Aragogue



– Aragogue.

– Quero saber quem ou o que é Aragogue? – Lily perguntou olhando de Harry para Rony.
– Provavelmente não. – Harry respondeu.
– Eu não queria. – Rony completou.


O verão espalhou-se lentamente pelos jardins que cercavam o castelo; o céu e o lago, os dois, ficaram azul-clarinhos, e flores do tamanho de repolhos se abriram repentinamente nas estufas. Mas sem a visão de Hagrid caminhando pelos jardins com Canino nos calcanhares, a paisagem vista das janelas do castelo não parecia normal para Harry; aliás, era pouco melhor do que o interior do castelo, onde as coisas pareciam terrivelmente erradas. Harry e Rony tentaram visitar Mione, mas as visitas à ala hospitalar agora não eram permitidas.
— Não queremos mais nos arriscar — disse Madame Pomfrey, com severidade, por uma fresta na porta da enfermaria. — Não, sinto muito, há grande possibilidade de o atacante voltar para liquidar os pacientes...


– O que? – Hermione perguntou chocada – Eles não deixavam vocês me visitarem?
– O castelo inteiro estava com medo. – Harry disse dando de ombros – Sem Dumbledore, tudo parecia muito pior.


Com a saída de Dumbledore, o medo se espalhou como nunca antes, de modo que o sol que aquecia as paredes do castelo por fora parecia se deter nas janelas de caixilhos. Quase não se via na escola um rosto que não parecesse preocupado e tenso, e qualquer risada que ecoasse pelos corredores soava aguda e artificial e era rapidamente abafada.
Harry repetia constantemente para si mesmo as ultimas palavras de Dumbledore "Só terei realmente deixado a escola quando ninguém mais aqui for leal a mim... Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem”. Mas de que adiantavam essas palavras?
A quem exatamente pediriam ajuda quando todos estavam tão confusos e apavorados quanto eles?
A dica de Hagrid sobre as aranhas era muito mais fácil de entender — o problema era que não parecia ter restado uma única aranha no castelo para se seguir.


– Todas fugiram do basilisco. – Tiago disse com um suspiro.


Harry procurava por todo lado aonde ia, com a ajuda (um tanto relutante) de Rony. Eles eram atrapalhados, é claro, pelo fato de não poderem andar sozinhos, tinham que se deslocar pelo castelo com um grupo de alunos da Grifinória. A maioria dos seus colegas parecia satisfeita em ser acompanhada de aula em aula por professores, mas Harry achava isso muito aborrecido.
Havia, porém uma pessoa que parecia estar se divertindo muito com a atmosfera de terror e suspeita. Draco Malfoy andava se pavoneando pela escola como se tivesse acabado de ser nomeado monitor-chefe. Harry não entendeu por que andava tão satisfeito até a aula de Poções, duas semanas depois de Dumbledore e Hagrid terem ido embora, quando, sentado atrás de Malfoy, Harry ouviu-o se gabar para Crabbe e Goyle.
— Eu sempre achei que meu pai era a pessoa que iria se livrar de Dumbledore — disse sem se preocupar em manter a voz baixa. — Falei com vocês que ele achava que Dumbledore era o pior diretor que a escola já tinha tido. Talvez a gente tenha um diretor decente agora. Alguém que não queira manter a Câmara Secreta fechada. McGonagall não vai durar muito tempo, ela só está substituindo...


– Se nós destruirmos o “brinquedo” de Lucio, esse garoto não vai nascer! – Sirius disse com um sorriso sombrio.
– Podemos fazer isso assim que sairmos daqui! – Tiago disse aprovando a ideia.


Snape passou por Harry, sem fazer comentários sobre a cadeira e o caldeirão vazios de Mione.
— Professor — perguntou Draco em voz alta. — Professor, por que é que o senhor não se candidata ao lugar de diretor?
— Vamos, Malfoy — respondeu Snape, embora não conseguisse refrear um sorrisinho. — O Profº. Dumbledore foi apenas suspenso pelo Conselho. Quero crer que estará de volta conosco logo, logo.
— É claro — disse Draco, rindo-se. — Acho que o senhor teria o voto do meu pai, professor, se quisesse se candidatar, vou dizer ao meu pai que o senhor é o melhor professor que temos, professor...


– Agora todo mundo pode ver por que Ranhoso da tanta atenção ao Mini-Malfoy. – Remo disse desdenhoso – Assim ele pode se aproveitar da amizade de Lucio.
– Ele não precisa disso para ser amiguinho de Lucio, eles já tem os mesmos objetivos na vida. – Sirius disse revirando os olhos.


Snape sorriu enquanto andava pela masmorra, felizmente sem ter visto que Simas Finnigan fingia vomitar no caldeirão.
— Fico surpreso que os sangues-ruins não tenham feito as malas — continuou Draco. — Aposto cinco galeões que o próximo vai morrer. Pena que não tenha sido a Granger...


      Rony trincou os dentes, Sirius rosnou para o livro nervoso, e Lily cerrou os punhos com raiva, aquele garoto merecia tantas lições, que era bom que não tivesse nascido ainda.


A sineta tocou nesse instante, o que foi uma sorte; ao ouvir as últimas palavras de Draco, Rony tinha saltado do banquinho e, na agitação para reunirem mochilas e livros, seus esforços para se atracar com Draco passaram despercebidos.
— Me deixe agarrar ele — rosnou Rony, enquanto Harry e Dino o seguravam pelos braços. — Nem estou ligando, não preciso da minha varinha, vou matar ele com as mãos...


       Hermione olhou para Rony com carinho.


— Vamos depressa, tenho de levá-los à aula de Herbologia — disse rispidamente Snape à classe e logo saíram, com Harry, Rony e Dino fechando a fila, Rony ainda tentando se desvencilhar. Os amigos só acharam que era seguro soltá-lo quando Snape já levara a turma para fora do castelo e estavam atravessando a horta em direção às estufas.
A aula de Herbologia foi muito tranquila; faltavam agora dois alunos na classe: Justino e Mione.
A Profª. Sprout mandou todos podarem figueiras cáusticas da Abissínia. Harry foi despejar uma braçada de galhos mortos na composteira e deu de cara com Ernie Macmillan. Ernie tomou fôlego e disse, muito formal:
— Eu só quero dizer, Harry, que lamento muito ter suspeitado de você. Sei que você nunca atacaria Hermione Granger e peço desculpas por tudo que disse. Estamos todos no mesmo barco agora, e, bom...


– Agora esse idiota entendeu! – Frank disse revirando os olhos e fazendo sinal para Neville continuar lendo.


Ele estendeu a mão gorducha e Harry a apertou.
Ernie e sua amiga Ana vieram trabalhar na mesma figueira que Harry e Rony.
— Aquele tal de Draco Malfoy — disse Ernie quebrando galhinhos secos — parece muito satisfeito com tudo isso, não é? Sabe, eu acho que ele bem poderia ser o herdeiro de Slytherin.
— Você é tão inteligente! — disse Rony, que pelo jeito não perdoara Ernie tão depressa quanto Harry.


– É claro que não. – Lily disse olhando para Rony com carinho – Harry perdoou por que Ernesto andava falando mal dele, Rony não poderia perdoar alguém que falasse mal de seu melhor amigo...
– Eles são muito parecidos com vocês. – Frank disse para Sirius e Tiago que se entreolharam satisfeitos.


— Você acha que foi Malfoy, Harry? — perguntou Ernie.
— Não — respondeu Harry com tanta firmeza que Ernie e Ana arregalaram os olhos.
Segundos depois. Harry viu uma coisa.
Várias aranhas de bom tamanho estavam andando pelo chão do lado de fora da vidraça, deslocando-se numa estranha linha reta como se tomassem o caminho mais curto para ir a um encontro combinado. Harry bateu na mão de Rony com a tesoura de poda.
— Ai! Que é que você...
Harry apontou para as aranhas, seguindo o trajeto que faziam com os olhos apertados contra o sol.
— Ah, é — exclamou Rony, tentando parecer satisfeito, sem conseguir. — Mas não podemos segui-las agora...


– E o Roniquinho não seguiria nunca se pudesse... – Sirius disse com uma risada que parecia um latido.


Ernie e Ana ouviam curiosos.
Os olhos de Harry se apertaram e ele focalizou as aranhas.
Se elas prosseguissem naquele curso, não havia dúvida onde iriam parar.
— Parece que estão indo para a Floresta Proibida...
E Rony pareceu ainda mais infeliz com essa ideia.
Ao fim da aula a Profª. Sprout acompanhou os alunos ate a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Harry e Rony deixaram-se ficar para trás para poder falar sem serem ouvidos.
— Teremos que usar a capa da invisibilidade outra vez — disse Harry a Rony. — Podemos levar Canino conosco. Ele está acostumado a entrar na floresta com Hagrid, talvez possa ajudar.


– Achei que você tivesse entendido que andar pela floresta é perigoso da outra vez. – Lily disse a Harry, muito nervosa.
– Eu precisava entrar... – Harry justificou – Hermione tinha sido petrificada, Hagrid preso e Dumbledore afastado!
– Ele tem razão Lily... – Tiago disse tentando esconder o orgulho que sentia do filho.
– Não, ele não tem razão! – Lily disse cruzando os braços com raiva – Nada disso é responsabilidade dele. Ele não tinha que se meter em tudo, devia ficar quieto e estudar como todos os outros!
– Como eu poderia ficar quieto e estudar com minha melhor amiga petrificada? – Harry bufou irritado e uma lágrima escorreu pela bochecha de Hermione.


— Certo — concordou Rony, que revirava a varinha nos dedos, nervoso. — Hum... Não dizem que tem... Não dizem que tem lobisomens na floresta? — acrescentou quando se sentavam nos lugares de sempre, no fundo da classe de Lockhart.


– De novo essa besteira de lobisomens? – Sirius bufou.
– Será que vocês não tem capacidade de olhar um mapa lunar e lembrar que lobisomens só são perigosos na lua cheia? – Tiago olhou de Rony para Harry com irritação.
Harry e Rony não responderam nada, sabiam que o assunto era delicado para eles. Harry fez sinal para que Neville continuasse lendo.


Preferindo não responder àquela pergunta, Harry disse:
— Mas lá também tem coisas boas. Os centauros são legais, e os unicórnios...
Rony nunca estivera na Floresta Proibida antes. Harry entrara somente uma vez e alimentava esperanças de não repetir a experiência.


– Eu também vinha alimentando essas esperanças... – Lily disse resignada.


Lockhart entrou aos saltos na sala, e a classe ficou olhando para ele. Todos os outros professores na escola pareciam mais sérios do que o normal, mas Lockhart estava, no mínimo, animado e confiante.
— Vamos, garotos — exclamou, sorrindo para todos os lados. — Por que essas caras tristes?
Os garotos trocaram olhares exasperados, mas ninguém respondeu.
— Vocês não percebem — disse Lockhart, falando lentamente, como se todos fossem um pouco retardados — que o perigo passou! O culpado foi levado embora...
— Quem disse? — perguntou Dino em voz alta.
— Meu caro rapaz, o Ministro da Magia não teria levado Hagrid se não estivesse cem por cento convencido de que era culpado — disse Lockhart, num tom de voz de alguém que explica que um mais um são dois.
— Ah, teria levado, sim — disse Rony, ainda mais alto do que Dino.
— Me lisonjeia dizer que sei um tantinho mais sobre a prisão de Hagrid do que o senhor, Weasley — disse Lockhart num tom presunçoso.


– É claro que esse obtuso não sabe de nada! – Remo disse irritado.


Rony começou a dizer que achava que não, mas parou no meio da frase quando Harry o chutou com força por baixo da carteira.
— Não estávamos lá, lembra? — resmungou Harry. Mas a animação desagradável de Lockhart, suas insinuações de que sempre achara que Hagrid não prestava, sua confiança de que a história toda agora chegara ao fim, irritou tanto Harry que ele teve vontade de atirar Como se Divertir com Vampiros bem no meio da cara boba do professor. Em vez disso contentou-se em rabiscar um bilhete para Rony: 
Vamos hoje à noite.


– Eu teria atirado o livro! – Tiago, Sirius, Remo e Frank disseram ao mesmo tempo.


Rony leu o bilhete, engoliu com força e olhou de esguelha para a carteira vazia em que Mione normalmente se sentava. A visão pareceu fortalecer sua decisão, e ele concordou com um aceno de cabeça.


      Hermione deu um meio sorriso para Rony, ficou feliz em saber que ele iria atrás das aranhas, enfrentaria seus medos, por ela.


A sala comunal da Grifinória andava sempre muito cheia ultimamente, porque a partir das seis horas os alunos da casa não podiam ir a lugar algum. E, também, tinham muito o que conversar, por isso a sala só se esvaziava depois da meia-noite.
Harry foi buscar a capa da invisibilidade no malão logo depois do jantar e passou a noite sentado em cima dela, esperando a sala se esvaziar. Fred e Jorge desafiaram Harry e Rony para umas partidas de snap explosivo, e Gina se sentou para apreciar, muito quieta na cadeira que Hermione geralmente usava. Os dois amigos perdiam todas as partidas de propósito, tentando terminar o jogo depressa, mas mesmo assim, já era mais de meia-noite quando Fred, Jorge e Gina finalmente foram se deitar.
Harry e Rony esperaram até ouvir os ruídos distantes das portas dos dormitórios se fechando antes de apanhar a capa, atirá-la sobre seus corpos e sair pelo buraco do retrato.
Foi outra travessia difícil do castelo, evitando esbarrar nos professores. Finalmente chegaram ao saguão de entrada, puxaram o trinco das portas de carvalho, esgueiraram-se entre as duas folhas tentando impedir que elas rangessem e saíram para os jardins banhados de luar.
— Claro — disse Rony abruptamente quando atravessavam o gramado —, podemos chegar à floresta e descobrir que não há nada para seguir. Aquelas aranhas talvez nem estivessem indo para lá. Sei que parecia que se deslocavam naquela direção geral, mas...
A voz dele foi emudecendo cheia de esperança.


– Infelizmente, acho que vocês vão encontrar as aranhas... – Alice disse em voz baixa.


Os garotos chegavam à casa de Hagrid, que parecia triste e pobre com as janelas às escuras. Quando Harry empurrou a porta, Canino ficou louco de alegria de vê-los. Preocupados que ele pudesse acordar todo mundo no castelo com seus latidos fortes e ressonantes, eles lhe deram quadradinhos de chocolate, que grudava os maxilares, de uma lata em cima do console da lareira.
Harry deixou a capa da invisibilidade em cima da mesa de Hagrid. Não precisariam dela na floresta escura como breu.


– É uma boa ideia. – Tiago murmurou – Assim você não perde ela na floresta se alguma coisa acontecer.
– Você se importa mais com a capa do que com ele? – Lily perguntou furiosa.
– Claro que não! – Tiago respondeu rápido – É apenas para que ele não tenha problemas para voltar para o dormitório depois!


— Vamos, Canino, vamos dar um passeio — disse Harry dando palmadinhas na perna, e Canino saiu de casa dando saltos de felicidade atrás deles, correu para a orla da floresta e levantou a perna contra um enorme sicômoro.
Harry puxou a varinha, murmurou "Lumos!" e brilhou uma luzinha na ponta, suficiente para deixá-los ver o caminho à procura das aranhas.
— Bem pensado — disse Rony. — Eu acenderia a minha também, mas você sabe, provavelmente iria explodir ou fazer outra maluquice qualquer...


– É melhor assim mesmo. – Frank murmurou.


Harry bateu no ombro de Rony, apontando para o capim. Duas aranhas solitárias corriam para longe da luz da varinha procurando a sombra das árvores.
— Muito bem — suspirou Rony resignado com o pior. Estou pronto. Vamos.
Então, com Canino correndo à volta, cheirando raízes e folhas de árvores, eles se embrenharam na floresta. Orientados pela luz da varinha de Harry, seguiram o fluxo constante de aranhas que iam pelo caminho. Seguiram-no por uns vinte minutos, sem falar, procurando ouvir outros ruídos que não fossem os dos gravetos estalando ou das folhas rumorejando. Então, quando o arvoredo se tornou mais denso que nunca, de modo que já não avistavam as estrelas no alto, e a varinha de Harry brilhava solitária num mar de trevas, eles viram as aranhas que os guiavam abandonarem o caminho.


Lily apertava a mão de Tiago apavorada.


Harry parou, tentando ver onde as aranhas estavam indo, mas tudo fora do seu pequeno círculo de luz estava escuríssimo. Ele nunca se embrenhara tão fundo na floresta. Lembrava-se vivamente de Hagrid aconselhando-o a não se afastar do caminho da floresta da última vez que estivera ali. Mas o guarda-caça se achava a quilômetros de distância, provavelmente sentado em uma cela de Azkaban, e também lhe dissera para seguir as aranhas.
Alguma coisa úmida encostou na mão de Harry, e ele deu um pulo para trás, esmagando o pé de Rony, mas era apenas o nariz de Canino.
— Que é que você acha? — perguntou Harry a Rony, cujos olhos ele mal conseguia vislumbrar, refletindo a luz de sua varinha.
— Já chegamos até aqui — disse Rony.


– De repente ficou corajoso? – Hermione perguntou a Rony em voz baixa.
    Rony apenas revirou os olhos para ela.


Então os dois acompanharam as sombras velozes das aranhas entrando pelo meio das árvores. Não podiam mais andar muito depressa; havia raízes e tocos de árvores no caminho, pouco visíveis na escuridão quase total. Harry sentia o hálito quente de Canino em sua mão. Mais de uma vez tiveram que parar para que Harry pudesse se agachar procurando as aranhas.
Caminharam pelo que pareceu pelo menos meia hora, as vestes agarrando nos galhos baixos e espinheiros. Passado algum tempo, repararam que o chão parecia estar descendo, embora o arvoredo estivesse mais denso que nunca.
Então Canino soltou de repente um latido que ecoou por todos os lados, fazendo Harry e Rony darem um pulo de fazer a alma se soltar do corpo.
— Que foi? — perguntou Rony alto, olhando a escuridão à volta e segurando o cotovelo de Harry com força.
— Tem alguma coisa se mexendo ali adiante — sussurrou Harry. — Escute... Parece uma coisa grande...
Eles escutaram. A uma certa distância para a direita, a coisa grande estava partindo galhos à medida que abria caminho por entre as árvores.
— Ah, não — exclamou Rony. — Ah, não, ah, não, ah...


– O que era? – Lily perguntou assustada.
– Acho que só deixando Neville ler vamos saber. – Tiago disse tentando acalmar Lily.


— Cale a boca — mandou Harry muito nervoso. — A coisa vai ouvir você.
— Me ouvir? — exclamou Rony numa voz estranhamente aguda. — Ela já ouviu o Canino!
A escuridão parecia estar empurrando para dentro das órbitas dos olhos deles enquanto aguardavam aterrorizados. Ouviram um ronco esquisito e em seguida o silêncio.
— Que acha que ela está fazendo? — perguntou Harry.
— Provavelmente está se preparando para atacar.
Os dois esperaram, tremendo, mal atrevendo a se mexer.
— Você acha que foi embora? — cochichou Harry.
— Sei lá...
Então, para a direita, eles viram um clarão repentino tão intenso, na escuridão, que os dois ergueram as mãos para proteger os olhos. Canino latiu e tentou correr, mas ficou preso num emaranhado de espinhos e latiu ainda mais alto.
— Harry! — gritou Rony, a voz esganiçando de alivio. — Harry é o nosso carro!
— Ande!
Harry acompanhou o amigo como pôde em direção à luz, esbarrando e tropeçando nas coisas e um instante depois saíram numa clareira.
O carro do Sr. Weasley estava parado, vazio, no meio de um círculo de árvores grossas sob uma ramagem densa, os faróis acesos. Quando Rony avançou boquiaberto, ele foi ao encontro do garoto, exatamente como um canzarrão turquesa cumprimentando o dono.


– Aproveitem e saiam dai! – Lily murmurou em direção ao livro.
– O carro ficou na floresta esse tempo todo... – Frank disse impressionado.
– Ainda deve estar lá. – Rony disse dando de ombros – Acho que se acostumou com a liberdade...


— Estava aqui o tempo todo! — disse Rony encantado, andando à volta do carro. — Olhe só para ele. A floresta fez ele virar selvagem...
As laterais do carro estavam arranhadas e sujas de lama. Pelo jeito ele passara a rodar na floresta sozinho. Canino pareceu não gostar nada do carro; ficou colado em Harry, que sentia o cão tremer. A respiração mais calma outra vez, Harry guardou a varinha nas vestes.
— E nós achamos que ele ia nos atacar! — disse Rony, apoiando-se no carro e lhe dando palmadinhas. — Fiquei muito tempo imaginando onde teria sumido!
Harry apurou a vista à procura de sinais de aranhas no chão iluminado, mas todas fugiram da claridade dos faróis.
— Perdemos a pista. Vem, vamos tentar encontrá-las.
Rony ficou calado. Nem se mexeu. Tinha os olhos fixos em um ponto a uns três metros acima do chão da floresta, logo atrás de Harry. Seu rosto estava lívido de terror.


     Lily gemeu, e mais uma vez se abraçou a Tiago escondendo o rosto em seu peito.


Harry nem teve tempo de se virar. Ouviu um som estalado e alto e de repente sentiu uma coisa comprida e peluda agarrá-lo pela cintura e erguê-lo do chão, deixando-o de cara para baixo. Debatendo-se cheio de terror, ele ouviu o mesmo som e viu as pernas de Rony abandonarem o chão, também, e Canino choramingar e uivar — no instante seguinte, ele estava sendo arrebatado para o meio das árvores escuras.
A cabeça pendurada, Harry viu que a coisa que o segurava andava sobre seis pernas imensamente compridas e peludas, as duas dianteiras agarravam-no com firmeza sob um par de pinças pretas e reluzentes. Atrás, ele ouvia outro bicho igual, sem dúvida carregando Rony.
Estavam entrando no coração da floresta. Harry ouvia Canino lutando para se libertar de um terceiro monstro, ganindo alto, mas Harry não poderia ter berrado nem se tivesse querido; parecia ter deixado a voz no carro lá na clareira.


– Aranhas gigantes? – Lily gemeu nervosa – Por que Hagrid mandou meu filho atrás de aranhas gigantes?
– Talvez para provar que a aranha gigante não é o monstro de Slytherin... – Sirius disse recebendo um olhar apavorante de Lily.


Ele nunca soube quanto tempo ficou nas garras do bicho; só soube que de repente a escuridão diminuiu o suficiente para deixá-lo ver que o chão coberto de folhas agora estava pululando de aranhas. Esticou o pescoço para o lado e percebeu que tinham chegado à borda de uma vasta depressão, uma depressão que fora desmatada, de modo que as estrelas iluminaram claramente a pior cena que ele jamais vira.
Aranhas, aranhinhas como aquelas que cobriam as folhas embaixo. Aranhas do tamanho de cavalos, com oito olhos, oito pernas, pretas, peludas, gigantescas.


– Ok. – Remo disse olhando para Rony com seriedade – Agora também tenho medo de aranhas.
– Fico me perguntando como nunca cruzamos com elas. – Sirius cochichou para Remo.
– Nunca fomos tão fundo na floresta. – Remo respondeu.


O maciço espécime que carregava Harry desceu uma encosta íngreme em direção a uma teia enevoada em forma de cúpula, bem no meio da depressão, enquanto suas companheiras acorriam de todos os lados, batendo as pinças excitadas à vista do carregamento.
Harry caiu no chão de quatro quando a aranha o soltou. Rony e Canino caíram com um baque surdo ao lado dele. Canino não uivava mais, encolhia-se em silêncio onde caíra. Rony era a imagem exata do que Harry sentia. Tinha a boca arreganhada numa espécie de grito silencioso, e seus olhos saltavam das órbitas.
O garoto de repente percebeu que a aranha que o soltara estava falando alguma coisa.
Fora difícil entender, porque ela batia as pinças a cada palavra.
— Aragogue! — a aranha chamou. — Aragogue!


     A mão de Tiago que Lily segurava estava cheia de marcas. A garota havia cravado as unhas nele de tão apavorada que estava, mas Tiago em momento algum reclamou.


E do meio da teia enevoada em forma de cúpula, emergiu lentamente uma aranha do tamanho de um filhote de elefante. Havia fios cinzentos na pelagem do seu corpo e nas pernas negras, e cada olho, em sua feia cabeça provida de pinças, era leitoso. A aranha era cega.


– É uma acromântula? – Tiago e Sirius perguntaram a Remo ao mesmo tempo.
– Acho que sim... – Remo respondeu – Pelo tamanho pelo menos... E por conseguir falar.
– Mas acromântulas são perigosas demais. – Lily gemeu mais uma vez.


— Que é? — disse, batendo rapidamente as pinças.
— Homens — bateu a aranha que apanhara Harry.
— É Hagrid? — perguntou a aranha aproximando-se, os oito olhos leitosos movendo-se vagamente.
— Estranhos — bateu a aranha que trouxera Rony.
— Mate-os — bateu Aragogue preocupada. — Eu estava dormindo...


Lily começou a chorar no peito de Tiago molhando a frente de suas vestes.
– Calma. – Tiago disse passando a mão pelos cabelos dela.


— Somos amigos de Hagrid — gritou Harry. Seu coração parecia ter saltado do peito e ido bater na garganta.
Clique, clique, clique fizeram as pinças das aranhas por toda a depressão.
Aragogue parou.
— Hagrid nunca mandou homens à depressão antes — disse lentamente.
— Hagrid está enrascado — disse Harry respirando muito rápido. — Foi por isso que viemos.
— Enrascado? — exclamou a aranha idosa, e Harry pensou ter sentido preocupação no clique das pinças. — Mas por que o mandou?
Harry pensou em se levantar, mas decidiu o contrário; achou que as pernas não o aguentariam. Então falou do chão, o mais calmo que pôde.
— Na escola acham que Hagrid andou fazendo uma... Uma coisa com os alunos. Levaram ele para Azkaban.
Aragogue bateu as pinças furiosamente, e a toda volta da depressão o som foi repetido pela multidão de aranhas; era como um aplauso, exceto que, em geral, aplausos não faziam Harry sentir náuseas de medo.
— Mas isso foi há anos — disse Aragogue preocupada. — Anos e anos atrás. Lembro-me muito bem. Foi por isso que o fizeram sair da escola. Acreditaram que eu era o monstro que morava na chamada Câmara Secreta. Acharam que Hagrid tinha aberto a Câmara e me libertado.
— E você... Você não veio da Câmara Secreta? — perguntou Harry, que sentia um suor frio na testa.
— Eu! — exclamou Aragogue, batendo as pinças zangada. — Eu não nasci no castelo. Vim de uma terra distante. Um viajante me deu de presente a Hagrid quando eu ainda estava no ovo. Hagrid era só um garoto, mas cuidou de mim, me escondeu num armário do castelo, me alimentou com restos da mesa. Hagrid é um bom amigo e um bom homem. Quando descobriram a garota morta no banheiro e eu fui responsabilizada, ele me protegeu. Tenho vivido aqui na floresta desde então, onde Hagrid ainda me visita. Ele até me arranjou uma esposa, Mosague, e você está vendo como a nossa família cresceu, tudo graças a bondade de Hagrid...


– Acho que alguém aqui deve desculpas a Hagrid por achar que ele tinha libertado um monstro milenar para matar nascidos-trouxa. – Tiago falou olhando para Alice com superioridade.
– Ok, Hagrid não tem nada haver com o monstro da câmara. – Alice bufou resignada – Mas isso não prova que Lockhart está errado.
– O que ele precisa fazer para você acreditar que ele é um babaca? – Frank perguntou com um suspiro.
Alice não respondeu, não queria dar o braço a torcer.


Harry reuniu o que restava de sua coragem.
— Então você nunca... Nunca atacou ninguém?
— Nunca — falou rouca a aranha. — Teria sido o meu instinto, mas por respeito a Hagrid, eu nunca fiz mal a um ser humano. Não conheço parte alguma do castelo a não ser o armário em que cresci. A nossa espécie gosta do escuro e do silêncio...
— Mas então... Você sabe o que matou aquela garota? — perguntou Harry. — Porque a coisa que matou está de volta atacando pessoas outra vez...
Suas palavras foram abafadas por uma eclosão de cliques e o ruído de muitas pernas longas a se agitar com raiva; grandes sombras escuras moveram-se a toda volta.
— A coisa que mora no castelo — disse Aragogue — é um bicho que nós aranhas tememos mais do que qualquer outro. Lembro-me muito bem como supliquei a Hagrid que me deixasse ir embora, quando senti a fera rondando pela escola.
— O que é? — perguntou Harry pressuroso.
Mais cliques altos, mais movimentos; as aranhas pareciam estar fechando o cerco.
— Nós não falamos nisso! — disse Aragogue com rispidez. — Não mencionamos seu nome! Eu nunca disse nem a Hagrid o nome daquele temível bicho, embora ele tenha me perguntado muitas vezes.


– Só pode ser o basilisco. – Sirius disse decidido – Não há nada que aranhas temam mais do que basiliscos.
– Quer dizer que tenho que escolher se quero meu filho perto de uma acromântula ou de um basilisco? – Lily disse entre soluços, com a voz extremamente fina.
– Vai dar tudo certo. – Tiago disse acariciando os cabelos dela.


Harry não quis insistir no assunto, não com as aranhas se aproximando por todos os lados.
Aragogue parecia ter-se cansado de falar. Estava recuando lentamente para sua teia em forma de cúpula, mas as outras aranhas continuaram a se aproximar devagarinho de Harry e Rony.
— Bem, então vamos embora — falou Harry, desesperado, a Aragogue, ouvindo as folhas farfalharem às suas costas.
— Embora? — repetiu Aragogue lentamente. — Acho que não...
— Mas... Mas...
— Meus filhos e minhas filhas não fazem mal a Hagrid, porque eu assim ordeno. Mas não posso negar a eles carne fresca, quando ela entra com tanta boa vontade em nosso ninho. Adeus, amigo de Hagrid.
Harry virou-se depressa. A poucos passos, erguendo-se acima dele, havia uma parede maciça de aranhas, dando cliques, os muitos olhos brilhando nas cabeças feias.
Mesmo enquanto pegava a varinha, Harry percebeu que não ia adiantar. Havia aranhas demais, mas ao tentar se levantar, pronto para morrer lutando, ouviu uma nota alta e longa, e um clarão de luz atravessou a depressão.
O carro do Sr. Weasley roncou encosta abaixo, os faróis acesos, a buzina tocando, derrubando aranhas para os lados; várias foram atiradas de costas, as múltiplas pernas sacudindo no ar. O carro parou cantando os pneus diante dos garotos e as portas se abriram.


– Isso! – Sirius gritou satisfeito.


— Apanhe o Canino! — gritou Harry, mergulhando no banco da frente; Rony agarrou o cão pela barriga e atirou-o, ganindo, no banco de trás, as portas se fecharam.
Rony nem tocou no acelerador, pois o carro não precisou disso; o motor roncou e eles partiram, atropelando mais aranhas. Subiram a encosta a toda velocidade, saíram da depressão e logo estavam correndo pela floresta, os ramos fustigando as janelas do carro enquanto ele rodava com inteligência pelos vãos mais largos, seguindo um caminho que obviamente conhecia.
Harry olhou de esguelha para Rony. A boca do amigo continuava aberta num grito silencioso, mas seus olhos não estavam mais arregalados.
— Você está bem?
Rony olhava fixo para frente, incapaz de responder.


– Claro que eu não estava bem! – Rony bufou – Se eu já tinha medo de aranhas antes disso, imagina agora!


Eles rodaram pelo mato rasteiro, Canino uivando alto no banco de trás, e Harry viu o espelho lateral se partir ao tirarem um fino de um grande carvalho.
Depois de dez minutos de estrépito e saculejões, as árvores foram se espaçando e Harry pôde novamente ver pedaços do céu.
O carro parou tão de súbito que eles quase saíram pelo para-brisa. Tinham chegado à orla da floresta. Canino atirou-se contra a janela tal era a sua ansiedade para sair e quando Harry abriu a porta, ele disparou por entre as árvores para a casa de Hagrid, o rabo entre as pernas. Harry desceu também e, passado pouco mais de um minuto, Rony pareceu recuperar a sensibilidade nas pernas e o seguiu, ainda de pescoço duro e olhar fixo. Harry deu uma palmadinha de agradecimento no carro enquanto ele dava marcha a ré na floresta e desaparecia de vista.
Harry voltou à cabana de Hagrid para apanhar a capa da invisibilidade. Encontrou Canino tremendo debaixo de um cobertor no seu cesto. Quando Harry saiu de novo, encontrou Rony vomitando violentamente na horta de abóboras.
— Siga as aranhas — disse Rony, fraco, limpando a boca na manga. — Não vou perdoar o Hagrid nunca. Temos sorte de estar vivos.


– Não sei se posso perdoar Hagrid por isso. – Lily disse ainda tremendo nos braços de Tiago.


— Aposto como ele pensou que Aragogue não faria mal a amigos dele.
— Este é exatamente o problema de Hagrid! — retrucou Rony, dando murros na parede da cabana. — Ele sempre acha que os monstros não são maus por natureza, e olhe onde é que ele foi parar! Numa cela em Azkaban! — Rony tremia sem parar agora. — Para que foi que ele nos mandou lá? Que foi que descobrimos? Eu gostaria de saber.
— Que Hagrid nunca abriu a Câmara Secreta — disse Harry, atirando a capa sobre Rony e cutucando-o no braço para fazê-lo andar. — Ele era inocente.
Rony bufou. Evidentemente, criar Aragogue em um armário não correspondia à ideia que ele fazia de ser inocente.
Quando o castelo surgiu mais próximo, Harry ajeitou a capa para ter certeza de que os pés dos dois estavam escondidos, depois entreabriu as portas de entrada, que sempre rangiam. Atravessaram cautelosamente o saguão de entrada e subiram a escada de mármore, prendendo a respiração ao passar pelos corredores que as sentinelas vigilantes percorriam. Finalmente alcançaram a segurança da sala comunal da Grifinória, onde o fogo da lareira se consumira até virar uma cinza luminosa. Tiraram a capa e subiram a escada em caracol para o dormitório.
Rony caiu na cama sem se dar o trabalho de tirar a roupa.
Harry, porém, não sentia sono. Sentou-se na borda de sua cama de colunas, pensando em tudo que Aragogue dissera.
A coisa que se escondia em algum lugar do castelo, pensou, parecia uma espécie de monstro Voldemort — nem mesmo outros monstros gostavam de nomeá-lo. Mas ele e Rony não estavam nem perto de descobrir o que era, nem como petrificava suas vítimas. Até mesmo Hagrid jamais soubera o que havia na Câmara Secreta.
Harry puxou as pernas para cima da cama e se recostou nos travesseiros, espiando a lua brilhar para ele através da janela da torre.
Não conseguia ver o que mais poderiam fazer. Tinha encontrado becos sem saída por todos os lados. Riddle apanhara a pessoa errada, o herdeiro de Slytherin escapara, e ninguém saberia dizer se era a mesma pessoa ou outra diferente, que abrira a Câmara desta vez. Não havia mais ninguém a quem perguntar. Harry ficou deitado, ainda pensando no que Aragogue dissera.


– Riddle pegou a pessoa errada sabendo que era a pessoa errada. – Tiago murmurou – É óbvio que o diário dele tem algo haver com a reabertura da câmara. Resta saber como exatamente ele pode ter enfeitiçado o diário para isso.
Todos prestavam atenção nos pensamentos de Tiago em silêncio.
– Por isso Dumbledore falou que o problema não era o quem, e sim o como... – Tiago continuou – Ele sabe que foi Riddle da primeira vez, só não tinha provas para incriminá-lo... Então é claro que é Riddle dessa vez, e o como é através do diário. – Tiago levantou os olhos e viu que todos o observavam com atenção.
– Continua! – Sirius disse encarando o amigo – Acho que estava chegando a algum lugar.
– Acho que Riddle enfeitiçou o diário de alguma forma para que a pessoa que o pegasse abrisse a câmara... – Tiago disse com um suspiro – Mas não sei como.
– Não conheço nenhum feitiço que faria isso. – Severo disse pensativo.
– Mas com certeza é um feitiço das trevas. – Remo disse nervosamente – O que mais obrigaria alguém que não quer a matar outras pessoas?
– Império? – Frank perguntou tentando pensar com os outros.
– Como através do diário? – Sirius perguntou descartando a hipótese.
– Talvez algo muito pior. – Lily disse sombria pondo fim ao assunto.
Neville voltou a ler.


O sono vinha chegando quando o que lhe pareceu a ultimíssima esperança lhe veio à cabeça e ele de repente se sentou na cama.
— Rony — sibilou no escuro — Rony...
O amigo acordou com um ganido como o de Canino, correu os olhos arregalados à volta e viu Harry.
— Rony, aquela garota que morreu. Aragogue disse que ela foi encontrada no banheiro — falou Harry sem dar atenção aos roncos fungados de Nevillle que vinham de um canto. — E se ela nunca saiu do banheiro? E se ela continua lá?
Rony esfregou os olhos, franzindo a cara para a lua. E então ele também entendeu.
— Você não acha que... Não a Murta Que Geme?


– Pronto. – Tiago disse olhando para Harry satisfeito – Agora vocês vão chegar a algum lugar!
– E talvez nos ajudem a chegar a algum lugar também. – Remo disse.
– Vocês acham que a Murta sabe alguma coisa? – Alice perguntou evitando olhar para Tiago – Ela não teria contado a Dumbledore se soubesse?
– Não sei se Dumbledore chegou a perguntar a ela. – Sirius disse dando de ombros.
– Talvez ela saiba onde fica a câmara. – Tiago disse esperançoso.
– Acho que não... – Lily disse um pouco mais calma do que esteve durante o capítulo.
Frank pegou o livro.
– Capítulo XVI – A câmara secreta.

                                                              ~~ x ~~ 


Olá leitores queridos, as coisas por aqui andam meio difíceis, não é? Ando com dificuldade de entrar no site, e para os que estão comentando que não conseguiram comentar pelo site novo, eu também não consigo usar direito o site novo ainda, então estou postando pelo antigo e lendo os comentários de vocês pelo antigo, mas pelo que sei tudo que entra no antigo vai para o novo também, então não faz muita diferença.
Quanto ao sorteio, estou pensando em sortear um livro para vocês, nada muito caro, é claro, mas escolhido com todo o amor e carinho, e com uma dedicatória. Só vai valer para quem comenta regularmente, e eu vou procurar nos capítulos para ter certeza de que estou dando um presente para um leitor de verdade. E vou fazer o sorteio pelo facebook por que é bem mais simples. Então assim que chegarmos aos 75 leitores, nessa fic ou na próxima, eu posto aqui o link para o sorteio, quem ganhar vai ter que me passar o username do FeB para eu procurar aqui e o endereço para eu enviar o presente.

carol Lestrange: Já já chegamos em PdA, acabei o capítulo 6 de PdA hoje, e faltam poucos capítulos de CS.
Inghara: Fico feliz que esteja gostando. Espero te ver comentando mais.
LilyLuppin2: =)
Bia Ginny Potter: Tiago é um amigo muito fiel, principalmente com Sirius, mas vamos ver como ele vai reagir, não é? Mesmo não tendo medo de aranhas, aranhas gigantes são outra história, não é. Eu li todos os livros por um site, eles são inteiros e muito bem traduzidos, se não achar para pegar emprestado entra no: http://bloglivroson-line.blogspot.com.br/, você vai encontrar todos os livros que já saíram, ela tem HP também, é lá que pego os livros para postar aqui. Achei alguns personagens meio rasos também, mas no geral é um livro bom para se distrair. E a maioria de vocês merece o sorteio sim, estão comigo a tanto tempo...
Marlene.M.Black: Eu gostei mais dos Heróis do Olimpo, talvez pela narração em terceira pessoa e os personagens um pouco mais velhos... Quanto a Tiago, ele é do tipo bom amigo e fiel, principalmente com Sirius, mas vamos ver o que vai acontecer...
LULU789: Pode acreditar em mim, sei exatamente a dificuldade que você teve, pois foi a mesma que tive para postar e para entrar e ler os comentários... Mas agora parece que agora estabilizou. Expliquei o sorteio ali em cima, se ainda tiver alguma dúvida pode falar. Sempre que leio esse capítulo me lembro de eu criança com meus amigos jogando super mario no super nintendo e dizendo que era minha vez e eu dispensando eles com a mão por que não conseguia parar de ler. Hahaha. Espero continuar indo bem, acabei de escrever o capítulo 6 de PdA, estou com dificuldade, e acho que não está muito bom... Mas talvez seja só minha insegurança.
Nath Tsubasa Evans: Eu também amo muito Dumbledore, de certa forma eu entendo os motivos dele para as coisas que ele fez, mas acho que seria difícil para Harry, Rony e Hermione também, talvez se o pessoal do futuro não estivesse participando eu poderia ter colocado o Dumbledore, mas não os dois. A mãe de Tiago é muito boa em adivinhação na minha fic, ele disse isso lá em PF... O que eu estou mais ansiosa para escrever é OdF, além de PdA é claro... Mas são os mais difíceis, ambos por causa de Sirius. O FeB está meio esquisito mesmo, com todas essas mudanças algumas coisas então bem complicadas, mas não deixe de acompanhar, ok?
Mari Weasley Greengrass: Sei bem como é, eu também tive muita dificuldade de entrar para postar da outra vez, mas agora parece que está normal. Não sabia dessa de que um dos 7 semideuses ia morrer, que tristeza... Fico me perguntando quem será, mas acho provavel que seja o Frank, ou talvez o Hazel, os dois tecnicamente deviam estar mortos, não é? Fico feliz que tenha feito uma conta para comentar essa fic. Comente mais, só para eu saber o que está achando e essas coisas!
Flávia Villaça: Mione não sabia desde o inicio que Harry é ofidioglote, e nem tem todas as informações sobre o mundo bruxo que Tiago tem, não é? Em PdA o Tiago talvez esteja distraido demais pensando em Sirius para pensar em vira-tempos, mas talvez alguma outra pessoa perceba... Já li em algum lugar que não há vida em Azkaban, que a maioria dos prisioneiros apenas fica no canto se corroendo pelos seus crimes e tendo qualquer esperança sugada pelos dementadores. Eles param de perceber a passagem do tempo e de perceber as pessoas à sua volta, só veem escuridão... Mas Sirius conseguiu manter a consciencia apenas por saber que era inocente, não era uma esperança, era uma obsessão.
Clara Black Potter: Em Percy Jackson eu também achei a escrita fraca, principalmente por que livros em primeira pessoa raramente me prendem, mas achei a escrita de Heróis do Olimpo bem mais evoluida... Anyway, logo logo a Alice vai enxergar a verdade, Lockhart é o herói dela, é difícil acreditar que nosso herói é um panaca...
Steffany Oliveira dos Santos: Vi que você comentou em quase todos os capítulos, fico feliz que tenha nos alcançado para eu poder te responder! Quais são as suas séries? Eu sou fanática por algumas séries, nem consigo esperar... hehe. Estou no capítulo 7 de PdA, acabei o 6 hoje.
ste_panza: Tiago confia demais em Sirius, mas talvez seu raciocínio fique bastante prejudicado por ver seu amigo sendo acusado de ser um comensal da morte... Harry, Rony e Hermione são um trio e ponto final, mesmo ela estando petrificada eles não teriam resolvido tudo se não fosse pela inteligência dela. Minha favorita é HP é claro, mas eu só comecei a ler outras séries agora, eu sempre preferi ler livros avulsos. Não tenho paciência de esperar lançar o próximo, eu quase morri para esperar lançar RdM e praticamente obriguei minha mãe a comprar o livro importado em inglês, tamanha a minha ansiedade.
Viih Lovegood: Pode ter certeza de que assim que eu puder eu vou ler a sua fic, salvei o link dela aqui no meu computador e assim que me sobrar um tempinho entro e leio... Nunca fui com a cara do Fudge, mas quando ele colocou Umbridge para dentro de Hogwarts fiquei com raiva dele. Sempre achei ele um idiota que não sabe mandar e deixa todo mundo passar por cima dele. Eu por enquanto só estou usando o site antigo mesmo, parece que tudo o que é postado no antigo vai pro novo, então por hora está tudo bem.
sasa lovegood: O que aconteceu com a resposta pro seu comentário daquela outra vez foi culpa minha, eu quem esqueci de colocar seu nome em negrito mesmo. Nunca seria como HP, mas achei PJO legal... Gostei mais de HdO. Lily é muito mais passional do que a Hermione. Ela fica muito mais revoltada com essas coisas de sangue-ruim do que a Mione, mas talvez seja por que a Lily tinha um melhor amigo que começou a fingir que não a conhecia e etc por causa dessas coisas de pureza de sangue, já Hermione nunca sofreu em ver um amigo tratando ela mal por causa de seu sangue.
MionGinnyLuna: Já já nós chegamos em PdA, acabei de acabar o capítulo 6!
Day Caracas: Eu realmente não devia ter começado a ler Percy Jackson, não tenho mais essa paciência para esperar livro como eu esperava antigamente... Essas séries eu também não li ainda, mas não sei se vou ler ou não, tenho tanta coisa para fazer esse ano...
Luiza Granger Malfoy: Consegui chegar ao capítulo 7, mas agora acho que está fluindo bem melhor. A Gina vai sofrer agora, mas pelo menos ela não vai sofrer tanto quanto os outros depois... Você mora onde? No Rio? É realmente cansativo ir e voltar de Niterói todo dia, o transito é terrivel... Imagino que pegar a barca seja tão ruim quanto, já que vive lotada... Vou sortear um livro, vou escolher de acordo com quem ganhar. Nada muito caro, mas dado com muito amor e carinho.
Beatriz Corleone: Achei os Heróis do Olimpo muito mais interessantes... Mas logo você vai ver. Todo mundo teve problema com as contas, fiquei morrendo de medo de perder a minha, se perdesse não sei o que faria com as fics, não é?


É isso pessoal, espero todos vocês comentando e me dizendo o que pensam! Até o próximo!


 

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Comentários (23)

  • Helena

    Coitada da Lily, ainda tem muitas lágrimas para derramar.

    2018-09-11
  • Luiza Snape

    Mel dels que capítulo maravilhosoooooo, ai amei. :D Acho que a Lily vai ter um treco quando ver que Harry e Rony entraram lá na camara secreta. :D Eu só fico imaginando o Lupin sendo professor de DCAT e vendo o futuro dele, e o Sirius tb, alias acho que ele vai ficar bem triste em saber que foi enganado.  

    2014-03-14
  • Lizz Lupin

    Bem, eu criei uma conta na FeB por causa da sua fanfiction e também por que eu  queria relatar um possivel plagio, perdoe-me se for um equivoco.Eu estava procurando uma fic dos Marotos e encontrei uma entitulada "Lendo o futuro" na fanfiction.net e raparei em muitas semelhancas entre as duas fics, semelhaças obvias.Sobre a fic: Eu estou amando e amando cada capitulo mais,  fico me perguntando qual a reação de cada personagem em momentos engraçados e envergonhantes como por exemplo: o primeiro beijo do Harry, o Ron tentando chamar a atenção da Mione no sexto livro, o Harry apaixonado pela Gina, o Ron percebendo que a Mione é uma garota, o beijo no quarto (Harry e Gina), o Primeiro beijo RonMione, o ciume do Ron, quando o Krum e o Harry conversam no casamento da Fleur, e etc... E também em momentos que me fizeram chorar horrores e ficar revoltada como: a traição do Rabicho, a injustiça com o Sirius, a morte do Cedrico, a morte do Sirius, a morte do tio Dumby, o Remo abadonar a Tonks, o Ron ir embora, a tortura da Hermione, a morte do Dobby (Quando eu li essa parte eu estava deitada na minha cama, fiquei em possição fetal, chorando o resto da tarde) a morte do Fred (idem), a morte do Remo ( eu gosto de bricar com as minhas amigas que eu sou filha do Remo e ela do Sirius, eu quase morri lendo que ele morreu e morro lendo Fanfiction sobre o acontecido), a morte do Severo (Na verdade, eu não fico triste nem chorosa com a morte dele, mesmo depois de tudo que ele fez eu ainda não o perdooei por ser tão maldoso com TODOS, se ele fosse malvado só com o Harry eu entederia que era por causa do James <3, mais não ele era malvado com todo mundo.).Bem, eu espero ansiosa por sua versão de todos os fatos acima citados e tenho certeza que voce não me decepcionara por que voce é uma escritora incrivel.Sinceramente sinto muito não ter comentado antes mais como eu disse anteriormente eu realmente não tinha uma conta no FeB e criei por causa da sua história, do suposto plagio e do fato de eu ser uma pensadora de histórias nas horas vagas e achar no fundo que eu estava te devendo uma comentario desde de MLHP e a Pedra Filosofal (Não que voce precise de mais um comentario, MEU DEUS VOCE TEM UM MONTE).Beijos e que Merlim mande um monte de cartas de Hogwarts para voce e para mim. 

    2014-03-13
  • ste_panza

    Ok, xingando mentalmente aqui... Outra vez tinha escrito um comentário lindo e fofo, mas a FeB deu problema e nem apareceu... Olha só, sou a 20 pessoa a comentar... É muita gente... Ainda mais para a FeB dando problema direto...Então, falando sobre o capítulo. Reconheço que nem gosto muito dele, talvez porque eu, no auge dos meus 7 anos, não tinha paciência para esses parágrafos enormes e explicativos e, nesse caso, a primeira impressão foi a que ficou. Ou talvez seja porque eu realmente sinto falta da Hermione, aposto como ela acharia uma loucura esse negócio de siga as aranhas e que ela teria brigado horrores com o Harry e o Ron sobre eles terem ido na Floresta Proibída. No entanto, uma das melhores cenas de comédia do livro inteiro é o Ron com seus problemas com aranhas, o que depois desse episódio, qualquer um ultrapassaria o limite de trauma... OMG, não é possivel que a Alice nunca vai dar o braço a torcer... Não vejo a hora de ela admitir que tava errada sobre o Lockhart, porque é tão óbvio... Agora, eu realmente duvido que alguém acerta onde é a entrada da Câmara Secreta, é incomum demais, até mesmo para o Tiago, aliás, até imagino ele e o Sirius torturando o Harry para abrir a Câmara Secreta só para eles verem como é lá dentro...Sério, um dia eu quero ver uma disputa entre o Tiago e a Hermione de quem tem o raciocinio mais rápido, porque os dois me assustam. Provavelmente nessa parte do livro, o Tiago ganharia, por ter mais experiência com o mundo bruxo, mas a briga seria boa nos ultimos livros...AHHH, amei a ideia de você sortear um livro, seria maravilhoso, mesmo sabendo que eu dificilmente ganharia por ser pé fria... =xNossa, o seu caso com livros foi ao contrário do meu, sempre li séries e só agora que comecei a ler uns livros avulsos, mas é realmente um saco ficar esperando o lançamento da sequência, também porque você sempre acaba esquecendo de detalhes e partes do livro anterior... Bom, acho que era isso... Parabéns pelo seu capítulo, que ficou incrível (mesmo não gostando muito desse capítulo no livro) e parabéns também por todo esse tanto de leitores e pessoas que estão comentando, isso só evidencia o quão bem você escreve, já que mesmo com a FeB dando problema, o numero de leitores só aumentou...Até mais =) 

    2014-03-13
  • Mari Weasley Greengrass

    Estou A-D-O-R-A-N-D-O a fic! A partir de agora começa a ficar mais interessante... As revelações, as Horcruxes, os romances... Admito que eu quero saber a reação deles sobre o Snape mais do que sobre o Rabicho. E os pais do Neville. E o R.A.B. E o epílogo. Todos esses são muito mais interessantes do que um rato imundo que ninguém gosta.

    2014-03-11
  • Beatriz Corleone

    Meu merlim ! estou quase surtando,cada vez mais louca para ler os proximos caps. e chegar no pda.Eu adoraria saber como vc consegue escrever tão bem a cada cap me impressiono mais com sua escrita e como sempre o cap estava mais que perfeito ainda bem que vc ñ perdeu a conta ñ quero nem imaginar  como seria esperando o proximo bjs. 

    2014-03-11
  • Daniela Staudt

    Oi estou adorando a sua fic, ansiosa para o proximo capitulo e imaginando quando escrever os proximos livros bjs... :) 

    2014-03-10
  • IzabelR

    Vou confessar: Pulei a parte da narrativa das aranhas. DESCULPA. Mas eu tenho muito pavor de aranhas, até ler sobre como elas são me deixa agoniada. i feel you pain Rony. Ok. Agora vamos lá comentar os dois capitulos. Essa parte me deixa muito emocional, principalmente no filme bc of Harmione. É, eu shipo eles e ninguem pode me julgar. E tbm gosto de ver a dinamica do Ron e do Harry. Agora vc me pergunta: O que eu NÃO gosto nesses livros né. qqq Enfim, os capitulos tavam lindos como sempre. E cada vez mais eu amo o James. OH LORD. Ele é tão JKSGDASGFJ. To mto ansiosa pela reação deles no proximo livro. Tenho uma pergunta pra ti: Quem vc imagina no cast dos marotos? Pq eu tenho ódio eterno do James e da Lily do filme, tipo, eles morreram com 21/22 anos não com quarenta!!!!!!!!

    2014-03-10
  • Gi Molly Weasley

    EEEEEEEEEEEEE AÍ! haha desculpa, Juh, não ter comentados no capítulos anteriores... É que eu não tava conseguindo entrar na fic pra ler... Acho que o potterish tava dando problemas ou sei la! AMEEEEEEEEEEEEEI os capítulos! Continua logo, por favor!  E quanto a Percy Jackson, eu li só a série dos Olimpianos, mas amei! Tio Rick escreve tão bem quando a Tia Jo :D Continuaaaaaaaaaa!

    2014-03-10
  • Maria Eduarda Rieg Weasley

    PARABENS POR MAIS UM CAPITULO INCRIVEL!Nao estuo cm tempo e criatividade entao vai ser meio xoxo o comentarioto adorando a fic e gostei de ver a Lily dando chilique d mae preucupada ooo eu tava relendo HP 5 e tava pensando vc vai tirar as partes dos pensamentos do Harry sobre a Cho??e q tens umas partes bem constrangedoras tipo a Gina vai tipo eu torturo primeiro ou mato logo kkkkke acho q o Tiago ta mtooo inteligente maiss...cm vc falou o Remo so vai se soltar depois d 3 e to cm mtooo medo da reaçoes dos outros tipo mais... to loka pra chegar o proximo e o 6 eu tbm to tendo dficuldade d entra pelo outro entao...vou ficar meio ausenteMais to amando continue assim bj 

    2014-03-10
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