Shall we dance?



~~~ AVISOS:
# esse capítulo envolve descrições de passos de dança que infelizmente eu não tenho total conhecimento. então perdoem qualquer coisa. :)
# para quem quiser, por curiosidade, ouvir o tango no qual eu me basiei pra escrever esse capítulo, aqui está o link: http://rapidshare.com/files/168747211/Accordeon_-_Astor_Piazzola.mp3.html ;)
# e, ahm... esse é um dos maiores capítulos. não se assustem. :x

-


Nos dias que se seguiram, as preparações para o baile ocuparam o tempo de todos pela escola inteira. Os competidores e seus acompanhantes chegaram a ter aulas de dança com Minerva Mcgonagall, aprendendo a valsa e uma outra espécie de dança bruxa que envolvia reverências e movimentos mais rápidos. Louise logo se lembrou do tango, que conhecia como sendo uma modalidade de dança trouxa.
Os movimentos em si não pareciam difíceis de serem aprendidos embora o visível constrangimento de Nigel complicasse um pouco a situação. Ao longo da semana, no entanto, eles foram se aprimorando e, ao final dela, já estavam aptos a abrir o baile junto a Lyon, Heath e suas acompanhantes.
Nos últimos dias, Louise havia estado poucas vezes com Snape. Ela ia diariamente tomar a poção porém não tiveram chance de conversar ou ficar sozinhos por força das circunstâncias. Tudo em Hogwarts parecia estar voltado para o baile e os preparativos se acentuavam ainda mais se tratando dos competidores do torneio.
Em um piscar de olhos o esperado dia, então, chegou. Míthia corria de um lado para o outro ajeitando meticulosamente cada pequeno fio de seu cabelo cacheado que estava preso no alto da cabeça em um penteado. Alguns cachos castanhos escapavam pelos ombros e ela usava um vestido longo esverdeado com decote tomara-que-caia. Estava mais bonita do que já era normalmente. Louise, por sua vez, vestia um longo vinho com decote canoa, costas nuas e uma fenda discreta até três dedos acima do joelho. A roupa valorizava seu corpo voluptuoso e contrastava com a pele branca. Seu cabelo, que era normalmente liso, estava com cachos nas pontas e preso em uma espécie de rabo de cavalo, deixando os ombros, costas e pescoço à mostra.
“Tudo pronto?” – perguntou à Míthia quando acabou completamente de se arrumar.
“Bem, melhor que isso não fica” – a menina respondeu rindo.
“Deixa de besteira, você tá linda!”
“Brigada, amiga, você também. Snape vai precisar de muito oxigênio hoje!”
Louise riu e deu um tapa leve no braço de Míthia: “Quem vai precisar de oxigênio é você quando eu azarar essa sua boca linguaruda!” – e, após uma pausa, comentou – “Além do mais, ele nem deve estar lá.”
“Até parece que não. Se não for por Hogwarts, é por você, mas eu duvido que ele não vá.”
Louise riu, dando de ombros, enquanto rezava por dentro pra que Míthia estivesse realmente certa. Afinal, aquilo tudo seria nada se não fosse por ele. A preparação, o vestido, a ansiedade, a dedicação, era tudo por ele porque com o resto Louise não se importava realmente. Se queria estar linda era por ele e ninguém mais.
Assim que as duas se encontraram com Dimmy e Nigel, os quatro seguiram para o Salão Principal. Ambos os garotos estavam muito bonitos com suas vestes a rigor e cabelos arrumados e Nigel parecia ligeiramente ansioso com mãos geladas e respiração tensa. Logo na porta, no entanto, tiveram que se separar de Míthia e Dimmy. Os dois tiveram que seguir para o salão como o resto dos alunos comuns enquanto Louise e Nigel se juntavam a Lyon e Heath. O corvinal estava acompanhado de Cho Chang, uma oriental muito bonita que Louise conhecia de vista e que agora trajava um lindo vestido cor-de-rosa. Já Heath estava com Luna Lovegood, uma simpática loira com quem Louise mantinha certo contato e que vestia um estranhíssimo vestido que lembrava uma árvore. Ainda assim, continuava muito bonita.
Os seis se cumprimentaram e, logo que começaram a conversar, foram interrompidos por Mcgonagall que vinha dar os últimos avisos.
“Muito bem, vocês entrarão com seus acompanhantes, iniciando a valsa e logo trocarão os pares. Antes que eu acabe de explicar, gostaria de informar que a Srta. Pastrix nos pediu para entrar também e – considerando que, embora tendo sido desclassificada, ela foi escolhida como um dos competidores – nós resolvemos aceitar o pedido e ela dançará então com o Sr. Draco Malfoy.”
Louise olhou pra trás com surpresa e avistou Pandora com um longo vestido azul acompanhada do loiro sonserino que era o único que conseguia ser tão antipático quanto ela. Deu um suspiro irritado e virou-se pra frente tentando manter inteiro seu bom humor que a essa altura já se desmoronava.
“Os pares serão trocados como combinado nos ensaios, a Srta. Pastrix já foi orientada a respeito. E, posteriormente, cumpriremos a tradição dos competidores dançarem com alguns professores.”
O coração de Louise subiu pela boca batendo de forma absurda. Então iriam dançar com alguns professores. Mas quem seriam os professores? Iria dançar com Snape? Não, não, não estava preparada pra isso, sua mão ficaria tão gelada de nervoso que Snape a largaria. Não, nada iria acontecer, nada podia acontecer. Respirava tão rápido que sua ansiedade se tornou nítida e, de tão perdida em pensamentos, não ouviu mais nada do que Mcgonagall havia falado.
No minuto seguinte, os quatro pares já entravam no salão lotado. Logo na frente da porta uma multidão encontrava-se de cada lado, deixando no meio um caminho para a passagem deles. Adiante, havia um espaço circular enorme aonde aconteceriam as danças. Ao redor havia alunos de todas as casas e, logo do lado oposto ao caminho, estavam Dumbledore e os professores.
Quem seguia entrando na frente era Lyon acompanhado de Cho. Atrás vinham Pandora e Draco, no 3° lugar Heath e Luna e, por último, Louise e Nigel. Assim que entraram Louise viu, meio a multidão, diversos rostos conhecidos, entre eles os de Míthia e Dimmy. Logo os casais a frente foram se espalhando pelo espaço circular, abrindo espaço para que Louise entrasse com o foco todo sobre ela. Viu, então, Snape, logo a frente, trajando negras vestes à rigor. Parecia mais bonito que nunca com sua pele tão branca contrastando com a roupa e o cabelo e olhava fixamente para ela com uma expressão embevecida. Parecia encantado mas, no momento seguinte, pairou os olhos sobre Nigel e fechou o rosto imediatamente. Fosse pela espécie de smoking que vestia ou pelos seus cabelos que pareciam mais leves e esvoaçantes do que o normal, ele estava, de fato, mais atraente do que já era.
Assim que Louise e Nigel pararam e viraram-se um para o outro, ambos se posicionando, a música começou a tocar, dando início à valsa. As mãos do menino estavam úmidas e geladas denunciando sua ansiedade desesperadora. Louise, por sua vez, tentava não demonstrar o quanto se sentia intimidada pela presença de Snape e continuava fazendo os passos graciosamente com um sorriso no rosto. Assim que a aproximação entre os dois ficou maior devido à coreografia, ela viu pelo canto do olho que a expressão de Snape endureceu fortemente, criando vincos em sua testa. Da mesma forma, a de Nigel pareceu mais vulnerável como se engolisse em seco por estar tão perto dela.
No entanto, rapidamente os pares foram trocados e Louise se viu envolvida pela baixa estatura simpática de Heath Bennet. O garoto parecia calmo e agradável, sorrindo como sempre, mas pouquíssimo tempo depois foi substituído pela arrogância rude de Draco Malfoy. Ele vestia seu sorriso mais antipático e a segurava com firmeza. Logo em seguida os pares trocaram novamente e Louise foi tomada pela imponência do bonito e prepotente Lyon Bucket. De fato, o garoto era atraente mas tinha um ego tão grande quanto sua beleza e logo começou com atrevimentos. Diante da cena dele colado ao rosto de Louise e alisando suas costas, Snape tentava parecer natural mas contraía cada músculo de seu rosto em uma expressão homicida. Louise se afastava enquanto Lyon exibia um sorriso conquistador e lhe encostava a boca no ouvido.
Antes, porém, que a menina se irritasse por completo e Snape perdesse o controle, a música chegou ao seu fim e os pares se separaram, dando início a segunda música. Os acompanhantes todos se retiraram, restando só os competidores, e os diretores das casas se aproximaram. Mcgonagall se encaminhou para Lyon enquanto Sprout foi ao encontro de Heath. O coração de Louise já estava próximo a um colapso quando Snape começou a andar na direção deles. Para sua surpresa, no entanto, quem veio até ela foi Dumbledore com um compreensivo sorriso no rosto. O diretor parecia estar lendo a decepção na face de Louise e, assim que começaram a dançar, ele disse calmamente:
“O que lhe incomoda, minha querida? Preferia dançar com outra pessoa?” – ele sorriu – “Sabe, tivemos que fazer essa troca pois teoricamente quem deveria participar da valsa seria o professor Flitwick. No entanto, não creio que seria fácil praticar tais passos com alguém com metade de seu tamanho. E, claramente, cada diretor deveria dançar com o aluno de sua casa.”
Louise tentava prestar atenção embora olhasse repetidamente para Snape que já havia pego a mão de Pandora e a puxava para a dança. O rosto dele também não demonstrava felicidade ou ânimo, apenas uma seriedade fria e distante.
“É claro” – recomeçou Dumbledore, ignorando a falta de atenção de Louise – “que tivemos que fazer certas modificações, trocando Minerva por Flitwick. Sendo assim você dançaria com ele e Lyon com ela. Porém, achamos melhor – e ele concordou – que eu tomasse seu lugar.”
Louise riu em uma tentativa frustrada de parecer simpática e se esforçava para não deixar claro a raiva que sentia, tentando evitar de olhar para Snape. Pôde ver, no entanto, que Pandora parecia maliciosamente satisfeita e a encarava com um sorriso cruel enquanto envolvia os braços pelo pescoço dele. Se não soubesse que era impossível, Louise teria plena certeza que a menina sabia sobre o que havia acontecido entre ela e Snape. Mas como? Não havia como! A única pessoa que soube foi Míthia e todos os acontecimentos foram dentro da masmorra onde ninguém poderia ver. Não havia como ela ficar sabendo e, ainda assim, estava a todo minuto provocando Louise e dando a entender que sabia o ciúmes que lhe espetava por dentro naquele momento.
Pouco tempo depois – o que pareceu uma eternidade de séculos – a dança chegou ao fim e os professores se recolheram ao som de palmas. Dumbledore então retornou ao seu posto e começou:
“Sejam bem-vindos, meus caros! Gostaria de parabenizá-los pela linda dança e pelo excepcional início de noite! Esperamos que o resto dela seja tão agradável quanto este começo!” – e, após uma pausa sorrindo, continuou – “Acredito também que vocês tenham aprendido – com exceção da nossa querida Srta. Pastrix – a maravilhosa arte de uma outra dança um pouco mais... intensa, por assim dizer. Então os convido para demonstrar os resultados de suas aulas, caso queiram, com quem mais estiver disposto. Eu receio que infelizmente não poderei acompanhar a Srta. Potter nesta mas tenho certeza que candidatos não lhe faltarão.” – e, ao dizer isso, olhou para Snape dando um breve sorriso.
O salão silenciou então enquanto algumas poucas pessoas faziam comentários ou se arriscavam a dar passos a frente. Pandora se retirou, seguida por Heath, e Lyon seguiu até Cho a puxando de volta para o centro do salão. Louise continuou imóvel ainda ponderando se preferia ir embora ainda se remoendo de raiva de Pandora, se preferia agüentar as mãos suadas de Nigel por mais um tempo ou se iria fazer o que seu corpo realmente lhe implorava e ir dançar com aquele que realmente queria.
Sentiu então um impulso lhe mover as pernas, não pensava em conseqüências ou em mais nada, ia apenas de encontro ao que fazia seu coração descompassar. Em uma onda de ousadia e inconseqüência, ela chegou até Snape com o andar decidido e os olhos em chamas. Ele a olhava desarmado quase que sem conseguir prever aonde ela queria chegar.
“Não vai me dar o prazer desta dança... professor?” – ela frizava a palavra sorrindo com uma certa ironia maliciosa. Snape imediatamente olhou ao redor vendo que o salão inteiro assistia à cena e ficou visivelmente desconcertado. Antes que ele pudesse formular uma resposta, Dumbledore falou sorrindo:
“Não creio que vá recusar o pedido de uma aluna, certo Severo? Especialmente uma tão bonita quanto essa.” – ele olhou para Louise dando uma piscadinha discreta.
“Certamente que não, diretor.” – Snape se levantou com uma expressão ilegível no rosto. Estava sério, franzia as sobrancelhas, mas olhava fixamente para Louise enquanto a acompanhava até o centro do salão. Diante da cena extremamente rara e excêntrica, os casais que antes haviam se colocado à disposição para dançar aparentemente desistiram e deram passos para trás se juntando à multidão que, com expressões incrédulas e surpresas, esperava que a música começasse. Afinal, era Severo Snape! Severo Snape dançando um tango bruxo com uma aluna! Com uma grifinória! Com Louise Potter! Prato cheio pra curiosidade de qualquer um que conhecesse ao menos um décimo da reputação que ele tinha como temido professor.
Assim que pararam no meio do salão, Snape se curvou em uma reverência habitual que o homem fazia antes de começar a dança. Pegou a mão de Louise, a levou aos lábios dando um leve beijo úmido e puxou o corpo dela para si. Ao contato da boca quente dele com a sua mão, Louise sentiu o estômago encolher e seu corpo começar a formigar. Poderia se jogar ao pescoço dele e beijá-lo até não sentir mais a boca se não estivesse no meio de um salão lotado.
A música então começou, era intensa e doce ao mesmo tempo, seu ritmo forte parecia marcar as batidas aceleradas do coração de Louise. Batidas que Snape provavelmente sentia mesmo através das roupas porque os corpos estavam extremamente colados. O braço dele passava pela cintura dela com firmeza enquanto a outra mão envolvia a mão dela por completo. Os olhos dele cravados nos dela, o perfume enlouquecedor dele a hipnotizando enquanto as pernas se entrelaçavam em passos fortes. Ele avançava para ela de forma decidida quase que a invadindo silenciosamente. Puxava seu corpo e arrastava sua mão pelas costas dela, parecendo mais intimidante do que nunca.
Então a música chegou a um ponto mais lento, parecia suave e mais delicada... Os dois se desvencilharam por um instante e ele passou os dedos pelo seu ombro, chegando até sua mão. Puxou Louise de volta enquanto as canelas dos dois se envolviam em um gancho. Louise deu um passo para o lado e desceu sua perna esquerda esticada enquanto a outra se dobrava praticamente entre as pernas de Snape – que, por sua vez, fazia um movimento parecido. Ele tirou a mão de sua cintura e a passou lentamente pelo pescoço dela, os rostos se tornando cada vez mais próximos conforme ela voltava para a posição inicial.
A música foi novamente se intensificando enquanto os passos dos dois acompanhavam tal intensidade. A luz do salão parecia estar toda voltada para eles como se não houvesse mais ninguém presente.
Snape virou-se para a sua esquerda dando passos curtos enquanto segurava a cintura dela. Louise fazia o mesmo porém para a sua direita. O ombro dos dois se encostando e os olhares grudados enquanto concluíam um círculo e voltavam para as posições originais. Ela deu alguns passos desenhando um oito imaginário no chão e sentiu o braço dele a envolver ainda com mais força enquanto sua outra mão puxava o queixo dela. A aproximação era enorme, as respirações ofegavam e, embora os espectadores pudessem achar que o motivo era o esforço físico, eles sabiam bem que ambos os corpos estavam fervilhando a cada momento mais, cada vez mais quentes, cada vez mais urgentes um pelo outro, perdendo o controle lentamente.
Snape continuava sério, seus olhos cortantes tinham um brilho estranho, um brilho sedento. Era nítido que se esforçava inutilmente para manter a calma e, cada vez mais, a perdia. O toque de suas mãos era intenso demais, mais agressivo do que nunca, mais forte. Arrastava as mãos pelo corpo de Louise como se o pressionando fosse capaz de senti-lo melhor através daquelas roupas já tão desnecessárias. E Louise ofegava, controlava-se para não permitir que pequenos suspiros e gemidos saíssem de sua boca.
Ela deu mais dois passos, as pernas se enganchando novamente, e subiu a coxa entrelaçando-a na de Snape. Quando ele a puxou novamente, ela pôde sentir o volume acentuado entre as pernas dele e sorriu internamente enquanto ele descia a mão até sua cintura. Seus cabelos negros mexiam-se de forma leve com a movimentação e passavam fazendo cosquinha no rosto dela.
Então a música, já chegando ao final, tornou-se mais lenta novamente. Os passos de ambos foram se suavizando. Louise seguia para a lateral e, posteriormente, para trás e os passos de Snape vinham logo em seguida como se a estivesse perseguindo. E, de fato, seus olhos pareciam estar mas, ao contrário do que a dança fazia parecer, ela não queria fugir. Muito pelo contrário, queria correr na direção dele e colar seus corpos de todas as formas possíveis, queria vê-lo desejá-la, ouvir sua voz aveludada gemendo seu nome e se jogar aos braços dele sem preocupações – nos braços dele nunca haveria preocupação, afinal.
Os dois se distanciaram, então, vagarosamente, enquanto ela dava lentos passos pra trás e ele, a uma pouca distância, andava de frente para ela. Parecia desafiador, perigoso, parecia prestes a correr até ela e fazer tudo que dançava na imaginação dos dois. Louise sentia-se como uma criança que havia feito alguma besteira e estava próxima a levar mil detenções e surras. Mas não sentia medo, dele ela nunca teve medo e – de todos os momentos vividos durante cinco anos – aquele era o momento em que ela teria menos motivos pra isso. Ela sentia-se era instigada. Queria poder parar e se entregar por completo pelo simples prazer de vê-lo agir guiado pelos seus instintos. Pelo prazer de vê-lo perder o controle e o orgulho, pelo prazer, pelo puro prazer.
Então Louise virou de costas, a música marcava fortemente seus passos apressados e ela podia sentir ele apressando os dele e chegando cada vez mais perto, cada vez mais perto... Em um movimento rápido, no exato compasso da música, ele envolveu os braços pela cintura dela e a puxou, trazendo o corpo dele por completo de encontro às costas dela. As coxas, o tronco, o volume acentuado que agora Louise sentia mais perto que nunca. E a respiração, a respiração de Snape que agora ela sentia no pescoço, cada vez mais perto, cada vez mais intensa. Sentia os cabelos dele encostando em seu pescoço enquanto seus lábios finos começavam a roçar na pele macia dela.
Inevitavelmente, Louise se largou pra trás, deixando a cabeça cair pelo ombro dele, seu corpo quase se deitando sobre o dele, sentindo suas mãos, sua boca, a temperatura quente de seu corpo. E ele a puxou, a virando de frente, fazendo Louise perceber que a música ainda tocava, que a dança ainda existia, que ainda havia uma platéia a assistir o espetáculo dos dois. Se Snape não tivesse retomado a posição do tango, recomeçando os passos, ela provavelmente esqueceria do mundo e agarraria sua boca em um beijo avassalador. Mas agora eles já terminavam a música com seus últimos passos intensos.
Assim que a última nota foi ouvida, a luz do ambiente voltou a iluminar a multidão completamente e aplausos ainda surpresos e curiosos foram ouvidos por todo o salão. Os dois se afastaram, agradecendo, e ela, contra vontade, tirou as mãos do peito de Snape. Ele mantinha a expressão ainda séria embora seu peito inflasse e desinflasse com a respiração consideravelmente acelerada. Já Louise, por sua vez, sentia que nunca mais seria capaz de recuperar o fôlego.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.