Ebulição [aviso no post!]

Ebulição [aviso no post!]



~AVISO: esse capítulo tem algumas cenas um pouquiiiinho mais calientes do que o resto dos capítulos até então. ou seja, cabe a cada um decidir se quer ler ou não e tal. cada um sabe de si. :D

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Ainda confusa e irritada com o caos em que se encontrava, Louise se viu obrigada a enfrentar, poucos dias depois, outra aula de Oclumência com Snape. Dessa vez sentia-se violentamente ansiosa e todo o ar do mundo parecia sumir do alcance de seus pulmões cada vez que ela pensava no assunto.
“Pelo amor de Deus, Louise, recomponha-se!” – falava pra si mesma conforme ia se aproximando da masmorra – “Ele é só um professor, Sirius mesmo disse, é só um professor rude, não vai acontecer nada. Recomponha-se!” – e deu um leve tapa na própria bochecha antes de abrir a porta e entrar.
Snape parecia estar tão desconfortável quanto ela embora tentasse visivelmente disfarçar seu nervosismo com respostas prontas e deboches. O professor indagou sobre as pitas da tarefa, fez perguntas sobre o assunto, demonstrando um estranho interesse e, rispidamente, ordenou que ela se sentasse.
“Esperamos, Potter, que o lorde das trevas ainda não tenha a consciência sobre a ligação entre as mentes porque, a julgar pelo seu desempenho na última aula, seria fácil enlouquecê-la.”
Louise sentiu uma certa ambigüidade na frase e tentou não rir diante do pensamento que Snape teria muito mais chances de enlouquecê-la do que Voldemort. Mas, no segundo seguinte, lembrou que seus pensamentos estavam prestes a ser monitorados então se forçou a apagar tudo que fosse comprometedor. Sabia que quando aquele homem chegasse perto e a invadisse os olhos como costumava fazer ela, de fato, perderia o controle sobre, pelo menos, metade das lembranças que tinha em relação a ele. Mas, por hora, tentava esconder como podia.
“Você parece estar muito quieta hoje.” – disse, se aproximando dela. – “Nervosa?”
Louise riu como quem não se importa e desviou os olhos: “Não, estou ótima. Não vamos começar a aula?”
Snape se afastou um pouco e tirou a varinha de dentro das vestes. Louise sentia o coração cada vez mais acelerado e ansioso enquanto dava um último suspiro tentando se preparar.
“Legilimens!”
Mais uma vez Louise se contorceu, tentando manter-se concentrada e impedir que Snape visse mais do que já havia visto nas outras vezes. Sentia-se agressivamente invadida e, assim que seu controle oscilou um pouco, pôde ver diante de seus olhos a cena do beijo dos dois se repassar com detalhes.
Snape abaixou a varinha lentamente, a olhando de forma séria. Não foi irônico, não falou sobre o que viu, não sorriu. Só a olhava de forma cortante.
“Discipline sua mente.” – ele disse, quebrando o silêncio, e logo em seguida ergueu a varinha novamente.
Louise se endireitou na cadeira, tentando se manter impenetrável diante das invasões. Mas, inevitavelmente, poucos segundos depois, ela já viu passar diante de seus olhos lembranças e cenas que o envolviam. Via o beijo, via Sirius a acusando de amá-lo, via Nigel a acusando de provocá-lo. E via o beijo, sempre o beijo, com detalhes, lentamente, via a mão dele deslizando sobre ela, via a mão dela se enterrando nos cabelos negros dele. Cada cena suave e lentamente se passando frente aos seus olhos. E, por conseqüência, frente aos olhos de Snape.
Ele abaixou novamente a varinha e seu rosto estava com uma expressão séria mas neutra, quase suave. Louise reparou que a respiração dele também estava levemente mais acelerada que o normal e ele vinha na direção dela com passos lentos. Quase como em um impulso, ela se levantou rapidamente e ofegante.
“Eu... Estou cansada. Não estou passando bem, eu...”
“O lorde das trevas não está descansando.”
“Eu não sou o lorde das trevas!” – ela aumentou um pouco o tom com irritação.
“O que houve, Potter?” – ele se aproximava com a ironia habitual – “Está com medo que eu veja suas lembranças? Afinal, o que você tem pra esconder?”
“Olha aqui, eu não...” – a aproximação dele já causada tanto efeito que a frase irritada de Louise não conseguia se completar e suas pernas fraquejavam involuntariamente.
Snape a olhava em silêncio e ela já não sabia se o odiava, se sentia-se intimidada, se queria envolver seu pescoço e sufocá-lo ou se queria envolver seu pescoço e jogar seu corpo em cima dele em um beijo. Mas já não queria pensar. Não tinha palavras para respondê-lo, nenhuma ofensa o atingiria da forma intensa com que ela queria atingi-lo e qualquer coisa que saísse da sua boca seria vulnerável demais naquele momento.
Então ela cedeu. Cedeu e o beijou. Sentiu a surpresa no rosto de Snape no segundo que ela colava sua boca a dele mas sua língua e lábios não mostravam resistência, estavam tão quentes e avassaladores quanto da outra vez. No momento seguinte ela já podia sentir as mãos dele pousando delicadamente na cintura dela e dançando pelo seu corpo. Estavam quentes, era nítido, ainda que houvesse a roupa entre a pele dela e os dedos dele, era possível sentir. Ele inteiro parecia estar fervendo tanto quanto ela.
E agora ela sentia sua pele, sua pele incrivelmente branca, entre bocas e dentes e línguas. Seu cheiro a hipnotizava e os corpos se encostavam por completo fazendo com que Louise se sentisse próxima a um incêndio. Envolvida por um incêndio avassalador.
Precisava sentir cada detalhe intrigante nele, cada fio daquele cabelo que ela agora tinha entre os dedos, cada centímetro daquele corpo quente que a pressionava, cada textura de sua pele, seu pescoço, suas mãos tão severas quando ele. E seus beijos, seus dentes, seus lábios que passeavam pelo rosto dela de forma enlouquecedora. Era intrigante senti-lo tão quente após vê-lo tão frio. E vê-lo tão intimidante, mais desafiador que nunca, ao mesmo tempo que tão vulnerável. Entregue a instintos e desejos sem poder recorrer a refúgios irônicos e arrogantes.
Seus corpos já se encaixavam de forma perfeita e Louise se apoiava na parede atrás de suas costas. Suas pernas estavam entre as dele quando ela sentiu pela primeira vez o volume no corpo dele que a fez ter plena certeza que ele estava tão entregue quanto ela.
Já não pensava em conseqüências, ódio, já não conseguia pensar em nada se não naquele corpo que a envolvia e a boca que agora passeava pelo seu pescoço. Era só o que precisava, estar jogada aos braços dele de forma segura e imprevisível ao mesmo tempo. Ainda que não entendesse, ainda que não devesse, qualquer força seria fraca perto daquele que a instigava.
Então, em um movimento rápido, Snape parou e se afastou, endireitando as vestes e o cabelo desalinhado. Não a encarou e, pigarreando, falou ainda ofegante:
“Continuaremos a sua aula outro dia.”
Louise estava surpresa e confusa mas tentou disfarçar sua decepção com a expressão mais desprezível que sabia fazer. Enquanto ele falava, ela pôde reparar que o volume acentuado continuava em suas vestes, o que a deixou mais confiante e lhe trouxe um sorriso pretensioso ao rosto. Afinal, ele a queria, era visível, era nítido, era claro. Ainda que ela não entendesse porque ele havia parado de repente, ainda que nenhum dos dois ousasse admitir e ainda que ela não soubesse o que aconteceria depois, ele a queria. Era só o que conseguia lembrar.

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