Se o tempo parasse e nada mais

Se o tempo parasse e nada mais



No dia seguinte, Milena não conseguia deixar de ficar preocupada, e até mesmo desesperada. O sonho da noite anterior e o olhar tristonho de Cedrico não saíam de seus pensamentos, e quanto mais as horas passavam, mais ela ficava com medo.
    Como era um domingo, ela e Cedrico ficaram juntos o dia inteiro. Ela não abriria mão de ficar junto dele o máximo que pudesse. Ficaram a maior parte do tempo abraçados, sentados à beira do Lago Negro. Não precisavam trocar muitas palavras. Um já sabia o que o outro estava sentindo, e só a presença um do outro já bastava.
    Milena não queria que tudo aquilo que ela e Cedrico estavam pressentindo se tornasse realidade. Ela só queria que, ao final da terceira tarefa, ele viesse feliz ao seu encontro, talvez não como o campeão, mas pelo menos ele estaria ali, e eles teriam todo o tempo do mundo para ficarem juntos.
Cedrico estava ali, a abraçando. Milena não conseguiu deixar de pensar... Será que ela voltaria a sentir os braços dele em torno dos seus? Será que ela conseguiria viver sem Cedrico? Ela não conseguiu se conter. As lágrimas começaram a cair em seu rosto. Se Cedrico a deixasse, ela não viveria. Naquele momento, Milena só tinha apenas um desejo: que o tempo parasse, e que não existisse nem Torneio Tribuxo, nem Taça, nem nada. Apenas ela e Cedrico.
Pouco antes do início da Terceira Tarefa, a escola inteira estava numa atmosfera de ansiedade e nervosismo. Os alunos iam contentes em direção às arquibancadas. A tristeza de Milena contrastava com a alegria de todos. Ela se dirigiu às arquibancadas, vagarosamente, como se quisesse adiar o que estava para assistir. Sentou-se ao lado de Amos Diggory, o pai de Cedrico. Sabia que, acontecesse o que acontecesse, ela e Amos seriam os que mais sofreriam, e que ambos precisariam do apoio e da força um do outro.
Milena viu Cedrico na entrada do labirinto. Ele olhava para as arquibancadas, como se fosse a última vez que ele veria aquele campo. Aquele campo de quadribol, onde ele colecionou tantas vitórias para a Lufa-Lufa, e que agora poderia ser o palco do episódio mais triste de sua vida.
Quando ele finalmente entrou no labirinto, Milena sentiu uma dor aguda no peito. Ela queria sair daquela arquibancada, queria entrar naquele lugar junto com ele! Queria enfrentar, queria fazer de tudo para tirá-lo dali. Ela apelaria para qualquer coisa, até para as Maldições Imperdoáveis! Mas ela não podia fazer nada. Só podia ficar ali, impotente, esperando o pior acontecer.
Cada minuto parecia uma eternidade. As horas se arrastavam, e nenhum sinal de Cedrico ou de qualquer outro campeão ter chegado ao centro do labirinto. Vítor e Fleur já estavam fora da disputa. A Taça estava entre Harry e Cedrico. Estava cada vez mais perto, e Milena estava no auge do desespero.
Algum tempo depois, a cena de seu sonho tornou-se realidade. Harry estava segurando a Taça Tribruxo, ofegante, com o corpo inerte de Cedrico nos braços. Antes que qualquer pessoa se manifestasse, Milena pulou da arquibancada. Foi correndo ao encontro de Harry, e, com a voz falhada por causa do desespero, perguntou:
- Harry... O que... O que aconteceu com ele?
Harry a olhou. Seu olhar estava triste, quase súplice, como se não quisesse que os últimos minutos tivessem acontecido.
- A Taça era uma Chave de Portal. Eu e Cedrico a pegamos no mesmo tempo, e fomos levados para um cemitério. Voldemort estava lá... Ele... ele... ressurgiu, e... Cedrico está... está... morto. Voldemort o matou. Eu sinto muito. Eu não pude fazer nada, por mais que eu quisesse.
Milena sentiu como se tivessem furado seu coração com uma lança. A dor que ela estava sentindo era inexplicável. Suas pernas cederam, e ela ficou ajoelhada diante do corpo de Cedrico. Abraçou o seu corpo já frio, e chorou desconsoladamente em seu peito.

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