O balaço errante



– O balaço errante.


– Não gostei nada do nome desse capítulo. – Lily bufou.


– É lógico que é sobre quadribol. – Sirius disse – Mas me parece ruim ter um balaço errante em um jogo...


– Espero que não aconteça nada de ruim com Harry. – Lily disse nervosa.


 


Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Profº. Lockhart não trouxera mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos, e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral ele escolhia Harry para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento o garoto fora obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, um iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.


 


– Se ele fez qualquer uma dessas coisas como meus sapatos. – Remo disse categórico.


– Aposto que ele roubou essas histórias de outras pessoas. – Sirius disse concordando.


                Alice bufou irritada e fez sinal para que Gina voltasse a ler.


 


Harry foi chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem. Se não tivesse uma boa razão para deixar Lockhart de bom humor, ele teria se recusado.


— Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena... Vamos, Harry mais alto, bom, o pelo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror dos ataques de lobisomem.


 


                Remo soltou uma risada pelo nariz, Sirius e Tiago caíram na gargalhada, e logo Harry, Rony e Hermione estavam rindo com eles. Nenhum dos outros via o motivo da graça, a não ser Severo que esclareceu.


– O feitiço Homorfo não faz um lobisomem voltar a ser humano, e lobisomens se transformam todos os meses na lua cheia e com isso é impossível que ele tenha realmente livrado a cidade do lobisomem. – Severo falou entediado.


– Ele não deve ter se expressado bem. – Alice bufou cruzando os braços – Ele deve ter tentado dizer que dominou o lobisomem e depois quando o dia amanheceu ele se tornou um homem de novo. E ele deve ter levado o lobisomem para outro lugar para proteger a aldeia.


– Como se um lobisomem fosse culpado por ser um lobisomem, e as pessoas pudessem simplesmente joga-lo de um lugar para o outro como um indigente? – Tiago perguntou a Alice revoltado.


– Lobisomens são perigosos, Tiago. – Alice respondeu sem entender a indignação do amigo.


– Pessoas preconceituosas como você são mais! – Sirius respondeu com selvageria.


– Não estou entendendo nada. – Lily disse olhando de Tiago para Sirius com o olhar perdido.


– Só acho que não se deve julgar ninguém por uma condição que não seja culpa da pessoa. – Tiago falou alto – Não julgo pessoas por serem nascidas-trouxas, – ele falou olhando para Lily – nem por terem levado uma mordida de um lobisomem e por isso se tornarem um, nem por serem puro sangue...


– Mas julga sonserinos... – Alice disse como se achasse o discurso de Tiago muito hipócrita.


– Não, minhas inimizades com sonserinos tem fundamentos. – Tiago disse categórico.


– Que fundamentos? – Alice respondeu ríspida.


– A maior parte dos sonserinos já chamou o Sirius de anormal, ou a Lily de sangue-ruim. – Tiago respondeu encarando Alice – Entre outras coisas, se você não acha que lealdade aos meus amigos é um bom fundamento, então não sei o que você poderia achar bom.


                Alice bufou, não via sentido algum em toda aquela discussão. Não entendia por que Tiago havia ficado tão irritado por ela falar que lobisomens são perigosos, mas resolveu não continuar a discussão.


                Remo, Sirius e Tiago trocaram um olhar que intrigou Lily. Mas antes que ela pudesse falar alguma coisa, Gina voltou a ler.


 


A sineta tocou e Lockhart ficou em pé.


— Dever de casa... Compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga! Exemplares autografados de O Meu Eu Mágico para o autor do melhor trabalho!


Os alunos começaram a sair. Harry voltou ao fundo da sala, onde Rony e Mione esperavam.


— Prontos? — murmurou Harry.


— Espere até todos saírem — pediu Mione nervosa. — Certo...


Ela se aproximou da mesa de Lockhart, um papelzinho seguro firmemente na mão, Harry e Rony logo atrás.


— Ah... Profº. Lockhart? — gaguejou Mione. — Eu queria... Retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma ideia geral do assunto. — Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. — Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize, tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se Divertir com Vampiros sobre os venenos de ação retardada...


— Ah, Como se divertir com vampiros!— exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. — Possivelmente é o livro de que mais gosto. Você gostou?


— Gostei — disse Hermione depressa. — Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá...


— Bem, tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê à melhor aluna do ano uma ajudinha extra — disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavio. — Bonita, não é? — disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Rony. — Em geral eu a uso para autografar livros.


 


– Esse pateta assinaria qualquer coisa que ficasse parado na frente dele por tempo o bastante. – Frank disse maldoso.


                Alice resolveu não responder, não queria arranjar mais uma discussão.


 


Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.


— Então, Harry — disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com dedos nervosos e o guardava na mochila. — Creio que amanhã é a primeira partida de Quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradicação das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes...


 


– Jogadores menos capazes? – Tiago perguntou irritado – Alguém precisava mostrar a ele o lado certo da vassoura em todos os jogos.


 


Harry fez um barulhinho discreto na garganta e saiu correndo atrás de Rony e Hermione.


— Eu não acredito — disse ele quando os três examinaram a assinatura no papel. — Ele nem olhou o nome do livro que queríamos.


— É porque ele é um panaca desmiolado — disse Rony. — Mas quem se importa, temos o que precisávamos...


— Ele não é um panaca desmiolado — disse Hermione em voz alta quando se dirigiam quase correndo à biblioteca.


— Só porque ele disse que você é a melhor aluna do ano...


Eles baixaram a voz ao entrar na quietude abafada da biblioteca. Madame Pince, a bibliotecária, era uma mulher magra e irritável que parecia um urubu subnutrido.


— Pociones Muy Potentes? — repetiu ela desconfiada, tentando tirar a autorização da mão de Hermione; mas a garota não deixou.


— Eu pensei que talvez pudesse guardar a autorização — disse Hermione ofegante.


— Ah, qual é? — protestou Rony, arrancando a autorização da mão dela e entregando-a a Madame Pince. — Nós lhe arranjamos outro autógrafo. Lockhart assina qualquer coisa que fique parada tempo suficiente.


 


                Frank concordou com Rony enfático.


 


Madame Pince ergueu o papel contra a luz, como se estivesse decidida a descobrir uma falsificação, mas a autorização passou no teste. Ela desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.


Cinco minutos depois, estavam barricados mais uma vez no banheiro interditado da Murta Que Geme. Hermione tinha vencido as objeções de Rony lembrando que seria o último lugar em que alguém sensato iria, e com isso garantiram alguma privacidade.


 


– É o lugar perfeito para preparar poções ilegais. – Hermione disse dando de ombros.


                Sirius e Tiago riram.


 


Murta Que Geme chorava alto no seu boxe, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.


Hermione abriu o Pociones Muy Potentes com cuidado, e os três se debruçaram sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produziam efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma bruxa com vários pares de braço que saíam da cabeça.


— Aqui — exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada “A Poção Polissuco”. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras. Harry sinceramente desejou que as expressões de dor intensa em seus rostos fossem imaginação do artista.


— Esta é a poção mais complicada que já vi — disse Hermione quando examinavam a receita. — Hemeróbios, sanguessugas, descutainia e sanguinária — murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. — Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos... Ah, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde vamos arranjar isso... Pele de ararambóia picada, essa vai ser uma fria também... E, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.


 


– Esses ingredientes só podem ser encontrados no armário do professor. – Lily disse impressionada. – Duvido que vocês consigam roubar os ingredientes, e se conseguirem, não devem conseguir fazer a poção.


– Quer apostar que Hermione consegue? – Tiago estendeu a mão para Lily e levantou uma sobrancelha.


– Não... – Lily disse baixando os olhos. – Já aprendi a não apostar com vocês...


 


— Dá para repetir isso? — pediu Rony ríspido. — Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não vou tomar nada que tenha unhas do pé de Crabbe dentro...


Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.


— Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim...
Rony virou-se, sem fala, para Harry, que tinha outra preocupação.


— Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, Mione? Pele de ararambóia picada, decididamente não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa ideia...


 


– E esse é o momento histórico onde Hermione queria quebrar um regra e Harry foi contra. – Sirius disse impressionado – Ainda bem que temos os registros aqui para provar isso.


 


Hermione fechou o livro com força.


— Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo. — Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. — Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem. Acho que ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...


— Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento — disse Rony — Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?


— E quanto tempo vai levar para preparar a poção? — perguntou Harry, de cara feliz, quando Hermione reabriu o livro.


— Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... Eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.


 


– É uma poção realmente difícil... – Lily comentou encarando Hermione.


 


— Um mês? — exclamou Rony. — Até lá, Draco poderia atacar metade dos nascidos trouxas na escola! — Mas os olhos de Hermione tornaram a se estreitar perigosamente e ela acrescentou depressa:


— Mas é o melhor plano que temos, portanto, vamos tocar para frente a todo vapor!


No entanto, quando Hermione foi verificar se a barra estava limpa para eles saírem do banheiro, Rony cochichou para Harry:


— Daria muito menos trabalho se você simplesmente derrubasse Draco da vassoura amanhã.


Harry acordou cedo no sábado e continuou deitado por algum tempo, pensando na partida de Quadribol que se aproximava. Estava nervoso, principalmente quando pensava no que Wood diria se a Grifinória perdesse, mas também com a ideia de enfrentar um time montado nas vassouras de corrida mais velozes que o ouro podia comprar.


 


– Aposto minha vassoura que a Grifinória vai ganhar. – Tiago disse decidido.


– Ninguém aqui apostaria na Sonserina. – Frank respondeu dando de ombros.


– A não ser que Ranhoso queira apostar... – Sirius disse encarando Severo, que apenas revirou os olhos.


 


Nunca tivera tanta vontade de vencer a Sonserina. Depois de passar meia hora deitado ali com as tripas dando nós, ele se levantou, se vestiu e desceu logo para tomar café e já encontrou o resto dos jogadores da Grifinória sentados juntos à mesa comprida e vazia, todos parecendo nervosos e falando muito pouco.


Á medida que às onze horas se aproximaram, a escola inteira começou a tomar o caminho do estádio de Quadribol.


Fazia um dia mormacento com sinais de trovoada no ar. Rony e Hermione vieram correndo desejar a Harry boa sorte quando ele ia entrando no vestiário. O time vestiu os uniformes vermelhos da Grifinória e depois se sentou para ouvir a preleção que Wood sempre fazia antes do jogo.


— Hoje, Sonserina tem vassouras melhores que nós — começou ele. — Não adianta negar. Mas nós temos jogadores melhores nas nossas vassouras. Treinamos com maior garra do que eles, estivemos no ar fosse qual fosse o tempo... ("Quem duvida", murmurou Jorge Weasley. "Não sei o que é estar seco desde agosto")... E vamos fazer com que eles se arrependam do dia em que deixaram aquele trapaceiro do Draco pagar para entrar no time.


 


– Esse foi um discurso motivacional muito melhor do que o do ano anterior! – Tiago disse satisfeito.


– Ele deve ter passado um tempo estudando livros de autoajuda. – Sirius disse rindo.


 


O peito arfando de emoção, Wood virou-se para Harry.


— Vai depender de você, Harry, mostrar a eles que um apanhador tem que ter mais do que um pai rico. Chegue ao pomo antes de Draco ou morra tentando, porque temos que vencer hoje, é muito simples.


 


– Ele não devia ter te pressionado dessa maneira... – Lily falou preocupada.


– Devia sim. – Harry disse com os olhos brilhando com a mesma paixão que os olhos de Tiago. – Eu precisava mostrar a Sonserina.


                Lily revirou os olhos, tinha um filho tão fanático por quadribol quanto Tiago.


 


— Por isso nada de pressioná-lo, Harry — disse Fred piscando o olho.


Quando entraram no campo, foram saudados por um vozerio, muitos vivas, porque a Corvinal e a Lufa-Lufa estavam ansiosas para ver a Sonserina derrotada, mas os alunos da Sonserina nas arquibancadas vaiaram e assobiaram, também. Madame Hooch, a professora de Quadribol, mandou Flint e Wood se apertarem as mãos, o que eles fizeram, lançando um ao outro olhares ameaçadores e pondo mais força no aperto que era necessário.


— Quando eu apitar — disse Madame hooch. — Três... Dois... Um...


Com um rugido de incentivo das arquibancadas, os catorze jogadores subiram em direção ao céu carregado. Harry foi mais alto do que qualquer outro, apertando os olhos à procura do pomo.


— Tudo bem aí, ó Cicatriz? — berrou Draco, passando por baixo dele como se quisesse mostrar a velocidade de sua vassoura.


Harry não teve tempo de responder. Naquele mesmo instante, um pesado balaço negro veio voando a toda em sua direção; ele o evitou por tão pouco que sentiu o balaço arrepiar seus cabelos ao passar.


 


– Não gostei disso. – Lily disse levando os nós dos dedos à boca.


– Levando em conta o nome do capítulo... – Remo comentou também nervoso.


– Vai ficar tudo bem. – Tiago disse calmo – Harry voa muito bem, vai conseguir fugir do balaço...


 


— Esse foi por um triz, Harry! – disse Jorge, emparelhando com ele de bastão na mão, pronto para rebater o balaço para os lados de um jogador da Sonserina. Harry viu Jorge dar uma forte bastonada na direção de Adriano Pucey, mas o balaço mudou de rumo em pleno ar e tornou a voar direto para Harry.


O garoto mergulhou depressa para evitá-lo, e Jorge conseguiu atingir o balaço com força na direção de Draco. Mais uma vez, o balaço voltou como um bumerangue e disparou contra a cabeça de Harry.


 


– É óbvio que alguém adulterou esse balaço. – Sirius disse irritado.


 


Harry imprimiu velocidade à vassoura e voou para o outro extremo do campo. Ouvia o assobio do balaço vindo em seu encalço. Que estava acontecendo? Os balaços nunca se concentravam em um único jogador; sua função era tentar desmontar o maior número possível de jogadores...


Fred Weasley aguardava o balaço no outro extremo. Harry se abaixou quando Fred rebateu o balaço com toda força, desviando-o de curso.


— Peguei você! — berrou Fred alegremente, mas estava enganado; como se estivesse magneticamente atraído para Harry, o balaço saiu atrás dele outra vez, e o garoto foi forçado a voar a toda velocidade.


Começara a chover; Harry sentiu grossos pingos de chuva caírem em seu rosto, molhando seus óculos. Não tinha a menor ideia do que estava acontecendo no jogo até ouvir Lino Jordan, locutor da partida, dizer: "Sonserina na liderança, sessenta a zero...” 


 


                Tiago gemeu de desgosto e sentou-se mais para a ponta do sofá.


 


As vassouras superiores da Sonserina obviamente estavam dando conta do recado, enquanto o balaço furioso estava fazendo o possível para tirar Harry do ar.


Fred e Jorge agora voavam tão junto dele, um de cada lado, que Harry não via nada exceto braços se agitando no ar e não tinha chance de procurar o pomo, muito menos de apanhá-lo.


— Alguém... Alterou... Esse... Balaço... — rosnou Fred, brandindo o bastão com toda força quando o balaço desfechou um novo ataque contra Harry.


— Precisamos de tempo — disse Jorge, tentando simultaneamente fazer sinal a Wood e impedir o balaço de quebrar o nariz de Harry.


Wood obviamente entendera o sinal. O apito de Madame Hooch soou e Harry, Fred e Jorge mergulharam até o chão, ainda tentando evitar o balaço maluco.


— Que está acontecendo? — perguntou Wood quando o time da Grifinória se reuniu à sua volta ao som das vaias da Sonserina.


— Estamos sendo arrasados. Fred, Jorge, onde é que vocês estavam quando aquele balaço impediu Angelina de fazer gol?


— Estávamos seis metros acima dela, impedindo outro balaço de matar Harry, Olívio — respondeu Jorge aborrecido. — Alguém alterou aquele balaço, ele não deixa o Harry em paz. E não tentou pegar mais ninguém o tempo todo. O pessoal da Sonserina deve ter feito alguma coisa com ele.


— Mas os balaços estiveram trancados na sala de Madame Hooch desde o nosso último treino, e não havia nada errado com eles... — disse Wood, ansioso.


Madame Hooch veio andando em direção ao grupo. Por cima do ombro Harry viu o time da Sonserina caçoando e apontando para ele.


— Escutem — disse Harry ao vê-la chegar cada vez mais perto —, com vocês dois voando em volta de mim o tempo todo o único jeito de apanhar aquele pomo é ele entrar voando na minha manga. Se juntem ao resto do time e deixem que eu cuido do balaço errante.


 


– Não seja idiota. – Lily bufou – Esse balaço pode rachar a sua cabeça!


– Ou te matar. – Remo disse preocupado.


 


— Não seja burro — disse Fred. — Ele vai arrancar sua cabeça.


Wood olhava de Harry para os Weasley.


— Olívio, isso é loucura — disse Alicia Spinnet zangada. — Você não pode deixar o Harry enfrentar aquela coisa sozinho. Vamos pedir uma investigação...


 


– Se eles interromperem a partida, perdem. – Tiago disse com um suspiro forte – Olívio e Harry não vão aceitar perder...


– E você também não aceitaria no lugar deles. – Lily disse deixando um pouco de magoa transparecer na voz.


– Como capitão, – Tiago se defendeu – só permitiria que o jogador se arriscasse se ele tivesse certeza do que está fazendo. Mas como jogador, não pensaria duas vezes, continuaria a partida nem que saísse de campo carregado. Entendo os dois.


– Como pode falar que entende que seu filho arrisque a vida por quadribol? – Lily perguntou revoltada cruzando os braços sobre o peito.


– Por que ele entende. – Harry disse decidido – Ele é o único aqui que me entende.


                Lily baixou os olhos ao ouvir aquilo. Conhecia o filho há quatro dias e já estava sendo acusada de não entendê-lo. Enquanto Tiago parecia entender Harry melhor do que qualquer outro. Lily sentiu uma ponta de ciúmes da relação fácil dos dois.


 


— Se pararmos agora, perderemos a partida! — disse Harry. — E não vamos perder para a Sonserina só por causa de um balaço maluco! Anda, Olívio, diz para eles me deixarem em paz!


— Isto é tudo culpa sua — disse Jorge furioso com Wood. — "Apanhe o pomo ou morra tentando", que coisa idiota para dizer a ele...


Madame Hooch se reunira aos jogadores.


— Estão prontos para recomeçar a partida? — perguntou a Wood.


Wood olhou para a expressão decidida no rosto de Harry.


— Muito bem. Fred, Jorge, vocês ouviram o que Harry disse, deixem-no em paz e deixem que ele cuide do balaço sozinho.


A chuva caía mais pesada agora. Ao apito de Madame Hooch, Harry deu um forte impulso para o alto e ouviu o assobio que indicava que o balaço vinha atrás dele. Ganhou cada vez mais altura; fez loops e subiu, espiralou, ziguezagueou e balançou.


Mesmo ligeiramente tonto, mantinha os olhos bem abertos, a chuva molhando seus óculos e entrando por suas narinas quando ele voava de barriga para cima, evitando outro mergulho furioso do balaço. Ele ouvia as risadas do público; sabia que devia estar parecendo muito idiota, mas o balaço errante era pesado e não podia mudar de direção tão rápido quanto Harry; o garoto começou a voar pela orla do estádio como se estivesse em uma montanha-russa, procurando ver as balizas da Grifinória através da cortina prateada de chuva. Adrian Pucey tentava ultrapassar Wood...


Um assobio no ouvido de Harry lhe disse que o balaço deixara de acertá-lo por pouco outra vez; ele imediatamente deu meia-volta e disparou na direção oposta.


 


                Lily suspirou preocupada.


 


— Está treinando para fazer balé, Potter? — berrou Draco quando Harry foi obrigado a dar uma volta ridícula em pleno ar para evitar o balaço e fugir, o balaço rastreando-o a pouco mais de um metro; e então, virando-se para olhar Draco cheio de ódio ele viu... O pomo de ouro. Pairava poucos centímetros acima da orelha esquerda de Draco, e o garoto, ocupado em rir-se de Harry, não o vira.


 


– Dinheiro não compra talento. – Remo disse ferino.


 


Por um momento de agonia, Harry imobilizou-se no ar, sem ousar voar na direção de Draco, com medo de que ele olhasse para cima e visse o pomo.


BAM.


Permanecera parado um segundo a mais. O balaço finalmente atingiu-o, bateu no seu cotovelo e Harry sentiu o braço rachar. Sem enxergar direito, atordoado pela terrível dor no braço, escorregou para um lado da vassoura encharcada, um joelho ainda enganchando-a por baixo, o braço direito pendurado inútil.


 


                Lily gemeu nervosa e escondeu o rosto com as mãos. Tiago apenas se sentou ainda mais na beirada do sofá, quase se levantando.


 


— o balaço retornava a toda para um segundo ataque, desta vez mirando o seu rosto , Harry desviou-se, uma ideia alojada com firmeza no cérebro entorpecido: chegar até Draco.


Através da névoa de chuva e dor, ele mergulhou em direção à cara debochada abaixo dele e viu os olhos de Draco se arregalarem de medo. O garoto achou que Harry ia atacá-lo.


— Que di... — exclamou, inclinando-se para longe de Harry.


Harry tirou a mão boa da vassoura e tentou agarrar o pomo às cegas; sentiu os dedos se fecharem sobre a bola fria, mas agora só estava preso à vassoura pelas pernas, e ouviu-se um urro das arquibancadas quando ele rumou direto para o chão, tentando por tudo não desmaiar.


 


Tiago se ajeitou em seu lugar e olhou para Harry com orgulho. Harry sorriu para o pai satisfeito. Lily deu um forte suspiro, não tinha nada tão forte assim com Harry.


 


Ele bateu no chão, levantando lama, e rolou para o lado para desmontar da vassoura.
Seu braço estava pendurado num ângulo muito estranho; varado de dor, ele ouviu, como se fosse à grande distância, muitos assobios e gritos. Focalizou o pomo seguro na mão boa.


— Aha — disse vagamente. — Ganhamos.


E desmaiou.


Voltou a si, a chuva batendo no rosto, ainda deitado no campo, com alguém debruçado sobre ele. Viu um brilho de dentes.


— Ah, o senhor, não — gemeu.


 


– Ele não! – Tiago, Sirius, Remo e Frank gemeram juntos.


– Ela vai destruir o braço de Harry! – Remo bufou irritado.


– Não sejam bobos. – Alice disse – Ele não vai fazer mal nenhum a Harry.


                Lily revirou os olhos para a amiga. Ela estava cega por Lockhart.


 


— Ele não sabe o que está dizendo — falou Lockhart em voz alta para o ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. — Não se preocupe Harry. Já vou endireitar o seu braço.


— Não! — exclamou Harry. — Vou ficar com ele assim, obrigado...


 


– É preferível. – Tiago disse alarmado – Madame Pomfrey conserta isso perfeitamente em um segundo...


 


O garoto tentou se sentar, mas a dor foi terrível. Ele ouviu um clique conhecido ali por perto.


— Não quero uma foto deste momento, Colin — disse em voz alta.


— Deite-se, Harry — mandou Lockhart acalmando-o. — É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...


— Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? — disse Harry com os dentes cerrados.


— Ele devia mesmo, professor — disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com o seu apanhador machucado. — Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...


Por entre a floresta de pernas à sua volta, Harry viu Fred e Jorge Weasley, lutando para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente.


— Afastem-se — pediu Lockhart, enrolando as mangas de suas vestes verde-jade.


— Não... Não faça isso... — disse Harry com a voz fraca, mas Lockhart agitava a varinha e um segundo depois apontou-a diretamente para o braço de Harry.


Uma sensação estranha e desagradável surgiu no ombro de Harry e se espalhou até a ponta dos dedos da mão. Era como se o braço estivesse se esvaziando. Ele nem se atreveu a verificar o que estava acontecendo. Fechara os olhos, virara o rosto para longe do braço, mas os seus piores temores se confirmaram, as pessoas em volta exclamaram e Colin Creevey começou a fotografar furiosamente. Seu braço não doía mais — e nem de longe se parecia com um braço.


 


– O que esse panaca fez com o braço do meu filho jogador de quadribol? – Tiago gritou revoltado.


– Deve ter sido só um pequeno equivoco. – Alice tentou defender Lockhart debilmente.


– Cale a boca, Alice! – Tiago gritou e a menina se encolheu.


– Tiago, você é um bom amigo, mas não fale assim com minha namorada de novo. – Frank disse olhando para Tiago ameaçador. Tiago deu de ombros.


– Ela tem que abrir os olhos e ver que Lockhart é um inútil. – Sirius disse obviamente ao lado de Tiago.


Lily se perguntou por um segundo, se Tiago fosse um criminoso, será que Sirius ainda assim não sairia de seu lado? Alguma coisa dizia à garota que Sirius nunca abandonaria Tiago, e vice-versa.


 


— Ah — disse Lockhart. — É, às vezes isso pode acontecer. Mas o importante é que os ossos não estão mais fraturados. Isto é o que se precisa ter em mente. Então, Harry, vá, dê uma chegada na ala hospitalar, ah, Sr. Weasley, Srta. Granger, podem acompanhá-lo? E Madame Pomfrey poderá... Hum... Dar um jeito nisso.


Quando Harry se levantou, sentiu-se estranhamente inclinado para um lado. Tomando fôlego, olhou para baixo, para o braço direito. O que ele viu quase o fez desmaiar de novo. Pela manga das vestes saía uma coisa que lembrava uma grossa luva de borracha cor de pele. Ele tentou mexer os dedos. Nada aconteceu. Lockhart não emendara os ossos de Harry. Ele os removera.


Madame Pomfrey não ficou nada satisfeita.


 


– Alice, – Lily falou calma – por favor, você não pode achar isso normal. Lockhart removeu os ossos de Harry.


– É claro, – Alice disse enrolando os cabelos com os dedos, nervosa – Harry ficava falando que não queria ele por perto, deve ter deixado ele nervoso.


– Você ainda tem coragem de colocar a culpa no Harry? – para a surpresa e descrença de Alice, quem disse isso foi Neville – É claro que Harry não queria ele por perto, o cara é um incompetente. – Neville bufou e fechou a cara para a mãe – Você tem que enxergar isso.


                Frank acenou enfaticamente concordando com Neville, e Alice se viu sozinha.


 


— Você deveria ter vindo me procurar diretamente! — dizia furiosa, erguendo a lamentável sobra do que fora, meia hora antes, um braço útil. — Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...


— A senhora vai conseguir, não é? — perguntou Harry desesperado.


— Claro que vou, mas vai ser doloroso — disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry. — Você vai ter que passar a noite...


Hermione esperava do outro lado da cortina que fora fechada em torno da cama de Harry, enquanto Rony o ajudava a vestir o pijama. Levou algum tempo para enfiar na manga o braço mole e sem ossos.


— Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? — Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. — Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.


— Qualquer um pode se enganar — respondeu Hermione. — E não está doendo mais, está Harry?


 


                Alice procurou apoio em Hermione, mas a garota tinha os olhos baixos, obviamente constrangida por ter acreditado em Lockhart.


 


— Não — disse Harry, entrando na cama. — Mas também não faz mais nada.


Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.


Hermione e Madame Pomfrey deram a volta à cortina.


Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.


— Você vai enfrentar uma noite difícil — disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry.


— Fazer ossos crescerem de novo é uma coisa complicada. E tomar Esquelesce, também.


O liquido queimou a boca e a garganta de Harry e desceu, fazendo-o tossir e cuspir. Ainda lamentando os esportes perigosos e os professores ineptos, Madame Pomfrey se retirou, deixando Rony e Hermione ajudarem Harry a engolir um pouco de água.


— Mas ganhamos — disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. — Foi uma captura e tanto a que você fez. A cara do Malfoy... Ele parecia que ia matar alguém...


— Eu queria saber como foi que ele alterou aquele balaço — disse Hermione sombriamente.


— Podemos acrescentar mais esta à lista de perguntas que vamos fazer a ele quando tomarmos a Poção Polissuco — disse Harry deixando-se afundar nos travesseiros. — Espero que tenha um gosto melhor do que esta coisa...


 


– Duvido muito que algo com pedacinhos de alunos da Sonserina tenha um gosto bom... – Sirius disse categórico.


 


— Com pedacinhos de alunos da Sonserina dentro? Você deve estar brincando — disse Rony.


A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.


— Incrível aquele voo, Harry — disse Jorge. — Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.


Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam início ao que prometia ser uma festança, quando Madame Pomfrey apareceu como um tufão, gritando:


— Esse menino precisa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!


E Harry foi deixado sozinho, sem nada para distraí-lo da dor horrível no braço inerte.


 


– Ela nunca entende que nos sentimos melhor quando temos amigos por perto. – Remo disse sorrindo para Tiago e Sirius.


 


Muitas horas depois, Harry acordou de repente numa escuridão de breu e deu um ligeiro ganido de dor: o braço agora parecia cheio de grandes lascas. Por um segundo ele pensou que fora isso que o acordara. Então, com um choque de terror, percebeu que alguém estava passando uma esponja em sua testa.


— Fora daqui! — gritou ele alto e em seguida. — Dobby!


 


– Aposto que foi ele quem alterou o balaço. – Sirius disse de repente – Seria coincidência demais ele aparecer bem no dia que um balaço louco tenta matar Harry...


 


Os olhos arregalados, parecendo bolas de tênis, do elfo doméstico espiavam Harry na escuridão. Uma lágrima solitária escorria pelo seu nariz longo e fino.


— Harry Potter voltou para a escola — murmurou ele infeliz. — Dobby avisou e tornou a avisar Harry Potter. Ah, meu senhor, por que não prestou atenção em Dobby? Por que Harry Potter não voltou para casa quando perdeu o trem?


Harry se ergueu, apoiando-se nos travesseiros e empurrou para longe a esponja de Dobby.


— Que é que você está fazendo aqui? — perguntou. — E como sabe que perdi o trem?


 


– Ele sabe por que foi ele quem fechou a barreira. – Remo disse – Já havíamos cogitado essa hipótese. – Completou e recebeu um aceno de concordância de Sirius.


 


O lábio de Dobby tremeu, e Harry foi assaltado por uma repentina suspeita.


— Foi você! — disse lentamente. — Você impediu a barreira de nos deixar passar!


— Com certeza, meu senhor — Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. — Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos a ferro depois — mostrou a Harry os dez dedos compridos enfaixados —, mas Dobby não se importou, meu senhor, porque pensou que Harry Potter estava seguro, e Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar a escola por outro meio!


O elfo se balançava para frente e para trás, sacudindo a cabeça feia.


— Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar do seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...


Harry afundou de volta nos travesseiros.


— Você quase fez com que Rony e eu fôssemos expulsos — disse furioso. — É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você.


Dobby deu um leve sorriso.


— Dobby está acostumado com ameaças de morte, meu senhor. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.


 


– Acho que sei quem são os donos de Dobby. – Sirius disse de repente – Minha querida prima Narcisa odeia elfos domésticos, assim como minha tia Druella.


– Então você acha que esse é o elfo doméstico dos Malfoy? – Lily perguntou.


– É claro! Draco deve ter mandado ele fazer Harry não voltar, e quando não conseguiu ele teve que passar os dedos a ferro... – Sirius disse pensativo – Harry estava jogando contra Draco e de repente um balaço louco começa a persegui-lo. Tenho certeza de que ele é dos Malfoy.


 


O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava, parecendo tão patético, que Harry sentiu a raiva se esvair contra a sua vontade.


— Por que você usa isso, Dobby? — perguntou curioso.


— Isso, meu senhor? — disse Dobby, puxando a fronha. — Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobby nem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.


Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:


— Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...


 


– Ai está. – Sirius disse triunfante – O balaço dele.


 


— O seu balaço? — disse Harry, a raiva tornando a subir-lhe a cabeça. — Que é que você quer dizer com o seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?


— Não matar, meu senhor, nunca matá-lo! — disse Dobby, chocado. — Dobby quer salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!


 


                Harry deu um profundo suspiro, desde o primeiro momento, Dobby tentava salvá-lo, e por isso acabou do jeito que acabou. Harry abanou a cabeça afastando o pensamento triste. Se conseguissem mudar tudo, poderia mudar isso também.


 


— Só isso? — exclamou Harry furioso. — Suponho que você não vai me contar por que queria me mandar para casa aos pedaços?


— Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! — gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. — Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nos escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós, elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor — admitiu, enxugando o rosto na fronha.


— Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde que o senhor venceu Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lord das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terríveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...


 


– Reaberta? – Tiago disse exaltado – A câmara secreta já havia sido aberta antes?


– Mas nunca ouvimos falar disso. – Sirius disse desconfiado – Será que aconteceu entre nosso tempo e o deles?


– Não. – Remo disse e encarou Tiago – A história deve ter sido abafada.


– É claro. – Tiago disse levantando-se de repente – Aconteceu antes de a gente estudar em Hogwarts, é claro. E a história foi abafada... – Tiago disse andando de um lado para o outro se esforçando para lembrar de cada pequeno pedaço de informação que o livro deixou escapar – A Murta! – Exclamou de repente – Deve ter morrido na primeira vez que a câmara foi aberta... É por isso que ela morreu com o uniforme da escola...


– E ela deve ter morrido no banheiro! – Sirius acompanhou o raciocínio de Tiago – O mesmo banheiro que ela assombra e o mesmo banheiro que fica do outro lado do corredor onde Madame Nor-r-ra estava petrificada!


– Uau. – Hermione não conseguiu conter o assombro.


– Estamos certos, não é? – Tiago perguntou voltando a se sentar.


– Não posso falar. – Hermione disse ruborizada.


– É óbvio que sim. – Remo disse olhando para cada um dos visitantes do futuro – Olhe a cara deles de impressionados...


– Mas a Murta está aqui há muito tempo. – Lily disse – No nosso primeiro ano uma monitora me aconselhou a não usar aquele banheiro...


– Então ela está lá a pelo menos seis anos. – Remo disse pensativo – Mas acho que tem muito mais tempo do que isso... Se estivesse há tão pouco tempo saberíamos...


– Continue lendo, Gina. – Tiago disse para a menina que estava completamente silenciosa a não ser nos momentos em que lia.


 


Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa de cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando:


— Dobby ruim, Dobby muito ruim


— Então há uma Câmara Secreta! — sussurrou Harry. — E... Você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby? Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água. — Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?


— Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby. — gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. — Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando acontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...


— Quem é, Dobby? — perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. — Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?


— Dobby não pode, meu senhor, Dobby não pode, Dobby não deve falar! — guinchou o elfo.


— Vá para casa, Harry Potter, vá para casa!


— Eu não vou a lugar nenhum! — respondeu Harry com ferocidade. — Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...


 


                Os olhos de Lily se encheram de lágrimas, assim como os de Hermione. Rony segurou a mão de Hermione com carinho. Tiago olhou para Harry com orgulho.


– Eu queria ter estado presente na sua vida para te ensinar o valor da amizade – Tiago disse com a voz embargada – fico feliz que você o reconheça mesmo que eu não tenha tido a chance de te mostrar.


                Sirius escondeu o rosto com o braço. Para ele doía muito ouvir Tiago falando sobre a própria ausência na vida de Harry, e isso misturado com a forma como Harry valorizava os amigos exatamente como o pai o havia deixado emocionado.


– Nunca abandonaria meus amigos. – Harry disse com a voz embargada como a do pai – Preferia morrer a ver um deles mal.


                Um gemido baixo foi ouvido por entre os braços de Sirius. Tiago deu um meio sorriso para Harry antes de se levantar e ir até o amigo, pousar a mão em seu ombro e cochichar:


– Vai ficar tudo bem, vamos dar um jeito nisso.


                Sirius levantou os olhos para encarar Tiago e eles pareciam se comunicar sem qualquer palavra. Tiago voltou a seu lugar envolveu Lily com os braços e fez sinal para que Gina voltasse a ler.


 


— Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! — gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. — Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...


Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Harry ouviu, também. Havia ruído de passos no corredor.


— Dobby tem que ir! — suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada.


 


– Achei que não se podia aparatar e desaparatar em Hogwarts. – Alice disse surpresa.


– Essa regra não se aplica a elfos domésticos, eles tem uma magia própria. – Tiago explicou seco.


 


Ele tornou a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.


No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estátua. A Profª. McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre uma cama.


— Chame Madame Pomfrey — sussurrou Dumbledore, e a Profª. McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. O garoto ficou deitado muito quieto, fingindo que dormia. Ouviu vozes urgentes e então a Profª. McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola. Ele ouviu alguém inspirar com força.


— Que aconteceu? — cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estátua na cama.


— Mais um ataque — respondeu Dumbledore. — Minerva encontrou-o na escada.


 


                A voz de Gina tremeu ao ler aquele trecho do livro.


– Ah não. – Lily gemeu e escondeu novamente o rosto no peito de Tiago.


– Pelo menos agora vão parar de achar que foi Harry. – Sirius disse com um suspiro pesaroso – A escola inteira deve saber que ele está na ala hospitalar.


– Talvez não... – Frank disse – Podem dizer que ele fugiu de lá, atacou a pessoa, e voltou... Ele está só com um braço ruim.


                Remo suspirou, sabia que Frank estava certo, os alunos de Hogwarts sempre pareciam saber como explicar coisas impossíveis.


– Pelo menos Dumbledore e McGonagall vão ter certeza de que não foi ele. – Tiago disse categórico.


 


— Havia um cacho de uvas ao lado dele — disse a professora. — Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter. O estômago de Harry deu um tremendo salto. Lenta e cuidadosamente, ele se ergueu alguns centímetros para poder ver a estátua na cama. Um raio de luar iluminava o rosto de expressão fixa.


Era Colin Creevey. Seus olhos estavam arregalados e, as mãos, erguidas diante dele, segurando a máquina fotográfica.


 


                A voz de Gina continuava tremendo.


 


— Petrificado? — sussurrou Madame Pomfrey.


— Está — respondeu a Profª. McGonagall. — Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... Quem sabe o que poderia...


Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.


— Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? — perguntou a professora, ansiosa.


Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.


— Meu Deus! — exclamou Madame Pomfrey.


Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Harry, a três camas de distância, sentiu o cheiro acre do plástico queimado.


— Derretidas — disse Madame Pomfrey pensativa. — Todas derretidas...


— O que significa isto, Alvo? — perguntou pressurosa a Profª. McGonagall.


— Significa que de fato a Câmara Secreta foi reaberta.


 


– Então Dumbledore sabe que a câmara secreta não é só uma lenda. – Sirius disse concentrado.


– E para ele saber isso, ele provavelmente já estava aqui quando aconteceu. – Remo prosseguiu.


– O que nos dá uma margem de tempo... – Lily disse pensativa.


– Não uma muito boa... – Tiago disse com um suspiro – Antes de Dumbledore ser diretor ele passou anos sendo professor de transfiguração, e antes disso mais sete anos como aluno. Pode ter sido em qualquer momento durante esse período de mais de cem anos.


– Dumbledore tem mais de cem anos? – Alice perguntou – Ele parece tão conservado...


– Atualmente ele tem por volta de noventa e cinco. – Tiago respondeu – Mas em 1992 ele já vai ter uns cento e onze.


– E como você sabe disso? – Alice perguntou tentando manter uma conversa cordial com Tiago.


– Meus pais foram amigos de Dumbledore no colégio. – Tiago respondeu ainda mais seco, pensar na mãe doente o fazia se sentir mal. Lily apertou a mão dele imaginando no que ele estava pensando.


 


Madame Pomfrey levou a mão à boca.


McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.


— Mas, Alvo... Com certeza... Quem?


— A pergunta não é quem — disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. — A pergunta é, como...


E pelo que Harry pôde ver do rosto sombreado da Profª. McGonagall, ela não entendia muito mais que ele.


 


– Isso pode significar duas coisas. – Tiago disse pensativo – Ou a pessoa que abriu a câmara pela primeira vez morreu e não teve descendentes e por isso não há mais um herdeiro de Slytherin, ou...


– A pessoa que abriu não poderia ter aberto de novo por algum outro motivo... – Sirius completou.


– Em quem estão pensando? – Lily perguntou curiosa ao ver Tiago e Sirius se comunicando sem palavras de novo.


– Voldemort. – Tiago respondeu sério.


– Não pode ser Voldemort. – Alice disse parecendo feliz em achar que Tiago estava errado – Dobby falou logo no inicio que não era ele.


– Pois eu tenho quase certeza de que ele abriu da primeira vez que esteve em Hogwarts e está usando um aluno, de algum jeito, para abrir de novo dessa vez. – Dessa vez Tiago respondeu olhando para Gina.


– Isso é tudo uma besteira. – Alice resmungou – Dobby disse que não era Voldemort.


– Eu acho que Tiago está certo. – Sirius disse – Ninguém sabe a ascendência de Voldemort, nem ao menos sabemos o nome verdadeiro dele... Tudo o que sabemos é que ele frequentou Hogwarts e esteve na Sonserina. Talvez essa obsessão dele em acabar com nascidos-trouxa venha exatamente do fato de ser o herdeiro de Slytherin.


– Tudo isso faria muito sentido se Dobby não tivesse falado que não era Voldemort, logo no inicio! – Alice bufou irritada. – Você tem que parar de achar que está sempre certo.


– Em respeito ao Frank – Tiago respondeu – não vou responder isso.


– Vamos dormir? – Lily perguntou tentando apaziguar os ânimos.


                Gina ficou para trás enquanto os outros iam para o quarto. Cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar. Alguns minutos depois ela sentiu alguém sentar-se ao seu lado e levantou o rosto. Harry estava ali, passou o braço ao redor do ombro de Gina e secou suas lágrimas com os dedos.


– Não fique assim. – Harry disse delicado – Você ouviu meu pai, ele não acha que você tenha feito isso por vontade própria.


– Harry, – Gina murmurou – é tudo culpa minha... Não devia ter acreditado no diário. Como pude ser tão burra?


– Você não foi burra. – Harry consolou-a – Tinha onze anos e estava assustada... – Gina enterrou o rosto no peito de Harry e deixou as lágrimas caírem.


– Ele tem razão. – Rony disse aparecendo com Hermione na sala – A culpa foi toda minha. – Rony sentou-se ao lado de Gina e baixou os olhos. – Se eu tivesse cuidado de você direito, te dado atenção, você não teria entregado sua alma a ele...


– Parem vocês dois. – Hermione disse acariciando os cabelos flamejantes de Rony – Não é culpa de nenhum dos dois. Voldemort conseguiu enganar bruxos muito poderosos... Ele sabe como manipular as pessoas, e você era apenas uma menininha inocente. – Hermione suspirou – E você não tem culpa de não ter estado ao lado da sua irmã o tempo todo. – continuou falando com Rony – Seus irmãos também não estavam ao lado dela, e nem ao seu quando você estava no primeiro ano. As coisas são assim mesmo...


– Agora vamos dormir. – Harry disse segurando a mão de Gina e ajudando-a a se levantar.


                Harry, Rony, Hermione e Gina voltaram para o quarto, Gina ainda tinha lágrimas nos olhos, Rony ainda sentia-se culpado, mas não havia nada que pudessem fazer que já não estivessem fazendo.


                Na manhã seguinte após o desjejum e sua higiene pessoal, cada um voltou a seu lugar, Tiago pegou o livro que jazia sobre a mesa e abriu:


– Capítulo XI – O clube dos duelos.

                                                                  ~~ x ~~  


Ola leitores mais queridos desse mundo. Como já havia dito, estou lendo THG, já acabei o primeiro livro e estou pela metade de “Em Chamas”, confesso que acabei o primeiro livro em menos de um dia, e demorei pouco tempo para chegar na metade do segundo, mas ai dei uma desanimada... Não sei por que desanimei, não estou achando chato nem nada, até estou curiosa para saber o que vai acontecer, mas sei lá, olho pro livro e ele não fala comigo... Então dei um tempo e resolvi voltar a escrever PdA que eu tinha parado. Já estava até ficando com medo de ter perdido a inspiração para escrever essa fic, mas assim que parei para escrever a inspiração voltou com tudo, só espero terminar antes de voltar de férias.


Aylinn: Que bom que você reapareceu, estava começando a achar que tinha imaginado seu comentário, já que depois do dia que vi nunca mais encontrei. Eu também estava lendo essa fic que você falou, é uma das melhores nesse estilo que eu já li, apesar de não ler muitas fics desse estilo... Imagino que Gina se sinta mal por lembrar a sensação de ser possuída por Voldemort e tudo mais, não devem ser lembranças agradáveis. Ah, o Remo, o Sirius e a Lily são muito espertos também, no outro livro Sirius e Remo mataram a charada junto com o Tiago, mas nesse caso o Sirius e o Remo não estão prestando muita atenção na Gina, então eles não percebem as mesmas coisas que o Tiago percebe, já a Lily está sempre mais preocupada em que tipo de confusão Harry está se enfiando que qualquer outra coisa, mas nos próximos livros Sirius e Remo participam muito mais (Principalmente em PdA que já estou escrevendo o quinto capítulo).


Bruh Lovegood: Seja muito bem-vinda! Fico feliz que tenha comentado! Espero te ver comentando sempre!!


Clenery Aingremont: Eles vão ler o capítulo, ainda não sei quem vai ser, mas espero que não seja nem o Tiago, nem a Lily, nem o Severo, quero que seja alguma das outras pessoas, para eu poder explorar melhor as reações deles. Ninguém conseguiria ser possuída por Voldemort e não sofrer por isso, não é? Até mesmo uma garota forte como a Gina. Não tenho problemas com aranhas, mas não consigo ficar no mesmo cômodo que um rato por nada nessa vida, se eu sei que há um rato no lugar, eu não consigo ficar por perto. Quanto à THG eu gostei muito do primeiro livro, li muito rápido por que simplesmente não conseguia parar, mas chegou um momento no segundo livro que dei uma esfriada... Não sei muito bem por que para ser sincera, mas logo volto a ler e falo o que achei dos outros dois livros. Eu sempre imaginei que ela tivesse ido para o banheiro, afinal por onde ela poderia ter fugido sem encontrar ninguém?


ste_panza: A Lily está sempre prestando muito mais atenção em que confusões Harry está se metendo do que em qualquer outra coisa, se não ela também acharia as reações de Gina estranhas... Pode ter certeza de que eu sempre me esforço o máximo para postar os capítulos rápido para vocês, mas nem sempre é possível cumprir com minhas previsões, afinal imprevistos acontecem. O que me incomoda é quando as pessoas que NUNCA comentam nada resolvem cobrar, entende?


Clara Black Potter: Nem eu sei por que eu não gosto muito do Cálice de Fogo e da Câmara Secreta, mas acho que a expressão “não gosto” está errada, eu amo eles, mas amo os outro um pouco mais, vamos dizer que eles ficam no final da minha lista dos 7... As coisas realmente são culpa de alguns sonserinos, mas não dos que eles pensam não é? Nesse caso temos o Lucio Malfoy e o próprio Voldemort, dois sonserinos... O Tiago só percebeu pelo modo como a Gina está reagindo, mas ele ainda não tem certeza de nada... Snape sempre pensa que é melhor que todo mundo, especialmente em poções e DCAT. Os marotos são meus personagens favoritos também, adoraria que a JK fizesse um livro sobre eles. E eu odeio Snily acho simplesmente errado, mas acho ainda pior quando colocam Snape com a Mione, ai é simplesmente nojento! Quanto à capa: Não precisava nem perguntar, é CLARO que você pode fazer uma capa, pode fazer quantas quiser, o negócio é que não sei fazer isso, hehe.


Day Caracas: Tadinha da Alice, ela vai percebendo as coisas, mas não quer dar o braço a torcer... Nem eu sei como vou fazer para manter as pessoas vivas e manter o Harry como herói, mas eu ainda tenho uns 5 livros inteiros para pensar, não é? E vocês podem me ajudar!


sasa lovegood: Uau, em Manaus? Tenho uma amiga da força aérea que está locada ai em Manaus também. Aos poucos ela vai percebendo as coisas, mas ela é muito orgulhosa para dar o braço a torcer. O Harry está fazendo o que pode para consola-la, mesmo que seja ir atrás dela no banheiro. Adoro comentários grandes, adoro poder conversar de verdade com vocês, ai também dou respostas enormes.


Arthur lacerda: Que bom que reapareceu! Já estava sentindo falta dos seus comentários! Mesmo que demore muito, pode ter certeza de que vou até o último! E espero que você esteja comigo comentando até o fim!


Viih Lovegood: Acho que com o tempo a Lily vai ter que se acostumar às confusões que o Harry arruma, não é? São sete livros dele praticamente indo atrás de confusão. Eu gostei muito do primeiro livro de Jogos Vorazes, mas dei uma desanimada no meio do segundo... Logo eu volto a ler...


Isa Weasley Granger Black: A Gina está dando bandeira mesmo, mas tadinha, ter que ficar lembrando da época em que ela era possuída por Voldemort repetidas vezes não é nada fácil, não é? Seria muito estranho se ela não reagisse... Agora quero saber quem é sua irmã! Ela é uma das minhas leitoras que comenta sempre??


Mione Weasley Granger: O Tiago é muito esperto mesmo, ele é muito perceptivo... E se alguém vai julgar a Gina você tem que continuar lendo para saber, não é? Hehe. Obrigada pelos elogios!


Maria Eduarda Rieg Weasley: O Tiago é um dos meus personagens favoritos, ele é muito esperto, a JK sempre deixou isso muito claro, não é? Que bom que gostou do meu pequeno momento Hinny, foi só para dar um gostinho mesmo, mostrar que ele não está deixando ela de lado em um momento em que ela está sofrendo tanto.


HarryJ.Potter: Respondi sua pergunta e nesse capítulo tivemos muito mais comentários do pessoal do futuro, não é? Acho que a Lily vai ficar meio confusa, não tenho muita certeza, mas acho que ela vai gostar muito de saber que ele nunca abandonou o filho dela...


Thainá Aguiar: Muito obrigada!! Uma Thainá Aguiar me add no facebook, é você? Se for me avisa para eu te aceitar!


LULU789: Está na fic “Back to the past” ela costumava ser postada no orkut um milhão de anos atrás, mas agora ela está sem lar, estou reescrevendo ela e devo postar aqui ou no Nyah, ou nos dois... Esse livro é realmente um pesadelo para a Gina, não é?


Guilherme L.: Eu não demonizo a sua casa, quem faz isso é o Sirius e o Tiago... hahaha. A minha casa é a Corvinal, fui selecionada para ela em todos os testes possíveis, até no Pottermore, mas sempre foi minha casa favorita mesmo. Você está achando exagerado demais o Tiago estar sempre alguns passos a frente? Desculpa! Me avisa sempre para eu perceber. É que eu realmente não percebo que está exagerado!


É isso ai gente! Daqui a pouco a seção de comentários vai ser maior que o capítulo, hehe, mas com isso não quero dizer para pararem de comentar! Quero que comentem sempre! Adoro responder os comentários! Duas coisas surgiram nas respostas aos comentários de vocês e fiquei meio curiosa: Qual a casa de vocês? A minha é Corvinal, sempre sou selecionada para lá, até no Pottermore. E em que ordem de preferência vocês colocariam os sete livros? Para mim seria: 7,3,5,6,1,2,4.


Espero os comentários de vocês! Até o próximo!


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (28)

  • Helena

    É uma maravilha!

    2018-09-11
  • Stehcec

    Nossa, desde ontem tentando comentar e não consigo!Acho que foi problema na pág.respondendo suas perguntasMinha casa em todas as coisas que respondo é a Grifinoria.Meus livros em ordem de preferencia: 7, 6, 2, 3, 5, 1, 4 

    2014-03-07
  • MionGinnyLuna

    Desculpa o sumiço, mas eu contínuo amando sua fic, ok? EU AMEEEEEI ESSE CAPÍTULO! Tipo assim, odiei a Alice dizendo que Lobisomens São perigosos (Remo é meu manto favorito) E amém o Tiago defendendo-o! Cara, vc é uma gênio! Respondendo sua pergunta Eu sinceramente não sei se eu sou Grifinória ounCorvinal, more dá ou uma ou outra e rumo essas duas casas do fundo do meu S2, então... E quanto a ordem dos livros, acho que seria 7,5,3,2,4,6,1. Mas diferença entre o 7, o nomeada5,o 3 e o nomeada2 é bem pequena. Amo sua fim, e estou muito anseios par PdA, pporque o Resumo aparece! Beijos!

    2014-02-13
  • Luna Moura

    Sua fic está ótima!!!Estou adorando os dialogos mais longos entre os pensonagens! 

    2014-01-29
  • IzabelR

    Demorei mas cheguei. Só tenho uma coisa a dizer: JAMES ME TRANSA!!1!!!11!!!!!!1 Quase que choro com ele defendendo o Remus, porque o Remus é meu personagem preferido de todos os tempos MESMO, sério eu tenho um amor incondicional por esse homem. Pq ele é tão integro, tão corajoso, tão leal, apesar do INFERNO que ele vive desde os 5 anos (você viu a história dele no Pottermore?) ele sempre foi a melhor pessoa do mundo, e O PIOR (vc vai me aguentar falando dele agora) DE TUDO é que ele não reconhece isso, ele pensa que ele não merece ser feliz por ser um "monstro", e JESUS CRISTO, de todas as pessoas dessa série ele é o que mais merece ser feliz. E ele não pode ser completamente feliz com a mulher que ele amava e o filho dele, e isso parte meu coração. E só. Agora eu vou ali chorar por uma semana inteira. Vamos falar da Alice porfa? Pq olha... Olha... ESSA MENINA TA ME DANDO NOS NERVOSSSSSSSSHHHHHHH! SÉRIO! FRANK MEU FILHO, "SEJE HOMI", VISTA AS CALÇAS DE MACHO E FAÇA ALGOOO, SACODE ESSA ILUDIDA, SLÁ, QUALQUER COISA SÓ FAZ ELA PARAR COM ISSO. Ok. Desabafei. Pergunta: Luninha sedução vai aparecer quando eles forem ler OdF? Eu queroooo! PORFAVORRRRRRRR. Ai eu não consigo gostar da Gina, sério, assim, ela sozinha pra mim é indiferente, mas a relação dela com o Harry não me desce. Vou sempre achar que ele não ama o "Harry, só Harry" e sim o "Harry Potter" Entende? Sou Harmione shipper até o fim da vida. Enfim, enfim, beijones <3 Vou tentar não demorar tantp pra comentar da proxima vez.

    2014-01-28
  • ste_panza

    Siim, sim, te entendo, mas fica tranquila, isso quer dizer que o pessoal gosta da sua fic, mesmo que toda essa cobrança seja irritante... Caraca, estou quase pegando raiva da Alice já, ela é muito ingênua... Jurava que nesse capítulo ela mudaria sua opnião sobre o Lockhart, mas nem assim.  Esse capítulo me deixou um pouco ansiosa sobre o momento que as meninas vão descobrir que o Lupin é um lobisomem e que os outros marotos são animagos, juro que fiquei imaginando a reação de cada uma e, olha, foi cômico. Por outro lado, é triste ver a Gina assim, até porque não foi bem culpa dela, como disseram, Voldemort enganou bruxos muito mais velhos e experientes que ela.   Em todo caso, outro capítulo incrível (e você já deve estar até cansada de ler isso hahahahhahaha), mal posso esperar pelo próximo...    Quanto a casa, posso dizer que sempre tive uma quedinha pela Grifinória, mas fico em dúvida quanto a Corvinal... Acho que tenho um pouco das duas casas... hahahahhahaha   Amo o 3 livro, então nem é novidade que ele ficaria em primeiro na ordem... Quanto aos outros, acho que ficaria mais ou menos assim: 3, 1, 5, 4, 6, 7, 2... Apesar de ter uma grande probabilidade de eu mudar de ideia daqui uma hora e colocar algo como: 3, 5, 4, 1, 6, 2, 7 ou 3, 4, 1, 5, 6, 2, 7... Acho que sou pouco indecisa... hahahahhaha Ps 1:OMG, a capa da fic ficou maravilhosa *--* Ps 2: Mal vejo a hora de ver as reações deles ao descobrir que o Harry é Ofidioglota... Fiquei pensando se o Tiago e o Sirius já irão desconfiar que isso é "herança" de Voldemort... Ps 3: Jogos Vorazes é muuuito bom, amei os dois primeiros livros, só que fiquei meio decepcionada com o terceiro... Está pensando em ler qual quando acabar a trilogia??? 

    2014-01-28
  • HarryJ.Potter

    ahhh! cada capitulo que eu leio fico mais curioso para ver a reação da Alice o fim do livro! O tiago praticamente ja sabe o fim da história kkk

    2014-01-28
  • Bruh Lovegood

    Continua please!!! 

    2014-01-27
  • Mary Lilian Potter

    Amei o cap.Eu adoro tambem A Saga Jogos Vorazes!Adorei a ironia de colocar nos pensamentos da Lilian que mesmo que Thiago fosse um assasino Sirius ficaria ao seu lado e viceversa.Fico um pouco chateada pela relaçao da Lly com o Harry, mas acho que isso ira acabar quando ela souber que Haryy esta vivo graças a ela!Eu sou grifinoria, ate no Pottermoere!,apesar das minhas 2 melhores amigas serem sonserinas.Acho que minha preferencia seri 7356142, espero o proximo cap!

    2014-01-27
  • Luiza Snape

    E o thiago sempre adivinhando tudo. AIAI e o Snape chateado com o seu eu-futuro. #continua 

    2014-01-26
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.