A câmara secreta



– A câmara secreta

– Por favor, – Lily disse nervosa – me diga que você não entrou na câmara secreta.
– Não devo contar mentiras. – Harry disse passando o dedo na velha cicatriz em sua mão.
– Então você entrou na câmara? – Lily gritou desesperada.
– Lily, – Hermione disse calmamente – deixe Frank ler.


— Tantas vezes estivemos naquele banheiro, e ela ali a apenas três boxes de distância — comentou Rony amargurado à mesa do café, na manha seguinte —, e poderíamos ter perguntado a ela, e agora...
Fora bastante difícil encontrar as aranhas. Fugir dos professores o tempo suficiente para entrar escondido em um banheiro de meninas, e ainda por cima o banheiro de meninas bem ao lado da cena do primeiro ataque, ia ser quase impossível.
Mas aconteceu uma coisa logo na primeira aula, Transfiguração, que varreu a Câmara Secreta para longe dos pensamentos dos dois garotos pela primeira vez em semanas. Minutos depois de entrarem em sala, a Profª. McGonagall avisou que os exames começariam no dia primeiro de junho, dali a uma semana.
— Exames? — gritou Simas Finnigan. — E vamos ter exames?


– Acho que foi exatamente o que ela disse. – Sirius bufou – Não deviam perturbá-la, ainda mais quando ela já está estressada...


Ouviram um estrondo atrás de Harry quando a varinha de Neville escapuliu e fez desaparecer um pé de sua carteira. A professora restaurou-a com um aceno da própria varinha e se virou de cara amarrada para Simas.
— A razão de se manter a escola aberta neste momento é vocês receberem educação — disse ela severamente. — Portanto, os exames vão se realizar normalmente, e confio que vocês estejam estudando a sério.
Estudando a sério! Jamais ocorrera a Harry que haveria exames com o castelo naquela situação. Houve muitos murmúrios de protesto na sala que fizeram a professora amarrar ainda mais a cara.


– Não acredito que bastou eu ficar petrificada para vocês pararem de estudar! – Hermione bufou cruzando os braços sobre o peito.


— As instruções que recebi do Profº. Dumbledore foram no sentido de manter a escola funcionando o mais normalmente possível. E isto, não preciso dizer, significa descobrir o quanto os senhores aprenderam neste ano.
Harry olhou para os dois coelhos que devia transformar em chinelos. Que é que ele aprendera até ali naquele ano? Não conseguia lembrar nada que lhe pudesse ser útil em um exame.
Rony parecia que tinha acabado de ser informado de que seria obrigado a ir viver na Floresta Proibida.
— Você pode me imaginar fazendo exames com isso? — perguntou ele a Harry, mostrando a varinha, que começara a assobiar alto.


– Acho que não seria uma boa ideia. – Alice disse dando de ombros.


Três dias antes do primeiro exame, a Profª. McGonagall deu outro aviso no café da manhã.
— Tenho boas notícias — disse, e os alunos no Salão, ao invés de se calarem, desataram a falar.
— Dumbledore vai voltar! — exclamaram de alegria vários alunos.
— Apanharam o herdeiro de Slytherin — gritou, esganiçada, uma menina na mesa da Corvinal.
— Os jogos de Quadribol vão recomeçar! — berrou Olívio excitado.


– Só o Olívio mesmo. – Remo murmurou.
– E talvez o Tiago... – Sirius disse trocando um olhar com o amigo.


Quando o vozerio diminuiu, a professora disse:
— A Profª. Sprout me informou que finalmente as mandrágoras estão prontas para serem colhidas. Hoje à noite, poderemos ressuscitar os alunos que foram petrificados. Não será preciso lembrar a todos que um deles talvez possa nos dizer quem ou o que os atacou. Tenho esperanças que este ano tenebroso terminará com a captura do culpado.
Houve uma explosão de vivas. Harry olhou para a mesa da Sonserina e não ficou nem um pouco surpreso ao ver que Draco Malfoy não se alegrara. Rony, porém, parecia mais feliz do que nos últimos dias.
— Então, não vai fazer diferença nunca termos perguntado nada à Murta! — disse a Harry. — Mione provavelmente terá todas as respostas quando a acordarem! E mais, vai endoidar quando descobrir que vamos ter exames dentro de três dias. Ela não estudou. Seria mais caridoso que a deixassem onde está até os exames terminarem.


– Alguma coisa ruim vai acontecer antes deles conseguirem dar a poção às vítimas. – Lily disse com um soluço.


Nesse instante Gina Weasley se aproximou e se sentou ao lado de Rony. Parecia tensa e nervosa e Harry reparou que torcia as mãos no colo.


Tiago olhou para Gina, a menina estava exatamente como o livro descrevia, tensa, nervosa, torcendo as mãos no colo, além disso estava pálida e tinha o rosto manchado por lágrimas.


— Que foi que aconteceu? — perguntou Rony, servindo-se de mais mingau.
Gina não disse nada, mas olhava de uma ponta a outra da mesa da Grifinória com uma expressão apavorada no rosto, que lembrou a Harry alguém, embora ele não conseguisse atinar quem.
— Desembucha logo — disse Rony, observando-a. Harry de repente percebeu com quem Gina parecia. Estava se balançando para frente e para trás na cadeira, exatamente como Dobby fazia quando estava hesitando, pouco antes de revelar a informação proibida.
— Tenho que lhe contar uma coisa — murmurou Gina, tomando cuidado para não olhar para Harry.
— O quê? — perguntou Harry.
Gina fez cara de quem não consegue encontrar as palavras certas.
— Que é?— perguntou Rony.
Gina abriu a boca, mas não saiu som algum. Harry se curvou para frente e falou baixinho, de modo que somente Gina e Rony pudessem ouvir.
— É uma coisa sobre a Câmara Secreta? Você viu alguma coisa? Alguém se comportando estranhamente?
Gina tomou fôlego e, naquele exato momento, Percy Weasley apareceu, com a cara cansada e pálida.


Harry olhou para Gina, arrependido, ela havia tentado contar tudo a eles, e ele não pode ouvir.


— Se você já terminou de comer, fico com o seu lugar, Gina. Estou morto de fome. Acabei de ser liberado do serviço de vigilância.
Gina deu um pulo como se sua cadeira estivesse eletrificada, lançou a Percy um olhar rápido e amedrontado e saiu correndo, Percy se sentou e pegou uma caneca no meio da mesa.


– O que você queria contar a eles? – Sirius perguntou nervoso.
– Ela não pode falar. – Hermione disse com uma expressão triste.
– Acho que ela não precisa. – Tiago murmurou chamando a atenção de todos.
– Porque? – Lily perguntou levantando o rosto do peito de Tiago.
– Acho que sei o que ela queria falar... – Tiago disse triste.
– E você pretende compartilhar a informação com a gente? – Sirius perguntou irritado, geralmente sabia tudo o que Tiago pensava.
Tiago levantou-se, foi até o local onde Gina estava sentada com o rosto escondido pelas mãos e agachou-se na frente da menina.
– O diário estava com você durante o ano inteiro. – Tiago disse retirando as mãos de Gina de seu rosto e segurando-as com carinho – De alguma fora, Riddle usou você para abrir a câmara e fazer todas essas maldades. – ele continuou limpando as lágrimas que Gina deixava cair com as mangas das vestes – E quando você percebeu, tentou se livrar do diário.
– Foi quando Harry encontrou o diário. – Sirius disse, chocado, dando um abraço na garota que estava sentada ao seu lado – Você viu o diário com Harry e ficou apavorada, entrou no quarto dele e pegou de volta.
– Foi isso, não foi? – Tiago perguntou encarando Gina com carinho.
– Você sabe que ela não pode confirmar, nem negar, não é? – Hermione perguntou com lágrimas nos olhos.
– Não importa. – Tiago disse com calma – Sabemos que foi isso que aconteceu.
– E sabemos que a culpa não foi sua. – Sirius disse acariciando os cabelos de Gina com carinho.
– De alguma forma ele te usou, te fez fazer coisas que você não queria. – Remo disse triste.
– Pare de chorar. – Lily disse carinhosa – Não foi culpa sua.
– Não, foi culpa do Lucio Malfoy. – Tiago disse parecendo lembrar-se de algo – Ele pegou um livro seu na Floreios e Borrões, deve ter escorregado o diário para dentro do seu caldeirão.
– Você deve ter pensado que seus pais compraram para você. – Lily disse com lágrimas nos olhos.
– Ninguém pensa que a culpa é sua. – Tiago disse dando um abraço muito fraternal em Gina, antes de voltar para seu lugar.
– Mas se foi Lucio quem colocou o diário no caldeirão de Gina... – Remo disse pensativo.
– Então ele sabia o que o diário é e para que ele serve, e provavelmente de quem é. – Sirius completou.
– E como todos aqui sabem que Lucio Malfoy é um comensal da morte, – Tiago disse sério – o diário devia ser de Voldemort.
– Mas Dobby disse que não era Voldemort! – Alice disse irritada, aquilo não fazia sentido.
– Sim, Dobby disse que não era Voldemort, era Riddle, o nome de Voldemort antes dele se autodenominar Lord. – Tiago disse sério.
Um arrepio subiu pela espinha de Lily. Mas uma vez seu filho estava próximo demais de Voldemort e seu poder de destruir tudo que é bom, além disso, ele tinha destruído a inocência de uma pobre menina.


— Percy! — disse Rony aborrecido. — Ela ia começar a nos contar uma coisa importante!
A meio caminho de beber um gole de chá, Percy se engasgou.
— Que tipo de coisa? — perguntou tossindo.
— Acabei de perguntar se tinha visto alguma coisa estranha e ela começou a dizer...
— Ah, isso, não tem nada a ver com a Câmara Secreta — disse Percy na mesma hora.
— Como é que você sabe? — perguntou Rony erguendo as sobrancelhas.
— Bem, se você faz questão de saber, Gina, hum, esbarrou comigo no outro dia quando eu estava... Bem, não importa, a questão é que ela me viu fazendo uma coisa e eu, hum, pedi a ela para não contar a ninguém. Devo dizer que achei que ela ia cumprir a promessa. Não é nada, verdade, só que eu preferia...


– Gina deu de cara com Percy pegando alguém. – Sirius disse categórico.
– E por que ele teria tanto problema com isso? – Frank perguntou confuso.
– Percy é problemático. – Rony disse dando de ombros.
– Deve estar namorando escondido, – Tiago disse dando um meio sorriso, ainda muito nervoso por tudo que aconteceu com Gina – durante as férias, ficava dentro do quarto trocando cartas com alguém todo o tempo, estava nas masmorras no dia da poção Polissuco... No mesmo dia que aquela menina que foi atacada.
– E ele ficou mal demais quando a menina foi atacada. – Lily disse lembrando-se – A menina que foi atacada com Hermione deve ser a namorada dele.


Harry nunca vira Percy tão constrangido.
— Que é que você estava fazendo, Percy — perguntou Rony rindo. — Vamos, conte para a gente, não vamos rir.
Percy não retribuiu o sorriso.
— Me passa esses pães, Harry, estou morto de fome.
Harry sabia que o mistério todo poderia ser resolvido no dia seguinte sem ajuda deles, mas não ia deixar passar uma oportunidade de falar com Murta se aparecesse uma — e para sua alegria apareceu, no meio da manhã, quando a turma estava sendo levada para a aula de História da Magia por Gilderoy Lockhart.
Lockhart, que tantas vezes os tranquilizara dizendo que o perigo passara, para em seguida provar-se o contrário, agora estava inteiramente convencido de que nem valia a pena levá-los em segurança pelos corredores. Seus cabelos não estavam tão sedosos quanto de costume; parecia que estivera acordado a maior parte da noite, vigiando o quarto andar.
— Marquem minhas palavras — disse, contornando um canto com os alunos. — As primeiras palavras que aqueles coitados petrificados vão dizer serão "Foi Hagrid”. Francamente, estou pasmo que a Profª. McGonagall continue achando que todas essas medidas de segurança são necessárias.
— Concordo professor — disse Harry, fazendo Rony derrubar os livros de surpresa.


– Muito inteligente! – Remo disse olhando para Harry satisfeito – Enganar esse bocó para fugir...


— Obrigado, Harry — disse Lockhart, gentilmente, enquanto esperavam uma longa fila de alunos da Lufa-Lufa passar. — Quero dizer, nós, professores, já temos muito o que fazer sem ter que acompanhar alunos às aulas e ficar de guarda a noite inteira...
— Tem razão — disse Rony, percebendo a jogada. — Por que o senhor não nos deixa aqui, só temos mais um corredor pela frente...
— Sabe, Weasley, acho que vou fazer isso. Preciso mesmo preparar a minha próxima aula...
E se afastou depressa.
— Preparar a aula — Rony caçoou quando o professor se foi. — É mais provável que vá é enrolar os cabelos.
Os dois amigos deixaram o resto dos colegas da Grifinória seguirem em frente, dispararam por uma passagem lateral e correram para o banheiro da Murta Que Geme. Mas quando estavam se parabenizando pela jogada genial...
— Potter! Weasley! Que é que os senhores estão fazendo?
Era a Profª. McGonagall, e sua boca parecia um fio de linha de tão fina.


– Falem que estão passando mal! – Sirius disse rápido – Ela sempre cai!
– Não com os dois ao mesmo tempo. – Remo disse revirando os olhos para Sirius – É melhor dizer que um está passando mal e o outro levando para a enfermaria!
– Ela ia perguntar por que o professor não levou. – Tiago disse categórico.


— Íamos... Íamos... — gaguejou Rony. — Íamos... Ver...
— Mione — disse Harry. Rony e a professora olharam para ele. — Não a vemos há séculos, professora —, continuou Harry depressa, pisando o pé de Rony, — e pensamos em entrar sem sermos vistos na ala hospitalar, sabe, e contar a ela que as mandrágoras já estão quase prontas e... Para não se preocupar... — A Profª. McGonagall continuou a olhar fixo para ele e por um instante Harry achou que ela ia explodir, mas quando falou, tinha a voz estranhamente rouca.
— Claro — disse, e Harry, espantado, viu uma lágrima brilhar nos seus olhos de contas. — Claro, compreendo que isto tenha sido mais duro para os amigos dos que foram... Compreendo bem. Está bem, Potter, é claro que os senhores podem ir visitar a Srta. Granger. Vou informar ao Profº. Binns onde foram. Diga a Madame Pomfrey que têm a minha permissão.


– Ótima ideia! – Tiago parabenizou Harry – Ela ficou tão tocada que vocês conseguiram até o tempo livre!


Harry e Rony se afastaram, mal ousando acreditar que tinham evitado uma detenção. Quando dobraram o canto do corredor, ouviram distintamente a professora assoar o nariz.
— Essa — disse Rony entusiasmado — foi a melhor história que você já inventou.
Não havia escolha agora senão ir à ala hospitalar e dizer à Madame Pomfrey que tinham permissão da Profª. McGonagall para visitar Mione.
Madame Pomfrey os deixou entrar, com relutância.
— Não tem sentido conversar com uma pessoa petrificada — disse ela, e os garotos tiveram que admitir que estava certa, depois de se sentarem ao lado de Mione. Era evidente que Mione nem imaginava que tinha visitas, e que tanto fazia dizerem ao armário de cabeceira para não se preocupar, tal era o bem que a conversa poderia produzir.
— Mas eu me pergunto se ela terá visto o atacante — disse Rony, contemplando com tristeza o rosto rígido de Mione. — Porque se ele chegou sem ser visto, ninguém nunca vai saber...
Mas Harry não estava olhando para o rosto de Mione. Estava mais interessado na mão direita da amiga. Estava fechada por cima das cobertas e ao chegar mais perto ele viu que havia um pedaço de papel amarrotado dentro dela.


– Isso! – Mione exclamou de repente – Achei que vocês não veriam nunca!
– O que é? – Lily, Alice e Frank perguntaram juntos. Antes que Hermione dissesse qualquer coisa, Tiago disse:
– Uma página de um livro, é claro, ela estava saindo da biblioteca quando foi atacada.
– E a página do livro deve ter uma informação importante. – Sirius disse sorrindo para a menina – Ela saiu correndo quando Harry falou da voz!


Verificando antes se Madame Pomfrey andava por perto, ele apontou o papel para Rony.
— Tente tirar — cochichou Rony, mudando a posição da cadeira de modo a esconder Harry da vista de Madame Pomfrey.
Não foi nada fácil. A mão de Mione segurava o papel com tanta força que Harry teve certeza de que ia rasgá-lo. Enquanto Rony vigiava, ele puxou e torceu e, finalmente, depois de alguns minutos tensos, o papel saiu.
Era uma página rasgada de um livro muito velho da biblioteca. Harry alisou-a ansioso, e Rony se curvou mais para ler também.
Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra não há nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como rei das serpentes.
Esta cobra, que pode alcançar um tamanho gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados pelos seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.
E, no pé da página, uma única palavra fora escrita numa caligrafia que Harry reconheceu ser de Mione. Canos.


– Você é genial! – Tiago disse animado olhando para Hermione – Canos! Genial.
– É assim que o basilisco anda pelo castelo! – Sirius exclamou espantado – Por isso Harry conseguia ouvi-lo, ele ouvia através da parede!
– Mas se ele anda por canos, – Remo disse de repente – ele tem que ter uma maneira de entrar e sair dos canos, a entrada para a câmara.
– Onde pode ser a entrada e saída de canos? – Tiago perguntou retoricamente – Um banheiro, é claro.
– O banheiro da Murta! – Alice e Lily disseram espantadas ao mesmo tempo, ambas já haviam estado naquele banheiro.


Era como se alguém tivesse acabado de acender uma luz em seu cérebro.
— Rony — sussurrou. — É isso. Isso é a resposta. O monstro na Câmara é um basilisco, uma cobra gigantesca! E por isso que andei ouvindo a voz por todo lado, e ninguém mais ouvia. É porque entendo a língua das cobras...
Harry ergueu os olhos para as camas à sua volta.
— O basilisco mata as pessoas com o olhar. Mas ninguém morreu, porque ninguém o encarou. Colin viu o bicho através da lente da máquina fotográfica. O basilisco queimou o filme que havia dentro, mas Colin só ficou petrificado. Justino... Justino deve ter visto o basilisco através do Nick Quase Sem Cabeça! Nick recebeu todo o impacto, mas não podia morrer novamente... E Mione e aquela monitora da Corvinal foram encontradas com um espelho ao lado delas. Mione acabara de perceber que o monstro era um basilisco. Aposto o que você quiser que ela preveniu a primeira pessoa que encontrou para antes de virar um canto, primeiro olhar o outro lado com um espelho! E aquela garota tirou o espelho da mochila... E...
O queixo de Rony caíra.


– Você também é muito esperto, Harry. – Lily disse acariciando a mão do filho – Assim que soube que se tratava de um basilisco, deduziu todo o resto.
– Isso só mostra o quanto eles precisam de Hermione. – Neville disse, não como uma crítica, mas como um elogio à maneira como eles se completavam.


— E Madame Nor-r-ra? — perguntou, ansioso.
Harry pensou bastante, imaginando a cena na noite da festa das bruxas.
— A água... — disse lentamente. — A inundação do banheiro da Murta Que Geme. Aposto como Madame Nor-r-ra só viu o reflexo...
Harry examinou a página que tinha na mão, pressuroso.
Quanto mais lia, mais ela fazia sentido.
— “O canto do galo... Lhe é letal!"— leu ele em voz alta. — Os galos de Hagrid foram mortos!
O herdeiro de Slytherin não queria nenhum perto do castelo quando a Câmara fosse aberta! As aranhas fogem do basilisco! Tudo se encaixa!
— Mas como é que o basilisco anda circulando pelo castelo? — perguntou Rony. — Uma cobra gigantesca... Alguém a teria visto...
Harry, porém, apontou para a palavra que Mione escrevera no pé da página.
— Canos. Canos... Rony, ela está usando os canos. Tenho ouvido aquela voz dentro das paredes...
Rony agarrou de repente o braço de Harry.
— A entrada para a Câmara Secreta! — disse com a voz rouca.
— E se for um banheiro? E se for o...
— Banheiro da Murta Que Geme — completou Harry.
Os dois ficaram sentados ali, a excitação circulando com rapidez pelo corpo, mal conseguindo acreditar.
— Isto significa — disse Harry — que não devo ser o único a falar a língua das cobras na escola.
O herdeiro de Slytherin deve ser outro que fala também. É assim que ele controla o basilisco.
— Que vamos fazer? — perguntou Rony, cujos olhos faiscavam. — Vamos direto à Profª. McGonagall?


– Isso! – Lily disse satisfeita – É a coisa certa! Vocês deviam ter ido falar com ela desde o inicio, ou com Dumbledore!


— Vamos à sala dos professores — disse Harry, ficando de pé de um salto. — Ela vai para lá dentro de dez minutos. Já está quase na hora do intervalo.
Os garotos correram para baixo. Não querendo ser encontrados perambulando por outro corredor, foram diretamente à sala dos professores, ainda deserta. Era um aposento amplo, as paredes forradas com painéis de madeira, as cadeiras de madeira escura. Harry e Rony ficaram andando de um lado para o outro, excitados demais para se sentar.
Mas a sineta do intervalo jamais tocou.
— Em vez disso, ecoando pelos corredores, ouviram a voz da Profª. McGonagall, magicamente amplificada.
"Todos os alunos voltem imediatamente aos dormitórios de suas casas”.
“Todos os professores voltem à sala de professores. Imediatamente, por favor”.


Lily estremeceu, por que as coisas não podiam ser mais simples?


Harry virou-se para encarar Rony.
— Não outro ataque! Não agora!
— Que vamos fazer? — disse Rony horrorizado. — Voltar ao dormitório?
— Não — disse Harry, olhando à sua volta. Havia um tipo feio de guarda-roupa à sua esquerda, onde guardavam as capas dos professores. — Ali dentro. Vamos ouvir o que foi. Depois podemos contar o que descobrimos.
Os garotos se esconderam dentro do armário, escutando o barulho de centenas de pessoas andando no andar de cima e a porta da sala de professores se abrir e bater. Do meio das dobras mofadas das capas, observaram os professores chegarem um a um. Alguns pareciam intrigados, outros completamente apavorados. Então chegou a Profª. McGonagall.
— Aconteceu — disse ela na sala silenciosa. — Uma aluna foi levada pelo monstro. Para a Câmara.
O Profº. Flitwick deixou escapar um grito fino. A Profª. Sprout tampou a boca com as mãos. Snape agarrou com muita força o espaldar de uma cadeira e perguntou:
— Como você pode ter certeza?
— O herdeiro de Slytherin — disse a professora muito pálida — deixou outra mensagem. Logo abaixo da primeira.
"O esqueleto dela jazerá na Câmara para sempre.”
O Profº. Flitwick rompeu em lágrimas.
— Quem foi? — perguntou Madame Hooch, que afundara, com os joelhos bambos, numa cadeira. — Que aluna?
— Gina Weasley — respondeu McGonagall.


– Ele ia te matar depois de passar esse tempo todo te usando? – Sirius perguntou a Gina em um sussurro assustado.
– Ele devia estar sugando as energias dela de alguma forma... – Severo murmurou, Tiago sem nem ao menos perceber, concordou com ele.


Harry sentiu Rony escorregar silenciosamente para o chão do armário do lado dele.
— Teremos que mandar todos os alunos para casa amanhã — continuou ela. — Isto é o fim de Hogwarts. Dumbledore sempre disse...
A porta da sala de professores bateu outra vez. Por um momento delirante Harry teve certeza de que seria Dumbledore.
Mas era Lockhart e ele sorria.
— Lamento muito, cochilei, que foi que perdi?
Ele não pareceu notar que os outros professores o olhavam com uma expressão muito próxima ao ódio. Snape se adiantou.
— O homem de que precisávamos! Em pessoa! Uma menina foi sequestrada pelo monstro, Lockhart. Levada para a Câmara Secreta. Chegou finalmente a sua vez.
Lockhart ficou lívido.
— Isto mesmo, Gilderoy — disse a Profª. Sprout. — Você não estava dizendo ainda ontem à noite que sempre soube onde era à entrada da Câmara Secreta?
— Eu... Bem, eu... — gaguejou Lockhart.
— É, você não me disse que tinha certeza do que havia dentro dela? — falou o Profº. Flitwick.
— D-disse? Não me lembro...
— Pois eu me lembro de você dizendo que lamentava não ter tido uma chance de enfrentar o monstro antes de Hagrid ser preso — continuou Snape. — Você não disse que o caso todo foi mal conduzido e que deviam ter-lhe dado carta branca desde o começo?
Lockhart contemplou os rostos duros dos colegas à sua volta.
— Eu... Eu realmente nunca... Vocês devem ter entendido mal.
— Vamos deixar o problema em suas mãos, então, Gilderoy — disse a Profª. McGonagall. — Hoje à noite será uma ocasião excelente para resolvê-lo. Vamos providenciar para que todos estejam fora do seu caminho. Você terá oportunidade de cuidar do monstro sozinho. Enfim, terá carta branca.


– Vocês viram? – Alice perguntou de repente – Até os professores confiam nele!
– Claro que não. – Neville disse sem paciência – Eles querem se livrar dele!
– Não! – Alice disse irritada – Ele vai entrar na câmara e salvar Gina, ela está aqui, então foi salva...
Tiago e Frank reviraram os olhos para Alice.


Lockhart olhou desesperado para os lados, mas ninguém veio em seu socorro. Ele não parecia mais bonitão, nem de longe. Seu lábio tremia e na ausência do sorriso costumeiro, cheio de dentes, seu queixo parecia pequeno e fraco.
— M-muito bem — disse. — Estarei em minha sala me... Me preparando.
E saiu.
— Muito bem — disse a Profª. McGonagall, cujas narinas tremeram —, com isso o tiramos do caminho. Os diretores das casas devem ir informar os alunos do que aconteceu. Digam que o Expresso de Hogwarts os levará para casa logo de manhã. Os demais, por favor, certifiquem-se de que nenhum aluno fique fora dos dormitórios.
Os professores se levantaram e saíram, um por um.
Foi provavelmente o pior dia da vida de Harry. Ele, Rony, Fred e Jorge se sentaram juntos a um canto da sala comunal da Grifinória, incapazes de dizer qualquer coisa.
Percy não estava presente. Fora despachar uma coruja para o Sr. e a Sra. Weasley, depois trancou-se no dormitório.
Nenhuma tarde jamais se arrastou tanto quanto essa, nem tampouco a Torre da Grifinória esteve tão cheia e, no entanto, tão silenciosa. Próximo ao pôr-do-sol, Fred e Jorge foram se deitar, porque não conseguiam continuar sentados.


Gina fungou.


— Ela sabia alguma coisa, Harry — disse Rony, falando pela primeira vez desde que entraram no armário da sala de professores. — É por isso que foi sequestrada. Não era uma bobagem sobre o Percy, nada disso. Descobriu alguma coisa sobre a Câmara Secreta. Deve ter sido por isso que foi... — Rony esfregou os olhos com força. — Quero dizer, ela era puro-sangue. Não pode haver nenhum outro motivo.
Harry podia ver o sol se pondo, vermelho-sangue, na linha do horizonte. Nunca se sentira pior na vida. Se ao menos houvesse alguma coisa que pudessem fazer. Qualquer coisa.
— Harry — disse Rony. — Você acha que pode haver alguma chance de ela não estar... Sabe...
Harry não soube o que dizer. Não conseguia ver como Gina ainda pudesse estar viva.
— Sabe de uma coisa? — falou Rony. — Acho que devíamos ir ver Lockhart. Contar a ele o que sabemos. Ele vai tentar entrar na Câmara. Podemos contar onde achamos que é, e avisar que tem um basilisco lá dentro.
Porque Harry não pôde pensar em mais nada para fazer e porque queria fazer alguma coisa, ele concordou. Os alunos da Grifinória na sala estavam tão infelizes e sentiam tanta pena dos Weasley, que ninguém tentou impedi-los quando se levantaram, atravessaram a sala e saíram pelo buraco do retrato.


– Vocês não deviam fazer isso. – Lily disse chorosa – Deviam deixar os professores resolverem.
– E deixar Gina morrer? – Harry perguntou com a voz ligeiramente embargada – Os professores não faziam ideia de onde era a câmara, ou do que ela continha, eles não iam conseguir salvá-la e então...
Harry não teve forças para completar a frase, Gina na época era apenas a irmã de seu melhor amigo, mas ele já a amava, como a uma irmã.
– Desculpa. – Lily disse nervosa – Não queria ver você arriscando sua vida de novo.
– Arriscaria a minha vida mil vezes para salvar meus amigos. – Harry disse categórico. Fazendo Lily chorar copiosamente e Tiago olha-lo com orgulho.


Anoitecia quando desceram à sala de Lockhart. Parecia haver muita atividade lá dentro. Os garotos ouviram coisas sendo arrastadas, baques surdos e passos apressados.
Harry bateu e fez-se um repentino silêncio na sala. Então abriu-se uma frestinha na porta e eles viram o olho de Lockhart espreitando.
— Ah... Sr. Potter... Sr. Weasley... — disse, abrindo um pouco mais a porta. — Estou muito ocupado no momento, se puderem ser rápidos...
— Professor, temos umas informações para o senhor — disse Harry. — Achamos que podem ajudá-lo.
— Hum... Bem... Não e tão... — A metade do rosto de Lockhart que podiam ver parecia muito constrangida. — Quero dizer... Bem... Muito bem...
Ele abriu a porta e os garotos entraram.
Sua sala tinha sido quase completamente desmontada. Havia dois malões abertos no chão. Vestes verde-jade, lilás, azul-meia-noite, tinham sido apressadamente dobradas e guardadas em um deles; livros tinham sido enfiados de qualquer jeito no outro.
As fotografias que cobriam as paredes agora estavam comprimidas em caixas sobre a escrivaninha.
— O senhor vai a algum lugar? — perguntou Harry.
— Hum, bem, vou — disse Lockhart, arrancando um pôster com a sua foto em tamanho natural das costas da porta, enquanto falava, e começando a enrolá-lo. — Chamado urgente... Inevitável... Tenho que partir...
— E a minha irmã? — perguntou Rony de supetão.
— Bem, sobre isso... Foi muito azar... — respondeu Lockhart, evitando encarar os garotos, enquanto puxava uma gaveta com força e começava a esvaziar o seu conteúdo em uma mochila. — Ninguém lamenta mais do que eu...
— O senhor é o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas! — exclamou Harry.
— Não pode ir embora agora! Não com todas essas artes das trevas em ação!
— Bem... Devo dizer... Quando aceitei o emprego... — resmungou Lockhart, agora amontoando meias por cima das vestes — nada na descrição da função... Não era de esperar...


– Ele é um monstro. – Neville disse nervoso olhando diretamente para Alice.
Alice encarava o livro, incrédula, não queria acreditar no que estava ouvindo.


— O senhor quer dizer que está fugindo? — disse Harry, incrédulo. — Depois de tudo que fez nos seus livros...
— Os livros podem ser enganosos — disse Lockhart gentilmente.
— Mas foi o senhor quem os escreveu — gritou Harry.
— Meu caro rapaz — disse Lockhart se endireitando e amarrando a cara para Harry. — Use o bom senso. Meus livros não teriam vendido nem a metade se as pessoas não achassem que eu fiz todas aquelas coisas. Ninguém quer ler histórias de um velho bruxo feio da Armênia, mesmo que tenha salvo uma cidade dos lobisomens. Ele ficaria medonho na capa. Nem sabe se vestir. E a bruxa que afugentou o espírito agourento tinha lábio leporino. Quero dizer, convenhamos...
— Então o senhor só está recebendo crédito pelo que outros bruxos e bruxas fizeram? — perguntou Harry, incrédulo.
— Harry, Harry — disse Lockhart, sacudindo a cabeça com impaciência —, a coisa não é tão simples assim. Há muito trabalho envolvido. Eu tive que procurar essas pessoas. Perguntar exatamente como conseguiram fazer o que fizeram. Depois tive que lançar um Feitiço da Memória para elas esquecerem o que fizeram. Se há uma coisa de que me orgulho é do meu Feitiço da Memória. Não, foi muito trabalhoso, Harry. Não é só autografar livros e tirar fotos de publicidade, sabe. Se você quer ser famoso, tem que estar preparado para dar duro.
Ele fechou os malões com estrondo e trancou-os.


– Eu sabia que ele era uma fraude! – Remo disse irritado – Ele nunca conseguiu conjurar um feitiço decente na escola, é claro que é uma fraude!
– Eu... – Alice gaguejou – Eu... Me desculpa. – ela disse dirigindo-se a Tiago – Devia ter confiado em você... Em todos vocês.
– Antes tarde do que nunca. – Tiago disse dando um meio sorriso para Alice.


— Vejamos — disse. — Acho que é só. É. Só falta uma coisa.
E tirou a varinha e se virou para os garotos.
— Lamento muito, rapazes, mas tenho que lançar um Feitiço da Memória em vocês agora. Não posso permitir que saiam espalhando os meus segredos por aí. Eu jamais venderia outro livro...
Harry apanhou a própria varinha bem na hora. Lockhart mal erguera a sua, quando Harry berrou:
— Expelliarmus!
Lockhart foi atirado para trás, caiu por cima do malão; a varinha voou no ar; Rony agarrou-a e atirou-a pela janela.


– Muito bom, Harry! – Tiago disse orgulhoso.
– Mas você devia ter ficado com a varinha de Lockhart, – Sirius disse para Rony – a sua estava quebrada.
– Foi melhor assim. – Rony disse trocando um pequeno sorriso com Harry.


— O senhor não devia ter deixado o Profº. Snape nos ensinar isso — disse Harry furioso, chutando o malão de Lockhart para o lado. Lockhart ficou olhando para ele, parecendo frágil outra vez. Harry apontava a varinha em sua direção.
— Que é que você quer que eu faça? — perguntou Lockhart com a voz fraca. — Eu não sei onde fica a Câmara dos Segredos. Não há nada que eu possa fazer.
— O senhor está com sorte — disse Harry forçando Lockhart a se levantar com a varinha.
— Achamos que sabemos onde fica. E o que tem lá dentro. Vamos.


– Vocês estariam melhor sem ele! – Remo disse categórico.


Saíram os três da sala, desceram as escadas mais próximas, e seguiram pelo corredor escuro em que as mensagens brilhavam na parede até a porta do banheiro da Murta Que Geme. Empurraram Lockhart na frente. Harry ficou satisfeito de verificar que o professor tremia.
Murta Que Geme estava sentada na caixa de água do último boxe.
— Ah, é você — disse quando viu Harry. — Que é que você quer agora?
— Perguntar como foi que você morreu.
A atitude de Murta mudou na hora. Parecia que nunca alguém lhe fizera uma pergunta tão elogiosa.
— Aaaah, foi pavoroso — disse com satisfação. — Aconteceu bem aqui. Morri aqui mesmo neste boxe. Me lembro tão bem! Eu tinha me escondido porque Olivia Homby estava caçoando de mim por causa dos meus óculos. Tranquei a porta e fiquei chorando e então ouvi alguém entrar. Disseram uma coisa engraçada. Deve ter sido numa língua diferente, acho. Em todo o caso, o que me incomodou foi que era a voz de um garoto. Então destranquei a porta do boxe para mandar ele sair e ir usar o banheiro dos garotos e então... — Murta inchou fazendo-se de importante, o rosto brilhante.
— Morri...
— Como? — perguntou Harry.


– Deve ter encarado o basilisco. – Hermione disse com um suspiro triste.
– A sorte foi que ninguém morreu dessa vez. – Lily disse olhando para Hermione e para Gina com carinho.
– Não foi exatamente a sorte que previniu que alguém morresse, – Remo disse com um suspiro – foi mais a facilidade que Harry e Rony tem de quebrar as regras...


— Não faço ideia — disse Murta sussurrando. — Só me lembro de ter visto dois olhos grandes e amarelos. Meu corpo inteiro foi engolfado e então me afastei flutuando... — Ela olhou para Harry sonhadora. — E então voltei. Estava decidida a assombrar Olivia Homby, sabe. Ah, como ela lamentou ter-se rido dos meus óculos.
— Onde foi exatamente que você viu os olhos?
— Por ali — respondeu Murta apontando vagamente na direção da pia em frente ao boxe em que estava.
Harry e Rony correram para a pia. Lockhart ficou parado bem mais atrás, uma expressão de puro terror no rosto.
Parecia uma pia comum. Eles examinaram cada centímetro, por dentro e por fora, inclusive os canos embaixo. E então Harry viu: gravada ao lado de uma das torneiras de cobre havia uma cobrinha mínima.
— Essa torneira nunca funcionou — disse Murta, animada, quando ele tentou abri-la.
— Harry — disse Rony. — Diga alguma coisa. Alguma coisa em língua de cobra.
— Mas... — Harry se esforçou. As únicas vezes em que conseguira falar a língua das cobras foi quando estava diante de uma cobra real. Ele fixou o olhar na gravação minúscula, tentando imaginar que era real.
— "Abra" —, mandou.
Ele olhou para Rony, que sacudiu a cabeça.
— Nossa língua.


– Vocês podiam ter conjurado uma cobra. – Tiago disse.
– Cobras são perigosas. – Lily recriminou-o pela ideia.
– Não quando podem ser controladas tão facilmente. – Sirius disse dando um meio sorriso.


Harry tornou a olhar para a cobra, desejando acreditar que estivesse viva. Se ele mexia a cabeça, a luz das velas fazia parecer que a cobra estava se mexendo.
— “Abra” — repetiu.
Só que as palavras não foram o que ele ouviu; um estranho assobio lhe escapara da boca e na mesma hora a torneira brilhou com uma luz branca e começou a girar. No segundo seguinte, a pia começou a se deslocar; a pia, na realidade, sumiu de vista, deixando um grande cano exposto, um cano largo o suficiente para um homem escorregar por dentro dele.
Harry ouviu Rony soltar uma exclamação e levantou a cabeça. Decidira o que ia fazer.
— Vou descer — anunciou.


Lily deu um suspiro profundo, sabia que não podia falar nada. Harry já havia dito que não podia deixar Gina, e ela sabia que não.


Ele não podia deixar de descer, agora que tinham encontrado a entrada para a Câmara, não se houvesse a mais leve, mínima, imaginária chance de Gina estar viva.
— Eu também — falou Rony.
Houve uma pausa.
— Bem, parece que vocês não precisam de mim — disse Lockhart com uma sombra do seu antigo sorriso. — Eu vou...
E levou a mão à maçaneta da porta, mas Rony e Harry apontaram as varinhas para ele.
— Você pode descer primeiro — rosnou Rony.


– É uma boa ideia. – Alice disse com raiva – Se houver algo ruim lá embaixo ele leva primeiro.
Ninguém teve coragem de falar que ela estava defendendo ele até ali.


De rosto lívido e sem varinha, Lockhart se aproximou da abertura.
— Rapazes — disse com a voz fraca. — Rapazes, que bem isto vai trazer?
Harry cutucou-o nas costas com a varinha. Lockhart escorregou as pernas para dentro do cano.
— Eu não acho... — começou a dizer, mas Rony deu-lhe um empurrão, e ele desapareceu de vista. Harry seguiu-o em silêncio. Baixou o corpo lentamente para dentro do cano e se soltou.
Foi como se ele se precipitasse por um escorrega escuro, viscoso e sem fim. Viu outros canos saindo para todas as direções, mas nenhum tão largo quanto aquele, que virava e dobrava, sempre e íngreme-mente para baixo, e ele percebeu que estava descendo cada vez mais fundo sob a escola, para além das masmorras mais fundas. Atrás ele ouvia Rony, batendo-se ligeiramente nas curvas.
E então, quando começava a se preocupar com o que aconteceria quando chegasse ao chão, o cano nivelou e ele foi atirado pela extremidade com um baque aquoso, e aterrissou no chão úmido de um túnel de pedra às escuras, suficientemente amplo para a pessoa ficar de pé. Lockhart estava se levantando um pouco adiante, coberto de limo e branco como um fantasma. Harry afastou-se para um lado enquanto Rony também saía chispando do cano.
— Devemos estar quilômetros abaixo da escola — disse Harry sua voz ecoando no túnel escuro.
— Provavelmente debaixo do lago — sugeriu Rony, apertando os olhos para enxergar as paredes escuras e limosas.
Os três se viraram para encarar a escuridão à frente.
— Lumus! — murmurou Harry para sua varinha que acendeu.
— Vamos — chamou Rony e Lockhart, e lá se foram os três, seus passos chapinhando ruidosamente no chão molhado.
O túnel era tão escuro que eles só conseguiam ver uma pequena distância à frente. Suas sombras nas paredes molhadas pareciam monstruosas à luz da varinha.
— Lembrem-se — disse Harry baixinho enquanto avançavam com cautela —, a qualquer sinal de movimento, fechem os olhos imediatamente...
Mas o túnel estava silencioso como um túmulo, e o primeiro som inesperado que ouviram foi o ruído de alguma coisa sendo esmagada quando Rony pisou em alguma coisa que descobriram ser um crânio de rato. Harry baixou a varinha para olhar o chão e viu que se encontrava coalhado de ossos de pequenos animais. Tentando por tudo não imaginar que aspecto teria Gina se a encontrassem, Harry, à frente, virou uma curva escura do túnel.
— Harry... Tem alguma coisa ali... — disse Rony rouco, agarrando o ombro do amigo.


Lily deu um gemido de pavor e Tiago abraçou-a com força.


Eles se imobilizaram, observando. Harry conseguia apenas ver o contorno de uma coisa enorme e curvilínea, deitada atravessada no túnel. A coisa não se mexia.
— Talvez esteja dormindo — sussurrou, olhando para os outros dois atrás. Lockhart tampava os olhos com as mãos.
Harry tornou a se virar para olhar a coisa, o coração batendo tão forte que chegava a doer. Muito devagarinho, com os olhos o mais apertados possível, mas ainda vendo, Harry avançou aos poucos com a varinha erguida.
A luz deslizou pela pele de uma cobra gigantesca, colorida e venenosa, que se encontrava enroscada e oca no chão do túnel. O bicho que se desfizera dela devia ter no mínimo uns seis metros de comprimento.
— Droga — xingou Rony em voz baixa.
Ouviram então um movimento súbito às costas. Os joelhos de Lockhart tinham cedido.
— Levante-se — disse Rony com rispidez, apontando a varinha para Lockhart.
O professor se levantou — em seguida atirou-se contra Rony, derrubando-o no chão.
Harry deu um salto à frente, mas demasiado tarde — Lockhart já se erguia, ofegante, a varinha de Rony na mão e um sorriso radioso novamente no rosto.


– A varinha de Rony? – Tiago perguntou com um sorriso maroto.
– A varinha de Rony! – Sirius disse satisfeito.
– Espero que seja ruim. – Remo disse sombrio.


— A aventura termina aqui, rapazes. Vou levar um pedaço dessa pele de volta à escola, dizer que cheguei tarde demais para salvar a garota e que vocês dois enlouqueceram tragicamente ao verem o corpo dela mutilado, digam adeus às suas memórias!
Ele ergueu a varinha de Rony, emendada com fita adesiva, acima da cabeça e gritou:
— Obliviate!
A varinha explodiu com a força de uma pequena bomba. Harry ergueu os braços para o alto e fugiu, escorregando nas voltas da pele de cobra, escapando do alcance dos grandes pedaços do teto do túnel que caíam com estrondo no chão. No momento seguinte, ele estava sozinho, contemplando uma parede maciça formada pelos destroços.
— Rony! — gritou. — Você está bem? Rony!
— Estou aqui! — respondeu a voz abafada de Rony atrás do entulho. — Estou bem, mas esse bosta aqui não está, a varinha acertou nele...


– Harry ficou sozinho. – Lily disse temerosa, Tiago apertou-a um pouco mais contra o peito.


Ouviu-se uma pancada surda e um sonoro "ai!". Parecia que Rony tinha acabado de chutar Lockhart nas canelas.


– Foi exatamente o que fiz. – Rony murmurou recebendo sorrisos de quase todos os presentes.


— E agora? — perguntou a voz de Rony, desesperada. — Não podemos passar, vai levar séculos...
Harry olhou para o teto do túnel. Tinham aparecido nele enormes rachaduras. O garoto nunca tentara cortar, com auxílio da magia, nada tão grande como essas pedras, e agora não parecia uma boa hora para tentar — e se o túnel inteiro desabasse?
Ouviu-se mais outra pancada e mais um "ai!" por trás das pedras. Estavam perdendo tempo. Gina já fora trazida para a Câmara Secreta havia horas... Harry sabia que havia apenas uma coisa a fazer.
— Espere ai — gritou para Rony. — Espere com Lockhart. Eu vou continuar... Se eu não voltar dentro de uma hora...
Houve uma pausa cheia de significação.
— Vou tentar afastar umas pedras — disse Rony, que parecia estar querendo manter a voz firme. — Para você poder... Poder passar na volta. E, Harry...
— Vejo você daqui a pouco — disse Harry, tentando injetar alguma segurança em sua voz trêmula.


– O que você ia falar? – Hermione perguntou a Rony cheia de lágrimas nos olhos.
– Para ele tomar cuidado. – Rony respondeu olhando para Harry – Que se não tivesse jeito... Não podia perder minha irmã e meu melhor amigo de uma vez só...
Hermione e Lily começaram a chorar copiosamente, Gina estava chorando desde o início do capítulo, enquanto Harry e Rony trocavam um olhar cheio de significados.


E retomou sozinho a caminhada para além da pele de cobra.
Logo o som distante de Rony batalhando para retirar as pedras silenciou. O túnel dava voltas e mais voltas. Cada nervo do corpo de Harry formigava desagradavelmente.
Ele queria que o túnel terminasse, mas temia o que encontraria no fim. E então, ao dobrar mais uma curva, deparou com uma parede sólida à sua frente em que havia duas cobras entrelaçadas talhadas em pedra, os olhos engastados com duas enormes esmeraldas brilhantes.
Harry se aproximou, a garganta seca. Não havia necessidade de fingir que essas cobras de pedra eram reais; seus olhos pareciam estranhamente vivos.
Ele adivinhou o que precisava fazer. Pigarreou e os olhos de esmeralda pareceram piscar.
— “Abram” — disse num sibilo grave e fraco.
As cobras se separaram e as paredes se afastaram, as duas metades deslizaram suavemente, desaparecendo de vista e Harry, tremendo dos pés à cabeça, entrou.


– Por favor, – Lily disse olhando para Rony – vamos ler logo, não consigo mais aguentar isso, preciso saber o que vai acontecer com Harry!
Rony, que não ousaria desobedecer Lily, pegou o livro de Frank e sem pestanejar abriu no próximo capítulo:
– Capítulo XVII – O herdeiro de Slytherin.

                                                             ~~ x ~~  


Olá todo mundo! Estamos quase acabando a Câmara Secreta e ainda não tenho muito do Prisioneiro de Azkaban pronto, isso para mim é um grande problema, sou muito metódica e estou com medo de não conseguir manter um padrão para as postagens de PdA. Mas eu garanto a vocês que não vou desistir. Vou continuar escrevendo e enquanto puder vou atualizar uma vez por semana. Espero não decepcionar vocês.


- carol Lestrange: O FeB está arrecadando dinheiro para fazer uma renovação completa no site, no topo dessa página deve ter um banner que leva para o novo site. Vou tentar não demorar muito para atualizar, mas não posso garantir nada por hora.


- Nadja Schwarzbold: Nossa! Você leu tudo realmente muito rápido! Acho que o quinto livro vai dar um belo choque em Alice e Frank também, vai ser difícil para eles saber o por que deles não terem criado o próprio filho, não é? Como falei ali em cima, estou com dificuldade para manter a regularidade das postagens, mas pode ter certeza de que estou dando o meu melhor.


- Luiza Snape: Acho que Remo vai ficar muito feliz em saber que foi o melhor professor de DCAT que Harry já teve. Foi ele quem ensinou defesa de verdade a eles!


- MVBDS: Ser acusada de plágio realmente não me dá nenhum animo para continuar escrevendo. Na verdade me dá é vontade de desistir, pois passo horas do meu dia escrevendo, pensando em cada um dos meus leitores, pensando no que eles vão achar de cada passagem, imaginando se alguém vai rir, se alguém vai sentir vontade de chorar e então, depois de todo esse trabalho sou acusada de copiar a história de outra pessoa. Enfim, vou responder com os fatos, minha fic conta com o pessoal vindo do futuro para ler junto, a fic "Lendo o futuro" é composta apenas por personagens do passado. Além do fato de que essa fic parou no inicio da Câmara Secreta, e eu já passei disso há algum tempo. Quanto às "semelhanças óbvias", acredito que esteja se referindo ao inicio, uma carta com livros e instruções rígidas, isso você vai encontrar em dúzias de fanfics do gênero. Outra semelhança a que pode estar se referindo é a passagem do beco diagonal onde os Marotos falam do poema do banco, realmente não criei aquela passagem do nada, li em algum lugar a ideia de que o poema era um feitiço ou algo do tipo, mas se você realmente parar para prestar atenção nas analises dos dois poemas (do meu e da outra fic), elas são bastante diferentes, até a contagem das letras é diferente. Se houver mais alguma parte que você acredita que tenha "semelhanças óbvias" me diga por favor para que eu possa analisar.
Quanto aos seus comentários sobre a fic: é muito provável que Gina fique muito irritada com algumas partes dos próximos livros, especialmente todas as vezes que Harry pensa na Cho. E a parte do Krum também vai ser bastante irritante para o Rony. Todas as mortes são muito complicadas, a do Sirius (que já escrevi há algum tempo). Quanto ao Severo, não sou fã dele, como a maioria dos meus leitores sabe, nunca fui e não passei a ser só por que ele amava a Lily. Para mim ele não amava a Lily de verdade, só era obcecado por ela de uma forma doentia. Anyway fico feliz que tenha criado uma conta para comentar, e comentários nunca são demais.


- ste_panza: Foram uns 24 comentários no total para esse capítulo, apesar de eu achar que 24 de 67 não é tanto assim, não é nem a metade. Li a Câmara Secreta quando tinha uns 9 anos, e essa parte foi difícil para mim também (ainda mais por que meu livro tem um erro de tradução em que Aragogue não fala nada sobre a menina ter morrido no banheiro). Se o Harry de doze anos descobriu onde era a entrada da câmara, não é tão difícil para os Marotos, não é? Acho que se eles pudessem sair da sala onde estão com certeza fariam Harry abrir a câmara para eles... hahahah. Nos últimos livros vai ser bem mais difícil para Tiago vencer Hermione, ela é a bruxa mais inteligênte da idade dela afinal. Todo mundo tem chance de ganhar o sorteio, especialmente se comentam sempre, então você tem mais chance do que muita gente! Na verdade esqueci de falar do Senhor dos Anéis e de Sherlock Holmes. Mas meus livros favoritos (fora HP) costumam ser os livros de Agatha Christie, e dentre eles gosto mais dos do detetive Hercule Poirot, apesar de não ser uma série, eles são centrados todos no mesmo detetive então...


- Mari Weasley Greengrass: A partir de agora também fica cada vez mais difícil de escrever, mas eu não vou desistir! A reação deles sobre Snape vai demorar um bocado para chegar, mas ele vai mudar bastante ao longo dos livros, espero que você goste!


- Beatriz Corleone: Eu não acho que eu escreva tão bem assim, sou muito insegura, e por isso os comentários de vocês são tão importantes para mim!


- Daniela Staudt: Estou me esforçando bastante para não decepcionar vocês. Mas não garanto que os próximos capítulos vão vir rápido...


- IzabelR: Tudo bem, entendo completamente, se fossem ratos em vez de aranhas sentiria o mesmo! Não julgo você shippar HarMione, mas não concordo! Quero saber o que achou da dinâmica Harry e Rony nesse capítulo, tem um pedacinho muito emocional ali... Tiago é o sonho de consumo de metade das garotas potterhead, infelizmente a outra metade prefere o Snape (vai entender). Ahhh eu sempre pensei muito sobre o fato de nos filmes eles parecerem muito velhos! Para a Lily as vezes eu penso na Isla Fisher e para o Tiago, Robbie Jarvis. Mas também acho que a foto da Alice e do Frank que o Harry vê no quinto livro não combina, então para a Alice gosto da Ellen Page e para o Frank, Joseph Gordon-Levitt... Me diga o que acha deles...


- Gi Molly Weasley: Muita gente não estava conseguindo entrar no FeB, eu também tive bastante dificuldade! Eu gostei muito mais de Heróis do Olimpo, lê depois, acho que você vai gostar também!


- Maria Eduarda Rieg Weasley: Vou deixar todos os livros na integra, doa a quem doer, hahaha, na parte dos pensamentos do Harry sobre a Cho acho que vai doer no Harry... Eu estou me esforçando de verdade para o PdA ser concluído, espero conseguir manter as postagens! E acredite em mim, seu comentário não foi xoxo...


- Mary Lilian Potter: Em PdA nós vamos ver uma pequena discussão noturna... Mas não vou falar muito sobre isso. Eu gostei mais da série Heróis do Olimpo, leia, acho que você vai gostar. Não li instrumentos mortais e na verdade nem sei do que se trata...


- Maria Coelho: Todo mundo sempre gostou da Alice em fics, mas sei lá, eu acho que ela nunca aparece muito nas fics, ela nunca tem destaque, aqui pelo menos todo mundo fala dela, mesmo que seja mal, hehe. Todos os que estão lendo os livros entenderam bem que Gina foi usada e que nunca quis machucar ninguém, são todos inteligentes o bastante para ver isso. Mas ainda assim é muito difícil para ela, ela sente culpa, mesmo não tendo nenhuma culpa 


- HarryJ.Potter: Achei o Sirius e o Tiago pensando em quebrar o brinquedo do Lúcio uma coisa bem marota, bem a cara deles... existe um aplicativo no facebook chamado sorteie.me, da para usar ele para fazer sorteios, é bem fácil!


- LULU789: O livro do sorteio vai depender muito de quem ganhar, do meu humor no dia em que eu for comprar, do meu dinheiro, hehe, enfim, ainda não sei qual vai ser o livro, mas vou escolher de acordo com o ganhador. Os comentários de vocês realmente me ajudam a escrever, já que sou muito insegura.


- Mary Potter Malfoy: Ahh, vocês que são todos muito maravilhosos! Eu sou muito insegura, esses comentários dizendo que escrevo bem realmente me anima a escrever cada vez mais. Espero não decepcionar vocês no terceiro livro.


- MionGinnyLuna: De verdade mesmo sou apenas Potterhead, por que para ser algo assim você tem que viver o livro, o único livro que eu vivo é HP. Mas gosto muito de Senhor dos Anéis, gostei de PJO e HDO, também gostei bastante de Jogos Vorazes... Mas meus livros favoritos mesmo são os da Agatha Christie...


- Clenery Aingremont: Nossa, você sumiu! Achei que tinha abandonado minha fic... Confesso para você que as vezes eu esqueço de dar uma fala para o Snape, vocês sabem que ele não é um personagem por quem eu tenha carinho, você nunca vai ver um capítulo sem o Sirius, por exemplo... Acho que o novo site está apenas em fase de amostra, apenas para visualização, pelo menos foi o que eu entendi. Não foi chato para mim começar pelo primeiro livro, eu não li muitas fics desse estilo, e todas as que eu li não gostei dos comentários, ficava pensando, eles não diriam isso! O livro, como disse ali em cima, vai depender de quem ganhar o sorteio, vou escolher pessoalmente e especialmente para essa pessoa. Agora que terminei de ler THG fiquei curiosa para ler a sua lendo (há uns capítulos atrás você me disse que estava postando), poste o link para mim please!


- Steffany Oliveira dos Santos: Tadinho do seu namorado, convida ele para ler junto com você em vez de deixar ele sozinho. Das que você vê eu gosto de The Mentalist e Castle. As minhas favoritas são the walking dead, greys anatomy, white collar, the fosters, the middle, two broke girls, bones, elementary, entre outros que não lembro agora. bones, elementary e white collar são políciais.


- sasa lovegood: Para o Harry com certeza o pior é OdF, para mim também é o mais difícil e o que mais chorei. Olhando bem da para ver o Rony se apaixonando pela Mione aos poucos, mas acho que o ponto mais óbvio é quando ele morre de ciúmes dela com o Krum. Fico feliz em estar traduzindo as coisas que vocês pensam.


- Marlene.M.Black: A Lily é uma mãe, não tem como não ficar histérica, não é? Os três últimos livros são bem mais tensos mesmo. O final do quarto deixa a série bem mais sombria. Eu também shippo Lily e Tiago completamente. A cena da penseira e a morte do Sirius vão deixar todo mundo muito tenso.


- Thainá Aguiar: Lily fica triste de achar que o Tiago e o Harry tem mais coisas em comum do que ela e o Harry, acho que às vezes ela se sente excluída. Eu já vi muitas fics de lendo por ai, e sempre achei que eles não diriam aquelas coisas. Então resolvi escrever uma em que eles comentavam o que eu achava que eles pensariam.


- Milly Lovegood Black: Você pediu o link da minha conta do Nyah: http://fanfiction.com.br/u/217127/. Tiago e Sirius tem uma amizade muito sincera, então vamos ver se essa amizade resiste à desconfiança que o livro vai gerar. Prometo que não vou abandonar, mas talvez demore um pouco mais do que o normal!


- Nath Tsubasa Evans: O pessoal do passado teria muita dificuldade de entender as atitudes de Dumbledore, mesmo no final. E no final eles vão conversar bastante sim. Não gosto quando os livros são lidos para todo mundo, acho o livro muito íntimo para ser compartilhado assim, afinal nem todo mundo pode mudar alguma coisa de verdade e algumas pessoas apenas tentariam estragar as partes boas... Gina vai ter ataques quando ouvir ou ler o que o Harry sentia pela Cho, mas depois no sexto livro ela vai ver que pela Cho o negócio com o Harry era só físico e com ela era bem mais sentimental. O site novo do FeB, lá no topo deve ter um banner mandando para lá, dá uma olhada!


Gente, não sei se vocês viram lá em cima em vermelho a resposta a um comentário em que fui "acusada de plágio", então PRECISO que vocês deem uma olhada na minha resposta, no comentário da menina e em tudo, quero saber a opinião de vocês, vocês acham que eu estou copiando essa fic? Esse comentário me deixou muito triste mesmo, se vocês acham que eu estou copiando essa história, vou excluir tudo. Enfim, por favor, me digam o que pensam.


 

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Comentários (34)

  • Luna Moura

    Está ótimo este capítulo.Achei super fofo da parte do Rony ter dito q não conseguiria perder a irmã e o Harry. A atitude dos maratos com a Gina, de a apoiarem e ter entendido q mão é culpa dela ficou muito interrasante. Ainda bem q a Alice caiu na real em relação ao Lockhart. Estou animada para o próximo livro... é o meu preferido. 

    2014-04-05
  • Gabi Alves

    Juh querida, sou um leitor novo,  e devorei sua fic em 2 dias *-* volte, estamos com saudades, simplesmente perfeita sua fic de marotos lendo, é a primeira que leio, e com certeza a mais perfeita, visto comentarios anteriores, beijos grandes, e ansioso por PdA.

    2014-04-02
  • Arthur lacerda

    VOLTEI!!!Sua história continua fantástica. Parabéns.Espero que o próximo capítulo não demore.PS.: Não dê atenção a essas pessoas que não sabem o que dizer. O sucesso da FIC anterior e essa provam seu talento.      

    2014-04-02
  • Lidiane Ruiz

    Fiz questão de me cadastrar só pra deixar meu comentário, sua fic é maravilhosa!!! Já estou lendo há mais de 2 semanas e pelo menos 2x ao dia entro para aguardar a atualização, acredito que vc tenha vários seguidores que adimiram muito cada capítulo por vc escrito, não deixe que um comentário de uma pessoa fútil tire de vc isso. E outra se a pessoa se dá ao trabalho de ser cada linha, é pq tbm te admira!!!Parabéns querida.... 

    2014-03-24
  • Clara Black Potter

    E em fim, Alice teve a prova do inutil, imbecil e sem carater que o Lockhart é. Até os anjos fizeram um coro de ALELUIA nessa parte!!!Peço mil desculpas por não ter comentado no capitulo anterior. Realmente não tive tempo de comentar. Mas amei o capitulo como sempre.Voltando a este capitulo... Acho que o Tiago perdoo muito rapido a Alice. Ela foi uma vaca com ele o livro todo, atacando ele só porque ele achava o afeminado do Gayderoy uma farsa.. Mas pelo menos ela "caiu em si". Quer dizer ela teve uma prova irrefutavel do filho da puta que ele é. porque se não fosse isso ela iria continuar defendendo ele.Voltando ao Tiago novamente... ELE É UM GENIO!!!!! Cara, ele é muito perseptivel. Pega as coisas no ar. Palmas para o nivel logico do garoto.Me da uma coisa ver a Gina desse jeito. Isso é tão... não Gina. Quero ver ela alegre e brincalhona logo. A inteligencia da Hermione faz falta no trio, mas eles conseguiram se virar muito bem dessa vez.Amei o capitulo. Ansiosa pelo proximo, porque agora que as coisas ficam interessamtes. hahahaQuanto ao comentario do plagio... Cara MUITO nada a ver. Eu li a outra fic a um tempo atras. Inclusive foi por causa dela que eu achei a sua fic. A autora parou de escrever e eu gostei muito do genero. Sendo muito honesta, as duas historias são completamente diferentes. A unica coisa que eu achei igual foram os personagens do passado que estão lendo, mas é só isso. Nem as casas dos personagens são iguais. Porque na outra fic o Frank é da Corvinal e a Alice da Lufa-Lufa (achei muito nada a ver, mas ok). E a personalidade dos personagens são muito diferentes. Não tem nada ver com a outra historia. Inclusive acho que a sua historia é mais bem escrita.Não ligue pra isso não, okay? Sua historia é fantastica. Na minha opinião é a melhor desse genero (e olha que eu ja li algumas). Enfim... apenas ignore. Nós, sabamos que não é plagio. Nem chega perto disso. Continue escrevendo. Por favor.Aguardo ansiosa pelos proximos capitulos. (AAAEEEEEEEEEE TA ACABANDO E LOGO VAI COMEÇAR O MEU LIVRO FAVORITO) 

    2014-03-19
  • Mione Weasley Granger

    oie! N deu tempo de comentar nos outros capitulos desculpa!  Eu tenho uma pergunta: o fato dos Marotoa estarem lendo a historia do Harry vai alterar alguma coisa no futuro?

    2014-03-18
  • Milly Lovegood Black

    PS: Chora recalque, plágio é a pessoa que comentou, nem liga. Bjinho

    2014-03-18
  • Milly Lovegood Black

    Oi, é... Obrigada pelo link, eu vou conversar ctg lá pelo Nyah. Amei e tô super anciosa. Juro que quando entrei e vi que vc tinha postado, eu começei a pular e joguei meu celular no chão (coisa que faço sempre), e depois contra a parede, depois que quase o quebrei (de novo) eu fui ler (pelo celular) em pé, pois, eu não conseguia palar de pular e solta gritinhos de animação, sério. Meu pai quase que me pega lendo de madrugada, (pelo celular) quando eu deveria estar dormindo, mas eu consegui (graçar ao selular que eu quase quebrei de raiva pelo capítulo ter acabado tão cedo). Em fim... Continue que está perfeita e eu estou divulgando. B-jos Milly

    2014-03-18
  • Luiza Granger Malfoy

    Olha, já li outras fics desse mesmo tema e vou ser completamente sincera: a sua é mais original e mais bem escrita. O jeito como vc conduz os caps e descreve as reações dos personagens é maravilhoso!Agora sobre o cap, aaaaaaaaahhhhhhhhhhh é o próximo finalmente!!!! Até peguei meu livro pra reler antes de você postar, to muito ansiosa! Acho que a Lily vai surtar, só acho! HahahahaAlice finalmente viu que o Lockhart não presta, mas achei que ela se redimiu muito fácil, não?Enfim, foi mais um cap ótimo!!Faltam só 2 pra acabar, nem to acreditanto! Pode contar comigo em PdA ein!Beijo =) 

    2014-03-18
  • Luiza Snape

    Ignora o recalque, a sua fic é show. E o ser que falou isso tem que perceber que as fics que tem os marotos lendo os livros vão ser parecidas sim, é o mesmo genero e estilo ficliterário. Gostei de ver a Alice indignada. eu discordo que o Snape n ame a Lily, pois ele chorou e disse que preferia ter morrido no lugar dela, e o Patrono dele ser da mesma forma que o da Lily tb é muito amor.  

    2014-03-18
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