O Medo de Harry



Enquanto Hermione e Harry conversavam com o dono da loja de poções, um casal entrou às pressas.

- Por favor, senhor, meu marido está com febre e está precisando de uma poção antitérmica. – disse a mulher.

- Com licença. – pediu o dono a Harry e Hermione e se dirigiu à mulher.

- Há quanto tempo seu marido está tendo febre?

- Desde hoje cedo.

- Vou lhe fazer uma pergunta importante, mas por favor, não leve a mal, ok? O seu marido é filho de trouxas?

- É, por quê?

Harry e Hermione se adiantaram.

- Seu marido pode estar gripado, senhora? – perguntou Harry.

- Não, ele estava bem ontem, até a hora que estávamos no... – mas ela não terminou. Neste momento seu marido caiu no chão, desmaiado. - Francesco!! – ela exclamou e todos se abaixaram para ajudar.

- Senhora, é melhor levá-lo agora mesmo para o hospital. – disse o dono da loja e ajudou-a a desaparatar com o marido.

- Harry, onde será que eles estavam? Ela não terminou de dizer.

- Hermione, vamos voltar para o hotel agora mesmo.

- Por quê? O que houve?

- Lá a gente conversa. – e eles saíram dali.

Assim que chegaram ao hotel trouxa, foram recebidos na recepção por Sophia, que tinha um sorriso no rosto.

- Queridos! Como foi o passeio?

- Ah, foi ótimo! – disse Harry, sem querer dar muito papo e meio que empurrando Hermione em direção aos chalés.

- Nossa, estão loucos para voltar para o quarto hein! – e piscou para eles. Depois gritou – O almoço será servido em 30min!

Eles entraram no chalé.

- Harry, coitada, você não deixou nem eu cumprimentá-la.

- Hermione – disse sério – vou pedir a Rufus para tirar você desse caso.

- O quê??? – ela exclamou surpresa.

- Isso mesmo que você ouviu. Vem, senta aqui. – e a puxou para o sofá – Escuta, esta coisa que está acontecendo e o que não sabemos direito o que é. Esta doença, Mione, ninguém está conseguindo identificar, os curandeiros... – ele falava nervoso.

- Calma Harry! – ela interrompeu vendo a tensão dele – O que você está querendo dizer?

- O que estou querendo dizer, Mione, é que eu não quero arriscar você aqui.

- Harry, eu...

- Não, Mione. Ninguém tem idéia de como é o contágio. Você está correndo um risco enorme e desnecessário. Você pode voltar e ficar esperando o desfecho, sentadinha lá no seu apartamento em Londres.

- E você vai ficar aqui sozinho? Não mesmo! Eu vim aqui para descobrir isso com você e não vou sair daqui até a gente achar o que é essa maldita doença, se há alguém por trás disso e pegá-lo. Não vou sossegar enquanto isso não acontecer. Se você pensa que eu vou voltar a Londres, você pirou!

- Mione, mas...

- Harry, parece que você não me conhece! E olha que a gente já convive há 14 anos! Você sabe que eu não sou desistir de uma boa briga, não é? Você também é assim! Queria ver se fosse ao contrário. Duvido que você iria embora! Além do mais, nunca se sabe se essa coisa não se espalhará pela Europa. Nem lá de Londres eu estaria segura. – ela o encarou e ele não conseguiu manter o olhar e baixou a cabeça.

- Mione...

- Harry, olha para mim. – ela pediu, puxando seu queixo.

Então ela viu que seus olhos estavam marejados.

- Harry..., você..., você está chorando?

Ele olhou bem dentro dos seus olhos e fez um carinho no seu rosto.

- Eu já disse que você é muito importante para mim, mas você não faz idéia de quanto, Mione. Se acontecer alguma coisa, eu não sei o que eu farei. Já perdi tanta gente, tanta gente que eu...

De repente ele parou de falar e se aproximou dela, dando-lhe um beijo demorado na testa. Quando a olhou, viu que também tinha os olhos embaçados. Ele então deu-lhe um beijo suave nos lábios. Só que aquele simples gesto de carinho despertou em ambos uma coisa inexplicável. Uma vontade imensa de ficar ali sentindo o sabor dos lábios um do outro. Então, um simples beijinho começou a transformar-se em uma fome insaciável. Harry segurou sua cintura e a puxou para mais perto, enfiando a língua na sua boca, encontrando a dela. Hermione colocou a mão na sua nuca, o puxando ainda mais. O beijo foi ficando mais e mais quente, enquanto as mãos de ambos faziam caminhos parecidos. Ora no pescoço, ora na cintura, nos quadris, nas costas. Quando sentiu Harry tocar a parte interna da sua coxa, Hermione levantou do sofá num impulso e ficou de costas para ele, muito vermelha e quente.

- Harry..., a gente... não deve. A gente... não pode. Trabalhamos juntos. – e ela se virou – Não quero arriscar estragar nossa amizade.

- Você não confia em mim?

- Eu confio minha vida a você, Harry, mas...

Ele levantou e passou as mãos nos cabelos.

- Tudo bem. Eu vou tomar um banho e a gente vai almoçar, ok? – disse e se dirigiu ao banheiro.

Hermione sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto. “Merlin, o que eu estou sentindo por ele? Ele é meu amigo.” Pensou e deu um suspiro.


No Ministério, Nicola recebeu sua coruja de volta e a ave não trouxe nenhuma resposta, mas sabia que aquela mulher cumpriria sua ordem, pois ela sabia das conseqüências caso ele fosse desobedecido. “Aquela sangue-ruim não voltará a Londres. Pelo menos não viva.” Pensou, enquanto depositava uma lembrança na sua penseira.


Durante o almoço, Harry e Hermione não tocaram mais no assunto do beijo. Enquanto almoçavam, Sophia recebia uma nova hóspede no hotel. Uma mulher sozinha e com pouca bagagem. Apenas uma valise pequena e uma coisa que chamou a atenção da dona: uma gaiola com uma coruja.

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