A marca negra



– A marca negra

– Nada bom. – Lily murmurou nervosa encaixando a cabeça no ombro de Tiago e entrelaçando o braço com o dele – Não gostei nada do nome desse capítulo.

– Só espero que não aconteça nada com vocês… – Alice concordou nervosa.
– Como pode? – Tiago perguntou irritado – Quando fomos dormir ontem tínhamos acabado de ler um capítulo ótimo sobre quadribol… Como isso aconteceu?
– Acho que só vamos saber lendo. – Remo suspirou resignado fazendo sinal para Harry começar o capítulo.

— Não conte à sua mãe que andaram apostando — implorou o Sr. Weasley a Fred e Jorge, quando juntos desciam, lentamente, as escadas forradas com carpete púrpura.
— Não se preocupe, papai — disse Fred feliz — temos grandes planos para esse dinheiro, não queremos que ele seja confiscado.
Por um instante, pareceu que o Sr. Weasley ia perguntar que planos eram aqueles, mas em seguida, pensando melhor, decidiu que não queria saber.

– Espero que eles invistam esse dinheiro nos produtos deles. – Sirius disse tentando quebrar um pouco a ansiedade da sala.

– Eles são espertos, – Tiago concordou – se esse é o sonho deles, eles vão fazer de tudo para realizar.

Logo eles foram engolfados pela multidão que saía do estádio e regressava aos acampamentos. O ar da noite trazia aos seus ouvidos cantorias desafinadas quando retomavam o caminho iluminado por lanternas, os Leprechauns continuavam a sobrevoar a área em alta velocidade, rindo, tagarelando, sacudindo as lanternas. Quando os garotos chegaram finalmente às barracas, ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, o Sr. Weasley concordou que podiam tomar, uma última xícara de chocolate, antes de se deitar.
Logo estavam discutindo prazerosamente a partida, o Sr. Weasley se deixou envolver por Carlinhos em uma polêmica sobre jogo bruto, e somente quando Gina caiu no sono em cima da mesinha e derramou chocolate quente pelo chão que o pai deu um basta nas retrospectivas verbais e insistiu que todos fossem se deitar. Hermione e Gina se transferiram para a barraca vizinha e Harry e os Weasley vestiram os pijamas e subiram nos beliches.
Do outro lado do acampamento eles ainda ouviam muita cantoria e uma batida que ecoava estranhamente.
— Ah, fico feliz de não estar de serviço — murmurou o Sr. Weasley cheio de sono. — Eu não iria gostar nem um pouco de ter que dizer aos irlandeses que eles precisam parar de comemorar.

– Eles não vão parar de comemorar tão cedo. – Tiago disse ligeiramente nervoso – Eu não pararia…


Harry, que ocupava a cama superior do beliche de Rony, ficou olhando para o teto de lona da barraca, observando o brilho ocasional das lanternas dos Leprechauns que sobrevoavam o acampamento e visualizando alguns dos lances mais espetaculares de Krum. Estava doido para tornar a montar sua Firebolt e experimentar a Finta de Wronski... Por alguma razão Olívio Wood jamais conseguira transmitir como era aquele lance com os seus diagramas complicados...
Harry se viu usando vestes com seu nome nas costas e imaginou a sensação de ouvir uma multidão de cem mil pessoas berrando, enquanto a voz de Ludo Bagman ecoava pelo estádio "Com vocês... Potter!”

– Seria incrível! – Tiago disse emocionado, parte de si pensando em seu filho entrando em campo, parte pensando em si mesmo sob os holofotes do estádio, as duas imagens se misturando em sua cabeça – Seria incrível…


Harry jamais chegou a saber se adormecera ou não — seus devaneios de voar como Krum talvez tivessem se transformado em sonhos de verdade —, só sabia que, de repente ouviu o Sr. Weasley gritar.
— Levantem! Rony, Harry, vamos logo, levantem, é urgente!

– Ah, não! – Lily gemeu e escondeu o rosto no ombro de Tiago – Por que nada pode simplesmente dar certo?


Harry se sentou depressa e seu cocuruto bateu na lona do teto.
— Que foi? — perguntou.
Vagamente ele percebeu que alguma coisa não estava bem. O barulho no acampamento tinha mudado. A cantoria parara. Ele ouvia gritos e um tropel de gente correndo.
Harry desceu do beliche e apanhou suas roupas, mas o Sr. Weasley, que vestira a jeans por cima do pijama, falou:
— Não temos tempo, Harry, apanhe uma jaqueta e saia, depressa!
Harry obedeceu e saiu correndo da barraca, com Rony nos seus calcanhares. À luz das poucas fogueiras que ainda ardiam, viu gente correndo para a floresta, fugindo de alguma coisa que avançava pelo acampamento em sua direção, alguma coisa que emitia estranhos lampejos e ruídos que lembravam tiros. Caçoadas em voz alta, risadas e berros de bêbedos se aproximavam, depois uma forte explosão de luz verde, que iluminou a cena.
Um grupo compacto de bruxos, que se moviam ao mesmo tempo e apontavam as varinhas para o alto, vinha marchando pelo acampamento. Harry apertou os olhos para enxergá-los... Não pareciam ter rostos... Então ele percebeu que tinham as cabeças encapuzadas e os rostos mascarados. No alto, pairando sobre eles no ar, quatro figuras se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas. Era como se os bruxos mascarados no chão fossem titereiros e as pessoas no alto, marionetes movidas por cordões invisíveis que subiam das varinhas erguidas. Duas das figuras eram muito pequenas.

– São t-trouxas... – Lily gemeu – Estão torturando trouxas...

– São comensais da morte. – Sirius afirmou abalado – Devem estar agindo a mando de Voldemort... Provavelmente para amedrontar a todos... Colocar todos de volta em pânico, sem poder confiar em ninguém...
– Acho que não. – Remo disse pensativo – Não combina com o que lemos no primeiro capítulo desse livro... O plano dele parecia secreto, ele dependia de uma pessoa em Hogwarts para tudo dar certo, dar as caras tão cedo só atrapalharia o plano dele.
– Então por que eles estão fazendo isso? – Alice perguntou com a voz tremendo – Por que estão causando pânico no meio da copa mundial?
– Porque estão bêbados. – Tiago suspirou passando a mão pelos cabelos de Lily para mantê-la calma – Porque essa é a ideia torpe que eles tem de diversão... Porque não sabem que o mestre deles está vivo... E não tem ideia de que ele precisa ficar na surdina para por as mãos em Harry...
– Se forem mesmo os comensais da morte... – Frank disse virando-se para Hermione – Esse é o lugar mais perigoso para você estar no mundo...

Mais bruxos foram se reunindo ao grupo que marchava, riam e apontavam para os corpos no ar. Barracas se fechavam e desabavam à medida que a multidão engrossava. Uma ou duas vezes Harry viu um bruxo explodir uma barraca com a varinha para desimpedir o caminho. Outras tantas pegaram fogo. A gritaria foi se avolumando.
As pessoas no ar foram repentinamente iluminadas ao passarem sobre uma barraca em chamas, e Harry reconheceu uma delas — o Sr. Roberts, o gerente do acampamento. As outras três, pelo jeito, deviam ser sua mulher e seus filhos. Um dos arruaceiros virou a Sra. Roberts de cabeça para baixo com a varinha, a camisola dela caiu deixando à mostra suas enormes calças ela tentava se cobrir enquanto a multidão embaixo dava guinchos e vaias de alegria.
— Que coisa doentia — murmurou Rony, observando a menor das crianças trouxas, que começara a rodopiar feito um pião, quase vinte metros acima do chão, a cabeça sacudindo molemente de um lado para outro. — Que coisa realmente doentia...

– Por que o ministério não faz alguma coisa? – Lily gritou nervosa – Por que estão deixando eles torturarem criancinhas trouxas?

– Eu não acho que eles possam fazer muita coisa. – Tiago disse com um suspiro pesaroso – Devem ter medo de chegar perto demais e algo ainda pior acontecer com os trouxas.
– E a maioria das pessoas do ministério, como o meu pai, não são treinadas para lidar com bruxos das trevas... – Gina gemeu com a lembrança daquele dia – Mas mesmo assim, eles fizeram tudo o que podiam.

Hermione e Gina vieram correndo ao encontro dos garotos, vestindo casacos por cima das camisolas, seguidas de perto pelo Sr. Weasley. No mesmo momento, Gui, Carlinhos e Percy saíram da barraca dos garotos inteiramente vestidos, com as mangas enroladas e as varinhas em punho.
— Vamos ajudar o pessoal do Ministério — gritou o Sr. Weasley para ser ouvido com aquele barulho, enrolando as próprias mangas. — Vocês... Vão para a floresta e fiquem juntos. Irei apanhá-los quando resolvermos este problema aqui!
Gui, Carlinhos e Percy já estavam correndo em direção aos baderneiros que se aproximavam; o Sr. Weasley saiu depressa atrás dos filhos. Bruxos do Ministério convergiam de todas as direções para o foco do problema. A multidão sob a família Roberts se aproximava sempre mais.
— Anda — disse Fred, agarrando a mão de Gina e começando a puxá-la para a floresta. Harry, Rony, Hermione e Jorge os acompanharam. Todos olharam para trás ao alcançarem as árvores. Os manifestantes sob a família Roberts eram mais numerosos que nunca, os garotos viram os bruxos do Ministério tentando chegar aos bruxos encapuzados no centro, mas encontravam grande dificuldade.
Aparentemente estavam com medo de executar algum feitiço que pudesse fazer a família Roberts despencar.

– Não há muito que eles possam fazer sem machucar os trouxas. – Sirius disse receoso – E se os comensais se sentirem realmente ameaçados eles podem simplesmente aparatar e isso faria os Roberts caírem...

– Como eles podem fazer isso com crianças? – Lily murmurou chorosa – C-como?
– É o que o Rony disse. – Remo respondeu mortificado – Eles são doentes... Eles se acham melhores que os outros só por que tem sangue-puro... Só espero que o ministério consiga capturar alguns deles...
– Eu duvido muito. – Sirius bufou – Eles não tem nenhum tipo de consciência. Eles não se importariam em jogar os Roberts no chão e sumirem se sentirem que correm algum risco.
– Comensais da morte são monstros. – Lily gemeu escondendo o rosto no ombro de Tiago chorosa.
Snape baixou os olhos, evitando ao máximo olhar para Lily, ele não achava que ela sabia sobre seus planos para o próximo ano, mas o modo como ela falou o deixou abatido, era isso que ela pensava do que ele queria fazer no futuro, e de repente, ser um simples professor, não lhe pareceu uma opção tão ruim.

As lanternas coloridas que antes iluminavam o caminho para o estádio tinham sido apagadas. Vultos escuros andavam perdidos entre as árvores; crianças choravam, ecoavam gritos ansiosos e vozes cheias de pânico por todo o lado no ar frio da noite.
Harry se sentiu empurrado para cá e para lá por pessoas cujos rostos ele não conseguia distinguir. Eles ouviram Rony dar um berro de dor.
— Que aconteceu? — perguntou Hermione ansiosa, parando tão abruptamente que Harry quase deu um encontrão nela. — Rony, onde é que você está? Ah, mas que burrice... Lumus!
Ela iluminou a varinha e apontou o fino feixe de luz para o caminho. Rony estava esparramado no chão.
— Tropecei numa raiz de árvore — disse ele aborrecido, pondo-se de pé.
— Ora, com pés desse tamanho, é difícil não tropeçar — disse uma voz arrastada às costas deles.
Harry, Rony e Hermione se viraram rapidamente. Draco Malfoy estava parado sozinho perto deles, encostado a uma árvore, numa atitude de total descontração.

– Não poderiam encontrá-lo em momento pior. – Neville bufou – É claro que ele está lá parado, sem medo algum... Ele não precisa ter medo, ele faz parte de tudo isso.

– O pai dele deve estar lá com a varinha em punho torturando criancinhas... – Sirius concordou enfático – Mas não confunda o que os comensais da morte estão fazendo com coragem, nenhum deles é corajoso, nenhum deles faria o mesmo sem cobrir o rosto.
– E a sua prima não é uma daquelas pessoas? – Alice perguntou.
– Uma das minhas primas pode ser uma daquelas pessoas... Mas não Narcisa. – Sirius respondeu categórico.
– Por que? – Lily perguntou irritada – Você acha que sua prima é incapaz de fazer isso?
– Não acho que ela seja incapaz, – Sirius disse com um meio sorriso mórbido – sei que ela prefere não sujar as mãos. É exatamente como quando eramos crianças... Todas as minhas primas são um bocado mais velhas do que eu, mas me lembro de como Narcisa tinha pavor de ratos, mas ela nunca fez nada contra os ratos, ela fazia Bellatrix se livrar dos ratos para ela, Bellatrix fazia isso, com mais prazer do que vocês podem imaginar. Bellatrix é sádica, Narcisa prefere que as pessoas sujem as mãos por ela.
– Então por que ela não está ali com o filho? – Frank perguntou.
– Porque ela provavelmente prefere ficar na barraca deles tomando uma boa xícara de chá. – Sirius deu de ombros – Lucio provavelmente mandou o filho assistir isso...
– Isso é doentio. – Neville disse ecoando as palavras de Rony.

De braços cruzados, parecia ter estado a contemplar a cena no acampamento por uma abertura entre as árvores. Rony disse a Malfoy que fosse fazer uma coisa que Harry sabia que o amigo jamais teria se atrevido a dizer na frente da Sra. Weasley.
— Olha a boca suja, Weasley — disse Malfoy, seus olhos claros reluzindo. — Não é melhor você se apressar? Não quer que descubram sua amiga, não é?

– Isso definitivamente foi uma ameaça. – Remo encarou Hermione receoso – Mas ele tem razão, você e Harry não estão nada seguros parados tão perto do acampamento...


Ele indicou Hermione com a cabeça e, neste instante, ouviu-se no acampamento uma explosão como a de uma bomba, e um relâmpago verde iluminou momentaneamente as árvores à volta deles.
— Que é que você quer dizer com isso? — perguntou Hermione em tom de desafio.
— Granger, eles estão caçando trouxas — disse Malfoy. — Você vai querer mostrar suas calcinhas no ar? Porque se quiser, fique por aqui mesmo... Eles estão vindo nessa direção, e todos vamos dar boas gargalhadas.
— Hermione é bruxa — rosnou Harry.
— Faça como quiser Potter — disse Malfoy sorrindo maliciosamente. — Se você acha que eles não são capazes de identificar um “Sangue Ruim”, fique onde está.

– Eles não são. – Sirius disse categórico – Eles não tem como saber se uma pessoa é puro-sangue ou não só de olhar para a pessoa... Mas mesmo assim Hermione está em risco... Malfoy sabe da sua linhagem.


— Você é que devia olhar sua boca suja! — gritou Rony. Todos os presentes sabiam que "Sangue Ruim" era uma palavra muito ofensiva a uma bruxa ou bruxo de pais trouxas.
— Deixa para lá, Rony — disse Hermione depressa, agarrando o amigo pelo braço para contê-lo, quando ele fez menção de avançar em Malfoy.
Ouviu-se um estampido do outro lado das árvores mais alto do que qualquer dos anteriores. Várias pessoas que estavam próximas gritaram. Malfoy deu um risinho abafado.
— Eles se assustam à toa, não é? — disse com a fala mole. — Imagino que papai disse a vocês para se esconderem? Que é que ele está fazendo, tentando salvar os trouxas?
— Onde estão os seus pais? — perguntou Harry, a raiva crescendo. — Lá no acampamento usando máscaras, é isso?
Malfoy virou o rosto para Harry, ainda sorrindo.
— Ora... Se eles estivessem, eu não iria dizer a você, não é mesmo, Potter?

– Pelo visto Lucio treinou o filho muito bem. – Remo suspirou resignado.

– Treinou? – Alice perguntou confusa – O que quer dizer com isso?
– Todos são inocentes até que se prove o contrário... – Sirius recitou – E nunca produza provas contra si mesmo... – ele completou – Meu pai sempre disse que os Malfoy já estiveram envolvidos em inúmeros escandalos ao longo dos séculos, mas eles nunca foram pegos, nem ao menos um deles, porque eles são treinados desde a infância, para nunca dar respostas diretas que possam incriminá-los.

— Ah, anda gente, — disse Hermione, com um olhar de repugnância para Malfoy — vamos procurar os outros.
— Fique com essa cabeçorra lanzuda abaixada, Granger — caçoou Malfoy.
— Anda gente — repetiu Hermione, e puxou Harry e Rony de volta ao caminho.
— Aposto qualquer coisa como o pai dele é um dos mascarados! — disse Rony indignado.
— Bem, com um pouco de sorte, o Ministério vai agarrá-lo! — disse Hermione com veemência. — Ah, não dá para acreditar, onde foi que os outros se meteram?
Fred, Jorge e Gina não estavam em nenhum lugar à vista, embora o caminho estivesse apinhado de pessoas, todas espiando nervosamente a confusão no acampamento, por cima dos ombros.

– Nós demoramos algum tempo para perceber que vocês não estavam conosco. – Gina disse – Fred ficou apavorado quando percebeu que tinhamos nos perdido de vocês... Ele queria voltar e procurar vocês, mas Jorge disse que não era seguro voltarmos e que tinha certeza de que vocês ficariam bem... Foi uma das poucas vezes que vi eles discordarem.


Um grupo de adolescentes de pijamas discutia em altos brados um pouco adiante no caminho. Quando viram Harry, Rony e Hermione, uma garota de cabelos espessos e crespos se virou e disse depressa:
— Ou est Madame Maxime? Nous l’avons perdue...

– Francês. – Alice disse categórica – Devem ser alunos de Beauxbatons.

– Devem ter confundido vocês com outras pessoas. – Frank disse.

— Hum... Quê? — perguntou Rony.
— Ah... — A menina que falara deu as costas para ele, e quando os garotos continuaram andando ouviram-na dizer claramente: — Hogwarts.
— Beauxbatons — murmurou Hermione.
— Como disse? — falou Harry.
— Devem estudar na Beauxbatons — esclareceu Hermione. — Você sabe... Academia de Magia Beauxbatons... Li sobre ela em Uma Avaliação da Educação em Magia na Europa.
— Ah... Sei... Certo — disse Harry.
— Fred e Jorge não podem ter ido tão longe assim — comentou Rony puxando a varinha do bolso, acendendo-a como fizera Hermione e esquadrinhando o caminho. Harry enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta à procura da própria varinha, mas não estava lá. A única coisa que encontrou foi o seu onióculo.

– O que? – Tiago gritou assustado – Você não pode estar sem a sua varinha logo agora! No meio de uma crise desse tamanho, você não pode estar sem defesas!


— Ah, não, eu não acredito... Perdi a minha varinha!
— Está brincando!
Rony e Hermione ergueram bem as varinhas para projetar seus finos raios de luz mais à frente no caminho; Harry olhou para todo lado, mas a varinha não estava visível em lugar algum.
— Talvez tenha ficado na barraca — disse Rony.
— Talvez tenha caído do seu bolso quando você estava correndo? — sugeriu Hermione ansiosa.
— É — falou Harry —, talvez...
Em geral ele a carregava o tempo todo quando estava no mundo dos bruxos, e vendo-se sem a varinha no meio de uma confusão daquelas sentiu-se extremamente vulnerável. Um rumorejar fez os três se sobressaltarem. Winky, a elfo doméstica, estava tentando sair de uma moita de arbustos ali perto. Movia-se de um jeito esquisitíssimo, com visível dificuldade; era como se alguém invisível estivesse tentando segurá-la.
— Tem bruxos malvados aqui! — guinchou ela nervosa, ao se curvar para frente e se esforçar para correr. — Gente voando... Lá no alto! Winky está saindo do caminho!
E desapareceu entre as árvores do outro lado da via, ofegando e guinchando enquanto lutava com a força que a retinha.

– Que coisa estranha... – Remo disse franzindo a testa.


— Que é que há com ela? — perguntou Rony, acompanhando-a com o olhar, curioso. — Por que ela não consegue correr direito?
— Aposto como não pediu permissão para se esconder — disse Harry. Estava se lembrando de Dobby: todas as vezes que tentava fazer alguma coisa que os Malfoy não gostariam, era forçado a bater em si mesmo.

– Não sei... – Tiago hesitou – Não me parece isso... Se ela não tivesse pedido permissão para se esconder ela se esconderia e se puniria depois, se o dono dela tivesse mandado ela ficar na barraca e não sair de lá, ela não conseguiria sair de lá, então não estaria se arrastando pela floresta... Isso não faz nenhum sentido.


— Sabem, os elfos domésticos têm uma vida duríssima! — disse Hermione indignada. — É escravidão, isso é que é! Aquele Sr. Crouch fez Winky subir até o topo do estádio, e ela estava aterrorizada, e a enfeitiçou dessa maneira para que nem possa correr quando eles começam a pisotear barracas! Por que ninguém faz nada para acabar com uma situação dessas?

– Eu entendo perfeitamente o que você quer dizer. – Tiago disse categórico – E concordo com você na maior parte do tempo. Mas a maioria dos elfos-domésticos prefere viver dessa maneira, você viu como Winky falou de Dobby só por ele estar cobrando um salário, ela acha a ideia de cobrar pelos serviços completamente humilhante... E a maioria dos elfos pensa a mesma coisa...

– Acho uma questão muito honrada. – Lily levantou a cabeça – Mas vocês poderiam por favor continuar ela depois que nós soubermos o que vai acontecer?
– Desculpa. – Tiago murmurou.
– Mas Hermione tem razão. – Remo disse pensativo antes que Harry tivesse oportunidade de continuar a leitura – Por que ele mandaria Winky para o camarote e nem ao menos apareceria para assistir o jogo? Isso é tudo muito estranho.

— Ué, os elfos são felizes, não são? — admirou-se Rony. — Você ouviu a Winky durante a partida... "Elfos domésticos não devem se divertir...” é disso que ela gosta, que mandem nela...
— É gente como você, Rony — começou Hermione com veemência —, que sustenta sistemas podres e injustos, só porque são preguiçosos demais para...
Um novo estrondo ecoou na orla da floresta.
— Vamos continuar andando, vamos? — disse Rony, e Harry o viu olhar irritado para Hermione.
Talvez fosse verdade o que Malfoy dissera; talvez Hermione estivesse em maior perigo do que eles. Recomeçaram a andar, Harry ainda revistando os bolsos, embora soubesse que a varinha não estava ali.
Os garotos seguiram o caminho que se aprofundava na floresta, atentos para avistarem Fred, Jorge e Gina. Passaram por um grupo de duendes que davam gargalhadas à vista de um saco de ouro que, sem dúvida, deviam ter ganho apostando na partida, e que pareciam imperturbáveis diante da confusão no acampamento. Mais adiante, depararam com um trecho iluminado por uma luz prateada e, quando espiaram entre as árvores, viram três Veela altas e belas paradas em uma clareira e cercadas por um bando de jovens bruxos barulhentos, todos falando em altos brados.

– Saiam dai o mais rápido possível, esse definitivamente não é um bom momento para ser enfeitiçado por Veela! – Remo disse preocupado – Elas poderiam fazer vocês irem em direção ao perigo apenas para provarem que são corajosos!


— Ganho uns cem sacos de galeões por ano — gritava um. — Mato dragões para a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas.
— Mata nada, — berrou seu amigo — você lava pratos no Caldeirão Furado... Mas eu sou caçador de vampiros, já matei uns noventa até agora...
Um terceiro bruxo, cujas espinhas eram visíveis até à luz fraca e prateada das Veela, entrou nesse instante na conversa:
— Eu estou às vésperas de me tornar o Ministro da Magia mais novo de todos os tempos.
Harry deu risadinhas abafadas. Reconheceu o bruxo espinhento; o nome dele era Stanislau Shunpike, e era, na realidade, condutor do Nôitibus Andante.
Ele se virou para dizer isso a Rony, mas o rosto do amigo se afrouxara estranhamente e no segundo seguinte Rony estava gritando:
— Eu já disse a vocês que inventei uma vassoura que pode chegar a Júpiter?

Rony baixou os olhos completamente constrangido.

– Não se preocupe, – Remo disse compreensivo – poderia acontecer com qualquer um de nós.

— Francamente! — tornou a exclamar Hermione, e ela e Harry agarraram Rony pelos braços com firmeza, viraram-no e saíram andando com ele. Quando a algazarra das Veela com seus admiradores se tornou completamente inaudível, os três já estavam no coração da floresta. Pareciam estar sozinhos agora, tudo estava muito mais quieto. Harry espiou para os lados.
— Acho que podemos esperar aqui, sabe, dá para ouvir uma pessoa chegando a mais de um quilômetro.
Nem bem ele dissera essas palavras, Ludo Bagman saiu de trás de uma árvore um pouco adiante. Mesmo à luz fraca das duas varinhas, Harry viu que uma grande mudança se operara em Bagman. Ele já não parecia displicente e rosado; não havia mais elasticidade em seu andar. Parecia muito pálido e cansado.
— Quem está aí? — perguntou o bruxo, piscando os olhos, tentando distinguir os rostos dos garotos. — Que é que vocês estão fazendo aqui sozinhos?
Eles se entreolharam surpresos.
— Bem... Está acontecendo um tumulto — disse Rony.
Bagman arregalou os olhos para ele.
— Quê?
— No acampamento... Umas pessoas agarraram uma família de trouxas...
Bagman praguejou em voz alta.
— Desgraçados! — Ele pareceu ficar muito perturbado e, sem dizer mais nada, desaparatou com um pequeno estalo.

– Que coisa estranha! – Sirius disse estreitando os olhos para o livro – O que Bagman estaria fazendo no meio da floresta no meio da noite se ele não sabia do ataque no acampamento?

– Não tenho nem ideia... – Tiago disse pensativo – Talvez estivesse se escondendo de alguém? Mesmo assim, não faz muito sentido...

— Não anda muito bem informado o Sr. Bagman, não é? — comentou Hermione franzindo a testa.
— Mas ele foi um grande batedor — disse Rony e, adiantando-se aos amigos, rumou para uma pequena clareira e se sentou em um trecho de grama seca ao pé de uma árvore. — Os Wimbourne Wasps foram campeões três vezes seguidas quando ele fazia parte do time.
Tirou, então, a pequena estátua de Krum do bolso, colocou-a no chão e ficou por instantes observando-a andar. Igualzinho ao Krum verdadeiro, o modelo andava com os pés para fora e tinha os ombros caídos, bem menos impressionante andando feito pato do que montado na vassoura. Harry escutou com atenção se vinha algum barulho do acampamento. Tudo parecia silencioso; talvez o tumulto tivesse acabado.
— Espero que os outros estejam bem — disse Hermione depois de algum tempo.
— Estão — disse Rony;
— Imagine se o seu pai apanhar o Lúcio Malfoy — disse Harry sentando-se ao lado de Rony para observar a estatueta de Krum andando por cima das folhas secas. — Ele vive dizendo que gostaria de ter alguma coisa contra o Malfoy.
— Isso ia apagar aquele risinho na cara do nosso amigo Draco, ah, ia — disse Rony.

– Se tem alguém que realmente merecia pegar o Malfoy, é o seu pai. – Sirius disse com um meio sorriso para Gina e Rony.


— Mas, e os coitados daqueles trouxas — lamentou Hermione nervosa. — E se não conseguirem trazer eles de volta ao chão?
— Vão conseguir, — Rony tranqüilizou a amiga — vão arranjar um jeito.
— Mas é uma loucura fazer uma coisa daquelas com o Ministério da Magia em peso aqui hoje! Quero dizer, como é que eles esperam se safar? Vocês acham que eles andaram bebendo ou só...
Mas Hermione parou de falar abruptamente e espiou por cima do ombro.
Harry e Rony também se viraram depressa. Parecia que alguém estava cambaleando em direção à clareira em que se encontravam. Eles esperaram, prestando atenção ao ruído dos passos desiguais por trás das árvores escuras.
Mas os passos pararam repentinamente.
— Alôô? — chamou Harry.
Silêncio. Harry se levantou e espiou atrás da árvore. Estava escuro para ver muito longe, mas ele sentia que havia alguém logo além do seu campo de visão.
— Quem está aí? — perguntou.
E então, sem aviso, o silêncio foi rompido por uma voz diferente de todas que tinham ouvido antes; e ela não soltou um grito, mas algo que lembrava um feitiço.
— MORSMORDRE!
E uma coisa enorme, verde e brilhante, irrompeu do lugar escuro que os olhos de Harry se esforçaram para penetrar e voou para o topo das árvores e para o céu.
— Quem...? — exclamou Rony, ficando em pé de um salto e arregalando os olhos para a coisa que aparecera.
Por uma fração de segundo, Harry pensou que fosse outra formação de duendes irlandeses. Depois percebeu que era um crânio colossal, aparentemente composto por estrelas de esmeralda e uma cobra saindo da boca como uma língua. Enquanto olhavam, o crânio foi subindo cada vez mais alto, envolto em uma névoa de fumaça esverdeada, recortando-se contra o céu noturno como uma nova constelação.

– Saiam dai! – Lily exclamou nervosa – Fujam dai! Rápido! Não saiam procurando quem conjurou isso...


De repente, toda a floresta ao redor deles explodiu em gritos. Harry não entendeu o motivo, mas o único possível era a súbita aparição do crânio, que agora estava alto o suficiente para iluminar toda a floresta, como um letreiro macabro de néon.
Ele esquadrinhou a escuridão à procura da pessoa que conjurara o crânio, mas não conseguiu ver ninguém.
— Quem está aí? — chamou ele mais uma vez.
— Harry, vamos, anda! — Hermione agarrou-o pelas costas da jaqueta e o puxou para trás.
— Que foi? — perguntou Harry, espantado de ver a cara da amiga tão branca e aterrorizada.
— É a Marca Negra, Harry! — gemeu Hermione, puxando-o com toda a força que podia. — O sinal do Você-Sabe-Quem!
— Do Voldemort...?
— Harry, anda logo!
Harry se virou — Rony estava recolhendo depressa a miniatura de Krum —, os três começaram a atravessar a clareira, mas antes que conseguissem dar mais de cem passos, uma série de estalos anunciaram a chegada de vinte bruxos, saídos do nada, a toda volta.
Harry se virou e numa fração de segundo registrou um fato: cada um dos bruxos puxara a varinha, e cada varinha estava apontada para ele, Rony e Hermione. Sem parar para pensar, berrou:
— ABAIXA! — Ele agarrou os dois amigos e puxou-os para o chão.
— ESTUPEFAÇA! — berraram vinte vozes desencadeando uma série de lampejos, e Harry sentiu seus cabelos ondularem como se um vento poderoso tivesse varrido a clareira. Ao erguer a cabeça um centímetro, ele viu jorros de luz flamejante saírem das varinhas dos bruxos e sobrevoarem seus corpos, entrecruzando-se, ricocheteando nos troncos das árvores, saltando para a escuridão...

– É o ministério. – Tiago disse batendo o pé no chão nervosamente – Devem achar que vocês conjuraram a marca negra... Devem pensar que são comensais e que estão agindo em conjunto com os que estão torturando os trouxas.

– Isso não é bom... – Remo murmurou – Isso não é nada bom.

— Parem! — berrou uma voz que ele reconheceu. — PAREM! É o meu filho!
Os cabelos de Harry pararam de voar para todos os lados. Ele levantou a cabeça mais um pouquinho. O bruxo diante dele baixara a varinha. O garoto rolou o corpo e viu o Sr. Weasley vindo em direção ao ajuntamento, com uma expressão aterrorizada no rosto.
— Rony, Harry... — sua voz tremia —... Hermione, vocês estão bem?
— Saia do caminho, Arthur — disse uma voz fria e ríspida.
Era o Sr. Crouch. Ele e os outros bruxos do Ministério fechavam o cerco em torno dos garotos. Harry levantou-se para encará-los. O rosto do Sr. Crouch estava tenso de cólera.
— Qual de vocês fez aquilo? — perguntou aborrecido, seus olhos penetrantes indo de um garoto para o outro. — Qual de vocês conjurou a Marca Negra?

– Como ele pode pensar que um de vocês fez isso? – Lily disse encarando o livro apavorada – Será que ele não sabe que vocês eram apenas crianças...

– Pior que isso! – Sirius disse nervoso – Será que ele não sabe quem o Harry é? É um ultraje pensar que o Harry conjuraria essa coisa nojenta depois do que Voldemort fez com vocês!

— Nós não conjuramos aquilo! — respondeu Harry apontando o crânio.
— Nós não conjuramos nada! — disse Rony, que esfregava o cotovelo e olhava cheio de indignação para o pai. — Por que vocês nos atacaram?
— Não minta, senhor! — gritou o Sr. Crouch. Sua varinha continuava apontada diretamente para Rony, e seus olhos saltavam das órbitas, parecia um tanto maluco. — Vocês foram encontrados na cena do crime!
— Bartô — murmurou uma bruxa trajando um longo penhoar de lã —, eles são meninos, Bartô, nunca teriam capacidade para...
— De onde saiu a Marca? Respondam vocês três — mandou o Sr. Weasley depressa.
— Dali, — respondeu Hermione trêmula, apontando para o ponto em que tinham ouvido a voz — havia alguém atrás das árvores... Gritou umas palavras, uma fórmula mágica...
— Ah, havia gente parada ali, é mesmo? — disse o Sr. Crouch, virando seus olhos saltados para Hermione, a incredulidade estampada por todo o rosto. — Disseram uma fórmula mágica, não foi? A senhorita parece muIto bem informada sobre as palavras que conjuram a Marca, senhorita...

– Sempre pensei que Bartô Crouch fosse um bruxo competente, que poderia chegar a ministro da magia... – Frank disse completamente espantado – Não sabia que ele era um louco psicótico!

– Espero que os outros escutem Arthur. – Alice disse temerosa – Ninguém pode acreditar nele...
– Não acho que vão. – Sirius disse – Ele está obviamente transtornado, ninguém vai levar ele a sério, ainda mais com a história de Harry.

Mas nenhum dos bruxos do Ministério, exceto o Sr. Crouch, achou nem remotamente provável que Harry, Rony e Hermione tivessem conjurado o crânio, muito ao contrário, ao ouvirem as palavras de Hermione voltaram a erguer e apontar as varinhas na direção que ela indicara, procurando ver entre as árvores escuras.
— Tarde demais — disse a bruxa de penhoar de lã, sacudindo a cabeça. — Já devem ter desaparatado.
— Acho que não — disse um bruxo com uma barba curta e castanha. Era Amos Diggory, o pai de Cedrico. — Os nossos raios passaram direto por aquelas árvores... Há uma boa chance de os termos atingido...
— Amos, cuidado! — disseram alguns bruxos em tom de alerta, quando o Sr. Diggory aprumou os ombros, ergueu a varinha, atravessou a clareira e desapareceu na escuridão. Hermione observou-o sumir, levando as mãos à boca.
Alguns segundos depois, eles ouviram o Sr. Diggory gritar.
— Acertamos, sim! Tem alguém aqui! Inconsciente! É... Mas... Caramba...
— Você pegou alguém? — gritou o Sr. Crouch, parecendo muitíssimo incrédulo. — Quem? Quem é?

– Pelo menos assim ele vai parar de atacar vocês... – Lily disse com a voz ainda tremula – Eu espero...

– Só quero saber quem foi... – Tiago disse ansioso – Quem quer que seja poderia estar realmente trabalhando para Voldemort...
– Ou poderia estar com os torturadores do acampamento... – Remo disse – Não tem como sabermos.

Eles ouviram gravetos se partirem, folhas farfalharem e, por fim, passos quando o Sr. Diggory reapareceu por trás das árvores. Trazia uma figura minúscula e inerte nos braços. Harry reconheceu a toalha de chá na mesma hora.
Era Winky.
O Sr. Crouch não se mexeu nem falou enquanto o Sr. Diggory depositava o elfo do Sr. Crouch no chão aos seus pés. Todos os bruxos do Ministério se viraram para o Sr. Crouch. Durante alguns segundos o bruxo permaneceu paralisado, os olhos ardendo no rosto branco, olhando para Winky. Então, ela pareceu voltar à vida.
— Isto... Não pode... Ser — disse ele aos arrancos. — Não...
Contornou rápido o Sr. Diggory e saiu em direção ao lugar em que o bruxo encontrara Winky.
— Não adianta, Sr. Crouch — gritou Diggory para ele. — Não há mais ninguém aí.
Mas o Sr. Crouch não parecia disposto a aceitar sua palavra. Eles o ouviram andar por todo o lado, as folhas rumorejarem ao serem afastadas para os lados, na busca.
— Meio embaraçoso — disse o Sr. Diggory sombriamente, contemplando o corpo inconsciente de Winky. — O elfo doméstico de Bartô Crouch... Quero dizer...
— Pode parar, Amos — disse o Sr. Weasley baixinho. — Você não acredita seriamente que foi o elfo? A Marca Negra é um sinal de bruxo. Exige uma varinha.
— É, — disse o Sr. Diggory — e havia uma varinha.

– Uma varinha? – Sirius perguntou espantado – Mas elfos-domésticos não podem usar varinhas...

– Eu falei... – Remo disse pensativo – Há algo de muito estranho em tudo que vimos sobre Winky, e ela estar com uma varinha só faz as coisas parecerem mais estranhas...
– Mas onde ela conseguiria uma varinha? – Frank perguntou – Ela não poderia estar com a do dono dela, ele obviamente está com ela, e ela não poderia ter uma varinha...
– Talvez ela tenha achado a varinha... – Tiago disse virando-se para Harry lentamente – Ela passou por vocês pouco depois de você perceber que estava sem a sua varinha...
– Então você acha que essa pode ser a varinha de Harry? – Lily disse preocupada.
– É uma possibilidade... – Tiago bufou e indicou que Harry continuasse lendo.

— Quê? — exclamou o Sr. Weasley.
— Olhe aqui. — O Sr. Diggory ergueu uma varinha e mostrou-a ao Sr. Weasley. — Estava na mão dela. Então, para começar, violação da Cláusula 3 do Código para o Uso de Varinhas. Nenhuma criatura não-humana tem permissão para portar ou usar uma varinha.
Nesse instante ouviu-se mais um estalo e Ludo Bagman aparatou bem ao lado do Sr. Weasley. Parecendo sem fôlego e desorientado, ele girou no mesmo lugar, com os olhos cravados no crânio verde esmeralda no céu.
— A Marca Negra! — ofegou ele, quase pisoteando Winky ao se virar, intrigado, para os colegas. — Quem fez isso? Vocês apanharam quem fez? Bartô! Que é que está acontecendo?
O Sr. Crouch voltara de mãos vazias. Seu rosto continuava branco como o de um fantasma e torcia tanto os bigodes em escovinha quanto as mãos.
— Onde é que você andou, Bartô? — perguntou Bagman. — Por que é que você não assistiu à partida? E o seu elfo ficou guardando uma cadeira para você... Gárgulas vorazes! — Bagman acabara de notar Winky caída aos seus pés. — Que foi que aconteceu com ela?

– Bagman me parece sempre o último a saber o que está acontecendo... – Alice disse franzindo a testa – Isso é estranho, não é? Ele não deveria estar mais atento, levando em conta que a copa mundial é responsabilidade do departamento dele?

– Ele deve ter levado muitos balaços na cabeça durante os anos de jogador dele. – Frank disse sem dar muita atenção àquilo.

— Estive ocupado, Ludo — disse o Sr. Crouch, ainda falando aos arrancos como antes, e mal movendo os lábios. — E o meu elfo foi estuporado.
— Estuporado? Por gente nossa você quer dizer? Mas por quê...?
De repente o rosto redondo e reluzente de Bagman revelou ter compreendido, ele ergueu os olhos para o crânio, baixou-os para Winky e, em seguida, ergueu-os para o Sr. Crouch.
— Não! — exclamou ele. — Winky? Conjurou a Marca Negra? Ela não saberia fazer isso! Para começar precisaria de uma varinha!
— E tinha uma — disse o Sr. Diggory. — Encontrei-a segurando uma, Ludo. Se o senhor não se opõe, Sr. Crouch, acho que devíamos ouvir o que ela tem a dizer em sua defesa.
Crouch não deu sinal de ter ouvido o Sr. Diggory, mas este pareceu tomar o silêncio do outro por concordância. Ergueu a varinha e apontando-a para Winky disse:
— Enervate!
Winky mexeu-se fracamente. Seus grandes olhos castanhos se abriram e ela piscou várias vezes de um jeito meio abobado. Observada pelos bruxos em silêncio, ergueu o tronco aos poucos e se sentou.
Avistou, então, os pés do Sr. Diggory e lentamente, tremulamente, ergueu os olhos para fixar seu rosto, mais lentamente ainda, olhou para o céu. Harry viu o crânio flutuante refletir-se duas vezes em seus enormes olhos vidrados. Ela soltou uma exclamação, olhou a clareira em volta, agitada, e irrompeu em soluços aterrorizados.

– Ela está aterrorizada! – Lily disse nervosa – Não pode ter sido ela... A pessoa que conjurou a marca deve ter desaparatado logo depois...

– Lily tem razão. – Sirius murmurou – Duvido muito que ela tenha capacidade para isso... E não é um feitiço conhecido, onde ela poderia ter aprendido?

— Elfo! — disse o Sr. Diggory severamente. — Você sabe quem eu sou? Sou do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas!
Winky começou a se balançar no chão para frente e para trás, a respiração saindo em fortes arquejos. Harry teve que se lembrar de Dobby em seus momentos de aterrorizada desobediência.
— Como você está vendo, elfo, a Marca Negra foi conjurada aqui há alguns instantes — disse o bruxo. — E você foi descoberta, pouco depois, logo embaixo dela! Sua explicação, por favor!
— Eu... Eu... Eu não estou fazendo isso, meu senhor! — Winky ofegou. — Eu não estou sabendo, meu senhor!
— Você foi encontrada com uma varinha na mão! — vociferou o Sr. Diggory, brandindo a varinha diante dela. E quando a varinha refletiu a luz verde, vinda do crânio no alto, que inundava a clareira, Harry a reconheceu.

– Eu sabia... – Tiago murmurou desanimado, ele preferia estar errado – Isso não é nada bom.


— Ei... É minha! — disse.
Todos na clareira olharam para o garoto.
— Perdão? — disse o Sr. Diggory incrédulo.
— É a minha varinha! — repetiu Harry. — Deixei-a cair!
— Deixou-a cair? — repetiu o bruxo incrédulo. — Isto é uma confissão? Você se desfez dela depois de conjurar a Marca?
— Amos, lembre-se de com quem está falando! — disse o Sr. Weasley, muito zangado. — Acha provável que Harry Potter conjure a Marca Negra?
— Hum... Claro que não — murmurou o Sr. Diggory. — Desculpem... Me empolguei...
— Em todo o caso, não a deixei cair lá — disse Harry, indicando com o polegar as árvores. — Dei falta dela logo depois que entramos na floresta.
— Então — disse o Sr. Diggory, seu olhar endurecendo ao se virar novamente para Winky que se encolhia aos seus pés. — Você encontrou a varinha, não foi, elfo? E você a apanhou e pensou em se divertir com ela, é isso?
— Eu não estava fazendo mágica com ela, meu senhor! — guinchou Winky, as lágrimas correndo pelos lados do nariz achatado e grande. — Eu estava... Eu estava... Eu estava só apanhando ela, meu senhor! Eu não estava fazendo a Marca Negra, meu senhor, eu não sei fazer!
— Não foi ela! — afirmou Hermione. Ela parecia muito nervosa, dizendo o que pensava diante de todos aqueles bruxos do Ministério, mas, ainda assim, decidida.
— Winky tem uma vozinha esganiçada e a voz que ouvimos dizer a fórmula era muito mais grave! — Ela olhou para os lados à procura de Harry e Rony, à procura de apoio. — Não parecia nada com a voz da Winky, parecia?
— Não — confirmou Harry, sacudindo a cabeça. — Decididamente não parecia voz de elfo.
— É, era uma voz humana — disse Rony.

– Fico muito orgulhoso de vocês por se manisfestarem e defenderem ela. – Remo disse dando um meio sorriso para cada um deles – O Diggory está atacando Winky como se ela realmente tivesse feito isso... Mas é quase impossível que tenha sido ela, ainda mais com vocês dizendo que não foi a voz que ouviram...


— Bem, logo veremos — rosnou o Sr. Diggory, sem parecer se impressionar. – Há uma maneira simples de descobrir o último feitiço que a varinha realizou, você sabia, elfo?
Winky estremeceu e sacudiu a cabeça freneticamente, as orelhas abanando, quando o Sr. Diggory ergueu a própria varinha e encostou-a, ponta com ponta, na de Harry.
— Prior Incantato!— rugiu o Sr. Diggory.
Harry ouviu Hermione prender a respiração horrorizada, quando um crânio com uma enorme língua de cobra surgiu no ponto em que as duas varinhas se tocavam, mas era uma mera sombra do crânio verde no alto, parecia até feito de uma espessa fumaça cinzenta: O fantasma de um feitiço.
— Deletrius!— bradou o Sr. Diggory, e o crânio difuso desapareceu transformado em um fiapo de fumaça.
— Então — disse o Sr. Diggory com um tom de furioso triunfo, fixando Winky, que continuava a tremer convulsivamente.
— Eu não estava fazendo isso! — guinchou o elfo, seus olhos revirando aterrorizados. — Eu não estava, eu não estava, eu não sei fazer!
— Você foi apanhada com a mão na botija, elfo — rugiu o Sr. Diggory. — Apanhada com a mão na varinha culpada!
— Amos, — disse o Sr. Weasley em voz alta — pense um pouco... Pouquíssimos bruxos sabem fazer esse feitiço... Onde ela o teria aprendido?

– Finalmente alguém que usa a cabeça para pensar! – Sirius exclamou – É nesses momentos que nós vemos como o ministério só tem cabeças-de-vento!


— Talvez Amos esteja insinuando — disse o Sr. Crouch, a fúria reprimida em cada sílaba — que eu rotineiramente ensino meus criados a conjurarem a Marca Negra?
Seguiu-se um silêncio profundamente desagradável. Amos Diggory pareceu horrorizado.
— Sr. Crouch... De... De jeito nenhum...
— Você agora já chegou quase a denunciar as duas pessoas nesta clareira que menos provavelmente conjurariam aquela Marca! — vociferou o Sr. Crouch. — Harry Potter... E eu! Suponho que você conheça a história do garoto, Amos?

– Mas o Crouch também estava acusando o Harry antes! – Gina constatou chocada – Parece até que ele já esqueceu de como estava tratando vocês quando os encontrou!

– E agora parece que ele está se aproveitando da história do Harry para garantir a inocência dele… – Neville concordou com Gina veemente.

— Claro, todos conhecem... — murmurou o Sr. Diggory, parecendo extremamente sem graça.
— E espero que se lembre das muitas provas que tenho dado, durante a minha longa carreira, de que desprezo e detesto as Artes das Trevas e aqueles que a praticam — gritou o Sr. Crouch, os olhos saltando das órbitas outra vez.
— Sr. Crouch, eu... Eu nunca insinuei que o senhor tenha alguma coisa a ver com isso! — murmurou Amos Diggory, corando por baixo da barba castanha e curta.
— Se você acusa o meu elfo, você acusa a mim, Diggory! Onde mais ela teria aprendido a conjurar a Marca?
— Ela... Ela poderia ter aprendido em qualquer lugar...
— Precisamente, Amos — disse o Sr. Weasley. — Ela poderia ter aprendido em qualquer lugar... — Winky? — disse ele bondosamente, virando-se para o elfo, que se encolheu como se este bruxo também estivesse gritando com ela. — Onde foi exatamente que você encontrou a varinha de Harry?
Winky estava torcendo a barra da toalha de chá com tanta violência que o pano se esfiapava entre seus dedos.
— Eu... Eu estava encontrando... Encontrando ela lá, meu senhor... — murmurou ela — lá... No meio das árvores...

– É como a Lily falou. – Remo suspirou – Quem conjurou deve ter desaparatado logo em seguida. E é claro que a pessoa não usaria a própria varinha…

– Faz todo o sentido, – Sirius deu de ombros – Winky deve ter visto a varinha no chão e recolheu para entregar ao Crouch… Ou algo do tipo.
– De qualquer forma, duvido muito que ela pudesse conjurar a marca. – Remo disse categórico.

— Está vendo, Amos? — disse o Sr. Weasley. — Quem quer que tenha conjurado a Marca poderia ter desaparatado logo em seguida, deixando a varinha de Harry para trás. Uma idéia inteligente, não ter usado a própria varinha, que poderia tê-lo denunciado. E Winky aqui teve a infelicidade de encontrar a varinha momentos depois e de apanhá-la.
— Mas, então, ela deve ter estado a poucos passos do verdadeiro responsável! — disse o Sr. Diggory com impaciência. — Elfo? Você viu alguém?

– Eu já tinha achado esse Diggory um babaca antes, – Tiago disse franzindo os lábios – mas o modo como ele está falando com Winky só por que ela é um elfo-doméstico está me dando nojo!

Hermione sorriu para Tiago satisfeita.

Winky começou a tremer mais que nunca. Seus olhos imensos piscaram indo do Sr. Diggory para Ludo Bagman e dele para o Sr. Crouch. Então ela engoliu em seco e disse:
— Eu não estava vendo ninguém... Ninguém...
— Amos — disse o Sr. Crouch secamente —, estou muito consciente de que normalmente você iria querer levar Winky para interrogatório no seu departamento. Mas vou-lhe pedir que me deixe cuidar dela.
O Sr. Diggory fez cara de quem não achava a sugestão muito boa, mas ficou claro para Harry que o Sr. Crouch era um funcionário tão importante no Ministério que o outro não se atreveria a recusar o pedido.
— Pode ficar tranqüilo de que ela será castigada — acrescentou o Sr. Crouch friamente.
— M... M... Meu senhor... — gaguejou Winky, olhando para o Sr. Crouch, seus olhos rasos de lágrimas. — M... M... Meu senhor, P... P... Por favor...
O Sr. Crouch encarou o elfo, seu rosto ainda mais agressivo, cada ruga nele profundamente marcada. Não havia piedade em seu olhar.
— Esta noite Winky se portou de uma forma que eu não teria imaginado possível — disse ele lentamente. — Eu a mandei permanecer na barraca. Mandei-a permanecer ali enquanto eu ia resolver o problema. E descubro que ela me desobedeceu. Isto significa roupas.

– Ele mandou ela ficar na barraca? – Tiago coçou a cabeça confuso – Então ela deve ter se esforçado demais para desobedecer ele…

– Ela estava assustada. – Lily disse ligeiramente mais calma – Estavam pondo fogo nas barracas, pisoteando tudo… Ela deve ter ficado com medo.
– Tenho certeza de que ela ficou assustada… – Tiago concordou – Mas mesmo assim, não é nada normal um elfo-doméstico desobedecer uma ordem direta… Ela não conseguiria…
– Ele pode não ter dado uma ordem direta. – Sirius deu de ombros – Como você falou antes, se eles estão determinados a não obedecer eles encontram brechas…
– Mas tem outra coisa que não faz sentido. – Tiago franziu a testa pensativo – Se ela queria fugir dali, por que ela não aparatou para outro lugar… Por que ela estava se arrastando pela floresta?
– Realmente não faz muito sentido… – Alice concordou.

— Não! — berrou Winky, prostrando-se aos pés do Sr. Crouch. — Não, meu senhor! Roupas não, roupas não!
Harry sabia que a única maneira de libertar um elfo doméstico era presenteá-lo com roupas decentes. Era penoso ver como Winky se agarrava à sua toalha de chá enquanto soluçava sobre os sapatos do Sr. Crouch.

– Eu falei. – Tiago suspirou com pena – Para os elfos normais ser libertado é uma desgraça completa. O Dobby que não deve ser normal mesmo.


— Mas ela estava assustada! — explodiu Hermione aborrecida, encarando o Sr. Crouch. — O seu elfo tem pavor de alturas, e aqueles bruxos estavam fazendo as pessoas levitarem! O senhor não pode culpá-la por ter querido sair de perto!
O Sr. Crouch deu um passo atrás, desvencilhando-se do contato com o elfo, a quem ele examinava como se fosse algo imundo e podre que contaminava seus sapatos muito bem engraxados.
— Não preciso de um elfo doméstico que me desobedeça — disse ele friamente, erguendo os olhos para Hermione. — Não preciso de uma criada que esquece o que deve ao seu senhor e à reputação do seu senhor.
Winky chorava tanto que seus soluços ecoavam pela clareira. Seguiu-se um silêncio desagradável, que foi interrompido pelo Sr. Weasley, ao dizer baixinho:
— Bom, acho que vou levar o meu pessoal de volta à barraca, se ninguém tiver objeções a fazer. Amos, a varinha já nos informou tudo que pôde, se Harry puder levá-la, por favor...
O Sr. Diggory entregou a varinha a Harry e ele a embolsou.
— Vamos, vocês três — disse o Sr. Weasley em voz baixa. Mas Hermione não parecia querer arredar pé, seus olhos ainda miravam o elfo soluçante.

– Pelo menos você tentou. – Rony murmurou pousando a mão no ombro de Hermione com carinho.


— Hermione! — chamou o Sr. Weasley com mais urgência. Ela se virou e acompanhou Harry e Rony para fora da clareira, embrenhando-se entre as árvores.
— Que é que vai acontecer com Winky? — perguntou ela no instante em que deixaram a clareira.
— Não sei — respondeu o Sr. Weasley.
— O jeito como a trataram! — disse Hermione, furiosa. — O Sr. Diggory chamando-a de "elfo" o tempo todo... E o Sr. Crouch! Ele sabe que não foi ela e ainda assim vai despedir Winky! Não se importou que ela tivesse sentido medo nem que estivesse perturbada, era como se ela nem fosse humana!
— E ela não é — disse Rony.
Hermione se voltou contra ele.
— Isso não significa que não tenha sentimentos, Rony, é repugnante o jeito...

– Péssimo momento. – Sirius murmurou para Rony.


— Hermione, eu concordo com você, — disse o Sr. Weasley depressa, fazendo sinal para a garota continuar andando — mas agora não é hora de discutir os direitos dos elfos. Quero voltar à barraca o mais depressa que pudermos. Que aconteceu aos outros?
— Nós os perdemos no escuro — disse Rony. — Papai, por que todo mundo estava tão nervoso com aquele crânio?
— Eu explico tudo quando estivermos na barraca — prometeu ele, tenso.
Mas quando alcançaram a orla da floresta, depararam com um obstáculo. Havia ali uma aglomeração de bruxas e bruxos assustados, e, quando viram o Sr. Weasley caminhando em sua direção, muitos foram ao seu encontro.
— Que é que está acontecendo na floresta?
— Quem conjurou aquilo?
— Arthur, não é... Ele?

– As pessoas devem estar realmente apavoradas... – Frank murmurou – Sempre que a marca negra aparece está associada a alguma morte...

– Imagino como as pessoas devem estar se sentindo... – Alice suspirou.
– Mas não estão errados. – Sirius disse – Voldemort realmente está voltando... E quem quer que tenha conjurado a marca negra fez isso para demonstrar lealdade a ele...
– Ou para causar pânico. – Remo o interrompeu – Não temos como saber se quem conjurou sabe que Voldemort voltou ou não.

— Claro que não é ele — disse o Sr. Weasley impaciente. — Não sabemos quem foi, parece que desaparatou. Agora, me dêem licença, por favor, quero ir me deitar.
Ele passou com Harry, Rony e Hermione pela aglomeração e voltou ao acampamento. Tudo estava silencioso agora, não havia sinal de bruxos mascarados, embora várias barracas destruídas ainda fumegassem.
Carlinhos meteu a cabeça pela abertura da barraca dos garotos.
— Papai, que é que está acontecendo? — perguntou ele no escuro. — Fred, Jorge e Gina já voltaram, mas os outros...
— Estão aqui comigo — respondeu o Sr. Weasley, se abaixando pra entrar na barraca. Harry, Rony e Hermione entraram atrás dele. Gui estava sentado à pequena mesa da cozinha, apertando um braço com um lençol, que sangrava profusamente. Carlinhos tinha um rasgo na camisa e Percy ostentava um nariz ensangüentado. Fred, Jorge e Gina pareciam ilesos, embora abalados.
— Pegou ele, papai? — perguntou Gui bruscamente. — A pessoa que conjurou a Marca?
— Não. Encontramos o elfo de Bartô Crouch segurando a varinha de Harry, mas não ficamos sabendo quem realmente conjurou a Marca.

– Falando desse jeito as coisas parecem ainda mais confusas... – Sirius disse levantando as sobrancelhas.

– As coisas são confusas. – Lily suspirou – Vocês estavam falando sério quando disseram que não tiveram nenhum ano calmo, não é?
– Desculpa. – Harry murmurou antes de voltar a ler.

— Quê?— exclamaram Gui, Carlinhos e Percy, juntos.
— A varinha de Harry? — disse Fred.
— O elfo do Sr. Crouch? — disse Percy, parecendo estupefato.
Com alguma ajuda de Harry, Rony e Hermione, o Sr. Weasley explicou o que acontecera na floresta. Quando terminaram a história, Percy encheu-se de indignação.
— Ora, o Sr. Crouch tem toda razão em querer se livrar de um elfo desses! — exclamou ele. — Fugir desse jeito depois que ele o mandou expressamente fazer o contrário... Envergonhando o dono diante de todo o Ministério... Que iria parecer se ele tivesse que comparecer no Departamento para Regulamentação e Controle...

– Vocês vão me perdoar... – Tiago disse virando-se de Gina para Rony – Mas seu irmão está cada vez mais ligado ao ministério, parece até que estão fazendo lavagem cerebral nele...

– Só espero que ele não esqueça que tem que ser fiel à família dele antes do ministério. – Frank disse sabiamente.

— Ela não fez nada, só estava no lugar errado na hora errada! — disse bruscamente Hermione a Percy, que ficou muito espantado. Hermione sempre se dera muito bem com ele, melhor até que qualquer dos outros.
— Hermione, um bruxo na posição do Sr. Crouch não pode se dar ao luxo de ter um elfo doméstico que endoida com uma varinha na mão! — disse Percy, pomposamente, recuperando-se do espanto.

– Como se ele soubesse alguma coisa sobre elfos-domésticos. – Hermione bufou.


— Ela não ficou maluca! — gritou Hermione. — Ela só apanhou a varinha no chão!
— Olha aqui, será que alguém pode explicar o que significava aquele crânio? — perguntou Rony impaciente. — Não estava fazendo mal a ninguém... Por que esse escândalo todo?
— Eu já lhe disse, é o símbolo do Você-Sabe-Quem, Rony — disse Hermione, antes que mais alguém pudesse responder. — Li sobre ele em Ascensão e queda das artes das trevas.
— E não é visto há treze anos — acrescentou o Sr. Weasley em voz baixa. — E claro que as pessoas entraram em pânico... Foi quase o mesmo que rever Você-Sabe-Quem.
— Não estou entendendo — disse Rony, franzindo a testa. — Quero dizer... É apenas uma forma no céu...
— Rony, Você-Sabe-Quem e seus seguidores projetavam a Marca Negra no céu sempre que matavam alguém — disse o Sr. Weasley. — O terror que isso inspirava... Você não faz idéia, era muito criança. Mas imagine a pessoa chegar em casa e encontrar a Marca Negra pairando sobre ela, sabendo o que vai encontrar lá dentro... — O Sr. Weasley fez uma careta. — O que todos temem mais... Temem mais do que tudo...

– É o maior medo das pessoas da nossa época. – Tiago suspirou – Vocês se lembram de quantas pessoas foram tiradas da escola durante o ano passado por que parte da família foi morta por comensais?

– A turma inteira entrava em pânico quando Dumbledore chamava alguém para a sala dele sem qualquer motivo aparente. – Lily murmurou – Diana Webber foi tirada do dormitório no meio da noite... A mãe dela era de sangue-puro e se casou com um nascido-trouxa... Quando chegou em casa a noite o marido estava morto...

Houve um silêncio momentâneo. Então Gui, levantando o lençol do braço para verificar o corte, disse:
— Bem, não fez nenhum bem à gente esta noite, quem quer que tenha conjurado aquilo. A Marca Negra afugentou os Comensais da Morte no momento em que a viram. Todos desaparataram antes que chegássemos bastante próximos para arrancar a máscara deles. Aliás, seguramos os Roberts antes que atingissem o chão. A memória deles está sendo alterada.

– Então quem quer que tenha conjurado a marca negra não estava com os comensais do acampamento... – Sirius constatou pensativo – Mas por que eles fugiram?

– Provavelmente pelo mesmo motivo que nós fugiriamos... – Tiago deu de ombros – Medo.
– Mas por que eles teriam medo do simbolo do mestre deles? – Lily perguntou confusa.
– Os comensais do acampamento estão livres, não foram trancados em Azkaban, e mesmo assim não foram atrás do mestre deles... – Tiago respondeu – Imagino que devem ter alegado que estavam sob influencia da império... Ou que foram obrigados a fazer o que quer que tenham feito. De qualquer jeito, eles não foram fiéis a Voldemort. Então imagino que eles não estejam muito dispostos a encontrá-lo...
– Pode ser... – Remo disse – Mas sabemos que ele tem pelo menos um seguidor fiel... Talvez esse seguidor fiel tenha conjurado a marca.
– Não faria muito sentido. – Sirius conjecturou – Pelo que lemos no primeiro capítulo ele precisa ficar na surdina...

— Comensais da Morte? — perguntou Harry. — Que são Comensais da Morte?
— É o nome que os seguidores de Você-Sabe-Quem davam a si mesmos. Acho que vimos o que restou deles hoje à noite, pelo menos os que conseguiram ficar fora de Azkaban.
— Não podemos provar que eram eles, Gui — disse o Sr. Weasley. — Embora provavelmente tenham sido — acrescentou desanimado.
— É, aposto que eram! — disse Rony repentinamente. — Papai, encontramos Draco Malfoy na floresta, e ele praticamente nos disse que o pai dele era um dos idiotas mascarados! E todos sabemos que os Malfoy eram íntimos de Você-Sabe-Quem!
— Mas o que é que os seguidores de Voldemort... — começou Harry. Todos se encolheram, como a maioria das pessoas no mundo dos bruxos, os Weasley sempre evitavam dizer o nome de Voldemort. — Desculpem — disse Harry depressa. — Mas o que é que os seguidores de Você-Sabe-Quem pretendiam fazendo aqueles trouxas levitar? Quero dizer, qual era o objetivo?

– Você realmente não sabia muito sobre Voldemort e sobre como as coisas são na nossa época, não é? – Sirius virou-se para Harry desanimado – Os Comensais da morte muitas vezes matavam e torturavam trouxas por diversão... Ou para mandar uma mensagem para o ministério. O único objetivo deles é limpar o sangue bruxo, ou manter o sangue bruxo limpo, como você quiser interpretar.

– O que é realmente hipócrita da parte de Voldemort. – Gina murmurou.
– E da parte de vários de seus seguidores. – Tiago disse olhando de soslaio para Severo – Muitos dos seguidores dele são mestiços como ele que fingem que tem o sangue-puro.
– Se eles aceitassem apenas pessoas de sangue-puro teria muito menos seguidores. – Sirius deu de ombros – Meus pais, por exemplo, apoiam Voldemort sempre que podem, mas não são comensais, não sujam as mãos, assim como Narcisa, meus tios e a maioria do circulo social deles.

— O objetivo? — disse o Sr. Weasley com uma risada desanimada. — Harry, essa é a idéia que fazem de uma brincadeira. Metade das mortes de trouxas quando Você-Sabe-Quem estava no poder foi feita de brincadeira. Imagino que eles tenham tomado uns drinques esta noite e não puderam resistir ao impulso de nos lembrar que um grande número deles continua em liberdade. Uma reuniãozinha simpática — terminou ele desgostoso.
— Mas se eles eram realmente os Comensais da Morte, por que desaparataram quando viram a Marca Negra? — perguntou Rony. — Deveriam ter ficado felizes de ver a Marca,não?
— Usa os miolos, Rony — disse Gui. — Se eles eram realmente os Comensais da Morte, se viraram de todo o jeito para não serem mandados para Azkaban quando Você-Sabe-Quem perdeu o poder, e contaram um monte de mentiras de que ele os forçara a matar e torturar gente. Aposto como sentiriam ainda mais medo do que nós ao ver que ele estava voltando. Negaram que estivessem metidos com Você-Sabe-Quem quando ele perdeu o poder e voltaram as suas vidinhas de sempre... Acho que o Lord não ficaria muito satisfeito de ver essa gente, não é mesmo?
— Então... Quem conjurou a Marca Negra... — disse Hermione lentamente —estava fazendo, isso para manifestar apoio ou amedrontar os Comensais da Morte?

– Realmente não tem como sabermos. – Tiago bufou – Mas quem quer que tenha conjurado a marca, não é nosso amigo.


— O seu palpite vale tanto quanto o meu, Hermione — disse o Sr. Weasley — Mas vou lhe dizer uma coisa... Somente os Comensais eram capazes de conjurar a Marca. Eu ficaria muito surpreso se a pessoa que a conjurou não tivesse sido um dia Comensal da Morte, mesmo que não o seja agora... Olhem, é muito tarde, e se sua mãe ouvir falar do que aconteceu vai morrer de preocupação. Vamos dormir mais um pouco e depois tentar pegar um portal bem cedo para sair daqui.
Harry voltou ao seu beliche com a cabeça zunindo. Sabia que devia estar se sentindo exausto, eram quase três horas da manhã, mas estava completamente acordado — completamente acordado e preocupado.
Há três dias — parecia muito mais, mas só tinham sido três dias — acordara com a cicatriz ardendo. E esta noite, pela primeira vez em treze anos, a Marca de Lord Voldemort tinha aparecido no céu. Que significavam essas coisas?

– Infelizmente, – Lily suspirou nervosa – Acho que significa que Voldemort está cada vez mais perto de se recuperar…

– Não se preocupe. – Tiago murmurou para que apenas Lily ouvisse enquanto pegava a mão dela com carinho – Vai ficar tudo bem.

Ele pensou na carta que escrevera a Sirius antes de deixar a Rua dos Alfeneiros. Será que o padrinho já a recebera? Quando iria mandar resposta?
Harry ficou contemplando a lona, mas não lhe ocorreu nenhum devaneio em que voasse para ajudá-lo a adormecer e somente muito tempo depois, quando os roncos de Carlinhos encheram a barraca, foi que o garoto finalmente adormeceu.

– Isso não é nada bom. – Lily murmurou quando Harry passou o livro para Alice – A gente tem que fazer alguma coisa para mudar esse futuro...

– Nós só vamos saber o que podemos fazer quando terminarmos de ler. – Tiago disse categórico – Então é melhor não perdermos tempo. – completou fazendo sinal para Alice começar o próximo capítulo.
– Capítulo X – Caos no Ministério.




Hey leitores mais queridos do FeB! Como eu avisei no grupo, não deu para postar ontem por causa do aniversário da minha irmã mais nova. E por isso resolvi postar hoje, mas o problema de segunda-feira é que tenho bem menos tempo do que no domingo, isso significa basicamente que não vai dar para responder os comentários muito detalhadamente, mas não vou deixar de responder, é claro, só vou dar uma resumida nas minhas respostas.
- Thalles: Aqui está o seu "alô"!
- Nina Delacourt Black: Muito obrigada, fico muito feliz que esteja gostando, espero te ver comentando sempre.
- Janaina Matos: Tudo bem ter demorado a comentar, só espero que daqui para frente comente sempre. Fico feliz que goste tanto do que escrevo, e espero que você tenha gostado desse capítulo que é seu favorito de CdF. Dei uma olhada nas suas fics, mas infelizmente não leio crossover nem Harry/Hermione, sinto muito.
- 1988bookworm: Creio que os lugares especificos da Copa Mundial não fossem marcados, mas o camarote com certeza tinha lugar para todos que deveriam ficar nele, então não faz sentido colocar a Wink para guardar lugar. Tenho certeza de que os marotos se divertiam muito criando planos para acordar o Remo, não tinha pensado em colocar bichos na cama dele, é uma ótima ideia! Nesse capítulo não tinha como não silenciar o Tiago, mas até que ele não passou muito tempo calado, e eu estava querendo colocar o Harry entendendo ele há um bom tempo. Se você parar para reparar os Weasley devem ter alguma coisa contra patos (ou será que eu que tenho?), afinal a Gina chama a Cho de cara de pato e o Rony chama o Krum de pato manco... Eu amei escrever esse pedido de namoro do Rony, achei a cara deles! Eu entendo perfeitamente você não ser tão chegada a quadribol, eu gosto mais do que de futebol, mas isso não é muita coisa.
- Regiane Helena: Acho que todos nós que lemos e amamos HP já nos imaginamos voando, mas eu acho que eu seria uma negação, para você ter ideia, eu não sei nem andar de bicicleta, não tenho nenhuma coordenação motora. Snape está começando a enxergar os defeitos dele, e isso é um grande avanço. Eu amei escrever esse pedido de namoro do Rony, achei a cara dele.
- MionGinnyLuna: Acho que sei qual é esse integrante do 1d, mas realmente não presto muita atenção. Pelo que eu li por ai, as fãs estavam pegando pesado demais com a namorada desse Zayn, a ponto de ameaçar a menina e etc, e ele resolveu que isso não valia a pena, mas é só o que li por ai, não procurei saber. Não tinha como não silenciar o Tiago nesse capítulo, ou ele não pararia de falar nunca, mesmo silenciado ele deu um jeito de falar o que pensa!
- Luiza Snape: Obrigada! =)
- Clenery Aingremont: Tiago definitivamente ficou um pouco paranóico nesse capítulo, mas não da para julgar ele. Gina não teve um surto de ciúmes, ainda. Talvez as lésbicas sintam o efeito das veelas, isso faria muito sentido, especialmente se for em relação à atração. Por isso o Tiago sempre achou os artilheiros mais importantes que o resto dos jogadores. Acho que a atmosfera da copa mundial contagiaria qualquer um. Acho que Sirius ficou muito mais impressionado e orgulhoso do Harry saber interpretar o Tiago do que qualquer outra coisa, ele não vai se importar se perder o cargo. Como eu já disse algumas vezes, eles fizeram essa viagem logo depois da guerra, poucos meses depois, e imagino que o Rony estivesse um tanto preocupado com a própria família, com a morte do irmão, e Hermione mais preocupada com o plano deles, não acho que nos meses entre a guerra e a viagem no tempo eles tiveram tempo de começar a namorar propriamente.
- Izabella Bella Black: Tiago com certeza levaria Harry em todas as partidas de quadribol possíveis durante a vida dele. Como disse ali em cima, creio que os lugares especificos da Copa Mundial não fossem marcados, mas o camarote com certeza tinha lugar para todos que deveriam ficar nele, então não faz sentido colocar a Wink para guardar lugar. Quem imaginaria que para encontrar a cozinha bastava perguntar, não é? Se não me engano, Monstro gostaria muito de ter a cabeça cortada e pendurada na parede, seria uma honra para ele estar no meio de todos os seus ancestrais. Acho que Crouch tem suas semelhanças com o filho apesar de não querer reconhecer, e acredito que a culpa para o filho ser como era é dele mesmo, me parece que ele nunca foi um pai muito amoroso. Sirius afinal de contas é um Black, ele sempre vai achar que é um pouco mais especial do que os outros, não é culpa dele. Eu acho que Rony morrer de ciúmes de Krum com Hermione é a maior prova de que ele sempre amou ela, mas acho que nem ele percebia isso na época. Nesse capítulo não tinha como não silenciar o Tiago. Acho que a brincadeira entre Frank e Alice mostra como ela já amadureceu muito. Acho que Tiago e Sirius ficaram muito orgulhosos de Harry ter entendido as mimicas deles. O que o Krum fez pelas costas da Hermione? Realmente não tenho ideia do que você está falando, não lembro do Krum ter feito nada de errado!
- Arthur Lacerda: Obrigada! Acredite, não é uma fonte sem fim, as vezes eu travo, mas estou sempre me esforçando para dar o meu melhor para vocês.
- Hilary Morgana Juno Soares Lestrange: Realmente você não comenta há séculos. Acredite, eu passo bastante tempo pesquisando para ter certeza de que tudo que eu invento cabe no que a JK escreveu. Acho que o camarote de honra é apenas para "convidados" mesmo, é claro que fazer uma doação para o ministério pode fazer da pessoa um convidado... Acho que Dobby não era muito normal mesmo, mas além disso ele devia ser muito maltratado, afinal, o Monstro não gosta do Sirius, porque o Sirius nunca o tratou bem, mas ele sempre gostou do Régulo que sempre o tratou bem, e apesar de tudo, aposto que a mãe do Sirius tratava ele bem do jeito dela... Acho que cara de quem sente um mau cheiro debaixo do nariz é parecida com "cara de nojo". Eu prefiro Romione mil vezes, mas realmente, ninguém nunca disse que você não pode shippar uma pessoa com várias. Acho que o Harry não sabe quão bom ele realmente é porque ele nunca acha que é bom o suficiente nas coisas, ele mesmo sempre se considerou uma pessoa "comum". Alice realmente está evoluindo muito, e fico feliz de você ter percebido isso. Acho que as veelas irritadas devem se parecer um bocado com mulheres em geral irritadas, afinal tem mulheres que mudam completamente quando ficam irritadas. Acho que Krum sabia muito bem que o time dele não tinha competência o bastante para fazer os pontos necessários para eles ganharem. Eu adorei escrever esse pedido de namoro no estilo Romione!
- JonathanCarWeasley: Obrigada! O pessoal do passado está vivendo a época em que Voldemort está mais perigoso, então a marca negra para eles é um sinal que causa verdadeiro terror. Eu adorei escrever o pedido de namoro do Rony, achei a cara deles, fico feliz que tenha gostado.
- Day Caracas: Acho que Lily adoraria ter dois fanáticos por quadribol em casa, ainda mais conhecendo a outra opção. Eu também senti muita raiva do Fudge em OdF, afinal foi ele quem mandou a Umbridge para Hogwarts, e ele que foi um imbecil de não acreditar em Harry e Dumbledore. Eu também espero que o Snape melhore. Acho que os ciúmes de Rony nesse livro prova que ele sempre amou a Mione, mas nunca teve capacidade de admitir, nem para si. Eu adoro escrever momentos entre o Harry e o Tiago, eu sempre imagino como seria a relação deles. Os gêmeos são muito espertos, eles só não gostam de estudar! Eu adorei escrever o pedido de namoro do Rony, achei a cara deles, fico feliz que tenha gostado.
- Iasmin Alves da Costa: Você deu uma sumida mesmo, precisa aparecer mais se pretende ganhar o concurso. Infelizmente se vocês não esperarem 15 dias pelo próximo capítulo, vão ter que esperar muito mais quando os capítulos que tenho adiantados acabarem, e você sabe que não gosto de escrever com pressa. A Lily realmente precisava ver um pouco mais do Tiago antes disso realmente dar certo. Eu fui obrigada a silenciar ele, ou o capítulo ficaria impossível de acabar, e ele realmente consegue parecer uma criança mimada ás vezes. Acho que Tiago e Sirius ficaram muito orgulhosos de ver Harry entendendo a linguagem de sinais deles. Tiago realmente está ficando um tanto quanto paranóico, mas quem pode culpar ele? Voldemort está fazendo planos para matar o filho dele! Talvez Snape esteja realmente aprendendo alguma coisa, quem sabe? Talvez as pessoas estejam aprendendo a não apostar com os marotos... Não acho que Harry acabaria como artilheiro mesmo sendo criado por Tiago, acho que Harry tem mais jeito de apanhador mesmo, e teria de qualquer jeito, é da personalidade dele. Eu não tenho nada contra o Krum, afinal ele nunca fez nada de errado a meu ver. Eu amei escrever o pedido de namoro do Rony, achei a cara deles.


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Comentários (10)

  • Stehcec

    Olá de novo vou ler mais um hoje porque estou com saudades!!   Seria lindo mesmo ver o Harry disputando uma partida proffisional, mas gosto mais dele como Auror. Lily se as coisas não desse errado não teriamos livro pra ler e discutir. hahaahaha Comensais imundos, nossa eles são tão ruins quanto o próprio Voldemort. Mexer com adulto já é ruim, imagina com criança. São realmente doentes. Claro que são covardes demais pra fazer mostrando o rosto, bando de inúteis. Os Malfoys são uma escoria da sociedade bruxa, esse draco é nojento. que bom que perceberam algo errado com a Winky, qnd tava lendo o livro nem percebi nd, era tão inocente. hahaahah Exatamente o que eu pensei Sirius pensou, como ele imaginaria o Harry conjurar aquilo. O bom é que as teorias dos marotos sempre tem algum fundamentos. haahahaah. Um elfo não saberia fazer a marca negra e ainda bem que os meninos foram corajosos e falaram. Depois desse episodio tbm fiquei com raiva do Amos. Quando chegar o momentos saberemos pq da Winky se arrastar, mas é legal ver eles percebendo que algo tá mais que errado. E sinto lhe informar Lily, que de agora em diante é só tempos dificieis, cada vez pior. Eu imagino o terror de ter ver a marca negra, principalmente pra quem viveu a guerra. O Tiago como sempre certo em sua teoria. Realmente de agora pra frente tem muitas coisas ruins pra acontecer, e logo os marotos terão uma idéia melhor do que está acontecendo.   Vou dar uma paradinha agora de ler, mas volto antes de domingo. Como sempre capitulo muito bom Juh, vc faz a leitura ficar tão boa.   Abraços

    2015-06-04
  • Day Caracas

    Acho que seria um sonho para James se o filho se tornasse jogador de quadribol, seria incrivel, acho que se escolhesse uma profissao seria essa ou algo relacionado a isso.Seria incrivel se os gemeos se encontrassem com os marotos, imagina, eles abrindo uma parceria com eles, kkkkk, Hogwarts iria cair. Mas que seria otimo ve todos juntos seria.Comensais, alguns simplesmente são tão ruins quanto Voldemort, me lembra um pouco os nazistas.Sinceramente, eu nao sinto nada pelos Malfoy,nem pena, principalmente pelo Draco, esse papo que ele não tinha escolha não cola para mim, sempre se tem uma escolha sobre o que é certo e o que é facil, é so olhar o Sirius.Tenho não tenho pena do Snape quando Lily descobrir oque ele fez, serio, sera horrivel, imagina quando descobrirem que ele disse a profecia, serio, não sei como as pessoas o perdoaram, se não fosse Lily ele não teria se arrependido e outra familia seria destroçada,  sinceramente não o consigo perdoa-lo, foi repugnante o que ele fez. Jamais o vi como um heroi, so alguem que não conseguiu o que queria e foi fazer birra. Um acerto não justifica uma vida de erros.Sabe, eu sei que os elfos tem direito e tudo mais, mas sempre recriminei Hermione por tentar mudar algo que existia a tanta tempo no mundo bruxo, sei que ele queria o melhor, mas tipo, ela acabou de chegar ao mundo bruxo e quer mudar as coisa, para mim não foi nada legal, acho que foi uma coisa que ela não teve bom senso, sei que eles merecem respeito, mas nao gostei como ela fez. Barto tava louco louco, deixar o filho sair assim e ainda lançar a imperius, sempre achei essa a pior imperdoavel,o crucio por mais que seja torturante e o avada por ser a morte, mas saber que alguem term total controle sobre o que pssso fazer  é meio apavorante.A marca, nem consigo imaginar como devia ser apavorante olhar para cima e a ve, saber o que me aguarda...Mas é isso, ameiiii como sempre Juh.Ate o proximo 

    2015-05-10
  • Ariane Potter

    Oie juh!!!!Então né, acabei não conseguindo comentar o capitulo passado. Uma pena que acabei nao recebendo os pontos por comentar :‘( Eu ia falar sobre isso no capítulo anterior, mas como acabei esquecendo vou dizer agora. Eu adorei jogar Stopots, nunca tinha jogado antes....Nós poderíamos jogar de novo né? Mas enfim sobre o capítulo, ele estava otimo, e concordo com a Janaina Matos, sobre criticarem Hermione por ela defender os elfos, e assim como ela concordo plenamente que é raro encontrar jovens com esse tipo de pensamento, falo isso por mim mesmo, porque eu acho um pouquinho intediante esse assunto, mas não posso deixar de adimirar pessoas com essa idade defenderem aquilo que acham certo.Outra coisa que estou adorando no grupo do Face é as pergundas do dia, estou achando muito legal...como não era muito ativa ano passado e nunca comentava algumas coisas ainda sao novidades.Ahhh e outra coisa que gostei no capítulo, foi o fato do james e a lily estarem cada vez mais juntos S2.Agora vou parar de comentar, porque tô morrendo de sono, e so deixei pra comentar agora a noite porque amanhã nao teria muito tempo livre e acabaria perdendo a hora de comentar de novo. Mas então bjss e ate o próximo capítulo.   

    2015-05-10
  • Izabella Bella Black

    Oi Juh, capitulo perfeito como sempre. Hoje não será um comentario enorme como sempre faço, pois estou sem tempo nenhum e amanhão ainda terei que viajar. Sobre o Krum é mais pelo fato da forma como ele age no casamento de Gui, na frente da Hermione ele age de uma forma e quando ele estava falando como Harry age de outra, é isso que eu estou falando.Amei o capitulo apesar dele ser meio tenso.Beijos. 

    2015-05-09
  • JonathanCarPotter

    capítulo perfeito! gostei muito, esse capitulo no livro é um dos meus preferidos, eu não gosto do Amos! kkkk, dou total apoio ao Sirius nisso! Acho muito legal o jeito com que o Crouch se ‘‘enrola‘‘ com suas palavras, primeiro acusa o harry, depois usa do harry pra se defender. bom, espero ansiosamente pelo proximo capitulo !

    2015-05-09
  • Prado Soares

    Well, nao posso arriscar perder o concurso de novo simplesmente pq perdi pontos por nao comentar, nao eh mesmo? =p entendo a reaçao do james, a gt acaba um capitulo megam animado sobre o jogo pra chegar num super tenso auhusahuashuas me pergunto se o sr weasley realmente achou que os gemeos contariam a mae que apostaram... provavelemente ele soh quis ter certeza d q eles n iriam contar sahuuhsuh mt triste ver o sirius e o james comentando sobre a loja de logros sabendo q o ludo enganou os gemeos, pelo menos harry ajuda nessa parte =p uma das coisas q eu mais gosto no harry eh como ele tem dinheiro pra caralho e eh uma pessoa maravilhosa... poxa, ele poderia empinar o nariz e ser arrogante pra cacete, mas ele pe uma pessoa extraordinaria... eh bom saber que dá pra ser bom pro resto da vida mesmo tendo um ‘‘começo de vida‘‘ fudido... eh reconfortante... Eu realmente acho que, se o harry nao tivesse essa grande inclinaçao pra ser auror, ele definitivamente seria um apanhador profissonail excelente... tb nao duvido de que o james poderia jogar se nao tivesse que ter se escondido e depois tivesse sido morto... vou abrir um assunto paralelo soh pra dizer que eu amo  parte que o harry ‘‘acorda‘‘ com o sr weasley, pq isso acontece TANTO comigo, que as vezes nao sei se dormi ou se sao soh ddevaneios... acho suer interessante como os marotos pegam certas coisas que nao pegamos quando lemos pela primeira vez, talvez pq eles estejam lendo com bastante atençao, talvez pq eles sao mais velhos... mas, por exemplo, o remo tem toda razao, claro que voldemort nao seria o ‘‘culpado‘‘ dos ataques desse comensais, o plano dele todo dependia de nao saberem do planon ushauhsahsauha o ministerio eh realmente mt despreparado na epoca do harry, eu fico pensando, imagina se nao existisse a ordem qu emerda gigantesca q nao daria!!! fico feliz do snape ter pensado que ser professor nao era uma ideia tao ruim - embora eu adoraria que ele nao fosse professor, jah q ele obviamente nao sabe separar as coisas - mas acho q ele percebeu q comensais nao vai ser uma boa valvula de escape e q isso pode dar mt merda... se ele for comensal como nos livfros, ele nunca vai ter chance com a lily mais... adorei a historia sobre a narcisa, achei interessantissmo... nao acho q ela seja uma comensal da morte, mas com ctz eh simpatizante, soh n ta afim de sujar as maos... Pior q ela realmente deve ta sentada na barraca super d boa sem se preocupar com absolutamente nada, o que obviamente significa q o malfoy nao estava na floresta pra se manter seguro, mas estava lah pra ver e aprender, afinal, pq ele nao seguiria os passos do pai? claro q nao da pra saber ql o sangue de uma pessoa soh olhando para ela! q coisa idiota de se falar... o harry mesmo eh mestiço, e o draco nao ofereceu a ele sua amizade? entao! dã!!! adorei a ideia de ‘‘nunca produza provas contra si mesmo‘‘ UHSUHAUSHUSHA brilhante! genial! e se encaixa perfeitamente! deve ter sido trrivel pros gemeos perceberem q o trio n estava mais ocm eles... engraçado com tenho ctz d q ngm deu importancia pra winky na primeira vez que leu, e eh uma coisa que esta BEM ALI, todo mundo viu!!! jr tava ali o tempo todo!!! a hora que o crouch acusa o harry eh simplesmente a coisa mais estupida do mundo! fala serio! adorei a teoria do james sobre como a varinha foi parar com a whinky, ate q chegou perto da verdade, mas ao mesmo tempo nao tem nada a ver UHSUAAUSHAHSU acho q podemos dizer q a unica coisa q ele acertou eh q ela tinha alguma coisa a ver com a varinha USHAUAHSUSAHUHSUHASHSA Ludo estava completamente louco pq tava mt ocupado sendo ameaçado e cobrado pelos duentes #RisadaMalefica - a cara de pau do Crouch ao basicamente dizer q era um absurdo acusar o harry eh simplesmente absurda! serio, a gina tem toda razao! ele parece ter esquecido completamente q ele tb acusou o harry!!! neville fez uma reflaxao profunda q eu definitivamente nao tinha pensado antes, realmente parece q ele ta se aprovetando... acho interessantissomo qnts novas novas aparecem enquanto eu leio a fi c<3 concordo com o james, nao faz o menor sentido - sem saber do jr, claro - a whinky estar ali se arrastando pela floresta... vou ficar por aqui pq eu jah falei pra caramba, pra variar UHSAUHASHSAUSHAUSHUASHUSHASHASHA bjinho jujuba :*

    2015-05-07
  • Janaina Matos

    Tudo bem! Cada um com seu gosto afinal! kkkk O capítulo está realmente sensacional, nem entendo porque, mas toda vez que eu o leio fico toda arrepiada. Li alguns comentários das pessoas criticando a Hermione devido aos Elfos. Penso que ao invés de criticas, ela deveria receber admirações, convenhamos, são pouquíssimas pessoas de 14 anos que desenvolvem tal consciência política e solidariedade. É lindo ver uma pessoa, mesmo sendo fictícia, conseguir enxergar além do seu mundo, para poder ver os problemas dos outros. É claro não se pode culpar o Ron, ele foi criado pensando que a ideologia da escravidão dos elfos era algo certo, porém, isso não tira o mérito da Mione ao repreendê-lo. Seria muito bom se o mundo tivesse mais jovens como a Hermione que estão dispostos a lutar pelos direitos dos mais necessitados e fracos.   Pode deixar que eu não vou deixar mais de comentar. Beijo!

    2015-05-07
  • Lulu Potter Black

    O Thiago é realmente muito esperto! Desculpa por não ter comentado no último capítulo mas é que minha vida tá uma correria e só hoje eu consegui ler este capítulo e posso dizer que eu adorei! O Snape já está começando a perceber como o futuro dele será se ele se tornar um comensal! A partir de agora as coisas começam a complicar e eu estou doida para ver a reação de todos nos próximos capítulos! Espero ansiosamente pelo próximo capítulo!Beijinhos...Lulu Potter Black 

    2015-05-04
  • MionGinnyLuna

    Amei demais... E qual a surpresa? Parabéns atrasado para a sua irmã (Nãoa companho pelo facebook então devo estar bem atrasada!) E que ela seja muito feliz! (Minha irmão mais velha é minha heroína e eu sou a "pirralha irritante dela", XDXDXD, é assim com vocês também?). Deus do céu, eu posso dizer que eu tenho a maior queda pela sua LIly? Hahaha, sério, uma das poucas com mais sentimentos do que: Raiva/Ser chata/Odiar aquele maldito James Potter/Sentir atração por aquele bendito James Potter! Beijão e até a próxima!

    2015-05-04
  • Clenery Aingremont

    Até parece que Fred e George teriam coragem de dizer que apostaram para a mãe. "Uma jaqueta e saia" por que eu sempre leio que o Harry tem que apanhar uma saia nessa parte? ¬¬‘ Nunca parei para pensar nisso, mas é verdade! Eles não sabiam da volta de Voldemort e, se soubessem, teria se mantido quietos. Quando Lily descobrir o futuro de Snape, vai ficar com tanto nojo... Mal posso esperar para ver a briga ^-^ Pode até ser que essa resposta não incrimine, mas dá para desconfiar... Nunca percebi essa parte da Winky. Deve ter sido Bartholomeu Crouch Jr apoiando-se nela. Hermione não tem direito de falar com Rony dessa forma. Os elfos domésticos são assim! Ela não pode mudar uma cois que acontece há séculos de uma hora para a outra. No caso, Winky teve dois amos. Bartholomeu Jr deve ter mandado para ela ir embora, anulando a ordem do pai. Às vezes Hermione é tão chata... Eu gosto dela, mas... Uma das cenas que eu fiquei muito irritada com ela foi quando o Harry falava das relíquias e a Hermione ficava se fazendo de surda.

    2015-04-27
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