Gilderoy Lockhart



– Gilderoy Lockhart.


– Um capítulo inteiro sobre aquele panaca... – Remo suspirou.


– Espero que esse cara não dure muito tempo. – Frank disse irritado.


– Não implique com ele, Frank... – Alice disse chateada.


– É Frank, – Sirius disse em tom de zombaria – não implique com o lindo Lockhart. O queridinho da Alice...


                Alice deu a Sirius um olhar assassino antes de encolher-se envergonhada.


 


No dia seguinte, porém, Harry mal conseguiu sorrir. As coisas começaram a rolar morro abaixo desde o café da manha no Salão Principal. As quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de terrinas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon, sob o céu encantado (hoje, toldado por nuvens cinzentas). Harry e Rony sentaram-se à mesa da Grifinória ao lado de Hermione, que tinha um exemplar de Viagens com Vampiros, aberto, e apoiado numa jarra de leite. Havia uma certa formalidade na maneira como ela deu "Bom dia", o que informou a Harry que ela continuava a desaprovar a maneira como os garotos tinham chegado. Neville Longbottom, por outro lado, cumprimentou-os animado. Neville era um menino de rosto redondo e dado a acidentes, com a pior memória que Harry já vira em alguém.


— O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci.


 


– Isso é culpa da sua mãe. – Lily disse para Neville – Ela passa o dia inteiro me perguntando qual é a nossa próxima aula, ou qual é mesmo a senha para a sala comunal. – Lily riu para Alice.


– Não é que tenho uma memória ruim, – Alice disse tentando se defender – é que sempre colocam senhas difíceis de lembrar, e nunca arrumam os horários de um jeito fácil.


– E como seria um jeito fácil de arrumarem os horários? – Tiago perguntou rindo e Alice apenas deu de ombros.


                Neville olhou para a mãe com carinho, era bom saber mais sobre ela.


 


Harry mal tinha começado a comer o mingau quando, a confirmar o comentário, ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.


— Errol!— exclamou Rony, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.


 


– Dessa vez a senhora Weasley pegou pesado. – Remo comentou pesaroso.


– Um berrador... – Tiago olhou para Rony com pena. – Sirius recebeu um berrador no nosso primeiro ano...


– Quando minha prima Narcisa mandou uma carta para casa para avisar que eu tinha entrado para a Grifinória, mamãe ficou louca de raiva e mandou um berrador... – Sirius disse com um suspiro – Seria pior se eu me sentisse culpado por alguma coisa. – completou dando de ombros.


 


— Ah, não... —, exclamou Rony.


— Tudo bem, ele ainda está vivo — disse Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.


— Não é isso, é isto.


Rony estava apontando para o envelope vermelho. Parecia um envelope comum para Harry, mas Rony e Neville olharam para ele como se fosse explodir.


 


– E vai explodir mesmo, se não abri-la. – Remo aconselhou o livro.


 


— Que foi? — perguntou Harry.


— Ela... Ela me mandou um "berrador" — disse Rony baixinho.


— É melhor abrir, Rony — sugeriu Neville com um sussurro tímido. — Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção — ele engoliu em seco —, foi horrível.


 


– E por que minha mãe te mandou um berrador? – Frank perguntou curioso.


– McGonagall mandou uma carta para ela quando briguei com Crabbe e Goyle... – Neville explicou fazendo todos lembrarem do ocorrido.


– Não mandaram carta para minha casa. – Rony disse estranhando.


– Você não foi parar na ala hospitalar por brigar com dois brutamontes com o dobro do seu tamanho... – Sirius explicou.


 


Harry olhava dos rostos paralisados dos amigos para o envelope vermelho.


— Que é um berrador? — perguntou.


 


– Sempre me perguntei por que você nunca se dava ao trabalho de aprender mais um pouco sobre o mundo bruxo... – Hermione disse franzindo a testa.


– Hermione tem razão, – Lily disse olhando para Harry rindo – quando estava no segundo ano já tinha aprendido o máximo que conseguia sobre tudo do mundo bruxo.


– Eu passei as férias do primeiro para o segundo ano aprendendo tudo o que podia... – Hermione disse.


                Harry revirou os olhos, não era que nunca havia se interessado em aprender, mas nunca havia tido oportunidade.


– Acho que dava para aprender muito tendo sido trancado pelos Dursley no meu quarto. – Harry disse irônico.


 


Mas toda a atenção de Rony estava fixa na carta, que começara a fumegar nos cantos.


— Abra — insistiu Neville. — Termina em poucos minutos...


Rony estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e abriu-o. Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois, Harry descobriu o porquê. Pensou por um instante que o envelope explodira; um estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do teto.


“... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATE EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO...”


 


– Um berrador é muita crueldade... – Lily disse pesarosa – Não é apenas uma bronca, mas uma bronca para todos ouvirem... Nunca faria isso. – acrescentou olhando para Harry – Mesmo com tudo o que você fez.


 


Os berros da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que de costume, fizeram os pratos e talheres se entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Rony afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.


“... A CARTA DE DUMBLEDORE A NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ E HARRY PODIAM TER MORRIDO...”


 


– Claro que seu nome ia surgir em algum momento. – Tiago sorriu para Harry com pena.


 


Harry estava imaginando quando é que seu nome iria aparecer. Fez muita força para fingir que não estava escutando a voz que fazia seus tímpanos latejarem.


"... ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTA ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA.”


 


– Um inquérito no trabalho do seu pai deve ter doído mais do que qualquer outra coisa que ela poderia falar... – Remo olhou para Rony pesaroso.


                Rony apenas concordou com a cabeça.


 


Seguiu-se um silêncio que chegou a ecoar. O envelope vermelho, que caíra das mãos de Rony, pegou fogo e encrespou-se em cinzas. Harry e Rony ficaram aturdidos, como se uma onda gigantesca tivesse acabado de passar por cima deles. Algumas pessoas riram e, aos poucos, a balbúrdia da conversa recomeçou.


Hermione fechou o Viagens com vampiros e olhou para o cocuruto da cabeça de Rony.


— Bem, não sei o que é que você esperava, Rony, mas você...


— Não me diga que mereci — retrucou Rony com rispidez.


Harry empurrou o prato de mingau. Suas entranhas queimavam de remorso. O Sr. Weasley estava enfrentando um inquérito no trabalho. Depois de tudo que o Sr. e a Sra. Weasley tinham feito por ele durante o verão...


 


– Não foi sua culpa, Harry. – Gina sorriu para ele – Rony é quem sabia mais sobre o nosso mundo... – a garota olhou torto para o irmão – ele devia saber que era melhor esperar nossos pais...


– Gina, por favor, eu tinha só doze anos... – Rony bufou.


 


Mas não teve muito tempo para pensar nisso; a Profª. McGonagall vinha passando pela mesa da Grifinória, distribuindo os horários dos cursos. Harry recebeu o dele e viu que a primeira aula era uma aula dupla de Herbologia, com os alunos da Lufa-Lufa.


 


– Pelo menos o pessoal da Lufa-Lufa é sempre gente boa... – Alice comentou – Se fosse com os da Sonserina, teriam passado a aula toda ouvindo gracinhas...


 


Harry, Rony e Hermione deixaram o castelo juntos, atravessaram a horta e rumaram para as estufas, onde as plantas mágicas eram cultivadas. Pelo menos o berrador fizera uma coisa boa: Hermione parecia achar que tinham sido suficientemente castigados e voltara a ser absolutamente simpática.


 


– Pelo menos ela não voltou a ser aquela insuportável do inicio do outro livro. – Sirius disse sorrindo para Mione.


– Sirius! – Lily repreendeu – Não chame a menina de insuportável!


                Hermione deu um meio sorriso dando a entender que não se importava antes de continuar lendo.


 


Ao se aproximarem das estufas viram o resto da classe em pé, do lado de fora, esperando a Profª. Sprout. Harry, Rony e Hermione tinham acabado de se reunir à turma quando a professora surgiu caminhando pelo gramado, acompanhada de Gilderoy Lockhart. Ela trazia os braços carregados de bandagens, e, com outro aperto de remorso, Harry viu o salgueiro lutador ao longe, com vários ramos em tipoias.


A Profª. Sprout era uma bruxinha atarracada que usava um chapéu remendado sobre os cabelos soltos; geralmente tinha uma grande quantidade de terra nas roupas, e suas unhas teriam feito tia Petúnia desmaiar. Gilderoy Lockhart, ao contrario, estava imaculado em suas espetaculares vestes azul-turquesa, os cabelos dourados brilhando sob um chapéu também turquesa, com galão dourado e perfeitamente assentado na cabeça.


 


                Alice deu um suspiro e em troca, recebeu um olhar reprovador de Frank.


 


— Ah, alô — cumprimentou ele, sorrindo para os alunos reunidos. — Acabei de mostrar à Profª. Sprout a maneira certa de cuidar de um salgueiro lutador! Mas não quero que vocês fiquem com a ideia de que sou melhor do que ela em Herbologia! Por acaso encontrei várias dessas plantas exóticas nas minhas viagens...


 


– Sprout deve ter pensado em matá-lo. – Neville disse rindo – Ela sabe cuidar de um salgueiro lutador de olhos fechados, duvido que Lockhart tenha sido de alguma ajuda...


                Frank não resistiu em dar um sorriso orgulhoso ao filho.


 


— Estufa três hoje, rapazes! — disse a Profª. Sprout, que tinha um ar visivelmente contrariado, bem diferente de sua habitual expressão animada.


Houve um murmúrio de interesse. Até então, só tinham estudado na estufa número um — a estufa três guardava plantas muito mais interessantes e perigosas. A Profª. Sprout tirou uma chave enorme do cinto e destrancou a porta. Harry sentiu um cheiro de terra molhada e fertilizante mesclados ao perfume pesado de umas flores enormes, do tamanho de sombrinhas que pendiam do teto.


 


                Neville deu um sorriso saudoso que fez Alice esquecer completamente do comentário que o filho havia feito sobre Lockhart.


 


Ia entrar em seguida a Rony e Hermione na estufa quando Lockhart estendeu a mão.


 


– Não quero nem saber o que esse idiota quer... – Remo bufou.


 


— Harry! Estou querendo dar uma palavra... A senhora não se importa se ele se atrasar uns minutinhos, não é, Profª. Sprout?


A julgar pela cara de desagrado da professora, ela se importava sim, mas Lockhart disse:


— É isso ai — e fechou a porta da estufa na cara dela.


 


– Ela deve ter tido que se segurar para não azarar ele... – Sirius sorriu satisfeito.


 


— Harry — disse Lockhart, os dentões brancos faiscando ao sol quando ele balançou a cabeça. — Harry, Harry, Harry.


Completamente estupefato, Harry ficou calado.


— Quando ouvi, bem, é claro que foi tudo minha culpa. Tive vontade de me chutar.


Harry não fazia idéia do que é que o professor estava falando. Ia dizer isso quando Lockhart acrescentou:


— Nunca fiquei tão chocado em minha vida. Chegar a Hogwarts num carro voador! Bem, é claro, entendi na mesma hora por que você fez isso. Estava na cara. Harry, Harry, Harry.


Era incrível como é que ele conseguia mostrar cada um daqueles dentes brilhantes até quando não estava falando.


— Teve uma provinha de publicidade, não foi? — disse Lockhart. — Ficou mordido. Esteve na primeira página comigo e não pôde esperar para repetir o feito.


 


– Harry nunca precisaria de um idiota desses para aparecer em um jornal! – Tiago disse com desgosto – Em momento algum.


 


— Ah, não, Professor, sabe...


— Harry, Harry, Harry — disse Lockhart, segurando-o pelo ombro. — Eu compreendo. É natural querer mais depois de provar uma vez, e eu me culpo por ter-lhe dado a oportunidade, porque a coisa não podia deixar de lhe subir à cabeça, mas olhe aqui, rapaz, você não pode começar a voar em carros para tentar chamar atenção para a sua pessoa. É bom se acalmar, está bem? Tem muito tempo para isso quando for mais velho. E, é, sei o que está pensando! "Tudo bem para ele, já é um bruxo internacionalmente conhecido!" Mas quando eu tinha doze anos, era um João-ninguém como você é agora.


 


– E desde quando Harry é um João-ninguém? – Sirius questionou irritado – Ele é mais famoso que você, com toda a certeza...


 


Diria até que era mais João-ninguém! Quero dizer, algumas pessoas já ouviram falar de você, não é mesmo? Todo aquele episódio com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! — Ele olhou para a cicatriz em forma de raio na testa de Harry. — Eu sei, eu sei, não é tão bom quanto ganhar o Prêmio do Sorriso mais Atraente do Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, como eu, mas é um começo, Harry, é um começo.


 


– Esse cara é ridículo! –Lily exclamou exaltada.


– Pelo menos você admite! – Frank disse olhando feio para Alice que recusava-se a olhar para qualquer um deles.


 


Ele deu uma piscadela cordial a Harry e foi-se embora a passos largos. Harry continuou aturdido por alguns segundos, depois, lembrando-se de que devia estar na estufa, abriu a porta e entrou sem chamar atenção.


A Profª. Sprout estava parada atrás de uma mesa de cavalete no centro da estufa. Havia uns vinte pares de abafadores de ouvidos de cores diferentes arrumados sobre a mesa. Quando Harry tomou seu lugar entre Rony e Hermione, a professora disse:


— Vamos reenvasar mandrágoras hoje. Agora, quem é que sabe me dizer as propriedades da mandrágora?


Ninguém se surpreendeu quando a mão de Hermione foi a primeira a se levantar.


 


– Por que você não levantou a mão para responder? – Alice perguntou a Neville tentando desviar o assunto de Lockhart – Você é bom em herbologia, não é?


– Eu sabia a resposta, mas não tinha coragem de levantar a mão... – Neville respondeu constrangido.


 


— A mandrágora é um tônico reconstituinte muito forte — disse Hermione, parecendo, como sempre, que engolira o livro-texto. — É usada para trazer de volta as pessoas que foram transformadas ou foram enfeitiçadas no seu estado natural.


 


– Muito útil no preparo de antídotos. – Lily disse sorrindo e Severo concordou.


 


— Excelente. Dez pontos para a Grifinória — disse a Profº. Sprout. — A mandrágora é parte essencial da maioria dos antídotos. Mas, é também perigosa. Quem sabe me dizer o porquê?


A mão de Hermione errou por pouco os óculos de Harry quando ela a levantou mais uma vez.


— O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve — disse a garota prontamente.


— Exatamente. Mais dez pontos. Agora as mandrágoras que temos aqui ainda são muito novinhas.


Ela apontou para uma fileira de tabuleiros fundos ao falar, e todos se aproximaram para ver melhor. Umas cem moitinhas repolhudas, verde arroxeadas, cresciam em fileiras nos tabuleiros. Não pareciam ter nada de mais para Harry, que não fazia a menor ideia do que Hermione quisera dizer com o "grito" da mandrágora.


 


– Ler os livros antes do inicio das aulas não faz mal a ninguém. – Hermione comentou dando de ombros.


 


— Agora apanhem um par de abafadores de ouvidos — mandou a professora.


Os alunos correram para a mesa para tentar apanhar um par que não fosse peludo nem cor-de-rosa.


— Quando eu mandar vocês colocarem os abafadores, certifiquem-se de que suas orelhas ficaram completamente cobertas — disse ela. — Quando for seguro remover os abafadores eu erguerei o polegar para vocês. Certo... Coloquem os abafadores.


Harry ajustou os abafadores nos ouvidos. Eles vedaram completamente o som. A Profª. Sprout colocou o seu par peludo e cor-de-rosa nas orelhas, enrolou as mangas das vestes, agarrou uma moitinha de mandrágora com firmeza e puxou-a com força.


Harry deixou escapar uma exclamação de surpresa que ninguém ouviu. Em vez de raízes, um bebezinho extremamente feio saiu da terra. As folhas cresciam diretamente de sua cabeça. Ele tinha a pele verde-clara malhada e era visível que berrava a plenos pulmões.


A professora tirou um vaso de plantas grande de sob a bancada e mergulhou nele a mandrágora, cobrindo-a com o composto escuro e úmido até ficarem apenas as folhas visíveis. Depois, limpou as mãos, fez sinal com o polegar para os alunos e retirou os abafadores dos ouvidos.


 


– Isso é muito mais difícil de fazer do que Sprout fez parecer... – Sirius disse lembrando-se de quando eles tiveram que reenvasar mandrágoras.


 


— As nossas mandrágoras são apenas mudinhas, por isso seus gritos ainda não dão para matar — disse ela calmamente como se não tivesse feito nada mais excitante do que regar uma begônia. — Mas, elas deixarão vocês inconscientes por várias horas, e como tenho certeza de que nenhum de vocês quer perder o primeiro dia na escola, certifiquem-se de que seus abafadores estão no lugar antes de começarem a trabalhar. Chamarei sua atenção quando estiver na hora da saída.


 


– Pedro desmaiou. – Tiago disse rindo. – Tivemos que carregar ele para a ala hospitalar, ele passou o dia todo desacordado.


 


— Quatro para cada tabuleiro, há um bom estoque de vasos aqui, o composto está nos sacos ali adiante, e tenham cuidado com aquela planta de tentáculos venenosos. Está criando dentes.


Ela deu uma palmada enérgica em uma planta vermelha e espinhosa ao falar, fazendo-a recolher os longos tentáculos que avançavam sorrateiramente pelo seu ombro.


Harry, Rony e Hermione dividiram o tabuleiro com um garoto de cabelos cacheados da Lufa-Lufa que Harry conhecia de vista, mas com quem nunca falara.


— Justino Finch-Fletchley — apresentou-se ele animado, apertando a mão de Harry. — Eu sei quem você é, claro, o famoso Harry Potter... E você é Hermione Granger, sempre a primeira em tudo — (Hermione deu um grande sorriso quando o garoto também apertou sua mão) — e Rony Weasley. O carro voador era seu, não era?


Rony não sorriu. O berrador obviamente continuava em seus pensamentos.


 


– E tinha que continuar mesmo... – Gina bufou.


 


— Aquele Lockhart é o máximo, não acha? — disse Justino, feliz, quando começaram a encher os vasos de planta com fertilizante de bosta de dragão.


 


– Mais um iludido. – Frank disse balançando a cabeça negativamente.


 


— Um cara super corajoso. Você leu os livros dele? Eu teria morrido de medo se tivesse sido acuado em uma cabine telefônica por um lobisomem, mas ele continuou na dele e, zás, simplesmente fantástico. Eu estava inscrito em Eton, sabe. Nem sei dizer como estou contente de, em vez disso, ter vindo para cá. Claro, minha mãe ficou um pouco desapontada, mas desde que a fiz ler os livros de Lockhart acho que começou a perceber como será útil ter na família alguém formado em magia...”


 


– Pelo menos ele tem uma boa desculpa para ser iludido... – Sirius disse dando de ombros – Pelo visto ele também é nascido-trouxa...


– O que é potencialmente perigoso se pensarmos no nome do livro... – Remo comentou cabisbaixo.


– Hermione também é nascida-trouxa... – Lily comentou preocupada.


– Não vai acontecer nada com ela. – Sirius disse confiante.


                Hermione e Harry se entreolharam.


 


Depois disso não houve muito o que conversar. Tinham tornado a colocar os abafadores e precisavam se concentrar nas mandrágoras. A Profª. Sprout fizera a tarefa parecer extremamente fácil, mas não era. As mandrágoras não gostavam de sair da terra, mas tampouco pareciam querer voltar para ela. Contorciam-se, chutavam, sacudiam os pequenos punhos afiados e arreganhavam os dentes; Harry gastou dez minutos inteiros tentando espremer uma planta particularmente gorda dentro de um vaso.


Lá pelo fim da aula, Harry, como todos os outros, estava suado, dolorido e coberto de terra. Eles voltaram ao castelo para se lavar rapidamente, e então os alunos da Grifinória correram para a aula de Transfiguração.


As aulas da Profª. McGonagall eram sempre trabalhosas, mas a de hoje estava particularmente difícil. Tudo que Harry aprendera no ano anterior parecia ter-se esvaído de sua cabeça durante o verão. Devia transformar um besouro em um botão, mas a única coisa que conseguiu foi forçar o besouro a fazer muito exercício, pois o inseto corria por toda a superfície da carteira para fugir de sua varinha.


 


                Sirius e Tiago riram ao ouvir aquilo.


– Tiago roubou um dos besouros da aula e colocou no cabelo de uma garota do quinto ano. – Remo disse rindo.


– A garota deu um pulo enorme quando percebeu e saiu correndo com o besouro no cabelo. – Sirius completou gargalhando.


– Acho que me lembro disso. – Alice disse pensativa – A garota não era monitora?


– Era. – Tiago respondeu – Ganhei uma detenção e ela passou o resto do ano no meu pé.


 


Rony estava enfrentando um problema muito pior. Tinha remendado a varinha com um pouco de fita adesiva que pedira emprestada, mas a varinha parecia danificada para sempre. Não parava de estalar e faiscar nas horas mais estranhas, e cada vez que Rony tentava transformar o besouro ela o envolvia em uma densa fumaça cinzenta que cheirava a ovos podres.


 


– Isso é ruim. – Lily afirmou – Pode acabar machucando alguém com a varinha assim.


                Por um motivo que os outros desconheciam Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville riram, deixando Lily um pouco irritada.


 


Rony estava enfrentando um problema muito pior. Tinha remendado a varinha com um pouco de fita adesiva que pedira emprestada, mas a varinha parecia danificada para sempre. Não parava de estalar e faiscar nas horas mais estranhas, e cada vez que Rony tentava transformar o besouro ela o envolvia em uma densa fumaça cinzenta que cheirava a ovos podres.


Acidentalmente ele esmagou o seu besouro com o cotovelo e teve que pedir um novo. A Profª. McGonagall não ficou nada satisfeita.


Foi um alívio para Harry ouvir a sineta para o almoço. Seu cérebro parecia ter virado uma esponja espremida. Todos saíram da sala exceto ele e Rony, que, furioso, dava golpes de varinha na carteira.


 


– Poderia ter sido pior. – Remo disse dando de ombros – Sua varinha poderia ter enfeitiçado alguém...


 


— Coisa, burra, inútil.


— Escreva para casa pedindo uma nova — sugeriu Harry quando a varinha produziu uma saraivada de tiros feito um rojão.


— Ah, sim, e recebo outro berrador em resposta — disse Rony enfiando na mochila a varinha, que agora sibilava. — "A culpa é sua se sua varinha partiu...” 


Os três amigos desceram para o refeitório, onde o humor de Rony não melhorou ao ver a coleção de botões perfeitos que Hermione mostrava ter feito na aula de Transformações.


— Que vamos ter hoje à tarde? — perguntou Harry, mudando de assunto depressa.


— Defesa contra as Artes das Trevas — respondeu Hermione na mesma hora.


— Por que — perguntou Rony, apanhando o horário dela — você sublinhou com coraçõezinhos as aulas de Lockhart?


 


                Hermione escondeu o rosto com os cabelos enquanto Sirius, Tiago e Remo riam dela descaradamente.


– Não acredito que uma garota esperta como você teve uma quedinha por esse panaca. – Frank disse rindo.


                Hermione apenas continuou lendo.


 


Hermione puxou o horário da mão de Rony, corando loucamente.


Quando terminaram o almoço os três saíram para o pátio nublado.


Hermione se sentou em um degrau de pedra e tornou a enfiar o nariz em Viagem com Vampiro.


Harry e Rony ficaram discutindo Quadribol durante vários minutos até Harry perceber que estava sendo atentamente vigiado. Ao erguer os olhos, viu que o garoto miudinho de cabelos louro-cinza que ele vira experimentando o Chapéu Seletor na véspera o encarava como que paralisado. Estava agarrado a um objeto que parecia uma máquina fotográfica de trouxas e, no momento em que Harry olhou para ele, ficou escarlate.


 


– Você tem outro fã. – Tiago disse com um meio sorriso.


                Harry deu um suspiro ao lembrar-se de Colin.


 


— Tudo bem, Harry? Sou... Colin Creevey — disse o menino sem fôlego, adiantando-se hesitante. — Sou da Grifinória também. Você acha que tem algum problema se... Posso tirar uma foto? — disse, erguendo a máquina, esperançoso.


— Uma foto? — repetiu Harry sem entender.


— Para provar que conheci você — disse Colin Creevey ansioso, aproximando-se mais. — Sei tudo sobre você. Todo mundo me contou. Como foi que você sobreviveu quando Você-Sabe-Quem tentou matá-lo e como foi que ele desapareceu e tudo o mais, e como você ainda conserva a cicatriz em forma de raio na testa — seus olhos esquadrinharam a raiz dos cabelos de Harry —, e um garoto no meu dormitório disse que se eu revelar o filme na poção correta, as fotos vão se mexer


 


– Ele também deve ser nascido-trouxa. – Remo disse pesaroso, esse livro estava mostrando vários nascidos-trouxa e falaria sobre a câmara secreta, isso não lhe parecia bom.


 


— Colin inspirou profundamente, estremecendo de excitação, e disse:


— Isto aqui é fantástico, não acha? Eu não sabia que as coisas estranhas que eu fazia eram magia até receber uma carta de Hogwarts. Meu pai é leiteiro, ele também não conseguia acreditar. Então estou tirando um montão de fotos para levar para ele. E seria bem bom se tivesse a sua — o garoto olhou para Harry como se implorasse.


— Quem sabe o seu amigo podia tirar, e eu podia ficar do seu lado? E depois você podia autografar a foto?


 


 – Espero que Lockhart não tenha ouvido isso. – Sirius bufou – O panaca não pode ouvir as palavras foto autografada sem achar que é com ele.


– E se ele escutar isso vai achar que Harry está deixando a fama subir à cabeça. – Lily disse irritada.


 


— Autografar a foto? Você está distribuindo fotos autografadas, Potter?


A voz de Draco Malfoy, alta e desdenhosa, ecoou pelo pátio. Ele parara logo atrás de Colin, ladeado, como sempre que estava em Hogwarts, pelos capangas grandalhões, Crabbe e Goyle.


— Todo mundo em fila! — gritou Malfoy para os outros alunos. — Harry Potter está distribuindo fotos autografadas!


— Não, não estou não — disse Harry com raiva, cerrando os punhos. — Cale a boca, Malfoy.


— Você está é com inveja — ouviu-se a voz fina de Colin, cujo corpo inteiro era da grossura do pescoço de Crabbe.


— Inveja? — disse Malfoy, que não precisava mais gritar: metade do pátio estava escutando.


— De quê? Não quero uma cicatriz nojenta na minha testa, muito obrigado. Por mim, não acho que ter a cabeça aberta faz ninguém especial.


Crabbe e Goyle davam risadinhas idiotas.


— Vá comer lesmas, Malfoy — disse Rony furioso.


 


– Ahn! – Hermione exclamou de repente parando de ler.


– Eu também não me lembrava disso. – Harry disse pensativo. – Você acha...


– Acho. – Rony respondeu.


– Parem com isso! – Sirius gritou irritado – Não estamos entendendo nada!


– Vão entender logo... – Rony disse sombrio.


 


Crabbe parou de rir e começou a esfregar os nós dos dedos de maneira ameaçadora.


— Cuidado, Weasley — caçoou Malfoy. — Você não vai querer começar nenhuma confusão ou sua mamãe vai aparecer aqui para tirá-lo da escola. — Ele imitou a voz aguda e penetrante: — "Se você sair um dedinho da linha...” 


Um grupo de quintanistas da Sonserina que estava próximo deu gargalhadas ao ouvir isso.


— Weasley gostaria de ganhar uma foto autografada, Potter. — riu-se Malfoy. — Valeria mais do que a casa inteira da família dele...


 


– Esse idiota está se contradizendo. – Remo disse cruzando os braços – Ele havia acabado de falar que Harry não era nada especial, e logo depois diz que uma foto dele autografada vale algum dinheiro...


 


Rony brandiu a varinha emendada, mas Hermione fechou o Viagens com Vampiros com um estalo e cochichou:


— Cuidado!


— Que está acontecendo, que está acontecendo? — Gilderoy Lockhart vinha em passos largos em direção à aglomeração, suas vestes turquesa rodopiando para trás. — Quem é que está distribuindo fotos autografadas?


 


– Falei que seria o único interesse do babacão. – Sirius disse com ojeriza.


 


Harry começou a falar, mas foi interrompido por Lockhart que passou um braço pelos seus ombros e trovejou jovial:


— Não devia ter perguntado! Nos encontramos outra vez, Harry!


Preso contra o corpo de Lockhart e ardendo de humilhação, Harry viu Malfoy sair de fininho, rindo-se, para junto dos outros colegas.


— Vamos então, Sr. Creevey — disse Lockhart, sorrindo para o garoto. — Uma foto dupla, nada melhor, e nós dois podemos autografá-la para o senhor.


 


– Ele está se aproveitando da fama de Harry descaradamente. – Frank disse irritado e encarando Alice completou – Será que você não enxerga que tipo de babaca seu queridinho é?


                Neville que não estava interessado em ver os pais brigando pediu que Hermione continuasse.


 


Colin ajeitou a máquina e tirou a foto na hora em que a sineta tocava às costas do grupo, sinalizando o início das aulas da tarde.


— Está na hora, vamos andando vocês aí — gritou Lockhart para os alunos e voltou ao castelo com Harry, que teve vontade de conhecer um bom feitiço para desaparecer, ainda preso ao professor.


— Uma palavra para o bom entendedor, Harry — disse Lockhart paternalmente quando entravam no castelo por uma porta lateral. — Dei cobertura a você lá com o jovem Creevey, se ele estivesse me fotografando, também, os seus colegas não iriam pensar que você está se dando ares...


 


– Claro que não! – Lily disse desgostosa – Qualquer um com um cérebro perceberia que você quem estava “se dando ares”.


                Alice corou e escondeu o rosto com os cabelos.


 


Surdo aos murmúrios hesitantes de Harry, Lockhart arrebatou-o por um corredor ladeado por estudantes de olhos arregalados e subiu uma escada.


— Devo dizer que distribuir fotos autografadas nessa altura de sua carreira não é sensato, parece meio presunçoso, Harry, para ser franco. Haverá um dia em que, como eu, você vai precisar ter uma pilha de fotos à mão onde quer que vá, mas — ele deu uma risadinha — acho que você ainda não chegou lá.


 


– Primeiro – Tiago disse irritado – Harry não está almejando carreira alguma. Segundo, apenas idiotas querem fotos autografadas de Lockhart, sem ofensa à sua mãe – acrescentou para Rony e Gina.


– Não ofendeu. – Gina respondeu categórica.


– E terceiro e último, se Harry quisesse já teria “chegado lá” há muito tempo, quem não chegou lá foi o panacão. – Tiago concluiu com os punhos cerrados.


 


Ao chegarem à sala de aula de Lockhart ele finalmente soltou Harry. O garoto endireitou as vestes e se dirigiu a uma carteira bem no fundo da sala, onde se ocupou em empilhar os sete livros de Lockhart diante dele, de modo que pudesse evitar olhar para o autor em carne e osso.


O resto da classe entrou fazendo barulho, e Rony e Hermione se sentaram um de cada lado de Harry.


— Você podia ter fritado um ovo na cara — comentou Rony. — É melhor rezar para Creevey não conhecer a Gina, ou os dois vão começar um fã-clube do Harry Potter.


 


                Gina baixou os olhos, constrangida, perante o olhar de Tiago, Sirius e Remo.


 


— Cale a boca — disse Harry ríspido. — A última coisa que precisava era que Lockhart ouvisse a frase "fã-clube do Harry Potter".


Quando a classe inteira se sentou, Lockhart pigarreou alto e fez-se silêncio. Ele esticou o braço, apanhou o exemplar de Viagens com Trasgos de Neville Longbottom e ergueu-o para mostrar a própria foto na capa, piscando o olho.


— Eu — disse apontando a foto e piscando também. — Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela.


 


– Quem foi o imbecil que deu a ele uma Ordem de Merlin? – Sirius questionou bufando.


– Quem permitiu que ele se tornasse membro da Liga de Defesa? – Remo cruzou os braços.


– Acho que para mim o pior é: – Tiago disse com um sorriso maldoso – Quem aqui acredita que ele tenha se livrado do espírito agourento de Bandon.


 


Ficou esperando que sorrissem; alguns poucos deram um sorrisinho amarelo.


— Vejo que todos compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começarmos hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês leram os livros com atenção, e o quanto assimilaram...


 


– Claro que compraram esse lixo. – Frank bufou – Foi listado como material obrigatório.


                Alice abriu a boca para falar algo, provavelmente para defender Lockhart, mas pensou melhor e se manteve em silêncio.


 


Depois de distribuir os testes ele voltou à frente da classe e falou:


— Vocês têm trinta minutos... Começar, agora!


Harry olhou para o teste e leu:


1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?


2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?


3. Qual é na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?


 


– Que teste imbecil! – Severo disse crispando os lábios.


– Feito por um idiota completamente narcisista. – Lily disse concordando.


 


E as perguntas continuavam, ocupando três páginas, até a última:


54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?


 


– Eu daria a ele um bom e velho feitiço da língua presa. – Tiago disse batendo o pé no chão de maneira ritmada – Não vejo a hora de se livrarem desse imbecil.


 


Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.


— Tsk, tsk, quase ninguém se lembrou que a minha cor favorita é lilás. Digo isto no Um ano com o ieti. E alguns de vocês precisam ler Passeios com Lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente de aniversário ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden!


E deu outra piscadela travessa para os alunos. Rony fitava Lockhart com uma expressão de incredulidade no rosto; Simas Finnigan e Dino Thomas, que estavam sentados à frente, sacudiam-se de riso silencioso. Hermione, por outro lado, escutava Lockhart embevecida e atenta e se assustou quando o ouviu mencionar seu nome.


— Mas a Srta. Hermione Granger sabia que a minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar a minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade — ele virou o teste — ela acertou tudo! Onde está a Srta. Hermione Granger?


 


– Nesse momento ela está se escondendo de tanta vergonha por ter se dado ao trabalho de acreditar nas mentiras de Lockhart. – Remo disse olhando para a menina chateado, havia gostado dela, e agora o livro fazia ela parecer uma menininha boba.


                Hermione, completamente vermelha, levantou o livro um pouco mais para esconder o próprio rosto e continuou a leitura.


 


Hermione levantou a mão trêmula.


— Excelente! — disse o sorridente Lockhart. — Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória! E agora, ao trabalho...


Virou-se para a mesa e depositou nela uma grande gaiola coberta.


— Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.


Sem querer, Harry se curvou para um lado da pilha de livros que erguera para dar uma olhada melhor na gaiola. Lockhart colocou a mão na cobertura.


Dino e Simas pararam de rir agora. Neville se afundou em sua carteira na primeira fila.


— Peço que não gritem — recomendou Lockhart em voz baixa. — Pode provocá-los.


E a classe inteira prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.


— Sim, senhores — disse teatralmente. — Diabretes da Cornualia recém capturados.


 


– Imbecil. – Remo bufou – Diabretes não colocam medo em ninguém, são muito mais brincalhões do que perigosos.


– Mesmo assim, – Sirius disse dirigindo um sorriso maldoso à Alice – aposto que ele não tem capacidade de enfrentar diabretes. – completou estendendo a mão para a garota.


                Em um primeiro momento Alice ficou em dúvida se aceitaria ou não a aposta, mas sabia que teria que provar que não era uma idiota e por isso apertou a mão do maroto.


– Eu não teria feito isso se fosse você. – Tiago disse categórico.


– O que quer apostar? – Alice perguntou a Sirius seca.


– Que tal a dança da galinha? – Lily perguntou divertida, adorando a ideia de ter alguém para dividir com ela aquele momento.


– Lily, querida, não repito meus feitos, – Sirius disse com um meio sorriso sedutor – Que tal a senhorita Alice, se perder, fazer uma declaração de amor para o Seboso?


– Prefiro a dança da galinha! – Alice bufou cruzando os braços. – Você não pode fazer isso comigo. – Completou – É muita maldade... – Severo revirou os olhos, pensava o mesmo, não queria ser metido nas apostas ridículas deles.


– Ok. – Sirius respondeu, – Aproveite que estou bonzinho hoje. – completou levantando as sobrancelhas. – Que tal cantar e dançar uma musica bem humilhante? “Um caldeirão cheio de amor quente e forte” da Celestina Warbeck! – Alice soltou um gemido, mas aceitou.


– E você vai ter que cantar e dançar “Seu feitiço arrancou meu coração” também da Celestina. – Alice disse maldosa.


– Não vou perder Alice. – Sirius disse categórico. – Vai ter que rebolar enquanto canta o refrão.


 


Simas Finnigan não conseguiu se controlar. Deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.


— Que foi? — Ele sorriu para Simas.


— Bem, eles não são... Não são muito... Perigosos, são? — engasgou-se Simas.


— Não tenha tanta certeza assim! — disse Lockhart, sacudindo um dedo, aborrecido, para Simas. — Esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!


Os diabretes eram azul-elétrico e tinham uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes tão agudas que pareciam um bando de periquitos fazendo algazarra. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida e excitada, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.


— Certo, então — disse Lockhart em voz alta. — Vamos ver o que vocês acham deles! — E abriu a gaiola.


 


– Idiota. – Lily e Tiago murmuraram juntos, e trocaram um olhar.


 


Foi um pandemônio. Os diabretes disparavam em todas as direções como foguetes.
Dois deles agarraram Neville pelas orelhas e o ergueram no ar,


 


– Por que sempre você? – Alice perguntou a Neville aflita. Neville apenas deu de ombros.


 


vários outros voaram direto pelas janelas fazendo cair uma chuva de estilhaços de vidro no canteiro. Os demais se puseram a destruir a sala de aula com mais eficiência do que um rinoceronte desembestado. Agarraram tinteiros e salpicaram a sala de tinta, picaram livros e papéis, arrancaram quadros das paredes, viraram a cesta de lixo, pegaram as mochilas e livros e os atiraram contra as vidraças quebradas; em poucos minutos, metade da classe estava abrigada embaixo das carteiras e, Neville, pendurado no teto pelo lustre de ferro.


 


– E é claro que o incompetente do Lockhart não podia tirar um aluno do lustre. – Frank bufou para Alice, irritado.


 


— Vamos, vamos, reúnam eles, reúnam eles, são apenas diabretes — gritou Lockhart.


Ele enrolou as mangas, brandiu a varinha e berrou:


— Peskipiksi pesternomi!


As palavras não produziam efeito algum; um dos diabretes se apoderou da varinha e atirou-a também pela janela.


 


– Acho que está na hora de alguém admitir que Lockhart é um incompetente e pagar uma certa aposta. – Sirius disse com um sorriso largo.


– Ok, você venceu. – Alice disse levantando-se do sofá – Mas não vou admitir que ele é incompetente, todo mundo já teve um dia ruim...


– Alice, – Lily revirou os olhos – admita antes que ele faça algo pior...


                Alice ignorou Lily e começou a cantar.


– Ah, vem mexer o meu caldeirão! – Alice começou, porém foi interrompida por Sirius.


– Tem que fazer a coreografia Alice. – A menina começou a dançar ao ritmo da música quando foi novamente interrompida por Sirius – Em cima da mesa. – ele disse com um sorriso maroto.


– Ah, vem mexer meu caldeirão, e se mexer como deve ser, faço “procê” um amor quente e forte, para a sua noite aquecer. Ah vem mexer meu caldeirão... – Alice cantou e rebolou sobre a mesa enquanto todos os outros, com exceção de Severo, batiam palmas no ritmo da música.


– Já chega. – Frank disse rindo algum tempo depois, pegou Alice de cima da mesa e lhe deu um beijo na testa antes de coloca-la no chão. – Você canta muito bem.


– Melhor que a Celestina pelo menos. – Remo disse às gargalhadas.


– Se tivesse admitido que Lockhart é um incompetente não teria que cantar duas vezes... – Sirius disse piscando para a garota.


– Já chega, não é? – Alice disse fazendo sinal para que Hermione, ainda risonha continuasse lendo.


 


Lockhart engoliu em seco e mergulhou embaixo da mesa, escapando por pouco de ser esmagado por Neville, que despencou um segundo depois quando o lustre cedeu.


 


– Não me machuquei muito. – Neville disse quando Alice segurou sua mão com força.


 


A sineta tocou, e todos desembestaram para a saída. Na calma relativa que se seguiu, Lockhart levantou-se, viu Harry, Rony e Hermione, que estavam quase na porta, e disse:


— Bem, vou pedir a vocês que enfiem rapidamente os restantes de volta na gaiola. — E, passando pelos três, fechou a porta depressa.


 


– Além de não fazer o trabalho dele, ele ainda coloca os alunos para fazerem sozinhos. – Tiago bufou.


– É para o bem deles. – Alice disse dando de ombros – Eles vão aprender a domar diabretes.


 


— Dá para acreditar? — rugiu Rony quando um dos diabretes restantes lhe deu uma dolorosa mordida na orelha.


— Ele só quer nos dar uma experiência direta — disse Hermione, imobilizando dois diabretes ao mesmo tempo com um inventivo Feitiço Congelante e enfiando-os de volta na gaiola.


 


– É sério. – Remo disse encarando Hermione – Você é muito esperta para algumas coisas, enquanto que para outras parece mesmo uma menina de doze anos... Pelo menos não está defendendo Lockhart agora... – Remo concluiu olhando para Alice de canto de olho.


 


— Direta? — disse Harry, que estava tentando agarrar um diabrete que dançava fora do seu alcance dando-lhe língua. — Mione, ele não tinha a menor ideia do que estava fazendo...


— Bobagem. Você leu os livros dele, vê só todas as coisas incríveis que ele fez...


— Que ele diz que fez — murmurou Rony.


 


– Aposto que Rony está certo. – Sirius disse estendendo a mão para Alice novamente – Aposto que tudo que está escrito nos livros dele é mentira!


                Alice ia estender a mão para apertar a de Sirius, mas foi impedida por Frank.


– Não quero ver minha namorada rebolando em cima de uma mesa de novo. – Frank disse retirando a mão de Sirius do caminho.


– Vamos comer antes de continuar? – Gina perguntou levantando-se, sabia que nos próximos capítulos as coisas piorariam para ela.


– Claro. – Lily concordou – Já estou com fome mesmo.


                Harry sabia que Gina devia estar se sentindo mal, sabia desde o inicio que aquele livro seria difícil para ela. Ele sentou-se ao lado dela para o almoço e segurou sua mão discretamente por algum tempo. Tiago e Remo não deixaram de perceber. Tiago que tinha a própria mão envolta na mão de Lily cutucou-a e apontou para Harry e Gina sob a mesa. Lily deu um grande sorriso para Gina. Não havia prestado muita atenção na menina até o momento.


                Algum tempo depois todos voltaram a seus lugares, Severo pegou o livro e abriu no sétimo capítulo:


– Capítulo VII – Sangue-ruim e vozes invisíveis. 

 
                                                                   ~~ x ~~  



Olá leitores queridos!  Fiquei muito feliz de ver alguns de vocês comentando o Natal da Família Weasley. Essa oneshot é muito especial para mim. Acabei de ler “O Chamado do Cuckoo” e adorei! A JK mostrou perfeitamente que não é “escritora de um tema só”,  o final conseguiu me surpreender, e é aquele tipo de livro que te prende do inicio ao fim, não conseguia parar de ler. Recomendo muito. E vocês? Me recomendam algum livro? Estão lendo alguma coisa muito boa? Compartilhem comigo!!


Maria Eduarda Rieg Weasley: Adorei seu comentário no Natal da Família Weasley, fiquei feliz de saber que te emocionei.


Guilherme L.: Muito obrigada pelo seu comentário no Natal Weasley, me deixou realmente feliz, tem oneshots que realmente merecem continuações, mas essa é só uma noite de natal, um “especial”, faz parte de uma fic muito maior que não tenho segurança de postar ainda. A fic se chama 19 years, e conta o que aconteceu entre o último capítulo e o epílogo de RdM... Tenho outras oneshot no meu perfil, mas são de outro estilo...


HarryJ.Potter: Fico feliz que tenha gostado do Natal Weasley! E fico feliz de ser a pessoa que abriu as portas desse estilo para você. Tenho outras oneshot no meu perfil, uma é Rose/Scorpius e outra é sobre Lilá.


Luiza Snape: Aos poucos o Severo vai ver o quanto ele estava errado, e talvez ele descubra que pode ser uma pessoa melhor. Lily provavelmente vai ajuda-lo com isso. Não se preocupe, apesar de não ser fã dele, vou cuidar para que ele seja uma pessoa boa no final. (Mas ele sempre vai ser amargo)


Mary Lilian Potter: Como disse ali em cima, amei muito “O Chamado do Cuckoo”, é um livro que te prende até o final, recomendo muito! Vou esperar seu comentário lá no Natal Weasley então!


Clenery Aingremont: É exatamente isso que quero dizer, depois que eles lerem RdM (ainda não sei se eles vão ler o epílogo ou não, afinal Harry, Ron, Mione, Gina e Neville não sabem o que acontece depois) as pessoas do futuro vão voltar para o futuro e não sei se vou escrever uma fic inteira sobre como os marotos mudaram tudo, ou um capítulo sobre como o mundo estava quando Harry e Cia voltaram ao tempo deles. Ou seja, ainda tenho muitas dúvidas, e com certeza vou pedir a opinião de vocês sobre o assunto... O que você acha?


Clara Black Potter: Na verdade, eu e a maioria dos leitores dessa fic não fazemos parte dos fãs do Snape, tenho um ou dois leitores que gostam dele, mas na maioria concordamos com você que ele precisa de um bom shampoo... Fico feliz que esteja gostando da fic!


IzabelR: Seja muito bem-vinda! Espero te ver comentando sempre! Adoro receber o feedback dos meus leitores! PdA também é um dos meus livros favoritos, estou escrevendo o quarto capítulo dele nesse momento! Eu também amo muito os Marotos, principalmente Tiago e Sirius, para mim eles são sinônimo de amizade verdadeira.


Li Everllark: Muito obrigada! Quero te ver comentando sempre!


LULU789: Graças ao apoio de cada um de vocês eu não desisti da fic! De agora em diante não devo demorar a postar!


Arthur lacerda: Eu senti falta de cada um de vocês também! Fico feliz que tenha gostado do capítulo.


Day Caracas: E eu dei pulinhos ao ver os comentários! Fico muito feliz que tenha gostado!


Viih Lovegood: Bem que você adivinhou que eu ia postar hoje! Não precisa se desculpar pela demora, se tem alguém que demorou aqui fui eu, foi mais de um mês para postar o capítulo anterior... Contanto que não deixe de comentar, eu fico feliz. O Harry tem muito do Tiago mesmo, eu gosto muito de escrever sobre as semelhanças deles... Algumas semelhanças não deixam a Lily nem um pouco feliz mesmo, hehe. Também não sou muito fã do Snape não, nunca gostei dele na verdade, mas ele aos poucos vai aprender com os erros dele e provavelmente vai mudar muito antes do fim.


ste_panza: Eu volteiii!!!! Também estava com saudades de todos vocês! Se perceber mais coisas que não tinha percebido antes me fala! Que bom que gostou do capítulo, espero que tenha gostado desse.


É isso então melhores leitores do FeB, vou postar de novo no sábado, para compensar todo o tempo que passei sem postar essa semana e a próxima devo postar 3 vezes, então vou postar de novo esse sábado. Mas o problema é que o tempo que passei sem postar também passei sem escrever, e agora estou um bocado atrasada no meu cronograma, realmente não quero ficar muito sem postar, por isso não posso manter as 3 vezes. Muito obrigada a todos que não me abandonaram. Espero ver todos comentando!
Até o próximo!

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Comentários (13)

  • Alessandra W Baumgartner

    Sempre me perguntei como uma menina como Hermione podia ser tão infantil na presença de Lockhart. Esses foram os únicos momentos em que eu não a admirei, mas de certa forma compreendo. Uma vez tive um professor muito bonito e todas as meninas queriam abraça-lo e ficavam soltando risinhos quando ele entrava, mas eu me mantinha indignada com isso. Quero dizer, parece rídiculo. E agora a Alice vem com essa também, meu Merlin. Ah é, tinha esquecido o quanto o bobo do Lockhart poderia ser irritante. "Harry, Harry, Harry...". Ugh!

    2015-03-09
  • Viih Lovegood

    Primeiramente, feliz aniversário meeeeega atrasado. Merlin, eu tinha esquecido! Que vergonha, desculpa :xO Lockhart é tão patético. Acho que só a Umbridge  consegue ser pior que ele, sinceramente. Eu estou começando a achar que a Alice teve algum rolo com o Lockhart antes de namorar o Frank. Impossível ela proteger ele tanto assim!A Mione deve estar pensando "Nossa, como eu era idiota". Talvez os nacidos-trouxas se encantem facilmente com histórias sobre feitos grandes. Graças a Deus a Lily é esperta e não se deixa enganar facilmente.Estou com dó da Gina, vai ser dificíl pra caramba pra ela ler esse livro e relembrar tudo o que aconteceu. Espero que ninguém a julgue, já que a coitada foi controlada por Voldemort.Eu tô morrendo de ansiedade pra ver o "O Clube de Duelos". É meu capítulo preferido, sei lá porque. Ah, e eu concordo com a Clenery: Faça o Epílogo, quero saber qual vai ser a reação do povo do futuro ao ler sobre o próprio futuro.Beijos! 

    2014-01-13
  • IzabelR

    Só pude comentar hj x.x Sorry Enfim, nossa, você não tem noção do quanto eu tenho raiva desse capitulo kkkkkkk Pq o Gilderoy é realmente um pé no saco. Eu to adorando o modo como o James (n consigo chamar ele de Tiago) parece sempre ta um passo a frente no livro, eu sempre imaginei ele assim com um tipo diferente de inteligencia sabe, mais esperto do que realmente inteligente como a Mione. ENFIM. Parei com minhas teses loucas. Só sei que estou amando, e quero mais do Severo <3 Quero saber como ele vai se desenvolver nessa confusão toda.

    2014-01-12
  • Clara Black Potter

    Só eu que nunca gostei do Lockhart? Tipo, nunca mesmo?! Que cara mais insuportavel. Ele é tão canastrão que me adimira alguem ter acreditado nessa papagaida toda que ele inventou. Eu só quero ver a reação da Alice quando perceber a bosta de bruxo que o queridinho dele é. Honestamente, acreetido que até o Filch consiga feitos maiores que os dele, mesmo sendo um aborto.Eu estou amando ler as suas fanfics, porque além de ler uma historia realmente boa, eu também estou relendo os livros. Eu estou muito ansiosa pra chegar no livro 3. Quero muito ver a reação deles com a prisão do Sirius, com todos dizendo que ele quer matar o Harry porque ele é um comensal e quer se vingar, o segredo do Remu sendo revelado, eles descobrindo a verdade sobre o Pettigrew. Acho que vai ser o livro mais revelador para eles. Eu sou meio suspeita pra falar, porque esse é um dos meus livros favoritos (só porque o meu Sirius delicia aparece pela prieira vez)Mas enfim... amei o capitulo, como sempre. Estou ansiosa pelos proximos. Beijos 

    2014-01-12
  • HarryJ.Potter

    Esse capitulo foi um dos que eu mais gostei ate agora!!!!, foi otimo!! Depois com certeza irei ler as outras fics que vc escreveu

    2014-01-11
  • Guilherme L.

    Por nada! Agora, por qual motivo você não se sente segura de postar a fic? O índice de aprovação das suas histórias é 100%,haha. Quem sabe quando você terminar essa, você não mude de ideia? A propósito, eu queria te perguntar um negócio. Você acha que quando um autor tem duas ou mais histórias pra escrever o nível das fics cai? Muitas vezes vejo autores escrevendo 3, 4 histórias ao mesmo tempo e isso faz com que o tempo de atualização seja muito maior, além do que geralmente o nível das fics cai um pouco. é preferível continuar a fic que você está escrevendo e depois partir pra outro projeto,não?

    2014-01-10
  • Gi Molly Weasley

    Oiii, Juuh! Tudo bem? Bom, respondendo a sua pergunta, eu faço Fisioterapia na faculdade haha To amando amando amando a fic. Eu tbm recentemente li O chamado do cuco e foi um dos melhores que eu ja li. Te recomendo "Charlotte Street", é bem legal! Também recomendo "A culpa é das estrelas". esse livro é um amorzinho <3

    2014-01-10
  • Maria Eduarda Rieg Weasley

    A Alice ainda vai ser zuada coitada To com pena da gina Sirius n vai dexar passar pricipalmente o poema Sobre os livros recomendo cronicas do gelo e do fogo:do GeorgeR.R. Martin E percy jackson e os olimpianos e Herois do olimpo

    2014-01-10
  • Day Caracas

    Ameiii. Cara, o Lockhart é um chato,o homenzinho insurpotavel. :/ Agora estou lendo Morte Subita, eu sei to mega atrasada pra le, mas so agora que deu pra comprar , e recentemente eu li o Extraordinario, é muito bomm,também tem a serie A Seleção que eu adoreiii, não vejo a hora da continuação sair, to apaixonada pelo Maxon ^-^ Ate o proximo 

    2014-01-10
  • Luiza Snape

    Aguardo a continuação e cara como eu tinha esquecido que o Lockhart é um mané!  

    2014-01-10
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