A carta.



Clair acordou cedo com a coruja de Malfoy pinicando seu braço, percebera que recebera a sua resposta.


Querida Clair.


Querida Clair. Agora que você está em Hogwarts, não tenho que esconder as coisas de você e infelizmente você está no quarto ano. Junto com o filho do bastardo do Draco Malfoy. Ele me aporrinhou a vida inteira e ele gostava de sua mãe, mas sua mãe não o amava e ela me namorou e você nasceu, e ele jurou que iria assim que você nascer iria fazer algo terrível com você. Ou qualquer coisa assim. Se afaste do Escórpio ele só está te usando. Por favor. Se afaste.


James Mcdonnell.


Hazel Boots Avenue.


Clair não acreditava no que tinha lido. Lágrimas saiam de seus olhos, e ela, ela realmente gostava de Malfoy. Do jeito dela... Mas gostava. E ele fez isso com ela? Como pode? Iludir só para satisfazer aos caprichos de seu pai. Clair sempre soube que Draco nunca prestava, mas não que pudesse matar ou fazer algo do tipo a uma pessoa.  Abriu sua mala e guardou a carta. A coruja de Malfoy foi seguindo – a por aonde ela ia, Clair estava à procura de Malfoy, iria tirar tudo a limpo. E era hoje. No caminho encontrou Rebecca que tentou conversa, mas Clair lhe deu um empurro e foi à procura de Malfoy, sacou a sua varinha, estava tomada por apenas ódio, e não sabia muito que fazer, só sabia que iria procurá-lo. E finalmente o achou, estava treinando mais uma vez Quadribol com os outros alunos da Sonserina. Quando Malfoy viu Clair, lá do alto, o deu um pequeno sorriso, e Clair apenas olhou com ironia, e pediu em um gesto que ele descesse da vassoura e fosse até ela. E assim ele fez, Clair pegou sua varinha, e o empurrou contra a árvore.


- Então quer dizer, que eu sou apenas o brinquedo que você tá tentando usar porque seu pai não conseguiu o amor de minha mãe?  Eu sou apenas isso?


- Mcdonnell, você está louca? Eu não sei do que você está falando!


Clair fincou sua varinha no pescoço de Malfoy com raiva e disse.


-Não sabe? Agora você não sabe? Achei que os sonserinos fossem os melhores amigos, os mais fiéis, mas você é a prova de que não somos apenas cobras, falsos e gananciosos.


-Clair. Eu não sei do que você está falando! Por favor. Eu, eu gosto de você. Seja lá o que você pensa de mim ou da minha família. Por favor.


-Seu pai é um lixo! Seu avô é um lixo. Vocês são ricos, mas insignificantes, não tem valor. Não tem amor no coração, apenas pensam em si próprios, como se isso fosse alguma coisa. Eu te odeio!


-Meu pai? Eu tenho orgulho de telo com pai. Pelo menos ele não fugiu a luta. Diferente do seu. Em plena Hogwarts em guerra, o que ele faz? Foge, francamente.


-Meu pai fugiu para me proteger! Ele me ama. Diferente do seu avô, que só fez usar e manipular o seu pai, como se ele fosse apenas um fantoche. Sinceramente. Eu tenho nojo de vocês.


-Pois tenha. Eu não me importo! Só que eu não sei do que você está falando. Por favor. Acredite em mim.


-Porque você quer que eu acredite em você? Para você me fazer de trouxa? Não! Obrigada mais eu não quero.


Clair saiu furiosa, mas Malfoy a segurou pela mão. Ela empurrou e saiu correndo. Assim que encontrou Rebecca a abraçou e começou a chorar. Realmente, ele não tinha mudado, ele não era diferente. Ele é o mesmo Malfoy. O mesmo que seu pai foi, o mesmo que seu avô foi. O mesmo que todos os outros.


- Eu te avisei. Você apenas não me ouviu. Ele não presta.


-Não! Eu só queria entender porque ele fez isso. Eu achava que ele era meu amigo. Que ele gostava de mim. Mas, ele fez direitinho como o pai dele deve ter mandado.


-Espere. Pai dele? Como você sabe disto?


Clair em um instante parou de chorar, olhou para Rebecca e disse.


-Conta tudo.


-Agora que você já sabe... Então.


-Quando sua mãe estudava aqui, ela foi para a mesma casa que Draco Malfoy. Ele gostava dela, fazia de tudo por ela. Mas ela amava o seu pai desde o inicio, ela achou que gostava de Draco, mas na verdade, ela nunca sentiu algo verdadeiro por ele, era apenas passageiro. Ele então passou a odiá-la e a odiar todos os seus amigos. A Rowling, o James. E como todo mundo sabe. Harry, Rony e Hermione.


-Mas o Harry, o Rony e a Hermione não tem muito haver com a história?


-Não. Pouco se sabe por que o Draco os odiava. Ele prometeu que iria infernizar a vida de James pra sempre. Sua mãe teve medo que ele tentasse algo contra você e lhe protegeu com o colar de Salazar. Ela o enfeitiçou e colocou uma pequena parte, mínima, de sua alma nele. Não exatamente a sua alma, mas o seu amor. Toda vez que o colar grita, ele tenta te proteger. Eu acho que é a sua mãe te protegendo, realmente. Ela não quer que você saiba da verdade. Mas você já sabe. Então. Agora, eu te contei tudo.


-Como você sabe dessas coisas?


-Alvo e a professora Catherine me contaram. Porque eles souberam que você era minha amiga. E você não tem nenhum amigo chegado a não ser o Malfoy... Mas é impossível falar algo para ele. Eu jurei não contar pra ninguém. Mas você já sabe de tudo. Na verdade... Quem te contou isso?


-Meu pai. E ele não me contou tudo. Ele só me disse que o Draco gostava da minha mãe e pediu que eu me afastasse de Draco.


-Ó céus! Eu acabei contando. Quebrei meu juramento. –Rebecca pôs sua mão na cabeça e Clair percebeu que ela estava nervosa.


-Calma. Quebrar promessas e juramentos é normal. E ei. Eu não sou o Malfoy. Eu sou... Eu. Clair Mcdonnell. Você está lembrada? Mas, então... Você conhece a minha mãe?


-Acho que já está na hora. Tenho aula. Até mais tarde. Mas antes. Vamos a Hogsmeade no sábado?


-Sim.


Clair deu um sorriso e apenas saiu e foi assistir a sua aula. Infelizmente, teria que ficar no mesmo espaço que Draco, dividindo o mesmo ar.

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