e não vi você, aí eu fui até o restaurante. Depois eu me senti um pouco cansada, voltei e deitei. Não esperava pegar no sono novamente.

- Cansada de quê?

- Ah, sei lá Harry. E aí, vamos ao Ministério?

- Está uma confusão danada lá. Parece que há uma pequena multidão fazendo protestos na porta do Ministério. Tudo por causa da doença. Eu até me sinto meio culpado por isso, afinal a gente ainda não conseguiu nada por aqui. – disse com a foto de Paolo nas mãos.

- Eu também me sinto um pouco assim. Eu não... – e então ela parou de falar e franziu a testa – Harry, você está com um cheiro de perfume. – ela chegou mais perto do pescoço dele – Perfume barato de mulher! Você foi aonde afinal? – perguntou desconfiada.

- Já disse: por aí! – e levantou, indo direto ao banheiro para um banho.

Hermione acompanhou-o com o olhar, até que ele fechasse a porta do banheiro. Ele estivera com alguma mulher, ela tinha certeza. Lentamente uma lágrima escorreu pelo seu rosto. “Mas que droga, Harry! Não pode ficar um dia sem pensar em mulher? O que eu sou afinal?” E ela respondeu para si mesma em um lamento triste: “Sou só a amiga dele. O que queria mais?” E se levantou. Porém, ao colocar os dois pés fora da cama, sentiu-se tonta e sentou na beirada. Assim que o quarto parou de girar, ela levantou-se novamente. Foi até sua mala, tirou uns chocolates que havia trazido com ela e comeu um.
Do banheiro, Harry estava profundamente arrependido do que tinha feito. “Na verdade eu não fiz nada, você não funcionou, amigo! “ pensou ele, olhando para baixo. Sabia que havia um motivo para aquilo: Hermione. Era com ela que ele queria estar fazendo sexo. “Sexo não! Amor!” ele pensou. Quando saiu, encontrou-a recostada no sofá, de olhos fechados.

- Não vai trocar de roupa para irmos ao Ministério?

Ela abriu os olhos e disse:

- Por incrível que pareça, eu ainda estou com sono. É melhor que você vá sozinho.

- Tem certeza? Você está bem, Mione?

- Já disse que estou! - – ela omitiu a parte da tontura.

Ele chegou mais perto, preocupado, e sentiu sua temperatura. Ela estava fresca, nada de anormal.

- Vai Harry, não estou doente não, seu bobo! – disse com um sorriso.

- Ok, mas fique no chalé!

- Está bom, maridinho. – e deu-lhe um beijo no rosto.

O simples toque dos lábios dela em seu rosto, provocou em Harry uma avalanche de sensações. Procurou afastar esse pensamento e pegou sua capa de invisibilidade.

- Para que a capa? – ela perguntou.

- Se está essa confusão toda, com certeza devem ter sido colocados feitiços anti-aparatação por lá. Imagina aqueles bruxos manifestantes aparatando direto na sala do Ministro? – e ele riu só de pensar.

- Cuidado, ok?

- Pode deixar. Volto assim que puder. – e desaparatou.

Hermione quase não pôde ver quando ele desapareceu, pois adormeceu no sofá.


Nicola olhava de sua janela satisfeito. A aglomeração de pessoas em volta do prédio aumentara desde o dia anterior. Seus planos estavam dando certo. “Vou conseguir matar 2 coelhos com uma paulada só.” Pensando isso, pegou algumas coisas e saiu da sala, trancando-a por fora.

Harry aparatou bem próximo ao prédio do Ministério. Realmente o jornal não mentira, havia muita gente por lá e não pareciam nem um pouco contentes. “Como será que os funcionários entraram? Só se há algum tipo de feitiço que permita aparatação, ou uso da rede de flu apenas para pessoas autorizadas. Bem, eu não vou precisar disso.” Mas não era ainda agora que ele usaria a capa. Naquela confusão toda, a capa iria acabar caindo dele. Ele lembrou de Olho-Tonto-Moody “quebrando um ovo” na sua cabeça. Deu um sorriso e bateu com a varinha na cabeça. Em segundos ele parecia um camaleão humano. “Eu adoro esse feitiço da desilusão!” Então ele pulou o muro lateral do Ministério. Havia muitas pessoas vigiando, mas nenhuma delas se deu conta que havia alguém entrando. Quando sentiu-se seguro, já em um canto do saguão, ele retirou o feitiço e imediatamente colocou a capa. Só iria retirá-la na frente do ministro.

Hermione estava tendo pesadelos, quando acordou assustada. Estava suando frio. Juntou todas as suas forças e saiu do chalé. Foi até à recepção meio cambaleante. Havia poucas pessoas lá. Chegou no balcão e tentou balbuciar alguma coisa, mas nada saiu. O rapaz a olhou intrigado e chamou Sophia.

- Ah, sra. Mason, em que posso ajudá-la? – então ela reparou no rosto dela – A sra. está pálida, está tudo bem?

Então ela conseguiu dizer:

- Sra. Ambrosini, eu não... estou me sentindo muito bem... Acho que... é porque eu não... comi nada... – ela teve que se apoiar para não cair.

- Claro filha! Venha, senta aqui. – e levou-a até a poltrona da recepção – Vou pedir que tragam algo para você comer. Você prefere aguardar no chalé ou aqui mesmo?

- Eu vou... aguardar... aqui. – ela tentou sorrir.

- Ok, espere um pouco.

Ela recostou a cabeça e adormeceu novamente.

No Ministério, Harry se dirigiu à sala do ministro envolto na capa. Ao chegar à ante sala, encontrou a secretária conversando com uma outra funcionária.

- Não sei o que vai acontecer. O sr. Lazarotto teve que dar uma saída. Eu estou com medo até de vir trabalhar.

Harry então se deu conta que o ministro não estava. Dirigiu-se para a sala de Nicola. Encontrou-a trancada. Deu uma batida na porta, mas ninguém atendeu. Ele não resistiu, olhou em volta, apontou a varinha e disse baixinho:

- Alohomorra!

Assim que a porta abriu, ele entrou e fechou-a. Retirou a capa e olhou em volta. A primeira coisa que lhe chamou a atenção foi, em um canto da sala, a mesma penseira que vira na sala do ministro, no primeiro dia. Talvez fosse a sua chance. Não titubeou e se aproximou dela. Imediatamente se abaixou e foi sugado para dentro. Caiu em uma superfície dura. Esfregou os olhos para tentar descobrir o que se passava. Se viu em um corredor mal iluminado, mas aparentemente conhecido. De imediato viu Nicola, caminhando ao lado de um outro homem. Ele parecia estar uns 10 anos mais novo.

- Paolo – dizia Nicola – você tem certeza que isso vai dar certo?

Harry focalizou melhor o homem ao seu lado, mas estranhou pois não se parecia em nada com o homem da foto que Nicola lhe dera. Então ele percebeu que Nicola havia lhe dado uma foto qualquer e não a do verdadeiro Paolo. E o que mais surpreendeu Harry foi que ele agora reconhecia o homem. Era o mesmo que ele encontrara no bar, naquela manhã. Estava cerca de 10 anos mais jovem, mas era ele com certeza. Harry tinha os sentidos todos alertas agora. De repente ele estacou. Piscou para dar certeza aos seus olhos. Realmente ele conhecia aquele corredor. Conhecia muito, pois já havia passado por lá diversas vezes. Eles estavam em Hogwarts!

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