Intuição feminina
M |
ilena foi até Aberdeen com os tios. Eles estavam viajando a negócios, e seus pais estavam ocupadíssimos, como sempre, e não poderiam cuidar dela. Milena passava o dia inteiro assistindo televisão. Não gostava daquele tédio, mas não conhecia nada nem ninguém em Aberdeen, então não tinha muito o que fazer. E, nessa viagem, ela acabou sentindo muito a falta de Cedrico. Na verdade, ela já estava sentindo a falta dele, mas essa saudade se intensificou, e ela não conseguia parar de pensar nele.
Depois de longas duas semanas em Aberdeen, finalmente chegou o dia do embarque em Hogwarts. Milena voltou para Little Whinging um dia antes do embarque para poder arrumar suas coisas. No dia do embarque, acordou bem cedo para ver se estava tudo em ordem. Ela estava muito ansiosa para voltar a Hogwarts, mesmo sabendo que o ano seria muito puxado, com o N.O.M. batendo à sua porta. Depois de arrumar todas as suas coisas, Milena se despediu dos tios e, rapidamente, foi até a estação de King’s Cross. Ela estava com tanta pressa que, quando foi atravessar a barreira que separa as plataformas 9 e 10, quase atropelou uma velhinha. Depois do susto, ela entrou no trem e foi logo procurar uma cabine vazia. Encontrou uma no último vagão, quando ouviu uma voz familiar:
- Ei, Mi, aqui! Nós estamos aqui! Venha logo!
Era Hermione. Milena deu um sorriso e foi até o vagão onde Hermione, Rony e Harry estavam.
- Ah, chegou quem faltava! Como vai?
- Vou bem. Ansiosa pro ano letivo começar logo! Parece que vem coisa boa por aí.
- A nossa adivinha teve mais um presságio impressionante? Já sei, o Prof. Snape foi demitido!
- Isso iria ser bom, mas, infelizmente, não é nada disso. Sei lá, acho que é uma intuição feminina.
- Tá, intuição feminina... Sei...
- Como foi a viagem para Aberdeen?
- Foi um tédio. Meus tios viajaram a trabalho, e eu fiquei a viagem inteira sozinha num lugar que eu não conhecia assistindo televisão.
De repente, um garoto alto e bonito apareceu na cabine.
- Olá, desculpe interromper a conversa de vocês, mas... Será que eu poderia falar com você, Mi? Em particular?
- T-tudo bem, Cedrico. Vamos lá. – Milena disse, sem graça.
Milena saiu da cabine com Cedrico. Foram até o fundo do trem, onde tinham apenas vassouras e esfregões que estavam ali para a limpeza do trem.
- O que você quer falar comigo?
- Bom, eu tentei falar com você nas férias, mas seus pais me disseram que você estava na casa dos seus tios...
- É verdade, desculpe por não ter avisado. Ultimamente a gente tem falado tão pouco, que eu acabei esquecendo.
- Eu é que te devo desculpas, Mi. Por isso queria falar com você.
- Você não me deve desculpas. A gente só acabou se afastando. Você tem uma namorada, é compreensível que você queira passar mais tempo com ela.
- Uma coisa é querer passar mais tempo, e outra bem diferente é abandonar aquelas pessoas que você gosta. Sinto que, com tudo isso, acabei deixando a nossa amizade de lado. Você não sabe como é ruim pra mim não te ter ao meu lado! E agora eu quero que tudo volte como era antes. Desculpa se eu te magoei, e eu entendo se você não quiser mais me ver na sua frente.
- Não tem como eu ter ficado brava com você por isso! Não importa o que aconteça, eu sempre estarei do seu lado, você sabe disso. Só espero que a Cho não fique com ciuminho porque você quer passar mais tempo ao lado de sua amiga.
- A Cho? Ela nem vai ligar. Afinal, não somos mais namorados.
- Como é que é?
- Exatamente o que você escutou. Bom, eu e Cho estávamos discutindo muito, na maioria das vezes por coisas estúpidas.
Nesse momento, um rebuliço de emoções estranhas envolveu Milena. Ao mesmo tempo em que ela estava triste por Cedrico – era visível o quanto ele era apaixonado por Cho -, outro sentimento tomava conta de seu coração: a esperança. E, Cedrico, notando o silêncio expressivo da garota, deu um sorriso. Quando Milena viu aquele sorriso, suas pernas tremeram e seu coração bateu tão rápido que ela pensou que estava passando mal. Então, ela voltou a si, e tentou falar como se os últimos segundos não tivessem acontecido.
- Er... Nossa... Eu sinto muito, muito mesmo! Você gostava tanto dela! Deve ter sido muito difícil pra você.
- Na verdade, eu estava tão cansado de todas aquelas brigas que nem foi difícil quando terminei com ela. Mas ela sim, ficou arrasada. Acho que ela não vai aceitar o fim do nosso namoro tão facilmente. Agora, me fale de você. Já falei sobre minha desventura amorosa, e espero que você esteja numa melhor situação do que eu. Tem falado com o Rogério Davies?
- Quê? Faz muito tempo que deixei de gostar dele. E... Eu não tô apaixonada. P-por ninguém.
- Eu acredito quando você diz que não gosta mais do Davies, mas não senti muita firmeza quando você disse que não está apaixonada.
- Não sei, d-deve ser impressão sua.
- É, pode ser... Bom, agora eu preciso ir para o vagão dos monitores. Recebi minha insígnia de monitor-chefe nas férias!
- Que legal, parabéns!
- Obrigado, Mi. A gente se vê no castelo, então?
- Com certeza.
E, despedindo-se, Cedrico beijou a bochecha de Milena.
A garota, ainda atordoada, voltou ao vagão onde se encontravam os seus amigos.
- Mi, você me parece estranha. O que aconteceu?
- Cedrico terminou com a Cho. E ele me pediu perdão por ter sido um amigo tão ausente. Mas... Eu não sei por que, mas saber que ele terminou com a Cho me deixou... Meio que... Feliz...
- Mi, será que você não percebeu? A sua intuição feminina nem a sua vidência te disseram que você está completamente apaixonada pelo Cedrico?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!