O sonho



– O sonho.

– Seus sonhos sempre são muito interessantes. – Gina disse com um meio sorriso.

– Só espero que não seja outro sonho sobre Voldemort. – Lily suspirou preocupada – Já temos coisas demais com o que nos preocupar.
– Não gosto nada de quando Harry sonha com o que Voldemort está fazendo. – Remo disse balançando as pernas apreensivo – Essa conexão entre os dois não faz sentido algum!
– Talvez todas as pessoas que sobrevivem à maldição da morte adquirem essa conexão com quem tentou matá-las. – Sirius deu de ombros – Não teríamos como saber, Harry é o único. Não tem como saber quais são as consequências de sobreviver à maldição da morte a longo prazo…
– Espero que algum desses livros explique tudo isso melhor. – Tiago suspirou fazendo sinal para Sirius começar a ler.

— A coisa se resume no seguinte, — disse Hermione esfregando a testa — ou o Sr. Crouch atacou Vítor ou outra pessoa atacou os dois, quando Vítor não estava olhando.

– Muito mais provável que outra pessoa tenha atacado os dois. – Remo disse pensativo – Crouch não parecia ter forças para atacar ninguém… Não sei se vocês sabem, mas nossa magia está diretamente conectada com nossas forças...
– Sim, sim. – Hermione disse categórica – Não a força física, mas a força mental.
– Na verdade, uma mistura das duas. – Remo explicou – Para nossa magia funcionar adequadamente nossa força física precisa estar em completa sintonia com nossa força mental…
– E provavelmente é por isso que Voldemort ainda não voltou completamente. – Tiago deu de ombros – Pelo que vimos no primeiro capítulo ele não tinha um corpo, pelo menos não um corpo normal… A magia dele não devia estar tão forte quanto seria normalmente.
– E ainda assim, ele foi completamente capaz de matar aquele trouxa, e Berta… – Lily suspirou nervosa – E fazer o que quer que tenha feito com Crouch…
– Não podemos esquecer que ele tem a ajuda de Pedro, talvez Pedro tenha feito algumas dessas coisas para ele. – Sirius disse zangado – Pedro pode ser um bruxo medíocre, mas ainda assim teve a capacidade de matar uma dúzia de trouxas para me incriminar…

— Deve ter sido o Crouch — disse Rony na mesma hora. — por isso que ele já tinha desaparecido quando Harry e Dumbledore chegaram lá. Deu no pé.
— Acho que não — disse Harry balançando a cabeça. — Ele parecia realmente fraco, acho que não tinha forças para desaparatar nem nada.
— Ninguém pode desaparatar nas terras de Hogwarts, já não disse isso a vocês um montão de vezes? — reclamou Hermione.

– Na verdade, se você chegar longe o bastante dentro da floresta você pode desaparatar. – Tiago disse encolhendo os ombros – Você ainda vai estar na floresta, mas já vai estar fora dos terrenos da escola.

– Crouch deve ter chegado na escola assim. – Sirius afirmou – Deve ter andado por dias até chegar à orla da floresta, especialmente se ele passava metade do tempo achando que estava conversando com Percy no ministério.
– Ele deve ter usados as últimas forças que tinha para aparatar na floresta. – Remo suspirou – Apenas para ser encontrado por quem quer que tenha estuporado Krum.
– O infiltrado de Voldemort deve ter estuporado Krum. – Tiago afirmou, juntando as peças na própria cabeça – Voldemort deve ter dado um jeito de avisar ao infiltrado que Crouch fugiu… E o infiltrado ficou vigiando a escola até Crouch aparecer, eles deviam saber que ele iria querer falar com Dumbledore… Mas…
– Mas como o homem infiltrado soube exatamente o momento em que atacar? – Sirius completou o raciocínio de Tiago – Como ele sabia que Crouch ia chegar à escola naquele exato momento… Se aparentemente ele havia fugido há dias…
– Essa é a parte que não faz sentido algum. – Tiago bufou, coçando a cabeça nervoso.

— OK... Então que tal esta outra teoria — propôs Rony excitado: — Krum atacou Crouch, não, peraí, então se estuporou!
— E o Sr. Crouch se evaporou, não é mesmo? — disse Hermione com frieza.
— Ah, é...
O dia estava amanhecendo. Harry, Rony e Hermione tinham saído muito cedo dos seus dormitórios e corrido até o corujal, juntos, a despachar um bilhete para Sirius. Agora estavam parados contemplando os jardins cobertos de névoa.
Os três estavam pálidos, os olhos inchados, porque ficaram conversando até tarde sobre o Sr. Crouch.
— Vamos recapitular, Harry — disse Hermione. — Que foi que o Sr. Crouch realmente disse?
— Já falei que ele não estava fazendo muito sentido — repetiu Harry. — Disse que queria prevenir Dumbledore sobre alguma coisa. Tenho certeza de que ele mencionou Berta Jorkins e parecia achar que ela estava morta. Não parava de repetir que muita coisa era culpa dele... Mencionou o filho.

– É isso que está me incomodando. – Tiago disse, balançando as pernas ansioso – Por que o resto das coisas seria culpa dele? O que ele poderia ter a ver com a morte de Berta? Sabemos que Berta estava na Albânia e que Pedro enganou ela para levá-la a Voldemort… Isso não pode ter qualquer relação com Crouch!

– Talvez ele não se culpe pela morte de Berta… – Remo disse pensativo – Talvez ele se culpe por não ter procurado ela, ou algo do tipo… Mas isso também não encaixa muito bem com o resto do que ele falou.
– E Voldemort estar se reerguendo também não. – Sirius concordou pensativo – Voldemort estar se reerguendo é culpa minha. – bufou – Eu devia ter segurado o rato melhor… Então ele nunca reencontraria Voldemort e nada disso estaria acontecendo!
– Não é culpa sua! – Harry disse enfático – A culpa é do rato! Ele é o traidor, não se culpe por isso!
– De qualquer forma, – Tiago disse retomando a palavra – Voldemort está se reerguendo por causa de Pedro. A única coisa que ele comentou que pode ser culpa dele é o que aconteceu com o filho dele!

— Bem, isso foi culpa dele — disse Hermione irritada.
— Ele estava delirando — continuou Harry. — Metade do tempo dava a impressão de acreditar que a mulher e o filho ainda estavam vivos, e ele não parava de falar com Percy sobre serviço e de lhe dar instruções.
— E... O que foi mesmo que ele disse sobre Você-Sabe-Quem? — perguntou Rony inseguro.
— Eu já contei — respondeu Harry chateado. — Disse que ele está ficando mais forte.
Houve uma pausa. Então Rony num tom de falsa segurança disse:
— Mas ele estava delirando, conforme você falou, portanto metade disso provavelmente era só delírio...

– Bem que nós gostaríamos que isso fizesse parte do delírio. – Lily suspirou resignada.


— Ele ficava mais sensato quando tentava falar de Voldemort — disse Harry, não dando atenção à careta de Rony. — Estava realmente com dificuldade para formar frases, mas isso era quando parecia que sabia onde estava e o que queria fazer. Ele não parava de dizer que queria ver Dumbledore.
Harry se afastou da janela e olhou para os caibros do telhado. Metade dos numerosos poleiros estava vazia, de vez em quando, mais uma coruja entrava voando por uma das janelas, voltando de uma caçada noturna com um rato no bico.
— Se Snape não tivesse me atrasado — comentou Harry — talvez a gente tivesse chegado lá a tempo. "O diretor está ocupado Potter... que tolice é essa, Potter?" Por que ele simplesmente não saiu do caminho?

– Porque o único prazer da vida desse infeliz é se meter no seu caminho. – Sirius disse olhando para Severo de soslaio.


— Talvez não quisesse que vocês chegassem lá! — disse Rony depressa. — Talvez, calma aí, com que rapidez você acha que ele poderia ter ido até a Floresta? Você acha que ele podia ter chegado lá antes de você e Dumbledore?

– Impossível. – Tiago disse rindo para Rony – Agora sei o que Gina quis dizer… Vocês insistem em pensar que a culpa é do Snape ou do Draco… Fazem os dois parecerem piores que Voldemort.

– Harry já deu a entender que Draco e Snape são os piores inimigos dele. – Sirius disse rindo com Tiago – Ignorando Voldemort completamente…
– E fora o fato de não ter um caminho mais rápido do escritório do diretor para a floresta, Snape tem que ter ficado ali pelo menos alguns minutos para encontrar Moody e dizer a ele onde o diretor foi. – Remo deu de ombros.

— Não, a não ser que ele seja capaz de se transformar num morcego ou outra coisa do gênero.
— Eu não duvido nada — murmurou Rony.

– Snape não teria a capacidade de se tornar um animago! – Tiago afirmou com uma gargalhada – Sem querer ofender. – completou olhando para Severo, ligeiramente irônico – Mas você pode até ser bom com poções e Artes das Trevas, mas transfiguração exige um nível completamente diferente de habilidade.

– Não é uma ofensa mesmo. – Sirius disse com um sorriso desdenhoso – Alguns dos melhores bruxos do mundo nunca dominaram perfeitamente a técnica…
– E um bruxo medíocre como Pettigrew conseguiu. – Severo rebateu maldoso.
– Exatamente! – Tiago disse jogando as mãos para o alto displicentemente.

— Precisamos ver o Professor Moody — disse Hermione. — Precisamos descobrir se ele encontrou o Sr. Crouch.
— Se tivesse levado o Mapa do Maroto com ele, teria sido fácil — disse Harry.
— A não ser que Crouch já tivesse saído de Hogwarts — lembrou Rony — porque o mapa só mostra o que está dentro dos limites, não...

– Na verdade não. – Sirius confessou – O mapa não mostra toda a floresta, só as partes mais próximas à orla. Então se alguém tiver levado ele para mais fundo na floresta, ele não vai aparecer no mapa, mesmo que ainda esteja dentro dos limites da escola…


— Psiu! — exclamou Hermione de repente.
Alguém estava subindo a escada para o corujal. Harry ouviu duas vozes discutindo, cada vez mais próximas.
— ... Isso é chantagem, é o que é, e poderíamos nos meter em uma baita enrascada por causa disso...
— Tentamos ser gentis, está na hora de jogar sujo com o cara. Ele não ia gostar que o Ministério da Magia soubesse o que ele fez...
— Estou falando, se você puser isto por escrito, será chantagem!
— É, mas você não ia reclamar se conseguíssemos um bom pagamento por isso, ia?
A porta do corujal se abriu com estrondo. Fred e Jorge apareceram no portal e em seguida congelaram ao verem Harry, Rony e Hermione.

– Então Fred e Jorge resolveram deixar de ser gentis com Bagman. – Remo disse interessado – Resolveram partir para a chantagem…

– Me pergunto o que eles sabem que Bagman fez para chantageá-lo. – Alice disse pensativa – Ou é só por causa do vício dele em apostas?
– Talvez eles saibam que Bagman apostou em Harry. – Frank deu de ombros – Não é certo apostar em um Torneio em que você é um dos jurados!
– Não sei, – Tiago deu de ombros – para mim Bagman está devendo a eles pela aposta da copa mundial… E por isso eles vem perseguindo ele o ano todo.

— Que é que vocês estão fazendo aqui? — perguntaram Rony e Fred ao mesmo tempo.
— Despachando uma carta — responderam Harry e Jorge em uníssono.
— Quê, a esta hora? — se admiraram Hermione e Fred. Fred sorriu.
— Ótimo, nós não perguntamos o que vocês estão fazendo, se vocês não nos perguntarem — disse ele.

– É a melhor oferta que vocês poderiam receber. – Sirius disse levantando os olhos do livro – Os segredos de vocês são bem mais complicados e preocupantes que os deles.


Ele segurava um envelope fechado na mão. Harry deu uma olhada, mas Fred, fosse por acaso ou de propósito, escorregou a mão, tampando o nome do destinatário.
— Bem, não se prendam por nós — disse ele, fazendo uma reverência cômica e indicando a porta. Rony não se mexeu.
— Quem é que vocês estão chantageando? — perguntou.
O sorriso desapareceu do rosto de Fred. Harry viu Jorge olhar Fred de relance antes de sorrir para Rony.
— Não seja idiota, eu só estava brincando — disse ele à vontade.
— Não parecia — insistiu Rony.
Fred e Jorge se entreolharam. Então Fred disse abruptamente:
— Já lhe avisamos antes, Rony, não meta o nariz se gosta do feitio que ele tem. Não vejo por que você iria meter, mas...
— Mas é da minha conta se vocês estiverem chantageando alguém. Jorge tem razão, vocês poderiam acabar numa baita enrascada.

– Você realmente não devia se meter nos assuntos deles. – Gina disse cruzando os braços sobre o peito, autoritária – Fred e Jorge sempre me diziam para não tentar ouvir as conversas de vocês e para não tentar seguí-los, sempre diziam para respeitar a privacidade de vocês… E é como eu disse, se eles quisessem, poderiam ter descoberto todos os seus segredos. Vocês não são muito discretos...


— Já lhe disse, eu estava brincando — disse Jorge. Ele foi até Fred, tirou a carta das mãos do irmão e começou a prendê-la à perna da coruja-de-igreja mais próxima. — Você está começando a falar como o nosso querido irmão mais velho, sabe, Rony. Continue assim e vai acabar monitor.
— Não, não vou, não! — protestou Rony indignado.

Hermione, Harry, Gina e Neville olharam para Rony tentando esconder as risadas.


Jorge levou a coruja até a janela e deixou-a levantar voo. Ele se virou e sorriu para Rony.
— Bem, então pare de dizer às pessoas o que fazer. Até mais tarde.
Ele e Fred saíram do corujal. Harry, Rony e Hermione ficaram se entreolhando.
— Vocês não acham que eles sabem alguma coisa dessa história toda, acham? — sussurrou Hermione. — Do Crouch e todo o resto?
— Não — disse Harry. — Se fosse uma coisa séria assim eles contariam a alguém. Contariam a Dumbledore.

– Eles não contaram a Dumbledore sobre o mapa quando Sirius estava tentando invadir Hogwarts… – Alice disse com um aceno de dúvida.

– Não é a mesma coisa! – Remo respondeu – E de qualquer forma, duvido muito que eles saibam qualquer coisa sobre esse assunto.

Rony, no entanto, estava com um ar constrangido.
— Que foi? — perguntou Hermione.
— Bem... — respondeu Rony lentamente — não sei se contariam. Eles... Ultimamente estão obcecados com a ideia de fazer dinheiro, notei isso quando estava andando com eles, quando... Vocês sabem...
— Nós dois não estávamos nos falando — Harry terminou a frase para ele. — É, mas chantagem...
— É essa ideia deles de abrirem uma loja de logros. Pensei que estivessem falando nisso só para aborrecer mamãe, mas estão realmente falando sério, querem abrir uma loja. Só falta um ano para eles terminarem Hogwarts, eles não param de falar que está na hora de pensar no futuro e papai não pode ajudá-los, precisam de ouro para começar um negocio.
Agora era Hermione que estava com um ar constrangido.
— Sei, mas... Eles não fariam nada contra a lei para conseguir ouro. Fariam?
— Se fariam? — disse Rony com uma expressão de ceticismo. — Não sei... Eles não se importam muito de desrespeitar o regulamento, não é mesmo?
— É, mas estamos falando da Lei — disse Hermione, parecendo amedrontada. — Não é de um simples regulamento de escola... Vão receber mais que detenção por uma chantagem! Rony... Talvez seja melhor contar ao Percy…

– Talvez fosse melhor vocês simplesmente não se meterem nos assuntos deles. – Tiago disse enfático – É exatamente como Gina disse, vocês tem segredos muito piores que os deles.


— Você ficou maluca? — exclamou Rony. — Contar ao Percy? Ele provavelmente ia fazer como o Crouch, e entregaria os dois. — Ele ficou olhando a janela por onde partira a coruja de Fred e Jorge, depois disse: — Vamos gente, vamos tomar café.
— Vocês acham que é muito cedo para procurar o Professor Moody? — perguntou Hermione quando desciam a escada circular.
— Acho — respondeu Harry. — Ele provavelmente nos detonaria pela porta se nós o acordássemos com o dia nascendo. Ia pensar que estamos querendo atacá-lo dormindo. Vamos esperar até a hora do intervalo.

– É muito provável. – Remo concordou com uma meia risada – Isso não aconteceria quando eu era professor de vocês!


A aula de História da Magia jamais transcorrera tão lentamente. Harry não parava de consultar o relógio de Rony, tendo finalmente jogado fora o seu, mas o do amigo estava andando tão devagar que ele poderia jurar que parara de funcionar também. Os três garotos estavam tão cansados que teriam gostado de descansar as cabeças nas carteiras e dormir; nem Hermione estava fazendo as anotações de costume, sentava-se com a cabeça apoiada na mão, mirando o Professor Binns com os olhos fora de foco.

– Vocês fizeram isso por anos, – Hermione disse em tom de justificativa – eu tenho o direito de fazer pelo menos uma vez na vida!


Quando a sineta finalmente tocou, eles saíram correndo pelo corredor em direção à sala de Defesa das Artes das Trevas e encontraram o Professor Moody de saída. Ele parecia tão cansado quanto os três se sentiam. A pálpebra do seu olho normal estava caída, dando ao seu rosto uma aparência ainda mais torta do que a habitual.
— Professor Moody? — chamou Harry, enquanto atravessavam o ajuntamento de alunos até o professor.
— Olá, Potter — rosnou Moody. Seu olho mágico acompanhou uns alunos de primeiro ano que iam passando e que aceleraram o passo demonstrando nervosismo, depois o olho girou para a nuca do professor e observou-os virar o canto, só então ele voltou a falar:
— Entrem.
Afastou-se, então, para deixá-los entrar em sua sala de aula vazia, entrou em seguida mancando, e fechou a porta.
— O senhor o encontrou? — perguntou Harry sem preâmbulos.— O Sr. Crouch?
— Não — respondeu Moody. Ele foi até a escrivaninha, sentou-se, esticou a perna de pau com um breve gemido e puxou um frasco de bolso.
— O senhor usou o mapa? — perguntou Harry.
— Naturalmente — disse o professor tomando um gole do frasco. — Fiz igualzinho a você, Potter. Convoquei o mapa do meu escritório para a Floresta. O homem não estava em lugar algum.

– Ou Crouch foi levado de volta para o cativeiro… – Remo disse receoso.

– Ou ele está morto e não vai poder informar a ninguém o que está acontecendo. – Tiago completou o pensamento de Remo com um suspiro.
– Pelo menos Dumbledore tem uma ideia do que está acontecendo. – Lily disse apreensiva – Sabe que Voldemort está voltando e vai poder tomar precauções…
– Mas ainda assim, ele não sabe qual é o plano de Voldemort para Harry. – Tiago bufou – Não sabe que um infiltrado de Voldemort está em Hogwarts e que essa pessoa colocou o nome de Harry no Cálice, não para matar Harry durante o torneio, mas para alguma outra coisa…

— Então ele desaparatou? — perguntou Rony.
— Não se pode desaparatar nos terrenos da escola, Rony! — disse Hermione. — Não existem outras maneiras que ele poderia ter usado para desaparecer, existem, professor?
O olho mágico de Moody estremeceu ao pousar em Hermione.
— Você é outra que poderia pensar numa carreira de auror — disse ele à garota. — Sua cabeça funciona na direção certa, Granger.
Hermione corou de prazer.

– Não acho que você se daria bem como auror. – Tiago disse olhando para Hermione profundamente – Você é racional demais… Isso é importante, é claro, mas um bom auror precisa seguir os instintos mais do que a racionalidade… E acho que os livros já provaram que seus instintos não são muito bons.

– Ela descobriu que eu era lobisomem e não me denunciou. – Remo disse em defesa aos instintos de Hermione – Para mim ela teve bons instintos.
– Ela não te denunciou porque sabia que Dumbledore não confiaria em você se você não fosse uma pessoa boa. – Tiago disse categórico – Ela racionalizou a confiança de Dumbledore…

— Bem, ele não estava invisível, — falou Harry — o mapa mostra pessoas invisíveis. Então ele deve ter deixado Hogwarts.
— Mas com as próprias pernas? — perguntou Hermione ansiosa. — Ou alguém o fez deixar?
— É, alguém poderia ter feito isso, montar o Crouch numa vassoura e levar ele embora, não poderia? — perguntou Rony depressa, olhando esperançoso para Moody, como se também quisesse ouvir que tinha talento para auror.

– Sempre desesperado por atenção. – Gina recriminou o irmão – Isso não pega nada bem para você!


— Não podemos excluir um sequestro — rosnou Moody.
— Então — disse Rony — o senhor acha que ele está em algum lugar de Hogsmeade?
— Poderia estar em qualquer lugar — respondeu Moody balançando a cabeça. — A única coisa de que temos certeza é que ele não está aqui.
O professor deu um grande bocejo, suas cicatrizes se esticaram e sua boca torta deixou entrever que lhe faltavam vários dentes. Então disse:
— Agora, Dumbledore me contou que vocês três se imaginam investigadores, mas não há nada que possam fazer por Crouch. O Ministério vai procurá-lo agora, Dumbledore já mandou uma notificação. Potter, e você se concentre na terceira tarefa.
— Quê? — disse Harry. — Ah, sim...
Ele ainda não parara um instante sequer para pensar no labirinto desde que deixara Krum na noite anterior.
— Deve ser bem a sua praia, essa — disse o professor, erguendo os olhos para Harry e coçando o queixo barbado e cheio de cicatrizes. — Pelo que Dumbledore me contou, você já conseguiu fazer coisas parecidas muitas vezes. Venceu uma série de obstáculos que guardavam a Pedra Filosofal no primeiro ano, não foi?
— Nós ajudamos — disse Rony depressa. — Eu e Mione ajudamos.

– Você realmente devia parar de implorar por atenção. – Gina disse encarando o irmão – É patético…


Moody riu.
— Bem, então ajude-o a treinar para esse e ficarei muito surpreso se ele não vencer. Nesse meio tempo... Vigilância constante, Potter. Vigilância constante. — Ele tomou mais um longo gole do frasco de bolso e seu olho mágico girou para a janela. Por ali via-se a vela principal do navio de Durmstrang.
— Vocês dois — seu olho normal estava posto em Rony e Hermione — fiquem colados no Potter, sim? Eu estou de olho nas coisas, mas assim mesmo... Nunca há olhos demais para se vigiar.

– Moody tem razão. – Lily disse temerosa – É melhor Harry evitar ao máximo ficar sozinho…

– Qualquer que seja o plano de Voldemort, sabemos que ele deve acontecer durante a terceira prova… – Tiago disse ansioso – Ele não se daria ao trabalho de colocar Harry no torneio para atacar ele em algum outro momento. Não faria sentido!
– Esse plano de Voldemort ainda me deixa nervosa. – Lily suspirou – Se o plano dele não é simplesmente matar o Harry, o que pode ser?
– Não tenho nenhuma ideia. – Sirius admitiu voltando os olhos para o livro.

Sirius devolveu a coruja dos garotos na manhã seguinte. Ela esvoaçou ao lado de Harry no mesmo instante em que uma coruja castanho-amarelada pousou diante de Hermione, trazendo um exemplar do Profeta Diário no bico. Ela apanhou o jornal, deu uma olhada nas primeiras páginas e disse:
— Ela não ouviu falar do Crouch! — comentou antes de se juntar a Rony e Harry para ler o que Sirius mandara dizer sobre os misteriosos acontecimentos da antevéspera.

– Então o que quer que Skeeter usa para ouvir conversas, ela não estava ouvindo na noite em que Crouch apareceu… – Remo disse pensativo – O que é até estranho, já que os campeões estavam descobrindo sobre a terceira tarefa e Krum estava carregando Harry para um duelo na floresta. É o tipo de coisa que ela adoraria publicar.

– Talvez tenha sido a noite de folga dela. – Alice deu de ombros – Ela não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
– Ou ela poderia estar atrás de outro alvo. – Sirius deu de ombros – Ela estava querendo escrever sobre Bagman no dia em que Hermione gritou com ela no Três Vassouras…

“Harry,
Que brincadeira é essa de sair para a Floresta Proibida com Vítor Krum?

– Mais um pouco de preconceito… – Lily revirou os olhos para Sirius.

– Meu eu-futuro está em uma caverna e não sabe de nada que acontece. – Sirius bufou – Não culpe-o por se preocupar com alguém de Durmstrang!

Quero que você jure, na volta deste correio, que não vai sair andando com mais ninguém à noite. Há alguém perigosíssimo em Hogwarts. Para mim está muito claro que esse alguém queria impedir Crouch de ver Dumbledore e você provavelmente esteve a poucos passos dele no escuro. Poderia ter sido morto.

– Não… – Tiago disse pensativo – Ninguém seria burro a ponto de ter todo o trabalho colocando o Harry no torneio apenas para matá-lo na beira da floresta. Não acho que vocês estivessem pensando em todos os aspectos disso.

– Fica um pouco mais difícil pensar em tudo isso sem saber que o plano de Voldemort poderia envolver qualquer outra pessoa, mas ele faz questão de que seja Harry…  – Sirius afirmou – Pelo que meu eu-futuro sabe, Voldemort quer apenas matar o Harry.
– Você fala como se isso não fosse nada demais. – Lily suspirou desolada.
– Não é isso. – Sirius disse se justificando, apreensivo – Tenho medo que o que quer que Voldemort queira fazer com Harry, seja pior que a morte…

O seu nome não foi parar no Cálice de Fogo por acaso. Se alguém está tentando atacá-lo, essa é a última chance. Fique perto de Rony e Hermione, não saia da Grifinória tarde da noite e se prepare para a terceira tarefa. Pratique estuporamento e desarmamento. Algumas azarações viriam a calhar. Não há nada que você possa fazer por Crouch. Não se exponha e se cuide. Estarei esperando a carta em que me dará sua palavra de que não vai mais ultrapassar os limites da escola.
Sirius”.

– Eu acho que você está exagerando. – Tiago disse categórico – Não faria sentido alguém atacar Harry assim! Se alguém for atacar ele, vai ser durante a prova… Alguém devia dar um jeito de ficar de olho em Harry durante a prova… Mas é claro que a prova vai ser dentro de um labirinto escondido dos olhos de todos!

– Dumbledore não podia ter deixado Harry participar disso! – Lily disse pesarosa.
– Sobre isso ele não tinha opção. – Remo suspirou – Mas ele podia dar um jeito de fazer as pessoas de fora verem o que está acontecendo no labirinto, não seria tão difícil assim…
– Infelizmente, acho que ele não vai pensar nisso. – Sirius bufou voltando os olhos para o livro.

— Quem é ele para me fazer sermão por ultrapassar os limites da escola? — disse Harry ligeiramente indignado enquanto dobrava a carta de Sirius e a guardava no bolso interno das vestes. — Depois de tudo que ele aprontou na escola!

– Ele é seu padrinho! – Lily disse autoritária – E você deve obediência a ele! Ele faz tudo o que pode para te proteger e cuidar de você, até come ratos! O mínimo que você pode fazer é escutar ele!

– Exatamente. – Tiago disse olhando para Lily ligeiramente impressionado.

— Ele está preocupado com você! — lembrou Hermione com rispidez. — E o mesmo se aplica a Moody e Hagrid! Por isso escute o que eles estão lhe dizendo!
— Ninguém nem tentou me atacar este ano — disse Harry. — Ninguém nem me fez absolutamente nada...

– Você estava sendo incrivelmente tapado! – Gina disse irritada – Será que não percebe que a pessoa que colocou seu nome no cálice tinha um plano para você?

Harry baixou os olhos tentando não rir de Gina.
– É o estilo dele. – Tiago murmurou fazendo os outros rirem um pouco.

— Exceto colocarem o seu nome no Cálice de Fogo — disse Hermione. — E devem ter tido um bom motivo para isso, Harry. Snuffles tem razão. Talvez estejam esperando a hora certa. Talvez a terceira tarefa seja a que vão pegar você.
— Olhem, — disse Harry impaciente — digamos que Snuffles tenha razão e alguém estuporou Krum para sequestrar Crouch. Bem, ele estaria escondido entre as árvores perto de nós, certo? Mas esperou eu estar fora do caminho para agir, não foi? Portanto não está parecendo que eu seja o alvo deles, não é?
— Eles não poderiam fazer parecer um acidente se tivessem matado você na Floresta. Mas se você morresse durante a tarefa...
— Eles não se importaram de atacar Krum, não foi? Por que não aproveitaram para acabar comigo também? Poderiam ter feito parecer que Krum e eu tínhamos duelado ou outra coisa qualquer.

– Isso deixa ainda mais claro que a intenção deles não é simplesmente te matar. – Remo disse trazendo a apreensão de volta à sala.

– E você estava sendo burro mesmo. – Gina bufou – Depois de tudo o que você passou, cismar que ninguém está tentando te matar é idiotice!

— Harry, eu também não entendo — disse Hermione desesperada. — Só sei que há um monte de coisas estranhas acontecendo e que não estou gostando nada... Moody está certo, Snuffles está certo, você tem que começar a treinar logo para a terceira tarefa. E não se esqueça de responder a Sirius e prometer que não vai sair por aí sozinho outra vez.

– Hermione está demonstrando bons instintos mandando Harry obedecer o Sirius. – Remo disse tentando defender novamente os instintos de Hermione.

– Não. – Tiago disse categórico – Não use o fato do Harry ter o estilo naturalmente obtuso para dizer que Hermione tem bons instintos! Ela está novamente racionalizando! Ela está pegando todas as informações que tem e mandando Harry tomar a decisão mais racional.

Os jardins de Hogwarts nunca pareceram mais convidativos do que quando Harry foi obrigado a permanecer no castelo. Nos dias que se seguiram ele passou quase todo o tempo livre na biblioteca com Hermione e Rony, consultando livros sobre azarações ou então em salas de aula desocupadas, em que eles entravam às escondidas para praticar.

– Sempre me incomoda saber que na época vocês não sabiam metade das azarações que sabíamos com a sua idade. – Sirius disse levantando os olhos do livro para encarar Harry – Você devia ter procurado azarações logo que Draco convidou você para um duelo…

– Então você acha que ele devia estar praticando azarações desde o primeiro ano? – Alice perguntou espantada.
– É claro! – Sirius disse categórico – Nós praticamos azarações desde o primeiro ano… Eu e Tiago já chegamos na escola sabendo algumas!
– É o estilo dele! – Tiago disse resignado – E se não fosse pela prova do Tribruxo, ele não aprenderia algumas azarações por um bom tempo!

Harry se concentrou no Feitiço Estuporante, que ele nunca usara antes. O problema era que sua prática exigia certos sacrifícios de Rony e Hermione.

– Infelizmente esse é o único jeito de aprender. – Remo deu de ombros – Quando estávamos aprendendo ele, nos revezávamos… Mas mesmo assim era desagradável.


— Não podíamos sequestrar Madame Nor-r-ra? — sugeriu Rony durante a hora de almoço na segunda-feira, ainda deitado de barriga para cima no meio da sala de Feitiços, onde acabara de ser estuporado e reanimado por Harry pela quinta vez seguida. — Vamos estuporar a gata para variar. Ou quem sabe você podia usar o Dobby, Harry, aposto que ele faria qualquer coisa para ajudar você. Não estou reclamando nem nada, — o garoto se levantou esfregando as costas — mas estou todo doído...
— Bem, você sempre sai de cima das almofadas, não é? — disse Hermione com impaciência, rearrumando a pilha de almofadas usadas para o Feitiço Expulsório que Flitwick deixara guardadas em um armário. — Experimente cair de costas!

– Como se fosse possível planejar onde você vai cair quando é estuporado! – Tiago disse com uma gargalhada.


— Quando a gente está sendo estuporado, não consegue mirar muito bem, Hermione! — defendeu-se Rony aborrecido. — Por que você não experimenta uma vez?
— Bem, acho que Harry já pegou o jeito — disse a garota apressada. — E não precisamos nos preocupar com o desarmamento, porque ele já sabe fazer isso há séculos... Acho que hoje à noite devíamos começar algumas azarações.

– Bem fácil praticar o estuporamento quando só eu tenho que ser estuporado. – Rony bufou para Hermione que apenas deu de ombros e riu.


A garota percorreu com os olhos a lista que tinham feito na biblioteca.
— Gosto da cara desta aqui, — disse ela — da Azaração de Impedimento. Deve retardar qualquer coisa que esteja tentando atacar você, Harry. Vamos começar por ela.

– É útil mesmo. – Remo concordou enfático – Mas você já devia saber há muito mais tempo.


A sineta tocou. Apressadamente eles enfiaram as almofadas no armário de Flitwick e saíram com cautela da sala de aula.
— Vejo vocês no jantar! — disse Hermione e foi para a aula de Aritmancia, enquanto Harry e Rony seguiam para a aula de Adivinhação na Torre Norte.
Grandes feixes de sol, radiosamente dourados, vindos das altas janelas, cortavam o corredor. O céu lá fora estava tão intensamente azul que parecia esmaltado.
— Vai estar uma sauna na sala da Trelawney, ela nunca apaga aquela lareira — comentou Rony, quando começaram a subir a escada circular que levava à escada prateada e ao alçapão.
E ele estava certo. A sala mal iluminada estava incomodamente quente. A fumaça da lareira perfumada estava mais densa que nunca. Harry sentiu a cabeça tontear ao se dirigir a uma das janelas de cortinas corridas.

– Isso não é nada bom. – Lily disse roendo as unhas preocupada – Tontura nunca é um bom sinal…

– Talvez seja só o calor. – Alice disse esperançosa – O calor pode deixar as pessoas tontas…

Enquanto a Professora Sibila estava olhando para o outro lado, tentando soltar o xale de um abajur, ele abriu a janela uns dois dedinhos e tornou a se sentar em sua cadeira forrada de chintz, de modo que uma brisa suave correu pelo seu rosto. Ele se sentiu muitíssimo confortável.
— Meus queridos, — disse a professora, sentando-se em sua bergere diante da turma e percorrendo-a com seus olhos estranhamente aumentados — estamos quase no fim dos nossos estudos sobre adivinhação planetária. Hoje, no entanto, teremos uma excelente oportunidade de examinar os efeitos de Marte, porque ele está em uma posição muitíssimo interessante neste momento. Se vocês todos olharem para cá, eu vou diminuir a luz...
Ela acenou com a varinha e as luzes se apagaram. A lareira ficou sendo a única fonte de claridade. A Professora Sibila se curvou e tirou de baixo da poltrona um modelo do sistema solar, protegido por uma redoma de vidro. Era uma bela peça, cada uma das luas cintilantes estavam dispostas em torno dos nove planetas e do sol esbraseado, todos suspensos no ar sob o vidro. Harry acompanhou indolentemente a professora começar a apontar o ângulo fascinante que Marte formava com Netuno.
A fumaça muito perfumada o envolveu e a brisa vinda da janela brincou pelo seu rosto. Ele ouviu um inseto zumbir suavemente em algum lugar atrás da cortina. Suas pálpebras começaram a pesar...

– Parece que o sonho do nome do capítulo vai ser no meio da aula de adivinhação. – Remo disse ansioso – Só espero que não seja nada ruim…

– Deve ser alguma coisa ruim. – Tiago disse resignado – O nome do capítulo não seria dedicado a um sonho se não fosse ruim.

Ele estava cavalgando às costas de um corujão, voando por um claro céu azul em direção a uma casa velha e coberta de hera, situada no alto de uma encosta.
Eles foram voando cada vez mais baixo, o vento passando agradavelmente pelo rosto de Harry, até chegarem a uma janela escura e desmantelada no primeiro andar da casa, pela qual entraram. Agora estavam voando por um corredor sombrio e chegaram a um quarto bem no final... cruzaram a porta entraram nesse quarto escuro cujas janelas estavam pregadas...
Harry desmontara das costas do corujão... E observou-o esvoaçar pelo quarto e pousar em uma poltrona virada de costas para ele... Havia duas formas escuras no chão ao lado da cadeira... As duas se mexiam... Uma era uma enorme cobra... A outra, um homem... Um homem baixo, meio careca, um homem com olhos aquosos e um nariz pontudo... Ele arfava e soluçava no tapete diante da lareira...

– Pedro. – Tiago murmurou apreensivo.

– Então Harry está sonhando com Voldemort de novo? – Frank perguntou preocupado.
– Parece que sim. – Lily suspirou nervosa.

— Você está com sorte, Rabicho — disse uma voz fria e aguda do fundo da poltrona em que o corujão pousara. — Você tem de fato muita sorte. O seu erro não chegou a arruinar tudo. Ele está morto.

– O erro de Pedro não arruinou tudo… Ele está morto. – Sirius repetiu as palavras que havia acabado de ler – Ele só pode estar falando de Crouch…

– Pedro devia estar incumbido de manter Crouch preso. – Remo concordou pensativo – E ele é quem deve ter deixado Crouch escapar e chegar a Hogwarts.
– Isso quer dizer que a carta que Voldemort recebeu veio do homem infiltrado dele… – Tiago disse balançando as pernas ansioso – E ele matou Crouch no dia que ele apareceu na orla da floresta…
– Apesar de tudo, Crouch também não merecia morrer desse jeito… – Lily suspirou triste – Não mesmo… Ainda mais depois de se arrepender de tudo o que fez e tentar consertar procurando Dumbledore…
– Eu só queria saber o que exatamente ele fez para estar tão arrependido. – Tiago disse coçando a cabeça apreensivo.

— Milorde! — ofegou o homem no chão. — Milorde, estou... Estou tão satisfeito... E tão arrependido...
— Nagini, — disse a voz fria — você está sem sorte. Afinal, não é hoje que vou lhe dar Rabicho para comer... Mas não se incomode, não se incomode... Ainda tem o Harry Potter...

– Ele quer dizer… – Lily murmurou hesitante – Ele quer dizer que vai dar Harry para a cobra comer?

– Não… – Tiago garantiu perturbado – Não vai acontecer nada… Não pode acontecer nada…

A cobra sibilou. Harry viu a língua dela se agitar.
— Agora, Rabicho, — disse a voz fria — talvez mais um lembrete de por que não vou tolerar mais nenhum erro seu...
— Milorde... Não... Eu suplico...
A ponta de uma varinha ergueu-se do fundo da poltrona. Mirou Rabicho.
— Crucio — disse a voz fria.
Rabicho berrou, berrou como se cada nervo do seu corpo estivesse em fogo, os berros encheram os ouvidos de Harry, ao mesmo tempo que a cicatriz em sua testa queimou de dor;

Sirius hesitou, olhou para Tiago e Remo e percebeu que ambos sentiam o mesmo que ele.

– É difícil. – Sirius disse com a voz entrecortada – Ele era nosso amigo…
– Não. – Tiago se remexeu em seu lugar desconfortável – Nós eramos amigos dele… É diferente…
– Mesmo assim. – Remo suspirou nervoso – Ainda não me acostumei completamente em ver ele do outro lado… Sendo torturado por Voldemort…
– Nada disso estaria acontecendo se ele não tivesse traído a nossa confiança. – Sirius baixou os olhos confuso – Mas ainda assim dói ver ele sofrendo!
– Foram muitos anos protegendo ele. – Tiago disse trincando os dentes – Foram muitos anos vivendo lado a lado… Sempre juntos. – Lily apertou o ombro de Tiago com carinho, compreensiva.
– É melhor pararmos de falar nisso. – Remo bufou resignado – É melhor pararmos de pensar nisso… Ele não merece nosso sofrimento.

Ele estava berrando, também... Voldemort iria ouvi-lo, saberia que ele estava ali...
— Harry! Harry.
Harry abriu os olhos. Estava caído no chão da sala da Professora Sibila, cobrindo o rosto com as mãos. Sua cicatriz ardia com tanta intensidade que seus olhos chegavam a lacrimejar. A dor fora real. A turma inteira estava parada à volta dele, e Rony se ajoelhara de um lado, com uma expressão de terror no rosto.

– Isso não é nada bom. – Alice disse nervosa – Espero que nenhuma das pessoas dessa sala falem por ai sobre isso…

– Se Skeeter descobrir… – Frank disse concordando com Alice receoso.

— Você está bem? — perguntou.
— É claro que não está! — disse a professora, parecendo alvoroçadíssima. Seus grandes olhos miraram Harry, ameaçadores. — Que foi, Potter? Uma premonição? Uma aparição? Que foi que você viu?
— Nada — mentiu Harry. Ele se sentou. Sentia os próprios tremores. Não conseguia parar de olhar para todo lado, para as sombras às suas costas. A voz de Voldemort soara tão próxima...
— Você estava apertando sua cicatriz! — disse a professora. — Você estava rolando no chão, apertando sua cicatriz! Ora vamos, Potter, eu tenho experiência nesses assuntos!
Harry levantou a cabeça para olhá-la.
— Preciso ir à ala hospitalar, acho. Dor de cabeça muito forte.
— Meu querido, sem dúvida você foi estimulado pelas extraordinárias vibrações premonitórias da minha sala! Se você sair agora, poderá perder a oportunidade de ver mais longe do que jamais...

– Ela não deixa de estar certa. – Remo murmurou aflito – De um jeito ou de outro, Harry estava vendo bem longe.

– Infelizmente não é porque ele é um bom vidente. – Tiago suspirou.

— Eu não quero ver nada, a não ser um remédio para minha dor de cabeça.
Harry se levantou. A turma recuou. Todos pareciam nervosos.

– Por que eles estavam nervosos? – Lily perguntou irritada – Harry só passou mal, teve um desmaio!

– As pessoas acharam que Harry estava tendo alucinações. – Neville contou receoso – Ele estava gemendo muito enquanto estava desmaiado… E acho que ele falou um pouco em ofidioglossia…

— Vejo você mais tarde — murmurou ele para Rony e, apanhando a mochila, rumou para o alçapão, sem dar atenção à Professora Sibila, que revelava no rosto uma grande frustração, como se alguém a tivesse privado de um prazer real.
Quando Harry chegou ao fim da escada, porém, não rumou para a ala hospitalar. Não tinha a menor intenção de ir até lá. Sirius lhe dissera o que fazer se a cicatriz tornasse a doer e ele ia seguir o conselho do padrinho: ir direto ao escritório de Dumbledore.

– É o melhor a fazer mesmo. – Sirius disse levantando os olhos do livro – E é ótimo que você tenha resolvido escutar meus conselhos!


Ele atravessou os corredores, decidido, pensando no que vira no sonho... Fora tão vívido como o outro que o despertara na Rua dos Alfeneiros... Ele repassou mentalmente os detalhes, procurando se certificar de que não os esqueceria... Ouvira Voldemort acusar Rabicho de cometer um erro... Mas a coruja trouxera boas notícias, o erro fora consertado, alguém estava morto... Por isso Rabicho não ia servir de alimento para a cobra... Em seu lugar, Harry é quem iria...

– É só ligar as peças! – Tiago disse balançando as pernas ansioso – Dumbledore vai saber conectar tudo… Vai perceber que Voldemort estava mantendo Crouch refém…

– E talvez com isso ele possa fazer alguma coisa para proteger Harry… – Lily disse esperançosa.

O garoto passou direto pela gárgula que guardava a entrada do escritório de Dumbledore sem reparar. Ele piscou, olhou em volta, percebeu a distração, refez seus passos e parou diante do ornato. Então se lembrou que não conhecia a senha.
— Sorvete de limão? — experimentou.
A gárgula não se moveu.
— OK. — disse Harry encarando-a. — Drops de pêra. Varinha. alcaçuz. Delícia gasosa. Chicle de baba-bola. Feijõezinhos de todos os sabores... Ah, não, ele não gosta desses, ou gosta?... Ah, abra logo, será que não pode? — exclamou o garoto aborrecido. — Eu realmente preciso ver o diretor, é urgente!
A gárgula continuou imóvel.
Harry chutou-a, mas não conseguiu nada, exceto sentir uma dor excruciante no dedão do pé.
— Sapo de chocolate! — berrou com raiva, parado num pé só. — Pena de açúcar! Torrão de barata!
A gárgula ganhou vida e saltou para o lado. Harry piscou os olhos.

– Essa é uma senha estranha. – Frank disse franzindo a testa – Dumbledore é mesmo muito excêntrico…


— Torrão de barata! — exclamou admirado. — Eu estava só brincando...
Ele passou depressa pela abertura nas paredes e pisou no patamar de uma escada em espiral, que se deslocou lentamente para o alto, ao mesmo tempo em que as portas se fechavam às suas costas, levando-o até uma porta de carvalho polido com uma maçaneta de latão. Ele ouviu vozes no escritório. Saltou da escada em movimento e hesitou, escutando.
— Dumbledore, receio não ver a relação, não a vejo mesmo! — Era a voz do Ministro da Magia, Cornélio Fudge. — Ludo diz que Berta é perfeitamente capaz de se perder. Concordo que era de esperar que, a esta altura, ela já tivesse sido encontrada, mas mesmo assim, não temos evidência alguma de crime, Dumbledore, nenhuma. Quanto ao desaparecimento dela estar ligado ao de Bartô Crouch!

– Fudge sempre foi um ignorante! – Frank bufou irritado – Não consigo acreditar que um idiota como este conseguiu chegar a ministro da magia.

– E é burro! – Tiago concordou enfático – Ele prefere não acreditar em Dumbledore a encarar o que está acontecendo de verdade, só vai perceber que Dumbledore está certo quando as coisas explodirem no colo dele!
– Só espero que não seja tarde demais. – Remo disse nervoso – Voldemort está se reerguendo, Fudge não pode fingir que nada está acontecendo por muito tempo.
– Acho que vocês estão ignorando a capacidade dele de ser obtuso. – Frank disse categórico.

— E o que é que o senhor acha que aconteceu com Bartô Crouch, ministro? — perguntou Moody num rosnado.
— Vejo duas possibilidades, Alastor — disse Fudge. — Ou Crouch finalmente enlouqueceu, o que é muito provável e tenho certeza de que você concorda, dada a sua história pessoal, perdeu o juízo e saiu vagando por aí...
— Ele vagou muitíssimo depressa, se esse for o caso, Cornélio — comentou Dumbledore calmamente.
— Ou então, bem... — Fudge pareceu constrangido. — Bem, não vou julgar até depois de ver o local onde ele foi encontrado, mas você diz que foi um pouco além da carruagem da Beauxbatons? Dumbledore, você sabe quem é aquela mulher?
— Considero-a uma diretora competente e uma excelente dançarina — acrescentou Dumbledore rapidamente.
— Ora, vamos Dumbledore! — disse Fudge irritado. — Você não acha que pode estar predisposto a favorecê-la por causa de Hagrid? Nem todos eles são inofensivos, se é que se pode chamar Hagrid de inofensivo, com aquela fixação monstruosa que ele tem...

– É claro! – Lily disse impaciente – Ele prefere culpar qualquer um a admitir a verdade! Ele prefere culpar a Maxime só por ser meio-gigante! E ainda coloca o Hagrid no meio!

– Um preconceituoso nojento como ele nunca deveria ser o ministro da magia! – Remo disse concordando com Lily irritado – É por causa de pessoas como ele que Hagrid e eu somos marginalizados! Ele julga todo mundo! Ele é repulsivo!
– Se conseguirmos mudar o nosso futuro, – Sirius disse entredentes – vou usar toda a influência que meu nome tem para não permitir que esse desgraçado chegue ao ministério!
– Vai estar fazendo um favor a todo o Reino Unido. – Tiago disse enfático – E pode ter certeza de que eu vou te ajudar.

— Tenho tantas suspeitas de Madame Maxime quanto tenho de Hagrid — disse Dumbledore com a mesma calma. — Acho que é possível que você esteja predisposto a condená-la, Cornélio.
— Será que podemos fechar esta discussão? — rosnou Moody.
— Sim, sim, vamos descer aos jardins, então — disse Cornélio impaciente.
— Não, não é isso, — falou Moody — é que Potter quer dar uma palavra com você, Dumbledore. Ele está aí do outro lado da porta.

– Devíamos ter imaginado que alguma hora Moody perceberia Harry atrás da porta. – Sirius disse, passando o livro para Gina – Mas essa conversa que ouvimos foi bem esclarecedora…

– Já sabíamos que Fudge era um idiota. – Frank disse categórico.
– Mas agora sabemos que ele é um idiota e que está se recusando a ouvir Dumbledore. – Remo disse preocupado – Enquanto ele era um idiota que pedia conselhos a Dumbledore para dar cada passo, as coisas estavam bem.
– Ele não quer uma crise nas mãos. – Tiago bufou – Não quer ser o ministro que estava no poder quando Voldemort retornou…
– E em vez de tentar impedir Voldemort de voltar, ele está tentando esconder os sinais do mundo. – Sirius revirou os olhos – É a maior prova de que ele é um idiota!
– Vamos continuar com o livro. – Lily disse nervosa – Talvez a conversa com Dumbledore nos ajude a entender mais coisas. – completou fazendo sinal para Gina começar o novo capítulo:
– Capítulo XXX – A penseira.


~~X~~

 
Hey leitores mais queridos do FeB! Vocês vão ficar felizes em saber que estou fazendo progresso em OdF. Ontem a noite consegui concluir o capítulo 2 e já estou começando o 3... Se eu conseguir continuar assim, talvez tenhamos uma pequena mudança no ritmo de postagens. Mas não se animem muito, ainda é um grande talvez.

- Regiane Helena: Muito obrigada, tive um bom final de ano sim, corrido, mas bom! Espero que o seu tenha sido bom também! Eu estou muito ansiosa para ver as opiniões de vocês sobre algumas coisas que coloquei nos próximos capítulos, especialmente o último. Eu também nunca gostei do personagem Snape, sempre tive opiniões fortes sobre ele, que não escondo de ninguém, mas o Alan realmente era perfeito para o papel, ele atuou magistralmente em todos os filmes e fiquei triste de ver um ator tão bom partir tão cedo.
- MionGinnyLuna: Fico feliz que tenha gostado, espero que goste desse também!
- Luiza Snape: Eu sempre procuro me envolver emocionalmente na escrita e deixar acontecer, claro que tenho algumas coisas planejadas, mas se chega a hora e eu não sinto que é certo, jogo tudo fora e começo de novo... Mas eu entendi sim o que você quis dizer.
- Ana Marisa Potter: Fico feliz que tenha gostado, obrigada!
- Gi Molly Weasley: Fico feliz que tenha gostado do capítulo. Também fiquei muito triste em ver o Alan partir tão cedo.
- Cibeli Cardoso: Também fiquei muito triste em saber que o Alan partiu tão cedo, mas ele certamente está em um lugar melhor. Fico feliz que tenha gostado do capítulo. O capítulo em que eles descobrem o que aconteceu com Alice e Frank é o próximo, e eu me emocionei muito escrevendo, espero ter conseguido passar tudo o que queria com ele.
- Izabella Bella Black: A cozinha também é um dos meus lugares favoritos, quando vou escrever fics sempre penso em como posso incluir a cozinha, me parece um ótimo lugar para encontros furtivos... Apesar do pai do Sirius ser bem incompetenteda cozinha ele não é tão incompetente assim... E acho que os garotos tem estomago forte. Ainda mais se você considerar que anos depois o Sirius estava comendo ratos para sobreviver... Acontece que no caso da batalha de Hogwarts, os elfos não estavam se unindo como espécie, eles não estavam lutando por eles mesmos, eles estavam lutando para cuidar dos bruxos, para tentar ajudar as pessoas de quem eles cuidam, os alunos, professores e amigos de Hogwarts, se unir como espécie significa lutar pelos próprios direitos e etc, e isso eles nunca fariam. A Alice pode até ter uma opinião diferente dos outros, mas dessa vez a opinião dela não machuca ninguém, e ela não está julgando ninguém... Então acho que ela está evoluindo bastante. Os bruxos tem muitos preconceitos, e eles tratam todos os lobisomens muito mal, sem se importarem com o fato de que eles são pessoas durante o resto do mês inteiro. Em relação ao Rony, devia ser difícil para ele mesmo, mas os irmãos dele nunca tiveram esse tipo de problema, não é? E não acho que Hermione realmente tivesse muito dinheiro, mais do que o Rony, claro, mas nem perto do que o Harry tinha... E depois do que aconteceu na noite em que Harry deixou o ovo cair depois do banho, e como Snape não queria Moody por perto, é claro que Tiago ficaria desconfiado...
- Day Caracas: Mas o que aconteceu para você ainda estar estudando? Greve ou alguma coisa do tipo? É horrível quando essas coisas acontecem, deixa o ano todo errado! A Mione na época tinha só 14 anos e muitas ideologias, e apesar de ela ser muito inteligente, ela ainda não tinha desenvolvido muito bem a inteligencia emocional dela, então é justificável que ela não saiba lidar bem com a situação, ela não consegue entender que o modo como ela quer ajudar, não ajuda de verdade. Mesmo eles tendo sido expulsos da cozinha, não acho que tenha sido uma expulsão definitiva, não vejo os elfos como criaturas que guardam rancor, pelo menos não em geral (descontemos Monstro e Dobby, nenhum dos dois é muito normal). Acho o Sirius muito forte, se pararmos para pensar em como ele conseguiu ficar são em Azkaban e só decidiu fugir porque não queria deixar a pessoa que traiu os amigos dele se safar... Não fique decepcionada com a Sra. Weasley, ela não tem culpa, não de verdade, o problema é que apesar de tudo, ela nesse ponto ainda era apenas uma bruxa comum, do povo, que acredita nas coisas que lê. Pense em como na cabeça dela o melhor trabalho para todos os filhos dela é no ministério e ela luta tanto com os cabelos do Gui... Ela é apenas antiquada e influenciável nesse ponto, mas ela muda muito depois que Voldemort volta... Eu também queria saber mais sobre a escola de magia no Brasil. Mas andei pensando, e acho impossível que existam só as que ela falou... O mundo é grande demais para tão poucas escolas de magia. O próximo capítulo realmente mexeu muito comigo na hora de escrever, a parte do Frank e da Alice me deixou mal depois... Espero que eu tenha conseguido transmitir tudo o que eu estava sentindo para vocês...


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Comentários (10)

  • Stehcec

    Olá Juh Estou lendo esse pelo Mozilla! hahahaahhaah não gosto desse navegador (lembrei como chama), mas baixei só pra ler.   Se os marotos pensassem um pouquinho conseguiriam chegar na resposta certa que o Moody é o infiltrado. Mas claro que o Tiago não ia chegar a essa conclusão rápido pq ele acha q o Moody é o Moody. Tiago falando que não queria ofender o Snape, aiai, acredito viu. hahahahahaa Tbm não vejo o pq de ficarem se metendo na vida dos gêmeos. A Lily deu uma bronca certinha, Harry deve obediencia ao Sirius, principalmente por tudo q ele ta passando por ele. Não imaginei que os marotos sofreriam ao ver o sofrimento do Rabicho, isso só mostra o quanto eles são bons. Como o Fudge pode fingir que nada está acontecendo, é um burro, idiota. Tudo o que o Fudge fugiu aconteceu, ele foi o ministro q estava no poder quando o Voldemort voltou e ainda perdeu o posto de ministro, oq foi muito bem feito.   Acho q hoje consigo ler os outros dois Juh! Só espero q seja antes de vc postar o cap. novo! Abraços

    2016-03-06
  • Izabella Bella Black

    Em primeiro lugar o capitulo está perfeito. Bem imagino que talvez no sexto livro os marotos comecem a juntar as pontas sobre a ligação entre Harry e Voldemort, afinal eles percebem as coisas bem mais rapido do que os outros. No caso de Pedro eu acho que ele não tem capacidade de fazer nada sozinho, mas se ele tiver um motivo como no caso dos trouxas que ele matou, ou então recebendo ordens de Voldemort, pelo o que da a entender nos livros Pedro tem mais medo de Voldemort do que muitas pessoas. Acho engraçado que os marotos percebem bem mais coisas que os outros, mas as vezes eles não percebem o obvio, eu lembro que quando li essa parte pela primeira vez pensei no mapa, mas descartei pelo mapa estar com Moody só depois que cheguei ao final que percebi que estava certa, mas parando para pensar talvez seja por isso que não pensaram no mapa, por que ele esta com Moody. Eu fico imaginando que mesmo sem o traitor Voldemort teria voltado, pois ele ainda teria a ajuda de Pedro. É realmente engraçado o fato de Harry culpar Snape ou Draco, acho que a unica vez que Harry esteve certo em culpar Draco foi no sexto livro. Se for parar para pensar nisso, muitos bruxos que são poderosos e tudo o mais tem dificuldades com a animagia, mas Pedro que é um idiota conseguiu, tudo bem que ele teve ajuda de Sirius e Tiago, mas ainda sim. Concordo com a Lily, o minimo que Harry pode fazer é escutar Sirius e Sirius de certa forma estava certo, não tem como saber o que vai acontecer então o minimo que Harry podia fazer é tomar mais cuidado. Concordo com Sirius, Harry podia ter se preocupado com tudo isso deste o primeiro ano, saber se defenter nunca é perdido, principalmente que ele sabe que Voldemort sempre tenta matar ele ou algo assim no final de cada livro. Tiago tem razão Fudge só admitiu que estava errado sobre tudo praticamente, quando todos os problemas explodirão em cima dele. Só de pensar no proximo capitulo, já começo a passar mal, eu sempre achei esse capitulo um dos piores, e agora não paro de pensar nas reações de Alice e Frank. Nunca tinha pensado por esse lato que na batalha os elfos estavão lutando de certa maneira pelas pessoas que eles consideram familia. Talvez no caso do Rony seja um pouco diferente pois a Molly queria uma menina, então acho que de certa forma ele se sente mal com esse fato, e outra em muitas coisas ele é deixado de lado e tudo isso o faz ainda mais inseguro, não que tenha alguma desculpa para o que ele fez. Acho que é só. Beijos.

    2016-02-09
  • Luana Mendes Potter

    Oi Ju! Eu achei que já tinha comentado, mas como não foi, vamos lá, não é não? :D - Os sonhos de Harry: Se eles acham os sonhos de Harry preocupantes, vão botar um ovo durante a Ordem da Fênix, porque parece que metade do livro o Harry tá sonhando, e a outra metade de mau humor, e ainda sim eu amo esse livro J - Sobre o traidor Pettigrew: É incrível como em toda fanfic Jily que eu li até hoje, o Pedro é sempre um bobalhão comilão, sendo que nos livros nós temos exemplos de sua capacidade mágica, como abrir uma cratera em uma rua e assassinar doze trouxas. Cara, isso não é pouca coisa, ele ainda era um animago... Podia ser um gordo comilão, mas era um escroto com uma magia (negra) bem desenvolvida. - A culpa do Voldemort estar se reerguendo é do próprio Voldemort, que assegurou estar preso a vida... Eu nunca li esse livro jogando a culpa no Crouch...  Sempre achei que ele já tinha sido castigado o suficiente pela vida, afinal ele perdeu a coisa que mais importava para ele, a carreira. - Sobre o Snape: rrrrrrrrrr não importa que ele tenha sido um “herói” no final, tenho um ranço com ele que olha, vou te contar... - Incrível como os personagens distinguem o Fred do Jorge. Fala sério, eles são um só, igual Sandyejunior gente! Kkkk - Tadinho do Rony gente... Ele implora por atenção porque poxa, olha a penca de irmãos que ele tem... Não é fácil se destacar assim né? Não entendo porque tanta gente na internet detesta o Rony... Acho ele muito “humano”. - Ju, eu vou ser obrigada a parar de ler a sua fic... Cara, você destrói total a imagem que eu tenho do tio Dumby HAHAHAHA  Esse negócio de ele deixar o Harry se arriscar no labirinto sem ninguém ver o que acontece, confesso que nunca tinha pensado por esse lado. Como você já me disse, eu sou muito inocente XD   Bom, eu comecei a escrever esse comentário a alguns dias atrás, e nem me lembro mais o que queria escrever, mas bem, o que vale é a intenção, sabe? Kkkk Beijos Ju!PS: Pra variar, eu comentei e esqueci de te dar nota cinco pelo capítulo, que deer. 

    2016-02-05
  • Luana Mendes Potter

    Oi Ju! Eu achei que já tinha comentado, mas como não foi, vamos lá, não é não? :D - Os sonhos de Harry: Se eles acham os sonhos de Harry preocupantes, vão botar um ovo durante a Ordem da Fênix, porque parece que metade do livro o Harry tá sonhando, e a outra metade de mau humor, e ainda sim eu amo esse livro J - Sobre o traidor Pettigrew: É incrível como em toda fanfic Jily que eu li até hoje, o Pedro é sempre um bobalhão comilão, sendo que nos livros nós temos exemplos de sua capacidade mágica, como abrir uma cratera em uma rua e assassinar doze trouxas. Cara, isso não é pouca coisa, ele ainda era um animago... Podia ser um gordo comilão, mas era um escroto com uma magia (negra) bem desenvolvida. - A culpa do Voldemort estar se reerguendo é do próprio Voldemort, que assegurou estar preso a vida... Eu nunca li esse livro jogando a culpa no Crouch...  Sempre achei que ele já tinha sido castigado o suficiente pela vida, afinal ele perdeu a coisa que mais importava para ele, a carreira. - Sobre o Snape: rrrrrrrrrr não importa que ele tenha sido um “herói” no final, tenho um ranço com ele que olha, vou te contar... - Incrível como os personagens distinguem o Fred do Jorge. Fala sério, eles são um só, igual Sandyejunior gente! Kkkk - Tadinho do Rony gente... Ele implora por atenção porque poxa, olha a penca de irmãos que ele tem... Não é fácil se destacar assim né? Não entendo porque tanta gente na internet detesta o Rony... Acho ele muito “humano”. - Ju, eu vou ser obrigada a parar de ler a sua fic... Cara, você destrói total a imagem que eu tenho do tio Dumby HAHAHAHA  Esse negócio de ele deixar o Harry se arriscar no labirinto sem ninguém ver o que acontece, confesso que nunca tinha pensado por esse lado. Como você já me disse, eu sou muito inocente XD    Bom, eu comecei a escrever esse comentário a alguns dias atrás, e nem me lembro mais o que queria escrever, mas bem, o que vale é a intenção, sabe? Kkkk Beijos Ju!  

    2016-02-05
  • TatianaThays

    Não vou mais prometer que vou comentar sempre, porque se provou que eu não consigo, sempre que eu colocar por as mãos em um notebook eu tento comentar, estamos combinadas?MEU DEUS, CAPÍTULO MARAVILINDO. Adoro como você consegue fazer os casais na sala interagir de forma simples e ainda assim fazer com que seja um gesto "romântico" por assim dizer. O confortamento da Lily com o Tiago, o Rony brincando com a Mione sobre ser estuporado e o Harry rir da Gina chamar ele de tapado. É simplesmente admiráveL.Em relação a toda trama que tem nesse livro e como seria demais que eleS desvendassem tudo eu fiquei com a opinião de que o que pode conseguir chegar mais próximo da verdade seria o Remo, porque vejamos nossas opçõe: O Tiago não vai considerar o Moody como o infiltrado nem a pau entao fica muito difícil ele desvendar alguma coisa além do que vai ser dito antes da revelação no livro, o Sirius parece que não tem muita consciência de pensar em algo tão elaborado porque está muito preocupado com o seu eu do futuro e a Lily está desesperada com o que pode acontecer com o Harry demais pra tentar desvendar o misterio, e falando serio quem não estaria? Estou louca pra ver a reação de todos quando descobrirem. Estou passando na minha cabeça o Remo dizendo algo como: " Eu sabia! Ele era muito estranho como professor! Ele nem deveria se dar conta de como é difícil ser professor, só devia estar prestando atenção no Harry. "Gina com os melhores conselhos. Sabe, eu sinto muita falta da Luna lendo os livros com os outros, alguém podia dar um jeito de mandar ela pra ler também né...  Obrigado por voltar com esse ritmo fantástico Ju. Está fazendo minhaS férias valer a pena.Beijos da Tatha!<3 

    2016-01-27
  • Cibeli Cardoso

    AEEEW. Mó felicidade quando vi que a fanfic atualizou <3 Meu Deus, o Cálice de Fogo é um livro cheio de suspenses né, fico nervosa tds as vezes que leio e agr to ansiosa pq quero ver a reação de todos durante o livro. AI MDS, O PRÓXIMO CAPITULO É UM DOS MAIS ESPERADOS DO LIVRO AHAHAH Gostei bastante do cap (álias, eu gosto de todos ahahah) Enfim, eu não consigo entender como as pessoas não gostam d‘Os Marotos... Poxa, a amizade deles é linda, supera todos os preconceitos e tal e fiquei bastante emocionada quando eles ficaram sentidos com o que aconteceu com o Peter porque mostra que, por cima de toda aquelas brincadeiras adolescentes, eles tem um coração enorme e eu amo isso hahah. Ansiosa para o próximo cap. Beijossssss

    2016-01-25
  • Ana Marisa Potter

    Estou aguardando ansiosamente para o próximo capitulo finalmente os marotos e  companhia vão saber o que se passou com a Alice e fim no Frank espero por este capítulo a seculos. Quase me emocionei quando o rato era triturado mas só que não se não fosse aquele rato tudo poderia ter sido diferente.Ate próximo capitulo que espero sinceramente que seja muito em breve.Bjs a tua fic realmente é das melhores que já li 

    2016-01-25
  • MionGinnyLuna

    <3 Esse cap é tãocheio de tensão e expectativa! Amei muito isso, e o jeito como vc fe os Marotos sofrerem pelo Pedro! Quase chorei nessa parte. Diabos, maldito rato. 

    2016-01-24
  • Luiza Snape

    Fico aguardando o próximo cap, mas eu acho que o snape conseguiria sim se transformar em um animago, ia ser um morcegão, daqueles oh 10/10. AHHAHAAH A Lily tbm se tranformaria fácil, só nào entendo pq ngm da nova geração n tentou.  

    2016-01-24
  • Juhh Potter Malfoy

    Estou surtando! Faz um tempinho que não consigo comentar, pois estou em uma correria louca. Final de ano corrido e comecei a faculdade faz duas semanas e ja estou cheia de trabalhos, socorro. Até jogos no grupo do face vc fez e eu vi tarde demais, me senti mais perdida que o Harry após uma conversa com Dumbledore kkkk Enfim, estou surtando pq o próximo capítulo é um dos que eu mais esperei nesse livro. Já estou separando os lencinhos já que as lágrimas são inevitáveis. Não tem o que falar do capitulo, sua escrita continua perfeita como nos outros livros e amo a sua construção dos personagens. Personagens que tão pouco conhecemos e você me fez reapaixonar por cada um deles. Sei que vc não pretende, mas eu sempre torço pra vc não abandonar a história, mesmo demorando anos, estou traumatizada com tantas fics maravilhosas por ai que desistem no meio do caminho. 

    2016-01-24
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