O Rabo-Córneo Húngaro



– O Rabo-Córneo Húngaro.

– Não gostei nada do nome desse capítulo. – Lily suspirou relendo o nome do capítulo por cima do ombro de Tiago.

– Obviamente a primeira tarefa tem a ver com dragões. – Sirius disse empolgado – Harry vai se sair bem, ele já enfrentou coisas piores!
– E nós já imaginávamos que o Torneio envolveria dragões em algum momento. – Remo deu de ombros – Afinal, Carlinhos disse que talvez encontrasse eles antes do que eles esperavam!
– Mesmo assim. – Lily bufou – Esse é um nome péssimo para um capítulo.
– Não exagere! – Sirius riu – Já tivemos nomes de capítulos muito piores…
– Como qual por exemplo? – Lily perguntou cruzando os braços sobre o peito.
“A câmara secreta”? – Tiago deu de ombros.
“A marca negra”! – Remo afirmou.
– Para mim, – Sirius disse pensativo – o pior de todos foi “O beijo do dementador”...
– Esse definitivamente foi o pior. – Tiago concordou enfático – Por um momento, tive certeza de que a alma de Sirius estaria perdida para sempre…
– Acho melhor começar a ler. – Lily disse observando o modo como Tiago ficou ligeiramente pálido ao se lembrar do referido capítulo.

A perspectiva de conversar cara a cara com Sirius foi só o que sustentou Harry nos quinze dias seguintes, o único ponto luminoso em um horizonte que nunca lhe parecera mais escuro. O choque de se ver no papel de campeão da escola agora já diminuira um pouquinho, e o medo do que o aguardava estava começando a penetrar fundo em sua mente. A primeira tarefa se aproximava, o garoto tinha a sensação de que ela estava de tocaia logo ali, como um monstro aterrorizante, barrando o seu avanço. Nunca se sentira tão nervoso, ultrapassava muito qualquer sentimento que tinha experimentado antes de uma partida de Quadribol, até mesmo a última contra a Sonserina, que decidira quem ganharia a Taça de Quadribol.

– Quadribol não é potencialmente mortal. – Sirius conjecturou.

– E Harry tem um talento nato para quadribol… – Tiago afirmou categórico – Ele não precisaria ficar tão nervoso para uma partida. O nervosismo antes de uma partida de quadribol é um nervosismo mais agradável, e envolve a vontade de vencer e…
Lily balançou a varinha para Tiago ameaçadoramente fazendo ele suspirar e voltar à leitura.

Harry estava achando difícil pensar no futuro, sentia que a sua vida inteira o conduzira à primeira tarefa e nela terminaria...
Assim sendo, não via como Sirius ia fazê-lo se sentir melhor com relação à realização de uma tarefa mágica difícil e perigosa, diante de centenas de pessoas, mas a simples visão de um rosto amigo já seria alguma coisa neste momento.

– Se você descobrir sobre o dragão antes de me encontrar, – Sirius disse pensativo – eu vou poder te dar uns bons conselhos para enfrentá-lo. Claro que depende muito do que exatamente você vai fazer… Mas o conjunctivitus deve ser bom o bastante…


Harry respondeu a Sirius, dizendo que estaria ao pé da lareira da sala comunal à hora que o padrinho sugerira, e que ele e Hermione tinham passado muito tempo revendo planos para obrigar os retardatários a abandonar a sala na noite em questão. Na pior das hipóteses, iam detonar um pacote de bombas de bosta, mas esperavam não ter recorrer a isso — Filch os esfolaria vivos.

– Vocês realmente não precisariam ir tão longe… – Remo disse com um meio sorriso maroto – Um simples feitiço repelente no salão comunal uns minutos antes da hora que vocês marcaram é o bastante. Todo mundo vai resolver simplesmente ir dormir…

– É uma ótima ideia. – Tiago concordou antes de voltar à leitura.

Entrementes, a vida se tornou ainda pior para Harry dentro dos limites do castelo, pois Rita Skeeter publicara seu artigo sobre o Torneio Tribruxo, que afinal não fora tanto uma notícia sobre o torneio, mas uma versão da vida de Harry extremamente pitoresca.
Quase toda a primeira página fora ocupada por uma foto de Harry; o artigo (que continuava nas páginas dois, seis e sete) só falava no garoto, os nomes dos campeões da Beauxbatons e Durmstrang (errados) tinham sido espremidos na última linha do artigo, e Cedrico sequer fora mencionado.

– Eu sabia que ela faria algo do tipo. – Remo suspirou – É bem o tipo de coisa que esse tipo de gente faz…

– E ela ainda é burra. – Sirius disse pensativo – Ela teria um artigo bem melhor explorando o fato do Harry ser um quarto campeão e, para iss,o ela devia, pelo menos, citar os outros três. E ela não usou o Krum, um famoso e controverso jogador de quadribol internacional como antagonista… Enfim, até sendo sensacionalista ela é medíocre.

O artigo saíra havia dez dias e Harry ainda era assaltado por uma ardência de náusea e vergonha no estômago todas as vezes que pensava nele. Rita Skeeter pusera em sua boca uma porção de coisas que ele sequer lembrava ter dito na vida, muito menos no armário de vassouras.
"Acho que herdo a minha força dos meus pais, sei que eles teriam muito orgulho de mim se me vissem agora... é às vezes à noite ainda choro a perda deles, não tenho vergonha de admitir... Que nada me acontecerá de mal durante o torneio, porque eles estarão me protegendo...”

– Eu com certeza não estaria orgulhosa. – Lily bufou – Eu não estou orgulhosa! – corrigiu – Estou apavorada, e furiosa por alguém ter posto o seu nome no cálice!

– Eu poderia até estar orgulhoso… – Tiago deu de ombros – Mas teria que te dar algumas lições sobre masculinidade se você realmente tivesse dito essas coisas para ela… Não me entenda mal, tudo bem sentir essas coisas… Mas não é o tipo de sentimento que você sai por ai publicando nos jornais para todos os seus inimigos verem!

Mas Rita fizera mais do que transformar os "hums" dele em frases longas e piegas, entrevistara outras pessoas para saber o que pensavam dele.
"Harry finalmente encontrou carinho em Hogwarts. Seu amigo íntimo, Colin Creevey diz que o garoto raramente é visto sem companhia de Hermione Granger, uma linda menina nascida trouxa que, como Harry, é uma das primeiras alunas da escola”.

– Eu enfeitiçaria o Colin para falar rimando por uma semana… – Sirius bufou – Ele deve pensar que não fez nada de mal, mas ainda assim merece uma pequena punição.

– Eu também não sei de onde ele tirou que era seu amigo intimo… – Frank riu – Ele é obcecado por você, mas você nunca nem fala com ele!
– E temos que descobrir de que escola eles estão falando… – Remo gargalhou – É claro que todos nós gostamos muito de você… Mas dizer que você é um dos melhores alunos da escola junto com Hermione é um pouco exagerado.

Do momento em que o artigo apareceu, Harry teve que aturar colegas — principalmente os da Sonserina — que o citavam, caçoando, quando ele passava.
— Quer um lencinho, Potter, caso comece a chorar na aula de Transformação?
— Desde quando você é um dos primeiros alunos da escola, Potter? Ou será que a escola é uma escola que você e o Longbottom fundaram?
— Ei... Harry!
— É, verdade, sim — Harry viu-se gritando, ao se virar no corredor, já cheio. — Morri de chorar pela morte da minha mamãezinha, e estou indo chorar um pouco mais...
— Não... Foi só que... Você deixou cair a pena.
Era Cho. Harry sentiu o rosto corar.

– Talvez você devesse esperar a pessoa falar alguma coisa antes de começar a gritar com ela… – Alice disse com uma risada – Só um conselho.

– Acho que Harry tem uma quedinha por essa Cho… – Frank disse fazendo Gina trincar os dentes irritada e murmurar algo ininteligível.
Tiago e Lily trocaram um olhar confidente antes dele continuar lendo.

— Ah... Certo... Desculpe — murmurou recebendo a pena.
— Hum... Boa sorte na terça-feira — disse a garota. — Espero sinceramente que você se dê bem.
O que fez Harry se sentir extremamente idiota.
Hermione também ganhara sua quota de aborrecimentos, mas ainda não começara a berrar com gente inocente, de fato, Harry enchia-se de admiração pela maneira com que a amiga estava enfrentando a situação.
— Linda? Ela?— gritara Pansy Parkinson com a voz esganiçada, a primeira vez que encontrou Hermione, depois que o artigo da Rita Skeeter fora publicado. — Qual foi o padrão de beleza, um esquilo?

– Pobre Pansy… – Sirius disse fazendo todos o encararem chocados – Perderia até mesmo para o esquilo... – completou arrancando gargalhadas.


— Não liga — disse Hermione com dignidade, erguendo a cabeça no ar e passando pelas garotas da Sonserina que zombavam, como se não as ouvisse. — Simplesmente não liga, Harry.
Mas Harry não conseguia se desligar. Rony não falara com ele desde o dia do recado sobre as detenções de Snape. Harry alimentara uma certa esperança de que fizessem as pazes durante as duas horas em que foram forçados a preparar conservas de miolos de ratos na masmorra, mas isto fora no dia em que o artigo de Rita Skeeter aparecera, o que parecia confirmar a crença de Rony de que Harry estava realmente gostando de toda aquela atenção.

– Eu realmente pensei que você tinha dado aquela entrevista… – Rony suspirou desolado – Eu fui um verdadeiro idiota… Você foi meu melhor amigo por anos, e nunca agiu daquele jeito.

– Pelo menos agora você reconhece que foi burro. – Tiago disse piedoso – Já é um grande avanço.

Hermione estava furiosa com os dois, ia de um para outro, tentando forçá-los a se falarem, mas Harry permanecia inflexível, só voltaria a falar com Rony se o amigo admitisse que ele não pusera o nome no Cálice de Fogo, e pedisse desculpas por tê-lo chamado de mentiroso.
— Não fui eu que comecei — disse Harry teimosamente. — O problema é dele.
— Você sente falta dele! — tornou Hermione impaciente. — E eu sei que ele sente falta de você...
— Sinto falta dele? Eu não sinto falta dele...
Mas isto era uma mentira deslavada. Harry gostava muito de Hermione, mas ela não era o mesmo que Rony. Havia muito menos risos e muito mais visitas à biblioteca quando Hermione era sua melhor amiga. Harry ainda não conseguira dominar os Feitiços Convocatórios, parecia ter desenvolvido uma espécie de bloqueio com relação a eles, e Hermione insistia que aprender a teoria ajudaria.
Conseqüentemente, passavam mais tempo lendo livros durante a hora do almoço. Vítor Krum passava um tempão na biblioteca, também, e Harry ficava imaginando o que é que ele andava fazendo. Estaria estudando ou procurando coisas que o ajudassem na primeira tarefa?

Rony não conseguiu disfarçar o murmurio de desagrado, mas a maioria dos presentes pensou que ele estava apenas infeliz em saber como Harry se sentiu sem ele.


Hermione muitas vezes se queixava de Krum estar ali — não que ele jamais os incomodasse, mas porque aparecia sempre um grupo de garotas dando risadinhas bobas para espioná-lo atrás das estantes, e Hermione achava que aquele barulho a distraía.
— Ele nem ao menos é bonito! — murmurava ela aborrecida, mirando de cara amarrada o perfil adunco de Krum. — Elas só gostam dele porque é famoso! Não olhariam duas vezes se ele não fosse capaz de fazer aquele tal de Fingimento Wonky...

– Fingimento Wonky? – Tiago levantou os olhos do livro para Hermione, decepcionado – E eu que pensava que você era inteligente…

– Não saber o nome de um movimento de quadribol não faz dela menos inteligente. – Lily cruzou os braços sobre o peito e encarou Tiago – Só mostra que ela não se interessa por esportes…
– Mas se não se interessa, nem tente falar o nome das jogadas! – Tiago jogou os braços para cima exasperado – Basta dizer que as meninas não estariam atrás dele se ele não fosse um jogador de quadribol!
– Desculpa! – Hermione respondeu sem esconder as risadas – Não sabia que minha falta de conhecimento de quadribol era tão ofensiva!
– É sim! – Harry, Rony e Tiago responderam juntos.

— Finta de Wronski — corrigiu Harry entre dentes. Sem contar que o garoto gostava que dissessem corretamente os termos do Quadribol, sentia uma pontada só de imaginar a expressão de Rony se ele pudesse ouvir Hermione falando de Fingimentos Wonky.
É uma coisa estranha, mas quando se está com medo de alguma coisa, e se daria tudo para retardar o tempo, ele tem o mau hábito de correr. Os dias que faltavam para a primeira tarefa pareciam passar como se alguém tivesse ajustado os relógios para trabalharem em velocidade dobrada. A sensação de pânico mal controlado que Harry tinha acompanhava-o para onde fosse, sempre presente como os comentários depreciativos sobre o artigo do Profeta Diário.
No sábado que antecedeu a primeira tarefa, todos os estudantes do terceiro ano, e acima, tiveram permissão para visitar o povoado de Hogsmeade. Hermione disse a Harry que lhe faria bem sair um pouco do castelo e o garoto não precisou de muita persuasão.

– Se eu voltei ao país, eu devo estar por perto, você devia ter me avisado que iria a Hogsmead! – Sirius disse categórico – Tenho certeza de que vou ficar o mais perto possível de Hogwarts!

– É extremamente engraçado ver você prevendo o que você vai fazer daqui vários anos… – Lily disse rindo – Mas acredito que você esteja por perto mesmo.
– É claro! – Remo conjecturou – Não teria sentido algum voltar ao país e não ficar perto o bastante de Hogwarts para ajudar Harry em caso de emergências!

— Mas e o Rony? Você não quer ir com ele?
— Ah... Bem... — Hermione ficou ligeiramente vermelha. — Pensei que a gente podia se encontrar com ele no Três Vassouras...
— Não — disse Harry em tom definitivo.
— Ah, Harry, isso é tão bobo...
— Eu vou, mas não quero me encontrar com o Rony, e vou usar a minha Capa da Invisibilidade.

– Não deixa de ser uma boa utilidade para a capa! – Sirius deu de ombros – Pelo menos ninguém vai ficar te perturbando…


— Ah, tudo bem, então... — retorquiu Hermione — Mas odeio falar com você naquela capa, nunca sei se estou olhando para você ou não.
Então Harry vestiu a Capa da Invisibilidade no dormitório e tornou a descer e, juntos, ele e a amiga seguiram para Hogsmeade.
Harry se sentiu maravilhosamente livre sob a capa, observou os estudantes que passavam por eles na entrada do povoado, a maioria usando distintivos “Apóie CEDRICO DIGGORY”, mas, para variar, ninguém atirou piadas horríveis para ele nem citou aquele artigo idiota.
— As pessoas não param de olhar para mim agora — reclamou Hermione, ao saírem mais tarde da Dedosdemel, comendo uma grande quantidade de bombons recheados de creme. — Acham que estou falando sozinha.
— Então não mexa tanto os lábios.
— Ah vai, por favor, tira um pouco a sua capa. Ninguém vai incomodar você aqui.
— Ah, é? Então olha para trás.
Rita Skeeter e seu amigo fotógrafo acabavam de sair do bar Três Vassouras.

– Outra vantagem de usar a capa. – Neville comentou – Pelo menos, essa mulher detestável não vai te assediar!

– E não é tão ruim assim ficar falando sozinha pela rua. – Remo deu de ombros – Experiência própria… A maioria das pessoas acha que você é louco, é claro, mas ninguém te incomoda quando você é o maluco do colégio!
– Ninguém pensa que você é o maluco do colégio! – Sirius riu – Só te acham um pouco excêntrico!
– E por que você sai por ai falando com um deles sob a capa, afinal? – Alice perguntou curiosa.
– Ás vezes eles conseguem a proeza de serem proibidos de ir a Hogsmead como punição… – Remo deu de ombros – É claro que isso não os impede de ir mesmo assim.
– Uma vez nós dois resolvemos “acordar” as armaduras de Hogwarts… – Sirius disse inocentemente.
– Como assim “acordar”? – Alice perguntou confusa.
– As armaduras de Hogwarts foram preparadas há séculos para serem um escudo da escola em caso de ataque. – Hermione respondeu prontamente – Li em “Hogwarts, uma história”. – completou com um meio sorriso.
– Enfim, – Tiago tomou a palavra – nós passamos um bom tempo pesquisando a maneira correta de fazer isso. Mas, infelizmente, não tínhamos força o bastante para acordar todas as armaduras do castelo ao mesmo tempo, então corremos pela escola acordando uma por uma.
– Conseguimos ativar todas as do terceiro andar. – Sirius disse satisfeito – Mas McGonagall nos encontrou mais rápido do que nós gostaríamos e perdemos o direito de ir para Hogsmead pelo resto do quinto ano.
– Então, eu e Pedro íamos para Hogsmead juntos e encontrávamos um cachorro preto e Tiago sob a capa. – Remo completou rindo.
– McGonagall disse que, em caso de um ataque a Hogwarts, ela poderia até pedir a nossa ajuda! – Tiago disse às gargalhadas.

Conversavam em voz baixa e passaram por Hermione sem olhar para a garota. Harry se encostou à parede da Dedosdemel para evitar que Rita Skeeter batesse nele com a bolsa de crocodilo. Quando os dois se afastaram, Harry comentou:
— Ela está hospedada no povoado. Aposto como vai assistir à primeira tarefa.

– Ela provavelmente vai cobrir o torneio inteiro… – Alice suspirou – Pelo menos, ela gosta de você… Imagino que as matérias dela poderiam ser muito piores se ela não gostasse.


Ao dizer isso, seu estômago foi inundado por uma onda de pânico derretido. Mas não disse nada, ele e Hermione não tinham discutido muito o que o aguardava na primeira tarefa; tinha a sensação de que a amiga não queria pensar no assunto.

– Eu realmente não queria pensar no assunto. – Hermione suspirou – Eu estava apavorada também! Mas você devia ter me contado como estava se sentindo!

– Esse é o seu maior problema, sabe? – Gina disse encarando Harry com carinho – Você nunca quer falar o que está sentindo de verdade para as pessoas, você nunca pede ajuda…
– Ela está certa. – Lily suspirou passando a mão pelos cabelos de Harry – Eu imagino que para você seja mais difícil. já que passou a maior parte da vida com os Dursley te dizendo que você não podia pedir ajuda… Mas agora você está entre amigos!

— Ela já foi embora — disse Hermione olhando através de Harry em direção à rua principal. — Por que não vamos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras? Está um pouco frio, não está? Você não precisa falar com o Rony! — acrescentou com irritação, interpretando corretamente o silêncio dele.
O Três Vassouras estava lotado, principalmente com alunos de Hogwarts que aproveitavam a tarde livre, mas também com uma variedade de gente mágica que Harry raramente via em outro lugar. Ele imaginava que sendo Hogsmeade o único povoado inteiramente mágico da Grã-Bretanha constituía uma espécie de refúgio para gente como as bruxas, que não gostavam tanto de se disfarçar quanto os bruxos.
Era difícil caminhar entre muita gente com a Capa da Invisibilidade, pois se pisasse em alguém sem querer, poderia provocar perguntas embaraçosas.

– Nós sempre achamos muito mais divertido andar por aí com a capa cutucando pessoas… – Sirius disse com uma gargalhada maldosa – Ainda mais quando é tão fácil culpar outra pessoa qualquer e gerar brigas hilárias!

– Vocês são impossíveis! – Lily disse sem conseguir segurar as risadas.
– Isso por que você nunca passeou com Sirius em forma de cachorro por ai. – Remo disse rindo – Tiago fazia muito isso… Antes. – completou ligeiramente constrangido.
– O que exatamente “antes” quer dizer? – Lily perguntou colocando as mãos na cintura autoritária.
– Antes dele resolver parar de levar qualquer garota para dar voltas de Hogsmead. – Sirius explicou da maneira mais delicada que encontrou.
– E o que ele fazia antes? – Alice perguntou rindo.
– Usava Sirius em forma de cachorro para conquistar as garotas. – Remo disse tentando parecer sério.
– E Sirius se aproveitava muito disso! – Tiago revelou – As garotas faziam carinho na barriga dele, deixavam ele lamber o rosto delas… Todo tipo de coisa.
– Vocês são definitivamente impossíveis! – Lily repetiu rindo abertamente.

Harry dirigiu-se com cautela a uma mesa vazia a um canto e Hermione foi comprar as bebidas. Quando atravessava o bar, Harry viu Rony sentado com Fred, Jorge e Lino Jordan. Resistindo ao impulso de dar um bom tranco na cabeça de Rony, ele finalmente chegou à mesa escolhida e se sentou.

– Talvez você realmente devesse dar um tranco na cabeça dele. – Gina sugeriu com um meio sorriso maroto.

– Eu preferi evitar um conflito desnecessário. – Harry deu de ombros – Ele saberia que eu estava sob a capa.

Hermione não demorou a se juntar a ele e lhe passou a cerveja por baixo da capa.
— Pareço uma idiota sentada aqui sozinha — resmungou ela. — Por sorte trouxe alguma coisa para fazer.
E a garota puxou um caderno em que andava mantendo um registro dos participantes do F.A.L.E.
Harry viu os nomes dele e de Rony no alto de uma pequena lista. Parecia que fora há muito tempo que tinham se sentado para fazer aquelas predições, juntos, e Hermione aparecera e os nomeara secretário e tesoureiro.
— Sabe, talvez eu deva tentar fazer alguns habitantes do povoado participarem do F.A.L.E. — disse Hermione pensativa, dando uma olhada no bar.
— É, certo. — Harry tomou um gole da cerveja amanteigada embaixo da capa. — Hermione quando é que você vai desistir dessa história de F.A.L.E.?

– Isso não foi nada delicado. – Lily disse encarando Harry severa – Podemos até não concordar com nossos amigos, mas vamos apoiá-los até o fim!

– Exatamente! – Tiago disse sorrindo para Lily com carinho.
Severo evitou ao máximo a troca de olhares entre Tiago e Lily, mas por fim, não conseguia deixar de observá-los e pensar, por que não era ele no lugar de Potter? Por que Lily havia escolhido o outro?

— Quando os elfos domésticos tiverem salários decentes e condições de trabalho! — sibilou ela em resposta. — Sabe, eu estou começando a achar que chegou a hora de partir para uma mais direta. Como será que a gente chega à cozinha da escola?
— Não faço idéia, pergunte ao Fred e ao Jorge — disse Harry.

– Você poderia simplesmente olhar no mapa. – Remo sugeriu.

– Melhor assim… – Tiago disse – Vai saber o que ela considera uma ação mais direta! Imagine se ela resolver entrar na cozinha distribuindo meias!
– Pelo menos uma vez na vida é bom que o Harry tenha esquecido quase completamente do mapa que nos deu tanto trabalho. – Sirius disse risonho.

Hermione mergulhou num silêncio pensativo, enquanto Harry bebia a cerveja amanteigada, observando as pessoas no bar. Todas pareciam animadas e descontraídas.
Ernesto MacMillan e Ana Abbott trocavam figurinhas dos Sapos de Chocolate em uma mesa próxima, os dois usando os distintivos “Apóie CEDRICO DIGGORY” nas capas. Perto da porta, Harry viu Cho e um grande grupo das colegas da Corvinal. Mas ela não usava o distintivo... isto o animou um pouquinho... O que ele não daria para ser uma daquelas pessoas que riam e conversavam, sem nenhuma preocupação no mundo exceto o dever de casa!
Imaginou como estaria se sentindo ali se o seu nome não tivesse sido escolhido pelo Cálice de Fogo. Primeiro não estaria usando a Capa da Invisibilidade, segundo, Rony estaria sentado com ele. Os três provavelmente estariam felizes imaginando que tarefa mortalmente perigosa os campeões das escolas iriam enfrentar na terça-feira. Ele estaria realmente ansioso para chegar a hora de assistir ao que quer que fosse... Torcendo por Cedrico com todos os outros, sentado são e salvo no alto das arquibancadas...

– Seria ótimo. – Hermione suspirou – Mas infelizmente você tem um imã para tudo o que há de perigoso no nosso mundo!

– Você realmente não me tranquiliza falando assim! – Lily reclamou – Eu ainda tinha uma leve esperança de um dos 3 últimos livros ter o nome de “Harry Potter e o ano completamente monótono em que ele apenas frequentou a escola com seus amigos”.
– Sinto muito. – Harry disse encolhendo os ombros inocentemente.

Harry ficou imaginando como estariam se sentindo os outros campeões.
Todas as vezes que via Cedrico ultimamente, o garoto estava cercado de admiradores e parecia nervoso, mas excitado. De vez em quando Harry via Fleur Delacour de relance nos corredores, tinha a mesma aparência de sempre, arrogante e imperturbável.
E Krum simplesmente ficava sentado na biblioteca, examinando livros.

Rony não conseguiu esconder um murmurio de desagrado e recebeu um cutucão nas costelas de Hermione.


Harry pensou em Sirius, e o nó apertado e tenso em seu peito pareceu afrouxar um pouquinho. Estaria falando com o padrinho em pouco mais de doze horas, pois aquela era a noite em que iam se encontrar na sala comunal — presumindo que nada saísse errado, como tudo o mais ultimamente...

– Nada vai dar errado! – Sirius disse confiante – Não vou te decepcionar!


— Olha, é Hagrid! — disse Hermione.
As costas da enorme cabeça peluda de Hagrid — graças a Deus ele abandonara o novo penteado — sobressaía na aglomeração. Harry se perguntou por que não o teria visto logo, já que seu amigo era tão grande, mas se levantando cautelosamente, viu que Hagrid estivera curvado, conversando com o Professor Moody. Tinha o costumeiro canecão diante dele, mas Moody bebia da garrafa de bolso. Madame Rosmerta, a bonita dona do bar, não parecia estar gostando muito disso; olhava enviesado para Moody enquanto recolhia os copos das mesas ao redor dos dois homens. Talvez achasse que aquilo era um insulto ao seu quentão, mas Harry sabia a explicação. Moody contara à turma na última aula de Defesa contra as Artes das Trevas que ele sempre preferia preparar sua comida e bebida, pois era muito fácil para bruxos das trevas envenenarem um copo momentaneamente descuidado.

– Talvez ele tenha deixado de fora da história todas as vezes em que ele ia ao caldeirão furado e realmente era envenenado. – Tiago disse sombrio – Ele me contou que passou muito tempo andando com pedras de bezoar nos bolsos antes de decidir parar de consumir qualquer coisa que não tivesse sido preparada por ele. Desse jeito ele fica parecendo apenas um paranóico! Mas ele tem bons motivos!


Enquanto Harry observava, viu Hagrid e Moody se levantarem para sair. Ele acenou, depois se lembrou de que o amigo não podia vê-lo. Moody, porém, parou, seu olho mágico virado para o canto em que Harry estava. Ele deu um tapinha no meio das costas de Hagrid (não conseguindo alcançar seu ombro), murmurou alguma coisa e, em seguida, os dois tornaram a atravessar o bar em direção à mesa de Harry e Hermione.

– Interessante! – Remo disse coçando a cabeça pensativo – Moody consegue ver atráves da capa…

– Não vejo nada de interessante nisso. – Snape desdenhou – Capas de invisibilidades são apenas capas comuns com um bom feitiço de desilusão.
– Eu vou tentar ser realmente educado agora. – Sirius disse encarando Tiago em busca de aprovação – Mas você não sabe de nada!
– Você nunca pegou a minha capa, – Tiago disse levantando uma sobrancelha para Severo – Ela é muito mais leve que qualquer capa e parece até que foi tecida com água… E essas capas a que você está se referindo perdem a invisibilidade com o tempo. Minha capa é passada a gerações pela minha família, e pelo visto ainda funcionará perfeitamente em 15 anos.
Snape murmurou algo ininteligível antes de Tiago voltar a ler.

— Tudo bem, Hermione? — disse Hagrid em voz alta.
— Olá — respondeu a garota sorrindo.
Moody contornou a mesa mancando e se abaixou, Harry pensou que ele estava lendo o caderno do F.A.L.E., até ele murmurar:
— Bela capa, Potter.
Harry encarou-o espantado. O pedaço que faltava do nariz de Moody era particularmente visível à curta distância. Moody sorriu.
— O seu olho... Quero dizer, o senhor pode...?
— Claro, ele vê através de Capas da Invisibilidade — disse Moody baixinho. — E, às vezes, isso me tem sido útil, pode acreditar.

– O que ele quer dizer com isso? – Frank perguntou ligeiramente confuso.

– Parece que ele está insinuando que tem visto muitas pessoas invisíveis por ai… – Remo conjecturou – Agora, não consigo imaginar quem…
– Isso é realmente suspeito. – Sirius concordou.

Hagrid estava sorrindo para Harry, também. Este sabia que o amigo não podia vê-lo, mas Moody obviamente dissera a Hagrid que o garoto estava ali.
Hagrid se abaixou sob o pretexto de ler o caderno do F.A.L.E. também, e disse num sussurro tão baixo que somente Harry pôde ouvir.
— Harry, me encontre hoje à meia-noite na minha cabana. Use a capa.

– Hagrid vai mostrar os dragões para o Harry! – Sirius disse categórico – Afinal, ele adora dragões e quer ajudar o Harry com o torneio… Mesmo isso sendo contra as regras.

– Realmente, – Tiago riu – Hagrid nunca foi muito sutil em suas intenções.
– Mas dessa vez ele se esforçou muito para ser discreto, – Hermione comentou com um meio sorriso – eu não escutei o que ele estava falando, e eu estava bem ao lado.

Era verdade que descer pelos jardins à meia-noite até a casa de Hagrid significava voltar em cima da hora para o encontro com Sirius, Hermione sugeriu que ele mandasse Edwiges a Hagrid para dizer que não podia ir — sempre supondo que a coruja consentisse em levar o bilhete, é claro —, Harry, porém, achou melhor ir ver rapidamente o que o amigo queria. Estava muito curioso com o que poderia ser, Hagrid nunca pedira a Harry para visitá-lo tão tarde da noite.
Às onze e meia daquela noite, Harry, que fingira ir se deitar mais cedo, jogou a Capa da Invisibilidade por cima do corpo e saiu sorrateiramente pela sala comunal. Ainda havia muitos colegas lá.
Os irmãos Creevey tinham conseguido pôr as mãos em uma pilha de distintivos “Apóie CEDRICO DIGGORY” e estavam tentando enfeitiçá-los para fazê-los dizer, ao invés, “Apóie HARRY POTTER”. Até ali, porém, só tinham conseguido fazer os distintivos enguiçarem em “POTTER FEDE”. Harry passou por eles em direção ao buraco do retrato e esperou um minuto mais ou menos, de olho no relógio. Depois, Hermione abriu a Mulher Gorda pelo lado de fora conforme tinham planejado. Ele passou pela amiga murmurando "Obrigado!", e saiu pelo castelo.

– Não sei como nunca pensamos nisso! – Sirius disse rindo – É genial!

– Provavelmente porque sempre saíamos juntos e não sobrava ninguém para abrir o retrato por fora? – Tiago perguntou irônico.
– Isso também… – Sirius deu de ombros – Mas não deixa de ser uma ótima ideia.

Os jardins estavam muito escuros. Harry desceu os gramados em direção às luzes que brilhavam na cabana de Hagrid. O interior da enorme carruagem da Beauxbatons também estava aceso, Harry podia ouvir Madame Maxime falando lá dentro, quando bateu na porta de Hagrid.
— É você aí, Harry? — sussurrou Hagrid, abrindo a porta e espiando para os lados.
— Sou — disse Harry, entrando na cabana e tirando a capa de cima da cabeça. — Que é que está havendo?
— Tenho uma coisa para lhe mostrar.
Havia um ar de enorme excitação em Hagrid. Ele usava uma flor que lembrava uma alcachofra exagerada na botoeira. Parecia que tinha abandonado o uso da graxa de eixo, mas certamente tentara pentear os cabelos — dava para Harry ver os dentes partidos do pente presos neles.
— Que é que você vai me mostrar? — disse Harry cauteloso, se perguntando se os explosivins teriam posto ovos ou se Hagrid teria conseguido comprar outro enorme cão de três cabeças de algum estranho no bar.
— Venha comigo, fique quieto e coberto com a capa — disse Hagrid. — Não vamos levar Canino, ele não vai gostar...
— Olhe, Hagrid, não posso demorar... Tenho que estar de volta no castelo porque à uma hora...
Mas Hagrid não estava ouvindo, estava abrindo a porta da cabana e saindo.
Harry correu para acompanhá-lo, mas descobriu, para sua grande surpresa, que Hagrid o levava para a carruagem da Beauxbatons.

– Acho que Harry não é o único que tem um encontro com Hagrid está noite! – Alice disse com uma risadinha.

– Então Hagrid vai mostrar os dragões para Maxime também? – Sirius suspirou decepcionado – Mesmo sem ter essa intenção, ele vai acabar ajudando Beauxbatons também…

— Hagrid que...?
— Psiu! — disse ele ao bater três vezes na porta com varinhas de ouro cruzadas.
Madame Maxime abriu-a. Usava um xale de seda envolvendo os ombros maciços. Ela sorriu quando viu Hagrid.
— Ah, Agrrid... Já está na horta?
— Bom suar — disse Hagrid, sorrindo para ela e estendendo a mão para ajudá-la a descer os degraus dourados. Madame Maxime fechou a porta, Hagrid lhe ofereceu o braço, e os dois saíram contornando o picadeiro que guardava os gigantescos cavalos alados de Madame Maxime, e Harry totalmente perplexo, correu para acompanhá-los. Será que Hagrid queria lhe mostrar Madame Maxime? Poderia vê-la quando quisesse... Ela não era exatamente uma pessoa que passasse despercebida...

– Hagrid está apaixonado! – Alice sorriu satisfeita – Imaginem o tamanho dos bebês!

– Seriam bebês assustadores… – Neville concordou rindo.

Mas parecia que Madame Maxime ia ter a mesma surpresa que Harry porque, passado algum tempo, ela disse em tom de brincadeira:
— Aonde é que você está me levando, Agrid?
— Você vai gostar — disse Hagrid rouco. — Vale a pena ver, confie em mim. Só que não pode sair por aí contando que eu lhe mostrei, certo? Não era para ninguém saber.
— Claro que não — disse Madame Maxime, batendo as longas pestanas negras.
E eles continuavam a caminhar, Harry cada vez mais irritado enquanto corria no encalço dos dois, consultando o relógio de quando em quando. Hagrid tinha algum plano biruta em mente, que talvez o fizesse perder o encontro com Sirius. Se não chegassem depressa aonde iam, ele ia dar meia-volta e rumar direto para o castelo, deixando Hagrid aproveitar o passeio ao luar com Madame Maxime...
Mas então — quando tinham se distanciado tanto ao longo da perímetro da Floresta que o castelo e o lago desapareceram de vista — Harry ouviu alguma coisa. Havia homens gritando adiante... Depois ouviram um rugido ensurdecedor, de rachar os tímpanos...
Hagrid fez Madame Maxime dar a volta a um arvoredo e parou. Harry correu a se juntar aos dois — por uma fração de segundo achou que estava vendo fogueiras e homens que corriam em torno delas —, então seu queixo caiu.
Dragões.

– Essa seria uma revelação muito mais interessante se não estivesse no nome do capítulo… –  Sirius comentou irônico – Mas pelo menos você teve a oportunidade de se preparar para a tarefa… Mesmo sendo contra as regras.

– Mas Carlinhos também já tinha dado uma dica… – Tiago relembrou – Então não seria tão surpreendente de qualquer forma.

Quatro dragões adultos, enormes, de aspecto feroz empinavam-se nas patas traseiras, dentro de um cercado feito com grossa pranchas de madeira, rugindo e bufando — torrentes de fogo erguiam quinze metros para o céu escuro de suas bocas abertas cheias de dentes, no alto de pescoços esticados. Havia um azul prateado com chifres longos e pontiagudos, que rosnava para os bruxos no chão e tentava mordê-los, outro de escamas lisas e verdes, que se contorcia e batia as patas com toda a força, um vermelho, com uma estranha franja de belas pontas de ouro ao redor do focinho, que soprava para o ar nuvens de fogo em forma de cogumelo, e um último negro e gigantesco, mais parecido com um lagarto do que os demais, que era o mais próximo.
No mínimo uns trinta bruxos, sete ou oito para cada dragão, tentavam controlá-los, puxando correntes presas a grossas tiras de couro em volta dos pescoços e das pernas dos bichos. Hipnotizado, Harry olhou bem para o alto e viu os olhos do dragão negro, com pupilas verticais como as de um gato, arregalados de medo ou de fúria, não saberia dizer qual... Fazia um barulho terrível, um uivo penetrante...
— Fique aí, Hagrid! — berrou um bruxo junto à cerca, puxando com força a corrente que segurava. — Eles podem cuspir fogo a uma distância de seis metros, sabe! Já vi este Rabo-Córneo chegar a doze!
— Ele não é lindo? — perguntou Hagrid baixinho.
— Não adianta! — berrou outro bruxo. — Feitiço Estuporante quando eu contar três!
Harry viu cada um dos guardadores de dragões puxar a varinha.
— Estupefaça! — gritaram eles em uníssono, e os feitiços dispararam pela escuridão como foguetes chamejantes, explodindo em chuvas de estrelas sobre os couros escamosos dos dragões...

– Não era para o Torneio ser mais seguro neste ano? – Lily perguntou com a voz esganiçada – Dragões que cospem fogo a doze metros não são nada seguros!

– Pelo menos Harry vai estar preparado. – Tiago tentou acalmá-la – E vai estar com a varinha…
– Eles precisam de oito homens para dominar um dragão! – Lily exclamou exaltada – Oito homens que trabalham com isso! São especialistas em dragões! Como exatamente eles esperam que adolescentes façam isso sem qualquer preparo?
– É por isso que dizem que é um Torneio realmente perigoso… – Remo disse encolhendo os ombros.
– Isso não ajuda, sabe? – Lily bufou escondendo o rosto no ombro de Tiago – Apenas me chame quando esse livro acabar…

Harry observou o mais próximo deles balançar nas pernas traseiras, as mandíbulas se escancararam em um súbito uivo silencioso, as narinas subitamente se apagaram, embora ainda fumegassem — depois, muito lentamente, o bicho caiu —, várias toneladas de dragão negro, musculoso, coberto de escamas, desabaram no chão com um baque que, Harry poderia jurar, fizera as árvores atrás dele estremecerem.
Os guardadores de dragões baixaram as varinhas e avançaram até os bichos caídos, cada um destes do tamanho de um morro. Os bruxos se apressaram a esticar as correntes e a prendê-las firmemente em estacas de ferro, que eles enterraram bem fundo no chão, com suas varinhas.
— Quer dar uma olhada de perto? — Hagrid perguntou excitado à Madame Maxime.
Os dois se aproximaram da cerca e Harry os acompanhou. O bruxo que alertara Hagrid para não se aproximar se virou e Harry viu quem era, Carlinhos Weasley.

– Ele não contou nem para a gente que estava indo a Hogwarts para a primeira tarefa. – Gina comentou – Ele estava levando o sigilo muito a sério… Não acho que vá gostar de ver que Hagrid levou Maxime para ver…

– Provavelmente não… – Remo concordou – Nem todos os jurados são honestos como Dumbledore. Eu poderia apostar que Bagman e Crouch contaram a Dumbledore sobre a primeira tarefa, mas não contaram aos outros dois…
– Karkaroff não me parece nada confiável… – Sirius disse pensativo – E todo mundo sabe que franceses não gostam de perder.

— Tudo bem, Hagrid? — ofegou ele, aproximando-se para falar. — Devem estar OK agora, demos a eles uma poção para dormir durante a viagem, achei que seria melhor acordarem quando estivesse escuro e tranqüilo, mas, como você viu, eles não ficaram felizes, não ficaram nada felizes...
— Que raças você tem aqui, Carlinhos? — perguntou Hagrid, examinando o dragão mais próximo, o negro, com uma atitude próxima à reverência. Os olhos do bicho ainda estavam ligeiramente abertos.
Harry pôde ver um risco amarelo e brilhante sob a pálpebra enrugada e escura.
— É um Rabo-Córneo húngaro — informou Carlinhos. — Tem um Verde-Galês comum lá adiante, o menor deles, um Focinho Curto sueco, aquele cinzento azulado e o Meteoro-Chinês, aquele outro vermelho.
Carlinhos olhou para o lado, Madame Maxime estava caminhando ao longo do cercado, examinando os dragões estuporados.
— Eu não sabia que você ia trazer ela, Hagrid — disse Carlinhos franzindo a testa. — Os campeões não podem saber o que os espera, ela com certeza vai contar à campeã de Beauxbatons, não vai?
— Só achei que ela gostaria de ver os dragões — respondeu Hagrid encolhendo os ombros, ainda contemplando embevecido os dragões.

– Hagrid é tão inocente para o tamanho dele… – Lily suspirou levantando a cabeça – Muitas vezes ele parece apenas uma criança que cresceu demais…

– Ele é. – Remo deu de ombros – Não tenho ideia de porque ele é tão grande… Mas por algum motivo ele é muito mais inocente e infantil do que deveria…
– Provavelmente, é por isso que Dumbledore o mantem em Hogwarts. – Sirius disse pensativo – Ele deve sentir que Hagrid não se daria bem fora de Hogwarts.
– Ele é bom demais para o resto do mundo… – Lily suspirou – O resto do mundo abusaria dele…
– Talvez… – Tiago coçou a cabeça – Mas, se vocês já viram Hagrid nervoso, sabem que ele é completamente capaz de se defender.
– Só se ele souber que precisa se defender… – Remo respondeu – Ele é muito manipulável, não duvido nada que Maxime esteja manipulando ele por informações…
– Ou ela pode estar apaixonada por ele. – Alice bufou – Nem todo mundo age apenas por interesse!

— Um encontro realmente romântico, Hagrid — comentou Carlinhos balançando a cabeça.
— Quatro... — contou Hagrid — então é um para cada campeão? Que é que eles vão ter de fazer, lutar com eles?
— Só passar por eles, acho. Estaremos por perto se a coisa ficar feia, prontos para lançar Feitiços de Extinção. Pediram dragões em época de nidificação, não sei o porquê... Mas vou lhe dizer uma coisa, eu não invejo o campeão que pegar o Rabo-Córneo. Bicho feroz. A extremidade de trás é tão perigosa quanto a da frente, olha — Carlinhos apontou para o rabo do dragão e Harry viu que, em intervalos de uns poucos centímetros, havia chifrinhos compridos cor de bronze. Cinco dos colegas guardadores de Carlinhos cambaleavam até o Rabo-Córneo naquele momento, transportando, juntos, uma ninhada de ovos em um cobertor. Depositaram sua carga, cuidadosamente, do lado do Rabo-Córneo.

– Dragões femeas em época de nidificação são muito mais perigosas… – Sirius disse sombrio – Ainda mais se acharem que a ninhada delas está em perigo…

– Como se isso já não fosse perigoso o bastante antes! – Lily jogou os braços para cima derrotada – Agora me diz uma coisa, como é possível que para ir a Hogsmead, um povoado pacato, e completamente seguro, os alunos precisem de uma autorização dos responsáveis, e para enfrentar dragões em um Torneio mortal os responsáveis não precisam nem ao menos ser informados?
– Contradições do mundo mágico. – Tiago suspirou – Realmente não faz sentido algum!

Hagrid deixou escapar um gemido de saudade.
— Eu contei todos, Hagrid — disse Carlinhos com severidade. Depois perguntou: — Como vai o Harry?
— Ótimo — respondeu Hagrid. Continuava a admirar os ovos.
— Faço votos de que continue ótimo depois de enfrentar esses bichos — disse Carlinhos muito sério, contemplando o cercado dos dragões. — Não tive coragem de contar à mamãe qual vai ser a primeira tarefa dele, ela já está tendo gatinhos por antecipação... — Carlinhos imitou a voz ansiosa da mãe: — "Como eles puderam deixá-lo entrar nesse torneio, ele é criança demais! Pensei que estivessem todos seguros, pensei que ia haver um limite de idade!" Ela está se acabando de chorar por causa daquele artigo do Profeta Diário. — "Ele ainda chora a perda dos pais! Ah, que Deus o abençoe, eu não sabia!”

– Mamãe me mandou várias cartas perguntando como pude nunca contar a ela todo o seu sofrimento… – Rony suspirou – Não tive coragem de falar para ela que nem ao menos estava conversando com você.

– Ela mandou cartas a todos nós. – Gina mordeu o lábio – Dizendo que devíamos ser ainda mais compreensivos com você e mais amigos… Ninguém teve coragem de contar a ela que Rony estava sendo um tremendo babaca.

Para Harry já era o bastante. Confiando que Hagrid não sentiria falta dele, com os dragões e Madame Maxime para ocupar sua atenção, ele se virou silenciosamente e começou a caminhar de volta ao castelo.
Não sabia se estava ou não contente de ter visto o que o esperava. Talvez assim fosse melhor. O primeiro choque passara agora. Talvez se visse os dragões pela primeira vez na terça-feira, tivesse caído duro diante de toda a escola... Mas quem sabe desmaiaria assim mesmo... Estaria armado com a varinha — que neste momento lhe parecia apenas uma ripinha de madeira — contra um dragão de quinze metros de altura, coberto de escamas e chifres, que cuspia fogo. E precisava passar pelo bicho. Com todo mundo olhando. Como?
Harry se apressou, contornando a orla da floresta, tinha menos de quinze minutos para chegar à lareira e falar com Sirius, e não se lembrava de ter jamais sentido maior vontade de falar com alguém do que naquele momento — quando, sem aviso, bateu em alguma coisa muito sólida.
Harry caiu de costas, os óculos tortos, apertando a capa em torno do corpo.
Uma voz próxima exclamou:
— Ai! Quem está aí?
Harry verificou depressa se a capa o cobria inteiramente e ficou imóvel, olhando espantado para a silhueta do bruxo com quem colidira. Reconheceu a barbicha... Era Karkaroff.
— Quem está aí? — tornou a perguntar Karkaroff, olhando muito desconfiado para os lados, no escuro. Harry continuou imóvel e calado. Passado pouco mais de um minuto, Karkaroff pareceu ter concluído que batera em algum bicho, olhava para baixo da cintura, como se esperasse ver um cachorro.
Depois tornou a procurar, sorrateiramente, a sombra das árvores, e rumou para o local em que se encontravam os dragões.

– Agora Harry sabe sobre a primeira tarefa, Maxime vai contar para Fleur e Karkaroff com certeza vai falar para Krum… – Frank disse pensativo – Apenas Cedrico vai chegar completamente despreparado na primeira tarefa.

– Isso não é nada justo, não é? – Alice suspirou – Espero que ele saiba o bastante para não acabar chamuscado…
– Desde que o pai dele não resolva dizer de novo que ele é melhor do que Harry, pouco me interesso. – Remo deu de ombros – Ele realmente queria entrar no concurso, não é como Harry que foi empurrado para isso.
– Mas nem por isso Harry merece vantagens injustas. – Lily deu de ombros – Cedrico também está representando Hogwarts afinal, ele merece chances justas de vencer.

Muito lenta e cautelosamente, Harry se levantou e continuou seu caminho, o mais rápido que pôde, sem fazer muito barulho, correndo pela escuridão de volta a Hogwarts.
Não tinha a menor dúvida do que Karkaroff ia fazer. Tinha saído escondido do navio para tentar descobrir qual seria a primeira tarefa. Talvez até tivesse visto Hagrid e Madame Maxime rumando para a Floresta juntos — não era nada difícil identificá-los à distância... E agora só o que Karkaroff precisava fazer era seguir o ruído das vozes e ele, tal como Madame Maxime, saberia o que aguardava os campeões. Pelo jeito, o único campeão que ia enfrentar o desconhecido na terça-feira era Cedrico.
Harry alcançou o castelo, passou despercebido pelas portas de entrada e começou a subir os degraus de mármore; estava muito ofegante, mas não se atrevia a diminuir o passo... Tinha menos de cinco minutos para chegar à lareira...
— Asnice! — ofegou ele para a Mulher Gorda, que tirava um cochilo na moldura do quadro que encobria o buraco.
— Se você assim diz — murmurou ela sonolenta, sem abrir os olhos, e o quadro girou para frente para admitir o garoto. Harry entrou. A sala comunal estava deserta e, a julgar pelo fato de que tinha o cheiro de sempre, Hermione não precisara soltar nenhuma bomba de bosta para garantir que ele e Sirius tivessem alguma privacidade.

– Na verdade eu apenas peguei minha caixa de broches do F.A.L.E e ameacei dar um discurso sobre os maus-tratos aos elfos… – Hermione disse meio risonha – Até eu sei que posso ser chata com esse assunto ás vezes…

– Ás vezes? – Gina sussurrou audivelmente fazendo todos rirem.

Harry tirou a Capa da Invisibilidade e se largou em uma poltrona diante da lareira. A sala estava na penumbra e as chamas eram a única fonte de luz.
Próximo, sobre uma mesa, os distintivos “Apóie CEDRICO DIGGORY” que os Creevey tinham tentado melhorar brilhavam à claridade da lareira. Agora diziam “POTTER REALMENTE FEDE”.

– Seria bem mais fácil apenas fazer distintivos novos… – Frank disse franzindo a testa.

– Pelo que entendi, a ideia deles era descobrir como mudá-los para mudar todos os que as pessoas estavam usando. – Gina deu de ombros – Mas eu achei uma ideia boba desde o inicio, afinal, assim que percebessem que o distintivo mudou, apenas jogariam ele fora…

Harry tornou a voltar sua atenção para chamas e levou um susto.
A cabeça de Sirius flutuava sobre as chamas. Se Harry não tivesse visto o Sr. Diggory fazer exatamente o mesmo na cozinha dos Weasley, teria se apavorado. Em vez disso, seu rosto se iluminou com o primeiro sorriso que dava em dias, ele deixou a poltrona, foi se agachar diante da lareira e disse:
— Sirius, como é que você vai indo?
Sirius tinha a aparência diferente da que Harry se lembrava. Da outra vez, quando se despediram, o rosto do padrinho estava magérrimo e fundo, emoldurado por uma juba de cabelos compridos, negros e embaraçados — mas seus cabelos estavam curtos e limpos agora, o rosto mais cheio e ele parecia mais jovem, e mais semelhante à única fotografia que Harry tinha dele, e que fora tirada no casamento dos Potter.

– Que ótimo! – Tiago levantou os olhos do livro e encarou Sirius com um sorriso – Pelo menos você está se alimentando bem…

– Eu falei! – Sirius disse jogando os cabelos para o lado com charme – Eu sei me virar muito bem!

— Eu não sou importante, como vai você? — perguntou Sirius sério.
— Estou... — Por um segundo, Harry tentou dizer "ótimo", mas não conseguiu.
Antes que pudesse se refrear, estava falando mais do que falara em dias, que ninguém acreditava que não tinha se inscrito no torneio voluntariamente, que Rita Skeeter publicara mentiras sobre ele no Profeta Diário, que não podia andar pelos corredores sem caçoarem dele, e que seu amigo Rony não acreditava nele, e tinha ciúmes... “E agora Hagrid acabou de me mostrar qual vai ser a primeira tarefa, e são dragões, Sirius, e estou perdido", terminou ele desesperado.
Sirius observava o garoto com os olhos cheios de preocupação, que ainda conservavam a expressão que Azkaban lhes dera — aquela expressão fantasmagórica e mortiça. Deixara Harry terminar de falar sem interrupção, mas agora disse:
— Dragões a gente pode dar um jeito, Harry, mas falaremos disso em um minuto, não posso me demorar muito aqui... Arrombei uma casa de bruxos para usar a lareira, mas eles podem voltar a qualquer momento. Tem coisas de que preciso alertá-lo.

– Você tem coisas para falar com Harry que são mais importantes do que como passar pelo dragão da primeira prova? – Lily perguntou preocupada.

– Provavelmente os motivos pelos quais resolvi voltar ao país… – Sirius deu de ombros – Mas isso nós realmente vamos ter que ler para saber.

— Quais? — perguntou Harry, sentindo seu ânimo afundar alguns pontos... Com certeza não poderia haver nada pior do que dragões à espera?
— Karkaroff — disse Sirius. — Harry, ele era um dos Comensais da Morte. Você sabe o que é isso, não sabe?

– Sabia! – Sirius exclamou de repente – Eu sabia que conhecia esse nome de algum lugar! Tenho certeza de que ouvi minha prima Bellatrix e Lucio falando dele uma vez… Eles não confiavam nele ou algo assim… Bellatrix estava irritada por ele poder ir a algum lugar e ela não. Ou algo parecido…

– Mas quando você ouviu tudo isso? – Lily perguntou confusa – Você está morando com Tiago, não está?
– Tem alguns anos… – Sirius disse pensativo – Eu devia ter uns doze ou treze anos… Não mais que isso, Lucio e Narcisa ainda não eram noivos…
– Sua família é uma ótima fonte de informações. – Remo suspirou.
– Pelo menos ninguém nunca resolveu me fazer de espião. – Sirius deu de ombros – Eu não suportaria ser obrigado a viver na mansão por muito mais tempo.

— Sei, ele... Quê?
— Ele foi apanhado, esteve em Azkaban comigo, mas foi libertado. Aposto o que quiser que foi essa a razão de Dumbledore querer ter um auror em Hogwarts este ano, para ficar de olho nele. Moody foi quem pegou Karkaroff. Foi o primeiro que trancafiou em Azkaban.

– Isso com certeza explica a reação de Kararoff no dia em que chegou em Hogwarts e viu Moody! – Remo recordou.


— Karkaroff foi libertado? — perguntou o garoto lentamente, seu cérebro parecia estar lutando para absorver mais uma informação chocante. — Por que foi que libertaram ele?
— Ele fez um acordo com o Ministério da Magia — disse Sirius amargurado. — Ele fez uma declaração admitindo que errara e então revelou nomes... E mandou uma porção de outras pessoas para Azkaban em lugar dele... Ele não é muito popular por lá, isso eu posso afirmar. E desde que saiu, pelo que sei, tem ensinado Artes das Trevas a cada estudante que passa pela escola dele. Por isso tenha cuidado com o campeão de Durmstrang também.

– Bellatrix estava certa em não confiar nele… – Sirius disse categórico – E isso diminui as chances dele ser o infiltrado de Voldemort… Ele traiu Voldemort entregando seus seguidores.

– E ele obviamente mantem a tradição de Durmstrang. – Tiago suspirou – Espero que Krum não seja um dos seguidores dele… Seria uma pena.
– Só por que ele é um jogador de quadribol? – Lily perguntou colocando as mãos na cintura autoritária.
– Também… – Tiago deu de ombros – Ele é um garoto jovem e está enfrentando o Harry em um Torneio potencialmente mortal… Eu prefiro que Harry não tenha que enfrentar ninguém que usa as Artes das Trevas, se puder escolher.

— OK — disse Harry devagar. — Mas... Você está dizendo que Karkaroff pôs meu nome no Cálice? Porque se fez isso, ele é realmente um bom ator. Parecia furioso com o acontecido. Queria me impedir de competir.
— Sabemos que ele é um bom ator — respondeu Sirius — porque convenceu o Ministério da Magia a libertá-lo, não é? Agora, tenho acompanhado o Profeta Diário, Harry...
— Você e o resto do mundo — disse o garoto com amargura.
—... E lendo nas entrelinhas do artigo que aquela tal de Skeeter publicou no mês passado, Moody foi atacado na véspera de se apresentar para trabalhar em Hogwarts. É, sei que ela diz que foi mais um alarme falso, — acrescentou Sirius depressa, ao ver Harry fazer menção de falar — mas tenho a impressão de que não foi. Acho que alguém tentou impedi-lo de chegar a Hogwarts. Acho que alguém sabia que seria muito mais difícil agir com ele por perto. E ninguém vai investigar muito. Olho-Tonto andou ouvindo estranhos, vezes demais. Mas isto não significa que tenha se tornado incapaz de identificar a coisa verdadeira. Moody foi o melhor auror que o Ministério já teve.

– Eu sabia que tinha algo de estranho no modo como ele foi atacado bem antes de vir para Hogwarts! – Tiago disse satisfeito – Ele pode ter ficado um pouco mais displicente com as regras, mas ele com certeza não é um maluco paranóico!

– Eu conheço Moody, – Sirius sorriu para Tiago – e se estou falando que ele não ficou louco, é porque ele não ficou mesmo!
– Isso é tranquilizador. – Remo disse categórico – Pelo menos, sabemos que Moody vai estar por perto para proteger Harry.

— Então... Que é que você está me dizendo? — perguntou o garoto hesitante. — Karkaroff vai tentar me matar? Mas... Por quê?
Sirius hesitou.
— Tenho ouvido coisas muito estranhas — disse pausadamente. — Os Comensais da Morte parecem andar um pouco mais ativos do que o normal ultimamente. Mostraram-se publicamente na Copa Mundial de Quadribol, não foi? Alguém projetou a Marca Negra no céu... E, além disso, você ouviu falar na bruxa do Ministério da Magia que está desaparecida?
— Berta Jorkins?
— Exatamente... Ela desapareceu na Albânia, e sem dúvida foi lá que diziam ter visto Voldemort pela última vez... E ela saberia que ia haver um Torneio Tribruxo, não é?

– Nós já sabiamos que Voldemort matou Berta… – Lily disse triste – Mas pelo visto é óbvio para você no futuro também…

– Eu devo estar imaginando que ele está usando o Torneio para fazer mal a Harry, só pode ser isso. – Sirius bufou.
– Pelo visto, você no futuro continua tão perceptivo quanto você é hoje. – Gina disse admirada.

— É, mas... Não é muito provável que ela tivesse dado de cara com Voldemort, ou é?
— Ouça, eu conheci Berta Jorkins — disse Sirius sério. — Esteve em Hogwarts no meu tempo, alguns anos mais adiantada do que seu pai e eu. E era uma idiota. Muito bisbilhoteira, mas completamente desmiolada. Não é uma boa combinação, Harry. Eu diria que ela poderia ser facilmente atraída para uma arapuca.

– E o Pedro é particularmente bom em armar arapucas. – Remo suspirou – Pobre Berta.


— Então... Então Voldemort poderia ter descoberto tudo sobre o torneio? É isso que você quer dizer? Você acha que Karkaroff poderia estar aqui por ordem dele?
— Não sei — disse Sirius lentamente. — Não sei... Karkaroff não me parece o tipo que voltaria para Voldemort a não ser que soubesse que o lorde teria poder suficiente para protegê-lo. Mas quem pos o seu nome no Cálice de Fogo fez isso de caso pensado, e não posso deixar de achar que o torneio seria uma boa ocasião para atacar você e fazer parecer que foi um acidente.

Lily suspirou agoniada e voltou a encaixar o rosto no ombro de Tiago.


— Até onde posso ver, parece um plano muito bom — disse Harry desolado. — Só precisam sentar–se e esperar que os dragões façam o serviço por eles.
— Certo... Esses dragões — disse Sirius, falando agora muito rapidamente. — Tem um jeito, Harry. Não ceda à tentação de usar um Feitiço Estuporante, os dragões são fortes, e têm demasiado poder mágico para serem nocauteados por um único feitiço. É preciso meia dúzia de bruxos para dominar um dragão...
— É, eu sei, acabei de ver — disse Harry.
— Mas você pode dar conta sozinho — disse Sirius. — Tem um jeito e só precisa de um feitiço simples. Basta...
Mas Harry ergueu a mão para silenciá-lo, seu coração disparara subitamente como se quisesse explodir. Ouvira passos que desciam a escada circular às costas dele.
— Vá! — sibilou Sirius. — Vá! Tem alguém chegando!

– Não! – Sirius exclamou irritado – Bem na hora em que ia te falar como enfrentar o dragão!

– Tenho certeza de que você mandaria ele usar o Conjunctivitus! – Remo bufou – Você chegou a falar que era um feitiço simples!
– Harry vai ter que descobrir sozinho. – Tiago disse sério – Pelo menos ele vai ter a ajuda de Hermione… E quando se trata de pesquisa ela nunca nos decepcionou!

Harry levantou-se depressa, escondendo as chamas com o corpo — se alguém visse o rosto de Sirius entre as paredes de Hogwarts, faria um estardalhaço dos diabos — o Ministério seria chamado, ele, Harry, seria interrogado sobre o paradeiro de Sirius...
O garoto ouviu um estalido nas chamas atrás dele e soube que Sirius se fora, — observou a escada circular — quem teria resolvido dar um passeio a uma hora da manhã e impedira Sirius de lhe dizer como passar por um dragão?
Era Rony. Vestido com seu pijama marrom estampado de plumas, ele parou de chofre ao ver Harry do lado oposto da sala e olhou para os lados.
— Com quem você estava falando? — perguntou.
— E isso é da sua conta? — rosnou Harry. — Que é que você está fazendo aqui embaixo a essa hora da noite?
— Fiquei imaginando onde você... — E parou, encolhendo os ombros. — Nada, vou voltar para a cama.

– Desculpa… – Rony murmurou – Fiquei preocupado com você… Você ainda não tinha ido dormir e a primeira tarefa estava se aproximando…

– E no fundo você estava arrependido de ter abandonado seu melhor amigo em um momento complicado? – Hermione completou com um meio sorriso.
– Isso. – Rony confirmou – Não queria atrapalhar… Não tinha como saber que você estava falando com o Sirius.

— Achou que poderia vir bisbilhotar, não foi? — gritou Harry. Ele sabia que Rony sequer fazia idéia do que encontraria, sabia que não fizera de propósito, mas não estava ligando, naquele momento ele odiou tudo em Rony, até o pedaço de tornozelo que aparecia por baixo das calças do pijama.

– Desculpa ter sido grosso com você. – Harry encarou Rony, sério – Você tinha culpa de muita coisa, mas não de ir à sala comunal no meio da noite…


— Sinto muito — disse Rony, ficando vermelho de raiva. — Eu devia ter percebido que você não queria ser perturbado. Vou deixar você continuar praticando em paz para a próxima entrevista.
Harry apanhou um dos distintivos "POTTER REALMENTE FEDE” da mesa e atirou-o com toda a força para o outro lado da sala. O distintivo acertou Rony na testa e ele cambaleou.
— Toma — disse Harry. — Uma coisa para você usar na terça-feira. Quem sabe você até arranja uma cicatriz agora, se tiver sorte... É o que você quer, não é?
E atravessou a sala, decidido, em direção à escada, de certa forma esperou que Rony o detivesse, teria até gostado que ele lhe tivesse dado um soco, mas ele ficou parado ali naquele pijama demasiado pequeno e Harry, tendo subido a escada furioso, ficou deitado na cama sem dormir, por muito tempo, mas não ouviu Rony vir se deitar.

– Eu sabia que estava errado… – Rony suspirou – E que estava sendo infantil não pedindo desculpas e tudo mais… Eu passei boa parte da noite sentado na sala comunal pensando em como você foi meu amigo desde o primeiro momento… Que não importava o que acontecesse você não deixaria de ser meu amigo. E nem eu pude acreditar que estava te abandonando naquele momento… Já tínhamos passado por coisas muito mais perigosas juntos e eu não sai do seu lado… E…

– Chega. – Tiago disse passando o livro para Lily – Podemos até não entender como você pode fazer o que fez… Mas vemos como você está arrependido… E sabemos que você foi o melhor amigo que Harry poderia encontrar naquele primeiro dia no trem…
– Amigo. – Sirius disse categórico – Porque amiga com certeza é a Hermione…
– E ninguém nunca pode duvidar disso. – Hermione respondeu sorrindo para Harry fraternalmente.
– Vamos logo para o próximo capítulo. – Alice disse ansiosa – Precisamos saber como Harry vai enfrentar o dragão.
– Eu preferia que esse momento nunca tivesse que chegar. – Lily suspirou, mas mesmo assim abriu o livro no capítulo seguinte: – Capítulo XX – A primeira tarefa.




Hey leitores mais queridos do FeB! Como vocês podem ver eu consegui bater a minha meta, e quem me acompanha no grupo deve ter percebido que consegui até ultrapassar a meta dessa semana... Mas semana que vem começa tudo de novo e vamos ver o que vou conseguir. Ontem a noite conclui o capítulo 27 de CdF e estou muito feliz em dizer que vocês podem ficar tranquilos que ainda temos muitos capítulos guardados!
- Kantiss Potter: Qual o seu nome lá no grupo para eu poder te dar seus pontos? Que bom que conseguiu entrar por aqui! Não achei forçado o Harry perdoar o Snape, mas achei MUITO forçado ele colocar o nome do Snape no filho dele, sinceramente, não era para tanto né? Afinal, o cara tratou ele e os amigos mal durante todos os anos em que estudaram! Eu sempre digo que o Snape era obcecado pela Lily, posso até acreditar que ele amava ela na época da escola, mas quando ele entregou a família dela para Voldemort e pediu para poupar a vida dela, já era apenas obsessão. Eu não entendo mesmo as pessoas que idolatram ele, e não tenho muita paciência com essas pessoas também… Muito obrigada mesmo! Se um dia eu conseguir publicar um livro eu te aviso! Eu detesto fics em que os marotos são idiotas, as coisas que a JK deixou nos livros sobre eles mostram que eles eram extremamente inteligentes e leais aos amigos! Eu estou amando escrever a relação do Tiago e da Lily! Essa semana consegui cumprir a minha meta, e até ultrapassei ela… Vamos ver semana que vem...
- Stehcec: Acho que o Rony nunca considerou de verdade tudo o que o Harry passou para acabar ficando famoso… Mas ele se arrependeu de tudo o que fez, e isso é o que importa! Temos que lembrar que viajar no tempo é uma coisa muito perigosa e Dumbledore preferiu deixar dois garotos de 13 anos fazerem isso do que fazer isso ele mesmo… E além disso, anos antes, quando Sirius foi preso, Dumbledore nem ao menos se deu ao trabalho de escutar o Sirius, o que é ridículo considerando que ele escutou (e perdoou) o Snape. Eles não sabem quem é o culpado, então estão analisando todas as hipóteses, inclusive as mais improváveis, como o Lucio ter instruído o filho. Como escrevi daqui uns capítulos, o Hagrid achava que eles achariam isso interessante, ele gosta desse tipo de animais, e pensava que eles gostariam também. Mas se ele soubesse que os alunos queriam aulas mais “normais” teria dado aulas normais a eles, como ele provou ser capaz mais para frente! Pelo modo como Snape tratou Harry, Hermione e Neville o tempo todo, é bem mais difícil pro Rony, por exemplo, perdoar o Snape… Mas eu também não teria perdoado, pelo menos não a ponto de dar o nome dele para o meu filho! Ele destruiu a auto-confiança do Neville, que já não era muita, e sempre foi rude com Hermione… Enfim, não engulo esse nome para o filho do Harry. Seria muito divertido se Harry se chamasse Elvendork, já imaginou “Elvendork Potter e o Cálice de Fogo” um nome muito mais poderoso do que “Harry”. Você leu o conto da JK sobre o Sirius e o Tiago que eles falam de Elvendork? O que achou? Alice está começando a evoluir e amadurecer… E está aprendendo muito com os erros dela. A varinha do Harry pode até se perder no último livro, mas depois ele conserta ela com a varinha das varinhas, então ele provavelmente ficou com a varinha a vida toda. O pior é que eles nem vão ter como desconfiar de quem realmente colocou o nome do Harry no Cálice, afinal é quase impossível acreditar! Bati minha meta! Mas não consegui dobrar minha meta… Quem sabe na próxima semana?
- Ana Marisa Potter: Acho que Lily está começando a aprender a lidar com os perigos em que Harry se enfia… Pelo menos já está na hora de aprender...
- Carlos Mashiant: Fico sempre muito honrada quando um de vocês me conta que criou uma conta só para comentar aqui! Os comentários me incentivam muito a escrever, e me fazem muito feliz! Eu também amo a Hermione, e daqui a alguns capítulos eles vão ficar ainda mais ao lado dela! E ela é excepcionalmente madura mesmo, acho que tem muito a ver com a maneira como ela nunca teve muitos amigos antes de entrar em Hogwarts e sempre teve que buscar companhia nos livros… Rony realmente é o mais imaturo entre eles, e ele realmente não consegue nem reconhecer os próprios sentimentos, mas com o tempo ele amadurece e reconhece o que sente de verdade, e aprende a lidar com as pessoas, sempre prestando atenção em Harry. Acho que a questão não é que a Gina se encaixa ou não no trio, é mais o fato de depois de tudo o que ela passou em CS, e como Rony viu que tudo aquilo só aconteceu porque ele não ficou ao lado da irmã, eles deviam ter dado um pouco mais de atenção a ela! Enfim, espero que comente sempre daqui para frente, me faria muito feliz. E não sei se você sabe, mas a fic tem um grupo no facebook onde estou fazendo um concurso em que quem vencer vai ganhar um livro. Então se quiser entra lá, e me fala seu nome para eu poder te dar os pontos por comentar.
- MionGinnyLuna: Acho que o modo como Harry e Remo se relacionaram em PdA influenciou muito ele a considerar Remo apenas um professor, e para mim, parte da culpa disso é do Remo mesmo que não se esforçou para ser mais que isso para Harry. Essa semana eu consegui bater minha meta e até passei ela! Vamos ver semana que vem!
- Samara Lima: As vezes quando você olha para alguém com carinho sua cara realmente fica meio abobalhada… Mas nem sempre. Tente imaginar uma mãe olhando seu bebê dormir… Geralmente é essa expressão que eu tenho na cabeça quando escrevo. Até o próximo!
- Nati Wood: Se você comenta antes de eu postar o próximo, não está atrasada! Anotei aqui todos os capítulos que você comentou a tempo para te dar os pontinhos lá no grupo, e você vai ganhar muitos pontinhos mesmo! Acho que todos odiamos a Rita, em questão de odio ela só perde para a Umbridge… Vou ser obrigada a discordar de você, Snape não é uma pessoa boa, e nunca foi. Ele se arrependeu por entregar Lily para a morte e protegeu o Harry no final, mas foi só isso. Se Voldemort tivesse escolhido matar os Longbottom ele não faria NADA, ele teria deixado Neville (um bebê de um ano) morrer sem remorso algum. E continuaria ao lado de Voldemort pelo resto da vida… Matando trouxas e nascidos-trouxas e fazendo todas as atrocidades que os outros comensais da morte faziam! Desde que li o que JK escreveu sobre o Sirius e o Tiago e esse nome, eu precisava acrescentar Elvendork em alguma das minhas fics.
- Izabella Bella Black: Acho que Rony realmente não entendia tudo o que Harry teve que passar para se tornar o que se tornou… E nem entendia que Harry detestava toda a atenção que recebia. Mas quando ele viu, ele amadureceu muito. Eu sinceramente acho que Dumbledore não se esforçou muito para saber se Sirius era inocente ou não na época em que ele foi preso, ele nunca nem ouviu a versão do Sirius da história, e ele ouviu (e perdoou) o Snape, então acho Dumbledore muito injusto nesse quesito. Eu acho que JK foi muito inteligente ao colocar as pessoas de Hogwarts sendo completamente influenciáveis, pois com raras exceções, é assim que o povo é! Acho que Lily está realmente aprendendo muito sobre amizade com os marotos, e está vendo que o que ela acreditava que era amizade não está nem perto disso. Os marotos bem que tentaram se vingar de Snape pelo que ele fez com Hermione, mas infelizmente o feitiço de Dumbledore é bem forte para segurar eles nesse caso (no caso da Alice eles conseguiram porque tinham feito uma promessa para Remo anos antes da que fizeram a Dumbledore). A Alice amadureceu muito, você devia dar um voto de confiança a ela… Rony é o mais imaturo do trio, e ele teve muita dificuldade de lidar com os próprios sentimentos em relação a Mione, eu realmente acho que ele não queria admitir nem para ele mesmo. Se Snape continuar irritando Tiago é bem possível que Tiago esqueça a varinha e vá para cima dele… Fico muito feliz que os seus novos bebês estejam alegrando a sua casa e a sua família. E posso dizer então que vocês duas tiveram sorte de encontrar uma a outra.


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Comentários (9)

  • Ariane Potter

    Oie juh vou fazer um comentário rapido, pois to no meio da viagem e so agr consegui um wi-fi livre pra comentar :/O capitulo estava otimo como sempre,e no ultimo capitulo eu nao consegui comentar então não poderia deixar esse passar em branco também .Mas então tchau ju, e ate o próximo capítulo, so é uma pena q so vor conseguir ler o capitulo na quarta. 

    2015-09-07
  • Nati Wood

    Olha eu aqui de novo aos 45 do segundo tempo...Amei o capitulo, ainda tenho pena da Lily, quantos perigos Harry ainda vai correr. Quantoa Snape, concordo com vc que foi somente por Lily que ele fez oq fez, se não fosse o amor por ela ele continuaria Comensal, mas isso não diminui a coragem de ser um agente duplo, e no final, eu sinto que ele não queria mais ser ruim, ele sofreu quando sem querer atacou Jorge, o quando não podia evitar uma morte. Isso é a minha visão, respeito a sua e entendo o odio que ele gera, ou ainda vai gerar, nos personagens.Ps: Estava me esquecendo da Umbridge, mulherzinha odiosa.PS2:  amei o capitulo, ainda torcendo (sem pressão como sempre) por posts semanais!Beijos até o proximo.  

    2015-09-06
  • Stehcec

    Ei Juh,que coisa mais linda capítulo toda semana :D! Já sei que não é para me acostumar! hahaahhahahahahahaVamos comentar hoje pq amanhã viajo pra casa do meu irmão e ficarei sem net!Ai a Lily é muito drámatica, espero q seja pela idade dela. Realmente tivemos cap muitos piores. É tanto feitiço simples que eles desconheciam na epoca. haahaa Concordo com o Sirius, a Rita é burra, vários pontos do torneio pra ela ser sensacionalista e nem isso soube fazer. Rachei de rir com Tiago falando sobre masculinidade, bem a cara dele mesmo, e claro que o Harry nunca falaria aquele tipo de coisa. Eu desisto das perguntas SEMPRE erro. haahahahahaha Tadinho do Colin, sempre teve o Harry como seu heroi, eu tenho pena dele. E as vezes ele nem disse oq a Rita publicou. E claramente ela exagerou ao dizer que o Harry está a altura da Mione, tadinho não chega nem nos pés dela em conhecimento das coisas. Ele não tem uma quedinha pela Cho, tem um tombo mesmo. Adoro o Sirius, não consigo imaginar a Pansy, nem as do filme eu lembro, mas imaginar ela pior q um esquilo é engraçado haahahaahahaahaha. Achei q o Tiago iria criticar o pobre do Rony de novo. Acho muito legal o Krum ter gostado da Mione. E ver o Rony se roendo de ciumes nesse livro é muito bom pra ele aprender. Ah não acho ofensivo a Mione não gostar e não saber sobre quadribol, exagero dos meninos. Mas seria legal se ela soubesse, imagino minhas amigas q não gostam de futebol, seria legal elas gostarem. Ótimo ter a capa da invisibilidade para se proteger daquela idiota. Que legal eles acordando as armaduras, claro q a McGonagall iria castiga-los. Concordo com a Alice, seria pior se a Rita não gostasse do Harry. Vendo o Sirius dizer que provocava as pessoas, pensei no meu noivo, isso é bem a cara dele de fazer. Bem marotos mesmo viu. A inveja do Snape é terrivel, será q ele quer mesmo que eu o responda? haahahahahahahaa Harry e seus imãs pra perigo, tadinha da Lily vai enfrentar muito drama ainda pela frente. Ah Sirius não precisa ser educado com Snape. Invejoso de uma figa. Ainda bem q o Hagrid resolveu ser discreto pelo menos uma vez. Mas seria injusto se só a Fleur e o Cedrico não soubesse sobre os dragões, pq certamente como aconteceu o Karkaroff deu um jeito de descobrir. Estou concordando em quase tudo com o Sirius esse cap. tambem acho q seria mais surpreendente se o nome do cap fosse outro. Realmente é perigoso e imagina se fosse como antes, por isso tinham mortes. Acho o Hagrid muito inocente também, ele vê o bem em todo mundo. Nunca tinha pensando nisso, mas é muita coisa que não faz sentido no mundo mágico. (Estou falando sobre autorização para ir a hosgmeade). Se fosse eu tinha contado pra Molly q o Rony era um idiota e não estava falando com o Harry. Mas tbm tinha contado que o artigo era tudo invenção da Rita. Os marotos não deve culpar o Cedrico pelo pai idiota dele. Digo o mesmo que a Gina: "As vezes?". Ai o Sirius tão convencido. Karkaroff é tipo o Pedro. Ele também abandonou os amigos e os entregou (mesmo que sejam do mal). Ai, me dá uma dor no coração quando eles pensam em Moody para proteger o Harry. Que odio que fiquei do Rony nessa parte. ahaahahahahaa Mas o perdoei logo que vi q ele tava preocupado com o Harry. Ta ngm é perfeito e nem o pobre do Rony, ta perdoado. hahahahahaaahaaaaaha ÓTIMO cap Juh. Resposta do outro cap.: Já perdoei o Rony e a prova dele gostar e ser realmente amigo Harry é essa viagem no tempo neh!? Tá eu até entendo que o Dumbledore foi um idiota de não ter escutado a versão do Sirius, mas não vejo como ele ajudaria mais no terceiro ano do que os meninos viajando no tempo. Claro que o Hagrid é capaz e provou isso, ele entende muito de criaturas mágicas. Também não consigo engulir o nome do filho do Harry não, acho um cumulo a JK ter feito isso, MAS eu consegui meio q perdoar (na falta de outra palavra melhor) o Snape. Seria muito engraçado o nome e acho q pela dificuldade de um livro com esse nome pegar e ficar famoso ela preferiu Harry, ou como vc disse na fic a Lily não deixou isso acontecer. Eu li sim e adorei, só me deixou curiosa sobre quem estava perseguindo eles. Eu não lembrava que o Harry concertava a varinha dele não. Dificil mesmo imaginar quem colocou o nome do Harry no cálice e pela leitura desse cap eles acham q ele vai é proteger o Harry. E que bom q vc bateu a meta, já sei q vc bateu a dessa semana também.Juh até o proximo cap.Bjão

    2015-09-04
  • Samara Lima

    Excelente capitulo Juh! Gosto na sua fic a possibilidade de imaginarmoscomo os outros personagens se sentiam!Da raiva do Ron em CdF? Sim dá, mais o Harry tbm podia ter acabado com essa picuinha, mais nãofica inflamando tbm! Kkkkkk mais enfim, adolescentes são complicados!Que bom que Vc está conseguindo postar sempre! Que continue assim!Dando tudo certo para nossa alegriiiiiiaaaaa!Bjinhos e até o próximo! 

    2015-09-01
  • Juhh Potter Malfoy

    Infelizmente só li agora os dois ultimos capitulos, ou seja, não comentei no anterior :( Fico feliz que esteja conseguindo conciliar e cumprir suas metas, mesmo que meu pobre coração não aguente de curiosidade para que chegue logo ao final da história. Afinal vc terminou a Pedra filosofal em 2013 e ainda estammos no 4° livro, e os livros só ficam mais grossos de agora em diante. Fico feliz que você tenha me respondido anteriormente e mais feliz ainda que você me confirmou que não é muito fã do Snape, não gosto dele e sinceramente não entendo a J.K ter feito o Harry perdoar ele ao ponto de dar o nome ao filho. Estou muito anciosa por várias cenas que tem ao decorrer do livros, no momento, mais ainda em OdF quando o Harry entra nas lembranças do Snape e conclui que realmente o Tiago era o arrogante que o ranhoso tanto falava. Quero muito ler a reação deles. Sou muito grata por você tentar se manter fiel à história e manter o que conhecemos. Você me perguntou se estou no grupo da fic, sim estou, mas não sei de concurso e nem como funciona kkk Vou dar uma olhada melhor por lá e como você pediu vou chamar lá no grupo e avisar que eu sou eu. Parabéns pelo capitulo!

    2015-09-01
  • Dâmaris Granger

    Juh, mais um capítulo excelente,  fiquei muito feliz por você ter conseguido bater a meta desta semana,  imagino o quanto deve ser difícil conciliar a escrita com seu cotidiano,  e torço para que consiga manter até o final. Quanto ao capítulo, particularmente,  nunca fui fã do Rony, a insegurança e a infantilidade dele me deixam extremamente irritadas, ele tem umas atitudes tão mesquinhas, a gota d‘água foi ele abandonar a busca pelas Horcruxes. A Lily realmente precisa controlar os nervos, a essa altura ela já devia estar ciente de que o Harry não terá um ano tranquilo.  Até o próximo,  boa semana! 

    2015-08-31
  • Kantiss Potter

    oi Julia! Meu nome é Letícia Presotto.o capítulo ta perfeito, como todos os outros. Acho muito legal o jeito que você ta retratando esse momento meio tenso na amizade do rony e do harry. Os dois sentiam falta um do outro, mas por não entenderem bem seus sentimentos e talvez por orgulho, não conseguiram falar um com o outro. Sempre me incomodou um pouco o fato do rony ter ciúmes da atenção que o harry recebia, afinal os motivos que fazem com que o harry seja o alvo da visibilidade não era por um motivo tão bom, como o próprio harry sempre fez questão de ressaltar. Mas entendo que por ele ter vários irmãos e por ter vindo depois dos gêmeo, ele gostaria de ser o centro das atenções. to adorando o fato da Lily estar descobrindo um outro lado do Tiago. Afinal atrás de todas as marotices ele tem um lado muito bonito, acho que a amizade dele e do sirius invejável. Eu sou apaixonada pelos marotos e meu sonho seria se a JK escrevesse um livro sobre a época deles. Contando também do romance da Lily e do Tiago. Pena que a relação do harry e do remo nunca foi muito aprofundada, Na minha opinião acho que o remo podia ter se aproximado mais do harry, mas parece que ficou um pouco formal.enfim, adoro sua fic e sua escrita. Tem muitas fics por ai que não são pensadas ou bem estruturadas. Da pra ver que voce investe muito tempo e dedicação nela! É a melhor fic que eu ja li! Até o próximo capitulo hehehe 

    2015-08-31
  • Carlos Mashiant

    Não tenha dúvidas que tentarei comentar sempre que possível. Suponho que seja por ter grande consideração por seus leitores que você continua escrevendo essa maravilhosa FanFic mesmo depois de tanto tempo, e isso merece um retorno por parte de nós – seus fãs- e já que o único modo de fazermos isso é comentando, é isso que farei. Fico muito contente que você concorde comigo quanto a Hermione. Nunca havia parado para pensar nesse argumento que deu para explicar a maturidade dela, mas é realmente plausível. Hermione, aliais, parece ter tido uma vida pré-Hogwarts bem semelhante à de Harry (tirando o fato de ela ter uma família que a amava), pelo que os livros dão a entender ela sempre foi uma criança deslocada e solitária, que se apegou aos livros como válvula de escape a esses problemas. Isso, talvez, tenha ajudado Hermione a entender o Harry melhor que Rony. Rony realmente amadurece bastante a partir do quarto livro. E maior imaturidade dele quanto à Harry e Hermione sempre me pareceu explicável, pois, ao analisarmos a infância dos três é possível perceber que Ron foi o único que teve uma infância como deveria ser e isso contribui para que ele se tornasse mais imaturo (O que é normal). Realmente o Trio deveria ter dado mais atenção a Gina, porém, acho que isso não é muito culpa deles, pois, os três acabaram desenvolvendo uma ligação muito forte entre si e que não admitia mais ninguém e isso acabou fazendo com que eles não dessem muita atenção á outras pessoas (mesmo se tratando da irmã de um deles), mas mesmo assim eu gosto de ler como você escreve sobre os ataques de rancor da Gina, é uma atitude previsível e que acho que qualquer um de nos teríamos caso estivéssemos em semelhante situação. E agora, finalmente, sobre o capítulo 19. Ficou tão bom quanto eu esperava e você explorou aspectos bem interessantes como, principalmente, a ingenuidade do Hagrid, acho que é por ser tão infantil que o Hagrid se tornou amigo do trio. Eu ri muito na parte em que Hermione conta sobre como conseguiu evacuar a sala comunal, consegui imaginar a cena perfeitamente na minha cabeça. Eu sempre tive um carinho muito grande pelo F.A.L.E da Hermione, pois ele me remete a algo que as pessoas de hoje se esquecem muito de praticar: A solidariedade. Cada um olha para o seu próprio umbigo e que se dane o mundo. Aliais, foi devido ao F.A.L.E que a Mione tornou-se minha personagem preferida (não só de Harry Potter como também de todos os livros que já li) apesar de ela fazer muitas coisas erradas ao tentar fazer o certo, é notável o fato de uma adolescente de apenas 14 anos conseguir transpassar o próprio egoísmo e pensar em quem mais precisa. Outra prova desta marcante característica da Hermione é a A.D, ela poderia sugerir que Harry ensinasse somente ela e Ron, porém, pensando nos outros, ela deu a chance as pessoas que queria de participarem, o que ocasionou uma grande possibilidade de ocorrer traição (o que de fato ocorreu).    Vou parar por aqui porque já escrevi de mais. Obrigado por fazer minhas noites de domingo melhores e até o próximo capítulo!

    2015-08-31
  • Ana Marisa Potter

    Mais uma vez o capítulo ficou ótimo. Lily cada vez mais está a aproximar se de James ou será só timpressão minha?   Espero ansiosamente pelo próximo capítulo. Se não. Me engano é no quarto livro que Harry tem as primeiras informações sobre o que aconteceu aos pais do Nevile estou anciosa para saber como é que o Nevile e os pais vao reagir pois nem Nevile soube que o Harry já sabia do seu segredo. Bjs e Até ao próximo capítulo.  

    2015-08-31
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