Os caminhos se separam



– Os caminhos se separam.

– Espero que isso não signifique nada de ruim… – Lily suspirou cansada – Harry já sofreu demais nos últimos capítulos…

– Parece que alguém vai romper relações… – Remo disse pensativo – Mas quem poderia ser?
– Não tenho ideia! – Sirius deu de ombros – Só quero entender o que aconteceu naquele cemitério… – completou indicando que Rony começasse o capítulo.

Dumbledore ficou em pé. Contemplou Bartô Crouch por um momento com uma expressão de desgosto. Então ergueu sua varinha mais uma vez e dela voaram cordas, cordas que se prenderam em torno do bruxo, amarrando-o apertado. Ele se dirigiu, então, à Professora McGonagall.
— Minerva, posso pedir a você que fique de guarda aqui enquanto levo Harry para cima?
— Naturalmente. — Ela parecia ligeiramente nauseada, como se tivesse acabado de ver alguém vomitar. Contudo, quando puxou a varinha e a apontou para Bartô Crouch, sua mão estava bem firme.

– É claro que estava. – Tiago disse categórico – McGonagall é muito mais forte do que vocês podem imaginar…


— Severo — virou-se Dumbledore para Snape — por favor, peça a madame Pomfrey para vir até aqui. Precisamos levar Alastor Moody para a ala hospitalar. Depois desça aos jardins, procure Cornélio Fudge e traga-o para esta sala. Com certeza ele vai querer interrogar Crouch pessoalmente. Diga-lhe que estarei na ala hospitalar dentro de meia hora, caso precise de mim.

– Isso se o babaca do Fudge acreditar no que Crouch Jr. falar… – Frank bufou incomodado – Ele é tão cego, e tem tanto medo de ser atingido que é capaz de não acreditar.

– Ele não pode não acreditar! – Alice exclamou horrorizada – Ele precisa tomar providências!
– Fudge é tão incompetente, que o povo não ia querer ele como ministro em época de crise. – Sirius afirmou – Eu poderia apostar que vão tirar ele do ministério assim que a notícia sobre o retorno de Voldemort estourar.
– Espero que sim. – Frank disse irritado – Ele não deveria nem ter chegado à posição de ministro, se quer saber minha opinião! Sempre foi um idiota!

Snape concordou silenciosamente com um aceno de cabeça e saiu da sala.
— Harry? — chamou Dumbledore gentilmente.
Harry se levantou e cambaleou; a dor na perna, que ele mal sentira todo o tempo em que estivera ouvindo Crouch, agora voltava com força total. O garoto também percebeu que estava tremendo.
Dumbledore segurou-o pelo braço e ajudou-o a sair para o corredor escuro.
— Quero que venha primeiro ao meu escritório, Harry — disse ele baixinho, enquanto seguiam pelo corredor. — Sirius está nos esperando lá.

– E devo estar muito preocupado e desesperado por notícias! – Sirius afirmou ansioso.

– É muito bom saber que você está por perto… – Lily disse encarando Sirius com carinho – Mesmo na situação em que está, foragido e tudo mais… Você não abandonou o Harry enquanto ele precisava de você.
Sirius sorriu para Lily, sabia que jamais poderia abandonar Tiago, e entendia que isso se estendia a Harry.

Harry concordou com a cabeça. Uma sensação de dormência e de total irrealidade se apoderara dele, mas o garoto não ligou, ficou até feliz com isso. Não queria ter que pensar em nada que acontecera desde que pusera a mão, pela primeira vez, na Taça Tribruxo. Não queria ter que examinar as lembranças, frescas e nítidas como fotografias, que não paravam de lampejar em sua mente.

– Infelizmente acho que você vai ter que contar tudo a Dumbledore e Sirius. – Remo suspirou pesaroso – Dumbledore precisa saber para tomar as providencias necessárias, para proteger melhor a escola, para prevenir a comunidade bruxa… E Sirius…

– Sirius precisa saber que você nos viu. – Tiago disse encarando o melhor amigo – Não acho que seu eu-futuro vá se sentir bem em saber disso… Mas precisa saber…
– Preciso. – Sirius confirmou categórico – Vai significar muito para mim, tenho certeza.

Olho-Tonto Moody dentro do malão, Rabicho caído no chão, aninhando o toco do braço. Voldemort ressurgindo do caldeirão fumegante. Cedrico... Morto...
Cedrico pedindo para ele levar seu corpo para os pais...
— Professor — murmurou Harry — onde estão o Sr. e a Sra. Diggory?
— Estão com a Professora Sprout. — A voz de Dumbledore que estivera tão calma durante o interrogatório de Bartô Crouch tremeu levemente pela primeira vez. — Ela é a diretora da Casa de Cedrico e o conhecia melhor.

– Nem mesmo aquele homem insuportável merecia algo assim. – Tiago lamentou – Eu queria que Harry vencesse o filho dele… Mas não dessa forma…

– Ninguém queria que Harry vencesse dessa forma. – Lily murmurou para Tiago em tom de consolo – Foi uma fatalidade.

Tinham chegado à gárgula de pedra. Dumbledore disse a senha, ela saltou para o lado, e o diretor e Harry subiram a escada rolante circular até a porta de carvalho. Dumbledore abriu-a. Sirius estava parado ali. Seu rosto branco e ossudo como estivera quando fugira de Azkaban. Num átimo, ele atravessou a sala.
— Harry, você está bem? Eu sabia... Eu sabia que uma coisa assim... Que aconteceu?
As mãos dele tremiam ao ajudar Harry a se sentar em uma cadeira diante da escrivaninha.
— Que aconteceu? — perguntou mais pressuroso.

– Imagino como estou me sentindo. – Sirius suspirou pensativo – Deve ser horrível ter que esperar por uma resposta, não poder ir atrás de Harry assim que ele saiu do labirinto…

– Pelo menos você pode dar apoio a ele agora, e Dumbledore deve deixar você ficar na escola enquanto Harry se recupera… Nós… – Lily balbuciou triste.
– Vocês salvaram a vida de Harry. – Hermione disse a Lily em tom de consolo – Se não tivessem aparecido para ele naquele cemitério… Nem quero imaginar o que poderia acontecer…
– Voldemort poderia perder a paciência e matar Harry de uma vez… – Remo suspirou concordando com Hermione – Ou mandar que um dos comensais fizesse isso…

Dumbledore começou a contar a Sirius tudo que Bartô Crouch dissera.
Harry ouvia apenas com metade de sua atenção. Tão cansado que cada osso do seu corpo doía, ele só tinha vontade de ficar sentado ali, sossegado, durante horas e horas, até adormecer e não precisar mais pensar nem sentir nada. Ouviu-se um leve rumorejo de asas. Fawkes, a fênix, deixara o poleiro, voara pela sala e pousara no joelho de Harry.
— Alô, Fawkes — disse o garoto de mansinho. E alisou a bela plumagem vermelha e dourada da ave. Fawkes piscou sem medo para ele. Havia um certo consolo em seu peso morno.

– Fawkes parece gostar muito de você. – Tiago disse para Harry, pensativo – Não é a primeira vez que ele demonstra carinho por você…

– Talvez seja apenas porque Harry está sempre machucado quando chega ao escritório de Dumbledore. – Sirius deu de ombros – Acho que nós nunca entramos no escritório de Dumbledore nesse estado…
– Pode ser. – Tiago encolheu os ombros – Mas acho que pode haver algo mais na relação deles… Talvez por Harry ser tão leal a Dumbledore…

Dumbledore parara de falar. Sentou-se diante de Harry, à escrivaninha.
Encarou o menino, que procurou evitar os seus olhos. Dumbledore ia interrogá-lo.
Ia fazer Harry desabafar tudo.
— Preciso saber o que foi que aconteceu depois que você tocou a Chave de Portal no labirinto, Harry — disse o diretor.
— Podemos esperar até de manhã para isso, não Dumbledore? — disse Sirius com aspereza. Ele pousou a mão no ombro de Harry. — Deixe o garoto dormir. Deixe-o descansar.
Harry sentiu um assomo de gratidão com relação ao padrinho, mas Dumbledore não deu atenção às palavras de Sirius.

– É claro que não deu. – Sirius bufou – As prioridades de Dumbledore são completamente diferentes das minhas…

– Mas no fim temos que entender que ele precisa saber o que aconteceu… – Lily suspirou – Ele precisa saber para proteger o Harry também… E o resto do nosso mundo.
– Afinal, enquanto Harry estiver dormindo, Voldemort vai estar agindo. – Tiago disse temeroso – Quanto mais rápido Dumbledore tomar providências para proteger a escola melhor.
– Não acho que ele vá agir tão cedo. – Remo disse pensativo – Ele tem poucos seguidores no momento, a maioria dos comensais morreu ou foi para Azkaban…
– Talvez ele planeje conseguir mais seguidores... – Tiago cogitou – Se for isso, Dumbledore também precisa agir rápido, e avisar ao mundo bruxo que Voldemort está de volta… Sabemos que ele não hesita em usar a maldição império…
– Ou seja, – Sirius suspirou – de qualquer forma Dumbledore precisa saber tudo o que Harry viu e ouviu naquele cemitério o mais rápido possível…

Curvou-se para Harry. De má vontade, o garoto ergueu a cabeça e encarou aqueles olhos azuis.
— Se eu achasse que poderia ajudá-lo — disse Dumbledore brandamente — mergulhar você em um sono encantado e permitir que adiasse o momento em que terá de pensar no que aconteceu esta noite, eu faria isso. Mas sei que não posso. Amortecer a dor por algum tempo apenas a tornará pior quando você finalmente a sentir. Você demonstrou uma coragem acima da que eu poderia ter esperado. Estou pedindo que a demonstre mais uma vez. Estou pedindo que nos conte o que aconteceu.
A fênix deixou escapar uma nota branda e trêmula. A nota estremeceu no ar, e Harry sentiu como se uma gota de líquido morno tivesse descido por sua garganta até o estômago, aquecendo-o e lhe dando forças.

– Eu disse, – Tiago disse pensativo – você e Fawkes tem uma relação especial… Ele sabia que você precisava de um incentivo para falar.


Ele inspirou profundamente e começou a contar. Enquanto falava, visões de tudo que se passara àquela noite pareciam desfilar diante de seus olhos, ele viu a superfície borbulhante da poção que revivera Voldemort, viu os Comensais da Morte aparatando entre os túmulos em volta deles, viu o corpo de Cedrico, caído no chão ao lado da Taça.
Uma ou duas vezes, Sirius emitiu um som como se fosse falar alguma coisa, sua mão ainda apertando o ombro do afilhado, mas Dumbledore ergueu a mão para fazê-lo calar, e Harry se sentiu grato por isso, porque era mais fácil continuar agora que já começara.

– Imagino que sim. – Sirius suspirou – Mas eu devo ter uma dúzia de dúvidas e comentários sobre tudo o que você passou…

– Você vai poder perguntar tudo o que quiser para Dumbledore depois que Harry dormir… – Remo disse cuidadoso.
– Espero que Dumbledore explique tudo para Harry de uma vez. – Tiago disse esperançoso – Harry merece entender tudo o que aconteceu com ele… Dumbledore está sempre falando que ainda tem coisas a dizer e que Harry é novo demais para ouvir…
– Talvez tenha alguma relação com o fato de Voldemort parecer querer matar Harry na noite em que matou… Que matou vocês. – Sirius disse hesitante.
– Eu queria muito entender isso. – Lily afirmou nervosa.

Era até um alívio, o garoto teve a sensação de que alguma coisa venenosa estava sendo extraída dele, custava-lhe toda a determinação que possuía continuar falando, contudo, ele percebia que uma vez que tivesse terminado, iria se sentir melhor.
Quando Harry contou que Rabicho espetara seu braço com o punhal, porém, Sirius deixou escapar uma exclamação veemente e Dumbledore se levantou tão depressa que Harry se assustou. O diretor deu a volta à escrivaninha e pediu a Harry que esticasse o braço. O garoto mostrou aos dois o lugar em que suas vestes estavam rasgadas e o corte sob as mesmas.
— Ele falou que o meu sangue o tornaria mais forte do que se usasse o de outro — disse Harry a Dumbledore. — Falou que a proteção que minha... Minha mãe tinha deixado em mim, seria dele, também. E estava certo, ele pôde me tocar sem se machucar, ele tocou o meu rosto.
Por um instante fugaz, Harry viu um brilho que lembrava triunfo nos olhos do diretor. Mas no segundo seguinte teve certeza de que imaginara, porque quando Dumbledore voltou à cadeira atrás da escrivaninha, pareceu velho e cansado como Harry jamais o vira.

Rony parou de ler por um segundo e trocou olhares com Harry e Hermione. Eles conheciam o fim dessa história, e sabiam porque Harry havia sobrevivido na batalha final. Aparentemente Dumbledore já havia pensado nisso, anos antes. Poderia o fim, ter sido um plano muito bem elaborado do diretor?


— Muito bem — disse ao se sentar. — Voldemort superou esta barreira. Continue, Harry, por favor.
Harry prosseguiu, explicou como Voldemort emergira do caldeirão, e repetiu para eles tudo que conseguiu se lembrar do discurso do lorde aos Comensais da Morte. Então contou como Voldemort o desamarrara, devolvera sua varinha e se preparara para duelar.
Mas quando chegou à parte do raio de luz dourada que ligara sua varinha à de Voldemort, ele descobriu que estava com a garganta embargada. Harry tentou continuar falando, mas as lembranças do que saíra da varinha do bruxo inundavam sua mente. Reviu Cedrico saindo, o velho, Berta Jorkins... Sua mãe... Seu pai...

Lily apertou a mão de Harry com carinho, compreensiva.


Ele ficou feliz quando Sirius rompeu o silêncio.
— As varinhas se ligaram? — perguntou ele, olhando de Harry para Dumbledore. — Por quê?
Harry tornou a erguer os olhos para Dumbledore, em cujo rosto havia uma expressão tensa.
Priori Incantatem — murmurou.
Seus olhos fitaram os de Harry e foi quase como se um raio invisível de compreensão passasse entre os dois.
— A reversão do feitiço? — perguntou Sirius alerta.
— Exatamente — disse Dumbledore. — A varinha de Harry e a de Voldemort têm o mesmo cerne. Cada uma contém uma pena da cauda da mesma fênix. Com efeito, desta fênix — acrescentou ele, apontando para a ave vermelha e dourada, empoleirada tranqüilamente no joelho de Harry.

– Isso faz muito sentido. – Tiago disse pensativo – Talvez Fawkes seja tão ligado a Harry por causa da varinha… Olivaras sempre diz que é a varinha que escolhe o bruxo… Então de alguma forma…

– De alguma forma as penas de Fawkes escolheram Harry e Voldemort… – Sirius completou o pensamento de Tiago – Fawkes deve sentir essa conexão com Harry, e nunca vamos saber se ele sente essa conexão com Voldemort também…
– Então nunca vamos saber se essa teoria está correta. – Remo deu de ombros – Talvez se um dia eu encontrasse o unicórnio que forneceu um pelo da cauda para produzir a minha varinha…
– Não deve ser uma coisa que acontece normalmente. – Lily encolheu os ombros – As pessoas não costumam saber de onde veio o interior da varinha…
– É apenas uma teoria. – Tiago suspirou – Mas é uma coisa que eu acharia interessante perguntar a Olivaras… Ele deve saber mais sobre isso.

— A pena da minha varinha veio de Fawkes? — perguntou Harry, admirado.
— Veio — disse Dumbledore. — O Sr. Olivaras me escreveu dizendo que você comprara a segunda varinha, no instante em que você saiu da loja dele, há quatro anos.
— Então o que acontece quando uma varinha encontra sua irmã? — perguntou Sirius.
— Elas não funcionam bem uma contra a outra. Se, no entanto, o dono de uma das varinhas forçar uma luta entre as varinhas... Produzirá um efeito muito raro. Uma das varinhas forçará a outra a regurgitar os feitiços que realizou, na ordem inversa. O mais recente primeiro... Depois os que o antecederam...

– Então é isso. – Tiago suspirou cansado – As varinhas irmãs não queriam se enfrentar e a varinha de Harry forçou a de Voldemort a regurgitar os últimos feitiços… Se soubéssemos disso saberíamos que aquela só podia ser a varinha de Voldemort mesmo…

– E saberíamos que Pedro entrou na casa de vocês e resgatou a varinha. – Sirius bufou irritado.

O diretor olhou interrogativamente para Harry e o garoto confirmou com a cabeça.
— O que significa — disse Dumbledore lentamente, seus olhos no rosto de Harry — que alguma forma de Cedrico deve ter reaparecido.
Harry tornou a confirmar.
— Diggory voltou à vida? — perguntou Sirius abruptamente.

– Você é mais inteligente do que isso. – Tiago disse franzindo a testa para Sirius.

– Deve ter sido o choque… – Sirius deu de ombros.

— Nenhum feitiço pode ressuscitar os mortos — disse Dumbledore em tom sentencioso. — Só o que pode ocorrer é uma espécie de eco inverso. Uma sombra do Cedrico vivente teria emergido da varinha... Estou certo, Harry?
— Ele falou comigo — disse Harry. De repente o garoto voltou a tremer. — O... O fantasma de Cedrico, ou o que seja, falou.
— Um eco — disse Dumbledore — que reteve a aparência e o caráter de Cedrico. Imagino que outras formas semelhantes tenham aparecido... Vítimas menos recentes da varinha de Voldemort...
— Um velho — respondeu Harry, com um aperto na garganta. — Berta Jorkins. E...
— Seus pais? — perguntou Dumbledore calmamente.
— Foi.
A mão de Sirius no ombro de Harry agora o apertava com tanta força que chegava a doer.

– Desculpa. – Sirius murmurou para Harry – Tenho certeza que não foi minha intenção apertar seu ombro e te machucar…

– Você estava abalado. – Hermione disse sensata – Não é uma coisa fácil de ouvir…

— As últimas mortes executadas pela varinha — confirmou Dumbledore com um aceno de cabeça. — Na ordem inversa. Mais teriam aparecido, é claro, se vocês continuassem a manter a ligação. Muito bem, Harry, esses ecos, essas sombras... Que foi que elas fizeram?
O garoto descreveu como as figuras que haviam saído da varinha tinham ficado rondando o interior da teia dourada, como Voldemort pareceu temê-las, como a sombra do pai de Harry lhe disse o que fazer, como a de Cedrico fizera um último pedido.

– É claro que ele teve medo. – Lily suspirou – Ele é um grande covarde… Se não fosse, enfrentaria Dumbledore…


Neste ponto, Harry descobriu que não conseguiria continuar. Olhou para Sirius e viu que o padrinho segurava o rosto nas mãos.

– Deve ter sido difícil para você ouvir tudo isso. – Tiago disse encarando Sirius compreensivo – Nós lemos tudo o que aconteceu, mas estamos aqui, estamos bem, nada disso aconteceu ainda… Seu eu-futuro deve ter sofrido muito mais do que podemos imaginar…

– Claro que sofri. – Sirius suspirou – Você é meu melhor amigo, mais próximo que meu irmão… Não quero nem pensar em como me senti…
– Não pense. – Tiago disse com carinho – Não vai acontecer nada disso… Não vou deixar.

Harry de repente tomou consciência de que Fawkes deixara seu joelho. A ave voara para o chão. E descansou a bela cabeça na perna machucada do menino, grossas lágrimas peroladas caíram dos seus olhos sobre a ferida feita pela aranha. A dor desapareceu. A pele se recompôs. A perna ficou boa.

– Não acho que Fawkes cure qualquer pessoa que entre machucada no escritório de Dumbledore. – Tiago disse sério – E é a segunda vez que ele cura Harry, sem ninguém pedir…

– Talvez ele sentisse que Harry estava mais machucado do que aquele corte na perna… – Alice disse pensativa – Devia estar tentando ajudar o melhor que podia.
– Fênix são muito inteligentes… – Sirius murmurou triste.

— Vou repetir mais uma vez — disse Dumbledore, quando a fênix levantou vôo e tornou a se acomodar em seu poleiro junto à porta. — Esta noite você revelou uma bravura que ultrapassou o que eu teria esperado de você, Harry. Revelou uma bravura igual à daqueles que morreram combatendo Voldemort no auge do seu poder. Você carregou o fardo de um bruxo adulto e esteve à altura dele, e você agora nos deu tudo o que temos direito a esperar. Você vai me acompanhar à ala hospitalar. Não quero que volte para o dormitório esta noite. Uma Poção do Sono e algum sossego…

– Dumbledore deveria ter dito que você demonstrou a mesma coragem de seus pais. – Remo disse com seriedade – De tudo que sabemos sobre você… Tenho certeza de que significaria muito mais.


— Sirius, você gostaria de ficar com ele?
Sirius confirmou com a cabeça e se levantou. Tornou a se transformar no enorme cachorro preto e saiu com Harry e Dumbledore do escritório, acompanhando-os por um lance de escadas até a ala hospitalar.

– É claro que eu ficaria! – Sirius afirmou categórico – Não ia querer que Harry tivesse que passar a noite sozinho depois de tudo isso… Do mesmo jeito que Tiago nunca me deixou sozinho…

– E vocês dois nunca me abandonaram. – Remo disse, trocando olhares significativos com Sirius e Tiago.

Quando o diretor empurrou a porta, Harry viu a Sra. Weasley, Gui, Rony e Hermione reunidos em torno de uma atarantada Madame Pomfrey. Pareciam estar exigindo saber onde estava Harry e o que lhe acontecera.

– Estávamos. – Hermione admitiu – Nós ficamos completamente apavorados quando chegamos ao labirinto e não encontramos você… Então o professor Flitwick disse que você tinha sido levado à ala hospitalar… Mas quando chegamos lá, Madame Pomfrey disse que não tinha visto você ainda…

– Mamãe chegou a xingar Madame Pomfrey. – Rony contou – Não sei se ela chegou a pedir desculpas depois…
– Ela não me deixou ir para a ala hospitalar… – Gina bufou chateada – Mandou Fred e Jorge me levarem de volta para o dormitório… Disse que não sabia como ia encontrar você…
– Sua mãe tentou nos mandar de volta para o dormitório também. – Hermione disse – Mas não acho que alguém seria capaz de impedir que nós chegássemos até Harry.
– Ela parou de tentar nos mandar para a torre da Grifinória quando eu disse a ela que se não fossemos junto com ela íamos sair do dormitório no meio da noite. – Rony deu de ombros.

Todos se viraram rapidamente quando Harry, Dumbledore e o cachorro preto entraram, e a Sra. Weasley deixou escapar um grito abafado:
— Harry! Ah, Harry!
Ela fez menção de correr para o garoto, mas Dumbledore se colocou entre os dois.
— Molly, — disse ele, erguendo a mão — por favor, ouça-me um momento. Harry passou uma provação terrível esta noite. Acabou de desabafá-la comigo. Do que ele precisa agora é de sono, paz e silêncio. Se ele quiser que vocês todos fiquem com ele, — acrescentou o diretor, abrangendo com o olhar Rony, Hermione e Gui — vocês podem ficar. Mas não quero que lhe façam perguntas até que ele esteja pronto para respondê-las e, certamente, não será hoje à noite.
A Sra. Weasley concordou com a cabeça. Estava muito pálida. Ela se virou para Rony, Hermione e Gui, como se eles estivessem fazendo barulho, e sibilou:
— Vocês ouviram? Ele precisa de silêncio!

– Nós realmente queríamos saber tudo o que aconteceu… – Hermione suspirou – Mas naquele momento, tudo o que queríamos, era ter certeza de que você estava bem… Vivo…

– Era óbvio que você não estava bem, e era óbvio que não estava pronto para conversar. – Rony contou – Mas pelo menos Dumbledore deixou que ficássemos com você na ala hospitalar…

— Diretor, — disse Madame Pomfrey, encarando o cachorro preto que era Sirius — posso perguntar o que...
— Este cachorro vai ficar com Harry por algum tempo — disse Dumbledore com simplicidade. — Posso lhe assegurar que ele é muitíssimo bem treinado. Harry vou esperar até você se deitar.

– Madame Pomfrey não deve ter gostado nada disso. – Remo disse com um sorriso carinhoso – Deve ter passado dias reclamando.

– Acho que sim. – Rony disse pensativo – Ela estava resmungando bastante…

Harry sentiu uma inexprimível gratidão a Dumbledore por pedir aos outros que não lhe fizessem perguntas. Não é que não os quisesse ali, mas a idéia de explicar tudo mais uma vez, de reviver tudo mais uma vez, era mais do que ele poderia suportar.
— Voltarei para vê-lo assim que estiver com Fudge, Harry — disse Dumbledore. — Gostaria que você ficasse aqui amanhã também, até eu me dirigir à escola. — E saiu.

– Me pergunto como ele vai falar com a escola. – Sirius suspirou receoso – Acredito que muitos dos alunos não vão acreditar… Vão dizer que Harry é louco por causa das coisas que saíram no jornal…

– Espero que não. – Alice disse temerosa – Eles precisam acreditar em Dumbledore. Para conseguirem se proteger… Avisar aos pais do que está acontecendo.
– Quanto mais cedo as pessoas souberem do retorno de Voldemort melhor... – Remo disse preocupado.

Quando Madame Pomfrey levou Harry a uma cama próxima, ele avistou o verdadeiro Moody deitado imóvel em uma cama no fundo da enfermaria. Sua perna de pau e o olho mágico estavam pousados na mesa-de-cabeceira.
— Ele está bem? — perguntou Harry.
— Ele vai ficar bom — respondeu Madame Pomfrey, entregando ao garoto um pijama e colocando os biombos à sua volta.

– Moody precisa melhorar o mais rápido possível. – Tiago afirmou categórico – Duvido muito que os aurores dessa época saibam lidar com uma guerra! – completou preocupado – Vão precisar aprender muito com Moody… Eles passaram 13 anos na calmaria, e Moody não largou os velhos hábitos em momento algum!

– Você tem razão. – Sirius suspirou cansado – Os aurores da época do livro vão ter muito mais trabalho do que estão acostumados… A maioria deles devia estar me procurando ainda… Afinal, sou a única “ameaça” que eles veem…
– E não sei se o fato deles não terem te encontrado mostra mais a sua competência em se esconder, ou a incompetência deles… – Tiago deu de ombros.

Ele despiu as vestes, pôs o pijama e entrou na cama. Rony, Hermione, Gui, a Sra. Weasley e o cachorro preto contornaram o biombo e se sentaram em cadeiras dos lados da cama. Rony e Hermione espiaram o amigo quase cautelosamente, como se sentissem medo dele.

– Não estávamos com medo de você. – Hermione afirmou – Estávamos apavorados, não sabíamos o que tinha acontecido com você…

– Primeiro pensamos que você estava morto e isso acabou com a gente, depois não conseguímos te encontrar na ala hospitalar… Sabíamos que coisas ruins tinham acontecido… – Rony disse hesitante – Tínhamos medo por você… Não de você.

— Eu estou bem — disse Harry a eles. — Só cansado.
Os olhos da Sra. Weasley se encheram de lágrimas quando alisou as cobertas da cama sem a menor necessidade. Madame Pomfrey, que acabara de sair apressada de sua sala, voltou segurando uma taça e um frasquinho contendo uma poção púrpura.
— Você vai precisar beber tudo isso, Harry. É uma poção para dormir sem sonhar.
O garoto tomou o cálice e bebeu alguns goles. Sentiu-se sonolento na mesma hora. Tudo ao seu redor ficou enevoado, as luzes na enfermaria pareceram piscar para ele de um jeito simpático através do biombo que circundava sua cama; ele teve a sensação de que seu corpo afundava cada vez mais no calor do edredom de penas. Antes que pudesse terminar a poção, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, sua exaustão o adormeceu.

– Você devia ter tomado tudo. – Lily suspirou apreensiva – Se o efeito da poção acabar no meio da noite… Você pode ter pesadelos…

– Não é um bom momento para ter pesadelos. – Tiago concordou preocupado.
– Acho que Harry devia sempre dormir com essa poção. – Sirius disse pensativo – Os sonhos dele costumam ser conturbados demais…
– Seria um alívio. – Harry admitiu.
– Infelizmente o uso contínuo dessa poção tem muitos efeitos colaterais… – Lily disse pesarosa – Você poderia ter enjoos constantes, dores de cabeça e a divisão entre sonho e realidade ficaria turva…
Severo concordou com a cabeça enfático.

Harry acordou, tão quentinho, tão sonolento, que nem abriu os olhos, sentindo vontade de adormecer outra vez. A enfermaria continuava fracamente iluminada, acreditava que ainda era noite e tinha a impressão de que não poderia ter dormido muito tempo. Então ouviu cochichos à sua volta.
— Vão acordá-lo se não calarem a boca!
— Por que é que estão gritando? Não pode ter acontecido mais nada ou pode?

– Não pode ter acontecido mais nada! – Lily repetiu temerosa – Já aconteceram coisas demais, Harry merece um descanso!

– Infelizmente, – Sirius suspirou – na maior parte do tempo, Harry não recebe o que ele merece…

Harry abriu os olhos borrados. Alguém tirara seus óculos. Viu os contornos difusos da Sra. Weasley e de Gui ali perto. A bruxa estava em pé.

– Mamãe tirou seus óculos quando viu que você tinha adormecido. – Rony disse levantando os olhos do livro – Ela estava muito preocupada com você…


— É a voz de Fudge — sussurrou ela. — E a outra é da Minerva McGonagall, não é? Mas por que estão discutindo?
Agora Harry os ouvia também, gente gritando e correndo em direção à ala hospitalar.
— Lamentável, mas mesmo assim, Minerva... — dizia o ministro em voz alta.
— O senhor nunca deveria tê-lo trazido para o interior do castelo! — berrou a professora. — Quando Dumbledore descobrir...

– Dementador. – Remo afirmou categórico.


Harry ouviu as portas da enfermaria se escancararem. Sem as pessoas ao redor de sua cama notarem, pois fixaram o olhar na porta quando Gui afastou os biombos, Harry se sentou e tornou a colocar os óculos.
Fudge entrou em grandes passadas pela enfermaria. Os Professores McGonagall e Snape vinham em seus calcanhares.
— Onde está Dumbledore? — Fudge interpelou a Sra. Weasley.
— Não está aqui — disse a senhora zangada. — Isto é uma enfermaria, ministro, o senhor não acha que faria melhor...
Mas a porta se abriu e Dumbledore entrou decidido.
— Que aconteceu? — perguntou energicamente, olhando de Fudge para McGonagall. — Por que estão incomodando estas pessoas? Minerva, você me surpreende, eu lhe pedi para ficar vigiando Bartô Crouch...
— Não há necessidade de vigiá-lo mais, Dumbledore! — gritou ela. — O ministro já providenciou isso!

– Com toda certeza um dementador. – Sirius bufou – Ainda bem que Fudge não tem ideia da minha animagia…

– E mesmo quando você for inocentado, é melhor que ele não saiba… – Tiago disse pensativo.

Harry nunca vira a professora se descontrolar daquele jeito.
Havia manchas vermelhas de raiva em seu rosto, as mãos estavam fechadas em punhos, ela tremia de fúria.
— Quando informei ao Sr. Fudge que tínhamos apanhado o Comensal da Morte responsável pelos acontecimentos desta noite — disse Snape, em voz baixa — parece que ele achou que sua segurança pessoal estava ameaçada. Insistiu em chamar um dementador para acompanhá-lo até o castelo. Levou-o para a sala em que Bartô Crouch...

– É claro que a segurança dele estava ameaçada. – Sirius revirou os olhos irônico – Crouch Jr. estava amarrado, sem a varinha e sendo guardado por bruxos adultos poderoso… É claro que Fudge corria perigo.

– Claro! – Frank concordou no mesmo tom – Até porque Crouch Jr. estava atrás dele em Hogwarts… Ele fez tudo o que fez apenas para atacar Fudge!

— Avisei a ele que você não concordaria, Dumbledore! — vociferou a Professora Minerva. — Avisei a ele que você não permitiria que dementadores entrassem no castelo, mas...
— Minha cara senhora! — rugiu Fudge, que parecia igualmente mais zangado do que Harry jamais o vira. — Como Ministro da Magia, sou eu quem decide se quero trazer uma proteção pessoal quando vou entrevistar alguém possivelmente perigoso...

– Parece que Fudge se esquece bem rápido de que ele não manda em nada na escola. – Frank bufou irritado – Hogwarts sempre foi dirigida a parte do ministério da magia!

– E nenhum ministro teve coragem de interferir na escola, – Sirius disse enfático – nem mesmo quando meu tataravô era o diretor… E os métodos dele não eram nada ortodoxos.

Mas a voz da Professora McGonagall abafou a de Fudge.
— No momento em que aquela... Aquela coisa entrou na sala — berrou ela, apontando para Fudge, o corpo todo tremendo — o dementador avançou para Crouch e... E...
Harry sentiu um frio no estômago, enquanto a professora procurava encontrar palavras para descrever o que acontecera.

– O beijo. – Sirius disse com um tremor – Pior que a própria morte… Sua alma perdida para sempre.


Harry não precisou que ela terminasse a frase. Sabia o que o dementador devia ter feito. Aplicara o beijo fatal em Bartô Crouch. Sugara a alma do rapaz pela boca. Ele estava pior do que morto.
— Pelo que todos dizem, não se perdeu nada! — vociferou Fudge. — Ele parece ter sido responsável por várias mortes!
— Mas ele agora não pode prestar depoimento, Cornélio — disse Dumbledore, encarando Fudge com insistência, como se o visse direito pela primeira vez. — Ele não pode testemunhar por que matou essas pessoas.
— Por que ele as matou? Ora, isso não é mistério, é? — esbravejou o ministro. — Ele é doido de pedra! Pelo que Severo e Minerva me disseram, ele parecia pensar que tinha feito tudo isso seguindo instruções de Você-Sabe-Quem!

– Esse idiota! – Tiago disse entredentes – Prefere continuar se enganando, continuar na ignorância!

– Ele é um babaca cego pelo poder que nunca mereceu. – Frank bufou – E deve saber muito bem que ele não é o tipo de ministro que o povo seguiria em uma crise.
– É claro que não o seguiríamos! – Lily afirmou categórica – Ele é um grande idiota! Me lembro perfeitamente de Hagrid dizendo que ele estava sempre fazendo coisas idiotas, no dia em que foi buscar Harry para levá-lo ao beco diagonal!
– Hagrid disse também que Fudge nunca foi capaz de trabalhar sozinho, – Tiago lembrou – mandava uma revoada de corujas para Hogwarts toda manhã querendo conselhos de Dumbledore!

— E ele estava seguindo instruções de Lord Voldemort, Cornélio — respondeu Dumbledore. — A morte dessas pessoas foi apenas um produto secundário do plano para restaurar as forças de Voldemort. O plano foi bem sucedido. Voldemort recuperou seu corpo.
Fudge parecia ter levado uma pancada violenta no rosto. Atordoado e piscando, ele olhou para Dumbledore como se não conseguisse acreditar no que acabara de ouvir. Começou a balbuciar, ainda de olhos arregalados para o diretor.
— Você-Sabe-Quem... Retornou? Absurdo. Ora, vamos, Dumbledore...
— Conforme Minerva e Severo sem dúvida lhe contaram, ouvimos Bartô Crouch confessar. Sob a influência do Veritaserum, ele nos disse como foi contrabandeado para fora de Azkaban e como Voldemort, tendo sabido por Berta Jorkins que ele continuava vivo, foi libertá-lo da guarda do pai, e usou-o para capturar Harry. O plano funcionou, posso lhe garantir. Crouch ajudou Voldemort a retornar.
— Olhe aqui, Dumbledore, — disse Fudge, e Harry ficou espantado de ver o sorrisinho que apareceu no rosto do ministro — você... Você não acredita seriamente nisso. Você-Sabe-Quem voltou? Ora, vamos, ora vamos... Com certeza Crouch deve ter acreditado que estava agindo sob as ordens de Você-Sabe-Quem, mas aceitar a palavra de um doido daqueles, Dumbledore...

– Achei que ele pelo menos tinha a sabedoria de ouvir as pessoas que são obviamente mais inteligentes que ele. – Remo suspirou cansado.

– Pelo visto ele está começando a pensar que é capaz de tomar as próprias decisões. – Sirius revirou os olhos – E é claro que ele vai tomar todas as decisões erradas…
– O nome do capítulo deve ser sobre ele. – Lily constatou – O caminho de Fudge deve se separar do de Dumbledore... Se ele não for capaz de acreditar no que aconteceu…
– E nós sabemos que ele é idiota o bastante para ignorar Dumbledore apenas para se manter no poder. – Frank afirmou irritado – Ele é exatamente esse tipo de pessoa detestável.

— Quando Harry tocou na Taça Tribruxo esta noite, ele foi transportado diretamente até Voldemort — disse Dumbledore com firmeza. — Ele presenciou o renascimento de Lord Voldemort. Explicarei tudo a você se quiser vir ao meu escritório.
Dumbledore olhou para Harry e viu que o garoto estava acordado, mas sacudiu a cabeça e disse:
— Receio que não possa permitir que você interrogue Harry hoje.

– Harry já tinha passado por provações demais. – Lily disse grata a Dumbledore por não obrigar Harry a reviver tudo aquilo mais uma vez – Você devia estar descansando…


O curioso sorriso de Fudge perdurou. Ele também olhou para Harry, depois se voltou para Dumbledore:
— Você está... Hum... Disposto a aceitar a palavra de Harry neste caso, Dumbledore?
Houve um momento de silêncio, interrompido por um rosnado de Sirius. Tinha os pêlos do pescoço em pé e seus dentes se arreganharam para Fudge.

– Você não devia demonstrar tanto seus sentimentos em relação ao ministro. – Tiago disse a Sirius preocupado – Um cachorro normal não rosnaria depois de tanto tempo… Como se tivesse entendido exatamente o que a pessoa disse.

– Eu sei. – Sirius rosnou – Mas deve ser bem mais complicado me controlar quando vejo alguém sendo tão desagradável com Harry!
– Fudge é realmente um grande idiota! – Alice bufou – Não consigo aceitar que uma pessoa ridícula como ele foi capaz de ser ministro!
– O povo é burro. – Sirius afirmou categórico.
– Na verdade o povo é ingênuo. – Remo interrompeu Sirius – As pessoas acreditam em qualquer coisa que saia nos jornais! Então deve ter sido muito fácil para ele fazer todos acreditarem que ele não é um grande babaca!

— Certamente que acredito em Harry — disse Dumbledore. Seus olhos brilharam de fúria. — Ouvi a confissão de Crouch e ouvi o relato de Harry sobre o que aconteceu quando ele tocou a Taça Tribruxo, as duas histórias fazem sentido, explicam tudo que tem acontecido desde que Berta Jorkins desapareceu no verão passado.
Fudge ainda conservava aquele sorriso estranho no rosto. Olhou mais uma vez para Harry antes de responder.
— Você está disposto a acreditar que Lord Voldemort voltou, porque assim dizem um assassino louco e um garoto que... Bem... — Fudge lançou a Harry mais um olhar, e o garoto subitamente compreendeu.

– Parece que Fudge é ainda mais burro do que eu imaginava. – Tiago bufou – Ele é burro o bastante para acreditar em Rita Skeeter!

– É claro que ele é! – Sirius revirou os olhos irritado – Ele é o maior exemplo do que eu disse antes, o povo é burro! E Fudge representa a burrice do povo!
– O povo é ingênuo e manipulável. – Remo repetiu paciente – Mas Fudge é realmente burro!
– Não acho que ele seja burro. – Severo disse de repente – Ele está apenas apegado demais ao poder.
– Sim, – Tiago suspirou – ele está cego pelo poder… Mas ele é burro de não ouvir Dumbledore, a única coisa que ele vai conseguir com isso é perder o cargo.

— O senhor tem andado lendo Rita Skeeter, Sr. Fudge — disse ele calmamente.
Rony, Hermione, a Sra. Weasley e Gui, todos se assustaram. Nenhum deles percebera que Harry estava acordado. 

– Não mesmo. – Hermione admitiu – Nos distraímos quando Fudge entrou na ala hospitalar… E começamos a prestar atenção no que Dumbledore estava falando sobre o retorno de Voldemort… Ainda não sabíamos nada sobre o que havia acontecido.


Fudge corou ligeiramente, mas surgiu em seu rosto uma expressão de desafio e obstinação.
— E se tiver? — perguntou, fitando Dumbledore. — E se descobri que você me tem ocultado certos fatos sobre o garoto? Ofidioglota, é? E tem desmaios esquisitos a toda hora?...
— Presumo que você esteja se referindo às dores que Harry tem sentido na cicatriz? — perguntou Dumbledore friamente.
— Você admite que ele tem tido dores, então? — perguntou Fudge depressa. — Dores de cabeça? Pesadelos? Possivelmente... Alucinações?
— Escute aqui, Cornélio — disse Dumbledore dando um passo para perto de Fudge, e mais uma vez parecendo irradiar aquela indefinível aura de poder que Harry sentira quando estuporou o jovem Crouch. — Harry é tão mentalmente são quanto eu ou você. Aquela cicatriz na testa não afetou o cérebro dele. Acredito que doa quando Lord Voldemort está por perto ou experimente sentimentos assassinos.
Fudge se afastara meio passo de Dumbledore, mas não parecia menos obstinado.
— Você vai me perdoar, Dumbledore, mas ouvi falar em uma cicatriz deixada por um feitiço funcionar como uma campainha de alarme antes...

– É claro que nunca ouviu! – Tiago disse entredentes – Ninguém nunca sobreviveu à maldição da morte antes! Harry é único!

– Ele está apenas relutando de todas as formas que consegue. – Remo bufou – Vai fazer tudo o que puder para continuar afirmando que Voldemort não voltou…
– E isso inclui chamar Harry de louco e Dumbledore de burro. – Sirius revirou os olhos irritado – Sinceramente, ele merece tudo o que vai receber por essa idiotice! Com certeza assim que o povo descobrir que Voldemort voltou, ele será retirado do cargo!

— Olhe, eu vi Voldemort ressurgir! — gritou Harry. Ele tentou novamente se levantar da cama, mas a Sra. Weasley forçou-o a deitar. — Eu vi os Comensais da Morte! Posso dar os nomes! Lúcio Malfoy...
Snape fez um movimento repentino, mas quando Harry se virou, o olhar do professor retornara a Fudge.

– Acredito que Snape também não sabia exatamente o quanto você tinha visto… – Tiago disse observando Severo pensativo – Ou então queria que você não falasse nada e deixasse Dumbledore lidar com o assunto…

– Não temos como saber. – Lily suspirou – Mas qualquer uma das duas opções parece caber nesse caso…
– Mais provável que seja porque não queria que Harry falasse. – Remo cogitou.

— Malfoy foi inocentado! — disse Fudge visivelmente afrontado. — Uma família muito antiga, doações para causas excelentes...

– É claro! – Tiago disse deixando sair uma risada irônica pelo nariz – É isso o que importa para ele, família antiga, altas doações… Se for por esse lado, minha família é tão antiga quanto os Malfoy e temos tanto dinheiro quanto! Mas nós preferimos viver por mérito próprio e não subornar o ministério para ter o que queremos!

– No final Fudge é apenas mais um idiota obcecado por pureza de sangue e dinheiro. – Sirius revirou os olhos – A maioria dos funcionários do ministério é assim.
– É por isso que demoraram tanto a criar leis que protegiam os trouxas e nascidos-trouxas. – Remo suspirou – As famílias tradicionais de sangue-puro sempre foram capazes de manipular o ministério para ter o que querem, e a maioria dos ministros era apenas corruptível demais.
– E os que não se corrompiam eram retirados do cargo ou morriam misteriosamente. – Tiago afirmou desconfortável.
– Você quer dizer que alguns ministros foram mortos por não aceitar fazer o que as famílias de sangue-puro queriam? – Lily perguntou ligeiramente chocada.
– Não posso afirmar nada. – Tiago deu de ombros – Mas foram mortes muito suspeitas…
– De que mortes você está falando? – Alice perguntou entre curiosa e assustada.
– O ministro Maximilian Crowdy, morreu em 1781 depois de acabar com vários planos, de ataque a trouxas, dos puro-sangues extremistas, – Sirius afirmou – a morte dele nunca foi justificada e foi tema de vários livros e teorias da conspiração…
– Também tem a Venusia Crickerly, morreu em 1912 em um acidente de jardinagem envolvendo uma mandragora… Um acidente muito suspeito… – Tiago contou.
– Fudge é fraco demais para se impor. – Remo afirmou fazendo sinal para Rony voltar à leitura.

— Macnair! — continuou Harry.
— Também inocentado! Agora trabalha para o Ministério!
— Avery, Nott, Crabbe, Goyle.
— Você está apenas repetindo os nomes dos que foram absolvidos da acusação de serem Comensais da Morte há treze anos! — disse Fudge zangado. — Poderia ter achado esses nomes em relatórios antigos sobre os julgamentos! Pelo amor de Deus, Dumbledore, o garoto esteve com a cabeça cheia de histórias malucas no fim do ano passado, também, as invencionices dele estão cada vez mais mirabolantes, e você continua a engoli-las, o garoto é capaz de falar com cobras, Dumbledore, e você ainda acha que ele merece confiança?

– Ridículo! – Frank bufou – Prefere acusar Harry a enxergar a realidade!

– Ele não iria querer desagradar os patrões dele. – Tiago rosnou – Os comensais da morte que Harry citou devem dar dinheiro o bastante para ele ficar calado!

— Seu tolo! — exclamou a Professora McGonagall. — Cedrico Diggory! O Sr. Crouch! Estas mortes não foram o trabalho aleatório de um doido!
— Não vejo nenhuma evidência em contrário! — gritou Fudge, agora equiparando sua raiva à da professora, o rosto roxo. — Parece-me que vocês estão decididos a começar uma onda de pânico que irá desestabilizar tudo pelo que trabalhamos nesses últimos treze anos!
Harry não conseguiu acreditar no que estava ouvindo. Sempre pensara em Fudge como uma pessoa bondosa, um pouco espalhafatosa, um pouco pomposa, mas de índole essencialmente boa. Mas agora via à sua frente um bruxo baixo e furioso, que se recusava terminantemente a aceitar a perspectiva de um esfacelamento do seu mundo confortável e ordeiro, a acreditar que Voldemort pudesse ter ressurgido.

– Pelo menos agora você está vendo Fudge como ele realmente é! – Remo afirmou categórico – A mesma pessoa que passou a mão na sua cabeça pouco mais de um ano antes e não quis te levar a uma audiência disciplinar por inchar sua tia como um balão!

– Fudge faz apenas o que faz ele parecer melhor aos olhos do mundo. – Tiago bufou.
– Agora que você falou, Remo, eu estava pensando… – Sirius disse coçando a cabeça pensativo – Sabemos que eu estava por perto quando Harry inchou a tia como um balão… Talvez Harry não tenha feito isso… Magia acidental depois de dois anos em Hogwarts é muito rara… Talvez eu estivesse tentando dar uma espiada em Harry e tenha ouvido o que aquela mulher odiosa estava dizendo…
– Não seria difícil. – Hermione cogitou – Harry mesmo não acreditou que tinha feito aquilo… E ele parecia muito controlado quando arrebentou a porta do armário sob a escada…
– É uma hipótese interessante. – Tiago disse com um meio sorriso – Mas nunca saberemos se foi isso que aconteceu.

— Voldemort retornou — repetiu Dumbledore. — Se você aceitar imediatamente este fato, Fudge, e tomar as medidas necessárias, talvez ainda possamos salvar a situação. O primeiro passo, e o mais essencial, é retirar Azkaban do controle dos dementadores...
— Que despropósito! — gritou outra vez Fudge. — Retirar os dementadores! Eu seria chutado do Ministério se sugerisse uma coisa dessas! Metade da população só se sente segura quando se deita à noite porque sabe que os dementadores estão guardando Azkaban!
— A outra metade não dorme tão bem, Cornélio, porque sabe que você deixou os seguidores mais perigosos de Lord Voldemort aos cuidados de criaturas que irão se juntar a ele no momento em que ele pedir! — retorquiu Dumbledore.

– Meu pai sempre disse isso. – Remo suspirou – O maior erro do ministério é permitir que os dementadores comandem Azkaban… Eles podem mudar de lado a qualquer momento, já que são essencialmente criaturas das trevas.

– Dementadores nascem do mofo de Azkaban. – Tiago disse enojado – Não entendo como alguém considerou uma boa ideia mantê-los cuidando de bruxos das trevas!
– Eles demonstraram lealdade ao ministério… – Sirius deu de ombros – Enquanto eles tivessem um bom estoque de almas ficariam ao lado do ministério… Mas Voldemort pode oferecer a eles muito mais almas do que o ministério seria capaz.

— Eles não irão permanecer leais a você, Fudge! Voldemort pode oferecer um espaço muito maior para os poderes e prazeres deles do que você! Com os dementadores a apoiá-lo, e a volta dos seus antigos seguidores, você vai ter muita dificuldade para impedi-lo de reconquistar o poder que tinha há treze anos!
Fudge abria e fechava a boca como se não tivesse palavras para expressar sua indignação.
— A segunda medida que você precisa tomar, e imediatamente, — continuou Dumbledore — é mandar enviados aos gigantes.
— Enviados aos gigantes! — gritou o ministro em tom agudo, afinal recuperando a fala. — Que loucura é essa?
— Estenda-lhes a mão da amizade, agora, antes que seja tarde demais ou Voldemort irá persuadi-los, como já fez antes, que somente ele entre os bruxos concederá aos gigantes direitos e liberdade!

– Mas isso é muito perigoso. – Alice disse temerosa – Os gigantes são muito perigosos…

– É uma medida necessária. – Remo suspirou – E talvez nem todos os gigantes sejam ruins… Quero dizer, as pessoas acham que todos os lobisomens são ruins, e isso não é verdade.
– Não temos como saber. – Tiago deu de ombros – Nunca estivemos com um gigante… Mas considerando que Hagrid é meio gigante, eu diria que há muitas chances de nem todos eles serem ruins…

— Você... Você não pode estar falando sério! — exclamou Fudge, sacudindo a cabeça e se afastando um pouco mais de Dumbledore. — Se a comunidade mágica ouvir falar que eu procurei os gigantes, as pessoas os odeiam, Dumbledore... A minha carreira termina...
— Você está cego de amor — disse Dumbledore, sua voz elevando-se agora, a aura de poder palpável ao seu redor, seus olhos mais uma vez em brasas — pelo cargo que ocupa Cornélio! Você atribui demasiada importância, como sempre fez, à chamada pureza do sangue! Você não consegue reconhecer que não faz diferença quem a pessoa é ao nascer, mas o que ela vai ser ao crescer! O seu dementador acabou de destruir o último membro de uma família de sangue puro tão antiga quanto a de outros, e veja em que foi que ele transformou a própria vida! Digo-lhe agora, tome as medidas que sugeri e você será lembrado, no cargo ou fora dele, como um dos Ministros da Magia mais corajosos e sábios que já conhecemos. Não faça nada, e a história irá lembrá-lo como o homem que se omitiu e permitiu que Voldemort tivesse uma segunda oportunidade de destruir o mundo que tentamos reconstruir!

– Eu poderia apostar na segunda opção. – Sirius rosnou – É exatamente como Dumbledore disse, Fudge da valor demais às coisas erradas.

– E o pior… É que infelizmente, esse idiota, é poderoso o bastante para atrapalhar Dumbledore… – Tiago suspirou receoso – Se Fudge resolver trabalhar contra Dumbledore… O povo pode acreditar nele… E então Voldemort vai poder fazer tudo o que quiser, reunir quantos seguidores quiser, e matar quantas pessoas quiser…
Lily teve um tremor involuntário.

— Está demente — sussurrou Fudge, ainda se afastando. — Enlouqueceu...
E então, todos se calaram. Madame Pomfrey estava postada, imóvel aos pés da cama de Harry, as mãos cobrindo a boca. A Sra. Weasley continuava curvada para Harry, a mão no ombro do garoto para impedi-lo de se levantar. Gui, Rony e Hermione tinham os olhos arregalados para Fudge.

– Ficamos realmente chocados. – Hermione suspirou – Nunca pensamos que Fudge fosse ter coragem de ofender Dumbledore dessa forma!

– Se Hagrid estivesse por perto, ele não teria essa coragem. – Sirius afirmou – Todo mundo sabe que Hagrid não permite que as pessoas ofendam Dumbledore…
– Não acho que Fudge seria prudente o bastante para não ofender Dumbledore na frente de Hagrid… – Remo revirou os olhos.

— Se a sua determinação de fechar os olhos levou você a esse ponto, Cornélio, — disse Dumbledore — chegou o momento em que os nossos caminhos se separam. Você fará o que acha que deve. E eu agirei como acho que devo.
A voz de Dumbledore não continha sequer uma sugestão de ameaça, parecia fazer uma simples constatação, mas Fudge se encrespou como se Dumbledore estivesse avançando para ele com a varinha em punho.

– Porque esse é exatamente o tipo de coisa que uma pessoa com a mente pequena como Fudge faz. – Tiago bufou – Ele provavelmente não tem noção alguma de interpretação de texto!


— Agora, escute aqui Dumbledore — disse sacudindo o dedo na cara do diretor. — Eu sempre o deixei agir livremente. Tenho muito respeito por você. Posso não ter concordado com algumas de suas decisões, mas fiquei calado. Não existe muita gente que deixaria você contratar lobisomens ou manter Hagrid ou decidir o que ensinar aos seus alunos, sem consultar o Ministério. Mas se você vai trabalhar contra mim…

– Nenhum dos diretores de Hogwarts consultava o ministério! – Sirius disse exaltado – Fudge realmente está começando a achar que é mais importante do que realmente é!


— A única pessoa contra quem pretendo trabalhar é Lord Voldemort. Se você é contra ele, então continuamos, Cornélio, do mesmo lado.
Aparentemente Fudge não conseguiu pensar que resposta dar a Dumbledore. Balançou-se para frente e para trás sobre os pés diminutos por um momento, girando o chapéu-coco nas mãos. Finalmente, disse, com um quê de súplica na voz:
— Ele não pode estar de volta, Dumbledore, simplesmente não pode...

– Talvez Dumbledore consiga convencer ele. – Alice disse esperançosa – Agora que ele demonstrou que está apenas com medo…

– Espero que sim. – Tiago suspirou cansado – Apesar de Fudge ser um idiota, as coisas seriam bem mais simples com ele trabalhando junto com Dumbledore.
– E desde quando as coisas são fáceis? – Sirius perguntou soturno.

Snape se adiantou, passou por Dumbledore, ao mesmo tempo em que levantava a manga esquerda de suas vestes. Esticou o braço e mostrou-o a Fudge, que se retraiu.
— Olhe — disse Snape asperamente. — Olhe. A Marca Negra. Não está tão nítida quanto estava há pouco mais de uma hora, quando ficou realmente negra, mas o senhor ainda pode vê-la. O Lord das Trevas marcou com este sinal todos os Comensais da Morte. Era uma maneira de nos reconhecermos e um meio de nos convocar à presença dele. Quando ele tocava a Marca de qualquer comensal, devíamos desaparatar e aparatar instantaneamente ao seu lado. A Marca se tornou mais nítida durante esse ano. A de Karkaroff também. Por que o senhor acha que o professor fugiu esta noite? Nós dois sentimos a Marca queimar. Nós dois sabíamos que ele havia voltado. Karkaroff teme a vingança do Lord das Trevas. Ele traiu muitos companheiros comensais para ter ilusões de ser bem recebido no seio do rebanho.

– O ministério ainda não sabia sobre as marcas? – Remo perguntou curioso – É o que parece pelo que Snape disse…

– Parece que não. – Sirius deu de ombros – Nós só sabemos sobre elas porque Bellatrix nunca escondeu a marca de mim em casa…
Severo encarou os próprios joelhos pensativo, seu eu-futuro havia se exposto na frente do ministro da magia para tentar ajudar Dumbledore a convencê-lo… Ele devia realmente estar contra Voldemort, e se assim era, ele devia ter bons motivos para isso…
– Então Karkaroff realmente foi embora… – Tiago perguntou interessado – Duvido que ele consiga ir muito longe… E imagino que Voldemort vá atrás de você assim que deixar a proteção de Dumbledore. – completou virando-se para Severo.
– Acredito que sim. – Severo murmurou desconfortável – É o que ele disse que faria.
– Você realmente deve estar do lado certo. – Tiago admitiu contrariado.
– É o que parece. – Sirius bufou incomodado.

Fudge recuou para longe de Snape, também. Sacudiu a cabeça. Não parecia ter absorvido uma única palavra do que Snape dissera.

– É claro que não. – Remo bufou – Fudge é cego… Só vai acreditar que Voldemort voltou quando ele tomar o ministério…


Olhava, aparentemente repugnado, para a feia Marca no braço de Snape, depois ergueu os olhos para Dumbledore e murmurou:
— Não sei do que você e seus professores estão brincando, Dumbledore, mas já ouvi o bastante. Não tenho nada a acrescentar. Entro em contato com você amanhã para discutirmos a administração da escola. Preciso voltar ao Ministério.

– Discutir a administração da escola? – Tiago repetiu horrorizado – Esse idiota pretende interferir em Hogwarts?

– Parece que sim. – Sirius disse irritado – Só podemos esperar que ele seja expulso do ministério antes disso.

Já chegara quase à porta quando parou. Virou-se, voltou para a enfermaria e se deteve junto à cama de Harry.
— Seu prêmio — disse brevemente, tirando uma grande bolsa de ouro do bolso e largando-a na mesa-de-cabeceira do garoto. — Mil galeões. Deveria ter havido uma cerimônia de premiação, mas nas circunstâncias...
E enfiando seu chapéu-coco na cabeça, ele saiu da enfermaria, batendo a porta ao passar.

– E os caminhos se separam. – Alice murmurou desgostosa – Só espero que o povo acredite em Dumbledore… E que comecem a tomar cuidado o mais rápido possível…

– O problema é que o ministério tem meios de controlar os jornais. – Remo suspirou – Então Dumbledore vai ter muita dificuldade de prevenir o povo antes que Voldemort comece a atacar…

No instante em que desapareceu, Dumbledore se voltou para o grupo ao redor da cama de Harry.
— Temos trabalho a fazer — disse. — Molly... Estou certo em pensar que posso contar com você e Arthur?
— Claro que pode — disse a Sra. Weasley. Estava pálida até nos lábios, mas parecia decidida. — Ele sabe quem Fudge é. É a afeição de Arthur por trouxas que o tem mantido no Ministério todos esses anos. O ministro acha que falta a ele o orgulho que se espera de um bruxo.

– É claro que acha. – Sirius revirou os olhos – Fudge nunca entenderia uma pessoa que trabalha por amor ao trabalho e não por amor ao poder…


— Então preciso mandar uma mensagem a ele — disse Dumbledore. — Todos os que pudermos persuadir da verdade devem ser avisados imediatamente, e Arthur está bem colocado para entrar em contato com as pessoas no Ministério que não sejam tão míopes quanto o Cornélio.
— Vou procurar papai — disse Gui, levantando-se. — Vou agora.
— Excelente — exclamou Dumbledore. — Diga-lhe o que aconteceu. Diga-lhe que entrarei em contato com ele em breve. Mas que ele precisa ser discreto. Se Fudge achar que estou interferindo no Ministério...

– É uma ótima ideia. – Tiago disse pensativo – Arthur parece ser bem relacionado no ministério, as pessoas parecem gostar dele…

– Vai ser fácil para ele convencer as pessoas certas. – Sirius disse confiante.

— Pode deixar comigo — disse Gui.
O rapaz deu uma palmadinha no ombro de Harry, beijou a mãe no rosto, vestiu a capa e saiu rapidamente da enfermaria.
— Minerva, — disse Dumbledore virando-se para a Professora McGonagall — quero ver Hagrid no meu escritório o mais depressa possível. E também, se ela concordar em vir, Madame Maxime.

– Eu diria que há grandes chances de Dumbledore pedir que Hagrid e Maxime contatem os gigantes... – Remo suspirou receoso – Pelo menos é o que faz mais sentido, considerando tudo o que ele disse a Fudge, e a origem dos dois…

– Espero que Hagrid tome muito cuidado. – Lily disse temerosa – É possível que alguns gigantes não sejam ruins… Mas muitos deles devem ser… Ou pelo menos são ressentidos por terem sido banidos.

A professora aquiesceu com um aceno de cabeça e saiu sem dizer nada.
— Papoula, — disse Dumbledore a Madame Pomfrey — será que você me faria a gentileza de ir à sala do Professor Moody, onde acho que encontrará lá um elfo doméstico chamado Winky em grande sofrimento? Faça o que puder por ela e leve-a de volta à cozinha. Acho que Dobby cuidará dela para nós.
— Claro... Claro que sim — respondeu a enfermeira parecendo espantada, e ela também saiu.

– Claro que Madame Pomfrey ficaria espantada. – Remo suspirou – Ela estava esperando que ele pedisse algo mais importante a ela… Mas é bonito da parte de Dumbledore não esquecer Winky… Deve ter sido duro para ela ver Crouch Jr. receber o beijo…


Dumbledore certificou-se de que a porta estava trancada e que o ruído dos passos de Madame Pomfrey tinha morrido na distância, antes de tornar a falar.
— E agora — disse ele — está na hora de duas pessoas deste grupo se reconhecerem pelo que são. Sirius... Se puder retomar sua forma habitual.

– Espero que Dumbledore saiba muito bem o que está fazendo. – Tiago disse preocupado.

– Até agora ele me parece em total controle da situação. – Remo suspirou apreensivo.

O cachorrão preto ergueu a cabeça para o diretor, depois, num segundo, voltou a ser homem. A Sra. Weasley gritou e se afastou da cama.
— Sirius Black! — tornou a gritar ela com voz aguda, apontando para o bruxo.
— Mamãe, cala a boca! — berrou Rony. — Está tudo bem!

– Mamãe não gostou nada de eu ter mandado ela calar a boca. – Rony contou levantando os olhos do livro – Mas eu precisava fazer aquilo…

– É claro que precisava. – Sirius sorriu para Rony – Eu não sou um assassino nem um traidor!

Snape não gritara nem saltara para trás, mas a expressão do seu rosto era uma mescla de fúria e horror.
— Ele! — rosnou o professor, arregalando os olhos para Sirius, cujo rosto exprimia igual desagrado. — Que é que ele está fazendo aqui?
— Está aqui a meu convite — disse Dumbledore, olhando para ambos — como você, Severo. Confio nos dois. Está na hora de porem de lado as velhas diferenças e confiarem um no outro.

Sirius e Severo se encararam, ambos com a mesma expressão de desagrado.

– Não importa que Dumbledore confie em você… Não importa que Harry confie em você... – Sirius disse apontando Harry – Eu sei o que você é, e por mais que esses livros digam que você mudou, certas coisas nunca mudam.
– Eu poderia dizer o mesmo. – Severo murmurou irritado.
– Sirius, – Lily disse cuidadosa – Severo ainda não fez a maior parte das coisas que o livro diz que ele vai fazer… Se ele nunca for um comensal, se nunca se aliar a Voldemort… Talvez ele realmente mereça uma chance…
– Nós nunca seremos amigos. – Sirius afirmou recebendo acenos de concordância de Tiago e Remo – O máximo que podemos fazer, é o que estamos fazendo aqui há nove dias, nos aturar.
– Eu diria até que estamos sendo um bocado civilizados. – Tiago disse ligeiramente surpreso – Não esperava passar tanto tempo com Snape sem tentar azará-lo…
– Eu posso aceitar isso. – Lily suspirou e recebeu um aceno de concordância de Harry – E talvez você esteja realmente amadurecendo. – completou apenas para Tiago ouvir.

Harry achou que Dumbledore estava pedindo quase um milagre. Sirius e Snape se entreolhavam com a maior repugnância.
— Aceitarei, a curto prazo, — disse Dumbledore, com uma certa impaciência na voz — que suspendam as hostilidades ostensivas. Os dois apertem as mãos. Estão do mesmo lado agora. O tempo é curto e, a não ser que os poucos de nós que conhecem a verdade se mantenham unidos, não haverá esperança para ninguém.

– Acho que sou capaz de fazer isso. – Sirius disse encarando Severo – Mas duvido que você consiga.

Severo apenas revirou os olhos para ele.

Muito devagar, mas ainda se olhando feio como se não desejassem um ao outro se não o mal, Sirius e Snape se aproximaram e apertaram as mãos. Mas as soltaram bem rápido.
— Já é o bastante para começar — disse o diretor se interpondo aos dois homens mais uma vez. — Agora tenho trabalho para cada um de vocês. A atitude de Fudge, embora não seja inesperada, muda tudo, Sirius. Preciso que você comece imediatamente. Alerte Remo Lupin, Arabella Figg, Mundungo Fletcher, a turma antiga. Fique escondido com Lupin por enquanto, entrarei em contato com você lá.

– Arabella Figg? – Tiago perguntou interessado – Conhecemos uma família Figg… E Figg é o sobrenome da vizinha de Harry que cuidava dele quando os trouxas não o queriam por perto…

– Você mesmo disse que Dumbledore deve ter posto ela lá para cuidar de Harry. – Sirius lembrou – Aparentemente eu a conheço também… Ou alguém da família dela…
– E Mundungo Fletcher é uma escolha bem interessante de Dumbledore… – Remo disse pensativo – É claro que poderíamos considerar que ele como contrabandista tem alguns contatos interessantes… E acesso a lugares que pessoas normais não teriam…
– E o que ele quis dizer com a turma antiga? – Lily perguntou curiosa.
– Não tenho ideia. – Sirius deu de ombros – Talvez algo relacionado ao que vamos fazer depois da escola… Tiago e eu pretendemos ser aurores…
– Ele pode estar se referindo a isso. – Tiago disse encolhendo os ombros.

— Mas... — começou Harry.
O garoto queria que Sirius ficasse. Não queria dizer adeus novamente tão depressa.
— Você voltará a me ver em breve, Harry — disse Sirius, virando-se para o afilhado. — Prometo. Mas preciso fazer o que posso, você compreende, não?

– Não devo poder fazer muito sendo um foragido… – Sirius bufou desconfortável.

– Pelo menos você pode cuidar de Harry. – Lily disse em tom de consolo.

— Claro. Claro... Que sim.
Sirius apertou a mão de Harry brevemente, se despediu de Dumbledore com um aceno da cabeça, voltou a se transformar em cachorro preto e correu para a porta, cuja maçaneta abriu com a pata. Então desapareceu.
— Severo, — disse Dumbledore, voltando-se para Snape — você sabe o que preciso lhe pedir para fazer. Se estiver disposto... Se estiver preparado...
— Estou — disse Snape.
O professor parecia um pouco mais pálido do que o habitual, e seus olhos frios e negros brilharam estranhamente.

– Dumbledore vai usar você como espião. – Tiago disse encarando Severo e se surpreendendo ao sentir pena – Espero que você tenha conseguido atingir seu objetivo de ser um ótimo oclumente. – Tiago completou com dificuldade.

Severo encarou Tiago desconfortável, mas não respondeu.
– Me pergunto como você vai explicar a Voldemort sua ausência. – Remo disse pensativo.
– É um ótima pergunta. – Sirius disse incomodado.

— Então, boa sorte — e o diretor acompanhou, com uma certa apreensão no rosto, Snape partir em seguida a Sirius sem dizer palavra. Passaram-se vários minutos até Dumbledore tornar a falar.
— Preciso ir lá embaixo — disse finalmente. — Preciso ver os Diggory. Harry, tome o resto da sua poção. Verei todos vocês mais tarde.
Harry se deixou cair nos travesseiros enquanto Dumbledore desaparecia.
Hermione, Rony e a Sra. Weasley ficaram olhando para o garoto. Nenhum deles falou durante muito tempo.
— Você tem que tomar o resto da sua poção, Harry — disse finalmente a Sra. Weasley. Ao apanhar o frasco e a taça, ela bateu com a mão no saco de ouro à mesa-de-cabeceira.
— Durma bastante. Tente pensar em outra coisa por um tempo... Pense no que vai comprar com o seu prêmio!
— Não quero esse ouro — falou Harry com a voz sem emoção. — Pode ficar com ele. Qualquer um pode ficar com ele. Eu não deveria ter ganho. Deveria ter sido de Cedrico.

– Se Cedrico tivesse pegado a taça sozinho, antes de você, as coisas poderiam ser ainda piores. – Remo suspirou – Voldemort poderia resolver voltar usando Cedrico… E ninguém saberia o que aconteceu… O mundo seria pego desprevenido.

– Cedrico morreria de qualquer forma. – Lily disse apertando a mão de Harry com carinho.

A coisa contra a qual ele estivera lutando intermitentemente, desde que saíra do labirinto, ameaçava engolfá-lo. Sentiu uma ardência, um formigamento nos cantos internos dos olhos. Ele piscou e ficou encarando o teto.
— Não foi sua culpa, Harry — sussurrou a Sra. Weasley.
— Eu disse a ele que apanhasse a Taça comigo.
Agora a sensação de ardência passara à garganta, também. Ele desejou que Rony olhasse para outro lado.

– Desculpa. – Rony murmurou levantando os olhos do livro e encarando Harry – Eu estava apenas preocupado com você.

– Todos nós estávamos. – Hermione disse balançando a cabeça em concordância.

A Sra. Weasley deixou a poção em cima da mesinha, abaixou-se e passou os braços em volta de Harry. O garoto não tinha lembrança de jamais ter sido abraçado assim, como faria uma mãe. Todo o peso do que vira aquela noite pareceu desabar sobre ele quando a Sra. Weasley o apertou contra o peito. O rosto de sua mãe, a voz de seu pai, a visão de Cedrico morto no chão, tudo começou a girar em sua cabeça até ele não conseguir mais agüentar, até seu rosto se contrair todo para conter o uivo de infelicidade que lutava para escapar de dentro dele.

Lily deixou uma lágrima grossa escorrer pelo seu rosto, aquele era o lugar dela, ficava agradecida por Harry ter a Sra. Weasley ao lado dele, mas se sentia desconfortável ao vê-la no lugar que lhe pertencia. Harry apertou a mão de Lily e trocou um olhar carinhoso com ela, lhe dando a certeza de que aquele sempre seria o seu lugar.


Ouviu-se uma pancada e a Sra. Weasley e Harry se separaram. Hermione estava parada junto à janela. Apertava alguma coisa com força na mão.
— Desculpem — sussurrou.

A maioria dos presentes se virou para Hermione com um olhar interrogativo.

– Não posso falar. – Hermione deu de ombros.

— Sua poção, Harry — disse a Sra. Weasley depressa, enxugando os olhos com as costas da mão.
Harry bebeu a poção de um só gole. O efeito foi instantâneo. Ondas pesadas e irresistíveis de sono sem sonhos o envolveram, ele tombou sobre os travesseiros e não pensou mais.

Rony pousou o livro sobre a mesa de centro e bocejou.

– Acho que poderíamos parar por hoje. – Hermione disse pensativa – Comer alguma coisa e dormir…
– Não. – Lily disse categórica – Não vou conseguir dormir agora… Foram informações demais… Minha cabeça ainda está girando.
– Poderíamos pelo menos comer alguma coisa antes do próximo capítulo? – Neville perguntou cuidadoso.
Lily acenou afirmativamente com a cabeça e todos sentaram-se à mesa.
– Eu sabia que Fudge não acreditaria em Dumbledore. – Frank bufou para Alice e Neville – Ele sempre preferiu fingir que as coisas estavam bem…
– Eu sei. – Neville suspirou pesaroso.
– Pelo menos esse livro está acabando. – Alice disse ligeiramente aliviada.
Do outro lado da mesa Tiago e Lily conversavam aos sussurros.
– Ainda não sei como podemos mudar tudo isso. – Lily confessou triste.
– Por isso são tantos livros… – Tiago suspirou – É uma história complexa. Só podemos esperar que no final, saibamos exatamente o que fazer para que nada disso aconteça…
– Eu… Eu queria te agradecer. – Lily murmurou constrangida – Você me deu apoio durante tudo isso… Mesmo depois de eu ter sido rude com você… Mesmo quando era você quem precisava de apoio…
– Você não tem que me agradecer. – Tiago afirmou categórico – Pelo menos não por isso. – completou com um meio sorriso – Eu só estava fazendo o que meu coração mandou…
– Acho que você e seu coração são muito mais inteligentes que eu. – Lily suspirou – Você é muito diferente do que sempre imaginei.
– Você também é. – Tiago respondeu com um meio sorriso.
– Espero que isso seja uma coisa boa. – Lily respondeu corando.
– Não é ruim. – Tiago deu de ombros com um sorriso sedutor.
Quando todos acabaram de comer e retomaram seus lugares, Hermione pegou o livro na mesa de centro e o abriu no próximo capítulo.
– Capítulo XXXVII – O começo.


~~X~~

 
Hey leitores mais queridos do FeB! Esses dias tenho tido mais tempo para escrever, e fico feliz em contar para vocês que já estou quase acabando o capítulo 6 de OdF. Se tudo continuar assim, não vamos ter com o que nos preocupar e os capítulos vão continuar vindo regularmente... 

- Dâmaris Granger: Você realmente tem estado sumida, mas que bom que não deixou de acompanhar, espero ver você comentando sempre que puder. Várias coisas na forma como Dumbledore agiu nos livros me deixa irritada, mas o pior para mim foi a maneira como ele não se esforçou nem um pouco para dar um julgamento justo para Sirius quando uma palavra dele inocentou Snape completamente, e entre os dois, Snape era 100 vezes mais culpado que Sirius, já que ele realmente era um comensal da morte e provavelmente agia como tal, torturando e matando pessoas. No caso do Lupin, acho que depois de tudo o que aconteceu com ele, ele tem medo de se aproximar das pessoas e acabar perdendo-as... Quero dizer, os melhores amigos dele morreram, o outro melhor amigo passou anos em azkaban acusado de um crime que não cometeu e o outro traiu os dois primeiros para incriminar o segundo... Enfim, acho que ele também tinha medo de se aproximar de Harry e acabar machucando ele de alguma forma por causa da licantropia... Eu gostei do trailer de AFEOH, das coisas novas que JK está produzindo é o que mais me interessou. Mas estou morrendo de medo de The cursed child, tenho medo dela "estragar" o final do livro (já não gostei muito do epílogo por exemplo).
- MatheusMD: Obrigada, mas infelizmente não posso postar logo toda a série, porque não escrevi ainda toda a série... Espero que você tenha paciência o bastante para esperar.
- Dorabel Essa: O FeB é bugado mesmo, agora mesmo quando estava respondendo os comentário, do nada, saiu do ar e não queria voltar de jeito nenhum... Tiago estaria melhor substituindo McGonagall do que Sibila, já que a maioria das suposições dele vem de fatos que ele vê nos livros e não adivinhação ;). Não é realmente como se eles pudessem evitar que o Snape do passado descobrisse o mapa, não é? Quanto ao Dumbledore, e o próprio Snape do futuro, se eles descobrissem o mapa, Harry não poderia mais contar com o mapa e provavelmente arrumaria problemas. E você não me falou ainda, quem é você no grupo?
- Luiza Snape: Vou encarar isso como a sua maneira de dizer que foi um ótimo capítulo, então, muito obrigada!
- Ana Marisa Potter: Tudo bem não comentar em alguns capítulo, desde que não me abandone... Acho que para alguém que conhecia o verdadeiro Moody, as atitudes do infiltrado realmente pareceriam estranhas, especialmente como ele agia longe de Dumbledore. Os marotos já não gostavam do Fudge antes, imagine agora.
- MionGinnyLuna: Que bom que gostou! Muito obrigada!
- May Potter Malfoy: Que bom que arrumou um tempinho para comentar, sempre fico feliz! Muito obrigada!
- Carolina Black: Fico feliz que goste da maneira como eu interpreto os personagens do passado, sabemos tão pouco sobre eles, que é sempre bom saber que estou escrevendo eles de uma maneira que vocês gostem. Para mim Dumbledore sabia que havia um infiltrado em Hogwarts, ele só não sabia quem, afinal, quem mais poderia ter confundido o cálice de fogo e inscrito Harry no torneio como única opção para que o cálice escolhesse ele sem dúvidas? Dumbledore não é burro, ele sabia que havia alguém em Hogwarts tramando contra o Harry.
- Stehcec: Rony teve um deslize em RdM, mas a culpa foi toda da horcrux, acho que todo mundo na sala vai reconhecer isso. Como você sabe, minha relação com o Dumbledore anda muito complicada, então eu também tenho uma dúzia de perguntas para ele... E na verdade o Harry está fazendo várias dessas perguntas em uma outra fic que estou escrevendo. O Rony ficou tão desesperado que chegou a esquecer que a mãe dele provavelmente teria um ataque se fosse verdade, ele realmente se preocupa com Harry como um irmão, em RdM acho que se Harry tivesse morrido de verdade Rony ia ficar sem chão, seria péssimo perder dois irmãos ao mesmo tempo. E o mesmo vale para Hermione. Tiago tem problemas quando as pessoas discordam dele, especialmente nesse tipo de situação, por isso ele se fecha (todo mundo tem defeitos, Tiago tem os meus). Para mim o Snape aparecer no espelho de inimigos contra um comensal da morte fiel é uma das pistas de JK sobre o verdadeiro lado dele. Ela deve ter deixado várias pistas no caminho que nós nunca vimos... Como eu disse ali em cima, todo mundo tem defeitos, e o Tiago tem todos os meus... Ele é rude quando fica nervoso, especialmente quando ele está certo e todo mundo duvida dele (quando ele ta errado ele também fica rude)... Para mim uma das piores coisas que o Crouch Jr fez foi torturar a aranha na frente do Neville de proposito, sabendo quem ele era e vendo o sofrimento dele, isso é realmente cruel e doentio. Ficou bom o comentário sim Stehzinha, fico feliz que tenha conseguido fazer um comentário grandinho.
- Izabella Bella Black: Recentemente eu descobri (acho que no pottermore) que o uso de veritasserum não é comum no ministério. Além disso, ele não é infalível, especialemente quando a pessoa tem consciencia de que tomou veritasserum. E memórias de penseira podem ser alteradas. Mas na verdade, acho que não usaram nenhum dos dois por que Fudge se recusaria a aceitar de qualquer forma e alegaria que Harry estava lutando contra a poção e fornecendo memórias alteradas. A questão da taça ser uma chave de portal para fora do labirinto originalmente é uma opção também, mas eu gosto de tomar caminhos mais interessantes (e sempre pensei que funcionaria como um meio de ir e voltar). Eu também tenho certeza de que Dumbledore sabia que havia um infiltrado, e eu não escondo de ninguém o que sinto por Dumbledore, mas ele realmente não sabia quem era o infiltrado. O que me faz duvidar ainda mais do diretor, já que supostamente ele e o Moody verdadeiro eram bons amigos. Ou Crouch Jr é um ótimo ator. Os Weasley e Mione não ficaram só preocupados, Molly e Hermione chegaram a ameaçar pessoas... Eu também já vi algumas pessoas mudando completamente, mas nesse caso acho que significa que elas já não eram o que nós imaginávamos desde o inicio. Não acho que possa usar um pedaço de pessoa morta para a polissuco, por que a poção imita a pessoa exatamente como ela é, e a pessoa morta não "é" nada (ou funciona e a pessoa ficaria igual a um cadáver, o que também não serviria para muita coisa). E por saber como os seguidores reais de Voldemort são que eu não consigo gostar do Snape, porque antes de Voldemort resolver matar Lily e Tiago, Snape era um comensal de verdade, que torturava e matava, como os outros. Você quer um sobrenome de uma família tradicional de puros-sangues? Se sim pode ser Avery. Eu gosto da sonoridade do nome, e tem uma família conhecida. Se você não quer um nome tradicional, me chama lá no facebook e a gente conversa sobre isso.
- Day Caracas: No sétimo livro, eu acho que o Rony realmente não agiria como agiu se não estivesse com a horcrux no pescoço. Mas ele realmente estava pensando aquelas coisas. E é compreensivel, nós pensamos coisas ruins em situações ruins e a horcrux só piorou tudo. Fudge é um idiota que tem sede de poder e teve medo de perder o cargo. Para mim a ruim mesmo de OdF é a Umbridge (o que é bizarro, já que nesse mesmo livro Bellatrix mata Sirius... Mas eu tenho uma teoria do porque as pessoas acham Umbridge pior que Bellatrix). Toda vez que eu releio os livros eu percebo dicas de outras coisas que eu não percebi da primeira vez que li. Nunca li essa fanfic do filho do Harry que você falou, depois quando minha lista de leitura diminuir um pouco eu leio.


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Comentários (9)

  • Rhaenys

    Juh, só tenho é que lhe agradecer, por me propocionar a conhecer melhor a história do Harry pelos os livros. Pois, só conecia pelos os filmes. E isto está sendo uma ótima experiência.

    2017-05-09
  • Stehcec

    Olá Juh,tentarei comentar os dois capitulos antes de você postar o novo!Pior que a Lily ta errada de novo, vai ser ruim, com o Fudge não ficando do lado dele as coisas se complicaram muito. Pior que não acreditar, não vai nem ouvir o Crouch Jr. Realmente nem o pai chato do Cedrico com toda a sua chatura merecia a morte do filho. Gosto de ver a Mione consolando a Lily e ela ta certa se não fosse eles aparecerem pro Harry no cemitério ele não teria escapado. A J.K. chega a explicar a ligação do Harry com a Fawkes? Sou ruim de memória então não lembro se ela explica nos próximos livros. Claro que Dumbledore precisava ouvir tudo nos mínimos detalhes para tomar as providencias necessárias e que são tomadas. Eu consigo entender o Dumbledore não contar tudo ao Harry, claro que isso prejudicou e muito o Harry no próximo livro, mas acho que se tivesse contado não sei se a história tomaria o rumo que tomou. Acho que você já percebeu que eu meio que defendo as atitudes do Dumbledore e eu acho que ele planejou sim que o Harry se entregasse pra morte de livre e espontanea vontade e até alguns dos rumos da história do Harry, mas o final em si, não acredito que ele tenha pensado. Você acha q se o Dumbledore enfrentasse o Voldemort ele venceria?? Se tudo der certo nada disso irá acontecer. Concordo com o Remo sobre o Dumbledore dizer que o Harry teve a mesma coragem dos pais. Molly sempre preocupada com o Harry, nunca vou cansar de dizer que eu acho isso maravilhoso, e claro que não consegueria mandar os melhores amigos do Harry pro dormitório sem nenhuma informação do amigo. Eu sei que se não fosse a experiencia do Moddy e alguns poucos bons aurores muita coisa tinha se complicado.Também acho que a Mione tinha que aprender a preparar a poção do sono, o Harry precisa muito viu, pelo menos em dias muito conturbados bebesse. Fudge conseguiu o meu desprezo desse cap pra frente, claro que ninguém seguiria ele em tempos de crise. Infelzmente seja no livro ou seja na vida real o povo é burro. Fudge merecia mais do que aconteceu com ele, por não acreditar logo de cara e tomar as devidas providencias, por isso um dos motivos que eu acho que o Dumbledore não planejou todo o "futuro" do Harry. Óbvio que se uma família dá dinheiro para o ministério ela não seria do mal. Achei a hipótese do Sirius ter inchado a Guida bem interessante. E o pior é que tudo que o Dumbledore fala pra esse burro é o que acontece. Eu achei que o povo acreditaria mais no Dumbledore, sinceramente. Como o ministério não sabia da marca sendo que Azkaban ta cheio de comensal da morte??? Como esse idiota irá interferir em Hogwarts. É claro que eles acertaram em algumas das medidas que Dumbledore iria tomar. Gosto do Tiago tentando interagir mesmo que com dificuldade com o Severo, só espero que um dia o Severo o trate com a mesma cordialidade. Claro que o lugar de mãe ninguém nunca tirará da Lily, apesar da Molly se aproximar muito disso. Gosto MUITO dessa aproximação, interação e cumplicidade entre a Lily e o Tiago, espero que evolua gradualmente, pois estou curtindo. Que bom que gostou do meu comentário improvisado do último cap. e sim, todos temos defeitos, por isso devemos perdoar o Dumbledore (hahahahahaahah), brincadeira Juh!P.S. Responda por favor minha pergunta desse capitulo no capitulo de hoje. -/-Abraços Juh! Deixa eu correr pra comentar o próximo logo! 

    2016-05-29
  • Izabella Bella Black

    Não sou a maior fã desse capitulo, ainda acho que o Sirius podia ter ficado mais um tempinho com o Harry. Todos realmente queriam que Harry vencesse mas não com a morte do Cedrico. A ligação de Harry com Fawkes é surpreendente. Eu imaginei isso tambem quando li pela primeira vez, Molly gritando com todos na ala hospitalar, assim como Madame Pomfrey. É nesse capitulo que podemos ver bem o quando Fudge é um idiota e o quando o dinheiro pode falar mais alto. Apesar de odiar Snape eu tenho um pouco de pena dele, pois imagino que no começo Voldemort não tenha recebido Snape muit bem. Adorei o final entre Tiago e Lily, é bom ver eles interagindo fora da leitura por assim dizer. Beijos.

    2016-05-15
  • Day Caracas

    Já estamos no final do cálice? Caramba como estamos longe, mas ainda não estou pronta para le a Ordem, isso vai ser muito triste. Ninguém merece o que aconteceu nesse livro, James e Remo vão ficar devastado, nem quero imaginar como o Harry vai reagir ao le isso. Não sei se ja contei, mas só li duas vezes a Ordem, eu realmente não consigo superar e aceitar. Tivemos tão pouco com o Almofadinhas, Harry merecia muito mais. Eu tenho muita raiva do Ministério, não os perdoo pelo que fizeram co Harry e Sirius, se ao menos eles tivessem aceitado a volta de Voldemort nada teria acontecido e provavelmente Sirius estaria vivo. E a Umbrigde nunca teria aparecido. Fudge é um cego pelo poder, foi pouco ele so ter perdido o cargo. Eu sempre rio muito quando o Sirius e Snape apertam as mãos, é hilario, mas necessário.  Eu realmente tenho pena do Snape, não deve ter sido nada fácil voltar para Voldemort, mas ainda não consigo perdoa-lo por tudo que ele fezAmei esse final, James está a conquistando aos poucos, e é  Realmente como eu acho que foi q aconteceu. Amo a interação deles. Até o próximo Ju. Bjsss  

    2016-05-15
  • Juhh Potter Malfoy

    Eu que não gosto do Snape, quando o Tiago percebeu que ele seria espião, eu senti pena. Mas estou muito feliz que esse capitulo se encerrou com um pouquinho desse casal maravilhoso que é a Lily e o Tiago. Mais perfeito que isso impossivel. Estou super anciosa pelo próximo, pois me lembro bem que você disse que muitos não iriam gostar do final. To tremendo de nervoso kkk E não me canso de elogiar a sua escrita e persistencia em continuar com a história. Sou grata de verdade. Que venha a Ordem da Fenix, que venha mais descobertas e que venha mais momentos e quem sabe finalmente o beijo do casal Potter. 

    2016-05-10
  • Carolina Black

    Chorando ainda. Quero ver logo como eles vão reagir na hora que o Harry falar com os diggory e depois entregar o dinheiro pros gêmeos. MEU DEUS! O Sirius logo vai ficar sabendo que vai ficar o verão todo preso na casa lá. Vish vai ficar bravo. Ótimo como sempre. Obrigada pelo capítulo. Até a próxima.  

    2016-05-03
  • 1988bookworm

    Oi Oi Jubs!! Olha, já nem sei mais quantas vezes eu já li cada um dos sete livros pq desisti de contar a muito tempo, mas sei que foram muuuuuuitas, mas muitas vezes meesmo! E não tem jeito, nunca me canso dessa história, desse universo e nunca deixo de me emocionar... tem cenas que mesmo eu ja tendo lido mais de 10 vezes, não consigo evitar as lágrimas e toda a carga eemocionalatrelada àquele momento... Esse capítulo é um desses momentos! Existe muita tensão e muita dor nesse capítulo, sempre sofri ao ler sobre o sofrimento do Harry tentando lidar com o que ele viveu. Hj depois de adulta (e psicóloga) percebo nuances que talvez tenham passado batido antes... e ao invés de amenizar isso aumenta a carga emocional que o capítulo traz. Pra mim esse é o capítulo em que o Harry de fato deixa de ser criança, o capítulo em que ele perde a inocência. Pq até então ele passou por vários perigos e aventuras, mas teve ajuda dos amigos e mesmo estando sozinho em alguns momentos, conseguiu lidar com a situação de alguma forma e tudo acabou relativamente bem. Porém, esse capítulo mostra Harry se dando conta de que Lord Voldemort é uma ameaça real e ele percebe pela primeira vez, com a morte de Cedrico, a seriedade das consequências de uma guerra. Porque é muito diferente saber que vc pode morrer e tentar evitar isso quando nunca se viu ninguém morrer... o impacto de ver o Cedrico morrer faz ele perceber que "é de verdade". E pior, ele se dá conta de que esse é só o início, Voldemort retornou, então tudo só tende a piorar, e agora ele sente o quão terrível isso é...Sempre choro nesse capítulo pq JK é fabulosa em nos fazer ter empatia pelo personagem e mesmo quando eu não percebia tudo que eu descrevi, já sentia o quão difícil era esse momento... e hoje Jubs, chorei tbm lendo trechos que vc escreveu!Adorei vc chamar a atenção pra relação especial de Harey e Fawkes... eu cheguei a acreditar que ela ficaria com Harry após a morte de Dumbledore... acho que a JK ninca explicou isso muito bem né?E toda vez que li CDF após ler o sétimo livro reparei nessa reação de Dumbledore ao fato de Voldemort usar o sangue do Harry... ficava me perguntando se já nesse momento ele percebeu o que isso poderia significar, não creio que ele tenha planejado que Voldemort usasse o sangue de Harry, mas se nesse momento ele percebeu o que isso significa, então sim, provavelmente esse foi o momento em que ele começou a planejar o fim... não tinha me dado conta da complexidade desse momento até agora...Bem e por fim, acho que ler sobre as trapalhadas do governo no mundo mágico faz muito mais sentido nesse momento que estamos vivendo no nosso país, quando a gente percebe os jogos de poderes que são feitos e como o povo fica impotente diante disso...Enfim, o capítulo está lindo e emocionante. Sinto que vc está evoluindo muito na sua escrita Jubs!Beeijos:* 

    2016-05-02
  • MionGinnyLuna

    HEEEY QUE PERFEITO AI MEU JESSUSS COMO FAZ PRA VIVER DPS DISSO?Sabe o que eu semrpe me perguntei? Será q a ligação das varinhas só serve pra mostrar os feitiços importantes? Pq tipo, O Voldy explodiu umas caixas dps de matar O James e antes da Lily, ma sisso não apareceu quando as coisas "voltaram como ecos". Tadinho do Cedric. HARRY MEU AMOR SEJA FORTE! TT^TT 

    2016-05-01
  • cah silva

    Oi Juh! Estou eu aqui comentando pela primeira vez de muitas, a partir de agora sempre que puder vou comentar rsrs você não tem noção do quanto eu estava ansiosa por esse capítulo. Desde que você falou no grupo que iria postar, toda hora eu atualizava o FeB esperando o capítulo haha isso é maldade já sou uma pessoa ansiosa por natureza, vou viver a vida com os nervos a flor da pele agora rsrsrs esse capítulo está realmente incrível, eu sempre me perguntava como é possível uma pessoa ser tão cega assim pelo poder como o Fudge é, até que eu convivi com uma pessoa que mudou totalmente por esse motivo. Como o Snape disse, ele não é burro, só está apegado demais ao poder.... Uma coisa no capítulo que eu prestei atenção foi o Tiago falando que o Severo deve estar mesmo do lado certo, e o Dumbledore mandando o Sirius e o Snape apertarem as mão, caramba eu sempre fico imaginando a cara dos dois de raiva haha bom tem uma coisa que eu prestei atenção esses dias que eu reli todos os livros (esperado capítulo novo) foi que em algumas partes em que é mencionado sobre o Snape, e a segunda chance dele, o Harry fica encarando o Snape com atenção, eu fico me perguntando se durante os intervalos das leituras ele vai querer, não sei sabe, conversar com o Harry, pedir explicação porque ele quis que ele lesse os livros também, sabe, é bobagem eu sei mais é uma coisa que eu sempre penso... Ansiosa pelo próximo livro, OdF é o meu livro favorito (e o que eu mais choro) ansiosa pelas reações de todos em relação as "explosões" do Harry porque sabemos que nesse livro ele é bem explosivo mesmo rsrs já estou ansiosa pelo próximo capítulo, e que não demore muito porque sabe ansiedade pode fazer atacar a minha gastrite rsrsrs brincadeira, mas espero que não demore muito a postar o próximo. Beijo e parabéns pela fanfic maravilhosa e desculpa pelo comentário enorme e sem graça (não sou muito bom com as palavras) ;)

    2016-05-01
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