O aviso de Dobby



– O aviso de Dobby.


– Dobby? – Tiago perguntou pensativo – parece nome de elfo doméstico, não é?


– Também acho que é um elfo doméstico. – Sirius disse concordando com Tiago.


– Mas ele vai dar um aviso? – Frank perguntou curioso – Aviso nesse caso parece uma coisa ruim...


– Começa logo, Alice – Lily disse nervosa – quero saber que aviso é esse.


 


Harry conseguiu não gritar, mas foi por pouco. A criaturinha em sua cama tinha orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis.


Harry percebeu na mesma hora que era aquilo que o andara observando na sebe do jardim àquela manhã.


Enquanto se entreolhavam, Harry ouviu a voz de Duda no hall.


 Posso guardar os seus casacos, Sr. e Sra. Mason?


A criatura escorregou da cama e fez uma reverencia tão exagerada que seu nariz, comprido e fino, encostou no tapete.


 


– Definitivamente um elfo doméstico. – Sirius cochichou para Remo e Gina.


 


Harry reparou que ela vestia uma coisa parecida com uma fronha velha, com fendas para enfiar as pernas e os braços.


— Ah... Alô — cumprimentou Harry nervoso.


— Harry Potter! — exclamou a criatura com uma voz esganiçada que Harry teve certeza de que seria ouvida no andar de baixo. — Há tanto tempo que Dobby quer conhecê-lo, meu senhor... É uma grande honra...


— Ob-obrigado — respondeu Harry, andando encostado à parede para se largar na cadeira da escrivaninha, perto de Edwiges, que dormia em sua gaiola espaçosa. Teve vontade de perguntar "Que coisa é você?", mas achou que poderia parecer muito mal-educado, e em vez disso perguntou: — Quem e você?


— Dobby, meu senhor. Apenas Dobby. Dobby o elfo doméstico — disse a criatura.


 


– Sabia! – Tiago murmurou.


 


— Ah... É mesmo? Ah... Não quero ser grosseiro nem nada, mas... A hora não é muito própria para ter um elfo doméstico no meu quarto.


 


– Não sei se existe uma hora apropriada para receber um elfo doméstico no seu quarto quando você mora com Petúnia. – Lily bufou.


 


Ouviu-se a risada aguda e falsa de tia Petúnia na sala. O elfo baixou a cabeça.


— Não que eu não esteja contente de conhecê-lo — acrescentou Harry depressa —, mas, ah, tem alguma razão especial para você estar aqui?


— Ah, claro, meu senhor — disse Dobby muito sério. — Dobby veio dizer ao senhor, meu senhor... É difícil, meu senhor... Dobby fica se perguntando por onde começar...


— Sente-se — disse Harry gentilmente, apontando para a cama.


Para seu horror, o elfo caiu no choro — um choro muito alto.


— S-sen-te-se! — chorou. — Nunca... Nunca na vida...


Harry pensou ter ouvido as vozes no andar de baixo hesitarem.


— Me desculpe — sussurrou. — Não quis ofendê-lo nem nada...


— Ofender Dobby! — engasgou-se o elfo. — Dobby nunca foi convidado a se sentar por um bruxo... Como um igual.


 


– Os donos dele não devem ser pessoas decentes. – Tiago disse irritado.


– Nunca convidei Monstro a se sentar, você quer dizer que não sou uma pessoa decente? – Sirius perguntou cruzando os braços para Tiago.


– Quero dizer que às vezes você podia tratar ele um pouco melhor... –Tiago disse bufando, Hermione acenou enfaticamente em concordância. – Dink era meu único amigo antes que eu entrasse em Hogwarts, sempre tratei ele como um igual!


– Monstro não seria meu amigo nem que eu fosse o último Black do mundo bruxo. – Sirius respondeu dando de ombros.


                Harry, Rony, Hermione e Gina se entreolharam preocupados.


– Seu único amigo era um elfo doméstico? –Lily perguntou a Tiago com pena.


– É, – Tiago disse encolhendo os ombros – todos os amigos dos meus pais eram muito velhos e não tinham filhos da minha idade, não conhecia ninguém da minha idade até chegar ao trem. – Tiago disse trocando um meio sorriso com Sirius e Remo.


                Severo revirou os olhos, achava que Tiago falava essas coisas apenas para deixar Lily com pena.


 


Harry, tentando ao mesmo tempo fazer o elfo se calar e dar a impressão de consolá-lo, levou Dobby de volta à cama, onde o elfo se sentou entre soluços, parecendo uma boneca enorme e muito feia. Por fim ele conseguiu se controlar e se sentou, os grandes olhos fixos em Harry com uma expressão de aquosa admiração.


— Vai ver você nunca encontrou muitos bruxos decentes — disse Harry para animá-lo.


Dobby sacudiu a cabeça. Depois, sem aviso, saltou da cama e começou a bater a cabeça, furiosamente na janela, gritando "Dobby mau! Dobby mau!”


 


– Por que ele está fazendo isso? – Lily, que nunca havia conhecido um elfo doméstico, perguntou assustada.


– Ele está se punindo. – Sirius explicou.


– Mas, por quê? – Lily perguntou.


– Quando ele concordou com Harry que nunca conheceu bruxos decentes, ele estava falando mal de seus donos por associação. – Tiago explicou – Elfos domésticos tem que se punir por desobedecer ordens...


                Hermione bufou, mas conseguiu se controlar.


– Que horror! – Lily exclamou com pena.


– Mas se os donos dele não são pessoas decentes, – Remo disse pensativo – então ele não pertence a ninguém que queira o bem de Harry...


– Alguém deve ter mandado esse elfo para atrapalhar a vida de Harry. – Sirius disse concluindo o pensamento do amigo.


– Pode ser que não. – Frank disse – Ele pode ter ido dar o tal aviso para Harry por saber de algo que vai acontecer, seus donos podem não saber que ele está ali.


– Mas ele não poderia simplesmente sair de casa e dar um aviso a Harry sem uma ordem. – Alice disse – Poderia?


– Se ele recebeu uma ordem direta para não falar com Harry, ou para não falar sobre o assunto, ou para não sair da casa, não. – Tiago disse pensativo – Mas se deram a ele uma ordem indireta, ele pode ter contornado ela.


– Elfos não costumam fazer isso. – Sirius disse.


– Fazem mais do que você imagina. – Tiago disse rindo – Se você diz a um elfo: não passe por essa porta, com a ideia de que ele não saia de casa, se ele estiver realmente decidido a sair, vai fugir pela janela. – Tiago concluiu – Mas só acontece com elfos que tem motivos para desobedecer os donos...


– Que tipo de motivos? – Lily perguntou.


– Uma vez meus pais falaram para Dink não me dar doces antes das refeições, – Tiago explicou – mas Dink é muito fiel a mim, então ele fazia os doces e deixava ao meu alcance. Como ele não me entregava diretamente os doces, ele não estava me dando, e por isso não estava desobedecendo.


– E ele não se punia, por desobedecer indiretamente? – Harry perguntou curioso.


– No início sim, – Tiago disse dando de ombros, – mas proibi ele de se punir. – Tiago disse sorrindo e fazendo Hermione dar um grande sorriso.


 


— Não... Que é que está fazendo? — Harry sibilou, levantando-se depressa para puxar Dobby de volta para a cama. Edwiges acordara com um pio particularmente alto e batia as asas assustada contra as grades da gaiola.


— Dobby teve que se castigar, meu senhor — disse o elfo, que ficara ligeiramente vesgo. — Dobby quase falou mal da própria família, meu senhor...


— Sua família?


— A família de bruxos a que Dobby serve, meu senhor... Dobby é um elfo doméstico, obrigado a servir a uma casa e a uma família para sempre...


— E eles sabem que você está aqui? — perguntou Harry curioso.


Dobby estremeceu.


— Ah, não senhor, não... Dobby terá que se castigar com a maior severidade por ter vindo vê-lo, meu senhor. Dobby terá que prender as orelhas na porta do forno por causa disto. Se eles vierem, a saber, meu senhor...


 


– Se ele está falando a verdade, – Sirius disse – ele contornou uma ordem para falar com Harry.


– Mas ele pode simplesmente estar mentindo, – Frank disse dando de ombros – ele pode mentir se os donos ordenarem, ou se ele quiser, só não pode mentir para seus donos.


 


— Mas eles não vão reparar se você prender as orelhas na porta do forno?


— Dobby duvida meu senhor. Dobby está sempre tendo que se castigar por alguma coisa, meu senhor. Eles nem ligam para Dobby, meu senhor. Às vezes me lembram de cumprir uns castigos a mais...


 


– Nem mesmo Monstro é tratado assim. – Sirius disse ligeiramente chocado. – Mamãe gosta de Monstro, ele idolatra ela...


– Sua mãe corta as cabeças do elfos quando eles não conseguem mais segurar a bandeja de chá e pendura a cabeça na parede. – Tiago disse com nojo.


– Na verdade minha mãe nunca cortou. – Sirius disse dando de ombros. – As cabeças já estavam lá há muitos anos...


                Lily olhou para Sirius com horror, mas o garoto apenas encolheu os ombros, não tinha culpa por ter nascido naquela família.


 


— Por que você não vai embora? Foge?


— Um elfo doméstico tem que ser libertado, meu senhor. E a família nunca vai libertar Dobby... Dobby vai servir à família até morrer, meu senhor...


Harry ficou olhando.


— E eu achei que era ruim continuar aqui mais quatro semanas. Isto faz os Dursley parecerem quase humanos. E ninguém pode ajudá-lo? Eu não posso?


Quase imediatamente Harry desejou não ter falado. Dobby desmanchou-se outra vez em guinchos de gratidão.


— Por favor — Harry sussurrou nervoso —, por favor, fique quieto. Se os Dursley ouvirem alguma coisa, se souberem que você esta aqui...


— Harry Potter pergunta se pode ajudar Dobby... Dobby ouviu falar de sua grandeza, senhor, mas de sua bondade Dobby nunca soube...


Harry, que estava sentindo o rosto ficar decididamente quente, disse:


— Seja o que for que você ouviu sobre a minha grandeza é tudo bobagem. Não sou sequer o primeiro da minha série em Hogwarts; Hermione, sim, ela...


 


                Hermione sorriu para Harry com carinho.


 


Mas se calou depressa, porque pensar em Mione doía.


 


                O sorriso de Hermione morreu em seus lábios.


 


— Harry Potter é humilde e modesto — disse Dobby, reverente, as órbitas dos olhos brilhando. — Harry Potter não fala de sua vitória sobre Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado...


— Voldemort?


Dobby cobriu as orelhas com as mãos e gemeu.


— Não fale o nome dele, senhor! Não fale o nome dele!


— Desculpe — disse Harry depressa. — Sei que muita gente não gosta de falar. Meu amigo Rony...


E calou-se outra vez. Pensar em Rony também doía.


 


                Rony baixou os olhos.


 


Dobby curvou-se em direção a Harry, seus olhos redondos parecendo fatais.


— Dobby ouviu falar — comentou com voz rouca — que Harry Potter encontrou o Lord das Trevas pela segunda vez, faz pouco tempo... Que Harry Potter escapou novamente.


Harry confirmou com a cabeça e os olhos de Dobby, de repente, brilharam de lágrimas.


— Ah, meu senhor — exclamou, secando o rosto com a ponta da fronha suja que usava. — Harry Potter é valente e audacioso! Já enfrentou tantos perigos! Mas Dobby veio proteger Harry Potter, alertá-lo, mesmo que ele tenha que prender as orelhas na porta do forno depois... Harry Potter não deve voltar à Hogwarts.


 


– O que? – Tiago, Sirius, Remo e Lily gritaram juntos.


– Harry não pode não voltar. – Tiago disse irritado.


– Ele não pode ficar com essas pessoas terríveis! – Lily disse nervosa.


– Será que ele está falando isso por causa da Câmara Secreta? – Frank perguntou pensativo.


– Mas como ele poderia saber sobre a Câmara? – Remo perguntou perplexo.


– Ele deve servir a uma família de bruxos das Trevas... – Alice disse e fez todos se entreolharem preocupados.


 


Fez-se um silêncio interrompido apenas pelo tinido dos talheres lá embaixo e o reboar distante da voz do tio Válter.


— Q-quê? — gaguejou Harry. — Mas eu tenho que voltar, o trimestre começa em primeiro de setembro. É só o que me anima a viver. Você não sabe o que passo aqui. O meu lugar não é aqui. O meu lugar é no seu mundo, em Hogwarts.


— Não, não, não — guinchou Dobby, sacudindo a cabeça com tanta força que as orelhas esvoaçaram. — Harry Potter deve ficar onde está seguro. Ele é grande demais, bom demais, para perder. Se Harry Potter voltar a Hogwarts, vai encontrar um perigo mortal.


 


– Mais um? – Lily perguntou preocupada.


 


— Por quê? — perguntou Harry surpreso.


— Há uma trama, Harry Potter. Uma trama para fazer coisas terríveis acontecerem na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts este ano — sussurrou Dobby, tomado de repentina tremedeira. — Dobby sabe disso há meses, meu senhor. Harry Potter não deve se expor ao perigo. Ele é demasiado importante, meu senhor!


— Que coisas terríveis? — perguntou Harry na mesma hora. — Quem está planejando essas coisas?


Dobby fez um barulho engraçado como se engasgasse e em seguida bateu com a cabeça na parede num frenesi.


 


– Os donos dele vão abrir a Câmara Secreta e vão libertar o monstro que mora nela para matar nascidos trouxa? – Tiago perguntou em choque segurando a mão de Lily com força.


                Um grande silêncio se instaurou na sala por alguns minutos, antes que Alice voltasse a ler.


 


— Está bem! — exclamou Harry, agarrando o braço do elfo para fazê-lo parar. — Você não pode me dizer, eu compreendo. Mas por que é que você está alertando a mim? — Um pensamento súbito e desagradável lhe ocorreu. — Espere aí, isso não tem nada a ver com Vol... Desculpe... Com o Você-Sabe-Quem, tem? Você só precisa fazer com a cabeça sim ou não — acrescentou ele depressa quando a cabeça de Dobby voltou a se inclinar de modo preocupante para o lado da parede.


— Não... Não Aquele-que-Não-Deve-Ser-Nomeado, meu senhor.


Mas os olhos de Dobby se arregalaram e ele parecia estar tentando dar uma indicação ao garoto. Mas Harry, no entanto, não entendeu nada.


 


– Pelo menos esse ano você não vai enfrentar Voldemort... – Lily disse olhando para Harry pesarosa.


– Não acredite muito nisso... – Tiago disse pensativo – Elfos domésticos falam de formas estranhas às vezes.


– O que quer dizer com isso? –Alice perguntou curiosa.


– Pode ser que tenha algo haver com Voldemort... – Tiago disse parecendo confuso – Mas não tenho certeza, ele fez questão de falar em vez de apenas acenar negativamente como Harry pediu, isso é estranho...


– Mas não tem mesmo nada haver. – Remo disse dando de ombros – Já sabemos que ele está alertando Harry por causa da Câmara Secreta, não tem nada com Voldemort...


                Tiago deu de ombros antes de Alice continuar lendo.


 


Dobby sacudiu a cabeça, os olhos mais arregalados que nunca.


— Então não consigo pensar quem mais teria uma chance de fazer acontecer coisas terríveis em Hogwarts — disse Harry. — Quero dizer, tem o Dumbledore, você sabe quem é Dumbledore, não sabe?


Dobby inclinou a cabeça.


— Alvo Dumbledore é o maior diretor que Hogwarts já teve. Dobby sabe disso, meu senhor Dobby ouviu dizer que os poderes de Dumbledore se rivalizam com os de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, no auge de sua força. Mas, meu senhor... — a voz de Dobby se transformou em um sussurro urgente — há poderes que Dumbledore não... Poderes que nenhum bruxo decente...


E antes que Harry pudesse impedi-lo, Dobby saltou da cama, agarrou o abajur da escrivaninha de Harry e começou a se golpear na cabeça, com ganidos de furar os tímpanos.


 


– Ele falou mal dos donos de novo... – Remo disse pensativo – então os donos dele têm poderes que Dumbledore não usaria por ser decente...


 


Fez-se um silêncio repentino no andar de baixo. Dois segundos depois, Harry, com o coração batendo loucamente, ouviu tio Válter entrar no corredor falando:


— Duda deve ter deixado a televisão ligada outra vez, o pestinha!


— Depressa! Dentro do armário! — sibilou Harry, empurrando Dobby, fechando a porta e se atirando na cama bem na hora em que a maçaneta girou.


— Que... Diabo... Você... Está... Fazendo? — disse tio Válter por entre os dentes cerrados, o rosto horrivelmente próximo do de Harry. — Você acabou de estragar o fecho da minha piada sobre o golfista japonês... Mais um ruído e você vai desejar nunca ter nascido, moleque!


 


– Devia ser uma piada sem graça. – Sirius murmurou irritado.


 


Ele saiu do quarto pisando forte.


Trêmulo, Harry deixou Dobby sair do armário.


— Está vendo como é aqui? — perguntou. — Está vendo por que preciso voltar para Hogwarts? É o único lugar onde tenho... Acho que tenho amigos.


— Amigos que nem escrevem a Harry Potter? — perguntou Dobby manhoso.


 


– Como ele pode saber isso? – Neville perguntou pensativo.


– Só se é culpa dele Harry não ter recebido cartas. – Sirius disse com raiva.


 


— Acho que eles estiveram... Espere aí — disse Harry amarrando a cara. — Como é que você sabe que meus amigos não têm escrito?


Dobby arrastou os pés.


— Harry Potter não deve se zangar com Dobby. Dobby fez isso para ajudar!


— Você andou interceptando minhas cartas?


— Dobby está com elas aqui, meu senhor — respondeu o elfo. Saindo de fininho do alcance de Harry, ele puxou um maço grosso de envelopes de dentro da roupa. Harry conseguiu distinguir a letra caprichosa de Mione, os garranchos de Rony e até umas garatujas que pareciam ter vindo do guarda-caças de Hogwarts, Hagrid.


 


– Nunca te abandonaríamos, cara. – Rony disse para Harry sorrindo.


– Desculpa por achar que vocês não eram bons amigos... – Tiago disse constrangido a Rony e Hermione.


 


Dobby piscou ansioso para Harry.


— Harry Potter não deve se zangar... Dobby tinha esperanças... Se Harry Potter achasse que os amigos tinham esquecido dele... Harry Potter talvez não quisesse voltar à escola, meu senhor...


Harry não estava ouvindo. Tentou agarrar as cartas, mas Dobby saltou para longe do seu alcance.


— Harry Potter as receberá meu senhor, se der a Dobby sua palavra de que não vai voltar a Hogwarts. Ah, meu senhor, este é um perigo que o senhor não deve enfrentar! Diga que não vai voltar meu senhor!


 


– Ele está tentando fazer Harry concordar com um ato contratual mágico! – Severo murmurou chocado.


 


— Não — respondeu Harry zangado. — Entregue-me as cartas dos meus amigos!


— Então Harry Potter não deixa a Dobby outra escolha — disse o elfo triste.


Antes que Harry pudesse se mexer, Dobby se precipitou para a porta do quarto, abriu-a e correu escada abaixo.


A boca seca, o estômago revirando, Harry saltou atrás dele, tentando não fazer barulho. Pulou os últimos seis degraus, caindo como um gato no tapete da entrada, procurando Dobby por todo lado. Da sala de jantar ele ouviu tio Válter dizer:


— Conte a Petúnia aquela história engraçada dos encanadores americanos, Sr. Mason. Ela anda doida para ouvir...


Harry correu pelo corredor em direção à cozinha e sentiu o coração parar.


A obra-prima de tia Petúnia, aquele pudim coberto de creme e violetas cristalizadas estava flutuando junto ao teto. Em cima de um guarda-louça no canto, encontrava-se agachado Dobby.


 


– O ministério vai pensar que foi Harry quem fez o feitiço de levitação, e ele vai receber uma advertência... – Remo disse preocupado.


 


— Não — disse Harry quase sem voz. — Por favor... Eles vão me matar...


— Harry Potter deve prometer que não vai voltar à escola...


— Dobby... Por favor...


— Prometa meu senhor...


— Não posso!


Dobby lançou-lhe um olhar trágico.


— Então Dobby vai fazer isso, meu senhor, pelo bem de Harry Potter.


O pudim caiu no chão com um baque de fazer parar o coração. O creme sujou as janelas e as paredes quando o prato se espatifou. Com um estalido que parecia uma chicotada, Dobby desapareceu.


Ouviram-se gritos vindos da sala de jantar e tio Válter irrompeu pela cozinha onde encontrou Harry, paralisado de choque, coberto com o pudim de tia Petúnia da cabeça aos pés.


 


– Eles vão matá-lo! – Remo exclamou preocupado.


– Não na frente das visitas. – Lily disse infeliz.


 


A princípio, pareceu que o tio Válter ia conseguir explicar a coisa toda.


("É o nosso sobrinho... Muito perturbado... Ver estranhos o perturba, então nós o mantemos no primeiro andar") Ele tangeu os Mason, muito chocados, de volta à sala de jantar, prometeu a Harry que ia chicoteá-lo e deixá-lo quase morto quando os Mason fossem embora, e lhe entregou um esfregão.


 


– Ele falou para eles que você era louco? – Hermione perguntou abismada.


                Harry apenas acenou afirmativamente com a cabeça.


 


Tia Petúnia desencavou um sorvete do congelador e Harry, ainda tremendo, começou a limpar a cozinha com o esfregão.


Tio Válter talvez ainda tivesse conseguido fechar o negócio, se não fosse pela coruja.


 


– A advertência do ministério. – Sirius disse suspirando pesaroso.


 


Tia Petúnia estava oferecendo uma caixa de bombons de hortelã, depois do jantar, quando uma enorme coruja mergulhou pela janela da sala de jantar, deixou cair uma carta na cabeça da Sra. Mason e tornou a sair. A Sra. Mason berrou como uma alma penada e saiu porta afora gritando que havia doidos lá dentro. O Sr. Mason se demorou o suficiente para dizer aos Dursley que sua mulher tinha um medo mortal de pássaros de qualquer tipo e tamanho, e para perguntar se aquilo era a ideia que faziam de uma brincadeira.


 


– Algo me diz que as coisas vão piorar muito agora... – Frank disse.


                Lily cobriu o rosto com uma mão enquanto apertava a mão de Tiago com a outra.


 


Harry ficou na cozinha, segurando o esfregão à procura de apoio, quando tio Válter avançou para ele, um brilho demoníaco nos olhinhos miúdos.


— Leia isto! — sibilou malignamente, sacudindo a carta que a coruja entregara. — Vamos... Leia isso!


Harry apanhou a carta. Não continha votos de feliz aniversario.


“Prezado Senhor Potter, Fomos informados que um feitiço de levitação foi usado esta noite em seu local de residência às 9:12h. Como o senhor sabe, bruxos de menor idade não tem permissão para fazer feitiços fora da escola e, a continuar esta prática, o senhor poderá ser expulso da referida escola (Decreto para restrição racional da prática de bruxaria por menores, 1875, parágrafo C).


Gostaríamos também de lembrar-lhe que qualquer atividade mágica que possa chamar a atenção da comunidade não mágica (trouxa) é uma infração grave, conforme seção 13 do


Estatuto de Sigilo da Confederação Internacional de Bruxos.


Boas férias!


Mafalda Hopkirk


Escritório de Controle do Uso Indevido de Mágica


Ministério da Magia”


Harry ergueu os olhos da carta e engoliu em seco.


— Você não nos disse que não tinha permissão de usar mágica fora da escola — disse tio Válter, um brilho demente dançando nos olhos. — Esqueceu-se de mencionar... Vai ver lhe escapou...


 


– Ele vai fazer algo maligno... – Neville disse nervoso.


 


O tio veio avançando para Harry como um grande buldogue, os dentes arreganhados.


— Muito bem, tenho novidades para você, seu moleque... Vou prendê-lo... Você nunca mais vai voltar para aquela escola... Nunca... E se tentar se soltar por mágica, eles é que vão expulsá-lo!


 


– Se você não voltar a Hogwarts, – Frank disse – eles vão mandar alguém para buscá-lo.


 


E dando risadas como um maníaco, arrastou Harry para o quarto.


Tio Válter não faltou com sua palavra. Na manha seguinte, ele pagou um homem para instalar grades na janela de Harry. Ele mesmo instalou a portinhola na porta do quarto, para que, três vezes por dia, eles pudessem empurrar pequenas quantidades de comida para dentro. Soltavam Harry de manhã e de noite para usar o banheiro.


A exceção disso, ele permanecia preso no quarto, dia e noite.


 


– Isso é terrível. – Lily disse com lágrimas nos olhos – Terrível!


 


Três dias depois, os Dursley continuavam a não dar sinais de compadecimento, e Harry não via nenhuma saída para sua situação. Deitava-se na cama observando o sol se pôr por trás das grades da janela e se perguntava, infeliz, o que ia lhe acontecer.


De que adiantava se libertar do quarto por meio de mágica se Hogwarts o expulsaria por isso? Contudo, a vida na Rua dos Alfeneiros atingira seu ponto crítico.


 Agora que os Dursley sabiam que não iam acordar transformados em morcegos comedores de frutas, Harry perdera sua única arma. Dobby talvez o tivesse salvo dos horríveis acontecimentos em Hogwarts, mas do jeito que as coisas caminhavam, ele provavelmente ia morrer de fome.


A portinhola bateu e a mão da tia Petúnia surgiu empurrando uma tigela de sopa em lata para dentro do quarto. Harry, cujas entranhas doíam de tanta fome, saltou da cama e apanhou-a. A sopa estava gelada, mas ele bebeu metade de um gole só. Depois, atravessou o quarto até a gaiola de Edwiges e empurrou as verduras moles do fundo da tigela para a bandeja vazia da coruja. Ela sacudiu as penas e lhe lançou um olhar de profundo nojo.


 


– Você é tão bondoso. – Lily disse afagando o rosto de Harry com a mão que retirou do rosto – Mesmo morrendo de fome, não deixou Edwiges ficar com fome também...


 


— Não adianta empinar o bico para a comida: isto é só o que temos — disse Harry sério.


Ele repôs a tigela vazia ao lado da portinhola e se deitou na cama, sentindo-se mais faminto do que estivera antes da sopa.


Supondo que continuasse vivo dali a quatro semanas, o que aconteceria se não se apresentasse em Hogwarts? Mandariam alguém para saber por que ele não voltara? Conseguiriam obrigar os Dursley a soltá-lo?


 


– É claro! – Sirius disse – Esses trouxas horrorosos nunca conseguiriam enfrentar um bruxo adulto.


 


O quarto foi escurecendo. Exausto, com a barriga roncando, a cabeça girando com a mesma pergunta irrespondível, Harry mergulhou num sono agitado.


Sonhou que estava sendo exibido num zoológico, com uma etiqueta presa à gaiola em que se lia: BRUXO MENOR DE IDADE. As pessoas o observavam por trás das grades, faminto e fraco, deitado numa cama de palha. Ele viu o rosto de Dobby na multidão e gritou pedindo ajuda, mas Dobby respondeu: "Harry Potter está seguro aí, meu senhor!" e desapareceu. Então os Dursley apareceram e sacudiram as grades da gaiola, rindo-se dele.


 


– Seus sonhos sempre falam muito sobre você... – Frank disse pensativo.


 


— Parem — murmurou Harry enquanto o barulho das grades martelava em sua cabeça dolorida. — Me deixem em paz... Parem com isso... Estou tentando dormir...


Ele abriu os olhos. O luar entrava pelas grades da janela. E alguém o espiava pelas grades: alguém de rosto sardento, cabelos vermelhos e nariz comprido.


Rony Weasley se achava do lado de fora da janela de Harry.


 


– Como você poderia estar do lado de fora da janela de Harry, se a janela fica no segundo andar? – Tiago perguntou entre assustado e admirado.


– Vocês vão ver... –Rony respondeu rindo.


– Vamos, comece o próximo capítulo logo Neville. – Alice disse ansiosa.


– Devíamos comer alguma coisa... – Hermione disse sem querer atrapalhar – Já está ficando tarde...


– Hermione está certa. – Sirius disse – Estou morrendo de fome.


– Mas da para ler mais um capítulo antes de dormir... – Lily, que queria ver Harry bem, disse.


                Todos sentaram-se juntos para a refeição. Lily passou o jantar inteiro segurando a mão de Tiago por baixo da mesa, o que causou muita inveja a Severo. Ele não conseguia entender como Lily podia estar se aproximando de uma pessoa, que na sua opinião, era metido, egocêntrico e não tinha nada na cabeça.


                Neville pegou o livro e abriu no terceiro capítulo.


– Capítulo III – A Toca.


                                                                   ~~ x ~~  


Já falei o quanto adoro todos vocês? Hoje quando entrei no FeB tinha uma enxurrada de comentários nas duas fics e pensei: "tenho os leitores mais maravilhosos desse mundo". Então para a felicidade dos que reclamaram que eu postei só um capítulo, ai está o segundo e essa semana serão três capítulos (mas não esperem isso sempre!).
Clenery Aingremont: Estudar é bom, espero que tenha ido bem na sua prova! Só de você deixar um comentário dizendo que leu já é o suficiente para me deixar feliz (ok, eu gosto de comentáios gigantes, mas não precisa quando você não está legal para comentar, gosto de comentários que vem do coração!!).
Day Caracas: Vocês merecem essa dedicatória! Que bom que gostou do primeiro capítulo, os capítulos na casa dos Dursley são sempre mais difíceis de escrever, por isso fico ainda mais feliz quando recebo comentários positivos.
MionGinnyLuna: Já falei, mesmo que você comente apenas "oi" já fico muito feliz de ver que você ainda está acompanhando. Que bom que gostou, esses capítulos na casa dos Dursley são sempre mais difíceis para mim, fico feliz que tenha gostado.
Gi Molly Weasley: Claro que dediquei, vocês que comentaram e me ajudaram sempre merecem. Vocês me fizeram tão feliz quando vi esse monte de comentários que até decidi postar antes, e vou postar mais um ainda essa semana!
LULU789: Se vocês não estivessem sempre comentando e colocando meu moral lá no céu, eu não teria chegado aqui, por isso são vocês que merecem agradecimentos! Que bom que está gostando, a Gina vai aparecer muito mais nesse!
Li Everllark: Ahhh, apesar de perfecticidade não existir, fico feliz de ter inventado uma palavra só para mim! hahaha, espero te ver por aqui também!
sasa lovegood: Muito obrigada, fico feliz que goste do meu jeito de escrever. Sem vocês eu não teria chegado até aqui, por isso vocês merecem essa dedicatória. O poeminha de dia dos namorados da Gina é uma das partes mais engraçadas desse livro!
Mary Lilian Potter: Nem mesmo os marotos conhecem todos os segredos de Hogwarts, não é? Vocês merecem essa dedicatória, vocês são os melhores leitores do mundo. Os marotos acham amizade muito importante, por isso ficaram irritados por achar que Rony e Mione abandonaram Harry... Quanto ao Sirius lembrar do Dobby, Narcisa e Lucio haviam acabado de se casar na época em que a fic se passa, e Sirius havia acabado de fugir de casa, então não acho que ele chegou a saber que Narcisa e Lucio tinham um elfo doméstico chamado Dobby...
ste_panza: Esse é um vicio bom! É o tipo de vicio que vale a pena!
Luiza Snape: Todos vocês merecem essa dedicatória e muitas mais! Espero que esteja gostando!
Guilherme L: Já escrevi todos os capítulos de CS, até postei em comemoração quando acabei o livro! Já estou no terceiro capítulo de PdA! Mas não sei se acabo de postar até o natal, tenho que ver, sei que vou postar no meu aniversário, então talvez eu consiga terminar...
NathaliaHelena: Não precisa mais roer unha nenhuma! Ta ai o segundo capítulo, e sábado posto mais um, não precisa ficar ansiosa!!
Nina Lovegood: Só quero saber se concorda com a atitude de Tiago em PdA ou não, depois me conte! Que bom que gostou das reações deles!
Carolina Black: Muito obrigada pela oferta de ajuda, mas já terminei de escrever o segundo livro tabém. Fico feliz que tenha gostado do primeiro.
Arthur lacerda: Problema resolvido! Fico feliz que tenha gostado! E não precisa exagerar, não escrevo tão bem assim, vocês tinham que ver a quantidade de coisas que descarto antes de postar o capítulo...



UAU! São comentários demais (Isso não é uma reclamação, continuem comentando)! Espero ter respondido todos, respondi os do último capítulo de PF junto com os do primeiro de CS...

Espero que estejam gostando! Não deixem de comentar para me fazer feliz!

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Comentários (13)

  • HarryJ.Potter

    Que saudade do Dobby,foi tão triste a morte dele,eu realmente gostava dele,mas mudando de assunto, esse capitulo foi d+ Ps: Eu sei que o comentario foi pequeno,mas sou pessimo em fazer comentarios,mas não pense que eu não to gostando da fic,pois estou ADORANDO 

    2013-12-09
  • Arthur lacerda

    MUITO BOM. Parabéns.   PS.: O fato de você fazer muitas correções não a desmerece como uma boa escritora. A própria JK passava meses só corrigindo seus capítulos. Isso demonstra que você é cuidadosa com que escreve. PS².: Não estou puxando saco para conseguir mais capítulos. Você é uma boa escritora.

    2013-12-05
  • Mary Lilian Potter

    AMEI O CAP, perfeito como todos!Sinto falta do Dobby a fraze que eu mais gostei dele é no filme RdM parte 1 quando Dobby joga o lustre em Bellatriz e ela diz "Esta querendo me matar!" e Dobby responde "Matar, não!Dobby só queria causar um ferimento muito serio."kkkkk na hora que ouvi isso rachei de ri!Quero ver a reação dos marotos quando souberem do carro voador!Fico feliz em saber que esta semana vc vai postar 3 vezes.Esperando o proximo cap.

    2013-12-05
  • James Fernando

    Legal, continue. Poste o mais rapido o possivel. Quero só ve a reação deles quando Harry enfrentar o Tom do diaria na Camera.

    2013-12-04
  • LuLu Weasley Potter

    OTIMO CAP...ADOREI A EXPLICAÇÃO SOBRE OS ELFOS DOMÉSTICOS...VAI POSTAR MAIS UM ESSA SEMANA??? ÓTIMO...SUPER ANSIOSA PRA VER O QUE OS MAROTOS VÃO ACHAR DO " REGATE " DO HARRY...NÃO SEI SE VOU CONSEGUIR COMENTAR TUDO O QUE EU ACHEI DESSE CAP HJ...ESSA SEMANA E SEMANA QUE VEM VOU TER 2 PROVAS A CADA 2 DIAS... :( :( :( ...QUE BOM QUE A GINA VAI APARECER MAIS... ADORO ELA E HARRY COMO CASAL...PODE APOSTAR QUE MESMO LOTADA DE MATERIA EU VOU DAR UM JEITO DE PELO MENOS LER OS CAPS QUE VC POSTAR...PARABENS PELA NOVA FIC... 

    2013-12-04
  • sasa lovegood

    Adoro quando entro na FeB e tem um capitulo novo aqui! Saudades do Dobby <3 obrigada por essa lembrança. E boa noticia essa de 3 capitulos essa semana. Bjks!

    2013-12-04
  • Guilherme L.

    Aaaah é verdade! Nem me lembrava que você tinha postado por acabar CS, eu pensava que era por ter acabado PF mesmo. Ah, qual a data do seu aniversário? aproveito e te dou os parabéns também quando for o dia,haha. Sei que acabar antes do Natal é meio impossivel, 3 semanas pra postar mais de 15 capítulos é muita coisa.

    2013-12-04
  • Luiza Snape

    Continua!!! A Fic tá muito boa! Já escreveu até que parte? Bjx  

    2013-12-04
  • Clenery Aingremont

    Não desejaria a ninguém ser mãe de Harry Potter haha Opa! Vai postar mais essa semana? Tudo bem, não irei me acostumar (mentira). Quem dera, cara :/ Eu devo ter me ferrado. Era prova de matemática e, mesmo que eu me dê bem em juros simples e o outro negócio lá que esqueci o nome, me deu branco em "desconto" e mais da metade das questões tinha "desconto" no meio. E teve uma questão de múltipla escolha que o meu resultado final era igual ao da múltipla escolha, só que o da múltipla escolha era um número a mais "125", enquanto meu resultado era "124". Eu refiz as contas milhares de vezes e não estava errado. E a professora não estava no colégio, então não deu para saber se ela tinha errado na digitação ou se eu quem tinha errado... Enfim! Pelo menos eu já passei na 3º bimestre. Ano que vem eu me dedico mais do que me dediquei esse ano (não terei muita escolha mesmo).

    2013-12-04
  • Day Caracas

    Oh Meus Deuses, eu não vou cansar nunca em dizer em como a sua fic é perfeita ^-^. Muito anciosa para o proximo, os Weasley vão aparecer *-* Oh familia perfeita que eu amo. Ate o proximo

    2013-12-04
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