O salgueiro lutador



– O salgueiro lutador.


– Rony está certo. – Lily disse com um suspiro pesaroso – Não vou gostar desse capítulo.


– O salgueiro lutador é muito perigoso. – Alice disse – Espero que vocês não tenham resolvido brincar com ele. Os garotos costumavam fazer apostas e tentar chegar perto do tronco.


– O olho de um deles quase foi arrancado. – Remo disse triste.


– Nós não brigamos com ele... – Rony começou a dizer, mas foi interrompido por Hermione.


– Apenas leia Rony.


 


O fim das férias de verão chegou muito depressa para o gosto de Harry. Ele estava ansioso para regressar a Hogwarts, mas aquele mês na Toca fora o mais feliz de sua vida.


 


– Também me diverti muito. – Rony tirou os olhos do livro e sorriu para Harry.


 


Era difícil não ter inveja de Rony quando pensava nos Dursley e no tipo de boas-vindas que poderia esperar na próxima vez que aparecesse na Rua dos Alfeneiros.


 


– Eles vão estar morrendo de medo que mais um carro voador apareça e que os vizinhos vejam. – Lily disse categórica.


 


Na última noite de férias, a Sra. Weasley fez aparecer um jantar suntuoso que incluiu todos os pratos favoritos de Harry, terminando com um pudim caramelado de dar água na boca. Fred e Jorge encerraram a noite com uma queima de fogos Filibusteiro; encheram a cozinha de estrelas vermelhas e azuis que ricochetearam do teto para as paredes durante no mínimo uma hora. Então chegou a hora da última caneca de chocolate quente e de ir para a cama.


 


– Férias perfeitas. – Sirius disse feliz.


 


Eles demoraram para viajar na manhã seguinte. Acordaram ao nascer do sol, mas por alguma razão pareciam ter um bocado de coisas para fazer. A Sra. Weasley corria de um lado para outro mal-humorada, procurando meias desaparelhadas e penas de escrever; as pessoas não paravam de dar encontroes nas escadas, meio vestidas, levando pedaços de torradas nas mãos; e o Sr. Weasley quase quebrou o pescoço, ao tropeçar em uma galinha solta quando atravessava o quintal carregando o malão de Gina até o carro.


Harry não conseguiu imaginar como é que oito pessoas seis malões, duas corujas e um rato iam caber em um pequeno Ford Anglia.


 


– Aposto em um feitiço indetectável de expansão. – Tiago disse estendendo a mão para Sirius que não aceitou a aposta.


– É óbvio. – Sirius disse dispensando a mão do amigo.


 


É claro que ele não contara com os acessórios especiais que o Sr. Weasley acrescentara.


— Nem uma palavra a Molly — cochichou ele a Harry quando abriu a mala do carro e lhe mostrou como a aumentara por artes mágicas para que a bagagem coubesse sem problemas.


 


                Tiago deu um sorrisinho vitorioso.


 


Quando finalmente todos tinham embarcado no carro, a Sra. Weasley olhou para o banco traseiro, onde Harry, Rony, Fred, Jorge e Percy estavam sentados confortavelmente lado a lado e disse:


— Os trouxas sabem mais do que nós queremos reconhecer, não é? — Ela e Gina entraram no banco dianteiro que fora aumentado de tal maneira que parecia um banco de jardim público. — Quero dizer, olhando de fora, a pessoa nunca imaginaria como o carro é espaçoso, não é?


 


– Mamãe às vezes é tão inocente. – Gina disse rindo.


 


O Sr. Weasley ligou o motor e saiu do quintal, enquanto Harry se virava para trás para dar uma última olhada na casa. Mal teve tempo para pensar quando a veria outra vez e já estavam de volta: Jorge esquecera a caixa de fogos Filibusteiro. Cinco minutos depois, tornaram a parar no quintal para Fred ir buscar depressa sua vassoura.


 


– Dificuldades de ter uma família grande... – Gina disse dando de ombros.


– Eles podiam ter pedido para sua mãe enviar via correio coruja. – Tiago sugeriu.


 


Tinham quase chegado à rodovia quando Gina gritou que deixara o diário em casa.


 


                Harry e Hermione trocaram um olhar pesaroso. Rony olhou para Gina com pena, enquanto a própria Gina parecia deprimida.


                Nada disso passou despercebido a Tiago.


 


Na altura em que tornaram a embarcar no carro eles já estavam muito atrasados e muito mal-humorados.


O Sr. Weasley olhou para o relógio e depois para a sua mulher.


— Molly, querida...


— Não, Artur.


— Ninguém veria. Esse botãozinho aqui é um multiplicador de invisibilidade que instalei, isso nos faria decolar e voar acima das nuvens. Estaríamos lá em dez minutos e ninguém saberia...


— Eu disse não, Arthur, não em plena luz do dia.


Eles chegaram à estação de King’s Cross às quinze para onze. O Sr. Weasley disparou até o outro lado da Rua para buscar carrinhos para a bagagem e todos correram para a estação.


 


– Se algumas pessoas não tivessem esquecido de embalar as coisas. – Frank disse rindo para Gina, Tiago reparou que Gina não riu de volta.


 


Harry tomara o Expresso de Hogwarts no ano anterior. A parte complicada era chegar à plataforma 9 e ½, que não era visível aos olhos dos trouxas. O que a pessoa tinha que fazer era atravessar uma barreira sólida que separava as plataformas 9 e 10. Não machucava, mas tinha que ser feito com cautela, de modo que os trouxas não vissem a pessoa desaparecer.


— Percy primeiro — disse a Sra. Weasley, consultando nervosa o relógio no alto, que indicava que tinham apenas cinco minutos para desaparecer pela barreira sem ser vistos.


Percy adiantou-se com passos firmes e desapareceu. O Sr. Weasley o seguiu; depois Fred e Jorge.


— Vou levar Gina e vocês dois venham logo atrás de nós — disse a Sra. Weasley a Harry e Rony, agarrando a mão de Gina e se afastando. Num piscar de olhos as duas tinham desaparecido.


 


– Tenho a sensação de que sua mãe não devia ter feito isso. – Sirius disse pensativo. – Vocês deviam ter passado antes dela...


– Que besteira, Sirius. – Lily disse balançando a cabeça negativamente – O que poderia acontecer afinal?


                Hermione olhou repreensiva para Harry e Rony.


 


— Vamos juntos, só temos um minuto — disse Rony a Harry.


Harry verificou se a gaiola de Edwiges estava bem encaixada em cima do malão e virou o carrinho de frente para a barreira. Sentia-se absolutamente confiante; isto não era nem de longe tão desconfortável quanto usar o Pó de Flu. Os dois se abaixaram sob a barra dos carrinhos e avançaram decididos para a barreira, ganhando velocidade. Quando faltavam apenas poucos passos eles desataram a correr e... TAPUM.


 


– O que? – Alice perguntou curiosa.


– Eles bateram na parede, – Severo disse confuso – isso é óbvio. Mas por quê?


 


Os dois carrinhos bateram na barreira e quicaram de volta; o malão de Rony caiu com estrondo, Harry foi derrubado, a gaiola de Edwiges saiu saltando pelo chão encerado e ela rolou para fora, gritando indignada; as pessoas à volta olharam e um guarda próximo berrou:
— Que diabo vocês acham que estão fazendo?


— Perdi o controle do carrinho — ofegou Harry, apertando as costelas ao se levantar. Rony teve que recolher Edwiges, a coruja fazia tanto escândalo que muitos dos circunstantes resmungaram contra a crueldade para com os animais.


— Por que não podemos atravessar? — sibilou Harry para Rony.


— Não sei...


Rony olhou desorientado para os lados. Uns dez curiosos continuavam a observá-los.


— Vamos perder o trem — cochichou Rony. — Não entendo por que o portão se fechou...


Harry olhou para o enorme relógio no alto com uma sensação ruim na boca do estômago. Dez segundos... Nove segundos... Ele levou o carrinho à frente com cautela até encostá-lo na barreira e empurrou-o com toda a força. O metal continuou sólido. — Três segundos... Dois segundos... Um segundo...


 


– O que pode ter acontecido? – Lily perguntou preocupada.


– Não tem como saber. – Tiago disse encolhendo os ombros – Temos que esperar que o livro conte.


– Só espero que eles fiquem quietinhos esperando os pais de Rony voltarem... – Remo disse suspirando.


– É claro que eles vão fazer isso... – Lily disse repentinamente assustada – O que mais poderiam fazer?


                Tiago, Sirius e Remo se entreolharam.


– O nome do capítulo é salgueiro lutador, – Alice disse esperançosa – eles tem que chegar a Hogwarts nesse capítulo.


– O pai de Rony deve leva-los. – Frank disse – Talvez o Nôitibus...


– Acredito que não... – Sirius disse pesaroso.


 


— Já foi — disse Rony, parecendo atordoado. — O trem foi embora. E se papai e mamãe não conseguirem voltar para nós? Você tem algum dinheiro de trouxas?


 


– Seus pais são bruxos adultos, não precisam passar pela barreira para chegar a vocês! – Severo disse irritado.


 


Harry deu uma risada cavernosa.


— Os Dursley não me dão dinheiro há uns seis anos.


Rony encostou o ouvido na barreira fria.


— Não ouço nada — informou tenso. — Que vamos fazer? Não sei quanto tempo vai levar para mamãe e papai voltarem.


 


– Esperem por eles. – Lily aconselhou o livro – Eles devem ter visto que vocês não atravessaram a barreira, já devem estar voltando.


 


Eles olharam para os lados. As pessoas continuavam a vigiá-los, principalmente por causa dos gritos de Edwiges que não paravam.


— Acho que é melhor irmos esperar ao lado do carro — sugeriu Harry. — Estamos atraindo atenção de mais...


— Harry! — exclamou Rony, com os olhos brilhando. — O carro!


 


– Ideias Marotas. – Sirius murmurou e Remo concordou.


– Péssima ideia! – Tiago disse alto.


– Não estou entendendo. – Lily disse encarando Tiago.


– Eles vão voar com o carro até Hogwarts. – Remo disse pesaroso.


– Péssima ideia! – Frank concordou percebendo que Tiago estava certo.


 


— Que tem o carro?


— Podemos voar para Hogwarts no carro!


— Mas eu pensei...


— Estamos imobilizados, certo? E temos que voltar para a escola, não é? E até os bruxos de menor idade podem usar a magia quando há uma emergência grave, seção dezenove ou coisa assim da Lei de Restrição ao...


 


– Isso não é uma emergência. – Severo bufou – Basta esperar os pais, ou enviar uma carta a Hogwarts avisando que não conseguiram pegar o trem!


 


— Mas sua mãe e seu pai... — disse Harry, empurrando mais uma vez a barreira na esperança inútil de que ela cedesse. — Como é que vão chegar em casa?


— Eles não precisam do carro! — disse Rony impaciente. — Eles sabem aparatar, sabe, desaparecer aqui e reaparecer em casa! Eles só usam o Pó de Flu e o carro porque somos todos menores e ainda não temos permissão para aparatar.


 


– Seus pais vão ficar loucos de preocupação quando voltarem e não encontrarem vocês e o carro! – Alice exclamou alarmada.


 


A sensação de pânico de Harry de repente se transformou em excitação.


 


– Espírito Maroto. – Tiago murmurou.


 


— Você sabe voar?


— Não tem problema — disse Rony, virando o carrinho de frente para a saída. — Anda, vamos. Se nos apressarmos poderemos seguir o Expresso de Hogwarts.


Passaram então pela aglomeração de trouxas curiosos, saíram da estação e voltaram à Rua secundária onde ficara estacionado o velho Ford Anglia.


Rony destrancou a enorme mala do carro com vários toques seguidos de varinha.


Tornaram a carregar a bagagem na mala, puseram Edwiges no banco traseiro e embarcaram.


— Veja se não tem ninguém olhando — disse Rony, ligando a ignição com outro toque de varinha. Harry meteu a cabeça para fora da janela: o tráfego roncava pela estrada principal adiante, mas a rua deles estava deserta.


— Tudo bem — falou.


Rony apertou um botãozinho prateado no painel. O carro em que estavam desapareceu — e eles também. Harry sentiu o banco vibrar embaixo dele, ouviu o ruído do motor, sentiu as mãos em cima dos joelhos e os óculos em cima do nariz, mas do que conseguia ver, virara um par de olhos que flutuavam acima do chão, numa rua suja cheia de carros estacionados.


 


– Vocês tem sorte do pai do Rony ter posto esse botão de invisibilidade... – Remo disse preocupado – Mas ainda assim vão se encrencar quando chegarem a Hogwarts.


 


— Vamos — disse a voz de Rony vindo da direita.


E o chão e os edifícios sujos de cada lado se distanciaram e foram desaparecendo de vista, à medida que o carro decolava; em segundos, Londres inteira estava lá embaixo, enfumaçada e cintilante.


Então ouviu-se um estampido e o carro, Harry e Rony reapareceram.


 


– O botão deve estar com defeito. – Tiago disse preocupado.


 


— Epa — exclamou Rony, batendo no botão da invisibilidade.


— Está com defeito.


Os dois socaram o botão. O carro desapareceu. E tornou a reaparecer aos pouquinhos.


— Segure firme! — berrou Rony e pisou fundo no acelerador; eles dispararam em linha reta para dentro de nuvens baixas e repolhudas e tudo ficou cinzento e enevoado.


— E agora? — perguntou Harry, piscando diante da camada sólida de nuvens que os comprimia de todos os lados.


— Temos que ver o trem para saber que direção vamos tomar — disse Rony.


— Mergulhe outra vez... Depressa.


Eles baixaram até ficar sob as nuvens e se viraram no banco, tentando ver o solo.


— Estou vendo! — gritou Harry. — Bem na nossa frente, lá.


O Expresso de Hogwarts ia correndo embaixo deles como uma cobra vermelha.


— Rumo norte — disse Rony, verificando a bússola no painel. — Tudo bem, só vamos precisar verificar de meia em meia hora mais ou menos, segure firme... — E eles dispararam para o alto, furando as nuvens. Um minuto depois, saíram numa camada banhada de sol.


Era um mundo diferente. Os pneus do carro roçavam de leve o mar de nuvens fofas, o céu um azul forte e infinito sob um sol claro de cegar — Agora só temos que nos preocupar com os aviões — disse Rony.


 


– Com certeza vocês tem que se preocupar com mais do que os aviões. – Lily disse desgostosa.


 


Eles se entreolharam e caíram na gargalhada; durante algum tempo não conseguiram parar.


Era como se tivessem mergulhado num sonho fabuloso. Isto, pensou Harry, era sem dúvida o único modo de viajar — deixando para trás os redemoinhos e as torrinhas de nuvens branquíssimas, em um carro inundado pela luz quente e clara do sol, com um pacotão de caramelos no porta-luvas, e a perspectiva de ver as caras invejosas de Fred e Jorge quando eles aterrissassem, suave e espetacularmente, no vasto gramado diante do castelo de Hogwarts.


 


– Duvido que vocês tenham conseguido aterrissar espetacularmente ganhando olhares de inveja. – Sirius disse.


 


Eles verificavam regularmente a posição do trem durante o voo que os levava cada vez mais para o norte e, em cada mergulho abaixo das nuvens, descortinavam uma paisagem diferente. Londres não tardou a ficar muito para trás, substituída por campos verdes e geométricos que, por sua vez, cederam lugar a grandes extensões de terra roxa, pantanosa, uma metrópole que pululava de carros que lembravam formigas multicoloridas, cidadezinhas com igrejas de brinquedo.


Várias horas tranquilas depois, no entanto, Harry teve que admitir que o divertimento estava começando a cansar. Os caramelos tinham deixado os dois cheios de sede e não havia nada para beber. Ele e Rony tinham despido os suéteres, mas a camiseta de Harry estava grudando no encosto do banco, e seus óculos não paravam de escorregar pela ponta do nariz suado. Ele deixara de reparar nas formas fantásticas das nuvens e agora pensava com saudades no trem, quilômetros abaixo, onde podia comprar suco de abóbora bem gelado em um carrinho empurrado por uma bruxa gorducha. Porque não tinham podido chegar à plataforma 9 e ½?


 


– É exatamente o que estamos nos perguntando. – Frank bufou.


 


— Não pode faltar muito mais, não é? — perguntou Rony rouco, horas depois, quando o sol começou a afundar pelo chão de nuvens, tingindo-o de rosa forte.


— Pronto para verificar outra vez a posição do trem?


O trem continuava embaixo deles, contornando uma montanha de pico nevado. Escurecera bastante sob a abóbada de nuvens. Rony pisou fundo no acelerador e fez o carro subir outra vez, mas ao fazer isto, o motor começou a soltar um silvo agudo.


 


– Se fosse eu teria pousado o carro em cima do trem e ido até lá sem preocupação... – Tiago disse dando de ombros. Sirius concordou.


– Assim daria para convocar doces e suco de abobora do carrinho. – Sirius disse rindo – E mandar uns galeões em pagamento é claro. – Acrescentou ao ver o olhar que Lily lhe dirigia.


– E quando chegasse a Hogsmead só precisaria descer do carro e se misturar aos outros. – Tiago continuou.


– Sem esquecer de colocar a bagagem junto com a dos outros no trem. – Remo sorriu.


 


Harry e Rony trocaram olhares apreensivos.


— Provavelmente ele está cansado — disse Rony. — Nunca foi tão longe antes...


E os dois fingiram não notar o ruído que ficava cada vez mais forte, à medida que o céu ia escurecendo cada vez mais. As estrelas espocavam na escuridão.


Harry tornou a vestir o suéter, tentando fingir que não via que os limpadores do para-brisa agora se moviam devagar, como se protestassem.


— Falta pouco — disse Rony mais para o carro do que para Harry —, falta pouco agora — e deu umas palmadinhas nervosas no painel.


 


– Por favor, diga que o carro não vai cair... – Lily disse apreensiva.


 


Quando voltaram a voar sob as nuvens um pouco mais tarde, tiveram que apurar a vista na escuridão para encontrar um marco que conhecessem.


— Ali! — gritou Harry, sobressaltando Rony e Edwiges. — Bem em frente!


Recortado no horizonte escuro, no alto do penhasco sobre o lago, estavam as torres e torrinhas do castelo de Hogwarts.


 


– Ufa. – Lily disse aliviada.


– Não ficaria aliviada se fosse você. – Sirius disse aflito – O nome do capítulo é Salgueiro lutador, lembra?


                Lily segurou a mão de Tiago com força e suspirou.


 


Mas o carro começara a tremer e a perder velocidade.


— Vamos — disse Rony em tom de quem quer adular, dando uma sacudidela no volante, — quase chegamos, vamos...


O motor gemia. Finos penachos de fumaça saíam por debaixo do capô. Harry viu-se agarrando as bordas do banco com toda força ao voarem em direção ao lago.


O carro deu um estremeção feio. Ao espiar pela janela, Harry viu a superfície lisa, escura e espelhada da água, um quilômetro e meio abaixo. Os nós dos dedos de Rony estavam brancos de tanto apertar o volante. O carro estremeceu outra vez.


— Vamos — murmurou Rony.


Sobrevoaram o lago... O castelo estava bem à frente... Rony apertou o acelerador. Ouviu-se uma batida metálica e alta, um engasgo e o motor morreu de vez.


— Epa — exclamou Rony, em meio ao silêncio.


O nariz do carro afundou. Estavam caindo, ganhando velocidade, rumando direto para a parede maciça do castelo.


 


                Lily arfou preocupada, Tiago apertou sua mão com força e chegou o corpo para frente em direção ao livro.


 


— Nããããããão! — berrou Rony, dando um golpe de direção; erraram o escuro muro de pedra por centímetros, porque o carro descreveu um grande arco e voou sobre as estufas às escuras, depois sobre a horta e depois sobre os gramados sombrios, perdendo altura todo o tempo.


Rony largou de vez o volante e puxou a varinha do bolso traseiro.


— PARE! PARE! — berrou, golpeando o painel e o para-brisa, mas eles continuaram a mergulhar, o chão voando ao seu encontro...


— CUIDADO COM AQUELA ÁRVORE! — urrou Harry, atirando-se sobre o volante, mas tarde demais... CREQUE.


 


– Tantas árvores no terreno de Hogwarts, – Remo disse pesaroso – e vocês tinham que bater na única que revida?


 


Com um estrondo de ensurdecer, de metal batendo em madeira, eles colidiram com um tronco avantajado e despencaram no chão com um baque forte. O vapor que saía por baixo do capô amassado formava nuvens enormes. Edwiges guinchava de terror; um galo do tamanho de uma bola de golfe latejou na cabeça de Harry onde ele batera no para-brisa e, à sua direita, Rony deixou escapar um gemido baixo e desesperado.


— Você está bem? — perguntou Harry com urgência na voz.


— Minha varinha — respondeu Rony com a voz trêmula. — Olhe a minha varinha.


Ela quase se partira em duas; a ponta balançava inerte, segura apenas por meia dúzia de farpas de madeira.


 


– Por isso vocês estavam rindo de varinhas quebradas no outro livro! – Tiago exclamou sorrindo com a lembrança repentina.


– Mas isso não é nada engraçado. – Alice disse encarando Rony – É realmente perigoso usar uma varinha quebrada.


– Aposto que vão acontecer coisas engraçadas por causa da varinha de Rony... – Remo disse sorrindo.


 


Harry abriu a boca para dizer que tinha certeza de que poderiam consertá-la na escola, mas nem chegou a falar. Naquele mesmíssimo instante, alguma coisa bateu na lateral do carro com a força de um touro furioso, atirando Harry contra Rony, ao mesmo tempo que outra pancada igualmente pesada atingia o teto.


 


– Saiam dai rápido. – Frank disse nervoso – Essa árvore pode matar...


– É uma das árvores mais interessantes dos terrenos de Hogwarts... – Neville disse sorrindo para si mesmo.


– Você gosta de herbologia, não é? – Alice perguntou passando a mão carinhosamente pelo cabelo do filho.


                Neville apenas sorriu, enquanto Rony continuava lendo.


 


— Que está acontecen... — exclamou Rony, arregalando os olhos para o para-brisa, enquanto Harry virava a cabeça em tempo de ver um galho grosso como uma jibóia que o amassava. A árvore em que tinham batido atacava os dois. Curvara o tronco quase ao meio e seus ramos nodosos socavam cada centímetro do carro que conseguiam alcançar.


— Caracas! — exclamou Rony quando outro ramo retorcido fez uma grande mossa na porta do lado dele; o para-brisa agora vibrava sob uma saraivada de golpes aplicados por galhinhos em forma de nós, e um galho grosso como um aríete socava furiosamente o teto, que parecia estar afundando...


— Se manda! — gritou Rony, atirando todo o peso contra a porta, mas no segundo seguinte ele era empurrado de volta contra o colo de Harry por um direto no queixo dado por outro galho.


— Estamos perdidos! —, gemeu ele quando o teto afundou, mas de repente o fundo do carro começou a vibrar — o motor pegara outra vez.


— Dê marcha ré — berrou Harry, e o carro disparou para trás; a árvore continuava a tentar atingi-los; ouviam as raízes rangerem como se se rasgassem, tentando golpeá-los enquanto se afastavam dela a toda.


— Essa — ofegou Rony — foi por pouco. Muito bem, carro.


 


– Acho que o carro não ficou muito feliz depois disso... – Tiago disse aliviado por Harry ter se livrado dos socos do salgueiro.


 


O carro, porém, chegara ao limite de suas forças. Com dois fortes trancos, as portas se escancararam e Harry sentiu o banco deslizar para um lado. No momento seguinte ele se viu estatelado no chão úmido. Pancadas fortes lhe informaram que o carro estava ejetando a bagagem deles da mala; a gaiola de Edwiges voou pelos ares e se abriu; ela soltou um guincho raivoso e voou veloz para o castelo, sem nem ao menos olhar para trás. Então, amassado, arranhado e fumegando o carro saiu roncando pela escuridão, as lanternas traseiras brilhando com raiva.


— Volte aqui! — gritou Rony para o carro, brandindo a varinha partida. — Papai vai me matar!


 


– Acho que seu pai ia te matar mesmo que o carro tivesse voltado... – Remo disse dando de ombros.


 


Mas o carro desapareceu de vista com uma última gargalhada do cano de descarga.


— Dá para acreditar na nossa sorte? — disse Rony infeliz, abaixando-se para recolher Perebas. — De todas as árvores em que podíamos ter batido, tínhamos que bater nessa que revida?


Ele espiou por cima do ombro a velha árvore, que continuava a agitar os ramos ameaçadoramente.


— Vamos — disse Harry cansado —, é melhor irmos logo para a escola...


Não se pareceu nada com a chegada triunfal que eles tinham imaginado. Os músculos duros, enregelados e contundidos, os dois apanharam as alças dos malões e começaram a arrastá-los pela encosta gramada acima, em direção à imponente porta de entrada de carvalho.


 


– Se vocês tivessem arquitetado o plano melhor, não precisariam carregar os malões sozinhos... – Sirius disse dando de ombros.


– Você devia tentar se lembrar de que eles tinham só doze anos. – Lily bufou.


– Nossos planos já eram mais elaborados aos doze anos. – Sirius contestou.


– Eles não têm mentes criminosas como a de vocês dois... – Remo disse rindo.


 


— Acho que a festa já começou — comentou Rony, largando a mala ao pé dos degraus da entrada e indo espiar silenciosamente por uma janela iluminada. — Ei, Harry vem ver, é a Seleção!


Harry correu à janela e juntos, ele e Rony contemplaram o Salão Principal.


Uma quantidade de velas pairava no ar sobre as quatro mesas compridas e lotadas, fazendo os pratos e taças de ouro faiscarem. No alto, o teto encantado, que sempre refletia o céu lá fora, pontilhado de estrelas.


Em meio à floresta de chapéus cônicos de Hogwarts, Harry viu uma longa fila de principiantes de cara assustada entrar no Salão. Gina estava entre eles, facilmente identificável pelos cabelos da família Weasley, muito vívidos. Entrementes a Profº. McGonagall, uma bruxa de óculos que usava os cabelos presos em um coque, estava colocando o famoso Chapéu Seletor sobre um banquinho diante dos recém-chegados.


 


– Acho que não vamos saber qual foi a música do chapéu desse ano. – Alice disse dando de ombros.


– Ainda bem, – Sirius disse sorrindo – a seleção é um saco, só interessa se tem algum conhecido.


– Sirius! – Lily exclamou – É a seleção da Gina!


– Ela é Grifinória. – Sirius declarou categórico – É tudo que precisamos saber sobre a seleção.


– Como pode saber para qual casa ela foi selecionada? – Neville perguntou curioso.


– Além dela ter cara de quem pertence à Grifinória, – Sirius disse piscando maroto para Gina – todos os irmãos dela, e pelo que sei os pais e tios, foram da Grifinória.


– Isso não significa nada. – Frank disse rindo – Você é a prova viva, se fosse pela sua família seria da Sonserina.


– Mas a Gina parece ser uma pessoa bem legal... – Sirius disse dando de ombros.


– Não me parece corajosa... – Tiago disse rindo.


– Só quando Harry está por perto... – Rony disse fazendo a irmã ficar constrangida – Antes de Harry ir lá para casa ela era terrível, enfrentava até Gui e Carlinhos.


– Rony! – Gina disse ficando vermelha até a raiz dos cabelos. – Continua lendo e fica quieto!


 


Todo ano, aquele chapéu antigo, remendado, esfiapado e sujo, selecionava os novos alunos para as quatro casas de Hogwarts (Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina). Harry lembrava-se bem da noite em que o colocara na cabeça, exatamente há um ano, e esperara petrificado, a decisão do chapéu que murmurava audivelmente em seu ouvido. Por alguns segundos terríveis ele receara que o chapéu fosse colocá-lo na Sonserina, a casa de onde saía um número maior de bruxos e bruxas das trevas do que de qualquer outra — mas ele acabara indo para a Grifinória, junto com Rony, Hermione e o resto dos Weasley. No último trimestre letivo, Harry e Rony tinham ajudado a Grifinória a ganhar o Campeonato das Casas, vencendo Sonserina pela primeira vez em sete anos.


Um garoto muito pequeno, de cabelos castanho-acinzetados foi chamado para colocar o chapéu na cabeça. O olhar de Harry passou por ele e foi pousar no lugar em que Dumbledore, o diretor, assistia à cerimônia sentado à mesa dos funcionários, sua longa barba prateada e os óculos de meia-lua brilhando à luz das velas. Vários lugares adiante, Harry viu Gilderoy Lockhart, com suas vestes azuis. E lá na ponta sentava-se Hagrid, enorme e peludo, bebendo grandes goles de sua taça.


— Espere aí... — cochichou Harry para Rony. — Há uma cadeira vaga na mesa dos funcionários... Onde está o Snape?


 


– Espero que tenha sido demitido. – Sirius disse maldoso – Não! – exclamou de repente – Espero que tenha sufocado com o óleo dos cabelos. – completou sorrindo.


– Sirius, por favor. – Tiago pediu, mas sem conseguir conter o riso.


 


Severo Snape era o professor de que Harry menos gostava. Por acaso Harry era o aluno de quem Snape menos gostava também.


 


                Lily suspirou com tristeza. Não conseguia suportar ler que seu melhor amigo e seu filho não se davam bem, ou melhor, se odiavam.


 


Cruel, irônico e detestado por todo mundo, exceto pelos alunos de sua própria casa (Sonserina), Snape ensinava Poções.


— Vai ver ele está doente! — disse Rony esperançoso.


— Vai ver ele foi embora — disse Harry —, porque não conseguiu o lugar de professor de Defesa contra as Artes das Trevas outra vez!


— Ou vai ver foi despedido! — disse Rony entusiasmado. — Quero dizer, todo mundo o detesta...


— Ou vai ver — disse uma voz muito seca atrás deles — está esperando para saber por que vocês dois não chegaram no trem da escola.


 


– Sempre olhem em volta antes de falar de alguém. – para a surpresa de todos quem disse isso foi Alice. – Principalmente de alguém que pode colocar vocês em problemas. – completou dando de ombros.


 


Harry virou-se depressa. Ali, as vestes negras ondeando à brisa gelada, achava-se parado Severo Snape. Era um homem magro, com a pele macilenta, um nariz curvo e cabelos negros e oleosos até os ombros e, naquele momento, sorria de um jeito que dizia a Harry e Rony que eles estavam numa baita encrenca.


— Me acompanhem — disse Snape.


Sem nem ousarem se entreolhar, Harry e Rony seguiram Snape pela escada e entraram no enorme saguão cheio de ecos, iluminado por tochas. Um cheiro delicioso de comida vinha do Salão Principal, mas Snape os levou para longe do calor e da luz e desceu uma estreita escada de pedra que levava às masmorras.


 


– Mas é claro que ele não poderia leva-los para um lugar mais agradável. – Sirius bufou.


– E ele está agindo contra as regras da escola. – Remo completou encarando Severo – Ele devia leva-los diretamente para McGonagall, ela é a responsável por alunos da Grifinória...


                Lily concordou pesarosa, sentia que quando se tratava de Harry, Severo sempre fazia questão de contornar as regras para poder puni-lo pessoalmente.


 


— Para dentro! — disse ele, indicando a porta que abrira no corredor frio.


Eles entraram na sala de Snape, trêmulos. As paredes sombrias estavam cobertas de prateleiras com grandes frascos, em que flutuava todo tipo de coisa nojenta de que, naquele momento, Harry nem queria saber o nome. A lareira estava apagada e vazia. Snape fechou a porta e virou-se para encará-los.


— Então — disse com suavidade — o trem não é bastante bom para o famoso Harry Potter e seu leal escudeiro Weasley. Queriam chegar acontecendo, não foi, rapazes?


— Não, senhor, foi a barreira na estação de King s Cross, ela...


— Silêncio — disse Snape secamente.


 


– Ele nem ao menos permite que os alunos se expliquem! – Alice disse irritada.


 


— Que foi que fizeram com o carro?


 


– Acho que ele tem que se decidir se acha você burro ou superdotado. – Remo disse para Harry, irritado – Aos doze anos duvido muito que qualquer um consiga enfeitiçar um carro de maneira tão complexa.


                Severo concordou com Remo internamente, até seu eu-futuro teria que admitir que aqueles garotos não tinham conhecimentos suficientes para enfeitiçar um carro.


 


Rony engoliu em seco. Não era a primeira vez que Snape dava a Harry a impressão de ser capaz de ler pensamentos. Mas um momento depois, ele compreendeu, quando Snape desdobrou o Profeta Vespertino daquele dia.


— Vocês foram vistos — sibilou o professor, mostrando a manchete: FORD ANGLIA VOADOR INTRIGA TROUXAS.


 


                Sirius, Remo e Tiago suspiraram pesarosos.


 


E começou a ler em voz alta:


"Dois trouxas em Londres, convencidos de terem visto um velho carro sobrevoar a torre dos Correios... Ao meio-dia em Norfolk, a Sra. Hetty Bayliss, quando pendurava roupa para secar... O Sr. Angus Fleet, de Peebles, comunicou à policia..."


— Um total de seis ou sete trouxas. Acredito que o seu pai trabalha no departamento que coíbe o mal uso de artefatos dos trouxas? — perguntou ele, erguendo os olhos para Rony com um sorriso ainda mais desagradável. — Tsk, tsk, tsk... O próprio filho dele...


 


– Você é simplesmente cruel no futuro. – Lily disse tristonha olhando para Severo. Severo baixou os olhos, constrangido, não era apenas seu eu-futuro que agia daquela maneira, ele faria o mesmo com Tiago e qualquer um de seus amigos a qualquer dia.


 


Harry teve a sensação de que acabara de levar um direto no estômago, aplicado por um dos ramos mais parrudos da árvore maluca. Se alguém descobrisse que o Sr. Weasley havia enfeitiçado o carro... Não tinha pensado nisso...


— Reparei na minha busca pelo parque que houve considerável dano a um salgueiro lutador muito valioso — continuou Snape.


— Aquela árvore causou mais dano a nós do que nós a... — deixou escapar Rony.


— Silêncio! — disse Snape outra vez. — Infelizmente vocês não fazem parte da minha Casa, e a decisão de expulsá-los não cabe a mim. Vou buscar as pessoas que têm este prazeroso poder. Esperem aqui.


 


– McGonagall e Dumbledore não vão expulsar eles. – Sirius disse em direção a Severo – Até por que tudo isso aconteceu antes do inicio do ano letivo.


– Não devem nem tirar pontos da Grifinória. – Remo disse satisfeito.


– Talvez uma detenção. – Tiago deu de ombros, os três olhavam para Severo com raiva e zombaria.


 


Harry e Rony se entreolharam pálidos. Harry não sentia mais fome. Sentia-se extremamente enjoado. Tentou não olhar para uma coisa grande e pegajosa que estava suspensa em um liquido verde, em uma prateleira atrás da escrivaninha de Snape.


Se Snape tivesse ido buscar a Profª. McGonagall, diretora da Casa Grifinória, eles tampouco estariam em melhor situação. Poderia ser mais justa do que Snape, mas era rigorosíssima. Dez minutos depois, Snape voltou e não deu outra, era a Profª. McGonagall que o acompanhava. Harry já a vira várias vezes, mas ou se esquecera como a boca da professora ficava contraída, ou nunca a vira zangada antes.


 


– Provavelmente se esqueceu. – Tiago disse sorrindo para Harry – No dia que ela pegou você, Hermione e Neville fora da cama depois do horário ela estava furiosa...


 


Ela ergueu a varinha no momento em que entrou. Os dois, Harry e Rony se encolheram, mas ela meramente a apontou para a lareira apagada, onde as chamas irromperam instantaneamente.


— Sentem-se — disse, e os dois recuaram e se sentaram em cadeiras junto à lareira. — Expliquem-se — disse, os óculos brilhando agourentos.


Rony saiu contando a história a começar pela barreira da estação que se recusara a deixá-los passar.


—... Então não tivemos outra escolha, professora, não podíamos embarcar no trem.


— Por que não nos mandaram uma carta por coruja? Creio que você tem uma coruja? — disse a Profª. McGonagall, olhando para Harry com frieza.


 


– Seria uma das coisas mais inteligentes a fazer... – Lily disse sem querer ser malvada com Harry e Rony.


 


Harry ficou boquiaberto. Agora que ela dissera, parecia a coisa óbvia para ter sido feita.


— Eu... Não pensei...


— Isto — tornou a professora — é óbvio.


Ouviu-se uma batida na porta da sala, e Snape, agora com a cara mais feliz que nunca, abriu-a.


 


– Imagine como a cara feliz do Ranhoso é desagradável... – Sirius cochichou para Remo e Gina fazendo ambos rirem.


 


Parado à porta achava-se o diretor, o Profº. Dumbledore.


O corpo de Harry inteiro ficou insensível. Dumbledore parecia anormalmente sério. Olhou por cima daquele nariz curvo dele, e Harry, subitamente, viu-se desejando que ele e Rony ainda estivessem apanhando do salgueiro lutador.


 


– Isso acontece... – Tiago suspirou. Lembrava-se perfeitamente da maneira como Dumbledore olhou para ele e Sirius no dia do “acidente” de Snape.


 


Fez-se um longo silêncio. Então Dumbledore disse:


— Por favor, expliquem por que fizeram isso.


Teria sido melhor se tivesse gritado. Harry detestou o desapontamento que havia na voz dele. Por alguma razão, não conseguiu encarar Dumbledore nos olhos e, em vez disso, falou para os próprios joelhos. Contou a Dumbledore tudo, exceto que o Sr. Weasley era o dono do carro enfeitiçado, fazendo parecer que ele e Rony tinham encontrado o carro voador estacionado do lado de fora da estação, por acaso.


Ele sabia que Dumbledore perceberia a coisa na mesma hora, mas o diretor não fez perguntas sobre o carro.


 


– Dumbledore não é maldoso, nem idiota para questioná-los sobre essa parte da história. – Remo disse encarando Severo.


 


Quando Harry terminou, ele apenas continuou a observá-los através dos óculos de meia-lua.


— Vamos buscar as nossas coisas — disse Rony com a desesperança na voz.


— De que é que está falando, Weasley? — vociferou a Profª. McGonagall.


— Bem, os senhores vão nos expulsar, não é? — disse Rony.


Harry olhou rapidamente para Dumbledore.


— Hoje não, Sr. Weasley — disse Dumbledore. — Mas preciso incutir em vocês a gravidade do que fizeram. Vou escrever às duas famílias hoje à noite. Devo também preveni-los de que se fizerem isto de novo, não terei escolha se não expulsar os dois.


 


– Os Dursley não vão se importar nem um pouco com uma carta de Dumbledore... – Frank disse rindo.


– Espero que vocês não tenham repetido isso. – Lily disse encarando Harry de uma forma muito maternal.


– Te garanto que nunca mais voei em um carro para chegar em Hogwarts. – Harry disse sorrindo maroto para a mãe.


– É claro que não, – Sirius disse dando uma risada que era muito similar a um latido – Onde está a classe de repetir os mesmos feitos?


                Lily revirou os olhos para Sirius antes de fazer sinal para que Rony continuasse lendo.


 


Snape fez cara de quem acaba de ouvir que o Natal foi cancelado. Pigarreou e disse:


— Profº. Dumbledore, esses garotos zombaram da lei que restringe o uso de magia por menores, causaram sérios danos a uma árvore antiga e valiosa... Com certeza atos desta natureza...


— A Profª. McGonagall é quem decidira sobre o castigo dos meninos, Severo — disse Dumbledore calmamente. — Fazem parte da Casa dela e, portanto são responsabilidade dela.


 


– Isso mesmo. – Sirius murmurou – Não meta esse nariz anormalmente grande no que não lhe diz respeito, Ranhoso.


 


— E se virou para a professora: — Preciso voltar para a festa, Minerva, tenho que dar alguns avisos. Vamos Severo, tem uma torta de abóbora deliciosa que quero provar.


Snape lançou um olhar de puro veneno a Harry e Rony ao se deixar levar embora da sala, deixando-os sozinhos com a Profª. McGonagall, que ainda os observava como uma águia atenta.


— É melhor ir à ala hospitalar, Weasley, você está sangrando.


— Não é nada demais — disse Rony, limpando depressa com a manga o corte sobre o olho. — Professora, eu queria ver a minha irmã ser selecionada...


— A cerimônia da Seleção já terminou — respondeu ela. — Sua irmã também ficou na Grifinória.


 


– Sabia! – Sirius sorriu para Gina triunfante.


 


— Ah, que bom.


— E por falar na Grifinória... — disse McGonagall muito ríspida, mas Harry a interrompeu.


— Professora, quando apanhamos o carro, o ano letivo não tinha começado, por isso... Por isso Grifinória não deve perder pontos, deve? — terminou ele, observando-a ansioso.


 


– Ela vai gostar disso. – Tiago sorriu para Harry – É uma alternativa que não confronta a regra...


– Vai lembrar a ela de Tiago... – Sirius disse piscando para Harry.


 


A Profª. McGonagall lançou-lhe um olhar penetrante e ele teve certeza de que ela quase sorrira. Pelo menos ficara menos contraída.


— Não vou tirar pontos da Grifinória — e Harry sentiu o chão muito mais leve. — Mas os dois vão receber uma detenção.


Foi melhor do que Harry esperara. Quanto a Dumbledore escrever aos Dursley, isso não era nada. Harry sabia perfeitamente que eles só iriam ficar desapontados que o salgueiro lutador não o tivesse achatado de vez.


 


– Os Dursley podem até não se importar, – Alice disse com um suspiro – mas aposto que a mãe de Rony vai dar uma bronca temível. – completou estendendo a mão para Sirius, como Sirius não aceitou sua aposta tentou Tiago.


– Todos já vimos como a Senhora Weasley é, – Tiago disse sem pegar a mão estendida da garota – é lógico que ela vai dar uma bela bronca nele...


                Rony baixou os olhos para o livro e continuou lendo, constrangido.


 


A Profª. McGonagall ergueu novamente a varinha e apontou-a para a escrivaninha de Snape. Um grande prato de sanduíches, duas taças de prata e uma jarra de suco de abóbora gelado apareceram com um estalo.


— Vocês vão comer aqui e depois vão direto para o dormitório — disse ela. — Eu também preciso voltar à festa.


Quando a porta se fechou, Rony deixou escapar um assobio baixo e longo.


— Achei que estávamos ferrados — disse ele, agarrando o sanduíche.


— Eu também — disse Harry, servindo-se.


— Mas dá para acreditar na nossa falta de sorte? — perguntou Rony com a voz pastosa porque tinha a boca cheia de galinha e presunto. — Fred e Jorge devem ter voado naquele carro umas cinco ou seis vezes e nunca nenhum trouxa viu os dois. — Ele engoliu e deu outra grande dentada. — Por que não conseguimos atravessar a barreira?


 


– É o que todos nós gostaríamos de saber... – Severo bufou.


 


Harry sacudiu os ombros.


— Mas vamos ter que nos cuidar daqui para frente — disse, tomando um grande gole do suco de abóbora, cheio de gratidão. — Gostaria de termos podido ir à festa...


 


– Claro que vocês não poderiam ir à festa. – Remo disse rindo – Ela não ia querer vocês se exibindo, como se tivessem se safado com facilidade.


 


— Ela não queria que fôssemos nos exibir — disse Rony ajuizadamente. — Não quer que as pessoas pensem que somos sabidos, porque chegamos de carro voador.


Quando acabaram de comer tudo o que puderam (o prato sempre tornava a se encher sozinho) eles se levantaram e deixaram a sala, tomando o caminho familiar para a Torre da Grifinória. O castelo estava silencioso; parecia que a festa havia acabado. Os dois passaram pelos quadros que resmungavam e as armaduras que rangiam e subiram a estreita escada de pedra, até chegarem, finalmente, à passagem onde se escondia a entrada secreta para a Grifinória, atrás do retrato a óleo de uma mulher muito gorda, de vestido de seda rosa.


— Senha? — perguntou ela quando os dois se aproximaram.


 


– É claro que vocês esqueceram de perguntar a senha para McGonagall. – Lily disse com um suspiro.


 


— Ããã... — murmurou Harry.


Eles não sabiam a senha do novo ano, ainda não tinham encontrado o monitor da Grifinória, mas o socorro chegou quase imediatamente; ouviram um tropel de passos às costas e quando se viraram deram com Hermione que corria ao encontro deles.


— Aí estão vocês! Onde se meteram? Os boatos mais ridículos... Alguém disse que vocês foram expulsos por terem batido com um carro voador.


 


– Nem tão ridículos assim. – Alice constatou rindo – Praticamente a verdade.


 


— Bem, não fomos expulsos — garantiu-lhe Harry.


— Vocês não vão me dizer que realmente chegaram aqui voando? — disse Hermione, em tom quase tão severo quanto o da Profª. McGonagall.


— Pode poupar o sermão — disse Rony impaciente — e nos dizer qual é a nova senha.


— É "maçarico” — respondeu Hermione impaciente —, mas não é isto que está em questão...


Suas palavras, porém, foram interrompidas, pois o retrato da mulher gorda se abriu em meio a uma repentina tempestade de aplausos. Parecia que todos os alunos da Grifinória ainda


estavam acordados, espremidos na sala comunal redonda, trepados nas mesas fora de esquadro e nas poltronas que afundavam, esperando os dois chegarem.


 


– Vocês não imaginavam que iam chegar a Hogwarts em um carro voador e ficariam em paz, não é? – Sirius perguntou rindo.


                Severo revirou os olhos.


 


Braços passaram pela abertura do retrato para puxar Harry e Rony para dentro, deixando Hermione subir depois e sozinha.


— Genial! — berrou Lino Jordan. — Um achado! Que entrada! Aterrissar um carro voador no salgueiro lutador, vão comentar isso durante anos!


"Parabéns", disse um quintanista com que Harry nunca falara antes; alguém dava palmadinhas em suas costas como se ele tivesse acabado de ganhar uma maratona; Fred e Jorge abriram caminho por entre os colegas aglomerados e perguntaram ao mesmo tempo:


 


– Aposto que vão perguntar por que não chegaram de carro voador também. – Tiago interrompeu Rony estendendo a mão para Sirius. Sirius nem se deu ao trabalho de explicar por que não pegou a mão do amigo.


 


— Por que não viemos no carro, hein? — Rony estava com a cara vermelha e sorria constrangido, mas Harry acabava de ver uma pessoa que não parecia nada feliz.


Percy era visível por cima das cabeças de uns alunos de primeira série animados, e parecia estar querendo se aproximar o suficiente para começar a ralhar com eles. Harry cutucou Rony nas costelas e fez sinal em direção a Percy. Rony entendeu na mesma hora.


— Temos que subir... Um pouco cansados — disse ele e os dois começaram a abrir caminho em direção à porta do lado oposto da sala, que levava à escada circular e aos dormitórios.


— Noite — Harry falou por cima do ombro para Hermione, que estava com uma cara tão feia quanto Percy.


 


– Lógico que eu estava de cara feia, – Hermione bufou cruzando os braços sobre o peito – vocês podiam ter sido expulsos, vocês podiam ter morrido, vocês podiam até ter matado alguém.


– Hermione tem razão. – Lily suspirou pesarosa – Mas fico aliviada que nada disso tenha acontecido.


 


Os garotos conseguiram chegar ao outro lado da sala comunal, ainda recebendo palmadinhas nas costas, e alcançaram a paz das escadas. Subiram a escada correndo, direto para cima e, finalmente, chegaram à porta do antigo dormitório, que agora tinha um letreiro que dizia ALUNOS DE SEGUNDA SÉRIE. Entraram no quarto circular que já conheciam, com camas de quatro colunas e cortinas de veludo vermelho, e suas janelas altas e estreitas. Seus malões tinham sido trazidos até o quarto e colocados aos pés das camas.


 


– Seria um ótimo castigo colocar vocês para carregar os malões até a torre da Grifinória. – Alice disse malvada.


 


Rony sorriu com ar de culpa para Harry.


— Sei que não devia ter curtido isso nem nada, mas...


A porta do dormitório se escancarou e por ela entraram os outros segundanistas da Grifinória, Simas Finnigan, Dino Thomas e Neville Longbottom.


— Inacreditável!— exclamou Simas radiante.


— Legal — disse Dino.


— Um assombro! — acrescentou Neville atônito.


Harry não conseguiu se controlar e sorriu também.


 


– É claro que vocês curtiram isso. – Sirius disse sorrindo para Rony e Harry – Vocês tinham doze anos e chegaram a Hogwarts em um carro voador.


– E ainda deixaram Fred e Jorge com inveja. – Gina disse lembrando-se da ocasião – Mamãe e papai ficaram loucos quando o trem saiu e vocês não tinham passado pela barreira.


– Fique apavorada quando não encontrei vocês no trem... – Hermione disse com um suspiro profundo.


– Dessa vez não tivemos culpa. – Rony disse tentando se defender. – Simplesmente não conseguimos passar pela barreira.


– E isso não faz o menor sentido, – Tiago disse pensativo – isso nunca aconteceu antes, pelo menos não que eu saiba.


– Duvido que tenha acontecido sem querer... – Sirius disse franzindo a testa – Alguém realmente estava se esforçando para que Harry não chegasse a Hogwarts.


– Você está pensando no elfo doméstico? – Lily perguntou de repente.


– Ele parecia bem decidido a fazer Harry não ir para a escola. – Remo disse encolhendo os ombros.


– Mas um elfo doméstico faria isso tudo, por vontade própria? – Alice perguntou duvidando.


– Acho que não... – Sirius respondeu – Alguém deve ter mandado ele impedir que Harry fosse para a escola...


– Eu acho que ele está agindo sozinho... – Tiago falou, mas ninguém concordou com ele.


                Severo concordava com Sirius e Remo, alguém devia querer muito que Harry não chegasse a Hogwarts.


– Só vamos saber se continuarmos lendo. – Lily disse e fez sinal para que Hermione pegasse o livro.


– Capítulo VI – Gilderoy Lockhart.


                                                                   ~~ x ~~  


Olá leitores queridos, como prometido aí está o capítulo! Finalmente consegui todos os meus arquivos de volta e agora vocês não terão que ficar tanto tempo sem atualização.
Espero que a maioria de vocês não tenha desistido da fic, pois ela volta agora a todo vapor. Vou passar todo o meu tempo livre escrevendo para que possamos recuperar todo o tempo perdido.
Agradeço muito a cada desejo de feliz aniversário que recebi. E desejo a todos vocês um ano maravilhoso. Quanto ao meu pulso, fui ao médico e é uma tendinite, estou tomando remédio e usando uma luva imobilizadora.
Como já havia falado postei “O Natal da Família Weasley” alguns de vocês me disseram que leriam, mas até agora não tive muitas respostas, espero vê-los por lá. http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=46297
Ah, estou lendo “O Chamado do Cuco” da J.K. Rowling, algum de vocês já leu? Me digam o que acharam!


Aylinn: Que bom que gostou e agora está acompanhando! Me passa o link da outra que você estava acompanhando e parou? Eu também lia uma fic desse tipo que parou no mesmo capítulo, será que é a mesma? Não vou abandonar, mesmo com pedras no caminho... Espero ser eu a pessoa que vai realizar seu sonho de ver esse tipo de fic concluída! (Tinha respondido esse comentário antes do meu notebook ficar ruim e agora não encontro mais o comentário)


Dani.Potter: Desculpe a demora, aí está a continuação.


Beatriz Corlleone: Fico feliz em saber que criou uma conta só para comentar minha fic, fico realmente honrada. Espero te ver comentando mais vezes.


aspottersfghn: Pretendo postar todos os livros. Apesar da demora não abandonei a fic, e não vou abandonar.


Li Everllark: Espero te ver comentando no Natal da Família Weasley então! Desculpa a demora para esse.


Clenery Aingremont: Lily tem um coração muito grande, apesar de eu não gostar nada, acho que ela vai acabar perdoando ele, mas isso não vai mudar o fato dela ficar com Tiago... Eles são mesmo muito inteligentes, e Tiago tem uma memória de dar inveja, né? O assistente talvez quisesse que eles pagassem o prejuízo, ou algo assim... Mas você tem razão pode ser o cara do jornal querendo tirar mais fotos da confusão... Me desculpa mesmo pela demora, e por não ter feito backup quando devia, de agora em diante não vou mais deixar isso acontecer.


Gi Molly Weasley: Desculpa a demora querida! Que bom que passou na sua prova, parece difícil! O que você estuda? Pode deixar que não vou abandonar a fic, e não vou mais demorar para atualizar desse jeito. Já aprendi a lição.


Ninphadora Tonks: Obrigada pelo elogio! Vou continuar até o fim, nem que demore muito tempo para terminar! Espero que não me abandonem no caminho!


Day Caracas: Descobri que não tinha torcido o pulso, o médico disse que era tendinite e agora estou tendo que usar um imobilizador. Desde de que li que Snape amava Lily, tenho certeza de que era um amor obsessivo, não um amor puro... Talvez ele mais para frente se de conta de que nunca daria certo, e acabe de um jeito melhor, se arrependa de tudo... Se você conhece bem a amizade que Tiago tem por Sirius, sabe como ele vai reagir... Não vou falar muito para não dar Spoiler... Fiquei feliz demais ao ver você comentando no Natal da Família Weasley, essa one é uma das minhas favoritas. Felizmente não perdi tudo o que já tinha escrito, mas de qualquer forma não iria parar de escrever de jeito nenhum, mesmo que demorasse muito tempo, fico feliz em saber que não me abandonaria.


Viih Lovegood: Acho que na primeira fic eles meio que descobrem que Harry, Rony e Mione já assaltaram o banco... Acho que no capítulo em que Harry vai ao banco. Vai ser bem difícil para Sirius e Tiago, mas a amizade deles é bem forte. Eu também não perdoaria, mas Lily tem um coração tão grande, e tão puro, que talvez ela o perdoe... Desculpe a demora para atualizar, espero que não tenha me abandonado.


NathaliaHelena: Entendo como é, a faculdade no período de provas mata todo mundo, haha. Fico feliz que continue acompanhando, espero que não tenha desistido.


Maria Coelho: Já te falei que você tem o mesmo nome que minha avó, e meu sobrenome? Acho que somos parentes... hehe. Na próxima dedicatória seu nome entra, e você não vai ter que ficar no "todos os outros". Muito obrigada pelo elogio, espero que leia as outras quando eu postar e continue com a mesma opinião. Harry vai querer enterrar a cara em uma almofada também quando começarem a falar do "monstro" que mora no peito dele, mas a Gina vai adorar, afinal em CS ela fica parecendo uma bobinha apaixonada. Espero que a menina que lia outra fic que parou no capítulo 4 não tenha ficado traumatizada e me abandonado... Mas finalmente consegui tudo de volta e não vou deixar acontecer de novo.


Guilherme L: A one-shot de natal é meio que parte de uma outra fic minha... Mas é um especial de natal mesmo. Espero te ver lá comentando. Fico muito feliz de ver que não me abandonou, e te garanto que dou muito valor a cada um de vocês. Espero continuar lendo seus comentários sempre!


Carolina Black: Desculpa a demora para postar! Espero que não tenha desistido.


sasa lovegood: Fico feliz que tenha comentado mesmo cansada. Espero te ver comentando em todas então... Se gostar e se não gostar! Fico feliz que tenha entendido meus problemas e não tenha me abandonado!


LULU789: Fiz uma matéria de psicologia. Psicologia do direito. Muito obrigada por tudo, cada um desses comentários me deixa muito feliz. Não vou deixar isso acontecer de novo, vou manter pelo menos as coisas importantes salvas. Obrigada por todo o apoio durante esse período.


MionGinnyLuna: Então espero ver você comentando (nem que seja um oi, hahaha). O Remo deve ficar bem chocado quando descobrir que vai ser pai...


Luiza Snape: Espero ver você comentando lá então! O Snape é bastante invejoso, a vida dele foi difícil, o pai dele nunca o aceitou bem, e a mãe nunca se impôs para cuidar dele, a única coisa que ele "tinha" era a amizade de Lily, e ele acha que perdeu ela para Tiago que teve uma vida "perfeita". Não consigo ver ele sem ser invejoso... Sei que gosta dele, então desculpa. Fico feliz pelo seu apoio e que não tenha me abandonado pela demora.


ste_panza: Gosto de ficar adiantada, para não deixar vocês esperando, amo PdA, para mim foi o melhor ano de Harry, ele ganhou um pedacinho do pai por intermédio de Sirius e Remo... Fala para sua amiga que vou ficar muito feliz de vê-la comentando. Me conta, o que você não tinha percebido antes?? Não tenho outra conta aqui, e ainda não cheguei ao Cálice de Fogo, vou fazer tudo em ordem.


Arthur lacerda: Muito obrigada. Meu noivo sabia que se ele não fizesse por mim, eu faria sozinha, e provavelmente pioraria meu pulso, haha. E obrigada por não ter abandonado a fic.


Maria Eduarda Rieg Weasley: Então vou esperar você comentar no natal Weasley! Fico feliz que esteja divulgando para seus amigos! Acho que aos poucos algumas pessoas vão perceber um clima... Em CS mesmo, já tem vários olhares especiais entre Harry e Gina. Sua torcida deu resultado! Recuperei os dados e fui bem na prova, só a mão que ainda está ruim, descobri que é tendinite, ainda deve demorar um pouco para melhorar.


bia_cardoso: Ahhh, muito obrigada querida! Pretendo fazer todos os livros sim, e uma fic extra, ou uns capítulos a mais contando o que aconteceu depois... Snape teve coragem de pedir para Voldemort matar um bebê e não matar Lily... Mas acho que Lily vai perdoa-lo, ela tem um coração grande demais...


HarryJ.Potter: Então espero ver um comentário seu lá no Natal da Família Weasley, afinal prometeu que leria, não é? Não sei se meu notebook vai ficar bom, mas pelo menos recuperei a maior parte das coisas importantes. Fico feliz que não tenha me abandonado, e desculpa pela demora.


Mary Lilian Potter: Espero te ver comentando no Natal da Família Weasley então! Desculpa a demora para postar, espero que não tenha me abandonado!


Clara Black Potter: Seja Bem-Vinda! Espero que não tenha desistido de ler a fic pela demora! Pretendo escrever até o último livro e um pouco mais, e espero que fique comigo até o final!


Rafaela C. da Silva: Fico feliz que tenha gostado, só espero que não tenha desistido de ler pela demora! Não vou deixar de postar!


Luiza Granger Malfoy: Não sei se vou conseguir recuperar o notebook, mas pelo menos recuperei os arquivos! Fui bem na prova e meu pulso vai ficar bom! A torcida de vocês realmente deu certo, então muito obrigada!


Mari Weasley Greengrass: Fico feliz que não tenha me abandonado! Espero te ver comentando mais vezes!


Luna Moura: Muito obrigada! Espero te ver comentando mais vezes!


Sr.Pontas: Obrigada pelo apoio nesse momento difícil. Marquei sua fic para ler depois, mas devo demorar um pouco a aparecer lá, tenho que dar um jeito de escrever mais e atualizar a fic com a mesma frequência de antes. Espero te ver mais vezes nos comentários!


sempre-potterianas2: Mandei seu comentário para meu amigo e ele agradeceu, hehe, a torcida de todos vocês me ajudou muito nesse tempo!


 Ufa! Acho que respondi todo mundo! Se tiver esquecido alguém puxem minha orelha, dei uma olhada em todos os lugares para não esquecer ninguém! Espero ver todo mundo de volta! Comentem e me façam feliz. Prometo que o próximo capítulo não vai demorar nada. Talvez quinta-feira vocês já encontrem ele por aqui!
Até o próximo!


 


 


 

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Comentários (14)

  • Stehcec

    Olá voltei de viajem hj! Agora posso comentar de novo!Li pelo celular 3 cap. anteriores! Net ruim demais onde eu tava ai nem deu pra comentar!Mas to doida pro acontecimentos desse livro logo!Acho que os marotos vão sacar de cara o que é! 

    2014-03-05
  • ste_panza

    OMG, você voltooou!!!!! Já estava com saudades de ler sua fic *--*Coitado deles se eles tivessem que levar os malões até a torre hahahahahahahhaentão, nunca tinha pensado, por exemplo, de que Dumbledore poderia ter planejado tudo aquilo pra deixar o Harry enfrentar Voldemort, que nem você citou no fim da fic passada... Não tinha percebido aquilo, mas faz muito sentido, no final das contas '-'Bom, nem preciso falar que o capitulo ta perfeito, né!?  

    2014-01-09
  • Viih Lovegood

    Primeiramente: Desculpa a demora, eu tinha esquecido a senha da minha conta ~bate com a cabeça na parede~Acho que a Lily quis pular no pescoço do James (Tiago, porém prefiro o nome original) por ter passado o "genes maroto Potter" pro Harry hahahahaha Eu, pessoalmente, detesto o Snape. Porém eu acho que ele está se abrindo mais, participando mais. Isso é legal, só espero que ele não resolva tirar a Lily do James, porque se isso acontecer eu vou rodar a baiana e o Avada vai comer pra cima dele.Hoje é aniversário do Ranhoso *O* Você poderia postar um capítulo hoje, aí você dedica em homenagem á ele -nBeijos, continue logo! 

    2014-01-09
  • HarryJ.Potter

    Adorei o capitulo!!!!!! Ja coloquei meu comentario no "Natal da familia Weasley"Ansioso para o proximo!!!!

    2014-01-09
  • Day Caracas

    Eu comecei a dar pulinhos quando vi que você tinha atualizado ^-^ Ahhhh, adorei o capitulo e muitoooo anciosa para a continuaçãoAte o proximooooo 

    2014-01-08
  • Arthur lacerda

    VOCÊ ESTÁ DE VOLTA!!!!! Senti sua falta. Parabéns pelo capítulo. Está excelente. Até o próximo. Boa sorte.  

    2014-01-08
  • LuLu Weasley Potter

    CAP PERFEITO...QUE BOM QUE DEU TUDO CERTO...LOGICO QUE EU TE APOIARIA...VC É UMA OTIMA AUTORA...SUPER ANCIOSA COM O PROXIMO CAP...BEIJINHOOOOOSS... 

    2014-01-08
  • LilyLuppin2

    Quase morro com o capítulo novo! Amei! Está perfeito.  Parabéns! 

    2014-01-08
  • IzabelR

    Leitora nova \õ/ Eu fiz uma super ultra mega maratona para ler a primeir fanfic a tempo e começar logo essa de tão apaixonada que eu to por essa série <333 Mas confesso que estou mais ansiosa por PdA (é meu livro preferido <3) por motivos de: Marotos. Eu adoro o final desse capitulo do livro, porque e´bom ver os meus bebês sendo apenas bebês por um momento, antes da baixaria toda começar qqq Enfim, estou esperando ansiosamente pelo proximo capitulo, e pelo começo dos ataques, principalmente o da Mione.

    2014-01-07
  • Clara Black Potter

    OMG!! Eu quese surtei quando vi que tinha capitulo novo! kkkCara eu amo ver os comentários dos marotos pra cima do Snape do futuro. Principalmente os do Sirius (just because he is my favorite). Simplesmente amo. Me chamem de má pu o que for, mas eu não gosto do Snape. Não ligo nenhum pouco se 99,9% dos leitores passaram a amar ele depois do ultimo livro. Pra mim ele continua sendo um professor mal amado e cruel que precisa urgentemente de um shapoo para cabelos oleosos. Ele realmente foi um bruxo extremamente corajoso, porém não babo o ovo dele.Amei o capitulo. Foi perfeito, como sempre.Aguardando ansiosamente pelos proximos.Beijos. 

    2014-01-07
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