O diário secretíssimo



– O diário secretíssimo.

Gina fechou os olhos com força, de todos os livros, aquele era o pior para ela, sabia que no último livro coisas terríveis aconteciam, assim como no quinto e no quarto, mas aquele sempre seria o mais doloroso para ela. Todos aqueles ataques, tudo que acontecia naquele livro, doía nela como em ninguém mais. Não importava o que os outros diziam, era tudo culpa dela.
Tiago observava a menina com uma mistura de pena e curiosidade, ela estava de olhos fechados, pálida, e algumas lágrimas escorriam de suas pálpebras. Tiago já tinha uma boa noção do que havia acontecido, não teria descoberto se Gina não estivesse tão mal. Ele queria poder impedi-la de sofrer daquela maneira, mas o livro não se revelaria sem ela na sala. Ele imaginava que cada um teria sua parcela de sofrimento ao longo dos livros, e esta devia ser a da pequena Weasley.
Harry que também estava de olho em Gina começou a ler para que ninguém mais percebesse o estado da menina.


Hermione permaneceu na ala hospitalar várias semanas. Houve uma boataria sobre o seu sumiço quando o resto da escola voltou das férias de Natal, porque naturalmente todos pensaram que ela fora atacada. Foram tantos os alunos que passaram pela ala hospitalar tentando dar uma olhada nela que Madame Pomfrey pegou outra vez as cortinas e pendurou-as em torno da cama da garota, para lhe poupar a vergonha de ser vista com a cara peluda.
Harry e Rony iam visitá-la toda tarde. Quando o novo período letivo começou, eles lhe levavam os deveres de casa do dia.


– Eu não faço meus deveres de casa quando estou na ala hospitalar. – Sirius disse dando de ombros.
– Você também não os faz quando não está na ala hospitalar. – Remo disse rindo.
– Deveres de casa são perda de tempo. – Sirius disse com um aceno de sobrancelhas para Tiago – Se você não foi capaz de aprender na sala de aula, não vai aprender sozinho na sala comunal!


— Se tivessem crescido bigodes de gato em mim, eu teria tirado umas férias dos deveres — disse Rony, certa noite, despejando uma pilha de livros na mesa-de-cabeceira de Mione.
— Pare de ser bobo, Rony, tenho que me manter em dia — disse Mione decidida, seu estado de ânimo melhorara muito desde que todos os pelos desapareceram do seu rosto, e os olhos estavam voltando lentamente à cor castanha. — Suponho que não encontraram nenhuma pista nova? — acrescentou aos sussurros, de modo que Madame Pomfrey não a escutasse.
— Nada — respondeu Harry, desanimado.
— Eu tinha tanta certeza de que era Draco — disse Rony, pela centésima vez.
— Que é isso? — perguntou Harry, apontando para alguma coisa dourada que aparecia por baixo do travesseiro de Mione.
— É só um cartão desejando que eu fique boa logo — disse Mione depressa, tentando escondê-lo, mas Rony foi mais rápido. Puxou o cartão, abriu-o e leu em voz alta:
A senhorita Granger desejo uma rápida convalescença, seu professor preocupado Gilderoy Lockhart Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças das Trevas, cinco vezes vencedor do Prêmio do Sorriso Mais Simpático do Mundo do Semanário dos Bruxos.


– Você estava dormindo com essa porcaria debaixo do travesseiro? – Frank perguntou descrente.
– Vou retirar todos os elogios que fiz à sua inteligência. – Sirius bufou.
– Em defesa dela, – Harry disse piscando para Hermione – ela era uma garotinha de doze anos com uma quedinha por um professor, ela cresceu.
– Que bom que pelo menos alguém cresceu para abandonar a quedinha por Lockhart. – Tiago disse olhando diretamente para Alice.
Alice bufou e revirou os olhos, mas não respondeu.


Rony olhou para Mione, enojado.
— Você dorme com isso debaixo do travesseiro?
Mas Mione não precisou responder por que Madame Pomfrey apareceu para lhe dar a medicação noturna.
— O Lockhart é o cara mais populista que você já conheceu ou o quê? — perguntou Rony a Harry ao saírem da enfermaria e começarem a subir a escada que levava à Torre da Grifinória. Snape passara tanto dever de casa, que Harry achou que provavelmente estaria na sexta série quando terminasse tudo. Rony estava acabando de comentar que gostaria de ter perguntado a Mione quantos rabos de rato devia usar na Poção de Arrepiar Cabelos quando um vozerio no andar de cima chegou aos ouvidos dos dois.


– Dois rabos de rato! – Severo e Lily disseram ao mesmo tempo e se entreolharam.


— É o Filch — murmurou Harry enquanto subiam depressa a escada e paravam, escondidos, apurando os ouvidos.
— Você acha que mais alguém foi atacado? — perguntou Rony tenso.
Os dois ficaram quietos, as cabeças inclinadas na direção da voz de Filch, que parecia um tanto histérica.
—... Sempre mais trabalho para mim! Enxugando o chão a noite inteira, como se já não tivesse o suficiente para fazer! Não, isto é a última gota, vou procurar o Dumbledore...
Os passos dele cessaram e os meninos ouviram uma porta bater à distância.
Os garotos esticaram as cabeças para espiar mais além do canto. Filch, pelo que viam, estivera em seu posto de vigia habitual: estavam mais uma vez no local em que Madame Nor-r-ra fora atacada. Viram imediatamente a razão dos gritos de Filch.
Uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da porta do banheiro da Murta Que Geme. Quando Filch parou de gritar, eles puderam ouvir os lamentos da Murta ecoando pelas paredes do banheiro.


– Só a Murta sendo a Murta. – Alice disse dando de ombros.


— Agora o que será que ela tem? — exclamou Rony.
— Vamos até lá ver — disse Harry e, levantando as vestes bem acima dos tornozelos, os dois atravessaram aquela agueira até a porta com o letreiro INTERDITADO, não lhe deram atenção, como sempre, e entraram.
Murta Que Geme chorava, se é que isso era possível, cada vez mais alto e com mais vontade do que nunca. Parecia ter-se escondido no seu boxe habitual. Estava escuro no banheiro porque as velas haviam se apagado com a grande inundação que deixara as paredes e o piso encharcados.
— Que foi Murta?— perguntou Harry.
— Quem é? — engrolou Murta, infeliz. — Vêm jogar mais alguma coisa em mim?
Harry meteu os pés na água até o boxe dela.
— Por que eu iria jogar alguma coisa em você?
— É a mim que você pergunta! — gritou Murta, surgindo em meio a mais uma onda líquida, que se espalhou pelo chão já molhado. — Estou aqui cuidando da minha vida e alguém acha que é engraçado jogar um livro em mim...
— Mas não deve machucar se alguém joga um livro em você — argumentou Harry. — Quero dizer, ele atravessa você, não é mesmo?


– Parece que Harry tem tanto tato quanto Sirius, não é? – Remo disse revirando os olhos para Harry.


Disse a coisa errada. Murta se estufou e gritou com voz aguda:
— Vamos todos jogar livros na Murta, porque ela não é capaz de sentir! Dez pontos se você fizer o livro atravessar a barriga dela! Muito bem, ha, ha, ha! Que ótimo jogo, eu não acho!
— Mas afinal quem jogou o livro em você? — perguntou Harry.
— Eu não sei... Eu estava sentada na curva do corredor, pensando na morte, e o livro atravessou a minha cabeça — disse Murta olhando feio para os garotos. — Está lá, foi levado pela água...
Harry e Rony espiaram embaixo da pia para onde Murta apontava. Havia um livro pequeno e fino caído ali. Tinha uma capa preta e gasta e estava molhado como tudo o mais naquele banheiro. Harry adiantou-se para apanhá-lo, mas Rony de repente esticou o braço para impedi-lo.
— Que foi?
— Você está maluco — disse Rony. — Pode ser perigoso.


Harry e Rony se entreolharam.
– Rony tem razão. – Lily disse preocupada – Com a câmara secreta aberta e o herdeiro de Slytherin por ai petrificando pessoas, não é aconselhável pegar coisas aleatórias do chão, pode estar amaldiçoado...
Harry, Rony, Hermione e Gina deram um suspiro profundo, Lily nem imaginava quão certa estava.


— Perigoso? — perguntou Harry rindo. — Deixe disso, de que jeito poderia ser perigoso?
— Você ficaria surpreso — disse Rony, olhando apreensivo para o livro. — Os livros que o Ministério da Magia tem confiscado, papai me contou, tinha um que queimava os olhos da pessoa. E todo mundo que leu Sonetos de um Bruxo passou a falar em rima para o resto da vida. E uma velha bruxa em Bath tinha um livro que a pessoa não conseguia parar de ler. Passava a andar com a cara no livro, tentando fazer tudo com uma mão só. E...


– Nossa! – Hermione exclamou espantada – Não sabia dessas coisas...
– Devia ter te falado, ai você passaria menos tempo com o nariz enfiado em livros. – Rony disse com um meio sorriso.


— Está bem, já entendi.
O livrinho continuava no chão, empapado e indefinível.
— Bem, não vamos descobrir se não dermos uma olhada — falou Harry. Abaixou-se para se desvencilhar de Rony e apanhou o livro do chão.
Harry viu num instante que era um diário, e o ano meio desbotado na capa lhe informou que tinha cinquenta anos de idade.


– Um diário do ano em que a câmara secreta foi aberta pela primeira vez? – Tiago perguntou espantado.
– Seria coincidência demais... – Sirius disse pensativo – Um diário do ano da primeira vez que a câmara foi aberta jogado no chão de um banheiro no ano em que foi reaberta?
– Esse diário tem alguma ligação com a câmara secreta. – Remo disse sério – Só pode ser isso...
– Então é um diário realmente perigoso. – Lily disse aflita.


Abriu-o ansioso. Na primeira pagina, mal e mal, conseguiu ler o nome "T. S. Riddle", em tinta borrada.
— Calma aí — disse Rony, que se aproximara cautelosamente e espiava por cima do ombro do amigo. — Conheço esse nome... T. S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos.


– Não pode ser coincidência! – Tiago disse com a cabeça explodindo em pensamentos – A câmara foi aberta cinquenta anos antes, o diário tem cinquenta anos, Riddle ganhou um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos... Nunca ouvi falar em um Riddle, não é um nome de família puro-sangue...
– Não mesmo. – Sirius confirmou – Nunca ouvi falar em uma família Riddle...
– Então ele não poderia ser o herdeiro de Slytherin, poderia? – Alice perguntou tentando entender o que eles estavam pensando.
– Pode e não pode... – Remo respondeu – Não se sabe a linhagem de Slytherin, alguma das mulheres da família deve ter se casado com um Riddle. Mas isso não seria normal, pois Riddle não é o nome de uma família puro-sangue conhecida...
– Talvez Riddle seja quem descobriu quem abriu a câmara e denunciou. – Alice disse dando de ombros.
– Pode ser... – Frank disse pensativo.


— Como é que você sabe? — perguntou Harry admirado.
— Porque Filch me fez polir o escudo desse homem umas cinquenta vezes durante a minha detenção — disse Rony com raiva. — Daquela vez que arrotei lesmas para todo o lado. Se você tivesse tirado lesmas de um nome durante uma hora, você também se lembraria.
Harry separou as páginas molhadas. Estavam completamente em branco. Não havia o menor vestígio de escrita em nenhuma delas, nem mesmo Aniversário de tia Magda ou dentista às três e meia.
— Não entendo por que alguém quis se desfazer dele — comentou Rony, curioso.
Harry virou as costas do livro e viu impresso o nome de uma papelaria na Rua Vauxhall, em Londres.
— O dono deve ter nascido trouxa — disse Harry pensativo. — Para ter comprado um diário na Rua Vauxhall...


– Então Riddle definitivamente não é herdeiro de Slytherin. – Alice disse categórica – O herdeiro de Slytherin não seria nascido-trouxa...


— Bom, não vai servir para você — disse Rony. E baixando a voz: — Cinquenta pontos se você conseguir fazer ele atravessar o nariz da Murta.
Harry, porém, meteu o diário no bolso.


– Por que você quis tanto ficar com um diário velho? – Hermione perguntou pensativa.
– Não sei. – Harry disse encarando Hermione sério – Senti uma conexão com o diário, ou algo assim...
Hermione encarou Harry com seriedade, aquilo era um bocado revelador...
Tiago, Sirius, Remo e Severo olharam de Harry para Hermione desconfiados.


Hermione deixou a ala hospitalar, sem bigodes, sem rabo, sem pelos, no início de fevereiro.
Na primeira noite de volta à Torre da Grifinória, Harry lhe mostrou o diário de T. S. Riddle e lhe contou como o tinham encontrado.
— Aaah, talvez tenha poderes secretos — disse a garota, entusiasmada, apanhando o diário e examinando-o com atenção.
— Se tiver, deve estar escondendo esses poderes muito bem — disse Rony. — Vai ver é tímido. Não sei por que você não joga esse diário fora, Harry.
— Eu queria saber por que alguém tentou jogá-lo fora. E também gostaria de saber por que foi que Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados a Hogwarts.


– Ou alguém jogou ele fora por ser um diário velho inútil... – Sirius falou – Ou descobriu que ele era muito perigoso e estava tentando se livrar dele...
– Aposto na segunda opção. – Remo e Tiago disseram ao mesmo tempo.
– O prêmio deve ter algo haver com a câmara secreta... – Severo murmurou pensativo.


— Pode ter sido por qualquer coisa — disse Rony. — Talvez tenha ganho trinta corujas ou salvou um professor dos tentáculos de uma lula gigante. Talvez tenha assassinado a Murta; isso teria sido um favor para todo mundo...


Rony abaixou os olhos constrangido. Tiago também não deixou de perceber isso.


Mas Harry podia dizer pela expressão parada no rosto de Mione que ela estava pensando o que ele estava pensando.
— Que foi? — perguntou Rony olhando de um para outro.
— Bom, a Câmara Secreta foi aberta há cinquenta anos, não foi? Foi o que Draco disse.
— E... — disse Rony lentamente.
— E este diário tem cinquenta anos — disse Hermione, tamborilando os dedos nele, agitada.
— E daí?
— Ah, Rony, vê se acorda — retrucou a garota. — Sabemos que quem abriu a Câmara da última vez foi expulso há cinquenta anos. Sabemos que T. S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos. Muito bem, e se Riddle recebeu o prêmio por ter pego o herdeiro de Slytherin?


– Quantas vezes até o final desses livros vou ter que falar que você é uma gênia? – Sirius perguntou a Hermione.
Hermione corou.


O diário dele provavelmente nos contaria tudo, onde fica a Câmara, como abri-la, que tipo de criatura mora lá, e a pessoa que está por trás desses ataques desta vez não gostaria de ver o diário rolando por aí, não é?
— É uma teoria brilhante, Mione — disse Rony —, só tem um furinho pequenininho. Não tem nada escrito no diário.


– Mas isso não chega a ser um problema. – Lily disse com um suspiro – Existem muitas maneiras de revelar conteúdo oculto.
– Existem mesmo, mas se a pessoa que ocultou as informações no diário for inteligente mesmo, deve ter colocado uma senha. – Sirius disse trocando um olhar com Remo.
– Se fosse eu faria isso. – Remo confirmou com um meio sorriso.
Harry e Rony se entreolharam antes de Harry voltar à leitura.


Mas Hermione estava tirando a varinha de dentro da mochila.
— Talvez a tinta seja invisível! — sussurrou.
A garota deu três toques no diário e disse: Aparedum!
Nada aconteceu. Sem desanimar, Mione meteu outra vez a mão na mochila e tirou uma coisa que parecia uma borracha vermelho-berrante.
— É um revelador que comprei no Beco Diagonal — explicou.
Ela esfregou a borracha com força em primeiro de janeiro.
Nada aconteceu.
— Estou dizendo que não tem nada aí para se achar — falou Rony. — Riddle simplesmente ganhou um diário de Natal e não se deu o trabalho de usá-lo.


– Se fosse isso o diário não estaria andando por ai bem quando a câmara secreta foi reaberta. – Tiago disse sério – E esse é outro motivo pelo qual eu não acho que esse Riddle seja boa coisa, o diário dele reaparece bem na época em que a câmara é reaberta?
– Vai dizer que você acha que o diário quem abre a câmara. – Alice respondeu com desdém.
– Não o diário. – Tiago respondeu revirando os olhos.
Gina tremeu em seu canto.


Harry não conseguiu explicar, nem para si mesmo, por que simplesmente não jogou fora o diário de Riddle. O fato era que, mesmo sabendo que o diário estava em branco, não parava de pegá-lo distraidamente e de folheá-lo, como se fosse uma história que ele quisesse terminar. E embora tivesse certeza de que nunca ouvira falar em T. S. Riddle antes, ainda assim o nome parecia significar alguma coisa para ele, quase como se Riddle fosse um amigo que tivera quando era muito pequeno, e meio que esquecera. Mas isto era absurdo. Nunca tivera amigos antes de Hogwarts. Duda cuidara disso.


Hermione e Rony olharam para Harry, ligeiramente apavorados, aquele pensamento era assustador.


Ainda assim, Harry estava decidido a descobrir mais sobre Riddle. Por isso, próximo ao amanhecer, rumou para a sala de troféus para examinar o prêmio especial de Riddle, acompanhado por uma Mione interessada e um Rony completamente descrente, que disse aos dois que já vira a sala de troféus o suficiente para uma vida inteira.
O escudo dourado de Riddle estava guardado em um armário de canto. Não continha detalhes sobre as razões por que fora concedido ("Ainda bem, porque seria maior e eu ainda estaria polindo essa coisa", disse Rony.) Mas eles encontraram o nome de Riddle em uma velha medalha de Mérito em Magia e em uma lista de antigos monitores-chefes.
— Ele até parece o Percy — disse Rony, torcendo o nariz enojado. — Monitor, monitor-chefe... Provavelmente o primeiro aluno em todas as classes...
— Você fala isso como se fosse uma coisa ruim — disse Hermione num tom ligeiramente magoado.


– Se ele for realmente parecido com Percy, é um pouco ruim sim... – Tiago disse lembrando-se do início do livro – Percy tem um bocado de sede de poder, se esse Riddle for igual...
Harry olhou para Tiago impressionado, o pai realmente percebia as coisas bem demais.


O sol agora voltara a brilhar palidamente sobre Hogwarts. No interior do castelo, as pessoas se sentiam mais esperançosas. Não houvera mais ataques desde os de Justino e Nick Sem Cabeça, e Madame Pomfrey tinha o prazer de informar que as mandrágoras estavam ficando imprevisíveis e cheias de segredinhos, o que significava que iam deixando depressa a infância.
— Quando desaparecer a acne delas, estarão prontas para serem reenvasadas — Harry ouviu-a dizer gentilmente ao Filch uma certa tarde. — E depois disso, iremos cortá-las e cozinhá-las. Num instante você terá a sua Madame Nor-r-ra de volta.
Talvez o herdeiro de Slytherin tenha perdido a coragem, pensou Harry. Devia estar-se tornando cada vez mais arriscado abrir a Câmara Secreta, com a escola tão atenta e desconfiada. Talvez o monstro, fosse o que fosse, estivesse neste mesmo momento se aninhando para hibernar outros cinquenta anos...
Ernie Mcmillan da Lufa-Lufa não concordava com essa visão otimista. Continuava convencido de que Harry era o culpado, que ele "se denunciara" no Clube dos Duelos. Pirraça não estava ajudando nada; a toda hora aparecia nos corredores cheios de alunos, cantando: "Ah, Potter podre...", agora com um número de dança para acompanhar.
Gilderoy Lockhart parecia pensar que, sozinho, fizera os ataques pararem. Harry ouviu-o dizer isso à Profª. McGonagall quando os alunos da Grifinória faziam fila para ir à aula de Transformações.
— Acho que não vai haver mais problemas, Minerva — disse ele dando um tapinha no nariz e uma piscadela com ar de quem sabe das coisas. — Acho que a Câmara foi fechada para sempre desta vez. O culpado deve ter sentido que era apenas uma questão de tempo até nós o pegarmos. Achou mais sensato parar agora, antes que eu o liquidasse. Sabe, o que a escola precisa agora é de uma injeção no moral. Esquecer as lembranças do período passado! Não vou dizer mais nada por ora, mas acho que sei exatamente o que...
E dando outra pancadinha no nariz se afastou decidido.


– Esse idiota não fez nada, – Sirius disse irritado – está apenas se aproveitando da situação. Está aproveitando que os ataques pararam.
– Deve ser assim que ele escreveu os livros, – Frank disse concordando com Sirius – se aproveitando de situações que ele não resolveu.
– Acho que ele simplesmente roubou essas histórias. – Remo disse categórico.
Alice deu um suspirou profundo e se afundou um pouco mais no sofá.


A ideia que Lockhart fazia de uma injeção no moral tornou-se clara no café da manhã de catorze de fevereiro. Harry não dormira o suficiente por causa de um treino de Quadribol até tarde, na véspera, e correu para o Salão Principal, um pouco atrasado. Pensou, por um momento, que tivesse entrado na porta errada.
As paredes estavam cobertas com grandes flores rosa-berrante. E pior ainda, de um teto azul-celeste caía confete em feitio de coração. Harry dirigiu-se à mesa da Grifinória, onde Rony estava sentado com cara de enjoo, e Hermione parecia não conseguir parar de rir.
— Que é que está acontecendo? — perguntou Harry aos dois, sentando-se e limpando o confete do bacon.
Rony apontou para a mesa dos professores, aparentemente nauseado demais para falar.
Lockhart, usando vestes rosa-berrante, para combinar com a decoração, gesticulava pedindo silêncio. Os professores, de cada lado dele, estavam impassíveis. De onde se sentara, Harry podia ver um músculo tremendo na bochecha da Profª. McGonagall. Snape parecia que tinha acabado de tomar um grande copo de Esquelecresce.
— Feliz Dia dos Namorados! — exclamou Lockhart. — E será que posso agradecer às quarenta e seis pessoas que me mandaram cartões até o momento? Claro, tomei a liberdade de fazer esta surpresinha para vocês, e ela não acaba aqui!
Lockhart bateu palmas e, pela porta que abria para o saguão de entrada, entraram onze anões de cara amarrada. Mas não eram uns anões quaisquer. Lockhart mandara-os usar asas douradas e trazer harpas.


– Ah não! – Gina falou de repente se manifestando pela primeira vez depois de muito tempo. – Tinha me esquecido disso...
– Nunca me esqueci disso! – Rony disse caindo na gargalhada – Acho que Harry também não esqueceu.
– Nunca esqueceram o que? – Sirius perguntou curioso.
– Vocês já vão saber. – Neville disse rindo.
Harry baixou os olhos para o livro constrangido.


— Os meus cupidos, entregadores de cartões! — sorriu Lockhart. — Eles vão circular pela escola durante o dia de hoje entregando os cartões dos namorados. E a brincadeira não termina aí! Tenho certeza de que os meus colegas vão querer entrar no espírito festivo da data! Por que não pedir ao Profº. Snape para lhes ensinar a preparar uma Poção de Amor! E por falar nisso, o Profº. Flitwick conhece mais Feitiços de Fascinação do que qualquer outro mago que eu conheça, o santinho!
O Profº. Flitwick escondeu o rosto nas mãos. Snape fez cara de que obrigaria a beber veneno o primeiro aluno que lhe pedisse uma Poção de Amor.


– Envenenaria mesmo. – Severo murmurou.


— Por favor, Mione, me diga que você não foi uma das quarenta e seis — disse Rony ao deixarem o Salão Principal para assistir à primeira aula. A garota de repente ficou muito interessada em procurar na mochila o seu horário e não respondeu.


– Ok, – Hermione disse vermelha – eu admito, fui uma das quarenta e seis.
– Sempre soube. – Rony bufou e Lily percebeu uma ponta de ciúmes em sua voz.


O dia inteiro, os anões não pararam de invadir as salas de aula e entregar cartões, para irritação dos professores e, no fim daquela tarde, quando os alunos da Grifinória iam subindo para a aula de Feitiços, um dos anões alcançou Harry.
— Oi, você! "Arry” Potter! — gritou um anão particularmente mal-encarado, que abria caminho às cotoveladas para chegar até Harry.


– Isso vai ser bom! – Sirius gritou divertido.


Cheio de calores só de pensar em receber um cartão do dia dos namorados na frente de uma fileira de alunos de primeiro ano, que por acaso incluía Gina Weasley, Harry tentou escapar. O anão, porém, meteu-se por entre a garotada chutando as canelas de todos e o alcançou antes que o garoto pudesse se afastar dois passos.
— Tenho um cartão musical para entregar a "Arry" Potter em pessoa — disse, empunhando a harpa de um jeito meio assustador.
— Aqui não — sibilou Harry, tentando escapar.
— Fique parado! — grunhiu o anão, agarrando a mochila de Harry e puxando-o de volta.
— Me solta! — rosnou o garoto, puxando. Com um barulho de pano rasgado, a mochila se rompeu ao meio. Os livros, a varinha, o pergaminho e a pena se espalharam pelo chão, e o vidro de tinta se derramou por cima de tudo.
Harry virou-se para todos os lados, tentando reunir tudo antes que o anão começasse a cantar, causando um certo engarrafamento no corredor.
— Que é que está acontecendo aqui? — ouviu-se a voz fria e arrastada de Draco Malfoy. Harry começou a enfiar tudo febrilmente na mochila rasgada, desesperado para sair dali antes que Draco pudesse ouvir o cartão musical.
— Que confusão é essa? — perguntou outra voz conhecida. Era Percy Weasley que se aproximava.
Perdendo a cabeça, Harry tentou correr, mas o anão o agarrou pelos joelhos e o derrubou com estrondo no chão.
— Muito bem — disse ele, sentando-se em cima dos calcanhares de Harry. — Vamos ao seu cartão cantado:


Harry fez uma pausa, constrangido. Gina gemeu nervosa.
– Não consigo. – Harry disse pousando o livro no colo – Não vou conseguir ler isso...
– Deixa comigo! – Sirius disse levantando-se e pegando o livro do colo de Harry e começou a cantar:


“Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos, teus cabelos, negros como um quadro de aula. Queria que tu fosses meu, garoto divino, herói que venceu o malvado Lord das Trevas.”


– Não acredito! – Sirius gritou depois de devolver o livro a Harry e voltar a seu lugar – Foi você? – perguntou a Gina.
Gina apenas acenou afirmativamente com a cabeça, completamente corada.
– Sirius. – Remo chamou impedindo que ele falasse qualquer coisa para a garota.
– Desculpa. – Gina disse a Harry, constrangida – Não queria te deixar com vergonha...
– Não tem problema. – Harry disse sorrindo para a garota – Está tudo bem.


Harry teria dado todo o ouro de Gringotes para se evaporar na hora. Fazendo um grande esforço para rir com os colegas, ele se levantou, os pés dormentes com o peso do anão, enquanto Percy Weasley fazia o possível para dispersar os alunos, alguns chorando de tanto rir.
— Vão andando, vão andando, a sineta tocou há cinco minutos, já para a aula — disse o monitor, espantando os alunos mais novos. — E você, Malfoy...
Harry, erguendo a cabeça, viu Draco se abaixar e apanhar alguma coisa. Mostrou-a, debochando, a Crabbe e Goyle, e Harry percebeu que ele se apossara do diário de Riddle.
— Devolva isso aqui — disse Harry controlado.
— Que será que Potter andou escrevendo nisso? — disse Draco, que obviamente não reparara na data impressa na capa e pensava que era o diário de Harry.
Fez-se silêncio entre os presentes. Gina olhava do diário para Harry, com cara de terror.


Gina voltou a encarar os próprios joelhos. Rony olhou para a irmã com arrependimento e pena.


— Devolva, Malfoy — disse Percy com severidade.
— Depois que eu olhar — disse Draco, agitando o diário no ar para enraivecer Harry.
Percy falou:
— Como monitor... — mas Harry perdera a paciência. Puxou a varinha e gritou:
— "Expelliarmus!" — e do mesmo jeito que Snape desarmara Lockhart, Draco viu o diário sair voando de sua mão. Rony, com um grande sorriso, apanhou-o.


– Muito bom! – Tiago, Sirius e Remo gritaram e aplaudiram.


— Harry! — disse Percy em voz alta. — Nada de mágica nos corredores. Vou ter que reportar isso, sabe!
Mas Harry não se importou, ganhara uma vez de Draco e isso valia cinco pontos da Grifinória em qualquer dia. Draco ficou furioso e, quando Gina passou por ele para entrar na sala de aula, gritou despeitado:
— Acho que Potter não gostou muito do seu cartão!
Gina cobriu o rosto com as mãos e correu para dentro da sala. Rosnando, Rony puxou a varinha também, mas Harry agarrou-o para afastá-lo. O amigo não precisava passar a aula de Feitiços inteira arrotando lesmas.


– Despeitado. – Lily murmurou irritada.


Somente quando chegaram à sala de aula do Profº. Flitwick foi que Harry notou uma coisa muito estranha no diário de Riddle. Todos os seus livros estavam ensopados de tinta vermelha. O diário, porém, continuava tão limpo como antes do tinteiro quebrar em cima dele. Tentou dizer isto a Rony, que estava enfrentando novos problemas com a varinha; grandes bolhas saiam da ponta, e ele não estava muito interessado em nada mais.


– O diário absorveu a tinta? – Tiago perguntou pensativo.


Harry se recolheu ao dormitório antes dos colegas àquela noite. Em parte era porque achava que não ia conseguir aguentar Fred e Jorge cantando "Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos" mais uma vez, e em parte porque queria examinar o diário de Riddle e sabia que Rony achava que era uma perda de tempo.
Harry sentou-se na cama de colunas e folheou as páginas em branco, nenhuma das quais tinha sequer vestígio de tinta vermelha. Então tirou um tinteiro novo do armário ao lado da cama, molhou a pena e deixou cair um pingo na primeira página do diário.
A tinta brilhou intensamente no papel durante um segundo e, em seguida, como se estivesse sendo chupada pela página, desapareceu. Excitado, Harry tornou a molhar a pena uma segunda vez e escreveu: "Meu nome é Harry Potter.” 
As palavras brilharam momentaneamente na página e também desapareceram sem deixar vestígios. Então, finalmente, aconteceu uma coisa.
Filtrando-se de volta à página, com a própria tinta de Harry, surgiram palavras que ele nunca escrevera.
"Olá, Harry Potter! Meu nome é Tom Riddle. Como foi que você encontrou o meu diário?” 


– Não confie nele! – Tiago disse nervoso olhando para o livro – Não cofie em nada que possa pensar...
– Se você não pode ver onde fica seu cérebro. – Rony e Gina completaram ao mesmo tempo.
– É um velho ditado bruxo... – Sirius disse dando de ombros.
– Se aplica perfeitamente ao caso. – Frank disse pesaroso.


Essas palavras também se dissolveram, mas não antes de Harry recomeçar a escrever.
"Alguém tentou se desfazer dele no vaso sanitário.”
Ele esperou, ansioso, pela resposta de Riddle.
"Que sorte que registrei minhas memórias em algo mais durável que a tinta. Mas sempre soube que haveria gente que não ia querer que este diário fosse lido.”
"Que quer dizer com isso?", escreveu Harry. Borrando a página de tanta excitação.
"Quero dizer que este diário guarda memórias de coisas terríveis. Coisas que foram abafadas. Coisas que aconteceram na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.” 
"É onde eu estou agora", respondeu Harry depressa. "Estou em Hogwarts e coisas terríveis estão acontecendo. Sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta?” 
Seu coração batia forte. A resposta de Riddle veio depressa, a caligrafia mais desleixada, como se estivesse correndo para contar tudo o que sabia.
"Claro que sei alguma coisa sobre a Câmara Secreta. No meu tempo, disseram à gente que era uma lenda, que não existia. Mas era uma mentira. No meu quinto ano, a Câmara foi aberta e o monstro atacou vários alunos e finalmente matou um. Peguei a pessoa que tinha aberto a Câmara e ela foi expulsa. Mas o diretor, Profº. Dippet, constrangido porque uma coisa dessas acontecera em Hogwarts, proibiu-me de contar a verdade. A história que foi divulgada é que a menina morrera em um acidente imprevisível. Eles me deram um troféu bonito, reluzente e gravado, pelo meu trabalho, e me avisaram para ficar de boca fechada. O monstro continuou vivo, e aquele que tinha o poder de libertá-lo não foi preso.” 


– Então deve ser a mesma pessoa! – Alice exclamou – Se a pessoa não foi presa, pode estar em Hogwarts ainda.
– Eu acho que não. – Tiago disse sério – Não confio nesse Riddle, algo nele me dá repulsa.
Rony e Hermione se entreolharam.


Harry quase derrubou o tinteiro na pressa de responder.
"Está acontecendo outra vez agora. Houve três ataques, e ninguém parece saber quem está por trás deles. Quem foi da última vez?”
"Posso lhe mostrar, se você quiser". Veio a resposta de Riddle. "Você não precisa acreditar no que digo. Posso levá-lo à minha lembrança da noite em que o peguei.” 
Harry hesitou, a pena suspensa sobre o diário. Que é que Riddle queria dizer? Como é que ele podia ser levado para dentro da lembrança de outra pessoa? Olhou nervoso, para a porta do dormitório que estava ficando escuro. Quando tornou a olhar para o diário, viu novas palavras se formando.
"Deixe eu lhe mostrar”


– Será que ele enfeitiçou o diário para agir como uma penseira? – Remo perguntou preocupado – Não existe outra maneira de visitar memórias de outra pessoa, isso é tudo muito estranho...


Harry parou por uma fração de segundo e em seguida escreveu duas letras:
"OK.”
As páginas do diário começaram a virar como se tivessem sido apanhadas por um vendaval e pararam na metade do mês de junho. Boquiaberto, Harry viu que o quadradinho correspondente ao dia treze de junho parecia ter-se transformado numa telinha de televisão. Com as mãos ligeiramente tremulas, ele ergueu o livro para encostar o olho na janelinha e antes que entendesse o que estava acontecendo, viu-se inclinando para frente; a janela foi se alargando, ele sentiu o corpo abandonar a cama e mergulhar de cabeça na abertura da página, num rodamoinho de cores e sombras.
Depois, sentiu o pé bater em chão firme e ficou parado, trêmulo, e as formas borradas à sua volta entraram de repente em foco.
Soube imediatamente onde se achava. Essa sala circular com os retratos que cochilavam era o escritório de Dumbledore, mas não era Dumbledore quem se sentava à escrivaninha. Um bruxo mirrado e frágil, careca, exceto por alguns fiapos de cabelos brancos, lia uma carta à luz da vela. Harry nunca vira esse homem antes.
— Sinto muito — disse, trêmulo — não tive intenção de entrar assim...


– Ele não está te vendo, você está em uma lembrança. – Severo murmurou com irritação.


Mas o bruxo não ergueu a cabeça. Continuou a ler, franzindo ligeiramente a testa.
Harry se aproximou mais da escrivaninha e gaguejou:
— Hum... Vou me retirar, posso?
O bruxo continuou a não lhe dar atenção. Nem parecia tê-lo ouvido. Achando que o bruxo talvez fosse surdo, Harry falou mais alto.
— Sinto muito se o incomodei. Vou-me embora agora — falou quase gritando.
O bruxo dobrou a carta com um suspiro, levantou-se, passou por Harry sem olhá-lo e foi abrir as cortinas da janela.
O céu lá fora estava cor de rubi; parecia ser o pôr-do-sol. O bruxo voltou à escrivaninha, sentou-se e ficou girando os polegares, de olho na porta.
Harry correu o olhar pela sala. Não havia Fawkes, a fênix — nem mecanismos barulhentos de prata. Era a Hogwarts que Riddle conhecera, o que significava que este bruxo desconhecido era o diretor em vez de Dumbledore, e que ele, Harry, era pouco mais do que um fantasma, completamente invisível às pessoas de cinquenta anos atrás.
Alguém bateu à porta da sala.
— Entre — disse o velho bruxo com a voz fraca.
Um menino de uns dezesseis anos entrou tirando o chapéu cônico. Um distintivo de monitor brilhava em seu peito. Ele era mais alto do que Harry, mas seus cabelos também eram muito negros.
— Ah, Riddle — exclamou o diretor.
— O senhor queria me ver, Profº. Dippet — disse o garoto, que parecia nervoso.
— Sente-se — convidou Dippet. — Acabei de ler a carta que você me mandou.
— Ah — disse Riddle, e se sentou apertando as mãos com força.
— Meu caro rapaz — disse Dippet bondosamente. — Não posso deixá-lo permanecer na escola durante o verão. Com certeza você quer ir para a casa passar as férias?
— Não — respondeu Riddle na mesma hora. — Preferia continuar em Hogwarts do que voltar para aquele... Aquele...
— Você mora num orfanato de trouxas nas férias, não é? — perguntou Dippet, curioso.
— Moro, sim, senhor — respondeu Riddle, corando ligeiramente.
— Você nasceu trouxa?
— Mestiço. Pai trouxa e mãe bruxa.


– Se ele viveu em um orfanato trouxa ele não deve saber nada sobre as origens dele... – Tiago disse muito baixo, como um pensamento, apenas Lily e Harry ouviram.


— E seus pais...
— Minha mãe morreu logo depois que eu nasci. Me disseram no orfanato que ela só viveu o tempo suficiente para me dar um nome... Tom, em homenagem ao meu pai, Servolo, ao meu avô.
Dippet deu um muxoxo de simpatia.
— O problema é, Tom — suspirou ele —, que talvez pudéssemos tomar providências para acomodá-lo, mas nas atuais circunstâncias.
— O senhor se refere aos ataques? — perguntou Riddle, e o coração de Harry deu um salto, ao que ele se aproximou mais, com medo de perder alguma palavra.
— Precisamente — disse o diretor. — Meu rapaz, você deve entender que seria muito insensato de minha parte permitir que você permaneça no castelo quando terminar o ano letivo. Principalmente à luz da recente tragédia... A morte daquela pobre menininha... Você estará muito mais seguro no seu orfanato. Aliás, o Ministério da Magia está neste momento falando em fechar a escola, Não estamos nem perto de identificar a... Hum... Fonte de todos esses contratempos...
Os olhos de Riddle se arregalaram.
— Diretor, se a pessoa fosse apanhada, se tudo isso acabasse...
— Que quer dizer? — perguntou Dippet esganiçando a voz e aprumando-se na cadeira. — Riddle, você está me dizendo que sabe alguma coisa sobre esses ataques?
— Não, senhor — respondeu Riddle depressa.
Mas Harry teve certeza de que era o mesmo tipo de "não” que ele próprio dissera a Dumbledore.


– Ele sabe... – Tiago continuou murmurando, baixo demais para que os outros escutassem.


Dippet se recostou parecendo ligeiramente desapontado.
— Pode ir, Tom...
Riddle se levantou escorregando para fora da cadeira e saiu acabrunhado da sala.
Harry acompanhou-o.
Eles desceram pela escada em caracol e saíram ao lado da gárgula no corredor que escurecia. Riddle parou, e Harry fez o mesmo, observando-o. Era visível que Riddle estava pensando em coisas serias. Mordia o lábio e franzia a testa.
Então, como se tivesse repentinamente chegado a uma decisão, afastou-se depressa, e Harry deslizou silenciosamente atrás dele. Não viram mais ninguém até chegarem ao saguão de entrada, onde um bruxo alto, com barba e longos cabelos acajus que cascateavam pelos seus ombros, chamou Riddle da escadaria de mármore.
— Que é que você está fazendo, andando por ai tão tarde, Tom?
Harry boquiabriu-se ao ver o bruxo. Não era outro se não Dumbledore, cinquenta anos mais novo.
— Tive que ir ver o diretor.
— Então vá logo para a cama — disse Dumbledore, fixando em Riddle exatamente o tipo de olhar penetrante que Harry conhecia tão bem. — É melhor não perambular pelos corredores hoje em dia. Não desde que...


– Não parece que Dumbledore confia nele. – Sirius disse e Tiago concordou veemente.
– Mais um motivo para Harry não confiar. – Lily disse temerosa.


Ele soltou um pesado suspiro, desejou boa noite a Riddle e foi-se embora. Riddle observou-o desaparecer de vista e então, andando depressa, rumou direto para a escada de pedra que levava às masmorras, com Harry nos seus calcanhares.
Mas para desapontamento de Harry, Riddle não o levou nem a um corredor oculto nem a um túnel secreto, mas a mesmíssima masmorra em que Harry tinha aula de Poções com Snape. Os archotes não tinham sido acesos e, quando Riddle empurrou a porta quase fechada, Harry só conseguiu distinguir que ele parara imóvel à porta, vigiando o corredor.
Pareceu a Harry que ficaram ali no mínimo uma hora. Só o que ele via era o vulto de Riddle à porta, espiando pela fresta, esperando como uma estátua. E quando Harry esqueceu a ansiedade e a tensão e começou a desejar voltar ao presente, ouviu alguma coisa do lado de fora da porta.
Alguém estava andando sorrateiramente pelo corredor.
Ouviu esse alguém passar pela masmorra em que ele e Riddle estavam escondidos. Riddle, silencioso como uma sombra, esgueirou-se pela porta e seguiu a pessoa, Harry acompanhou-o nas pontas dos pés, esquecido de que ninguém podia ouvi-lo.
Por uns cinco minutos, talvez, os dois seguiram as pegadas, até que Riddle parou subitamente, a cabeça inclinada, atento a novos ruídos. Harry ouviu uma porta se abrir com um rangido, e alguém falar num sussurro rouco.
— Vamos... Preciso sair daqui... Vamos logo... Para a caixa...
Havia alguma coisa familiar naquela voz...
De um salto Riddle contornou um canto. Harry foi atrás. Via a silhueta escura de um garoto enorme, agachado diante de uma porta aberta, com uma grande caixa ao lado.
— Noite, Rúbeo — disse Riddle rispidamente.


– Hagrid? – Quase todos os presentes perguntaram surpresos.


O garoto bateu a porta e se levantou.
— Que é que você está fazendo aqui em baixo, Tom?
Riddle se aproximou.
— Acabou — disse. — Vou ter que entregá-lo, Rúbeo. Estão falando em fechar Hogwarts se os ataques não pararem.
— Que é que...
— Acho que você não teve intenção de matar ninguém. Mas monstros não são bichinhos de estimação. Imagino que você o tenha soltado para fazer exercício e...
— Ele nunca mataria ninguém! — disse o garotão, recuando contra a porta fechada.
Atrás dele, Harry podia ouvir uns rumores e uns cliques esquisitos.
— Vamos, Rúbeo — falou Riddle, aproximando-se ainda mais.
— Os pais da garota morta estarão aqui amanhã. O mínimo que Hogwarts pode fazer é garantir que a coisa que matou a filha deles seja abatida...
— Não foi ele! — rugiu o garoto, a voz ecoando no corredor escuro. — Ele não faria isso! Nunca!
— Afaste-se — disse Riddle, puxando a varinha.
Seu feitiço iluminou repentinamente o corredor com uma luz flamejante. A porta atrás do garotão se escancarou com tal força que o empurrou contra a parede oposta. E pelo vão saiu uma coisa que fez Harry soltar um grito comprido e penetrante que ninguém ouviu...
Um corpanzil baixo e peludo e um emaranhado de pernas pretas; um brilho de muitos olhos e um par de pinças afiadíssimas — Riddle tornou a erguer a varinha, mas demorou demais. A coisa derrubou-o e fugiu, desembestou pelo corredor e desapareceu de vista. Riddle levantou-se correndo, procurando a coisa; ergueu a varinha, mas o garotão pulou em cima dele, tirou-lhe a varinha e o derrubou de novo no chão gritando:
— NÃÃÃÃÃÃÃO!


– Isso não é o monstro. – Tiago disse categórico – Isso me parece mais uma aranha gigante... – completou percebendo Rony estremecer – Tenho certeza de que é um basilisco...
– E não pode ser Hagrid, Hagrid não pode ser o herdeiro de Slytherin, ele nem ao menos era da Sonserina! – Sirius disse nervoso – Deve ter sido por isso que ele foi expulso...
– O que foi Tiago, não pode ter se enganado? – Alice disse com desdém – Nem sempre você pode estar certo. Não está certo sobre isso, nem sobre Lockhart.
– Alice, – Lily disse irritada – é de Hagrid que estamos falando!
– Hagrid é exatamente o tipo de pessoa que sairia por ai procurando um monstro se soubesse que existe um morando na escola! – Alice respondeu ríspida.
– Você está atacando Hagrid e nossos amigos para defender Lockhart? – Frank gritou com a namorada. – Alice, acorda! Não pode ter sido Hagrid, o monstro não é uma aranha gigante e ponto final!
Alice cruzou os braços sobre o peito irritada e desviou o olhar de todos os presentes.


A cena girou, a escuridão foi total; Harry sentiu-se caindo e, com um baque, aterrissou de braços e pernas abertas em sua cama de colunas no dormitório da Grifinória, com o diário de Riddle aberto sobre a barriga.
Antes que tivesse tempo de recuperar o fôlego, a porta do dormitório se abriu e Rony entrou.
— Ah, é aqui que você está! — disse.
Harry se sentou. Estava suado e trêmulo.
— Que aconteceu? — perguntou Rony, olhando-o preocupado.
— Foi Hagrid, Rony. Hagrid abriu a porta da Câmara Secreta há cinquenta anos.


– Não acredito que você confia mais em um diário de uma pessoa que você nem conhece do que em Hagrid! – Lily disse olhando para Harry irritada.
Harry pousou o livro sobre a mesa, deu um suspiro profundo e colocou a mão sobre o rosto.
– Acho que é melhor pararmos para almoçar. – Hermione disse levantando-se.
Todos a seguiram em silêncio, o clima entre eles estava tenso, Tiago, Sirius e Remo se recusavam a ficar perto de Alice, e Alice passou a maior parte do almoço bufando.
Quando todos voltaram para seus lugares, Alice pegou o livro da mesa de centro, abriu o livro e leu:
– Capítulo XIV – Cornélio Fudge.

                                                                  ~~ x ~~  


Olá leitores queridos, sei que demorei a postar, mas agora minhas aulas voltaram e estou com ainda menos tempo. Mas não vou abandonar a fic, prometo para vocês!
Thainá Aguiar: Logo a Alice vai perceber quão boba ela está sendo! Eu tenho vontade de conhecer o país inteiro, um dia ainda vou a Goiás.
Clara Black Potter: Esse Severo ainda não é completamente rancoroso, então as vezes ele talvez tenha uma atitude mais madura do que seu "eu-futuro". Eu não pretendo deixar ela chata assim em todos os livros... Mas ai vai depender um pouco de como eu estiver sentindo o livro. Então Cordeiro também é na serra? Se é não deve ser muito longe de Petrópolis... né?
Luiza Snape: Não me lembro do Sirius dizendo que Pirraça tinha uma musiquinha para ele, lembro de Remo dizendo isso... Aos poucos Snape está mostrando que as atitudes de seu "eu-futuro" incomodam ele. E pelo menos uma pessoa vai ficar muito feliz de saber que Severo protegeu os três.
Bruh Lovegood: Logo Alice vai se dar conta de quão idiota ela está sendo. Mas vai continuar achando lobisomens perigosos, e isso vai continuar perturbando os Marotos. Esse livro é muito sentimental para a Gina, mas nos próximos ela vai mostrar melhor a verdadeira personalidade dela. Nos últimos livros Snape vai sofrer muito, por isso precisava colocar outra pessoa para gerar conflito nos primeiros livros, a Alice acabou caindo como uma luva. Não sei se um dia os Marotos e o Severo podem se dar realmente bem, mas a relação deles deve melhorar um pouco quando todos os livros acabarem.
Maria Coelho: A Gina não está se manifestando muito por causa da tristeza, mas ela vai falar alguma coisa em relação ao poema cantado.
sasa lovegood: Nossa, uma futura médica gosta do que eu escrevo! Ele já está melhor sim, obrigada pela preocupação, ele tem problema de pressão, e às vezes a pressão sobe... Eu nasci no Rio e minha avó ainda mora ai, eu adoro a cidade. No momento em que Alice reconhecer que está errada, Tiago vai voltar a ser uma pessoa completamente agradável com ela. Sirius é o melhor amigo que eu gostaria de ter.
LULU789: Meu noivo já está melhor. Mas obrigada pelo desejo de melhoras. Eu li essa entrevista da JK completa, em momento algum ela disse que queria colocar Hermione com Harry, ela disse que o relacionamento do Rony e da Hermione seria complicado por que eles são muito diferentes e etc, e que talvez eles tivessem que fazer terapia de casais... Mas de qualquer forma, respondendo sua pergunta, eu acho que Harry e Hermione são como irmãos, e que Harry combina perfeitamente com Gina, e Hermione precisa do Rony para não levar a vida tão a sério.
Viih Lovegood: Acho que seria horrivel tomar a poção Polissuco com gosto de Crabbe e Goyle... Mas a com gosto de Harry em RdM pareceu mais interessante. A maioria dos meus leitores aqui não são fãs do Severo, e eu também não gosto muito dele... Não quero ficar dando spoilers da minha própria fic, mas podesse dizer que a relação do Tiago e do Sirius é forte demais para ser abalada, eles vão saber que há algo errado. Achei muito interessante sua ideia de fic, quando você postar me avisa. A vida toda da Katniss foi sofrida, ela podia pelo menos ter tido um final mais feliz, não feliz de tudo, mas precisavam fazer aquilo com a Prim??
Gi Molly Weasley: Desculpa a demora para postar, tive uma semana complicada na faculdade e etc, mas não vou abandonar a fic, pode ter certeza.
Beatriz Corlleone: Fico feliz que tenha gostado! O que pretende fazer quando for para a faculdade?
Day Caracas: Você quer fazer direito? Que bom! Sou apaixonada pelo curso de direito, é claro que temos a parte chata, como creditício e empresarial, mas a parte divertida compensa, eu particularmente gosto de direito de família... Logo a Alice melhora, alguma hora ela vai ver quão idiota ela está sendo.
IzabelR: Elas se identificam bastante uma com a outra, acho que aos poucos elas vão se tornar grandes amigas. História foi a minha segunda opção quando fiz vestibular, adoro história, principalmente a segunda guerra mundial, e a ditadura militar... Eu vou passar as férias do meu noivo em Natal, na praia de Ponta Negra, o que você pode me falar sobre a cidade, o que eu preciso ver? Vou em agosto...
Luna Moura: Não vou contar nesse livro, mas muito provavelmente vou contar em PdA... Antes de publicar meus livros eu preciso escrever eles, não é?
Bia Ginny Potter: O Snape da fic ainda não é o cara completamente rancoroso que ele se torna depois, então as vezes vemos algumas atitudes que nunca poderiamos imaginar vindas dele... Quando surgir um buraco na história onde Rony e Hermione não estão junto com Harry eu conto uma histórinha, mas é mais fácil com os outros. Não tenho pretensão de fazer mais ninguém voltar, acho que complica demais quando do nada aparece mais gente, eu ia até colocar a Luna, por que adoro ela, mas como ela só apareceu no quinto livro, seria complicado para incluir ela na história.
ste_panza: Meu noivo já está melhor, obrigada pela preocupação. O Snape da fic é bem menos amargo, ele ainda não passou por algumas coisas que fizeram dele a pessoa que ele é no livro. A promessa que eles fizeram a Dumbledore é mágica, então mesmo que eles queiram quebrar a cara uns dos outros, a promessa impediria eles, seguraria o feitiço ou algo assim, mas vamos ver o que acontece nos piores momentos. Várias pessoas falaram que Rabicho era o garotinho que andava atrás dos outros três, e sempre imaginei ele exatamente assim, ele apenas estava ali, não era o melhor amigo. Eu estou entre o sexto e o nono período, estou fazendo matérias de vários períodos ao mesmo tempo por que acabei ficando atrasada...
HarryJ.Potter: Sobre o que é seu livro? PdA está sendo um grande desafio, mas vou conseguir escrever, pode ter certeza!

Muito obrigada a todos pelos comentários, e não deixem de comentar!


 

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Comentários (21)

  • Helena

    Essa Alice é irritante.

    2018-09-11
  • M_sinistra

    Querida Lulu 789 Também eu acho que a Gina combina muito com Harry e acho também que os dois faz um par perfeito um para o outro o Rony nasceu para Hermione e vice versa

    2018-02-18
  • M_sinistra

    o Shape não podia ser professor não tinha maturidade perseguindo o Harry que ele parecia de mais com o pai Tiago

    2018-02-16
  • HarryJ.Potter

    Desculpe a demora para ler o capitulo,mas a internet da minha cidade parou de funcionar por um tempo. Meu livro é sobre um garoto que viu o proprio pai matar a mãe e então quer vingança,mas depois descobre que o pai era o rei do mundo dos demonios. ( eu sei que é meio idiota,mas garanto que quando eu terminar vai ficar melhor) 

    2014-03-10
  • Stehcec

    OláNossa, já estou imaginando esperar vc atualizar!Vou acabar com minhas unhasSe seu objetivo era a gente ter raiva da Alice, parabens vc conseguiu! 

    2014-03-07
  • Maria Eduarda Rieg Weasley

    Olaa estava supeer ansiosa por esse capitulo por causa do cartao kkkkkk e o Harry n consiguir ler foi legal sei q vc n vai parar mais vou so reforçar n pareee nunca d escrever estou amando parabens e olha q eu sou bem critica kkkkkk Oo tipo eu sei q o James e o inteligente mais to sentindo falta do Remo afinal ele e o nerd entre os marotos mais to amando a fic Ee tipo eu sei q n e o foco d fic e q e chato e tal mais vc podia bota uma parte hinny né tipo no final so um selinho e tals ou Romione sei q o foco n e romance mais ..(nao quero ser chata ok? Nem q vc se ofenda) Tipo vc vai coloca cm se o sirius ou o remo tivessem namorado alguem? Vc esta d parabens em tds os sentidos vc e brilhante!!

    2014-02-27
  • Brubs Lovegood

    Oiie aki é a Bruh Lovegoof minha conta pirou e tive que fazer uma nova...OMG amei esse capitulo!!! meu favorito da Camara Secreta! Muito fofo o poema! shaishaushaush Não vejo a hora que voce continue, ja ta acabando....Enfim, aguardo  PA ansiosa!! ^-^

    2014-02-26
  • ste_panza

    Olá, tudo bem?Pensei que não conseguiria postar meu comentário a tempo, com todo esse problema no feb... hahahahhha Nossa, será realmente engraçado ver os marotos tendo que se controlar nas partes mais tensas com o Snape... Sinto que nessa hora, as garotas de lá serão o principal modo de impedirem que ambos façam besteira... OMG, quase chegando nos momentos decisivos desse livro e eu mal posso aguentar a espera pelos próximos capítulos... O que você fez pra viciar tanta gente desse modo na sua fic!?!? Todo mundo que começa a ler, se apaixona...  Ah, acho esse capítulo tão tenso, as vezes eu me pergunto como que eles realmente puderam acreditar que o Hagrid era o culpado, mas depois penso que eles eram muito novos ainda e mal conheciam o Hagrid direito... Talvez, se o diário tivesse aparecido quando fossem mais velhos, eles desconfiariam logo, não?Anyway, acho que esse livro é um dos que me faz ter mais raiva de Voldemort, não que esse sentimento não seja agravado com os ultimos livros, mas é onde nós começamos a conhecer a história dele...Mudando de assunto, palavras não descrevem o quanto eu ri com o bilhete da Gina... Essa era uma das minhas passagens favoritas desse livro, desde quando eu tinha 7 anos e eu tinha esquecido do quão hilária ela é... Imagino a vergonha dela ao relembrar isso na frente de todos... Tão ruim quanto a Hermione transformada em um quase gato...Parabéns pelo capítulo, esperando ansiosamente o próximo...  

    2014-02-24
  • MionGinnyLuna

    Amo seu estilo de escrita! E a sua fic! Continua, please!

    2014-02-18
  • Charlotte Lestrange

    ~leitora nova~ Estou amando a fic ! Li que nem uma desesperada toda a "Marotos lendo Harry Potter e a Pedra Filosofal" em um dia para poder ler essa agora :) Ri muito na parte do cartão do Dia dos Namorados (tanto que minha mãe entrou no meu quarto pra perguntar se eu estava bem hehe). E a Alice ? Grrr, quando ela vai perceber que o Lockhart é um mala ? Ela vai quebrar a cara quando acontecer aquele "incidente" muahahaha. E, caaaara, desceu uma Annabeth Chase no Tiago, só pode ! Omg, eu to quase pirando ao imaginar a reação deles quando a Mione for petrificada. Ah, e PdA ? Tu achas que vai demorar muito para terminar de escrever ele ? É meu favorito e eu estou MUITO anciosa. Enfim, mais uma vez, estou amando a fic. Não demore pra postar, please ! Beijos

    2014-02-17
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