A Toca



– A Toca



– O que seria a Toca? – Lily perguntou curiosa.


 


– Parece o nome de um lugar, – Sirius disse pensativo – talvez de uma casa bruxa, muitas residências bruxas têm nomes.


 


                As orelhas de Rony e Gina estavam vermelhas.


 


 


 


— Rony! — murmurou Harry, deslizando furtivamente até a janela e abrindo-a de modo que pudessem conversar através das grades. — Rony, como foi que você... Que é...?


 


O queixo de Harry caiu quando o impacto do que via o atingiu por inteiro. Rony estava debruçado na janela traseira de um velho carro turquesa, estacionado no ar. Do banco dianteiro sorriam, para Harry, Fred e Jorge, os irmãos gêmeos de Rony, mais velhos que ele.


 


 


 


– Um carro voador? – Lily perguntou perplexa – Vocês foram buscar meu filho em um carro voador?


 


– Genial! – Sirius e Tiago disseram juntos.


 


– Completamente irresponsáveis! – Alice exclamou.


 


– Vocês vão arranjar problemas sérios. – Remo disse preocupado – Podem piorar a situação de Harry, se enfeitiçaram esse carro para ele voar...


 


 


 


— Tudo bem, Harry? — perguntou Jorge.


 


— Que é que está acontecendo? — perguntou Rony. — Por que é que você não tem respondido às minhas cartas? Convidei-o a nos visitar umas doze vezes e então papai chegou em casa e disse que você tinha recebido uma advertência oficial por usar mágica na frente de trouxas...


 


— Não fui eu... E como é que ele soube?


 


 


 


– Ele deve trabalhar no ministério... – Tiago murmurou.


 


 


 


— Ele trabalha no Ministério. Você sabe que não temos permissão para usar mágica fora da escola...


 


— Olha quem fala — respondeu Harry olhando para o carro que flutuava.


 


— Ah, isto não conta — respondeu Rony. — É só emprestado. É do papai, não fomos nós que o enfeitiçamos. Mas fazer mágica na frente desses trouxas com quem você mora...


 


 


 


– Vocês só roubaram o carro... – Lily disse exasperada – É claro que isso não conta... – completou irônica.


 


– Pelo menos eles foram resgatar Harry! – Tiago disse satisfeito por Harry ter um amigo tão bom quanto Rony.


 


 


 


— Eu já disse que não fiz... Mas vai levar muito tempo para contar agora. Olha, será que você pode avisar em Hogwarts? Os Dursley me trancaram e não vão me deixar voltar e, é claro, não posso sair usando mágica, porque o Ministério vai achar que é a segunda mágica que faço em três dias, e aí...


 


 


 


– Ele não vai avisar em Hogwarts. – Sirius disse rindo para o livro – Ele foi resgatar você.


 


 


 


— Pare de falar coisas sem sentido — disse Rony. — Viemos levá-lo para casa conosco.


 


— Mas vocês também não podem me tirar usando mágica...


 


— Não precisamos — disse Rony, indicando com a cabeça o banco dianteiro do carro e sorrindo. — Você esqueceu quem foi que eu trouxe comigo.


 


 


 


– É claro que os gêmeos não precisam de magia para soltar Harry! – Remo comentou rindo.


 


 


 


— Amarre isso nas grades — mandou Fred, atirando a ponta de uma corda para Harry.


 


— Se os Dursley acordarem, estou morto — comentou Harry enquanto amarrava a corda bem firme em volta da grade e Fred acelerava o carro.


 


— Não se preocupe — falou Fred —, e dê distância.


 


Harry recuou para as sombras próximas, a Edwiges, que parecia ter percebido como aquilo era importante, ficou parada e silenciosa. O carro roncou cada vez mais alto e, de repente, com um ruído de trituração, as grades foram totalmente arrancadas da janela, enquanto Fred continuava a subir no ar Harry correu à janela e viu as grades balançando a pouco mais de um metro do chão. Rony, ofegante, puxou-as para dentro do carro. Harry escutava ansioso, mas não vinha o menor ruído do quarto dos Dursley.


 


 


 


– Eles arrancaram a grade e os trouxas não acordaram? – Frank perguntou surpreso.


 


 


 


Depois que as grades foram guardadas no banco traseiro do carro, ao lado de Rony, Fred deu marcha a ré até chegar o mais próximo possível da janela de Harry.


 


— Entre — convidou Rony.


 


— Mas todo o meu material de Hogwarts... Minha varinha... Minha vassoura...


 


— Onde está?


 


— Trancado no armário embaixo da escada, e não posso sair deste quarto...


 


— Não tem problema — disse Jorge do banco dianteiro do carro. — Saia da frente, Harry.


 


Fred e Jorge entraram no quarto de Harry pela janela, feito gatos. A pessoa tinha que tirar o chapéu para eles, pensava Harry, quando Jorge puxou um grampo do bolso e começou a arrombar a fechadura.


 


 


 


– Para que eles sabem arrombar fechaduras de modo trouxa? – Severo disse desdenhoso.


 


– Por que é muito mais útil do que do modo magico quando se tem o traço. – Tiago respondeu irritado.


 


– Abro uma fechadura com um grampo em menos de dois minutos. – Sirius disse orgulhoso.


 


– Como você aprendeu a fazer isso? – Lily perguntou curiosa.


 


– Tiago e eu aprendemos com uns garotos trouxas que moram na mesma vila que Tiago. – Sirius respondeu.


 


 


 


— Tem muito bruxo que acha que é uma perda de tempo conhecer macetes de trouxas como esse — disse Fred —, mas nós achamos que vale a pena aprender essas habilidades, mesmo que sejam um pouco demoradas.


 


A porta fez um clique e se abriu.


 


— Então, vamos apanhar o seu malão, e você pega o que precisar do seu quarto e passa para o Rony – murmurou Jorge.


 


— Cuidado com o último degrau, ele range — murmurou Harry para os gêmeos que desapareceram no corredor escuro.


 


Harry correu pelo quarto reunindo seus pertences e passando-os a Rony pela janela. Então, foi ajudar Fred e Jorge a carregar o malão para cima. Harry ouviu o tio Válter tossir.


 


Finalmente, ofegantes, eles chegaram ao alto da escada e carregaram o malão pelo quarto de Harry até a janela aberta.


 


Fred pulou a janela de volta ao carro para puxar o malão com Rony, enquanto Harry e Jorge o empurravam pelo lado de dentro.


 


Pouco a pouco, o malão deslizou pela janela. Tio Válter tossiu outra vez.


 


— Mais um pouquinho — arfou Fred, que estava puxando o malão para dentro do carro. — Mais um bom empurrão...


 


Harry e Jorge jogaram os ombros contra o malão e ele deslizou da janela para o assento traseiro do carro.


 


— Muito bem, vamos — cochichou Jorge.


 


 


 


– Ele não pegou Edwiges! – Remo disse alarmado.


 


 


 


Mas quando Harry subia no parapeito da janela ouviu um guincho alto atrás dele, seguido imediatamente pela voz trovejante do tio Válter.


 


— ESSA CORUJA DESGRAÇADA!


 


— Eu esqueci a Edwiges! — Harry precipitou-se de volta ao quarto na hora em que a luz do corredor se acendeu, agarrou a gaiola, correu à janela e passou-a a Rony. E estava subindo de volta na cômoda quando o tio Válter socou a porta destrancada e ela se escancarou.


 


Por uma fração de segundo, o tio Válter parou emoldurado pelo portal, em seguida deixou escapar um urro como o de um touro enfurecido e atirou-se contra Harry prendendo-o pelo tornozelo.


 


Rony, Fred e Jorge agarraram os braços de Harry e o puxaram com toda a força que tinham.


 


— Petúnia! — berrou tio Válter. — Ele está fugindo! ELE ESTÁ FUGINDO!


 


Mas os Weasley deram um puxão gigantesco e a perna de Harry se soltou da garra do tio Válter — e Harry já estava no carro e batia a porta.


 


 


 


– Salvo! – Sirius gritou feliz.


 


 


 


— Pé na tábua, Fred! — gritou Rony, e o carro disparou de repente em direção à lua.


 


Harry não conseguia acreditar, estava livre. Baixou a janela, o ar da noite chicoteou seus cabelos, e ele virou a cabeça para contemplar os telhados da Rua dos Alfeneiros que desapareciam ao longe. Tio Válter, tia Petúnia e Duda estavam todos debruçados, estupefatos, na janela de Harry.


 


— Vejo vocês no próximo verão! — gritou Harry.


 


 


 


                Ninguém conseguiu conter o riso ao ouvir aquilo.


 


– Espero que eles tenham aprendido a não tratar você mal depois disso. – Lily disse feliz.


 


 


 


Os Weasley soltaram gargalhadas e Harry se acomodou no banco, sorrindo de orelha a orelha.


 


— Solte a Edwiges — pediu ele a Rony. — Ela pode voar atrás do carro. Há séculos que não tem uma chance de esticar as asas.


 


Jorge passou o grampo a Rony e, um momento depois, Edwiges voou feliz pela janela e ficou deslizando ao lado do carro como um fantasma.


 


— Então, qual é a história, Harry? — perguntou Rony impaciente. — Que aconteceu?


 


Harry contou tudo sobre Dobby, o aviso que dera a Harry e o desastre com o pudim de violetas. Fez-se um silêncio longo e assombroso quando ele terminou.


 


— Muito esquisito — disse Fred finalmente.


 


— Decididamente suspeito – concordou Jorge. — E ele nem quis lhe dizer quem estaria tramando tudo isso?


 


— Acho que ele não podia — respondeu Harry. — Eu lhe contei, todas as vezes que ele estava quase deixando escapar alguma coisa, começava a bater a cabeça na parede.
Harry viu Fred e Jorge se entreolharem.


 


— O quê, vocês acham que ele estava mentindo para mim? — perguntou Harry.


 


— Bom — respondeu Fred —, vamos colocar a coisa assim...


 


— Elfos domésticos têm poderes mágicos próprios, mas em geral não podem usá-los sem a permissão dos donos. Calculo que o velho Dobby foi mandado para impedir que você voltasse a Hogwarts. Deve ser a ideia que alguém faz de uma brincadeira. Você pode imaginar alguém na escola que tenha raiva de você?


 


 


 


– Talvez Draco Malfoy? – Alice perguntou.


 


– Os Malfoy com certeza tem um elfo doméstico. – Sirius disse categórico – Minha prima Narcisa é importante demais para lavar um banheiro! – completou desdenhoso.


 


– Vocês acham que o Malfoy mandou Dobby para impedir que Harry voltasse para a escola? – Tiago perguntou mordendo o lábio.


 


– Seria o tipo de coisa que ele acharia divertido... – Frank disse dando de ombros.


 


– Ainda acho que não é isso... – Tiago murmurou mais para si do que para os outros.


 


 


 


— Claro — disseram Harry e Rony, juntos, na mesma hora.


 


— Draco Malfoy — explicou Harry. — Ele me odeia.


 


— Draco Malfoy? — perguntou Jorge, virando-se. — O filho de Lúcio Malfoy?


 


— Deve ser, não é um nome muito comum, é? — disse Harry.


 


 


 


– Não, nem um pouco. – Sirius disse – Os Malfoy vem tendo apenas um filho homem há gerações.


 


– Como eles podem controlar isso? – Lily perguntou assustada.


 


– Ninguém sabe... – Sirius disse sombrio.


 


 


 


— Por quê?


 


— Já ouvi papai falar nele. Era um grande seguidor de Você-Sabe-Quem.


 


— E quando Você-Sabe-Quem desapareceu — acrescentou Fred, esticando-se para olhar para Harry —, Lúcio Malfoy voltou dizendo que nunca tivera intenção de fazer nada. Um monte de bosta... Papai acha que ele fazia parte do círculo intimo de Você-Sabe-Quem.


 


Harry já ouvira esses comentários sobre a família Malfoy antes e não se surpreendeu nem um pouco. Draco Malfoy fazia Duda Dursley parecer um menino bom, atencioso e sensível.


 


— Não sei se os Malfoy têm um elfo doméstico... — disse Harry.


 


— Bom, seja quem for, os donos dele devem ter uma família de bruxos antiga e rica — disse Fred.


 


— É, mamãe sempre desejou que a gente tivesse um elfo doméstico para passar a roupa — comentou Jorge. — Mas só o que temos é um vampiro velho e incompetente no sótão e gnomos por todo o jardim. Elfos domésticos combinam com grandes casas senhoriais, castelos e lugares do gênero; você não toparia com um na nossa casa...


 


 


 


                Lily olhou interrogativa para Tiago e Sirius, os únicos ali que tinham elfos domésticos em casa.


 


– Não moro em um castelo... – Tiago disse constrangido.


 


– A casa dele está mais para mansão senhorial. – Remo disse rindo.


 


                Severo bufou, cheio de inveja, Tiago Potter tinha tudo.


 


 


 


Harry estava calado. A julgar pelo fato de que Draco Malfoy em geral tinha do bom e do melhor, a família devia rolar em dinheiro de bruxo; ele podia até imaginar Malfoy se pavoneando por uma grande casa senhorial. Mandar o criado da família impedir Harry de voltar a Hogwarts também parecia bem o tipo de coisa que Malfoy faria. Ele teria sido tão burro a ponto de levar Dobby a sério?


 


 


 


– Não acho que seja burrice ter levado o elfo a sério... – Tiago disse.


 


– Acho que seria o tipo de coisa que Malfoy faria... – Frank disse discordando de Tiago.


 


– Mas você está esquecendo o nome do livro... – Tiago respondeu – Aposto que o elfo estava tentando avisar a Harry sobre a Câmara Secreta, mas era impedido pelas ordens do dono.


 


 


 


— Em todo o caso, fico contente que a gente tenha vindo buscá-lo. Eu estava ficando realmente preocupado quando você, não respondeu minhas cartas. Primeiro pensei que tinha sido culpa de Errol...


 


— Quem é Errol?


 


— Nossa coruja. Ele é velhíssimo. Não seria a primeira vez que desmaia ao fazer uma entrega. Então tentei pedir o Hermes emprestado...


 


— Quem?


 


— A coruja que mamãe e papai compraram para Percy quando ele foi nomeado monitor — explicou Fred do banco da frente.


 


— Mas Percy não quis me emprestar. Disse que precisava dele.


 


— Percy anda se comportando de forma muito estranha este verão — disse Jorge franzindo a testa. — E tem despachado um bocado de cartas e passado um tempão trancado no quarto... Quero dizer, tem limite o número de vezes que a pessoa pode querer dar brilho num distintivo de monitor... Você está se afastando demais para oeste, Fred — acrescentou, apontando a bússola no painel do carro. Fred corrigiu o rumo girando o volante.


 


 


 


– Talvez Percy tenha arrumado uma namorada... – Alice disse rindo.


 


 


 


— E seu pai sabe que você está dirigindo o carro? — perguntou Harry, já adivinhando a resposta.


 


— Ah, não — disse Rony —, ele teve que trabalhar hoje à noite. Com sorte conseguiremos guardar o carro de volta na garagem antes que mamãe note que saímos com ele.


 


— Afinal, que é que seu pai faz no Ministério da Magia?


 


— Ele trabalha no departamento mais monótono de todos — disse Rony. — O do Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.


 


 


 


– Que irônico, não? – Sirius disse gargalhando.


 


 


 


— O quê?


 


— Tratam do feitiço lançado em objetos feitos pelos trouxas, sabe, no caso de acabarem indo parar numa loja ou numa casa de trouxas. Como no ano passado, uma velha bruxa morreu e o seu serviço de chá foi vendido a uma loja de antiguidades.


 


— Uma mulher trouxa comprou o serviço, levou para casa e tentou servir chá aos amigos. Foi um pesadelo, papai ficou trabalhando depois do expediente durante semanas.


 


— Que aconteceu?


 


— O bule de chá endoidou e espirrou chá fervendo para todo lado, e um homem foi parar no hospital com as pinças de açúcar presas no nariz. Papai quase ficou louco, só existe ele e um velho bruxo chamado Perkins no escritório, e os dois tiveram que usar feitiços para apagar lembranças e outros tipos de recursos para abafar o caso...


 


 


 


– Não tem graça. – Lily disse ao ver Tiago, Sirius, Remo, Alice, Frank e Neville rindo. – Essas pessoas devem ter se assustado muito quando o serviço de chá endoidou...


 


– Você tem que reconhecer que é engraçado sim! – Sirius disse sem parar de rir. Rony, Hermione, Gina e Harry não resistiram a dar umas risadas junto com os outros.


 


 


 


— É, papai é doido por tudo que os trouxas produzem; nosso barraco de ferramentas é cheio de coisas de trouxas. Ele desmonta um objeto, enfeitiça e torna a montá-lo. Se ele revistasse a nossa casa teria que se dar ordem de prisão. Mamãe fica danada.


 


 


 


– Mas enfeitiçar objetos trouxas não é contra a lei. – Tiago disse dando de ombros. – É contra a lei enfeitiça-los para o mal e vendê-los a trouxas...


 


 


 


— Aquela é a estrada principal — disse Jorge, espiando para baixo pelo para-brisa. — Estaremos lá em dez minutos... Antes assim, já está clareando...


 


Uma ligeira claridade rosada tornava-se visível na linha do horizonte a leste.


 


Fred fez o carro baixar um pouco, e Harry viu uma colcha de retalhos feita de campos e arvoredos.


 


— Moramos um pouquinho fora da cidade — disse Jorge. — Ottery St. Catchpole...


 


O carro voador continuava a descer. A auréola escarlate do sol agora brilhava por entre as árvores.


 


— Pousamos! — exclamou Fred quando, com um ligeiro solavanco, eles tocaram o chão.


 


Tinham pousado ao lado de garagem desmantelada num pequeno quintal, e Harry olhou pela primeira vez para a casa de Rony. Parecia ter sido no passado um grande chiqueiro de pedra, que foram acrescentando cômodos aqui e ali até ela atingir os andares e era tão torta que parecia ser sustentada por mágica (o que, Harry lembrou a si mesmo, era provável).


 


Quatro ou cinco chaminés estavam encarrapitadas no alto do teto vermelho. Em um letreiro torto enfiado no chão, próximo à entrada, lia-se A TOCA. Em volta da porta de entrada encontrava-se uma variedade de botas de borracha e um caldeirão muito enferrujado.
Várias galinhas castanhas e gordas ciscavam pelo quintal.


 


 


 


                Rony e Gina olharam para os próprios pés constrangidos.


 


 


 


— Não é muita coisa — disse Rony.


 


— É maravilhosa — comentou Harry feliz, pensando na Rua dos Alfeneiros.


 


 


 


– Adoro a casa de vocês. – Harry disse fazendo Gina e Rony sorrirem.


 


 


 


Eles desembarcaram do carro.


 


— Agora vamos subir muito quietinhos — recomendou Fred e esperar mamãe nos chamar para tomar o café da manhã.


 


Eles desembarcaram do carro.


 


— Então Rony, você desce correndo e diz: "Mamãe, olhe só quem apareceu durante a noite!" e ela vai ficar contente de ver o Harry e ninguém vai precisar saber que saímos voando no carro.


 


 


 


– Duvido que esse plano dê certo! – Alice disse rindo.


 


 


 


— Certo — concordou Rony. — Vamos Harry, eu durmo no... No alto...


 


O rosto de Rony ganhou um tom verde esquisito, seus olhos se fixaram na casa. Os outros três se viraram.


 


 


 


– A mãe deles. – Tiago, Sirius e Remo disseram juntos.


 


 


 


A Sra. Weasley vinha atravessando o quintal, espantando galinhas, e para uma senhora baixa, gorducha, de rosto bondoso, era incrível como estava parecendo um tigre de dentes de sabre.


 


 


 


– A mãe do Tiago tem essa mesma capacidade. – Sirius disse rindo – Já a minha mãe parece um tigre o tempo todo... A não ser, é claro, com o perfeito Regulus.


 


 


 


— Ah!— exclamou Fred.


 


— Essa não! — exclamou Jorge.


 


A Sra. Weasley parou diante deles, as mãos nos quadris, olhando de uma cara culpada para a outra. Vestia um avental florido com uma varinha saindo pela borda do bolso.


 


— Muito bem — disse ela.


 


— Bom-dia, mamãe — disse Jorge, no que ele audivelmente pensou que era uma voz lampeira e cativante.


 


— Vocês fazem ideia da preocupação que tive? — perguntou a Sra. Weasley num sussurro letal.


 


 


 


– Sussurros costumam ser piores que gritos. – Frank disse dando de ombros – Pelo menos minha mãe é assim.


 


 


 


— Desculpe, mamãe, mas sabe, tínhamos que...


 


Os três filhos da Sra. Weasley eram mais altos do que ela, mas encolheram à medida que a raiva da mãe ia desabando sobre eles.


 


— As camas vazias! Nenhum bilhete! O carro desaparecido... Podia ter batido... Louca de preocupação... Vocês se importaram?... Nunca em minha vida... Esperem até seu pai voltar, nunca tivemos problemas assim com o Gui nem com o Carlinhos nem com o Percy...


 


— O Percy perfeito — resmungou Fred.


 


 


 


– Falar mal do seu irmão só vai piorar as coisas... – Remo murmurou.


 


 


 


— VOCÊS PODIAM SE MIRAR NO EXEMPLO DO PERCY! — berrou a Sra. Weasley, metendo o dedo no peito de Fred.


 


— Vocês podiam ter morrido, podiam ter sido vistos, podiam ter feito seu pai perder o emprego...


 


Parecia que o sermão estava durando horas. A Sra. Weasley ficou rouca de tanto gritar até se virar para Harry, que recuou.


 


— Estou muito contente em vê-lo, Harry, querido — disse ela. — Entre, venha tomar café.


 


Deu meia-volta e entrou em casa, e Harry, depois de lançar um olhar nervoso a Rony, que acenou com a cabeça animando-o, acompanhou-a.


 


 


 


– Minha mãe faz a mesma coisa... – Tiago disse rindo – Briga comigo e logo depois trata Sirius como se ele fosse um anjinho.


 


– Não consigo imaginar alguém que veja Sirius como um anjinho. – Lily disse rindo.


 


– A senhora Potter vê. – Remo disse rindo – Até deu abrigo a ele depois que ele fugiu de casa.


 


 


 


A cozinha era pequena e um tanto apertada. Havia ao centro uma mesa de madeira muito escovada e cadeiras, e Harry se sentou na beirada de uma, espiando à sua volta. Nunca estivera numa casa de bruxos antes.


 


 


 


– Que você se lembre. – Lily disse categórica – Você já tinha um ano quando foi para a casa dos Dursley, – Lily completou evitando falar em sua própria morte – antes disso morou com a gente...


 


                Tiago concordou com a cabeça.


 


 


 


O relógio na parede em frente só tinha um ponteiro e nenhum número. Havia escritas em torno do mostrador coisas assim, Hora de fazer chá, Hora de dar comida às galinhas e Você está atrasado.


 


 


 


– Minha mãe costumava ter um relógio parecido com esse. – Alice disse rindo.


 


 


 


Havia livros arrumados em fileiras triplas sobre o console da lareira, livros com títulos do gênero Enfeitice o seu próprio queijo, O Feitiço no forno e Festas de um minuto — um Encantamento! E, a não ser que os ouvidos de Harry o enganassem, o velho rádio ao lado da pia acabara de anunciar que o próximo programa era "Hora de Encantos, com a popular cantora bruxa, Celestina Warbeck".


 


 


 


– Celestina Warbeck já é completamente brega atualmente... – Sirius comentou debochado – Imagina na época deles!


 


 


 


A Sra. Weasley batia pratos e panelas, preparando o café da manhã um pouco a esmo, lançando olhares feios aos filhos, enquanto atirava salsichas na frigideira.


 


De vez em quando resmungava coisas como "não sei o que estavam pensando" e "eu nunca teria acreditado".


 


— Não estou culpando você; querido — ela tranquilizou Harry, servindo oito ou nove salsichas no prato dele. — Arthur e eu estivemos preocupados com você, também. Ainda na outra noite estávamos falando que iríamos buscá-lo pessoalmente se você não escrevesse a Rony até sexta-feira.


 


 


 


– Preso você não ficaria por muito tempo de qualquer forma... – Lily disse grata à senhora Weasley.


 


 


 


Mas francamente — (ela agora acrescentava três ovos fritos às salsichas) — atravessar metade do país em um carro ilegal, vocês podiam ter sido vistos...


 


Ela acenou a varinha displicentemente em direção dos pratos na pia, que começaram a se lavar, entrechocando-se de leve ao fundo.


 


— Estava nublado, mamãe! — exclamou Fred.


 


— Você fique de boca fechada enquanto come! — ralhou a Sra. Weasley.


 


— Estavam matando ele de fome, mamãe! – disse Jorge.


 


— E você! — disse a Sra. Weasley, mas foi com uma expressão ligeiramente mais branda que ela começou a cortar e passar manteiga no pão para Harry.


 


 


 


– Apelar para a compaixão dela sempre funciona. – Gina disse sorrindo.


 


 


 


Naquele momento surgiu uma distração sob a forma de uma figura pequena, de cabelos vermelhos, que vestia uma longa camisola, e apareceu na cozinha, deu um gritinho e saiu correndo outra vez.


 


 


 


– É você? – Lily perguntou a Gina, rindo.


 


– Sim. – Gina disse corando.


 


 


 


— Gina — disse Rony baixinho para Harry. — Minha irmã. Andou falando em você o verão inteiro.


 


— É, ela vai querer o seu autógrafo, Harry — disse Fred com um sorriso, mas viu que a mãe o olhava e baixou o rosto para o prato, calando-se. Nada mais foi dito até os quatro pratos ficarem limpos, o que levou um tempo surpreendentemente breve.


 


 


 


                As orelhas de Gina queimaram.


 


 


 


— Putz, estou cansado — bocejou Fred, pousando finalmente a faca e o garfo. — Acho que vou me deitar e...


 


— Não vai, não — retrucou a Sra. Weasley. — A culpa foi sua se ficou a noite toda acordado. Você vai desgnomizar o jardim para mim; eles estão ficando completamente rebeldes outra vez.


 


— Ah, mamãe...


 


— E vocês dois — disse ela, olhando feio para Rony e Fred. — Você pode ir se deitar, querido


 


— acrescentou dirigindo-se a Harry. — Você não pediu a eles para voarem naquele carro infernal.


 


Mas Harry, que se sentia completamente acordado, disse depressa:


 


— Vou ajudar o Rony. Nunca vi fazer uma desgnomização...


 


— É muito gentil de sua parte, querido, mas é trabalho monótono — disse a Sra. Weasley. — Agora vamos ver o que Lockhart tem a dizer sobre o assunto.


 


 


 


– Lockhart? – Frank perguntou e espichou o pescoço para ler o nome no livro por cima do ombro de Neville.


 


– Conhecemos um Lockhart, não é? – Sirius perguntou a Tiago coçando a cabeça.


 


– Não é aquele palerma da Corvinal que era apanhador? – Remo lembrou.


 


– Mas por que ela se daria ao trabalho de querer saber o que aquele idiota pensa? – Tiago perguntou.


 


– Ele não é um idiota. – Alice disse cruzando os braços a frente do peito.


 


– Ah, esqueci que Alice costumava ter uma quedinha por ele. – Sirius disse fazendo Alice corar e Frank cruzar os braços, irritado.


 


– Não tinha uma quedinha por ele. – Alice disse com a voz tremendo, claramente uma mentira.


 


– Pode falar a verdade Alice, – Lily disse rindo – todas as garotas tinham uma quedinha por ele...


 


– O que você quer dizer com isso? – Tiago perguntou perdendo o sorriso.


 


– Quero dizer que ele era um idiota muito bonito... – Lily disse rindo da cara de Tiago.


 


                Tiago bufou e fez sinal para Neville continuar lendo.


 


 


 


Ela puxou um livro pesado de cima do console. Jorge gemeu.


 


— Mamãe, nós sabemos como desgnomizar um jardim.


 


Harry espiou a capa do livro da Sra. Weasley. Escritas na capa em arabescos dourados havia as palavras Guia de pragas domésticas de Gilderoy Lockhart.


 


 


 


– A pergunta é: Como aquele imbecil escreveu um livro? – Remo disse rindo.


 


– A carinha bonita dele deve ter ajudado. – Sirius respondeu.


 


 


 


Havia na capa uma grande foto de um bruxo bonitão de cabelos louros ondulados e olhos azuis muito vivos. Como sempre no mundo dos bruxos, a foto se mexia; o bruxo, que Harry supunha que fosse o tal Gilderoy Lockhart, não parava de piscar, muito animado, para todos.


 


 


 


– Típico. – Tiago disse irritado.


 


 


 


— Ah, ele é um assombro — disse a mãe. — Conhece bem as pragas domésticas.
É um livro maravilhoso...


 


— Mamãe tem um xodó por ele — disse Fred num sussurro muito audível.


 


— Não seja ridículo Fred — retorquiu a Sra. Weasley, o rosto muito corado. — Está bem, se vocês acham que sabem mais do que Lockhart, podem ir fazer o trabalho, mas tenho pena de vocês se tiver sobrado um único gnomo naquele jardim quando eu sair para inspecioná-lo.


 


 


 


– Qualquer um sabe mais do que Lockhart. – Sirius disse debochando.


 


– Por que implicam tanto com ele? – Alice perguntou corada – Ele era da Corvinal, era inteligente...


 


– Nem todo mundo da Corvinal é inteligente. – Remo disse rindo – Ele é a prova viva disso.


 


 


 


Aos bocejos e resmungos, os Weasley saíram se arrastando, com Harry em sua cola. O jardim era grande e, aos olhos de Harry, exatamente como um jardim devia ser. Os Dursley não teriam gostado — havia muito mato e a grama precisava ser aparada —, mas havia árvores nodosas a toda volta dos muros, plantas que Harry nunca vira saindo de cada canteiro e um grande tanque de águas verdosas cheio de sapos.


 


— Os trouxas também têm gnomos de jardim, sabe — Harry contou a Rony quando cruzavam o gramado.


 


— Sei, já vi aquelas coisas que eles acham que são gnomos — disse Rony, com o corpo dobrado e a cabeça enfiada num pé de peônias —, como papais noéis baixinhos e gordinhos segurando varas de pescar...


 


 


 


– Isso é uma ideia ridícula do que é um gnomo. – Frank disse rindo.


 


 


 


Ouviram um ruído de alguém se debatendo violentamente, o pé de peônia estremeceu e Rony se levantou.


 


— Isto é um gnomo — disse serio.


 


— Tire as mãos de cima de mim! Tire as mãos de cima de mim! Guinchou o gnomo.


 


Decerto não parecia nada com um Papai Noel. Era pequeno, a pele parecia um couro, a cabeçorra cheia de calombos e careca, igualzinha a uma batata. Rony segurou-o à distância enquanto o gnomo o chutava com os pezinhos calosos; o garoto o agarrou pelos tornozelos e o virou de cabeça para baixo.


 


— Isto é o que a gente tem que fazer — explicou. E ergueu o gnomo acima da cabeça ("Tire as mãos de mim!") e começou rodá-lo em grandes círculos como se fosse laçar um boi. Ao ver a cara de espanto de Harry, Rony acrescentou: — Isto não machuca, você só precisa deixá-los bem tontos para não poderem encontrar o caminho de volta para as tocas de gnomos.


 


Ele soltou os tornozelos do gnomo: que voou uns seis metros para o alto e caiu com um baque surdo no campo do outro lado da sebe.


 


 


 


– Seis metros, Rony? – Gina perguntou rindo – Quando mamãe me mandava desgnomizar o jardim conseguia pelo menos doze metros.


 


– Tinha passado a noite acordado. – Rony bufou fazendo Hermione rir.


 


 


 


— Lamentável — exclamou Fred. — Aposto que posso atirar o meu bem além daquele toco de árvore.


 


Harry aprendeu depressa a não sentir muita pena dos gnomos. Resolveu simplesmente deixar cair por cima da sebe o primeiro que pegou, mas o gnomo, pressentindo fraqueza, enterrou os dentes afiados como navalhas no seu dedo, e Harry teve muito trabalho para sacudi-lo longe, até que...


 


— Uau, Harry, esse deve ter caído a uns quinze metros...


 


 


 


– Harry também tinha passado a noite acordado. – Gina implicou fazendo Rony cruzar os braços, irritado.


 


 


 


O ar não tardou a ficar coalhado de gnomos voadores.


 


— Está vendo, eles não são muito inteligentes — disse Jorge, agarrando cinco ou seis gnomos de uma vez. — Na hora que descobrem que está havendo uma desgnomização, aparecem correndo para dar uma espiada. Era de se esperar que já tivessem aprendido a ficar quietos.


 


Logo os gnomos atirados no campo começaram a se afastar em uma linha descontínua, os ombrinhos curvados.


 


— Eles vão voltar — disse Rony enquanto observavam os gnomos desaparecerem na sebe do outro lado do campo. — Eles adoram isso aqui... Papai é muito mole com eles; acha que são engraçados...


 


 


 


– Então qual a utilidade desse trabalho todo? – Severo perguntou ligeiramente confuso.


 


– Mamãe detesta eles. – Gina disse dando de ombros.


 


 


 


Naquele instante, a porta de entrada bateu.


 


— Ele voltou! — disse Jorge. — Papai está em casa!


 


Os garotos atravessaram correndo o jardim e entraram em casa.


 


O Sr. Weasley estava largado numa cadeira da cozinha, sem óculos e de olhos fechados. Era um homem magro, começando a ficar careca, mas o pouco cabelo que tinha era ruivo como o dos filhos. Usava vestes verdes e longas, que estavam empoeiradas e amarrotadas da viagem.


 


— Que noite! — murmurou, tateando à procura do bule de chá enquanto todos se sentaram à sua volta. — Nove batidas. Nove! E o velho Mundungus Fletcher ainda tentou me lançar um feitiço quando eu estava de costas...


 


 


 


– Mundungus Fletcher? Aquele contrabandista? – Sirius perguntou confuso.


 


– Parece que sim. – Remo respondeu.


 


– Quero saber como vocês conhecem um contrabandista? – Lily sussurrou para Tiago que apenas acenou negativamente com a cabeça.


 


 


 


O Sr. Weasley tomou um longo gole de chá e suspirou.


 


— Encontrou alguma coisa, papai? — perguntou Fred ansioso.


 


— Só encontrei umas chaves para portas que encolhem e uma chaleira que morde — bocejou o Sr. Weasley. — Houve as ocorrências feias, mas não foram no meu departamento. Mortlake foi levado para interrogatório sobre umas doninhas muito esquisitas, mas isto foi com a Comissão de Feitiços Experimentais, graças a Deus...


 


— Mas por que alguém ia se dar o trabalho de fazer chaves que encolhem? — perguntou Jorge.


 


— Só para aborrecer os trouxas — suspirou o Sr. Weasley. — Vendem a eles uma chave que encolhe até desaparecer, de modo que nunca conseguem encontrá-la quando precisam... É claro que é muito difícil processar alguém porque nenhum trouxa vai admitir que a chave dele não para de encolher, insistem que vivem a perdê-las. Deus os abençoe, eles vão a extremos para fingir que magia não existe, mesmo que esteja no nariz deles... Mas as coisas que o nosso pessoal anda enfeitiçando, vocês não iriam acreditar...


 


— COMO CARROS, POR EXEMPLO?


 


 


 


– Acho que o Senhor Weasley arrumou um problema. – Alice disse rindo.


 


 


 


A Sra. Weasley aparecera, empunhando um longo atiçador como uma espada. Os olhos do Sr. Weasley se arregalaram.


 


Ele olhou com cara de culpa para a mulher.


 


— Carros, Molly, querida?


 


— É Arthur, carros — disse a Sra. Weasley, os olhos faiscando. — Imagine só um bruxo comprar um carro velho e enferrujado e dizer à mulher que só quer desmontá-lo para ver como funciona, quando na realidade o enfeitiçou para fazê-lo voar.


 


O Sr. Weasley piscou os olhos.


 


— Bom, querida, acho que você vai descobrir que ele estava agindo dentro da lei quando fez isso, mesmo que... Ah... Tivesse agido melhor se, hum, se tivesse contado a verdade à mulher... Há um furo na lei, você vai descobrir... Desde que ele não tivesse intenção de voar no carro, o fato de que o carro poderá voar não...


 


 


 


– Provavelmente foi ele quem escreveu essa lei. – Remo disse.


 


 


 


— Arthur Weasley, você providenciou para que houvesse um furo nessa lei quando a escreveu! — gritou a Sra. Weasley. — Só para você poder continuar a se distrair com aquela lixaria dos trouxas no seu barraco! E para sua informação, Harry chegou hoje de manhã naquele carro que você não tinha intenção de fazer voar!


 


— Harry? — exclamou o Sr. Weasley sem entender — Que Harry?


 


Ele olhou à volta, viu Harry e deu um salto.


 


— Deus do céu, é Harry Potter? Muito prazer em conhecê-lo. Rony tem falado tanto em...


 


 


 


– Muita consideração do seu pai tratar o Harry como o amiguinho do filho, e não como o menino que derrotou Voldemort. – Remo disse sorrindo complacente.


 


 


 


— Os seus filhos foram naquele carro até a casa de Harry e voltaram de lá ontem à noite!— gritou a Sra. Weasley. — Que é que você me diz disso, hein?


 


— Vocês fizeram mesmo isso? — perguntou o Sr. Weasley, ansioso. — E o carro voou bem? Eu... Eu quero dizer — gaguejou, enquanto voavam faíscas dos olhos da Sra. Weasley — que... Isso foi muito errado, meninos... Muito errado mesmo...


 


 


 


                Todos caíram na gargalhada.


 


– Sua mãe consegue intimidar até seu pai. – Alice disse rindo.


 


– A mãe dele deve conseguir intimidar Dumbledore! – Sirius disse gargalhando.


 


 


 


— Vamos deixar eles discutirem — Rony sussurrou para Harry quando a Sra. Weasley inchou como um sapo-boi. — Vamos, vou lhe mostrar o meu quarto.


 


Os dois saíram discretamente da cozinha e seguiram por um corredor estreito até uma escada irregular, que subia em ziguezague pela casa. No terceiro patamar, havia uma porta entreaberta. Harry vislumbrou dois grandes olhos castanhos e vivos que o espiavam antes da porta fechar com um clique.


 


— Gina — explicou Rony. — Você não sabe como é estranho ela estar tão tímida. Normalmente ela nunca para de falar...


 


 


 


– Acho que alguém tem uma quedinha pelo Harry. – Sirius murmurou apenas para Remo ouvir.


 


 


 


Eles subiram mais dois lances e chegaram a uma porta com a tinta descascada e uma pequena placa onde se lia "Quarto do Ronald".


 


Harry entrou, a cabeça quase tocando no teto inclinado, e piscou os olhos. Era como entrar num forno. Quase tudo no quarto de Rony era de um tom violentamente laranja: a colcha da cama, as paredes e até o teto. Então Harry percebeu que Rony tinha coberto praticamente cada centímetro do papel de parede gasto com pôsteres dos mesmos sete bruxos e bruxas, todos usando vestes laranja vivo, segurando vassouras e acenando com animação.


 


 


 


– Não bastava ser ruivo, – Alice disse rindo – o quarto dele ainda é laranja.


 


– Chudley Cannons? – Tiago perguntou tentando esconder uma risada.


 


– É! – Rony respondeu orgulhoso. – Algum problema?


 


– Sim! – Tiago disse – A defesa dos Cannons é risível! – Tiago disse com o fervor do quadribol nos olhos – E... – O que ele ia dizer em seguida ninguém nunca veio a saber.


 


– Silêncio! – Lily exclamou apontando a varinha para Tiago. – Em alguns minutos o feitiço fica mais fraco. – Lily completou rindo da cara de Tiago.


 


                Rony riu dele em silêncio, não queria arriscar ser azarado.


 


 


 


— O seu time de Quadribol? — perguntou Harry.


 


— O Chudley Cannons — disse Rony, apontando para a colcha laranja, que exibia um brasão com dois enormes O’s pretos e uma bala de canhão em movimento. — Nono lugar na divisão.


 


 


 


– Até que eles subiram um pouco. – Sirius disse e Tiago mexeu a cabeça concordando.


 


 


 


Os livros escolares de feitiçaria que pertenciam a Rony estavam empilhados de qualquer jeito num canto, junto com um monte de histórias em quadrinhos que pareciam conter a mesma tira, As aventuras de Martin Miggs, o trouxa pirado.


 


 


 


– Essa revistinha é muito antiga! – Frank disse rindo – Eu tenho uma coleção delas, desde pequeno.


 


– Me parece uma revistinha ofensiva. – Lily disse cruzando os braços.


 


– Na verdade não. – Rony disse sério – Não fala mal dos trouxas nem nada assim, é engraçado.


 


– E não é muito verdadeira. – Hermione completou rindo – É engraçado por que não tem sentido algum.


 


 


 


A varinha de condão de Rony estava em cima de um aquário cheio de ovas de rã, no peitoril da janela, ao lado do seu rato cinzento e gordo, o Perebas, que tirava um cochilo numa nesga de sol.


 


Harry pulou por cima de um baralho de cartas auto embaralhantes que estava no chão e espiou pela janelinha. No campo, lá embaixo, ele viu uma turma de gnomos que voltavam sorrateiros, um a um, pela cerca dos Weasley. Depois virou-se para olhar Rony, que o observava quase nervoso, como se esperasse ouvir sua opinião.


 


— É meio pequeno — disse Rony depressa. — Nada como aquele quarto que você tinha na casa dos trouxas. E estou bem debaixo do vampiro no sótão; sempre batendo nos canos e gemendo...


 


Mas Harry, com um grande sorriso, disse:


 


— Esta é a melhor casa que já visitei.


 


As orelhas de Rony ficaram vermelhas.


 


 


 


– Você não precisava ficar constrangido. – Harry disse para Rony – Sua casa deve ser um dos meus lugares favoritos do mundo...


 


– Não exagera. – Rony disse constrangido.


 


– Ele não está exagerando. – Hermione disse sorrindo para Rony.


 


– Então vamos dormir? – Alice perguntou bocejando.


 


– Agora que o Harry está bem na casa dos Weasley podemos sim. – Lily disse sorrindo para o livro.


 


– Ele não está bem na casa dos Weasley, – Severo disse para Lily tentando não revirar os olhos – Ele está aqui...


 


– Eu sei Sev, mas não conseguiria dormir se ele estivesse em perigo no livro! – Lily explicou.


 


                Rony e Hermione ficaram na sala enquanto todos iam conversando para o quarto. Rony olhou para Hermione e sorriu.


 


– O que está achando de tudo? – Rony perguntou colocando uma mecha do cabelo de Mione atrás da orelha.


 


– Espero que dê tudo certo... – Mione disse dando um meio sorriso. – Espero que cada um entenda o que precisa fazer para mudar o futuro, e nosso plano não sair pela culatra.


 


– O que acontece se der tudo errado. – Rony perguntou preocupado abraçando Hermione pelo ombro.


 


– Não tem como saber. – Mione disse dando de ombros – Depende do que der errado... Talvez Voldemort vença a guerra se não conseguirmos fazer a coisa certa.


 


– É um risco que temos que correr. – Rony suspirou – Só estou aguentando por que sei que podemos mudar tudo.


 


– Ou talvez nada mude... – Mione disse aconchegando-se ao abraço de Rony – Talvez eles decidam que é melhor fazer tudo igual do que arriscar ter Voldemort vencendo a guerra.


 


– Acho que não. – Rony disse – Tiago e Lily vão querer cuidar do Harry, vão querer que ele tenha pais e que seja feliz...


 


– Talvez só a ideia de ter Harry criado por aqueles Dursley seja o suficiente para fazê-los querer mudar tudo.


 


– Pelo menos a parte do Pettigrew tenho certeza que eles vão mudar... – Rony disse nervoso, odiava a ideia do rato dele ser a pessoa que entregou os pais de Harry a Voldemort.


 


– Assim pelo menos Harry seria criado por Sirius. – Mione concordou – Seria muito melhor.


 


                Rony deu um beijo no cabelo de Hermione e fez a garota fechar os olhos, satisfeita. Eles passaram mais algum tempo abraçados no sofá antes de ir dormir.


 


                Na manhã seguinte, após um farto café-da-manhã, cada um tomou seu lugar na sala, Frank pegou o livro de cima da mesa de centro e abriu no próximo capítulo:


 


– Capítulo IV – Na Floreios e Borrões.


 
                                                                   ~~ x ~~  

 
É, eu sei que falei que ia postar sábado, mas não vou poder postar amanhã e não queria descumprir minha promessa de três capítulos essa semana. Então ai está.
Hoje eu queria saber se vocês pudessem pegar qualquer personagem da saga e mandar para outra época, quem seria e para quando? Eu adoro fics de viagens no tempo, a maioria das que encontro ou não é bem escrita (muuuitos erros de português e falta de concordância e sentido) ou não são atualizadas a mil anos... E no momento estou escrevendo 3 fics de viagem no tempo (que pretendo concluir). Daí vem a curiosidade...


 Caroll Fernandes: Fico tão feliz em saber que não conseguiu desgrudar os olhos da minha fic! Sério, esse é o melhor elogio que você poderia fazer a mim! Para mim RdM poderia ser o melhor, se não morresse tanta gente boa, não é? Adoro PdA por que amo o Sirius (lógico) e por que foi o ano mais "feliz" da vida do Harry. Que bom que você está se inspirando a voltar a escrever, escrever para mim é a melhor "fuga" da realidade, quando eu escrevo me transporto para lugares incriveis e conheço pessoas que sempre estiveram dentro de mim. Quanto à perda de sono, eu fui dormir ontem por volta das 3 horas da manhã esrevendo, e acordei 7:40 para fazer prova de direito financeiro... Se eu pudesse sobreviver só escrevendo, acho que seria a pessoa mais feliz do mundo (talvez JK se sinta assim). Espero realmente que você tenha encontrado essa fic e que veja a resposta ao seu comentário, não gosto de deixar os leitores sem respostas, fica parecendo que sou ingrata.
James Fernando: Fico honrada que tenha feito o cadastro só para comentar minha fic! Pode deixar que não tenho nenhuma intenção de parar, e para a felicidade de todos, entro de férias da faculdade dia 13 de dezembro e com isso vou ter muito mais tempo para escrever... Fica complicado para mim postar um capítulo por dia, por que não quero deixar vocês muito tempo sem capítulo nenhum, fiz um acordo com os leitores de postar uns dois capítulos por semana, e é o que faço, a não ser em ocasiões especiais. Mas já falei que se ficar agarrada em alguma fic não vou mais poder postar dois por semana, e vou voltar a postar um por semana, mas é difícil que eu fique enrolada...
Li Everllark: É claro que essa fic tem que ser dedicada a vocês, meu leitores queridos que nunca me abandonam!
NathaliaHelena: Você e todos os meus leitores merecem estar na dedicatória, cada um dos comentários de vocês me faz feliz. Na verdade eu tinha postado na quarta, hahaha, e acabei adiantando para sexta em vez de sábado! Então não precisa ficar tão ansiosa!
Viih Lovegood: Seja muito bem-vinda e já fique sabendo que adoro comentários grandes! Ahhhh que bom que gostou da outra fic! Que bom que conseguiu encontrar essa! Eu postei o link para essa no final da outra, mas não sei se todo mundo lê minhas enormes notas de fim de capítulo! Só espero que Lily sobreviva a fic inteira, é muita emoção para o coração de uma mãe! Acho que os primeiros livros são mais tranquilos, haha, Harry é criança e não tem pensamentos muito constrangedores, mas a partir do quarto livro, quando ele fica gamado na Cho "chata" Chang, ai acho que vamos ter uns momentos bem constrangedores... Ahh, e no poema da Gina também. Atualizei dois dias depois de você comentar, então estou esperando minha Nutella! (só não vou poder comer agora, por que não to comendo chocolate por causa da tatuagem das relíquias que acabei de fazer!)
Gi Molly Weasley: Fico muito feliz que você leia, comente, e goste tanto da minha fic, mas não quero que deixe de estudar por causa dela! (Não, isso não é nem um tipo de esporro...) Acontece que amo muito meus leitores, todos vocês, e só quero o bem de vocês! Então continue lendo e comentando, mas não deixe de estudar para isso.
Day Caracas: Como não amar os Weasley? Acho que eles são a imagem de família perfeita, exatamente por não serem perfeitos, eles são completamente apaixonantes.
Clenery Aingremont: Sou péssima em matemática! Péssima mesmo! Só aprendi o suficiente para passar no vestibular, o que não foi tão difícil assim. Em que série você está? Lembro dessa matéria de juros e desconto do meu ensino médio, mas não tenho ideia de que ano... Mas que bom que já ta garantida para passar desde o 3º bimestre, nunca tive essa capacidade em relação à matemática... costumava tirar as melhores notas da turma em português, redação, história, geografia e inglês e as piores em física, química e matemática... Fazer o que né? Nasci para as humanas!
Luiza Snape: Já escrevi até o terceiro capítulo de PdA! A Câmara Secreta já está concluída!
Guilherme L: Gosto de estar bem adiantada, não quero deixar vocês muito tempo esperando capítulo, por que odeio quando estou lendo uma fic e demoram dois meses para postar o próximo capítulo e tenho que ler tudo de novo por que não consigo lembrar de onde a história estava... Meu aniversário é dia 20 de dezembro, faltam 14 dias (sou igual criança com meu aniversário, conto os dias, fico ansiosa e não ligo para ninguém, se a pessoa quer me dar parabéns que me procure, hahaha, mas vocês, que não me conhecem pessoalmente, vão ganhar de presente um capítulo, só não sei qual ainda, hahaha). E você tem razão, é bem impossível postar 15 capítulos em três semanas, ainda mais tendo que fazer ceia de natal e comprar presentes... 
sasa lovegood: O Dobby é bem aquele personagem de quem ninguém esperava muito, ai no fim ele vai lá e salva o dia... Os três capítulos vão ser apenas essa semana, não se acostume, hehe.
LULU789: Há momentos na fic que permitem que eu desenvolva um pouco mais histórias dos marotos, ou do passado deles, ou coisas desse tipo, fico feliz que goste! Tudo bem fazer comentários pequenos e etc para poder estudar! Estudar é prioridade! Acho a Gina e o Harry juntos uma gracinha (no livro, é claro). Muito obrigada por chegar aqui comigo! Espero te ver em todas as outras!
Mary Lilian Potter: Que bom que gostou! Só vou postar três capítulos essa semana, semana que vem voltamos à programação normal!
Arthur lacerda: E você é um ótimo leitor! Sou muito insegura, de verdade, nunca tive confiança suficiente para postar uma long-fic (até agora é claro), mas depois que comecei a postar cada um de vocês me ajudou tanto que vou começar a postar todas as outras long-fics que já estou escrevendo há algum tempo... Ou seja, muito obrigada pela confiaça que você está me dando para continuar!


Uau! Vocês são sensacionais! Sério, é um gande prazer escrever para cada um de vocês. Como já falei em alguma resposta ai em cima, vou entrar de férias dia treze, e com isso vou passar mais tempo escrevendo, por não ter que ir para a faculdade e nem estudar (e por que meu noivo/marido/namorado que mora comigo não vai estar de férias) vou poder finalmente começar a postar minhas outras fics... Se algum de vocês for querer ler, me avisa!
Capítulo novo agora só terça, até lá espero muitos comentários dos leitores mais maravilhosos que uma ficwritter poderia ter!


 

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Comentários (16)

  • ritacdscarvalho

    Uma pergunta: o que Tiago ia dizer sobre os Cannons?

    2017-05-04
  • Day Caracas

    So marcando presença, e dizer que eu amo a sua fic!!

    2013-12-09
  • HarryJ.Potter

    Muito bom o capitulo,parabens :)Tenho uma pergunta: O harry e a  gina vão ficar mais proximos depois? Tipo sentando no mesmo sofá ou algo do tipo?ps: Não estou reclamando 

    2013-12-09
  • Akemi Lilith Homura

    Simplesmente Excelenteestou amando o desenrolar da história desde o primeiro livro, o que estranhamente a cada dois capituloas  dessa fanfic, uma minha fica pronta.  (propagandinha descarada: http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=46051)bem. por hoje é tudo, espero o proximo capitulo 

    2013-12-07
  • Arthur lacerda

    Muito bom, com sempre. Parabéns. Depois de ler esses capítulos fiquei imaginando como será a reação deles ao ler algumas partes do ODF( mais especificamente as partes de como a "sapa-rosa" tratou o Harry, principalmente as detenções). Obrigado pelas palavras e pela dedicatória. Boa sorte. Até o próximo.

    2013-12-07
  • sasa lovegood

    Sua fic é muito boa! Acho q já escrevi isso aqui mais ou menos 20 vezes né?! Mas é serio, leio fics a muito tempo e a sua é disparado a melhor de viagem no tempo que ja li. Fico muito feliz quando entro aqui e tem capílo novo! O que dizer desse, adoro os Wesleys e a Gina acho q já deu pra perceber que é uma das minhas personagens favoritas. Então, foi lindo!Poxa ja tinha me acostumado a muuuuitos capitulos por semana :( :( :( A pergunta que não quer calar: Vai escrever todos os livros??? Dizz que siiiim!!!E quero sim ler todas as suas fics, quando postar deixa o link aqui q ja vou salvando nas minhas favoritas.Beeijos e obrigada por nos proporcionar momentos maravilhosos assim!!! 

    2013-12-07
  • LuLu Weasley Potter

    CAP PERFEITO...AINDA CHEIA DE LIVROS, ARTIGOS, E TEXTOS PRA ESTUDAR, MAS COMO DISSE ANTES, ARRUMEI UM TEMPINHO SÓ PRA  LER SUA FIC, MESMO QUE SEJA AS DUAS DA MATINA...KKKKK...E VALEU A PENA...SUPER CURIOSA PARA LER O RESTANTE...PARABENS... 

    2013-12-07
  • ste_panza

    Perfeito, perfeito, perfeito *O*Mostrei sua fic para uma amiga minha e ela também ta amando!!!  Como fazemos estágio juntas e, portanto, nos vemos quase o dia inteiro, ficamos horas conversando sobre a sua fic. Você fez a gente perceber coisas que nunca tinhamos percebido nos livros...

    2013-12-06
  • Maria Eduarda Rieg Weasley

    Respondendo a pergunta: acho q seria o Harry e o Neville para conhecerem os seus pais!!Eu gosto mto de fics desse estilo ais infelizmente a maioria e mal escrita e os autores acaba desistindo o q felizmente n e o seu caso... Pergunta vc pretende escreve de tds os livros??? Diz q sim por favor!! Aliais amei o momento romione!!

    2013-12-06
  • Viih Lovegood

    Eu AMO esse capítulo do livro, é um dos meus preferidos. E os comentários dos Marotos deixam tudo mais maravilhoso.Coitado do meu Jay, ele só queria falar sobre Quadribol :x ksoskososksosko Uma pergunta: Você pretende escrever todos os livros? Espero que sim. É muito dificíl encontrar fics com a mesma qualidade que a sua. Confesso que entro duas vezes ao dia para ver se você atualizou.Estou anciosa para chegar no Harry Potter e a Ordem da Fênix, meu livro predileto. Tenho certeza que a morte do Sirius será um dos capítulos mais tristes de toda a história, principalmente a reação do James.Eu simplesmente amo fanfics de volta ao tempo. Acho que você poderia inovar um pouco, em todas as fics que li o Harry está com 16 ou 17 anos. Que tal fazer uma fanfic com um Harry Potter de 13 anos indo para a época dos Marotos? Ou talvez, na época que ele nem sabia que era bruxo! Imagina que louco o Harry com 9 anos, em Hogwarts, sem entender nada do que está acontecendo?Eu estou escrevendo uma fic onde o Harry recebe um vira-tempo de Dobby no seu segundo ano. Na época ele ainda não sabia do que se tratava, então acabou acionando o objeto. Aí ele volta para 1976, sexto ano dos Marotos. E a única coisa que o Harry revela é que é filho do James e da Lily. Em breve começarei á postar.Esperando muuuito anciosamente o próximo capítulo. Kisses :)) 

    2013-12-06
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