One thousand battles



 - Hello, Longbottom. – cumprimentou Bellatrix Lestrange, olhando-o com todo o sadismo que era possível existir no olhar de uma pessoa. –Welcome home.


 


Herdeiras do Mal 2 – E começa a guerra bruxa...


Capítulo 22 – One thousand battles


 


        A bruxa estava sentada acima dele, olhando-o vitoriosa. Bellatrix sorriu de canto e a porta da sala bateu com um estrondo ensurdecedor. Ele se perguntava como diabos ela havia feito aquilo sem a varinha.


        Toda a cena era uma grande vingança, ele sabia, por ter sobrevivido. Bellatrix desejara matá-lo, ele a contrariara para seu próprio imenso azar. Maldita hora em que a atacara em Hogwarts, não por seu sangue derramado, mas pelo de sua querida avó – que por mais rígida que fosse era o único parente são que lhe restava vivo.


        - O que foi, Neville? – chamou Bellatrix, ao notar que ele estava quieto demais. – Não gostou da surpresa? – ela levantou a sobrancelha e curvou o canto do lábio num começo de sorriso. – Estávamos tão empolgados... Com essa festinha de boas vindas!


        Ele pouco se importava com a empolgação de Bellatrix, tudo o que queria era checar se sua avó estava ou não ainda viva, até que ele raciocinou. Estávamos, ela dissera, portanto havia outros, mas... Quantos? Ele engoliu seco e olhou a sua volta, não via ninguém, mas sabia que estava ainda fraco demais para lutar e que, mesmo que estivesse em sua melhor forma, não tinha conhecimento o suficiente em duelos para vencer mais de um Comensal ao mesmo tempo.


        - Você e o exército de quem, huh? – vociferou, tentando parecer forte e decidido, escondendo tanto o medo de morrer que tinha como o medo de que sua avó morresse ali em seu colo. – Porque vocês nunca andam sozinhos, bando de covardes!


        Bellatrix não pareceu nem um pouquinho incomodada com o revide dele, já devia estar acostumada a esperar reações explosivas vindas de Neville, pelo contrário, ela sorriu para ele. Neville quis mais do que nunca arrancar os olhos daquela mulher com as próprias mãos.


        - Eu não preciso de um exército para te derrubar, Longbottom. – respondeu a Lady das Trevas, quase entediada. Ela deixou de sorrir e se levantou, olhando-o de cima. – Você é só um menino, um menino sentimental e idiota, e eu...


        - É uma vadia arrogante que já falhou duas vezes em me matar, é isso que você é! – ele se levantou e olhou-a nos olhos, corajoso. Bellatrix simplesmente riu.


        - A vadia arrogante é a Lady das Trevas, Longbottom, e ela vai acabar com você sem ter que manchar as mãos de sangue, porque está no controle do mundo agora e não há nada que você possa fazer.


        Bellatrix segurava a varinha e apontou-a para o peito de Neville, que não conseguiu evitar tremer. E ela viu, a maldita viu e riu ainda mais, olhando-o com desgosto e nojo.


        - Onde foi parar a sua pose de corajoso, Longbottom? Medo de morrer? – ela levantou a sobrancelha e forçou a varinha um pouco contra o peito dele. – Da última vez que você me enfrentou... Acabou de uma forma bem dolorosa para você...


        - Não mais do que para você! Qual é a sensação de ter falhado mais uma vez, Bellatrix Lestrange? – Ela não respondeu, mas ele viu uma sombra de desgosto passar por seu rosto. – Nem imagino as coisas que deve ter tido que fazer para que o seu mestre/amante te perdoasse...Na cama, é claro, ouvi dizer que é como vocês resolvem suas pendências.


        A mão de Bellatrix estalou no rosto de Neville e uma forte ardência se espalhou logo em seguida em tudo o local que antes estivera em contato com os dedos dela. Agora sua varinha se encontrava contra o pescoço dele.


        - Quando diabos você vai aprender a respeitar aqueles superiores, moleque? – esbravejou a bruxa, movendo a varinha para o rosto dele.


        Bellatrix movimentou a varinha e um corte foi surgindo onde antes a madeira estava. Neville não suportou e não conteve uma expressão de dor que iluminou o rosto de Bellatrix. Extrema satisfação, ele causara nela, ótimo.


        - Se superiores forem pessoas como você, quando o inferno congelar...


        - Então vamos assistir o inferno congelar, Longbottom... Porque você acertou, por mais desnecessária que seja, temos companhia. – Neville desviou os olhos dos de Bellatrix e viu alguns Comensais da Morte se juntarem a eles. – Porque, a partir de hoje, você me respeitará, Longbottom, ou eu juro por tudo que você vai assistir a todos que você ama morrerem antes de sofrer sua própria morte da forma mais dolorosa e lenta possível! E quando eu digo assistir, digo ao vivo! Você pode não dar valor algum à sua vidinha medíocre, mas garanto que dá às daqueles que você ama!


        - Eu não teria tanta certeza, Lestrange! – respondeu o garoto, tendo o rosto mais cortado.


        - Longbottom, Longbottom... Acha mesmo que eu vou falhar mais uma vez em te matar? Eu não contaria com isso, meu caro. E, como eu imaginei que você não ia levar minha ameaça a sério... – ela segurou o braço dele e fez um sinal para um dos Comensais.


        Neville viu sua avó ser arrastada por um feitiço até perto do grupo de Comensais. Ele entendera finalmente o que ela ia fazer. Começaria a cumprir a ameaça ali mesmo.


        - Milady, deixe-me ter a honra! – pediu um dos Comensais, os olhos do homem brilhando de excitação.


        - Acho justo, Yaxley, uma vez que foi você quem me trouxe noticias desse pirralho, que você tenha esse privilégio. Mas eu quero que seja feito da forma como o combinado.


        - Sim, milady. Sem magia. – as duas últimas palavras soaram extremamente sombrias. – Gente como eles não merece nem ser morto por magia, traidores do sangue.


        - Exatamente. – concordou a mulher, brincando novamente de cortar Neville. Ela afastou a varinha dele e obrigou-o a sentar-se na cadeira onde ela estivera antes e o amarrou de forma que ele encarasse o grupo de Comensais. – Aproveite o show, Longbottom, ele foi patrocinado por ninguém mais do que você.


        Bellatrix se posicionou atrás da cadeira e puxou o cabelo de Neville, para evitá-lo de desviar a cabeça. Ela fez um sinal e sua avó foi acordada e segurada pelos Comensais da Morte. Yaxley colocou-se atrás dela e puxou seus cabelos, mostrando a garganta da idosa.


        - Quer dizer algumas ultimas palavras, moleque? – perguntou para Neville, sarcástico.


        Não houve tempo para as ultimas palavras, no mesmo instante ele tirou uma adaga do bolso e começou a abrir pescoço de sua avó, que chorou e se contorceu de dor. O sangue começou a escorrer do corte, que era feito lentamente, da forma mais dolorosa.


        - Gostando do show que você contratou? – zombou Bellatrix, abaixando-se para ficar da altura dele. – Pense em quem será o próximo lá quando decidir me enfrentar mais uma vez, pirralho. E garanto que a cada morte ficará pior.


        Pela primeira vez em muito tempo, ele não foi capaz de dar uma resposta mal criada a ela e no fundo ele se arrependia de tê-lo feito em Hogwarts um tempo antes, de tê-lo feito naquele dia, de tê-la enfrentado em todas as vezes que o fez. Sua avó, aquela que o criara, por mais rígida que fosse, seu último parente são, estava sendo morta e ela não tinha culpa nenhuma de nada daquilo.


        ‘Eles matam inocentes sem pensar’ uma vez ela mesma lhe dissera isso, dizendo também para que tomasse muito cuidado. E ele devia ter segurado a língua, seria mais esperto lutar contra eles pelas costas, pelas escondidas, tomando cuidado, do que isso. Ele teria protegido seus amados, os inocentes naquilo tudo.


        Quando Yaxley terminou o corte, ela caiu de joelhos, sufocando-se no próprio sangue, chorando e estendendo a mão para ele. Bellatrix e os Comensais da Morte riam e ele só queria chorar. Mas não daria esse gosto a Bellatrix Lestrange.


        - Agora oficialmente, Longbottom: desrespeite-me novamente ou conte isso a qualquer um e seus pais serão os próximos, adoraria terminar com eles de uma vez! O St Mungus é quase o quintal da minha casa, moleque, eu acabo com eles num estalar de dedos. – ela o olhou nos olhos e ele viu que ela não estava blefando. Não, não estava. Ela não blefava, ainda mais numa situação daquela. – E depois virão todos os seus amigos e as famílias deles até chegar a você e depois de você em todos que chorarem por você. Está avisado, um deslize e eu ajo novamente.


        Bellatrix então ficou quieta e eles observaram até que a Sra. Longbottom morreu, alguns minutos depois de agonizar até o fim bem ao alcance de Neville. Antes que ela morresse, Bellatrix fez questão de dizer: ‘E só para constar, a senhora está morrendo por não ensinar seu neto a dobrar a maldita língua.’ E o pior é que ela havia ensinado, ele não havia obedecido.


        Quando os Comensais finalmente o soltaram, ele nem conseguia se mexer no lugar, estava paralisado demais para tal, eles se afastaram e somente Bellatrix ficou.


        - Bem vindo de volta, Longbottom, espero que tenha aproveitado a festa. Continue como está e terá várias dessas... – e então, ela saiu, deixando-o livre com suas lágrimas.


 


Mansão Slytherin


 


         Aquele fora um longo e ocupado dia e, finalmente, o Lorde e a Lady das Trevas podiam descansar. Mesmo assim, era madrugada e eles ainda estavam acordados.


        Estavam na cama, Voldemort apoiado com as costas no encosto da cama e ela apoiada nele, fazendo-o de encosto. O Lorde beijava o ombro dela enquanto sua mão entrelaçava-se na dela, Bellatrix sorria e pensava.


        - Obrigada. – disse do nada, fazendo-o parar e olhar para ela.


        - Por?


        - Por hoje à noite. – ela acariciou o rosto dele com as costas da mão. – Por ter me deixado atacar os idiotas. – Bellatrix pressionou os lábios contra os dele rapidamente e sorriu mais.


        - Quando o assunto é relacionado a traidores e sangues-ruins, eu sempre lhe darei permissão, minha cara. – ele também a beijou, mas de forma mais demorada.  – Falando nisso, como foi nos Longbottom, você não me contou ainda.


        - Achei que nunca fosse perguntar. Foi esplêndido! Ele não vai mais me incomodar, garanto isso. – respondeu a bruxa, de forma sombria.


        Voldemort assentiu e sussurrou algo como ‘Eu sabia que você não deixaria barato’ e voltou com as carícias, mas ela já não respondia tão bem a ele. O Lorde parou e observou-a, ela estava pensativa, distante. 


        - O que você tem?


        - É uma coisa que o moleque disse...


        - E o que ele disse de tão espantoso para te deixar assim?


        - Disse que você devia ter odiado que eu falhei mais uma vez em matá-lo...


        - O que nunca aconteceu sendo que eu nunca mandei que você matasse o garoto em Hogwarts...


        - Mas mandou há dezesseis anos.


        - Bella, não comece, por Merlin! O que aconteceu ou não aconteceu há dezesseis anos está enterrado! Eu não matei Potter, você não matou Longbottom, fim!


        - Eu sei! Desculpe, é que, nem foi isso que me irritou, foi o que ele disse em seguida, que nem queria imaginar as coisas que eu tinha tido que fazer para que você me perdoasse... – ela parou por um instante e ele ainda não parecia ter entendido. – Na cama. Porque segundo o que ele havia escutado era assim que nós dois resolvíamos nossas pendências.


        Voldemort entendeu a irritação dela. Era o tipo de coisa que ela odiava ouvir, quando alguém dava a entender que ela era a prostituta dele ou que tinha privilégios porque dormia com ele. De certa forma ela tinha, é claro, já que era a Lady das Trevas, mas não da forma como diziam. Ele, para a surpresa dela, riu.


        - O que foi? Não tem a mínima graça! – gritou ela, ultrajada, virando-se de frente para ele.


        - Ah, se o Longbottom soubesse quanto a sua vida seria mais fácil se eu revolvesse minhas pendências contigo na cama, se eu deixasse que você me seduzisse quando estou bravo... – ele acariciou o ombro dela, que ainda parecia irritada.


        - Mas isso não ocorre, não existe! É uma mentira sem tamanho! E quando dizem disso, parece que...


        - Parece que eu sou controlado pela minha mulher? – ela não respondeu, simplesmente olhou para baixo, envergonhada que alguém pensasse aquilo e com medo que ele descontasse nela porque alguém era idiota a esse ponto.


        - Se algum dia eu pegar alguém dizendo isso, eu mato com minhas próprias mãos... Ninguém nunca lhe controlaria, muito menos eu e muito menos... Assim. – disse a bruxa, ainda olhando para os lençóis. – Posso até ser a sua Lady, mas nunca chegarei a seus pés.


        Voldemort teve a última reação possível naquele momento, ele a puxou pela cintura, fazendo-a cair por cima de si. Ele tirou os cabelos do rosto dela, que viu que ele ainda ria. Mas o que diabos?


        - Sabe, Bella. Esse é um dos motivos de eu estar com você... Existem boatos de que você controla o Lorde das Trevas e você fica aí desesperada querendo acabar com eles... Qualquer mulher no seu lugar se encheria de orgulho de si mesma... – ele a segurou pela nuca. – Sua lealdade é encantadora... – ele a beijou, deixando-a sem reação. – E não se preocupe, nem quem diz essas bobagens acredita nisso. Bellatrix, eles não dizem o meu nome. Acham mesmo que acreditam que você me controla? Se fosse assim, não diriam o seu nome, e dizem, certo? – ela assentiu. – Por isso ignoro e você também deveria... Longbottom só queria te atingir e conseguiu.


        - É claro, me desculpe... – ela deitou no peito dele e sentiu-o abraçá-la com mais força. As mãos dele acariciavam toda a curva das costas dela enquanto ela pensava no quão estúpida fora, lembrando-se de toda a conversa sobre Neville e esse boato maldito e de como agora parecia idiota. Mas havia algo naquela conversa... Bellatrix beijou o peito nu dele e olhou para cima, para encontrar os olhos. – Você disse que minha vida seria mais fácil se eu te seduzisse para que me perdoasse...  – ela se arrastou até ficar na altura dele e sentou-se em seu colo, de frente pra ele. – É mesmo? – disse contra os lábios do Lorde, que apertava sua cintura em resposta.


        - É claro... Você sabe o que faz comigo... – ele mordeu o ombro da bruxa, que gemeu alto e puxou seu cabelo. – O quanto me enlouquece. – ele colocou as mãos nas coxas dela por dentro da camisola de seda.


        - Então... Por que não experimentamos, huh? Você fica bravo comigo por ter deixado Longbottom me irritar... E eu te seduzo até você me perdoar, que tal? – ela levantou a sobrancelha e mordeu os lábios.


        - Não seria nada justo... – respondeu o Lorde. – Porque é uma falha tão boba... Que a este ponto... – ele apertou as coxas dela, ganhando outro gemido. – Eu já teria te perdoado há tempos. – ele a segurou pela cintura mais uma vez, mas por dentro da roupa, e a jogou na cama, deitando-se por cima.


        - Jura? – ela apertou os ombros dele, que assentiu e a beijou.


        Bellatrix enlaçou a perna no corpo dele e deixou-se dominar pelos beijos e carícias enlouquecidos dele. Voldemort a tocava como se houvesse algo de muito afrodisíaco nela, como se não fosse capaz de resistir.


        - Você não tem idéia do quanto me excita quando volta pra casa assim, com o seu cheiro misturado ao de magia, sangue, poder e morte. É... Maravilhoso. – ele mordeu o pescoço dela, que gemeu.


        - Eu tenho sim... É o cheiro que você sempre tem, meu amor... – respondeu ela, voltando a beijá-lo.


        Meu amor. Ele nunca admitiria para ninguém, mas adorava quando ela o chamava assim. Eram raras vezes, porque provavelmente ela acreditava que o irritaria, mas... Ele no fundo adorava, lembrava-o do quão profundo era o sentimento dela por ele, de como ela sempre estaria ali ao lado dele, do quanto ela o adorava e vivia por ele. Ele odiava o amor, mas na realidade amava ser amado e Bellatrix Lestrange era a única pessoa que o amara na vida então era a primeira vez que ele era amado.


        - Eu devia te mandar mais em missões... - disse Voldemort, ao fim do beijo, deitando-se no peito dela. – Gosto tanto de quando volta delas...


        - Se eu for a tantas, perderá a graça... – ela acariciou o cabelo dele.


        - Duvido... – ele a beijou uma última vez e saiu de cima de Bellatrix, deitando-se ao lado dela.


        Bellatrix o observou se arrumar na cama e estender o braço para ela, num convite para se juntar a ele.


        - Agora venha aqui e pare de fingir que não está morta de cansada, eu te conheço. – disse ele, sem precisar repetir.


        Ela se deitou no peito dele e deixou-se descansar em meio às caricias dele em seu cabelo. Ela fechou os olhos, mas não podia deixar de dizer uma coisa que havia algum tempo que não dizia.


        - Eu te amo tanto... – disse contra o peito dele. – Eu... Não sei o que seria da minha vida sem você...


        - Eu sei disso... – ele respondeu. – Nunca vou esquecer. Ele beijou o topo da cabeça dela e observou-a dormir. Foi pensando em como era irônico que ele adorasse tanto aquele amor insano dela por ele que ele no fim também adormeceu, descansando finalmente junto com a única pessoa que o amara e que se importara com ele na história que também vinha a ser a única com que ele se importara, a única que realmente fora capaz de tirá-lo de seu juízo perfeito.


 


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts


 


         Na manhã seguinte, Melinda dormiu até tarde. Nem ela sabia exatamente que horas eram quando abriu os olhos, com alguma dor de cabeça e um enorme branco em sua memória. A ultima coisa que vinha a sua cabeça era a cena dela tomando sua milésima dose de absinto na noite anterior. Então ela olhou ao redor e, finalmente, notou onde estava. Por Merlin, aquele era o quarto...


- Bom dia, amor... – chamou Draco, da porta do banheiro, apenas de toalha, sorrindo para ela. Mas o que diabos?


Melinda olhou para si mesma, ela usava a camisa de Draco e podia ver suas roupas espalhadas pelo quarto dele. Ok, recaída, era isso? Ela tinha dormido com Draco? Mais uma pontada na cabeça?


- O que foi, amor?


- Eu deixei você voltar a me chamar assim?


- Mas o que...? – Draco pensou por um segundo e então entendeu o que estava acontecendo. – Você não se lembra, não é?


- Pelo visto, não. Explique o que eu estou fazendo aqui. – ela cruzou os braços e o encarou.


Draco deu de ombros e foi até seu guarda-roupa pegar algo para se vestir. Melinda o observou fazer aquilo, seguindo cada movimento daqueles músculos dele. Ainda bem que ele estava de costas e não podia vê-la comendo-o com os olhos.


- Bom, depois que nós brigamos você se encheu de absinto e deu um show bastante interessante no poste de dança... Um show e tanto, preciso dizer, com direito a um homem jogando absinto na sua garganta. Um homem que não era eu, é claro, eu fiquei doido, soquei o cara, fui falar contigo, praticamente te obriguei a me ouvir, você leu minha mente, viu que eu não era culpado do incidente com a Astoria...


- Incidente... – repetiu ela. – É assim que é chamado agora?


- Como eu dizia. Você percebeu que não tinha nada o que me perdoar, já que eu não era culpado de porcaria nenhuma, e me deixou te tirar daquela festa. Nós viemos pra cá, não posso ir ao seu quarto, não é mesmo? Aqui nós acabamos fazendo amor e dormimos, até você acordar sem se lembrar de nada e me fazer te explicar tudo. – terminou ele, já com as roupas que queria na mão.


- Por que tenho a impressão de que seu humor foi de ótimo para horrível em cinco segundos?


- Porque ele foi, darling. – respondeu o loiro, começando a se vestir. Melinda não teve o menor pudor em observá-lo fazer aquilo, afinal eles não estavam brigados mais, pelo menos segundo Draco.


- Está irritado porque eu não me lembro de nossa reconciliação. – afirmou ela, jogando-se deitada na cama novamente.


- Não. Na realidade estou feliz por você não ter colocado um ‘suposta’ antes de ‘reconciliação’, mas o que me irrita é que eu devia ter imaginado, dado o estado em que você se encontrava, que isso aconteceria e que nós brigaríamos novamente pela manhã e que você diria que eu me aproveitei do seu estado deplorável para me dar bem etc., etc., etc. – disse ele, terminando de se vestir.


- Eu não disse isso. – afirmou Melinda, voltando a sentar-se na cama. – E nem pensei. Draco, nem mesmo bêbada você conseguiria se ‘aproveitar’ de mim, meu querido, por pior que eu estivesse e eu não aceitaria uma reconciliação a não ser que tivesse um ótimo motivo, por isso não coloquei o ‘suposta’ antes. Por isso e por saber que você não mentiria tão descaradamente para mim.


- Porque você leria minha mente. – completou Draco. – E saberia que era mentira, é claro. Não sou estúpido a esse ponto.


- Você não é nada estúpido e é por isso que deixou a mente aberta, não é? – ela sorriu para ele.


- Você....?


- Se nós fizemos sexo de reconciliação, meu amor, eu precisava me lembrar disso... – ela se arrastou até a beirada da cama, onde ele estava. – São os mais inesquecíveis. Além do que, precisava de uma lembrança do meu showzinho... – ela riu e ele fechou a cara.


- Não tem graça nenhuma. – ele fechou a mão ao redor do pescoço dela, se fazendo de muito forte. – Na verdade, eu ainda não engoli aquilo. 


- Eu estou brincando, só queria lembrar o que me fez te perdoar... E agora eu me sinto exatamente como quando eu soube da outra vez, péssima por não ter confiado em você, por não ter te ouvido... – ela perdeu toda a pose e suspirou, olhando para a cama.


Toda a suposta irritação de Draco caiu por terra e ele se ajoelhou na beirada da cama, levantando o rosto da garota pelo queixo até que ela o olhasse nos olhos novamente.


- Hey, não vamos passar por isso mais uma vez, ok? Nós já pulamos essa parte dramática. – ele segurou o rosto dela pelos dois lados e a beijou rapidamente.


Melinda colocou as mãos sobre as dele e assentiu, sorrindo para o loiro, que subitamente a abraçou forte, quase derrubando a garota da cama. Ela retribuiu o abraço, feliz de não tê-lo perdido.


- Eu achei que nós íamos começar toda aquela briga de novo, já que você não se lembrava... – ele esclareceu o motivo do súbito abraço, afastando-se dela até que pudesse olhá-la nos olhos.


- Eu também... Mas é como você disse, isso passou...


Ele a beijou novamente e se levantou, terminando de se arrumar. Melinda então também foi em direção ao banheiro para tomar banho e parou na porta, olhando para ele por cima do ombro.


- Sabe, Draco... Se você não fosse tão apressado... Poderia ter vindo comigo... – provocou a bruxa, deixando Draco sem resposta. – Uma pena, de fato. – ela fez uma cara dramática que tirou risos do loiro.


- Outras oportunidades virão... – ele fez-se de triste.


- Sim... E... amor?


- Fala.


- Eu também vi na sua mente a parte da promessa... De não deixar que aquela lá se aproximasse tanto assim de você... Sei que não posso impedi-la de chegar perto de você, porque ela vai, mas tudo o que eu quero é que...


- Que eu não a trate como estava tratando. Deixá-la chegar tão perto, se tornar tão íntima, fazer as coisas para ajudá-la? É isso? – perguntou num tom quase divertido.


- Sim, e não tem graça, é serio Draco, eu não vou suportar ver vocês dois amiguinhos de novo e – Melinda não conseguiu terminar a frase.


Draco Malfoy a havia puxado pela cintura subitamente e a calou com um beijo rápido e calmo, que a fez esquecer tudo o que estava pensando e toda a raiva que já se instalava em seu coração apenas de se lembrar que Astoria o havia beijado, se aproximado tanto.


- Não se preocupe, não deixarei a Astoria se aproximar daquela forma nunca mais. Quase te perdi uma vez, não acontecerá uma segunda. – disse o garoto, segurando o rosto dela com as duas mãos. – Agora não se preocupe mais com isso. Vou para o Salão Comunal, nos encontramos lá, ok?


- Ok. – ela concordou e o beijou mais uma vez antes de ir para o banheiro. Ainda tentava esquecer aquele maldito beijo que presenciara e tinha certeza de que demoraria muito para tal.


 


Draco chegou ao salão comunal e logo percebeu que teria problemas mais cedo do que esperava. Astoria veio correndo em sua direção, com os olhos inchados de quem havia chorado provavelmente toda a noite. Ela estava pálida e muito abatida, Draco não podia se importar menos.


- Draco... – ela chamou. – Como a Mel está? Você a tirou de lá ontem e ela estava tão mal, eu juro que não queria...


- É claro que você queria! Não faça a inocente para cima de mim, Astoria, não vai funcionar! Hoje mais cedo enquanto me arrumava eu parei para analisar tudo o que aconteceu e eu te digo: não há nada que você possa fazer para me convencer de que é inocente nisso tudo! Foi tudo minimamente calculado e eu não duvidaria se você mesma tivesse chamado a Melinda naquela hora! – gritou Draco Malfoy para que todo o Salão pudesse ouvir. – Afaste-se de mim, Astoria Greengrass, eu amo a Melinda e já tive problemas o suficiente com ela por sua causa!


- E ela te ama tanto que mal havia brigado com você e já estava se esfregando num poste para que todos os garotos da Sonserina vissem! – Astoria gritou ainda mais alto. – Posso não ser inocente nisso tudo, mas não é como se a vadia da sua namorada não merecesse também! Você não é propriedade dela! Eu tenho todo o direito de me apaixonar por você, de tentar conquistar você!


- Coloque-se no lugar dela, garota! Todas vocês têm ciúme e sentimento de propriedade pelos namorados então não me venha com esse joguinho sujo! E sobre o que a Melinda fez, ela tinha suas razões e, sim, ela queria me ferir porque é como ela é! Vingativa ao extremo e, sinceramente, eu adoro isso nela! E sobre você ter o direito de se apaixonar... Sim, você tem e isso é ruim para você porque eu nunca vou corresponder, Astoria, nunca! Evite mais humilhação para você e desista! Não só humilhação, é claro, mas dor! Porque ela não vai te poupar e eu não vou mexer um dedo sequer para te ajudar! Se for para escolher entre a sua vida e a felicidade dela, você já sabe a minha escolha. – Draco viu as lágrimas brotando nos olhos dela e sentiu-se frio, vazio demais, pois não o comoviam. – Agora eu tenho mais o que fazer, Greengrass, com licença. – e simplesmente saiu do salão comunal, deixando-a sozinha com suas lágrimas e sua humilhação. Todos a olhavam e cochichavam nos cantos.


Astoria virou e viu que Pansy e Daphne lhe observavam e, sem precisar abrir a boca, lhe diziam ‘Eu te avisei’ com o olhar. E elas tinham mesmo. Ela simplesmente passou pelas duas e foi na direção de seu quarto, sem querer falar com ninguém, mas ela viu que tanto Nicky Tonks quanto Gabrielle Ceresier estavam presentes durante aquele show de horrores de Draco. Melinda saberia em menos de cinco minutos e não havia humilhação maior do que aquilo. Ela se trancou em seu quarto e não desejou sair de lá por muito tempo.


Como Astoria imaginara, Nicky Tonks correu para o quarto de Draco Malfoy contar a Melinda. Gabrielle desejava ir, mas tinha sido chamada por Snape e, como a boa aluna que era não podia simplesmente ignorar um chamado do Diretor. 


                Aquele, no entanto, não seria um chamado como todos os outros. Ela sabia que não. Snape não a chamava porque estava com saudades, porque queria tê-la em seus braços, não, não era isso que ele queria. Estava longe de ser. Ele queria conversar, uma conversa que ela não tinha certeza se queria ter.


        Ela passou pela gárgula quase petrificada e bateu na porta dele, que a mandou entrar com a voz fraca. Gabrielle fechou a porta atrás de si e ouviu-a se trancar. Ela olhou para o chão e engoliu seco ao perceber que ele havia silenciado a sala. Mesmo assim, ela decidiu atuar.


        - Professor Snape, diretor, seja o que for que Filch tenha dito sobre mim, peço que o lembre de que sou monitora e que ontem à noite estava em meu turno...


        - Gabrielle, pare com essa bobagem! Você sabe muito bem porque eu te chamei aqui! – ele saiu de trás da mesa e caminhou até ela.


        - Sei? – ela arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. – Porque eu achei que tínhamos dito tudo o que se precisava dizer ontem à noite...


 


Flashback


 


        A festa de Halloween havia acabado e Gabrielle fora direto para os aposentos de Snape. Não seria a primeira vez em que ela os visitava e queria lhe fazer uma surpresa.


        Surpreso, sim, foi o que ele ficou quando ela apareceu na porta. Snape tentava esconder, mas era bastante óbvio que ele estava chateado por alguma coisa que ela não compreendia. Pelo menos não no começo.


        - Feliz Halloween! – disse a garota, assim que fechou a porta do quarto. Ela segurou o rosto de Snape com as duas mãos e o beijou alegremente.


        Ele, que não parecia nem de longe tão feliz quanto ela, correspondeu de forma inesperada, incondizente com a forma que ela o beijara. Severus a segurou fortemente pelos cabelos e pela cintura, beijando-a com forte intensidade e de uma forma que beirava a raiva. Era como se tivesse necessidade de tê-la, mas não por saudade ou nada do tipo, mas por algo que o enraivecia. Mas o que diabos?


        Snape não disse absolutamente nada, ele simplesmente a pegou no colo e a levou até a cama. Gabrielle não sabia se queria realmente saber o que se passava com ele, era por isso que ela simplesmente aproveitava as carícias dele pois eram um pouco raras e complicadas oportunidades como aquela sendo ele agora diretor de Hogwarts.


        Quando ela viu, ele já estava com a mão dentro de sua saia, tocando suas coxas da mesma forma esquisita que a beijava. Ele geralmente era cuidadoso e carinhoso, ali ele era apenas um homem excitado querendo sexo. Era como se não fosse ela, se não houvesse entre eles mais nada do que aquilo. Ele nunca havia a tratado daquele jeito.


        Mas, como se pudesse ler os pensamentos dela, ele parou de beijá-la e a olhou nos olhos. Gabrielle estava visivelmente confusa e ele parecia envergonhado. Ele ajoelhou-se na cama e levou as mãos ao rosto.


        - Eu não posso fazer isso com você. Não é justo. – ele se levantou e se afastou dela.


        - Do que você está falando? – ela sentou-se. – Fazer o que comigo? Severus, pelo amor de Merlin, você estava esquisito e tudo o mais, não vou dizer que estava sendo agradável você sendo tão frio, mas... Não precisa ser tão dramático. Se não está no clima, é só falar. 


        - Não é essa a questão, Gabrielle! O problema é exatamente o fato de eu estar no clima, mas simplesmente não dá, eu não posso te usar pra esquecer os meus problemas! – ele se sentou numa poltrona. – Não posso te usar como válvula de escape para os meus sofrimentos! Eu preciso ficar sozinho, pelo menos hoje, ou eu vou acabar te machucando.


        A realidade caiu como uma pedra na cabeça de Gabrielle Ceresier. Bellatrix Lestrange dissera que ele fora apaixonado no passado por alguém, mas que ninguém considerava importante. Bem, era importante, ela sabia que era. Agora sabia. Esse era o ‘problema’ dele, o ‘sofrimento’ dele.


        - Está pensando nela... No seu amor do passado, eu sei que teve alguém e eu sei que está pensando nela! – ela se levantou, alterada. – É disso que você está falando! Que não é justo transar comigo pensando nela! Não é? Quantas vezes? Quantas vezes você fez isso antes de se sentir culpado?


        - Gabrielle... – ele se aproximou dela.


        - Você já respondeu. – ela saiu do quarto como um raio, deixando-o falando sozinho, e correu para o seu.


        Ela nem viu como fez o caminho até seu quarto, mas quando ela chegou tudo o que quis foi se jogar na cama, chorar e amaldiçoar a ambos. A ele e a quem quer que fosse a vagabunda.


 


Fim do Flashback


 


        - Não, Gabrielle, você disse tudo! Tudo o que a sua imaginação fértil te fez acreditar! – retrucou o professor, aproximando-se com cuidado dela. – Ou pelo menos uma parte das coisas que você disse.


        - Então você não nega, certo? Que estava pensando nela...


        - Não. Eu estava sim, e foi exatamente por isso que eu parei. Porque eu nunca fiz e nunca faria isso com você! – ele a segurou pelos ombros e viu os olhos dela se encherem de lágrimas.


        - Se você não a esqueceu... O que está fazendo comigo e não com ela?


        Snape foi pego mais uma vez de surpresa por ela. Ela não sabia quem era o antigo amor dele e ele agradecia por isso. Mas, Gabrielle merecia pelo menos meia verdade.


        - Porque eu nunca estive com ela, Gabrielle, sempre foi impossível e... E ela está morta agora. Há anos. Por isso eu estava tão perturbado ontem...


        - Porque era o aniversário de morte dela. – completou a loira, ainda magoada. – Engraçado que é bem no feriado mais importante dos bruxos! Quer dizer que sempre que eu estiver festejando vou ter que suportar o fantasma dela no meio de nós dois?


        - Não! E é por isso que eu te chamei aqui! Ela foi meu grande amor e minha amiga, também, Gabrielle, eu preciso que entenda que eu nunca vou deixar de me entristecer com a morte dela... Mas...


        - Mas...?


        - Eu preciso sair desse eterno luto que dura décadas.  – disse, como se aquilo fosse a coisa mais difícil de dizer da história. – Eu me agarrei a esse luto como forma de vida e não posso mais. Não será fácil, é claro, fazer parar de doer.


        - Porque ela foi o amor da sua vida. – uma lágrima escorreu pelo rosto de Gabrielle e depois dessa outras seguiram o mesmo caminho.


        Snape assentiu e ela chorou mais. Ele acabou com a distancia entre eles e a abraçou. As lágrimas dela manchavam sua roupa e ela socava seu peito. Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e o trouxe para mais perto do seu.


        - Por favor, Gabrielle, eu preciso que você me perdoe por te fazer sofrer assim, mas você precisava saber... Eu gosto demais de você para te enganar...


        - Gosta... – repetiu ela, com desgosto. Snape tirou uma mecha do cabelo dela de seu rosto e colocou-a atrás da orelha.


        - Eu te amo demais para te enganar.


        Gabrielle ficou sem ar quando ele disse aquilo. Mas havia uma partezinha dela que acreditava que ele só queria fazê-la parar de chorar.


        - Mas nunca vai me amar como a ama. E isso é uma merda, porque como diabos eu vou competir com o fantasma de alguém?


        - Não diga isso, Gabrielle! E você não tem que competir com ela, porque... Quer saber? Ela nunca me amou! Nunca tive sequer esperanças com ela! Por favor, não me deixe agora por isso! Não posso perder você também!


        Ele parecia tão frágil, tão machucado por aquilo tudo, ela nunca poderia deixá-lo de qualquer forma, estava além de sua capacidade. Ela agarrou-se às vestes dele e tentou parar de chorar. Era doloroso demais para ela, mas mal podia imaginar como seria para ele.


        - Eu mereço ser feliz, nós merecemos! Mas eu não posso fazer isso sozinho... Eu preciso de você... E você não tem idéia do quão difícil é dizer tudo isso! Por Merlin, Gabrielle, que droga, diz alguma coisa!


        Gabrielle queria dizer alguma coisa, mas não conseguia, ela tocou o rosto dele e apenas fez um sinal com a cabeça. Ela não tinha palavras para usar, mas... Podia tentar mostrar para ele o que achava daquilo. A loira enlaçou os dedos nos cabelos do professor e puxou-o para si, beijando-o. Ele podia sentir no beijo que ela sofria, sim, mas sabia que ela não o abandonaria. Eles partiram o beijo e ele a abraçou.


        - Eu te amo demais para te deixar sofrendo assim... – ela disse contra o pescoço dele, finalmente conseguindo falar alguma coisa. – Eu vou te ajudar a esquecer , a superar... Eu prometo. – foi a vez de Snape não responder. Ele a apertou mais contra si e afundou o rosto nos cabelos loiros dela. – Só preciso que você me deixe fazer isso.


        Ele concordou e beijou a testa dela, que ainda tinha os olhos marejados.


 


 


Mansão Slytherin – Alguns dias depois


 


         Novamente, Voldemort estava se preparando para viajar. Bellatrix já estava acostumada com essas viagens, mas ele ultimamente estava passando horas grudado nos malditos livros e ela estava perdendo a paciência. Eles quase nunca se viam, desde o Halloween, e ela simplesmente não agüentava mais vê-lo enfiado naquela maldita biblioteca.


        Então ela decidiu agir, ela queria o seu Lorde de volta para ela. Queria tê-lo junto de si mais uma vez, sentir o cheiro e o toque dele. E não era uma pesquisa maldita que ia impedi-la.


        Bellatrix foi até a biblioteca e encontrou um maldito elfo na porta. O ser disse que o Lorde das Trevas desejava ficar sozinho, desnecessário dizer que ela simplesmente ignorou o aviso do elfo.


        Quando ela abriu a porta, o elfo disparou na frente, gritando para o Lorde das Trevas que não era sua culpa, que a Lady tinha insistido e ele não pôde fazer nada contra ela. Voldemort levantou os olhos, amaldiçoando e viu-a entrar logo atrás do elfo, não parecendo nada feliz.


        - Deixe-nos a sós, elfo! Agora. – ordenou Bellatrix e o elfo deu uma olhada para Voldemort. – Eu sou tão sua dona quanto ele, ser desprezível, agora saia da minha frente imediatamente se não quiser sua cabeça pendurada na sala!  


        O elfo doméstico não ouviu mais nada e saiu dali, reverenciando os dois. Ele morria de medo de Bellatrix, talvez até mais do que do próprio Voldemort. Ela era perigosa, porque se estressava muito fácil, muito mais fácil do que ele.


        - Você pode me explicar o que diabos significa isso? Eu disse que não desejava ser incomodado. – ele voltou a olhar pros livros e não parecia exatamente irritado com ela, na verdade estava mais interessado em continuar o que fazia do que em castigá-la ou algo do estilo.


        - Vim ver se ainda estava vivo. – ela cruzou os braços na frente do corpo e ele a olhou pelo canto do olho. – Quer dizer, moramos na mesma casa e só nos vemos à noite, isso nos raros dias em que volta para o quarto antes que eu durma. O que diabos significa isso? Eu que pergunto.


        Voldemort largou o livro que estudava e virou-se de frente para ela, realmente estava sendo bastante displicente com ela ultimamente, mas ela precisava entender que haviam assuntos urgentes que ele precisava tratar, mais importantes e urgentes do que eles.          


                - Bella... Você sabe muito bem que eu estou ocupado.


        - Sim, eu sei. – ela respondeu, parecendo entediada, e então tirou a capa de viagem. – Eu só vim conferir se você não havia definhado nesses livros... Não estou realmente reclamando, sabe?


                Mas ele simplesmente não havia escutado nada que ela tinha dito após tirar a capa de viagem. Por baixo, ela estava com um vestido de cetim negro que era tão fino que dava a impressão que ele podia ver através do tecido. Ele não somente marcava todas as formas dela, como também era provido de um decote de uma fenda bastante generosos. Filha de uma... Ela estava tentando seduzi-lo e, depois de ficar tanto tempo só com os livros como companhia, ele duvidava que ela tivesse muito trabalho.


        - Agora você viu que eu estou perfeitamente inteiro e vivo... Já pode ir fazer seja lá o que você precise fazer... – ele queria que ela saísse logo daqui.


        - Está me expulsando? – ela arqueou a sobrancelha e sentou-se na escrivaninha dele, deixando a fenda escorrer bastante ao cruzar as pernas.


        Voldemort quase sucumbiu ao ímpeto de afrouxar a gravata, mas ele era mais forte do que aquilo, mais forte do que ela e todos os encantos femininos dela. Ou pelo menos ele esperava ser, tinha coisas a fazer antes de viajar.


        - Será que eu não tenho o direito nem de te observar? – ela tocou a perna dele com a ponta do sapato de salto. – Sinto saudades, sabia? Só ficar perto já ajuda um pouco... Claro que não é a mesma coisa, de você me tocando, dos seus beijos... – ela movimentou mais o pé e viu-o fechar os olhos por um momento.


        - Bella, não se comporte como se fosse a única perdendo nisso...


        - O que quer dizer? Que também sente saudade? – ela mordeu os lábios e soltou os cabelos.


        - Bellatrix, é a última vez que eu te aviso: Estou ocupado demais... Pesquisando.. – ela movimentou novamente o pé só que desta vez subindo até a coxa dele


– Já entendi! Não sou surda, muito menos burra... Teimosa talvez seja um bom adjetivo para mim...


Bellatrix retirou o sapato, subindo cada vez mais o pé até chegar ao limite da virilha dele.


O Lorde sentiu um arrepio correndo pelo corpo, aquela mulher estava perdendo cada vez mais a noção do perigo e o pior é que ele gostava, era muito mais prazeroso quando tinha que colocá-la no seu devido lugar na hierarquia daquela casa.


- My lord...- sussurrou com voz rouca, passando a mão na alça do vestido deixando que essa caísse deslizando pelo ombro, deixando um leve rastro vermelho com as unhas. Queria que ele largasse aqueles livros a todo custo. Mudou a direção do pé, em vez de acariciá-lo empurrou lentamente cadeira para mais distante da escrivaninha, ele não fez nenhuma objeção.


Desceu dali, afastando as pernas no homem e sentando-se no colo dele.


- Prefere morrer sufocado que dar o braço a torcer, não é mesmo meu amor? - Afrouxou a gravata do lorde.


Voldemort estava com os olhos fechados, se concentrando em não descontrolar a respiração principalmente ao falar:


- Já te passou pela cabeça... - ele segurou a mão dela em sua gravata. - Que se eu não te procurei é porque eu tinha coisas mais importantes a fazer?


- Tinha... Verbo no passado – falou quase em um sibilar como se fosse uma serpente. Uma mão dela penetrou o cabelo dele pela nuca, deixando a unha passar, os lábios dela foram em direção ao pescoço dele, distribuindo beijos demorados, alternando com leves mordidas, enquanto roçava o corpo no dele, a outra mão estava explorando áreas mais rígidas por dentro da calça


Voldemort, no entanto, permaneceu impassível. Ainda de olhos fechados, ele conseguia controlar sua respiração. Bellatrix já estava ficando seriamente irritada com aquilo, mas ele nem ligava.


- Bella, tenha dignidade e pare com isso por Merlin, eu não estou afim. - era mentira, ele estava louco para jogá-la em cima daquela escrivaninha, ali mesmo, mas não podia ceder. Pelo menos não sem lutar, ele tinha coisas importantes para fazer, mas ele estava com Bellatrix Lestrange montada nele, masturbando-o por dentro da calça e louca para que ele a possuísse. Ela estava literalmente se esfregando nele e só ele mesmo para conseguir resistir.


 - Você pode negar, pode até controlar a sua respiração, mas tem uma coisa que te denuncia e que por acaso estou tocando...E isso sim determina o que realmente quer, a resposta: Possuir-me. – passou a ponta da unha na glande do pênis dele – Só está pensando em como me punir, por eu ter sido tão direta e esperando o momento certo para fazê-lo...Para não parecer que cedeu a um capricho meu... Se te conforta saber, isso é apenas um desejo seu que essa humilde serva faria de tudo para tornar realidade...- puxou um pouco o cabelo dele ao terminar de falar - Porque nós dois sabemos que você quer muito mais do que eu... - ela aproximou a boca da dele. - E nós sabemos que não consegue resistir muito mais a mim... Porque faz um tempo...


- Bellatrix. - ele chamou o nome dela em tom de ameaça, mas um tom que ela simplesmente ignorou. 


- Quantas vezes você se pegou à noite, aqui sozinho, imaginando que eu estava no quarto ao lado? Dormindo naquela cama imensa? Que você poderia estar comigo lá, na nossa cama.  Ou no meio de alguma tarde... Você imaginou que eu estaria no banho... Com a água escorrendo pelo meu corpo... E que você poderia enxugá-la...


Mulher maldita. Ela estava conseguindo desconcentrá-lo, excitá-lo ainda mais. A voz rouca que ela usava arrepiava até o último fio de seu cabelo e o pior é que ela estava certa, seu autocontrole estava indo embora. Ele tinha pena dela quando esse autocontrole acabasse, porque ele acabaria com ela. E isso ele jurava.


- Eu vou te avisar pela ultima vez. Eu preciso terminar o que eu estou fazendo... E você está começando a me atrapalhar e, se me atrapalhar de verdade, vai pagar caro pela teimosia.


- Estou disposta a pagar o preço que for, e com juros... Não tem coisa pior para uma mulher como eu, mal acostumada como fui por você, do que ficar sozinha por todo esse tempo... É maldade demais...My lord - deu um leve gemino ao pé do ouvido dele como se ele já estivesse tocando-a.


Parou um pouco de masturbá-lo, descendo o zíper, abrindo o cinto e abaixando a cueca dele, para poder realizar melhor os movimentos, fechando a mão levemente em torno do pênis dele, subindo e descendo a mão. A expressão fácil dela ao olhá-lo era como se ele realmente estivesse dentro nela e é claro com direito a sonoplastia.


Voldemort, se fosse honesto, diria que já tinha sucumbido a ela há vários minutos, mas ele não era. O que ele admitiria é que sucumbiu naquele momento, quando não agüentava mais vê-la no estado em que estava, louca de paixão, sedenta das carícias dele, e deixá-la de lado. A pesquisa que esperasse.


- Eu espero que esteja mesmo disposta a pagar, querida, porque será muito caro. - Ele a puxou com força pelos cabelos, arrebatando-a num beijo avassalador, o beijo que ele havia guardado por todos aqueles dias. Ela devia estar o enlouquecendo, só podia. Ela queria estar nos braços dele? Ótimo, ela estaria, mas seria do jeito dele. E depois daqueles dias todos, o jeito dele seria muito sedento, intenso. Não que ele imaginasse que ela ia reclamar, pelo contrário.


As línguas travavam uma batalha para ver quem estava sentindo mais desejo de possuir o outro, a disputa estava se equiparando quando Bellatrix foi diminuindo o ritmo, já havia conseguido concluir a primeira parte do plano: conseguir a atenção dele. A segunda parte era seria posta em prática agora, mordeu o lábio inferior dele finalizando o beijo, parado automaticamente com tudo o que estava fazendo, ele arqueou a sobrancelha.


-O que... - a bruxa colocou o dedo indicador sobre o lábio dele fazendo com que se calasse.


- Aqui não – falou quase que em protesto – No nosso quarto, afinal eu vim para tirá-lo dessa biblioteca.


Voldemort ficou abismado com o que ela havia acabado de fazer. Ela simplesmente parara tudo por causa de um capricho e, por mais insuportável que fosse, era a cara de Bellatrix. Ele fechou sua calça e levou ainda alguns segundos para se levantar e ir atrás dela. Segundos de recomposição, porque agora ela teria todo o trabalho de excitá-lo novamente. Problema dela. Quando ele chegou ao quarto, no entanto, sentiu que ela não teria muito problema para conseguir.


A bruxa estava deitada na cama deles, sua imagem envolta pela transparência dos lenços negros que circundavam a cama, apoiada nos cotovelos. Uma das pernas dela estava suavemente dobrada, forçando o salto contra o colchão e exibindo a coxa perfeita pela fenda. As alças do vestido estavam caídas, revelando ainda mais o decote. Os cabelos estavam levemente bagunçados, numa forma sensual que lembrava o estado em que eles ficavam após o sexo.


Bellatrix tinha os lábios entreabertos e respirava fortemente, como se estivesse incendiada em antecipação. Os olhos dela o despiam e pediam por ele, o quarto inteiro estava impregnado com o perfume dela, irresistível para ele. Então ele via que tudo fora cuidadosamente planejado, até a forma como as cortinas estavam fechadas, a força das lâmpadas, e o perfume, é claro, que fora jogado no ar e mantido por magia. Ela estava preparando tudo para terminar de seduzi-lo e não precisava nem de metade daquilo, ele devia admitir que nem que quisesse resistiria a ela. Mas, ele brincaria mais.


- Você teve todo o trabalho de me seduzir pra me deixa lá sozinho? Qualquer excitação vai embora, querida. E devo dizer que você terá mais trabalho ainda agora. - a maior mentira na noite, seu membro já reclamava da prisão que eram as calças e ele logo não conseguiria camuflar mais aquilo com a calça negra.


- Que milorde perdoe-me, mas o conheço tempo o suficiente para dizer que esta mentindo sem nem ao menos chegar perto. – se ele havia contado a maior mentira, o blefe da noite era dela, sendo ele imprevisível com os sentimentos e autocontrole. Era bem possível, mesmo que com uma chance mínima dela estar enganada, mas só havia uma maneira de averiguar.


Um sorriso de lado com um ar enigmático surgiu nos lábios da bruxa, apontou para ele, logo em seguida fazendo sinal para que ele se aproximasse utilizando o dedo indicador. Não somente o gesto explicito como um todo, mas pedia com o olhar inundado de volúpia que o lorde chegasse mais para perto.


- Vem... – falou de modo leve, para que não soasse como uma ordem. Dava para ver o bico rígido dos seios, na leve protuberância que a roupa deixava transparecer, não fazia a menor questão de esconder que estava excitada e que desejava o corpo dele completando-a.


Voldemort riu de canto, ela de fato o conhecia mais do que era possível. Certamente de longe ela podia saber o quão duro ele já estava dentro das calças, ou apenas pela forma como ele a olhava, como corria seu corpo com os olhos, enlouquecido pela visão do paraíso que tinha. Aquela mulher nem tinha sangue de veela e era assim, imagina se ela tivesse, ele estaria condenado. Andou com calma até ela, ainda com vontade de provocar.


- É mesmo? Porque toda a preparação desse quarto me diz de longe que você não tinha certeza que conseguiria me seduzir somente na biblioteca... E só a possibilidade te enlouquecia, não é? Porque você está louca para que eu te possua da forma mais intensa possível... Que eu entre em você e saia com força, firmeza, como você gosta, porque você não consegue se satisfazer sozinha e daria tudo por um orgasmo... Pequeno que fosse. Seu corpo denuncia. Quanto a mim, sabe que agüento muito mais tempo de solidão do que você. - só ele sabia o quanto aquilo o estava matando. - Eu não vou até aí, Bella, a não ser que você venha me buscar. - fora a vez dele de provocar.


A bruxa se levantou tão rápido que quase ficou tonta, mais ligeira foi a aproximação dos corpos. Quando ele deu conta, a mulher já estava com o corpo junto ao dele. Com uma expressão sapeca no rosto, não o puxou para perto de si pela gravata, mas pelo cinto. A mordida no lábio inferior emendou em um verdadeiro sorriso estilo Bellatrix, aquele capaz de convencer o mais inflexível dos homens a seguir suas vontades.


E com aquela face moldada no pecado, foi dando passou para trás trazendo-o consigo até a cama. Quando sentiu o colchão encostando-se à parte traseira de suas pernas, inverteu as posições com ele rapidamente, fazendo com ele se sentasse na cama.


Bellatrix deu dois passos para trás, levou as mãos até os ombros retirando as alças do vestido, deixando que esse escorregasse por toda a extensão de sua pele aveluda até o chão, ficando apenas com os sapatos e a calcinha, voltando a se aproximar lentamente e se colocando sentada em cima do Lorde, as pernas dele entre as suas.


O rosto dele ficou na altura dos seios, a mão esquerda dela pousou na nuca de Voldemort, mas não ficou muito ali, indo se embrenhar nos cabelos, puxando-o com delicadeza, obrigando que ele olhasse em seu rosto, triunfante.


- Busquei. E agora, o que você vai fazer? - perguntou, levantando a sobrancelha, aumentando o nível de luxúria naquela expressão expressivamente.


Voldemort foi pego de surpresa pela rapidez com que ela havia feito tudo aquilo, ele esperava que ela resistisse um pouco, tivesse orgulho demais para tal, mas... Parecia que ela estava necessitada mesmo, realmente desejosa dele, porque deixou todo o orgulho de lado e ali estava, montada nele, seminua, com o peito arfando e ainda o provocava.


- Já que você se empenha tanto, passa até por cima do seu orgulho... - ele passou a mão por entre os seios dela até chegar à nuca da mulher, onde pressionou sem força. - Eu não posso te negar nada. - Não que ele tivesse tomado aquela decisão há pouco tempo, ela já o havia seduzido há muito.


Ele puxou os cabelos da nuca dela, fazendo-a arquear não somente a cabeça, mas parte do tronco, deixando seus seios ainda mais acessíveis a ele. O Lorde das Trevas enterrou a cabeça entre eles sem delongas, beijando o vão entre eles primeiro e depois passando para o esquerdo, indo direto ao mamilo e colocando-o inteiro na boca. Tomou o outro seio na mão, apertando o mamilo entre seus dedos, sentindo que estava tão rígido que devia até doer nela, mas... Ele só se importaria com qualquer tipo de dor causada a ela se soubesse que ela odiava e Bellatrix era o tipo de mulher que detestava tudo na cama, menos dor.


Não conteve o gemino, era visível o arrepio causado em seu corpo pelo simples toque espontâneo de Voldemort em seu corpo:


- Quem precisa de orgulho quando tem o prazer de tê-lo na cama...- Puxou-o pelos cabelos e dobrou os joelhos chegando a sentar na perna dele, só para beijá-lo de forma intensa e provocante, enquanto sentia os dedos do Lorde ainda brincando com seu mamilo.


Sugava a língua dele com uma vontade ainda moderada, terminando aquele breve beijo puxando um pouco o lábio inferior dele com o dente enquanto retornava a posição anterior. Podia sentir que estava toda úmida, não só isso como o cheiro do próprio sexo começava a exalar de ambos os corpos.


O Lorde das Trevas mal deixou que ela retornasse à posição anterior e a jogou na cama, deitando-se por cima, para voltar a se concentrar nos seios dela. Ele adorava aquela parte do corpo de Bellatrix, que nem o tempo nem Azkaban haviam sido capazes de macular. Vendo-a embaixo de si, ele sempre percebia o quão linda aquela mulher era. E era sua. Mudou a boca para o seio direito dela, ouvindo-a gemer numa música encantadora de prazer.


A atmosfera do quarto já cheirava a sexo, gritava sexo, os envolvia naquele clima e eles mal haviam começado. Acariciou com a mão o seio esquerdo por apenas alguns segundos antes de descer a mão pelo corpo da Lady das Trevas, até o fino pano da calcinha, tão úmido que fez seu pênis pulsar com força na calça. Em sua boca, ele tinha o gosto da pele dela e em seus dedos o calor daquele corpo em seu máximo nível, agora não conseguia se lembrar como fora capaz de ficar naquela biblioteca sozinho tanto tempo.


Bellatrix abriu os braços cravando as unhas nos lençóis da cama, mexeu o corpo lentamente contra a mão dele que estava sobre sua calcinha, induzindo os dedos dele a fazer carícias mais profundas. Os olhos dela estavam eclipsados, os lábios entreabertos deixando gemidos descompassados escapar entre suspiros alternados.


- Por que não retira logo essa maldita...-ia completar com ‘calcinha’, só que as palavras estavam começando a faltar, tinha certeza que sem aquela vestimenta ali poderia sentir com mais intensidade o contraste dos dedos frios dele com sua intimidade quente - Por favor tire-a . Eu lhe peço... – sussurrou, com os olhos quase fechados.


Voldemort levantou o rosto para falar diretamente com ela. Ele tinha um brilho sádico nos olhos vermelhos. Pressionou os dedos ainda mais contra a calcinha encharcada dela e sorriu de canto ao som do gemido agudo que ela deu.


- Ansiosa, minha cara? Mas eu tenho uma dúvida: Você pede...? E se eu quiser que você implore, Bella? - disse com o rosto próximo do dela, seu hálito pegando nos lábios inchados dela. - Você vai implorar? - ele tirou a mão de lá e deitou-se completamente por cima dela, forçando sua ereção contra a intimidade dela. Fuck, ela gemeu alto demais, deixando-o louco, mas a tortura era melhor. - E agora? - ele forçou seu corpo contra o dela mais uma vez, e continuou, como se a estivesse penetrando por cima da roupa. - Quer que eu me livre dessas roupas malditas? - ele beijou o pescoço dela, chegando à orelha. - Quer-me sentir inteiro dentro de você? Vai ter que fazer mais do que pedir, querida.


Podia jurar que os olhos dela deram uma leve revirada com toda aquela excitação, fazer sexo de roupa era bom por ser provocante, mas sem elas eram muito melhor e mais intenso.


Voldemort sem duvidas eram um crápula, na atual conjuntura pensar já era difícil e falar então era quase impossível. E ele sabia disso! Por esse motivo queria que ela falasse. Ela tentou juntar toda a concentração que ainda existia dentro daquele corpo inundado pela volúpia:


- Quero...- suspirou. Bellatrix cruzou as pernas em volta do quadril dele, trazendo-o mais para perto. Um das mãos, antes parada no lençol mudou o rumo indo para os cabelos dele, afagando-os, de uma maneira contraditória ao resto dos corpos, com um carinho pautado em meio ao gesto. - Eu lhe imploro... - era o pedido de uma amante.


Voldemort chupou o lóbulo da orelha dela entre seus dentes e refez o caminho de sua mão pelo corpo dela, lentamente, tocando todos os centímetros possíveis de pele exposta no caminho desde o pescoço dela até seu baixo ventre. Ela gemia baixo próximo a seu ouvido e ele se deliciava beijando e mordiscando a pele do pescoço até a clavícula de Bellatrix, ele adorava tudo naquela mulher, o cheiro, o gosto, a suavidade da pele, os gemidos, e a visão que ela era: perfeição. Ela atiçava todos os seus sentidos e era por isso que o enlouquecia tanto. Ao chegar à calcinha, ele ainda enrolou um pouco, acariciando a região tão sensível, e enfiou a mão por dentro do tecido, brincando um pouco com ela, para só então puxar o maldito pano e tirá-lo dela, puxando-o pelas pernas da bruxa.


Ela seu um suspiro aliviado, ajudando a retirar a peça de roupa, aproveitando para retirar os sapatos. Estar totalmente nua e bem abaixo daquele homem era um dos lugares em que queria estar todas as vezes que tivesse a oportunidade.


- Sua vez de tirar as...-deu um gemendo, se concentrou para completar - Roupas...my love - o tom provocante tornou a se apoderar da voz dela.


Arranhava as costas dele, forçando as unhas sobre a roupa, desejava vê-lo sem aquelas vestes, queria que ele a tomasse de uma vez. Não se deve provocar uma mulher que já esta alguns dias sem contado sexual por tanto tempo assim, pode ser perigoso. Ela sabia que ele não ligava a mínima


- Com todo o prazer, já que foi tão obediente. - ele se afastou dela e se ajoelhou na cama, ouvindo um gemido de reprovação vindo de Bellatrix. Ele riu de canto. - Calma, querida, eu não vou te deixar sozinha por muito tempo mais. Promessa. - ele soltou a casaca pelos ombros e arrancou a gravata. Começou a abrir os botões da blusa. - Quer me ajudar? Quem sabe eu não vou mais rápido? - provocou, abrindo os botões lentamente e olhando-a fundo nos olhos. Ele disfarçava bem, mas os olhos não mentiam, e os dele estavam nublados, turvos de luxúria e ela podia ver. Claro que ela não estava em nenhum estado muito melhor


Bellatrix não esperou completar um minuto, indo de modo ligeiro até a ele ficando igualmente de joelhos, as mãos experientes dela já haviam aberto o cinto e abaixado o zíper da calça e ele ainda estava provocando-a retirando aqueles malditos botões da blusa. Mas não seria por muito tempo, já que decidiu ajudá-lo com aquela tarefa difícil. Deixando marcas de unha naquele peitoral e abdômen, graças à afobação.


Terminou de retirar a camisa dele, voltando para a parte inferior para terminar de tira a calça, que só por está mais folgada era um alivio para ele afinal, meu membro já estava gritando por liberdade.


Quando a calça foi finalmente retirada, colocou as mãos nos ombros dele induzindo-o a mudar de lugar com ela e deitar em meio aos travesseiros.


A bruxa debruçou o seu corpo sobre o de seu lorde, levando os lábios até a orelha dele e sussurrou pecaminosa:


- Por que deveria retirar a sua cueca assim tão rapidamente? Se me fez implorar para que tirasse a minha calcinha...


Se tinha uma coisa que sempre surpreendia a Voldemort era a rapidez e a destreza de Bellatrix. Ela era tão rápida que chegava a ser excitante ver toda aquela urgência por sexo.


As unhas dela arranhando a pele dele causaram uma onda de calor que se espalhou por todo o corpo do Lorde, que quase gemeu com o contato, sentira falta do toque de Bellatrix, mesmo que o tivesse tido há pouco na biblioteca.


E quando ela o jogou na cama e deitou-se por cima de si completamente nua, ele sentiu como se fosse ter um orgasmo só com aquilo se não se segurasse. Ela estava certa, ficar todos aqueles dias sem sexo não era saudável para nenhum dos dois, mas Bellatrix estava começando a ficar atrevida de novo.


- Bella... - ele sussurrou, afagando os cabelos e apertando uma das nádegas da bruxa. - Você não acha mesmo que vai me fazer implorar, não é? Não pode ser tão tola... - ele acariciou a nádega dela com delicadeza até chegar à coxa.


- Não custava tentar... Mesmo já sabendo que não faria isso sendo quem és - ela deu uma leve risada e o beijou. A boca era o ponto inicial da trilha de beijo de foi seguindo em diante, passando pelo pescoço, tórax, abdômen, o contado dos lábios quentes dela com aquela pele fria, podia ver o arrepio que aquilo causava nele. Até os grandes bruxos têm seus pontos fracos quando o assunto é sexo, no caso dele os lábios dela estavam quase chegando lá.


Olhou para ele quando chegou naquela região em especifico e começou a beijar seu membro, não tendo um contado mais direto graças à cueca.


- E agora que os papeis se inverteram, o que acha de estar vestindo uma peça de roupa que me impede se chupá-lo...- uma das mãos dela estava parada na barriga dele, tamborilando com os dedos. - É terrível a sensação de querer algo mais intenso e não poder ter de imediato ...- ela passou a ponta da língua no local onde sabia que se localizava a glande, logo em seguida umedecendo os lábios, sem tirar os olhos da face de seu lorde.


Os lábios dela eram tão macios e quentes que o deixavam completamente sem ar, ainda mais naquele caminho perigoso que ela fazia. Voldemort tinha autocontrole, mas até o dele tinha limites. Ele continuou com a mão nos cabelos dela, afagando-os por todo o caminho. Aqueles cabelos só eram uma parte da peça que ela era, macios, sedosos, sensuais. O tom de provocação ainda permeava os lábios dela.


- Pode tentar o quanto quiser que eu não vou implorar, ainda bem que sabe. - ele se apoio num cotovelo e a olhou, segurando-se para não revirar os olhos e gemer de prazer mesmo com a cueca entre eles. - Agora... Sobre a peça de roupa, eu consigo ver a sua boca umedecer daqui, você saliva só de pensar em tirar essa cueca e me colocar inteiro na boca, não é? Você é safada o bastante para admitir isso, vamos... Admita para si mesmo e pare de se limitar, porque sabe que não está apenas me torturando, está te fazendo passar vontade também.  - ele piscou e levantou o quadril mais ainda na direção dela, com a sobrancelha arqueada e um sorriso malicioso de canto.


A bruxa deu mais um leve beijo naquela região subindo um pouco, começou a tirar a cueca dele com a boca e terminou com as mãos, finalmente libertando-o. Olhou novamente para ele dando um sorriso igualmente malicioso.


Sua língua passou desde o fim até a ponta pênis dele, brincando um pouco com a glande, uma das mãos dela fechou-se em volta da base do membro. Ela encostava os lábios e tirava em um movimento repetitivo, dando a entender que o chuparia na hora que bem entendesse. Era tão bom ver o rosto dele se contorcendo todas as vezes que pensava que ela iria começar.


Voldemort custava para conseguir se conter ao toque magistral da boca dela, ainda mais porque ela não queria parar de brincar com ele. Maldita. Era vingança, ele sabia, não iria implorar, mas não a impedir de torturar. Ele tentava guiá-la pelo cabelo, mas parecia que ela não obedeceria mesmo assim. Ele sabia que a boca dela era uma prévia do nirvana, perdendo apenas para o corpo dela completo, que era o paraíso em si. Ele se derretia quando ela o tocava com os lábios, mas não podia demonstrar aquilo, pelo menos não com palavras. Mas ele a olhou com tanta vontade contida naqueles olhos que ela entenderia: Ele não estava implorando, mas pedia com o olhar. E era por favor.


Para ela aquilo bastou para que começasse a chupá-lo com vontade, colocando-o inteiro dentro de sua boca, massageando seu pênis com a língua e tomando cuidado para não arranhá-lo com os dentes. Essa noite havia conseguido uma conquista que era retirá-lo daquela biblioteca e aquele olhar serviu para coroar, sabia não iria conseguir mais do que aquilo, talvez um dia em que não estivesse com tanta vontade de tê-lo pudesse tentar, mas não hoje, haviam chegado ao limite da cota de provocações.


Tirou e recolocou o membro dele três vezes e quando seus lábios se aproximaram novamente era apenas para sugar a cabeça exposta do pênis, enquanto sua mão antes parada na base agora subia e descia.


Sentir-se inteiro na boca dela era demais para que ele conseguisse se conter, o Lorde soltou um gemido longo, rouco e baixo, segurando os cabelos dela com mais força. Ele apoiou a mão na cama e apertou o lençol com mais força a cada vez que ela colocava e tirava a boca dele. Os gemidos também se tornavam mais audíveis a cada momento, ainda que baixos, e ele nunca tirava os olhos dos dela, talvez por isso a cena fosse tão excitante. Ele podia ver nos olhos dela o quanto ela estava gostando de fazer aquilo, o quanto ela também sentia prazer.


- Bella... - em um momento, ele soltou o nome dela por entre os lábios, quase com sofreguidão e como sempre chegando à conclusão de que ficava muito aberto e entregue na cama com ela e como sempre pouco se importando. Ninguém fora os dois sabia o que acontecia naquele quarto e Bellatrix era leal o bastante para merecer aquele tipo de abertura da parte dele.


Aumentou a velocidade das caricias, aquilo realmente estava ficando interessante para ela, estava ganhando de goleada, tornou a colocar tudo na boca e retirar da boca. Dando uma pausa com os lábios, que agora emolduravam um sorriso, suas mãos trabalhavam em masturbá-lo com mais intensidade e vontade. Brincava com a ponta da unha na cabeça da glande, era como receber uma massagem no eco todas as vezes que conseguia ter ao menos um momento de controle sobre ele.


- Meu nome parece muito melhor quando você fala... - sussurrou como se quisesse esconder alguma coisa de alguém - Fale mais uma vez... Por favor, e eu deixo que goze na minha boca... E não deixarei nenhuma gota escapar...


Voldemort sabia o que ela estava fazendo, estava tentando fazê-lo perder ainda mais o domínio, mas naquela situação ele nem sabia se queria dominar alguma coisa. Ela fazia tudo perfeitamente e ele não tinha o que reclamar, principalmente quando ela decidia falar daquele jeito, tão desinibida, direta. Ela era a imagem do pecado, mas quando falava daquela forma, se tornava a personificação deste.


Mesmo que ela tivesse parado de chupá-lo, as mãos dela pareciam ter a mesma destreza da língua e uma capacidade ainda tão absurda de tirá-lo do sério. Ela já o havia dominado, ele sabia, e pouco ligava... De que fazia diferença agora dar aquele gosto a ela, sendo que no final o recompensado seria ele?


- Chantagista... - acusou, como se tivesse ultrajado, controlando a respiração. Observou-a por mais alguns segundos antes de fazer a vontade dela. - Bella... - gemeu mais uma vez, mordendo o lábio para se controlar. Se era para gozar que fosse como ela havia dito, naquela boca perfeita.


- É assim que eu gosto, bem obediente ...- deu um risinho beirando a crueldade.


Tornou a colocá-lo na boca, com mais vontade, deixando que os dentes passassem levemente naquela região sensível, fechou os olhos se concentrando no suave gosto que era uma espécie de pré.  Retirou a mão que estava no pênis dele para que ficasse mais a vontade, mulheres e suas artimanhas para prolongar o coito.


A velocidade dela era moderada, queria que ele aproveitasse mais aquele momento que era apenas deles, um momento em que ela fazia-o esquecer de tudo e todos e focar nela, sem pensar no amanhã e viver o agora. Queria fazer tão bem feito que da próxima vez não seria ela a procurá-lo sedenta por sexo, e sim ele.


Ele ia fazer algum comentário sobre aquela frase maldita dela, mas simplesmente não conseguiu. Se vingaria dela mais tarde, com certeza, mas por enquanto apenas aproveitaria aquilo. E, por Merlin, havia o que aproveitar. A filha da mãe era boa no que fazia e parecia ainda melhor naquela noite em especial, talvez fosse um pedido silencioso para que ele nunca mais ficasse tanto tempo enfurnado nos livros e ele honestamente se arrependia de tê-lo feito.


Voldemort não resistiu muito antes de gozar com força na boca dela, ele geralmente se segurava mais, mas depois de tanta provocação era impossível.


Como prometido, Bellatrix engoliu até a última gota, lambendo os lábios no final para que ele visse. A bruxa engatinhou pela cama, por cima dele, até que seus rostos estivessem na mesma altura.


- Prometido, cumprido. - ela beijou-o, dividindo com ele seu próprio gosto.


Se beijaram por alguns instantes que o lorde cortou o beijo:


- Bella... Bella... Minha querida amante atrevida - ele pegou o rosto dela entre os dedos, os olhos dele estavam ainda mais vermelhos - Mesmo após todos esses anos, continua com essa mania feia de tentar usurpar o meu lugar... - não iria machucá-la, só voltar a brincar. Até onde ele sabia o único que havia gozado ali fora ele, a ponto que se a conhecia ela ainda devia estar toda úmida - Só que a questão é que eu mando aqui.


A outra mão que estava livre e pousa quieta no corpo dela, mudou de local quase que imediatamente quando ele terminou a frase. Penetrando a vagina dela com os dedos indicador e médio, deixando o polegar para massagear o clitóris.


- Vamos ver agora quem é obediente a quem... -sussurrou no ouvido dela.


- Oh fuck. - gemeu ela, ao sentir dos dois dedos do lorde a penetrarem de uma só vez. O filho da mãe tinha retomado o controle da situação no momento em que a chamara de 'querida' e jogara longe todas as defesas dela. Ela ainda estava toda molhada, fazendo com que os movimentos dele fossem mais fáceis, e tirando de si boa parte da possibilidade de não se entregar, de não gemer como louca, mas ela pelo menos tentava. - Quer que eu seja obediente... Então me obriga- ela cravou as unhas nas costas dele, sabendo que por ali vinha mais. - Mostra quem manda aqui... - ele já a havia feito implorar, duvidava que fosse muito difícil fazê-la se curvar a ele de novo.


- Depois não venha com "Milorde, eu não consigo sentar" pois foi você quem pediu por isso! - aumentou a velocidade que os dedos a penetravam enquanto o polegar manteve a massagem deixando o contraste de rápido e devagar.


Colou os lábios no pescoço dela sugando a região, e depois de alguns instantes mordeu o local, em um lugar em que ela pudesse ver todas as vezes que se olhasse no espelho, não deixaria que ela retirasse aquilo com magia e sim que saísse com o tempo. Primeiro para que ela não se esquecesse dele enquanto viajava e segundo para ela saber quem mandava, estava abusada de mais ultimamente.


Bellatrix realmente quis rir com o comentário dele, mas ela não conseguia por mais engraçado que tivesse sido. Estava preocupada demais em se controlar para não gritar com o aumento de velocidade e, por Merlin, era difícil demais.


- Não o farei, para ser sincera... - ela deu uma pausa para respirar. - Pouco me importo se conseguir sentar ou não... É como eu disse, eu pedi. Implorei... Por isso. - ela gemeu alto quando ele mordeu seu pescoço, mais de prazer do que de dor. Ele sempre deixava marcas nela, marcas de ela era sua, de que ele mandava ali e Bellatrix só conseguia se sentir ainda mais excitada com toda essa dominação dele. 


Os gemidos dela estavam começando a excitá-lo novamente, mudou de tática passando a movimentar os dedos mais devagar e no clitóris mais rápido, iria acabar com o autocontrole. Puxou-a pela nuca, selando os lábios em um beijo, onde começou a brincar com a língua dela, como se a guiasse em uma dança sensual. O bom de dar poder para ela era exatamente esse retirar, porque depois ela ficava tão dócil à vontade dele.


No momento em que ele a beijou, ela já estava completamente rendida, faria tudo o que ele quisesse, absolutamente tudo, mesmo porque... Ele não seria o único a ter prazer naquela noite no que dependesse dela. A mudança dos movimentos fora tão deliciosa que ela não conseguia de forma nenhuma segurar os gemidos por entre o beijo. Agarrava-se às costas dele e ao colchão, arqueando as costas para um maior contato com ele. Ele não teria muito trabalho em levá-la ao orgasmo, teria muito menos do que ela teve por mais irônico que aquilo pudesse ser.


Voldemort foi descendo com os beijos até chegar a altura dos seios dela e começar a  chupar o direito, fazia com vontade como se fosse capaz de sair alguma coisa dali. A mão que estava na nuca dela adentrou aquele emaranhado de cabelos sedosos. Fez sincronizado os seguintes movimentos: puxou o cabelo dela com certa agressividade, mordeu de leve o bico do seio dela e retirou e colocou os dedos completamente dentro dela.


Partir para os seios dela fora a melhor coisa que Voldemort já havia feito, a forma como ele sugava mandava arrepios e ondas de prazer para todo o corpo dela, causando contrações ainda mais forte em suas paredes internas. As unhas dela já arrancavam sangue das costas dele, pelo jeito não apenas ela ficaria marcada no final das contas, e ela não agüentava mais segurar o lençol, teve de agarrar-se a ele com ambas as mãos, colocando a segunda nos cabelos do Lorde, puxando-o para mais perto de si. Ela sabia que não estava longe, mas quando ele fez aquela combinação de movimentos, não houve mais necessidade de nada, ela gozou com força, gritando por ele. Mordendo seus lábios e afundando as unhas mais fundo na pele alva do Lorde.


Urrou baixo quando as unhas dela foram cravadas em sua pele, o grito dela fora o suficiente para deixá-lo completamente rígido. Retirou os dedos de dentro dela, nem esperando ela terminar de gozar, e introduziu o pênis dentro dela, podendo sentir ela se contrair em torno do seu membro enquanto terminava. Levou os dedos a boca para limpar a mão e poder sentir o gosto dela. Apoiou-se nos dois braços, quando sentiu as contrações diminuindo, e não deu nem tempo para ela se recompor começando dar estocadas firmes.


Bellatrix não conseguiu se recuperar do orgasmo e já estava entrando em processo de outro. Agora ela entendia o que ele queria dizer com 'não sentar no dia seguinte', mas se fosse assim ela nunca gostaria de sentar. Nunca mais. Ela permaneceu com as unhas cravadas nele, sem capacidade de formar pensamentos concretos devido à chuva de sensações que ela sentia ao mesmo tempo.


Estava sensível demais, deliciada demais, e tudo o que conseguia era seguir os movimentos dele, mole debaixo do homem que adorava, dominada por sua virilidade e totalmente entregue a isso.


O máximo que ela conseguiu fazer foi enroscar uma de suas pernas na cintura dele, dando-lhe mais espaço e facilidade nas estocadas, pois era o que ela tinha que fazer, ele sabia fazer o resto com maestria, de uma forma que ela nunca almejaria.


Estocava mais rápido e mais forte para dentro dela, chega ao limite de sair e depois voltava, a ponto de conseguir ouvir claramente o barulho dos corpos se chocando com voracidade, mas foi diminuindo o ritmo graça a uma idéia que lhe surgira na mente, retirou-se de dentro dela, ficando ajoelhando na cama.


  - Bella. De quatro, agora! - ordenou, tinha duvidas se ela iria conseguir por estar tão dopada de prazer. Caso ela não conseguisse, ele a ajudaria.


Ela quase chorou quando ele saiu de dentro dela e se ajoelhou na maldita cama. Bellatrix levantou os olhos sem entender, até ouvir a ordem dele, tão clara, precisa.


E ela simplesmente não tinha objeções. Se bem que não tê-las não significava que faria aquilo facilmente, afinal no estado em que estava duvidava que conseguisse se mexer do lugar.Mas ela não deixaria que ele visse sua fraqueza.


- Como quiser, milorde. - ela rolou na cama, ficando de bruços primeiramente e, apoiada nos cotovelos direcionou lhe um olhar sacana por cima do ombro.


Mal sabia ele o quão difícil foi para ela levantar o corpo com os braços e dobrar os joelhos, mas no fim ela conseguiu. - Pronto... - a única duvida que ela tinha era quanto tempo seria capaz de se sustentar naquela posição.


Segurou-a com firmeza pela cintura ao mesmo tempo penetrando sua vagina por trás, começando com as estocadas. Deixou-a igualmente ajoelhada, trazendo o corpo dela junto ao seu sem parar com as penetrações, o corpo dela se escorando no dele, Bella estava tão leve e maleável.  Uma mão foi em direção ao seio que ele não havia chupado durante o primeiro orgasmo dela e a outra novamente ao clitóris, voltando a massageá-lo agora que realmente a penetrava com vontade.


- Tão entregue... Minha Bella, do jeito que gosto, submissa a mim.. - mais uma estocada - No seu devido lugar..- sussurrava no ouvido dela, mordiscando sua orelha.


Era como se Voldemort tivesse lido os pensamentos dela, e provavelmente tinha, ela não conseguiria se manter apoiada nos braços por muito tempo, então toda a história de se colocar de quatro fora apenas mais uma parte de todo o joguinho de obediência, porque no segundo seguinte ele a livrara do fardo que era se apoiar nos braços e joelhos. Estava agora praticamente sentada no colo dele, sendo sustentada por ele, e não podia agradecer mais uma vez em que ainda não recuperara o controle sobre seu corpo e duvidava que o faria tão cedo dado às contrações que já sentia dentro de si e a todo o prazer que lhe corria o corpo. Mais um orgasmo estava próximo, pelo menos para ela, graças a todo o empenho que ele estava tentando com seu membro e suas mãos. Deixou sua cabeça descansar no ombro de Voldemort e colocou seu braço para trás, circundando-o no pescoço dele.


- Não tem nenhum outro lugar em que eu queira estar... - disse, com a voz fraca e mole, tentando respirar. - E eu adoro... adoro quando me chama de 'minha Bella'.... - completou, antes de puxá-lo pela nuca para um beijo.


O beijo era contraditório a toda aquela volúpia com que ele a tomava, talvez por ela estar dócil fora mais tranqüilo e proveitoso. Tomou a decisão de controlar mais o ritmo, pois queria chegar ao orgasmo com ela, depois daquela noite ela merecia esse bônus. Entrou em sintonia com ela.


- Para ter novamente você se entregando, posso repetir.. - comentou ao interromper o beijo quando sentia o membro começando a pulsar. Roçou os lábios na orelha dela - Goza pra mim... Minha Bella.


Era impossível para ela não gozar depois daquele pedido. No momento exato do clímax, ela voltou a beijá-lo, gritando seu nome alto por entre os lábios unidos. Suas unhas se enterraram na nuca do lorde e na própria coxa, mas ela não sentiu dor nenhuma de tão entorpecida que se encontrava. Desmontou nos braços dele, sendo sustentada apenas pelo corpo dele, pois de outra forma cairia.


Voldemort foi no embalo com ela, tendo um orgasmo junto. Suspirou a abraçando pela cintura, afundando o rosto nos cabelos dela, ficando assim por um bom tempo. Até que finalmente saiu dentro de sua vagina. Estava mais composto que ela, colocando-a deitada em meio aos travesseiros, puxou a coberta sobre os corpos ao deitar-se ao lado de sua dama das trevas.


Após alguns minutos, Bellatrix estava completamente recuperada e podia finalmente falar. Sentia-o perto de si, deitado a seu lado e se virou, para deixar-se no peito dele, fazendo pequenos círculos na pele dele com as pontas dos dedos.


- Obrigada... Por ter saído daquela maldita biblioteca. - disse, olhando para cima, para os olhos dele.


- Disponha... - respondeu, com seu habitual tom de voz, já estava recomposto - Valeu a pena, no momento em que te vi vestida daquele jeito sabia que meus pobres livros não teriam a melhor chance. - parou um pouco para refletir - Só se vestiu daquela forma para ir até a biblioteca ou será que na minha ausência tem andado por ai assim?


Claro que ele sabia a resposta, mas era divertido ver a reação dela.


- Mas é claro que não! - ela deu um tapa fraco no peito dele. - Por que motivos eu andaria vestida daquele jeito? Se a única pessoa que eu queria que me visse assim estava trancada na biblioteca... É uma pena que te tirei de lá tão tarde... Vai viajar logo.


-Falando em viajar - Deu uma pausa dramática, como se o tivesse para falar fosso sério- Enquanto tiver fora nada de retirar essa marca que deixei no teu pescoço, caso eu volte e ela não esteja ai será devidamente castigada. -deu uma piscadela, abraçando-a.


- Pode deixar... Não tirarei.... E lhe aconselho que quando voltar eu veja essas marcas nas suas costas, porque se eu não ver... - ela parou, mordendo os lábios para não rir.


- Completa... - falou desafiando-a a concluir. Uma coisa era quando estavam no clímax ela fazer ameaças, mas queria ver se tinha coragem de fazê-las assim.


- Se eu não ver... Juro que da próxima vez é você que vai vir me procurar porque eu não vou deixar mais uma marquinha em você por um longo longo tempo. Entende o que eu quero dizer? - ela levantou a sobrancelha, desafiadora. - De preferência numa época em que não esteja concentrado em livros.


- Ameaças só são divertidas quando a pessoa que a faz esta realmente disposta a cumprir aquilo que disse... E como se for da minha vontade, você estando de acordo ou não, vai dar aquilo que eu desejo... - ele sorriu sádico, esse era o lado bom de ser o chefe - Conclusão: suas palavras não passam de vazias, entretanto, não pare de tentar quem sabe um dia consegue. Isso sem contar com o fato que esse ar de desafiadora lhe cai bem...- retirando uma mecha que teimava em cair sobre o rosto dela.


- Pois tire essas marcas e vamos ver se são vazias ou não. Porque... Assim como eu sou sua, você também é meu... Só meu. E sabe disso, porque não poderia haver nenhuma outra mulher no mundo boa o suficiente para você, por isso me escolheu.  - ela se apoiou nos cotovelos. - E... Eu não quero que esconda isso, por isso, mantenha essas cicatrizes onde estão.


- Tudo bem... Você finge que manda e eu que te obedeço, não vou contrariá-la - beijou a testa dela - Suas marcas vão continuar onde estão, my lady.


- Obrigada. - ela se apoiou em cima dele. - Você disse que se eu tirar as minhas, serei castigada. Digo diferente, digo que por deixar as suas será muito bem recompensado. - ela acariciou o rosto dele e o beijou rapidamente. - Quando voltar, é claro.


- Traduzindo: Milorde volte o mais breve que puder só assim poderei recompensá-lo com minhas caricias. - era tudo uma questão de ler nas entrelinhas - Vou ver o que posso fazer, porem não prometo que eu vá conseguir, sabe como são essas viagens imprevistos sempre acontecem.


- Eu sei... – suspirou a mulher. – Mas confio em seu breve retorno... É extremamente incômodo e entediante ficar sozinha nessa casa imensa... – confessou, deitando a cabeça no peito dele.


- Posso imaginar... Mas estou certo de que dará um jeito de se ocupar até minha volta... – ele mexeu no cabelo dela, que assentiu.


Levou poucos segundos até que ela caísse no sono em seus braços. Logo no dia seguinte, pela tarde, ele viajaria e aquilo lhe parecia uma despedida digna dos dois. Duvidava seriamente que Bellatrix realmente arranjasse algo que lhe tomasse a maioria do tempo, mas imaginava que infernizar os elfos, Parkinson e visitar Narcissa ajudariam um pouco pelo menos. No final daquela guerra, todas essas viagens e o tédio mortal dela quando estava sozinha seriam recompensados. Quando ele conseguisse o que queria e matasse Potter...


 


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts - Naquela mesma semana


 


        Desde o Halloween, Astoria Greengrass se mantivera longe de Draco e Melinda. Provavelmente assustada de humilhada demais para fazer qualquer coisa em relação aos dois. O que impressionava era que Melinda parecia não ter feito nada contra a garota. Nada que Draco não tivesse feito, é claro, ao humilhar a loirinha em público. Fato que, como tudo em Hogwarts, não se conteve apenas ao Salão Comunal da Sonserina... No mesmo dia, toda Hogwarts já sabia e o assunto não pareceu perder a graça até o anúncio de Amico Carrow: Ele re-abriria o Clube de Duelos. Foi suficiente para amenizar o assunto Astoria. O que realmente extinguiu o assunto foi o retorno de Neville Longbottom, apenas uma semana após o Halloween.


        Todos sabiam que Longbottom recebera alta no Halloween em si, mas conseguira ficar em casa por ordem médica por mais uns dias visto o ocorrido da morte de sua avó no exato dia de sua volta, na noite de 31 de outubro. Ela fora atacada por um lobisomem fora da lua cheia! Um daqueles animalescos que matam bruxos mesmo quando não estão transformados. Um horror... Pelo menos era o que todos em Hogwarts diziam e Neville não negava. É claro que alguns sabiam a verdade.


        - Que coisa horrorosa! – comentou Nicky, em meio ao café da manhã. Fazia alguns dias desde a volta de Neville e o assunto não morria. Ele tinha menos sorte do que Astoria, pelo jeito. – Quer dizer... Conhecemos Greyback e tudo o mais, sabemos das preferências dele, mas nunca pensei que existissem outros como ele. E quer dizer, o traidorzinho não tem sorte mesmo! No dia de sua volta, a avó está morta meio estraçalhada no meio da sala... Não que ele não mereça, mas é quase de dar dó.


        Durante todos aqueles dias, Melinda conseguira se conter em meio a comentários daquele tipo, apenas assentindo e guardando suas verdades para si, mas depois de tanto tempo calada, ela não ia mais conseguir suportar. A Princesa das Trevas, subitamente, caiu na risada. Todos olharam para ela, espantados demais para dizer qualquer coisa a principio. Ela podia ser má e tudo o mais, mas rir daquele jeito mesmo quando se tratava de Neville não era típico nem dela, principalmente porque ultimamente estava fazendo o papel da bruxa que era boa e compreensiva a não ser que fosse provocada.


        - Você realmente acredita nisso? – sussurrou Melinda, para que apenas Nicky, Draco e Gabrielle pudessem ouvir.


        - Nisso o que, Mel? – Draco não parecia entender o que ela queria dizer.


        - Nessa história de lobisomem! Para mim isso pareceu furada desde o começo... E eu já sabia que minha mãe não deixaria barato, sabe, ele ter sobrevivido... Some isso à mente absurdamente aberta de Longbottom e descobriremos a verdade. – ela sussurrou ainda mais baixo.


        - Bellatrix. – disse Gabrielle, parecendo finalmente entender tudo.


        - Sim, e ele está com medo demais para falar algo contra a causa oficial: Lobisomem. – Draco também pareceu ter sido assolado por uma onda de entendimento. – Brilhante da parte da tia Bella...


        - Macabramente brilhante... – disse Nicky, com uma risada nervosa.  – É por isso que todos os dias eu agradeço por estar do mesmo lado dela.


        Os outros do grupinho riram, mas foram interrompidos por Severus Snape, que decidiu falar. Quando todas as casas ficaram quietas, o diretor começou o aviso. Muito raro que fosse feito no café da manhã.


        - Bom dia. Desejo apenas lembrar a todos que hoje às 10h30min ocorre a reabertura do Clube de Duelos, realizada pelo professor Amico Carrow com os alunos que se preparam para os NOMs e os NIEMs. Portanto, é obrigatória a presença de todos os alunos do quinto ao sétimo anos. Fui claro? – ele perguntou, mal humorado e toda Hogwarts assentiu. – Os mais jovens terão seu clube em outro horário, mas também podem comparecer à abertura se assim desejarem. – ele voltou a se sentar e nada mais falou.


        Hogwarts, porém, não ficou quieta. Parecia que com todo o burburinho sobre Neville os alunos haviam se esquecido do maldito Clube de Duelos. Snape não parecia nem um pouco animado com o tal clube, ele tinha uma própria história com o Clube de Duelos e muitos ali se lembravam, incluindo Draco.


        - Da última vez, Lockhart espalhou para o castelo inteiro que deixou Snape ganhar. Imagina? – riu-se o loiro, contanto a Melinda – que à época era aluna em Beauxbatons – sobre o ocorrido no segundo ano.


        - Eu também me lembro. – continuou Gabrielle. – Engraçado que naquela época ele me dava medo... – ela deu uma olhadela para Snape. – Quer dizer... Ele assusta um pouco os alunos do primeiro ano, tirando o Draco, é claro, que sempre foi o mais mimado por ele. Quem diria que...


        - Gabrielle! Como você consegue? – Nicky olhou para a amiga com certo nojo. – Quer dizer... Snape? Sério? – perguntou com a voz muito baixa.


        - Pergunto-me a mesma coisa todos os dias... – cantarolou Melinda.  


        Gabrielle deu um tapa no braço da amiga, que disparou a rir. Quando as duas pararam, tiveram a impressão de que estavam sendo observadas atentamente por Snape. O diretor precisava melhorar sua discrição.


 


Após o café-da-manhã o assunto Clube de Duelos tomara o primeiro lugar dos murmúrios de Hogwarts mais uma vez. Longbottom fora esquecido por uns momentos e todos pensavam apenas nos duelos de logo mais.


E quando o relógio bateu dez e meia, o salão principal estava lotado, parecia que nenhum dos anos queria perder a abertura. As mesas das casas não estavam mais lá, apenas um tipo de palco bem no meio do salão, que começava no fim do púlpito da mesa dos professores e ia até quase a porta do salão. A mesa dos professores também havia sumido e dado lugar a apenas duas cadeiras.  Ao redor do salão, outras cadeiras estavam espalhadas e, pelo número, provavelmente eram destinadas a professores.


Amico Carrow entrou logo depois dos alunos e foi direto para o topo do palco, o que causou silencio em todo o salão. Todos tinham medo demais dos Carrow para continuar a conversar.


- Bom dia. Bem-vindos ao Clube de Duelos! Todos sabem que esse Clube já aconteceu outras vezes, mas o farei de forma mais prática, diferente. Ninguém duela como Lockhart queria ensinar a vocês cinco anos atrás, esperando o outro e coisas do estilo... E é por isso que eu chamei o diretor, que teve o infortúnio de àquela época duelar com Lockhart para mostrar a vocês um duelo, ou o que Gilderoy achava ser um duelo. Creio que o próprio Professor Snape ainda se arrepende de ter que fazer aquele papel, por mais que tenha dado uma surra em Lockhart. Por isso hoje eu o chamo para uma real demonstração do que é um duelo. Por favor, Professor Snape! – ele apontou a porta e todos viraram as cabeças, vendo Snape entrar meio mal humorado. – Obrigado pela presença, diretor.


- Imagino que saiba o que está fazendo, Amico. Duelar comigo? Sabe muito bem que isso não é exatamente favorável a você. – comentou Snape ao subir no palco e assovios de provocação percorreram o salão. Amico apenas deu um sorriso sombrio, sem responder uma palavra sequer, olhando Snape como se soubesse de algo que o diretor não tinha ideia.


        - E é exatamente por isso que ele me convidou... – Snape quase voou para cima de Amico Carrow quando reconheceu a voz que vinha da porta do salão.


        Todos os alunos se viraram na direção da voz e arregalaram os olhos, começando a comentar imediatamente que aquele seria o melhor Clube de Duelos da história do mundo bruxo. Amico passou por Snape e desceu do palco.


        - Madame Lestrange! – ele encontrou-se com Bellatrix no meio do caminho e beijou-lhe a mão sussurrando um ‘milady’ de forma que apenas ela pudesse ouvir. – É maravilhoso que tenha tido tempo de vir com um aviso tão em cima da hora.


        - Eu não faltaria por nada... – comentou Bellatrix.


        Ela andou até o começo do palco, mas foi novamente parada no meio do caminho. Dessa vez por Melinda, que a abraçou, ganhando olhares de todo o salão.


        - Não posso dizer que esteja mais contente com a visita dela do que eu, professor Carrow! – disse a princesa, sorrindo. – Vou adorar ver isso. – sussurrou para Bellatrix, que acariciou seu rosto e continuou seu caminho até o palco, mas não sem antes sussurrar ‘ Por que será que sinto que isso é obra sua?’ para a filha, que apenas deu de ombros.


        Bellatrix subiu no palco e ficou frente a frente com Snape, que a cumprimentou com um aceno de cabeça. Ao longe, Bellatrix viu Neville Longbottom e Gina Weasley olharem para o chão. Ótimo, eles estavam aprendendo.


        - Creio então que podemos começar com a demonstração... – comentou Amico, quase pulando de animação. Os alunos nunca tinham visto o professor Carrow daquele jeito. Os motivos, contudo, eram óbvios. – Alunos, como vocês devem saber, num duelo oficial os oponentes apresentam suas varinhas. – ele olhou para os outros dois, que retiraram as varinhas das vestes e apresentaram ao outro. – Fazem uma reverência... – os dois se curvaram. – E começam a lutar. Até aí tudo bem, mas nem em um duelo oficial as coisas a partir daqui continuam respeitosas. Pelo contrário, é a partir daqui onde a diversão começa. E é claro que eu coloquei essa demonstração para os quintos, sextos e sétimos por um motivo óbvio: o uso de feitiços não verbais. Obviamente vocês do quinto ano não são capazes de realiza-los ainda, mas isso não é problema meu, pois os seus oponentes vão! – houve um murmurinho geral e ele completou. – O quê? Acharam que eu não ia colocar oponentes de anos diferentes? – riu-se ele. – Bem... Diretor... Madame Lestrange, mostrem a esses idiotas como se duela.  – Amico saiu do caminho e ficou em pé, fora do palco.


        - Isso será sensacional. – comentou Alecto, ao ouvido do irmão, que concordou.


        Snape e Bellatrix se afastaram e se olharam por um segundo, varinhas levantadas e então do nada, os dois se moveram ao mesmo tempo e, sem que uma palavra fosse dita, luzes coloridas saíram de ambas as varinhas e se encontraram no meio do caminho, causando uma explosão como de fogos de artifício.


        Antes que a explosão terminasse, Bellatrix atacou Snape novamente com um feitiço púrpura. Quando ele viu, o feitiço estava bastante próximo, mas ele conseguiu defender com um movimento rápido da varinha, e já estava sendo atacado novamente. Diferente de todos os duelos de Hogwarts da história, eles se moviam. Ela atacava e ia na direção dele, que recuava.


        - Eu aposto na minha mãe. – comentou Melinda.


        - Eu no Severus. – respondeu Gabrielle.


        - Eu vou no empate! – disse Draco, ganhando olhares confusos  das duas. – Cada um com sua opinião.


        - Apostas em Bellatrix Lestrange, com a Melinda! – gritou Nicky, para que todo o salão pudesse ouvir! – No diretor, Gabrielle Ceresier... E se alguém acredita num empate, procurem Draco Malfoy!


        O grupo riu, mas logo foi atormentado por um grupo de alunos que conseguiam ao mesmo tempo apostar e prestar atenção no duelo. Os professores simplesmente ignoraram as apostas, inclusive Minerva McGonagall, que parecia bem preocupada com aquilo mas não o bastante para interferir na aula de Amico.


        Houve um momento em que Snape defendeu rápido demais e conseguiu atacar. Um feitiço vermelho brotou da varinha dele e Bellatrix teve bastante trabalho em se defender, cambaleando um pouco para trás. Foi a vez dele de atacar continuamente, enquanto ela se defendia.


        Ambos já estavam com os cabelos começando a ficar desarrumados e os peitos arfantes e ainda estavam nos feitiços mais simples. Coisas idiotas e infantis, que estavam cansando Bellatrix.


        Então, ela não aguentou e decidiu atacar como a adulta que ela era. No meio de suas defesas, uma enorme Naja de fogo saiu de sua varinha, serpenteando contra Snape. Todos ali prenderam a respiração. Fogo maldito. Ela não estava de brincadeira. O próprio Snape arregalou os olhos ao se defender, ele realmente havia acreditado que faria uma simples demonstração. Ele conjurou uma parede inteira de água para segurar a serpente. 


        O rosto de Snape se contorceu em ódio e ele avançou sobre Bellatrix, lançando uma chuva de feitiços vermelhos na direção dela. A bruxa defendia todos, com certa dificuldade, mas parecia ficar cada vez mais irritada. No final, ela também atacou e ambos não tiveram como se defender. Ao mesmo tempo, Snape e Bellatrix voaram pelo palco, indo parar em pontas opostas, caindo com baques surdos e doloridos no tablado.


        Por poucos segundos, eles permaneceram parados, decididos a não gritar de dor, ou se contorcer, até que levantaram num ímpeto, varinhas em punho mais uma vez. Aquilo estava ficando tão legal.


        - Finalmente... Partimos para os jogos de adultos... – comentou Bellatrix, com um sorriso de canto. – Desista, Snape, sabe que não pode me vencer.


        - Nunca. – e ele a atacou, lançando uma coluna de feitiços roxo-esverdeados que todos tinham até medo de saber o que eram.


        Bellatrix levantou um escudo mágico em sua proteção, escudo que ricocheteou o feitiço de volta para Snape. O bruxo desviou e o feitiço bateu na parede oposta, incendiando-a com chamas roxas que destruíam a pedra como ácido. Amico Carrow imediatamente desfez o feitiço e arrumou a parede do castelo.


        - Ouch. Isso teria doído, se eu não fosse tão boa. – provocou Bellatrix, levantando a sobrancelha. – Sectumsempra! – Bellatrix fez questão de pronunciar aquele feitiço.


        Snape defendeu-se da mesma forma que ela no anterior, fazendo o feitiço retornar para ela.


        - Não use meus feitiços contra mim, Bellatrix! – urrou ele, vendo-a desviar-se por pouco. Ou não tão pouco. Ele viu o feitiço resvalar no ombro da bruxa, abrindo um pequeno corte.


        Bellatrix pareceu ainda mais enfurecida com o ferimento. Ela lançou uma dezena de maldições contra Snape que fizeram os mais diversos e horrorosos estragos no castelo, desde explosões até derreter ferro! Todos imaginavam o que aquilo faria se resvalasse em Snape. Até que em um certo ponto, um dos feitiços dela passou de raspão no rosto dele e abriu um corte como o dela. Era o Sectumsempra novamente.


        Snape nunca ficava tão enfurecido como quando usavam os feitiços criados por ele para atacá-lo. Era insuportavelmente desrespeitoso. E era bastante óbvio que Bellatrix sabia disso.


        Mais uma vez, ambos mandaram feitiços ao mesmo tempo. Dessa vez, os feitiços não os acertaram, mas se encontraram no meio e criaram uma explosão, que além de mais uma vez jogar ambos para cima e fazê-los cair dolorosamente bem longe, soltou lancetas de fogo e lâminas de vidro para todo o lado. Amico Carrow foi esperto o suficiente para criar um escudo para proteger os alunos e mantê-lo ali até que o duelo estivesse terminado.


        Os dois se levantaram o mais rápido possível, ambos com ferimentos causados pelas quedas e também pelo fogo e vidro que havia voado. Snape foi mais rápido e lançou contra ela várias lâminas de um feitiço chumbo, quase negro, que nenhuma das pessoas sabia se queria saber o que era. Bellatrix defendeu o feitiço com um movimento simples e nada foi destruído em Hogwarts, mas todos ficaram na curiosidade de saber o que diabos seria aquilo. Ou quase todos...


        - Se for o feitiço que eu estou pensando... – explicou Melinda. – Era chumbo líquido, provavelmente destinado a entrar nas vias aéreas e sufocar o oponente. – até ela parecia meio chocada com os rumos que aquilo estava tomando.


        Bellatrix também parecia saber o que diabos era aquele feitiço, e no segundo seguinte conjurou um laço negra que rapidamente atingiu o pescoço de Snape e começou a enforcá-lo. Ele queria sufocá-la? O feitiço virava contra o feiticeiro. 


        Snape apontou a varinha contra o laço, que saía da varinha de Bellatrix e murmurou alguma coisa. Do nada, Bellatrix fechou os olhos com força e olhou para a própria mão, como se ela estivesse matando-a de dor. Até que em um momento, ela não agüentou mais e soltou o laço do pescoço de Snape. Por um segundo, ela trocou a varinha de mão e alguns puderam ver a marca funda da madeira em sua mão, como queimada. Enquanto Snape recuperava o ar, ela cicatrizou rapidamente o ferimento e voltou a varinha para a mão certa.


        Bellatrix então bradou em alto e bom som um feitiço que todos bem conheciam, um dos favoritos de Dolorov, e chamas roxas saíram de sua varinha na direção de Snape. Aquele feitiço, um tipo de variação do próprio Sectumsempra, era conhecido por matar a vítima de dentro para fora quando ela dito em voz alta. Por sorte, Snape conseguiu desviar e mandou de volta o mesmo feitiço, também desviado por ela. Ao mesmo tempo, eles estuporaram o outro e se defenderam, causando outra explosão.


        Quando eles iam se levantar e voltar a lutar, Amico Carrow se enfiou no meio deles com as mãos levantadas.


        - Acho que terminamos por aqui! Foi uma ótima demonstração e imagino que o empate ganhou! Não queremos ninguém morto em Hogwarts essa manhã... – disse, receoso. Sabia que se alguém não interferisse os dois iriam à morte e como diabos ele diria ao Lorde das Trevas que sua Lady e seu Comensal favorito morreram num duelo organizado por ele? Ele não queria descobrir. – Obrigado, diretor... Madame Lestrange... - ele acenou com a cabeça para ambos. 


        Snape e Bellatrix se levantaram e guardaram as varinhas lentamente, como se esperassem que o outro fosse rapidamente puxar a varinha e matá-lo. Quando ambas as varinhas estavam guardadas, Amico pediu que eles se dirigissem às duas cadeiras que estavam no fim do palco, onde antes estivera a mesa dos professores. Todos esperaram tensos até que os dois estivessem sentados – certamente temendo outra explosão qualquer. Mas nada ocorreu, era como se uma onda de racionalidade tivesse assolado os dois.


        - Sabe que eu teria acabado com você, certo Snape? – provocou ela, já sentada, olhando na direção de Amico.


        - Eu não teria tanta certeza assim... Você não estava nem um pouco à minha frente. Para quem foi treinada pelo Lorde, para quem dorme com o Lorde... Você parece que precisa praticar mais. Existem boatos de que vocês dois gostam de duelar, parecem mentirosos agora. – comentou ele, tranqüilo, irritando-a.


        - Porque não diz o boato completo, Snape? – ela levantou a sobrancelha e olhou para ele. – Eu já o ouvi e não é bem assim a frase. – Snape engasgou com o ar e nada falou. – Covarde...’Existem boatos de que vocês dois gostam de duelar como preliminar’ seria o boato correto. Que, satisfazendo sua curiosidade... Sim, é mentiroso. Não duelo com o Lorde desde minhas lições...


        - Há vinte anos... Tsc, tsc, Bella. Você tem um poço de conhecimento em casa e não se aproveita, imagina quantos bruxos matariam por poder treinar com o Lorde?


        - Eu não disse que não mataria por isso, disse que não faço, porque você não pode simplesmente desafiar o Lorde para um duelo, Severus querido. Ele tem que te desafiar... – Snape percebeu que ela fazia muito sentido. – E por alguma razão, ele nunca me desafia.. -Snape ia responder, mas Amico foi mais rápido.


        - Agora sim podemos começar o Clube de Duelos. Imagino que quase nenhum de vocês tenha a mínima experiência com isso, ou ao menos não experiências reais. Ao mesmo tempo, não é justo que eu diga o que vocês têm de fazer sendo tão mais velho e experiente... Não é justo comigo, afinal vocês poderiam declarar que suas idades são empecilhos para tais feitos. Portanto, eu quero pedir ajuda de um tutor, isso mesmo que ouviram, um tutor. Alguém como vocês, aluno, para mostrar que não estou pedindo o impossível. – ele olhou pelo salão, como se procurasse seu tutor. Mas aquela decisão estava há muito tomada. – Ou uma tutora. Senhorita Black, por favor? – ele apontou seu lado no palco.


        Nenhum aluno em Hogwarts pareceu surpreso com a escolha, Melinda era de longe a mais experiente em duelos daquele colégio inteiro. Uma das poucas que havia ido à batalhas e aquela que menos saíra ferida delas. Além do que, tinha o sangue de dois exímios duelistas.


        - Agora me sinto na obrigação de mostrar porque a escolhi, Srta. Black, pois basear escolhas em rumores é algo para os fracos. – Amico puxou a varinha e antes que estivesse com ela na mão, Melinda já apontava a dela na direção dele. – Rapidez. – ele disse para a platéia. – Fundamental. Agora, conhecimento e rapidez combinados. Srta Black, peço que para essa demonstração não revide. – ela assentiu.


        Amico Carrow e Melinda se afastaram e ele apontou a varinha para ela. A garota mal piscava quando ele começou a lançar uma enxurrada de feitiços coloridos na direção dela, que os defendia sem mal sair do lugar, apenas com movimentos da varinha e das mãos, sem pronunciar um feitiço. Dezenas de feitiços foram lançadas e ela não moveu-se um centímetro sequer. Quando Amico finalmente parou, os alunos aplaudiram a colega. Até mesmo aqueles de outras casas, que aplaudiam num misto de horror e choque.  


        - A senhorita Black acaba de nos mostrar como é possível ser um exímio duelista na idade de vocês. E ela mostrou postura e frieza diante do adversário... Mas isso não é a única coisa que devem ter ao enfrentar um adversário em teoria mais forte do que vocês. – Amico jurou ter visto Melinda rir com aquele comentário. – Para ser um bom duelista, como ela, é preciso destemor diante de adversários mais fortes, olhar para eles de igual para igual. Imaginem a situação da Srta Black agora nessa demonstração onde ela irá atacar um professor? Quantos de vocês não se molhariam de medo de atacar um professor? Veremos como ela se sai e verão porque a escolhi. Senhorita...?


        Melinda e Amico novamente se colocaram nas posições, mas antes de atacar ela perguntou, na mente dele, ‘Tem certeza que quer ser atacado por mim, Amico?’. Amico apenas assentiu com um sorriso presunçoso e ela deu de ombros. O salão ficou em silêncio absoluto e Melinda apenas mexeu os lábios. Um raio púrpura brotou da varinha dela na direção de Amico, que defendeu, mas logo na seqüência desse vários outros da mesma e de outras cores vieram contra o professor numa rapidez impressionante. Melinda avançava na direção dele e parecia se divertir. Em um momento, ela até deu um giro completo nos calcanhares antes de lançar o feitiço, que ele mal defendeu. Num período curto, ela já tinha lançado tantos feitiços quanto ele.


        Os feitiços tinham intervalos muito curtos e Amico dava passos para trás tentando se defender até que em um momento não teve o tempo certo do feitiço e foi atingido por um raio vermelho bem no meio do peito e voou tão longe que quase caiu do fim do tablado.


        Amico se levantou, parecendo absurdamente irritado e cerrou os olhos para Melinda, que sorria frente aos aplausos.


        - Hum... Ótima demonstração contra um professor, mas que tal... – ele olhou para os alunos. – O que acham de uma figura de autoridade ainda mais forte? – os alunos apoiaram, imaginando o que ele tinha em mente. – Madame Lestrange...? Incomodar-se-ia de me ajudar mais uma vez?


        Bellatrix não hesitou e se levantou, ainda ferida pelo duelo com Snape, mas seria no mínimo interessante duelar com Melinda. Usando muita Oclumência, é claro.


        - Finalmente deu a ela um oponente a quem temer... Sem ofensas, Amico... – disse Bellatrix ao passar pela filha. Amico não pareceu tão ‘não-ofendido’ assim.


        - Lembre-se de que está ferida, mamãe, quer mesmo fazer isso? – a garota cruzou os braços na frente do corpo e levantou a sobrancelha.


        - Absolutamente! Ofende-me pensando que eu não conseguiria subjugar uma menina de dezessete anos sem treinamento formal em duelos! Mesmo sendo você! Porque você pode saber muito, mas sabemos que é muito mais prática do que realmente um treinamento... Sabe muito bem que posso te derrotar com as mãos atadas, filhinha...


        As duas se posicionaram e os alunos começaram a comentar o quão deturpada e louca aquela família era, pois todos eles tinham certeza absoluta de que Bellatrix Lestrange não pegaria leve por ser sua filha, pelo contrário, faria pior.


        - Veremos. – respondeu Melinda, malcriada.


        Bellatrix riu de canto e começou a atacar subitamente, todos arregalaram os olhos, menos Melinda que sabia como um duelo de adultos era. A garota começou se defendendo, usando todas as defesas que conhecia. Bellatrix era tão rápida quanto ela, mesmo estando ferida.


        Na primeira oportunidade de ataque que teve, Melinda atacou com vários feitiços de uma vez só, todos defendidos por Bellatrix, mas era a vez dela de atacar e ela não parou. O irritante era que a mãe não recuava mesmo quando ela se aproximava, talvez ela não acreditasse que ela a atacaria para machucar. Em um momento, Melinda conjurou um dragão de fogo maldito para mostrar que não estava de brincadeira.


        Bellatrix defendeu-se da fera, mas pareceu irritadíssima. Ela veio com muitos feitiços para cima da filha, fazendo a jovem recuar para se defender sem cair. Melinda conseguiu atacar entre um desses feitiços pela última vez, até que Bellatrix a acertou com um feitiço estuporante. Assim como Amico, Melinda voou e caiu com um baque surdo. Fechando os olhos e amaldiçoando Bellatrix em meio à dor nas costelas. 


        Bellatrix andou até a filha e estendeu-lhe a mão. A jovem pegou a mão da mãe e se levantou, emburrada.


        - Conheço-te bem demais... – foi tudo o que disse Bellatrix.


        - É, eu sei...


        - Mesmo contra a mãe, a Srta Black lutou como igual... – disse Bellatrix, alto para que todos ouvissem. – Aprendam isso. Os seus inimigos sentirão cheiro de medo e os farão em pedaços num duelo...


Não estou dizendo que todos vocês são capazes de duelar bem, mas dizendo que podem dar mais trabalho... Alguns simplesmente não nasceram para tal. – ela terminou e voltou a se sentar ao lado de Snape. Amico retomou a palavra.


        - Ótimo, acho que com isso podemos passar aos alunos. Como já foi dito, colocarei pessoas de anos diferentes juntas. Portanto, eu gostaria de chamar ao palco, para se unir à Srta Black num duelo... A senhorita Astoria Greengrass.


        Hogwarts caiu num silêncio mortal depois que aquilo fora dito, enquanto Astoria andava apavorada até o palco. Finalmente todos entendiam porque diabos Melinda não havia feito nada contra Astoria ainda, porque ela queria fazer em grande, em gigante estilo.


        A jovem loira subiu ao palco, quase trêmula, ela sabia o que tinha feito, sabia o que a aguardava. Ela engoliu o choro que queria vir e andou olhando para o chão, ouvindo os comentários sussurrados sobre o quão acabada ela estava.


        - Obrigada, Amico. – sussurrou Melinda ao professor, que assentiu. – Mesmo com essa brincadeirinha do duelo com minha mãe, é claro, aprecio sua ajuda nesse caso.


        - A sua idéia de reabertura do Clube era genial... Podemos controlar como essas crianças duelam e você ainda de brinde pode assustar esses idiotas e, é claro, ter sua vingança. Não vi porque não atender a seu pedido... – ela sorriu e ele colocou-se na marca de juiz. – Greengrass, Black, ambas no meio.


        Melinda andou triunfante até quase encostar-se à Astoria, que não a olhava nos olhos. Ambas apresentaram a varinha e fizeram a reverência.         


        Antes mesmo que tivessem terminado de se afastar, Melinda começou a atacar Astoria, que mal conseguia se defender de feitiços simples, pois eram muitos. Ela via o ódio nos olhos da Princesa das Trevas e só aquilo era assustador demais.


        - Eu consigo sentir o cheio do seu medo de longe, Astoria! – berrou a mais velha. – Posso ver-te tremer daqui, como a escória trouxa quando me aproximo deles!  - Astoria por pouco desviou de um feitiço verde que ela preferiu pensar que não era a Maldição da Morte.


        Pelo canto do olho, podia ver Draco, impassível. Ele tinha dito que não mexeria uma migalha para ajudá-la e ela podia ver isso. Ele não tinha blefado. As coisas estavam aceitáveis até que Melinda finalmente acertou Astoria. Foi aí que o terror começou.


        Como se a dor da queda não fosse o suficiente, ela podia ouvir as risadas de Melinda ecoarem pelo salão. Uma lágrima solitária correu seu rosto, mas logo foi seguida por outras quando Melinda não pensou duas vezes em usar uma Cruciatus.


        Então era aquilo que acontecia quando se demorava para levantar em um duelo de verdade, você acabava sendo atacado mais e mais. Os gritos de Astoria eram agudos e ela chorava. Neville Longbottom cobriu os ouvidos, provavelmente por lembranças de seus pais. Bellatrix não deixou de notar esse gesto de Longbottom e sorriu para si mesma, então ele tinha lembranças traumáticas? Que peninha... Os olhos de Neville encontraram os de Bellatrix e ele desviou o olhar, mas sem conseguir destampar os ouvidos e era nítido que ele tentara, o que apenas fez Bellatrix ainda mais satisfeita.


        Melinda cessou a Maldição e Astoria continuou caída, chorando como uma criança. Todos estavam novamente quietos, mas sorrisos de satisfação podiam ser vistos no rosto dos Carrow e o de Bellatrix Lestrange estava ainda mais aberto.


        - Levante-se e lute como uma bruxa! Pare de choramingar como uma sangue-ruim maldita! – Melinda ergueu Astoria com um feitiço e quando a libertou, a loira quase não se manteve de pé.


        Melinda voltou a atacar e Astoria não mais se defendeu. Ela foi jogada longe e recolocada de pé mais uma vez diversas vezes pela Princesa das Trevas até que Melinda pareceu se cansar e cruzou os braços.


        - É, você está longe de ser páreo para a minha sombra! – ela riu. – Em qualquer coisa! De pensar que você já acreditou que seria páreo para mim. – ela deu um chute no estômago de Astoria, que mal conseguiu gritar. – Acho que terminei com ela, professor, uma pena que não tenha permissão de matá-la. Patética! – Melinda virou as costas e andou para longe de Astoria.


        A loira, no entanto, não deixaria as coisas assim. Ela se levantou, com muita dificuldade devido aos vários ferimentos derivados das quedas. Tinha cortes no rosto e devia ter ossos trincados, mas não se importava. Ela apontou a varinha para Melinda e cometeu o maior erro de toda a sua vida.


        - Avada Kedavra... - Foi Gabrielle Ceresier que leu os lábios de Astoria e interferiu.


        - Melinda! – ela gritou e a morena olhou na direção dela. Gabrielle levantou a varinha e com um feitiço fez Melinda cambalear alguns passos para trás, a ponto de ver um feitiço verde passar a centímetros de si.


        Bellatrix e Snape levantaram-se num pulo e Amico Carrow pareceu que ia vomitar de aflição. Muitos alunos levaram as mãos às bocas, horrorizados com a cena e Astoria só então pareceu se dar conta do que acontecera ali.


        Draco Malfoy subiu no palco e partiu para cima de Astoria Greengrass. Ele não se deu ao trabalho de usar feitiços, virou um tapa tão forte no rosto da loira que ela voltou ao chão.


        - Vadia maldita! Eu vou te matar! – ele apontou a varinha para ela e foi segurado por Amico.


        Astoria porém notou uma Melinda muito calma. Algo estava errado e, então, ela percebeu o que diabos estava acontecendo ali. Ela se levantou novamente, o lábio sangrando do tapa de Draco.


        - Maldita! – a loira gritou. – Você sabia o que eu ia fazer! Você é Legilimens! Você sabia e me deixou fazer de propósito! Deixou-se ser salva! Porque você sabia que uma das suas capangas faria isso por você e você posaria de coitada! Você armou isso! Me manipulou! – Alecto Carrow teve que segurar Astoria.


        Melinda se aproximou sem dizer sequer uma palavra e quando estava perto o bastante segurou o rosto de Astoria.


        - Eu não armei nada, Astoria. Apenas... – ela soltou o rosto de Astoria. – Deixei você fazer exatamente o que desejava! Para que todo mundo visse quem você é. Você fica posando de coitada, de que nada que faz é proposital e aqui estamos nós! Eu posso ser muitas coisas, Astoria, mas eu te garanto que eu não mato meus adversários pelas costas! Eu, pelo menos, vou te matar olhando nos seus olhos... – ela murmurou alguma coisa e Astoria notou sua varinha apontada. Chamas roxas saíram da ponta da varinha e Astoria sentiu uma dor imensa. – Isso, é claro, fora de Hogwarts quando eu puder te matar! Por enquanto, só um gosto.


        Astoria caiu de joelhos e começou a gritar, segurando a barriga com as mãos, mas nenhum corte existia. Ela começou então a cuspir sangue. O mesmo feitiço usado no duelo de Bellatrix e Snape, aquele Sectumsempra de dentro para fora, mas com os efeitos em si. Como Melinda havia murmurado, ele seria letal caso não parado.


        Madame Pomfrey entrou correndo e foi socorrer Astoria, enquanto Melinda saía acompanhada de Draco. Era demais por um dia só.


        - Eu acho que fiz papel de bobo de achar que ela conseguiria te matar... 


        - Isso é uma reclamação pelo o que eu fiz?


        - Não... – ele sorriu, tranqüilizando-a. – Foi bom, assim ninguém mais tem o direito de falar por nossas costas o quão malvados fomos com uma pobre menina apaixonada. – Melinda riu e assentiu.


        - Acha que ela será expulsa? – perguntou Gabrielle ao se juntar a eles.


        - Sim... – disse Draco.


- Não. – retrucou Melinda. – Astoria permanecerá em Hogwarts, sob meus olhos até que eu possa matá-la. Gabrielle, tenha certeza que Snape garanta isso. Aquela garota ainda vai sofrer muito na minha mão.


- Tudo isso é ciúmes de mim? – Draco piscou e Melinda fechou a cara.


- Não. Tudo isso é ódio de desrespeito. Você é meu e mesmo assim ela se meteu com você. Se ela tivesse um pingo de juízo e respeito por mim, não teria nem olhado para você como todas as outras... Eu não posso deixar alguém assim vivo, entende? Ela tem que sofrer para aprender o lugar dela. – mesmo com a resposta dela, Draco segurou os dois lados do rosto da namorada e a beijou. – Se o ‘amor’ dela tivesse ficado para ela, eu não teria motivos... Mas num lugar público? No meio de todos e...


- Eu já entendi. – disse Draco, beijando-a novamente. – Mas eu adoro ver-te enciumada e não há nada no mundo que me convença do contrário. Porque por mais que isso seja orgulho ferido, também é ciúme. – ele abraçou a cintura dela com força e a levantou nos braços, beijando-a.


- Vou te dar o benefício da dúvida. – ela respondeu e o beijou rindo.


Nicky se juntou a eles e, junto com Gabrielle, sorriu ao ver os dois tão bem. Finalmente Draco e Melinda haviam se assegurado de quem eles eram, de qual lado estavam e por isso estavam tão bem. Eles eram semelhantes demais em alguns quesitos, por isso entendiam coisas que ninguém mais ia entender. Astoria fora tola demais de se meter com eles e agora pagava apenas o preço.


Algum tempo depois, Bellatrix veio se despedir deles, ainda com os ferimentos. Eles sugeriram que ela fosse até Madame Pomfrey, mas ela declinou dizendo que cuidaria de si mesma em casa. Dentre todos, ela era a mais contente com os acontecimentos do dia e com ter arrumado algo tão interessante a fazer nos dias que antecediam a volta de Voldemort.


 


Mansão Slytherin


 


                Ao chegar à Mansão Slytherin, Bellatrix percebeu que havia alguma coisa muito errada. Mesmo àquela hora do dia, a Mansão estava completamente escura. Apenas algumas velas em um canto ou outro iluminavam o caminho à dentro.


         Não apenas fisicamente estava tudo estranho, mas também os elfos se comportavam de forma muito estranha, fugindo dela como se tivessem ordens de estar no lado oposto de Bellatrix na casa. O que diabos estaria acontecendo?


        Ela então deu de encontro à única que faria questão falar com ela fosse qual fosse o assunto: Katherine Parkinson. A criada maldita estava olhando-a como se soubesse de algo muito importante e que a Lady das Trevas não fazia idéia.


        - O que é tudo isso, Parkinson? – perguntou Bellatrix, quase num tom irritado. Os elfos estavam certos em temê-la, ela explodia fácil.


        - Acho que é melhor que milady descubra por si, com licença. – ela sorriu sarcástica e saiu de perto antes que Bellatrix pudesse sequer cogitar uma resposta mal criada.


        A Lady bufou e andou a passos largos e rápidos pela Mansão, o barulho de seus saltos contra o chão ecoando nas paredes de pedra. Ela descobriria o que estava acontecendo e mataria a todos aqueles criados malditos depois.


        Ao chegar à sala onde ficava a escada, ela foi surpreendida por uma luz cegante a seus olhos já acostumados à penumbra, uma das cortinas havia sido aberta em súbito. Quando ela conseguiu abrir seus olhos o suficiente para enxergar com alguma clareza, Bellatrix reconheceu a silhueta da pessoa parada ao lado da janela.


        - Milorde... – ela se curvou, a voz embargada pela emoção da volta adiantada de Voldemort. – Não imaginava que chegaria hoje, imaginei que apenas daqui a duas noites...


        - Visivelmente. – respondeu frio, e ela não entendeu absolutamente nada. – Visivelmente não estava esperando meu retorno...


        - Não entendo, milorde... – ela suspirou e ele se aproximou lentamente dela, seus olhos vermelhos encontrando os verdes pela primeira vez desde que a conversa começara. Bellatrix começava a ver naqueles olhos o motivo da zombaria de Parkinson, o Lorde não estava nada satisfeito.


        - Então talvez... Eu devia, talvez, ser mais claro... – à palavra dele outra cortina se abriu, cegando-a novamente.  – É interessante, sabe, Bellatrix? Antes que eu viajasse, você parecia tão desolada com a minha ausência e quando eu volto... Parece-me tão mentirosa. – o tom dele exalava veneno e ela mal entendia o porquê daquela agressividade toda.


        - Milorde, é claro que eu estive desolada, ansiando por sua volta. Eu não entendo por que...? – ela franziu o cenho, confusa.


        Voldemort riu de canto, amargo e parou frente a frente com ela, traçando com seus dedos o colo e o pescoço dela, onde suas marcas ainda estavam presentes algumas mais aparentes do que outras.


        - Pediste que eu tentasse voltar mais cedo, o fiz... E quando eu retorno, não te encontro aqui. – observou o Lorde, olhando fixamente para o pescoço dela. – Nenhum dos elfos sabe exatamente onde foste, então decido perguntar à única pessoa que tenho certeza de que saberá cada passo teu...


         - Katherine. – ela sussurrou em resposta.


        - Exatamente. E ela me disse uma coisa bem curiosa... O motivo de você não estar em casa... – ele acariciou até os cabelos dela, sem tirar os olhos das marcas. – Ela narrou como você recebeu um chamado urgente e saiu correndo sem hesitar em atender. E como esse chamado te alegrou. O mais curioso foi o emissor do dito chamado... Amico, Bellatrix? Nunca pensei que vocês fossem exatamente amigos...Para mim sempre pareceu que você tinha certo asco dos Carrow, mas de qualquer forma você sempre foi boa em camuflar suas verdadeiras opiniões... – ele bufou e se afastou dela.


        Bellatrix seguiu-o com os olhos, sorrindo de canto ao perceber o que estava acontecendo ali. Estaria ela louca ou ele estava novamente tendo uma crise de ciúme? Mais uma vez a mente de Voldemort estava fazendo-o imaginar loucuras inexistentes tudo por causa do ciúme? Ele estava sentindo e demonstrando o ciúme. Era bom demais para ser verdade, ele voltara, e voltara louco de ciúme dela.


        - Amigos? – ela deu um risinho. – Não é exatamente isso que está pensando que eu e Amico somos...


        - O que está insinuando?


        - Não, o que você está insinuando, milorde? – foi a vez dela de se aproximar, espalmando as mãos no peito dele. – Interessante que tenha ouvido a venenosa da Katherine, deixado-a enfiar idéias em sua cabeça... Fazê-lo pensar que eu... e Amico? – ela fez uma careta. – Se ainda fosse uma pessoa que fizesse mais sentido...- ela riu.


        - Como Rodolphus? – rebateu ele. – Ou Rabastan? É isso que quer dizer?


        - Sim... Obviamente, afinal, os Lestrange são meus amigos e legalmente ainda sou esposa do Rodolphus, ou seja, - ela viu ele ficando irritado, mas mesmo assim continuou. – faria mais sentido do que Amico Carrow. Mas, se eu não tenho nada com Rodolphus ou Rabastan... Como pode pensar que eu e Carrow...?


        - Eu não estou pensando nada, você está dizendo, minha cara... – desconversou o Lorde.


        - É claro que está, com os olhos, com a amargura na voz, com essa casa sombria... Está com ciúme e nós dois sabemos disso, por mais que não admita. – ela circundou o pescoço dele com os braços. – Por que diabos não consegue confiar em mim? – ela roçou os lábios nos dele levemente e viu-o fechar os olhos por um momento.


        - Eu não confio em ninguém. – ele simplesmente respondeu. – Muito menos neles.


        - Você quer confiar em mim... Mas não consegue... Porque não confia em ninguém – ela acariciou o rosto dele. – E porque eu traí a confiança do Rodolphus, certo? Se eu fiz uma vez, porque não faria...?


        - Eu não disse isso. Nunca.


        - Não precisou. Mas é tão sem sentido isso, porque... Você não é o Rodolphus, não me relacionei com você por dinheiro, nem por posição...


        - Bella, eu não...


        - Estou com você por causa de um amor louco que faria com que eu preferisse morrer do que trair sua confiança... – o tom dela não era de tristeza, era de carinho. – Quando vai se dar conta disso? Que eu nunca faria nada do tipo e que tudo o que eu faço é por sua causa e para você? Que é minha vida? – ela colocou as duas mãos ao lado do rosto dele, que as segurou.


        - Eu sei.


        - Então acredite no que sabe. – ela o beijou por poucos segundos, antes que ele se afastasse.


        - O que Amico queria? Por que saiu daqui tão rápido e tão contente? – ela sabia o que era aquilo, ele queria testar se ela o estava enrolando.


        - Amico queria que eu fosse a Hogwarts, dar um coro no diretor no Clube de Duelos que ele reabriu...


        - No diretor... Snape. Então você saiu a pedido de Amico, para encontrar Severus. Bellatrix, está piorando sua situação consideravelmente. – o tom dele já não era mais sério, e sim um pouco zombeteiro. Bellatrix deu uma risada curta e fez cara de preocupação. – E qual o nível do estrago desse duelo?


        - Alto. – ela respondeu. – Imagino que terão trabalho suficiente em Hogwarts pelos próximos dias...


        - Faço idéia... – ele então parou para analisá-la com mais calma e só então notou os ferimentos e hematomas. – Bella... Parece que o nível de estragos não foi alto apenas para Hogwarts... – ela tinha o corte do Sectumsempra no ombro, vários hematomas e alguns pequenos cortes no rosto causados pelas sucessivas quedas. – Como diabos eu não percebi tudo isso antes?


        - Dizem que o ciúme é um bicho de olhos verdes que cega e...


        - Bella... – chamou em tom quase de censura.


        - É verdade... Admite, vai? E vai valer todos os cortes...


        - Sabe... A verdade é que eu tenho todo o direito de zelar pelo o que é meu...- ela sorriu. – E de não querer que outros coloquem as mãos...


        - Uhum.... E?


        - E a idéia de que um deles possa... Se aproximar demais... Incomoda. Bastante. Mais do que o saudável, eu diria...


        - É o suficiente... – ela o beijou e ele notou um corte nos lábios dela.


        - O que ele fez com você? – ele passou os dedos pelos hematomas do rosto.


        - Orgulho-me de dizer que não muito pior do que eu fiz com ele... – ela riu, mas Voldemort não pareceu achar graça alguma.


– Precisa tratar desses ferimentos, principalmente desse – ele apontou o corte no ombro...


- Como quiser, mas preciso dizer que só tenho vontade agora de ficar perto de você, de matar a saudade... Não quero sair daqui... Ir sozinha lá pra cima e cuidar disso...


- Ótimo, eu não pensava em deixá-la sozinha de qualquer forma... Sabe-se lá quantos ferimentos mais você tem fora esses visíveis... - Bellatrix impressionou-se com a nítida preocupação dele. Voldemort passou o braço por detrás dos joelhos dela e a levantou, parecendo ter esquecido completamente a crise de ciúme. – Vamos...?


- Sim... – ela respondeu e pressionou os lábios contra os dele, que subiu até o quarto deles, levando-a nos braços.    


Ao chegar no quarto, ele colocou-a na cama, por entre os travesseiros e puxou o zíper do vestido dela, tirando-o com a ajuda da própria Bellatrix.


Ele ainda estava impressionado com o lapso que fora não notar aquilo, por Merlin, à luz do quarto parecia ainda pior o estado da Lady das Trevas.


- Deve ser frustrante... – comentou ele, tocando a região próxima ao razoavelmente profundo corte no ombro dela, Bellatrix respondeu com uma exclamação de dor.


- O quê...? – perguntou a mulher, prendendo os lábios entre os dentes para não gemer de dor. Voldemort olhou para ela sarcástico, com aquele sorrisinho insuportável que somente ele sabia fazer.


- Não poder matar Snape, é claro... – respondeu, sem tirar a expressão presunçosa do rosto. – Tenho para mim que é por isso que vocês quase colocaram Hogwarts abaixo hoje... Porque, é claro, acredito que seja frustrante para ele também...


- Não posso negar... – respondeu Bellatrix, contorcendo-o ao toque dele, que pegou a varinha e conjurou toalhas, uma bacia e água. Murmurou alguma coisa para a água e pegou um fraco no armário, jogando algumas gotas de cor amarelada na água. A mistura fumegou e Bellatrix fez uma careta. – O que é isso?


Voldemort simplesmente ignorou-a e mergulhou uma das toalhas na solução de sabe-se-lá-o-que e aproximou o pano limpo e úmido do ferimento no ombro dela.


- Por que tantas perguntas? Sabe muito bem que o único tão bom quanto eu, ou melhor, em poções é aquele que fez isso... – ele indicou o ferimento dela com os olhos. – a você.


Bellatrix inspirou, revirando os olhos e ele tocou o ferimento com o pano. Ela gritou e fechou os olhos, sentindo o corte queimar de dentro para fora. O que diabos era aquilo, por Merlin? Ela agarrou-se ao braço dele e prendeu a respiração longamente, sentindo os olhos encherem-se de água.


- Não estou me vingando de você por ter quase explodido Hogwarts com Snape, estou cuidando para que você não acabe perdendo o braço no fim das contas...


Bellatrix sobressaltou-se e esperou ver algum resquício de divertimento na expressão dele. Contudo, o Lorde permaneceu sério. Era como se ele não estivesse brincando ao dizer que queria evitar que ela ‘perdesse o braço’... Mas o que diabos, Snape? Maldito feitiço que ele tinha que inventar. E, pelo jeito, aprimorar – afinal, o Sectumsempra só decepava caso pegasse diretamente numa junta e não tão de raspão como aquele, pelo jeito, ele havia realmente aprimorado a porcaria do feitiço.


- Acha mesmo que....?


A preocupação dela passada a palavras finalmente desatou um sorriso aberto em Voldemort, que só não recebeu um tapa no ombro porque os braços dela doíam demais para aquilo. Era óbvio: ele havia tentando fazê-la surtar e quase conseguira. Por bem pouco...


- É claro que não. – ele pressionou novamente a toalha contra o corte no ombro dela, que guinchou de dor. Mas o que diabos? – Se Snape quisesse decepar o seu braço o teria feito e você não poderia fazer nada quanto a isso.


- Obrigada pela parte em que me toca! – reclamou a morena. – Como se eu não pudesse me defender de Snape, hunf. Era só o que me faltava. – Bellatrix continuou a reclamação e viu Voldemort revirar os olhos.


- Ele criou o feitiço. Obviamente o domina melhor do que ninguém, Bella, foi isso que eu quis dizer...


- Sei... Nada a ver com ele ser o seu Comensal favorito e...


- Sabe porque ele não decepou o seu braço? Ou por que não te machucou mais do que isso? – ele a mediu com os olhos e ela acenou negativamente com a cabeça.


- Porque ele sabe que eu o mataria. – ele respondeu, sem olhar diretamente para ela.


Merda. Ele sempre sabia como tirá-la dos eixos, como pegá-la desarmada, melhor do que qualquer um. Aquelas palavras foram suficientes para destruir qualquer resistência dentro dela. Bellatrix balbuciou algumas coisas desconexas antes de conseguir dizer a única coisa que lhe veio à cabeça:


- Assim como me mataria caso eu ferisse Snape além do recomendado...


Voldemort suspirou, mas sem parecer surpreso com a resposta quase mal criada dela. Bellatrix às vezes conseguia ser tão impossível! Ele continuou a limpar o ferimento dela, dessa vez calado e ignorando completamente os protestos de dor da mulher.


Bellatrix, a certo ponto, parou de reclamar, agüentando a dor quieta, à medida que via o ferimento parecer menos feio. Os tons de roxo do corte haviam desaparecido e ela parecia bem mais limpa, com muito mais probabilidade de cura no fim das contas.


A única coisa que ela não entendia era a quietude do Lorde, que trabalhava como um cirurgião, bem concentrado, quase sem piscar. Ela, no entanto, sabia que, dentro daquela casca de foco, a cabeça dele funcionava a mil por hora. 


Voldemort se irritava como, às vezes, ela conseguia ser insuportavelmente auto destrutiva. Ele não respondera porque a única resposta verdadeira para aquela pergunta não podia ser dita em voz alta, não por ele.


A verdade era que Voldemort não se sentiria nem um pouco inclinado a matá-la, por mais que ela ferisse Snape gravemente ou algo do tipo, pois ele não tinha intenção nenhuma de feri-la, ou melhor, ele não conseguiria fazê-lo a não ser num caso extremo de traição – e tratando-se de Bellatrix, por mais que seu ciúme louco o tentasse convencer do contrário, era uma possibilidade remotíssima, irreal no campo pessoal e impossível no ‘profissional’.


Voldemort pegou a varinha e murmurou alguma coisa, terminando de fechar o ferimento de vez. Bellatrix olhou bem a pele, nenhuma marca. Ele era realmente muito bom naquilo, pois o Sectumsempra costumava deixar cicatrizes.


Ele levantou os olhos até os dela e notou os ferimentos do rosto, que eram menores  - provenientes das quedas - e se curariam sozinhos facilmente. O corpo dela era um mar de manchas arroxeadas, algumas mais escuras e com cortes próximos.


- Os outros ferimentos não são tão graves... Se curarão sozinhos. – ele se levantou da cama e andou até a saída do quarto, parando ao portal.


Bellatrix acompanhou-o com os olhos, tentando entender por que ele havia subitamente parado, aliás, por que ele havia se afastado em primeiro lugar.


- A partir da semana que vem, quando você estiver numa condição melhor, voltará a treinar. Para que da próxima vez, que certamente não será numa demonstração, você não venha a quase perder um braço, minha cara...


- Como quiser, milorde... Mas eu não quase perdi um braço e, com todo o respeito, duvido que Snape teria sido capaz de tal feito.


- Eu não duvido, e não quero você voltando para casa com pedaços faltando. Por isso, voltará a treinar, está há muito tempo habituada a brincar com a comida que se esquece que o principal é terminar a refeição de forma limpa e eficiente. Parece que terei de te ensinar isso novamente, portanto, o farei.


Bellatrix abriu e fechou a boca, como se fosse dizer algo, mas calou-se. Não era a melhor hora de discutir e voltar a ser treinada por Voldemort era mais do que perfeito. Ele era provavelmente o melhor duelista da história e ser sua aluna sempre fora uma tremenda honra para ser dispensada por orgulho idiota. Além disso, ela tinha interesses mais urgentes do que seu orgulho de Comensal.


- Farei como mandar, milorde. – ela o reverenciou apenas com um aceno de cabeça. – Agora... Pergunto-me... – ela se levantou da cama e caminhou até o Lorde, que permaneceu sem mover um músculo sequer.


- Pergunta-te...?


- Porque se afasta de mim... – Respondeu a morena, quando colocou-se completamente à frente dele e apoiou suas mãos nos ombros dele.  – Após ter ficado tanto tempo fora... Viajando... – completou, com a voz manhosa, e prendeu o lábio inferior com os dentes.


Voldemort riu de lado e a puxou com uma das mãos na cintura e a outra no pescoço dela; Bellatrix jogou a cabeça para trás ao toque dele e fechou os olhos, suspirando pesadamente. O Lorde roçou os lábios dela com seus dedos, arrancando mais suspiros da Lady.


        - Se alguém ouvisse, nem mesmo acreditaria que há poucos instantes eu estava cuidando de você... – disse ele, traçando o contorno dos lábios da morena com a ponta dos dedos.


        Bellatrix riu e abriu os olhos, que tinham um brilho de luxúria misturado ao verde naturalmente provocante deles, e encarou-o com a sobrancelha levantada e os lábios entreabertos, umedecidos na medida certa para despertar os devaneios dele.


        - Se a dita pessoa me conhecesse... – sussurrou, num tom de voz macio como o de uma canção – ou talvez fosse assim que Voldemort a ouvia – e parou por um instante, como o instigando a completar a frase em sua cabeça antes que ela mesma terminasse o pensamento em voz alta. – Saberia que não estou propondo que faça nada além de cuidar de mim...


        - Oh sim, obviamente...  E eu sou tão misericordioso que não posso negar um pedido feito de forma tão explícita. – ele respondeu e percebeu que a ênfase colocada na última palavra a fizera prender a respiração por um instante. – E feito por uma serva tão submissa e obediente... – a intensidade do olhar de Bellatrix para ele aumentou e Voldemort sentiu os cabelos da nuca dela se arrepiarem em seus dedos devido a algo que ela havia, provavelmente, imaginado.


        - Ainda mais quando a dita serva é sua mulher e está sozinha desde que você viajou... – ela acariciou o peitoral dele, seguindo o movimento das mãos com os olhos. – E está morrendo de saudades... – ela voltou a olhá-lo. – E há pouco duelou, está tão dolorida e ferida e sabe que a melhor cura para tais ferimentos são as mãos, os lábios de seu Lorde... 


        Voldemort parou de enrolar com a conversação e colou os lábios aos dela, pressionando suavemente até trilhar o caminho por entre os lábios da mulher com a língua; Bellatrix abriu os lábios em resposta, puxando seu Lorde para perto de si ao apertar o laço de seus braços no pescoço dele.


        Desde sua chegada ele desejara tê-la em seus braços, mas com todo o ciúme que o deixara furioso e os ferimentos dela havia se distraído, mas ele recompensaria aquilo para ambos. Voldemort a levantou um pouco em seu colo e agarrou os cabelos dela, trazendo-a mais ainda para o beijo.


        Bellatrix mal podia explicar com palavras como era voltar a beijá-lo depois de tanta coisa, a viagem, a quase-briga dos dois, os ferimentos dela, mas estar nos braços de Voldemort era algo sem o que ela não poderia viver.


        As línguas deles procuravam-se ávidas, sedentas, mas igualmente sincronizadas, perfeitas na mesma dança, na mesma freqüência, e permaneceram aproveitando-se até o momento em que seus donos precisaram de ar. E foi nesse segundo de respiração que Voldemort andou até chegar à cama, onde a derrubou novamente e observou o corpo dela, percebendo que só naquele momento havia se ligado ao fato de que ela estava apenas de roupas íntimas desde que ele começara a cuidar do ferimento dela. É que naquele momento a preocupação não o deixara desejar, mas agora ele a devorava com os olhos sedentos que haviam sido privados daquela visão por vários dias.


        Bellatrix o deixou observar por alguns instantes antes de o chamar com um movimento do dedo, lembrando-o que a visão podia ser interessante, mas que ele podia aproveitar muito mais do que aquilo.


        Ele deitou-se por cima dela e fez que ia beijá-la algumas vezes em provocação, deliciando-se com a visível frustração da Lady das Trevas, que apertava as mãos aos ombros dele com mais e mais força a cada brincadeira daquelas que ele inventava.


        - Desse jeito faz-me acreditar que não sentiu nem um pouco a minha falta. – provocou Bellatrix, mais uma vez usando o tom manhoso na voz. Tom que ele admitia adorar.


        Voldemort sentiu-se até ultrajado com aquela possibilidade, que tinha tudo de completamente impossível. Não havia como ele não sentir falta dela.


        - Não seja tola... Neste exato momento eu me pergunto como consegui ficar longe de você sem enlouquecer... – ele respondeu e voltou a beijá-la.


        O beijo impediu que o queixo de Bellatrix caísse e os olhos fechados impediram que ele os visse mareados, mas ouvir aquele tipo de coisa da boca dele era mais do que ela pudesse imaginar ou até mesmo desejar. Era bom demais e talvez fosse por isso que no fundo houvesse uma parte dessas viagens dele que ela gostasse: a volta. Quando ele estava todo entregue a ela e entorpecido de saudade. Quando era dela. 


 


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts – Uma semana depois


        


         Desde o pequeno “incidente” entre Astoria e Melinda, a mais jovem quase não era vista pelos corredores: era a ultima a entrar nas aulas e a primeira a sair delas, a mesma coisa nas refeições, e ela nunca aparecia no salão comunal – seu quarto havia se tornado seu refúgio. Não era para menos.


        Na Sonserina, começaram a surgir inúmeros bochichos sobre porque diabos Melinda não fazia nada, sobre porque deixava Astoria ficar se escondendo em vez de acabar logo com aquilo. Ah, essas pessoas não conheciam Melinda, definitivamente. Ou até conheciam e esqueciam-se da personalidade predatória da morena. Sadicamente predatória.


        - Eu não a entendo, Melinda. A vagabunda da Astoria faz o que fez e você a deixa quieta no canto dela curtindo o conforto do quarto dela? Desculpe-me, mas eu simplesmente não consigo aceitar isso! Simplesmente não me parece algo aceitável! – esbravejou Gabrielle na mesa da sonserina, no café da manhã.


        Melinda ainda demorou-se alguns segundos apreciando o chá para olhar finalmente na direção da amiga e suspirar num falso tom de cansaço, colocando um sorrisinho presunçoso no rosto.


        - Vocês realmente não entendem, não é? – Gabrielle, Draco e Nicky negaram com a cabeça. Os três estavam confusos demais com a atitude da amiga, principalmente Draco que era o pivô de tudo aquilo. – Ai, terei que explicar... Ótimo. Eu não sei se vocês se lembram de quando eu falei que a morte rápida e indolor era mais do que a Greengrass merecia. – os três assentiram. – Perfeito. Então pensem, porque acham que a vadia está presa no quarto há dias? Logo iremos a Hogsmeade e ela ficará aqui presa no castelo como uma idiota, coitadinha... Vocês não vêem o que está acontecendo? Ela está aterrorizada demais para sair em público, para sair de seu lindo e, provavelmente protegido, quarto. – ela riu sarcastica de canto. – Como se qualquer coisa que ela pudesse colocar como proteção fosse me deter. – ela revirou os olhos.


        - Ainda não entendo como diabos isso é pior pra pirralha do que morrer. – comentou Nicky, mas de forma quase displicente.


        - Nicky, darling, ela está acuada como uma presa indefesa sendo rodeada por uma serpente pronta a dar o bote, enquanto a serpente rodeia, lenta, sinuosamente, sem saber qual momento será fatal. – terminou levantando a sobrancelha para depois sorrir.


- Ok, você é demasiado controlada! Eu já teria degolado a maldita. – declarou Gabrielle, parecendo realmente que ia degolar uma Astoria imaginária. – Por mim ela estaria num caixão.


 – Mas eu no momento não gostaria que Astoria estivesse em nenhum outro lugar do que naquele em que ela está, dear... Esse é o meu jogo, apavorá-la, atormentá-la. Pergunto-me todos os dias quantas noites em claro a vadia já passou pensando se chegaria a ver a luz do dia novamente...  É... Refreshing.     


        Draco encarou a namorada, meio chocado. Não que ele pensasse que a vingança dela estivesse terminada, é que algumas vezes ela conseguia exagerar bastante naquele sadismo. O mais doente daquilo tudo era que ver a forma como o rosto dela se iluminava de felicidade com aqueles pensamentos lhe dava imensa felicidade, exatamente porque mostrava o quão feliz ela estava. Vê-la feliz o fazia feliz, não importando o que trazia a ela a dita felicidade.


        O aberto sorriso de Melinda fechou-se graças a uma cena que ela viu na mesa da Grifinória, Longbottom se aproximava de Weasley... Aquilo não podia ser bom. O olhar dela, queimando na mesa da Grifonória, guiou o dos outros, que entenderam imediatamente.


        - Você consegue ler os pensamentos deles? – sussurrou Gabrielle.


        - Sim... Mas a mente dos dois está uma bagunça. Como não conseguem fechar as mentes pra mim estão deixando-as uma completa bagunça para dificultar meu trabalho. E sabem que eu não tenho tempo para ficar decifrando... Ainda mais com eles se costas, se fosse olhando nos olhos...


        - Então foi assim que previu tão facilmente o ataque da Astoria? E da Hilary em Hogsmeade naquela vez? – perguntou Draco, curioso. – A mente delas provavelmente estava muito clara, focada numa coisa só: te atacar. – Melinda assentiu.


        - Acha que eles vão conversar sobre...Você sabe o quê? – perguntou Nicky, apoiando-se na mesa para ficar próxima de Melinda.


        - Eu tenho absoluta certeza... Soon or later, eles vão. E eu quero estar ali para pegá-los no flagra.


        Neville encarou Ginny por longos minutos, conseguindo apenas olhares mal criados e bufadas da parte da ruiva, que não colaborava muito com sua aproximação.


- O que foi, Longbottom? – perguntou, irritada. – O que quer?


- Falar com você, Ginny! Desde que voltei vi que todos te odeiam, que falam coisas horríveis de você e que você ignora a todos... O que está acontecendo, Ginny? O que eles fizeram com você?


- Não sei do que está falando, Longbottom. Ninguém fez nada a mim, eu apenas caí na real sobre quem vai ganhar essa maldita guerra


- E deixou de amar o Harry, é isso? – perguntou o garoto, incrédulo. – Sei.


- Não, mas até onde eu me lembro foi Harry quem me cortou da vida dele! Foi ele quem decidiu se jogar numa missão suicida sem pensar em mim, sem pensar em como eu sofreria! Harry não tem consideração o suficiente por mim para me amar, portanto, nunca daríamos certo. Eu não me arriscar por alguém que me deixou por pura teimosia!


- O que quer dizer com teimosia?


- O Lorde das Trevas ofereceu um posto ao Harry. Se ele realmente quisesse o meu bem estar, ele procuraria o Lorde e pediria o posto que recusou um dia...


- Ginny, você está se ouvindo?!


- Sim, perfeitamente. Só estou sendo sensata! Harry não está fazendo nada além de arriscar a vida de todos que um dia gostaram dele. Isso não é heroísmo, é egoísmo! – aquela parte saiu bem alta e todo o salão ouviu. – Tudo o que eu poderia desejar é que existisse algum lugar em Hogwarts onde eu pudesse ficar em paz no meu tempo livre após o café da manhã! Um lugar para me desligar completamente do mundo. É uma pena que a existencia de algum lugar assim em Hogwarts é um desejo, uma lenda, já que todos ficam o tempo todo olhando a vida dos outros. – e ela saiu do salão batendo os pés.


Todos começaram a cochichar, mas Neville notou a intensidade do olhar de Ginny durante aquele pequeno monólogo, era uma mensagem que ele decifraria após o café, quando o olhar de Melinda não estivesse queimando suas costas.


- A garota surtou de vez... – comentou Draco, olhando para o proprio prato.


- Obviamente... – Melinda mudou o olhar de Longbottom para Draco. – Quero dizer... Com tudo o que está acontecendo com ela o idiota do Longbottom ainda fica em cima dela, sendo que ele não é exatamente a mais recomendada das companhias para quem quer estar bem conosco... E também, se lembrarmo-nos foi ele que causou os problemas dela no inicio das aulas, mesmo que indiretamente e... – e Melinda parou. O assunto anterior havia voltado, literalmente.


Por um longo momento, Hogwarts prendeu a respiração ao ver Astoria Greengrass passar pela porta do Salão Principal. Aquilo não ia prestar. Ela andava com o rosto levantado, sorrindo para todos e balançando aquele cabelo insuportavelmente loiro. Melinda trincou os dentes e em meio milésimo de segundo os olhos da Sonserina estavam focados nela.


- O que você dizia sobre não querer Astoria em nenhum outro lugar mesmo? – sorriu Gabrielle, sarcástica e presunçosa, arrependendo-se ao receber de Melinda o olhar mais mortífero de sua vida. A mão da morena fechou-se ao redor da faca ao lado de seu prato e Gabrielle só se tranquilizou ao ver que o olhar mortífero já tinha outra direção: Astoria.


- Plano A falhou... Vamos ao Plano B... Com uma abordagem um pouco mais arrojada. – e ao terminar de falar, ela levantou-se, aumentando o clima de tensão no Salão. Os Sonserinos sentiam que iam adorar o que estava por vir e os outros, bem, temiam.


Gabrielle entendeu o que ela queria dizer com arrojada quando a morena subiu no banco em que antes estivera sentada e logo em seguida colocou-se em cima da mesa da Sonserina e deu dois passos até o outro lado, onde, com a ajuda de um aluno do quinto ano desceu da mesma forma que subira e parou exatamente na frente de Astoria, com os braços cruzados e a faca escondida nas vestes. Era óbvio que ela fizera de propósito para que o Salão inteiro visse: Funcionara.


- Bom Dia, Greengrass... – cumprimentou, de forma que seria quase simpática se não tão seca.


Astoria travou o passo a um metro da Princess das Trevas, podia ter tido a coragem de sair de cabeça erguida, mas não estava pronta ainda para um encontro cara a cara com Melinda, assim na frente de todos. Mas era muita ingenuidade mesmo pensar que aquela psicopata deixaria barato aquela aparição.


- Bom Dia, Black. – respondeu, educadamente, tentando não demostrar nenhum nervosismo.


- Sabe Astoria... Ultimamente a tenho visto tão pouco... Imaginei que depois do que você fez estivesse pensando que era mais seguro ficar em seu quarto... Longe do meu alcance. – ela fora até mais direta do que Astoria poderia imaginar que a maldita seria.


Astoria ensaiou as palavras em sua cabeça algumas vezes antes de dizer alguma coisa, a última coisa que ela queria era piorar sua já extremamente crítica situação.


- Bem... Eu cheguei à conclusão de que no meu quarto, eu não estava fora do seu alcance, porque não existe fora do seu alcance, não é? Se e quando você quiser, me alcancará e não há proteção que eu possa conhecer que iria te segurar decentemente, ou seja, tudo o que eu posso fazer é sentar e esperar até o momento em que você queira me colocar definitivamente no seu alcance e fazer o que você vai fazer cedo ou tarde. – disse a loira, aparentando cansaço pela primeira vez desde que pisara naquele Salão.


- Interessante saber que você tem essa noção, Astoria, porque de fato: você pode correr, pode se esconder, mas não escapará de mim quando eu quiser terminar com isso... – ela se aproximou de Astoria. – E saiba mais, Astoria, não preciso te ter perfeitamente no meu alcance para acabar com você porque eu tenho uma mira impressionante, sabia? – Astoria imaginou que Melinda estava tirando sarro do que havia acontecido no Duelo, de como ela havia errado o feitiço, se bem que Gabrielle Ceresier fora a responsável por aquilo e não ela, mas... Quem entendia Melinda afinal?  - Agora se me dá licença... – Melinda passou pela loira, batendo o ombro no dela e deu vários passos, percebendo que Astoria ainda mantinha-se parada no mesmo lugar, provavelmente recuperando-se daquele momento terrível e constrangedor.


E de fato, Astoria tentava recuperar mais uma vez naquela semana sua coragem e sua dignidade para seguir em frente, sentar-se, comer e ir para as aulas, mas tudo estava dificil e ficaria pior, pois ela ouviu novamente a voz de sua algoz lhe chamar.


- E... Astoria...? – chamou Melinda, virando-se de lado e fazendo a garota girar completamente nos calcanhares.


- Sim...


Melinda terminou de girar de frente para ela rapidamente, tão rápido que somente depois que havia acontecido é que todos notaram o que ela fizera.


- Um pequeno presentinho de boas vindas... Eu disse que tinha boa mira...


Astoria estava com os olhos lacrimejando, sua mão tocou algo na região de suas costelas, o sangue brotava e todos apertaram os olhos para ver o que era: a faca. A faca que Melinda pegara na mesa estava cravada na carne de Astoria, que então caiu de joelhos, sem conseguir falar.


Um estrondo fez Melinda levantar os olhos para a mesa dos professores, onde Snape havia levantado-se e socado ambos os punhos contra a madeira, ele a olhava furioso, mas ela apenas sorriu para o professor e quase cunhado, sendo que Gabrielle era quase sua irmã.


- Eu a levaria para a Ala Hospitalar logo se querem salvá-la, porque.... – Melinda aproximou-se de Astoria, abaixou até a altura dela e puxou a faca, arrancando um grito dela e ainda mais furia de Snape, para quem olhava. – Porque com o ferimento aberto, muito provavelmente ela morrerá sufocada... Afinal com aquele buraco imenso para o ar entrar... Por que entraria pelos pulmões? – ela arqueou a sobrancelha e se levantou, jogando a faca no chão e sorrindo enquanto andava de costas em direção à porta.


Antes de sair, Melinda ainda conseguiu ver por vários segundos Astoria começar a sufocar caída no chão, e a correria dos professores para salvá-la. Ela passou de costas pela porta e saiu do Salão calmamente. Os alunos estavam apavorados.


Ela olhou o sangue de Astoria que manchara sua mão: puro, mas tolo e traidor – merecia ser derramado por ela. Aquele sangue era tudo o que ela precisava para apavorar Astoria mais uma vez, pois uma coisa é se dizer que está preparado para morrer, outra bem diferente é estar. E ela não estava, era tudo o que Melinda queria provar, uma vez que tinha certeza de que os professores acudiriam Astoria a tempo de salvá-la. Foi então que, olhando praquele sangue manchando sua mão e pensando sobre pureza de sangue que ela teve uma quase epifania. Como diabos ela não tinha pensado naquilo antes?


- Melinda! – ela ouviu alguém chamá-la e girou rapidamente nos calcanhares, para reconhecer Draco correndo em sua direção. – Você ficou doida? Snape está furioso! Ele não vai deixar essa passar e... – Melinda tocou os lábios de Draco e o silenciou.


- Está tudo bem, amor. Ele não pode fazer nada, afinal de contas eu estou apenas seguindo o que o meu pai mandou, certo? Astoria ao tentar me matar me deu o direito de matá-la pela nova filosofia que meu pai implantou no mundo bruxo... Assim como Longbottom deu a minha mãe o direito de fazê-lo. – ela sorriu.


- Então porque a tia Bella deixou o traidor em paz?


- Por enquanto.... Para mostrar a todos o quão benevolentes nós podemos ser.... E é por isso que Astoria também não morrerá por enquanto.  Eu ainda a farei sofrer muuuuito... – Draco então percebeu que a porta do Salão havia sido aberta e que o dedo de Melinda em seus lábios estava manchado com o sangue de Astoria.


Draco mais uma vez sentiu-se o mais doente dos seres humanos, porque numa forma absurdamente macabra e – como já dito – doentia, ter sua namorada calando-o ainda suja do sangue daquela que queria tirá-lo dela era quase excitante. Merlin, ele estava ficando cada vez mais cruel e doentio e não dava a mínima para isso. Ele então percebeu que Astoria passava perto deles, sendo carregada pelos professores, ainda de olhos abertos.


- Como eu disse ela ainda sofrerá muito na minha mão. – Melinda arrastou sua mão para a nuca dele, manchando a pele branca dele com o resto de sangue que ainda não estava seco. Melinda o beijou e ele sabia que era proposital, que ela queria que Astoria visse. E, como também já dito, ele não dava a mínima.


Draco agarrou a cintura e os cabelos de Melinda, puxando-a até que ela se encaixasse em seu corpo. Em meio ao beijo ele pôde sentir um restinho de gosto metálico, algum sangue de Astoria havia sujado seus lábios. Aquilo era bom na mesma medida em que era doentio, ele estava mesmo sendo tranformado por Melinda num ser cruel e macabro, mas tudo o que ele menos queria era retroceder, ele gostava de ser o Principe da Princesa das Trevas.


Quando Snape passou por eles, o beijo foi cortado pelo proprio diretor que puxou Melinda pelo braço e a olhou borbulhando de raiva. Draco nunca vira Snape daquele jeito.


- Escuta aqui, Melinda, se você acha que Hogwarts agora é o seu playground está muito enganada! Eu mesmo falarei com o Lorde das Trevas e eu imagino que ele me dará razão...


- As far as I know, Severus, o Lorde das Trevas himself matou alguém em Hogwarts e ele não havia sido publicamente desafiado como eu fui... Então minha dica para você é: just try. – ela levantou a sobrancelha e Snape urrou. – Sabe qual é o problema aqui? É que sabe que estou certa, Severus, e não quer admitir.


- É Professor Snape para você, Melinda! – ralhou o professor, desgostoso.


- É vossa alteza para você, Severus. – respondeu no mesmo tom. – Milady, no mínimo.


- Ei! Calma vocês dois! – eles ouviram Gabrielle se aproximar. – Por Merlin, não briguem. – ela quase implorou. Tudo o que menos queria era uma briga séria entre eles. – Severus, por favor, solte-a. Melinda acalme-se por Merlin!


Snape olhou para Gabrielle e depois para Melinda e de novo para Gabrielle até que soltou o braço da morena. A jovem acariciou o braço onde Snape segurara com força, provavelmente ficaria vermelho – no mínimo. Ela respirou fundo e pareceu se acalmar, Snape no entanto continuava furioso. Ele saiu ralhando e batendo o pé. Gabrielle fez menção de ir atrás dele, mas foi segurada por Draco.


- Deixe-o ir. – aconselhou. – Dê a ele pelo menos alguns segundos de vantagem para que ele possa se acalmar um pouco.


Gabrielle assentiu e bufou, olhando irritada para Melinda. A Princesa não sabia bem porque diabos ela estava tão irritada? Não era culpa dela que Snape estava dando um ataque.


- O que Snape queria? – perguntou Melinda, olhando para Gabrielle com a mesma expressão irritada. – Que eu pedisse permissão para matar Astoria? Uma permissão escrita e assinada pelo diretor? – ironizou.


- É claro que não... Mas... – Gabrielle alongou o pescoço.


- E outra: não era você que queria que eu fizesse da morte dela um espetáculo, Gabie?


- Sim...


- Então por que diabos está tão irritadinha?


- Porque é difícil demais ter minha melhor amiga e meu namorado brigando loucamente sempre que conseguem uma chance. É difícil aqui para ambos, eu entendo! Você é poderosa  dentro e fora daqui, acima dele por ser filha do Lorde, e ele teoricamente está acima de você aqui dentro então vocês batem de frente por poder dentro e fora daqui, mas... Eu preciso arrumar um jeito de balancear isso ou vou enlouquecer! – desabafou a loira.


- Oh Gabrielle... Isso é muito fácil de se resolver! Diga ao seu namorado para parar de bater de frente comigo porque o mais provável é que ele quebre a cara porque, afinal, eu nunca faço as coisas sem pensar quinhentas vezes antes e chegar à conclusão de que eu estou segura. Você sabe disso! Snape pode cavar o que quiser que provavelmente nunca encontrará algo para me atingir! Os tempos mudaram, Gabie, existem poderes maiores do que o diretor de Hogwarts... Não é a primeira vez que acontece, não será a última. – ela acariciou o queixo de Gabrielle e sorriu. – Lembre-o de que seu querido mentor Dumbledore está morto e enterrado graças ao Draco e, junto com ele, o poder imensurável do diretor. Minha mãe e meu pai estão acima dele e mandam diretamente aqui...


- Assim como você, certo? – Gabrielle levantou a sobrancelha.


- Oh, quisera eu mandar em Hogwarts. Não, eu não mando aqui, querida. Pelo menos não ainda. Eu faço aquilo que meus pais e a filosofia de governo deles me permitem, sou a representante direta deles aqui...


- Pensei que Severus fosse o representante.


- Se ele fosse, por que minha mãe estaria acima dele? – Gabrielle parou por um minuto para pensar e fazia sentido. – Ele está assim irritado porque está se sentindo acuado. Minha mãe e eu o acusamos de traição, você sabe disso, ele percebe que perde espaço e pra mim tem medo de que o Lorde tenha descoberto algo.


- Descoberto o que, Mel? Ele não é um traidor maldito! Eu durmo com ele, eu saberia!


- Tem certeza absoluta disso? – Melinda cruzou os braços. – Ou você não quer enxergar? O problema de Snape não é comigo! É com ele mesmo! Você notou algum dos Carrow irritado com o que fiz a Astoria? Sentindo-se desrespeitados ou retirados de sua autoridade? Muito pelo contrário, afinal foi no clube de Duelos de Amico que Astoria fez aquela bobagem! O que eles mais querem é que a traidorazinha seja morta e, teoricamente, era o que Snape devia querer. É claro que ele não poderia deixar de dar a chance de vida a Astoria, assim como deu a Longbottom, é sua obrigação como Diretor... Mas... Uma coisa é socorrê-la, outra bem diferente é desesperar-se em salvá-la como ele fez e virar-se contra mim. Ele não fez isso no caso Longbottom, por que está fazendo agora? Direi a você uma coisa, Gabie, o tempo aumenta o medo. 


- Ele... – Gabrielle sentiu as palavras se prenderem em sua garganta.


- Ele quer impor seu poder a mim para que eu recue para longe dele, Gabie, para parar de cercá-lo e encurralá-lo e quer também mostrar aos traidores que eles ainda podem confiar nele de alguma forma. Essa é a minha opinião. Afinal se ela pode tentar me matar, por que não se rebelar contra o Lorde, certo? – ela levantou a sobrancelha e deixou Gabrielle ainda mais sem saída. – Seja uma boa namorada e aconselhe Severus, para o próprio bem dele. – Melinda não deu tempo para que Gabrielle respondesse e saiu de perto.


Draco colocou a mão no ombro de Gabrielle, que fitava o chão em completo choque.


- Ela está provavelmente certa, Gabie, Snape está mesmo muito estranho. Nós torturamos primeiranistas na aula de DCAT! De graça! Qual o lance com ficar tão irritado com uma facada em alguém que tentou te matar? – Draco sorriu triste e deu um tapinha no ombro de Gabrielle antes de sair.


 


Snape chegou em seu escritório batendo a porta e bufando. Ele sabia que Voldemort apoiaria o que Melinda fez, primeiro porque ela de fato seguira os principios dele e segundo porque ele sempre a apoiava. Snape talvez até ganhasse uma querela contra Bellatrix, mas contra a adorada princesa do Lorde? Dificilmente. E isso o irritava.


Melinda o estava sufocando, colocando contra a parede, sempre testando se ele estava ou não seguindo os principios que Voldemort instituíra a seus ‘súditos’ e ele sabia que havia falhado naquela manhã. Ela fora quase morta por Astoria dentro das paredes de Hogwarts, estava mais do que no direito de repetir o feito e, por mais que ele tivesse obrigação de socorrer qualquer aluno a não ser que tivesse ordem direta de Voldemort ou, penosamente, de Bellatrix, ele não tinha motivos para ter dado aquele escândalo todo. Mas vê-la ganhar tanto poder o incomodava. Aquela garota tinha acesso direto a ele não só por ser filha de Voldemort, mas por ser a melhor amiga de sua namorada. Aquilo não ia terminar bem. Voldemort ao menos confiava nele, Melinda não, na realidade ela já desconfiava dele e tanto acesso com o propósito de provar algo contra ele não era agradável.


- Eu não te invejo, preciso dizer. – ele ouviu a voz de Dumbledore, que o chamava de seu quarto. – O rumor já correu Hogwarts, o rumor sobre sua estranha reação ao novo incidente entre Black e Greengrass, Severus.  


- Eu não fui muito discreto por assim dizer. É que pra mim ficou tão óbvio que ela estava...


- Testando-te? É possível, mas não creio que fosse o principal fim por ela pretendido, Severus. Você pensou que era, mas esqueceu-se da principal coisa sobre Melinda Black... – Dumbledore pareceu quase entediado.


- O quê? Como pode saber? Na sua época ela ainda não era uma completa vadia te vigiando em cada passo, era a menininha educada, não a princesa das trevas poderosa e mimada!


- Severus... Melinda sempre foi um misto das personalidades de Tom – ah, esse tabu – e de Bellatrix! Em meu tempo, ela mascarava a si mesma, como o pai costumava fazer, mas com minha queda e do Ministério, ela deixou aflorar a personalidade que mais a dominava...


- A de Bellatrix. – suspirou Snape. – De fato, fica cada dia mais parecida com a mãe, sempre brincando com a comida antes de comê-la! Isso vale tanto para Astoria quanto para mim. Merlin, estou deixando uma pirralha me encurralar! Inacreditável!  


- Não só gosta de brincar com a comida, mas como de fazer grandes espetáculos. O Clube de Duelos, o café da manhã?


- Ela está transformando a morte de Greengrass num enorme espetáculo, ela quer que todos sejam testemunhas.


- Precisamente, de forma que não mais venham a desafiá-la. Mesmo porque Greengrass mexeu no único ponto fraco de Melinda...


- Draco. – respondeu Snape, imediatamente. – Ele tem em Melinda o mesmo efeito que Bellatrix no Lorde das Trevas.


Dumbledore sorriu no quadro, como se Snape tivesse tocado no assunto mais interessante do ano. E, de fato, Snape tinha chegado onde ele queria.


- Está alegando que Bellatrix é o ponto fraco do Tom?


- Precisamente. – Snape sentou na cadeira que outrora pertencera a Dumbledore. – Em um nível muito diferente de Draco e Melinda é claro, mas eu não me animaria se eu fosse você! Harry nunca a usaria para atingir o Lorde e, de toda forma, ela se mataria antes de ser usada como arma e o moleque não teria capacidade de se aproximar de Bellatrix sem acabar morto. Ela é um ponto a ser usado, sim, mas boa demais para ser pega, infelizmente. É outra que a cada minuto me deixa mais sem saída. Uma hora uma delas vai me prejudicar, Albus. – ele escondeu o rosto nas mãos. – Olha o trabalho que me deixou!


- Você disse que Harry não a usaria, concordo, mas e você, Severus? Se não fosse por Lily, provavelmente ainda seria um deles, conhece os métodos... E sei que é capaz de capturar Bellatrix, muito provavelmente. Você mesmo me disse que ela está relaxando como duelista... – Dumbledore pareceu extremamente sombrio.


- O que está me pedindo? Para seqüestrar Bellatrix e usá-la como arma? Oh, por Merlin! Por que não me pede logo para seqüestrar Melinda? Garanto que teria muito mais efeito! Quem é você e o que fez com Albus Dumbledore para insinuar que eu devo usar métodos sujos?


- Estou dizendo apenas que são métodos que você costumava apreciar e que tempos desesperados pedem algumas medidas desesperadas, e eu nunca o incitaria a fazer algo contra Melinda por pior que ela possa ser. É muito jovem, muito mais passível de redenção do que a mãe.


- Às vezes entendo o discurso de Melinda de que a Ordem é hipócrita, mas tudo bem. – desabafou Snape. – Passível de redenção? Duvido muito. E, não, eu não me meterei com Bellatrix! Por mais que no fundo a ideia me agrade, de fato, não é sensata. Qualquer passo errado e eu cumpro todas as desconfianças dela, não posso e não quero me arriscar, além do que...


- Além do que não é nada interessante para você sequestrar a mulher que é o ídolo de sua namorada. – Dumbledore respondeu com tanta simplicidade que Snape entrou em instantâneo choque. 


- O quê?                                    


- Não minta para mim, Severus, você nunca machucaria ou ameaçaria machucar realmente Bellatrix por causa de Gabrielle, importa-se demais com a garota para isso. Não quer perdê-la por mais que isso signifique perder o mundo bruxo...


- O que diabos?


- Não o estou criticando, acredite, Severus pensei que esse dia chegaria no momento em que notei seu interesse naquela menina. Está na sua personalidade, Severus, você é como um sonserino deve ser: Coloca o individual acima do coletivo. Novamente, não o estou criticando, apenas colocando os fatos. Ajuda o Harry por causa de Lily, não porque discorda com Tom. É um padrão seu, mas agora sendo revertido já que Gabrielle está do outro lado do muro. E, devo acrescentar, o lado do muro onde você ainda estaria se não tivesse tido problemas com Tom por causa de Lily, o lado do muro que almejou em sua adolescência com tanta paixão o príncipe Mestiço. Sempre confiei em você, Severus, pois em todos esses anos não vi um resquício de dúvida em você, não até cair no feitiço da Srta Ceresier...


- Eu... – Snape não teve tempo de terminar e ouviu uma batida na porta, a batida dela. Ele então jogou uma cortina por cima de todos os quadros do escritório, sabia que eles iam embora já que não podiam ver nada. Todos inclusive Dumbledore, que sorriu calmo antes que ele o fizesse.


 


Gabrielle adentrou o escritório parecendo bastante perturbada com alguma coisa, mas ela nunca poderia estar mais perturbada do que o próprio Snape estava. Em fato, tudo aquilo o estava enlouquecendo. Ele sabia que sua vida seria muito mais fácil se não estivesse tão próximo de Gabrielle, mas ele não conseguia resistir, a garota o arrastava de volta toda vez que ele tentava se afastar.


- Eu acho que precisamos conversar... – a voz dela saiu bem fraca, quase um sussurro.


Snape fechou a porta atrás de si e, novamente, sentiu-se engolido pelo olhar dela, entorpecido pelo perfume da namorada. Era isso mesmo que ela era? Ele tinha suas dúvidas: estavam escondidos, o que caracterizava mais amantes, mas não importava.


- Eu não poderia discordar mais, minha cara... – ele se aproximou dela e agarrou-a pelos cabelos da nuca. Gabrielle gemeu e nem mesmo ela sabia se era de dor ou de prazer, provavelmente ambos. Snape aproximou o rosto do dela e diminuiu a distancia entre seus corpos.


Gabrielle cravou as unhas no ombro dele, sem conseguir se mexer, como uma marionete sob o comando dele e isso estava longo de incomodá-la. Ela ansiava pelo momento em que ele acabaria com aquela maldita espera e a beijasse.


Ele, no entanto, andou com ela até encostá-la contra sua escrivaninha e traçou o caminho dos lábios dela com o indicador, fazendo-a fechar os olhos e apertar ainda mais suas unhas contra as vestes dele. A jovem aproveitou o apoio da mesa e fez o contorno da perna dele com a ponta de seu sapato, raspando um pouco na pele dele enquanto subia o caminho.


- Discorda? – perguntou a loira, mordendo o lábio e levantando uma das sobrancelhas.  


- Totalmente. – respondeu, seco – propositalmente seco, ela sabia. Snape virou-a de costas para ela e a fez espalmar as mãos na mesa, ficando um pouco inclinada, ele puxou os cabelos loiros para um lado só e pressionou seu corpo contra o dela, suas mãos apertando as coxas macias da loira. – Para ser honesto...- ele agarrou o queixo dela e a fez encará-lo. – Conversar é a última coisa que nós devíamos fazer agora... – e finalmente a beijou. Gabrielle sabia que ele estava fugindo da conversa, mas ela o pegaria depois, afinal de contas nada melhor para convencer um homem do que uma pillow talk – mesmo que não seja entre travesseiros at all – e também ela tinha tão pouco tempo com ele que em nada lhe incomodava esperar mais um pouco.


 


Mansão Slytherin


 


Pela décima vez naquela manhã as costas de Bellatrix batiam com um baque surdo contra o soalho da Mansão Slytherin, mais precisamente do escritório de Voldemort. Ela evitava dar demonstrações de dor gratuitas a ele, mas estava ficando um pouco difícil e ela imaginava a quantidade de hematomas que já estavam manchando a alva pele de suas costas.


Novamente levantou-se e o viu encostado à escrivaninha de mogno, olhando-a extremamente entediado. Ela nunca o vira tão entediado em sua presença. Ele brincou com a varinha na mão, girando-a com o olhar fixo nela. Ele não estava satisfeito e pela primeira vez em meses, talvez anos, o olhar dele foi suficiente para gelar seus ossos.


- Sabe, Bella, neste exato momento começo a perguntar-me porque exatamente te escolhi para minha companheira... Tenho sérias dúvidas se foi uma escolha realmente sábia. ­– as palavras dele eram geladas como aço e ela sentia seu corpo todo se arrepiar ao som delas. – Ou talvez os Comensais da Morte estejam de fato certos e, por mais que tenha sido digna desta honra no passado, não o é mais.... Tornaste-te fraca, relaxada, previsível... Pelo menos como combatente. – se Bellatrix não estivesse petrificada demais, teria percebido o rápido sorriso sacana permear os lábios do Lorde. – E... – em menos de um segundo ela já estava no chão novamente. – Distraída.


Bellatrix socou o chão e urrou de ódio, alimentando ainda mais o prazer de Voldemort em vê-la se contorcer de raiva de si mesma. Ela apoiou-se nos cotovelos e o encarou, parecendo furiosa. Os dentes dela estavam trincados e os punhos cerrados, ah, se Bellatrix soubesse como ficava ainda mais bela entorpecida de raiva não o faria na frente de Voldemort, pelo menos não em situações como aquela.


-         That’s not fair. – ralhou Bellatrix, bufando de raiva.


- Até onde eu sei, sou eu quem decide o que é justo ou não, mas diga, Bella, porque ousa pensar que algo que eu decidi não é justo? – ele a olhou de cima, parecendo ter até algum desgosto em sua feição. Bellatrix estava começando a se preocupar se aquilo era ou não mais do que um ato, talvez ele realmente estivesse desgostoso dela.


- Por um motivo muito simples. Não me leve a mal, milorde, mas sabe que eu nunca o atacaria... Não de verdade... Então esta é uma luta já ganha para o senhor, com todo o respeito. – respondeu, lembrando-se de que ultimamente o havia tratado menos como ‘senhor’ do que de costume.


- Curioso lembrar-me que exatamente a sua coragem de enfrentar-me de igual para igual e sua voracidade para cumprir tal tarefa foram as qualidades que primeiramente me atraíram em você... Você era a única duelista que de fato tentava me vencer... O que aconteceu, Bella, aonde foi parar toda aquela voracidade em me atacar?


- Primeiramente, milorde, sabe muito bem que isto foi antes de... – ela engasgou por um momento com as palavras, mas decidiu terminar a frase que infelizmente começara. – De eu me apaixonar. – ela pausou e viu que tocara no ponto em que ele queria que ela chegasse.


- Oh... Então quer dizer que Bellatrix Black Lestrange finalmente foi domada? – ele andou até mais perto dela. – Quem diria que isto seria um dia possível! Até mesmo por mim... O que eu precisei para fazer isso, Bella? Dar-te um pouco de atenção? Dizer-lhe que era digna de carregar um herdeiro meu? São honrarias, de fato, mas... Suficientes para abrir mão de seu espirito indomavel que sempre foi sua marca? Que enlouqueceu Rodolphus Lestrange e tantos outros? Que me guiou a você? Chega a ser ironico que você deixe-me tomar de ti aquilo pelo qual me senti atraído, Bella mon cher.


- Você não me domou, milorde, por mais insolente que eu possa parecer agora. O fato é muito simples, toda aquela voracidade vinha da tensão sexual já construída àquele ponto entre nós dois... Como tive a oportunidade de resolver essa tensão em outras áreas toda aquela urgencia em atacá-lo e em ser atacada por ti acabou... Simples resolução de um problema, ninguem precisou ser domado porque sabe que, com todo o respeito, ninguém seria capaz de me domar completamente...Nem mesmo o senhor. – ela sabia que estava mexendo em um vespeiro.


Bellatrix não havia aprendido quando criança a não mexer em vespeiros, portanto o fez e teve sua resposta. Antes que ela pudesse piscar, Voldemort pisara seu peito, fazendo-a bater fortemente contra o chão, dessa vez ela teve que reclamar de dor.


- Watch your words, Bella... Eu posso me cansar de relevar suas insolências. – ele notou que o pisão a impedia de respirar corretamente e tirou o pé de cima dela para logo abaixar-se e segurá-la pelo queixo, mal dando tempo para que ela voltasse a respirar. – Se o problema é a tensão, simplesmente vamos recriá-la. – ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e era.


- E como exatamente pensa em fazer isso? – para Voldemort, a tensão já fora recriada logo ali, com a faz rouca que ela acidentalmente usara e a respiração descompassada tão perto dele. Mas... Aquela tensão precisava ser aumentada. Aumentada, sim, porque ele sabia que ele a recriara nela no momento em que a prensara entre seu pé e o soalho. Damn Bella, such a masoquist.  


- A tensão se recria sozinha, a chave é mantê-la... E só existe um jeito de manter a tensão: Não resolvê-la.  – ele se levantou e se afastou dela, dando-a espaço para se levantar.


Bellatrix colocou-se de pé, tentando ver se realmente tinha entendido correto o que ouvira e, pelo jeito, ela tinha. Son of a bitch.


- E eu pensando que nós não estávamos misturando a vida pessoal aqui... – ela deu um risinho presunçoso até demais.


- Sabemos que quando se trata de nós não é possível separar o pessoal do resto, é tudo intenso demais para ser separado... É por isso que agora existe uma entidade chamada ‘Lady das Trevas’.


- Uma Lady das Trevas bastante irritada. – pela primeira vez na noite, Voldemort teve de recuar em vista a um ataque dela, defendendo o feitiço facilmente, mas sendo quase pego de surpresa.


Ele respondeu imediatamente, mas ela não caiu, defendeu e respondeu à altura. Finalmente, ele via a voracidade dela voltar e ficar clara naqueles olhos esmeralda. Eles lutavam olhando-se nos olhos, sem nunca perder o contato, mesmo quando um deles girava o contato era retomado assim que possível. E ele a via queimar por dentro, ah Bella, como ele te conhecia. 


Bellatrix estava ficando completamente fora de controle, até para os padrões dele, ela soltava feitiços numa velocidade impressionante e o estava deixando bastante orgulhoso, não que ele fosse admitir isso, é claro. Mas ele ainda era melhor, melhor o suficiente para conseguir imobilizar num movimento rápido o braço da varinha dela e levar sua mão livre para a coxa interna dela.


- É impressionante como é fácil irritar uma mulher apenas com a idéia de deixá-la insaciada... Quanto tempo você agüenta sem que eu dê um jeito em você, Bella? – a voz dele saiu suja o suficiente para excitá-la e enfurecê-la ao mesmo tempo e a maldita varinha estava imobilizada por ele, bem, sempre existem opções.


A Lady não pensou duas vezes e forçou a mão na direção do rosto dele, arquitetando uma bofetada muito dolorosa, mas ele desviou um pouco, o suficiente para escapar da palma dela, mas não das unhas, que abriram sulcos em seu rosto. Ele subitamente a soltou e tocou as marcas vermelhas. Ele a olhou, com o mais completo e puro ódio, como quem dizia que ela ia pagar muito caro por aquilo. E ela sentia que ia.


- Estamos partindo para o físico, querida? Porque não me avisou que íamos treinar possíveis formas de ataque inferiores que possam ser usadas contra nós? Por mim, ótimo, mas preciso te dizer algo.


Bellatrix foi literalmente jogada na parede mais próxima por ele, ainda com um feitiço e no mesmo segundo ele estava imprensado contra ela e seu punho colidiu com a parede a um milímetro do rosto dela.


- Você não pode me vencer com feitiços apenas, agora, com físico envolvido... Você vai apanhar feio, literalmente, Bellatrix. – ele falava com ódio serpenteando em cada palavra e ela tremeu nos braços dele por um momento.


- Está tão certo? Porque eu, pessoalmente, lembro-me de que fisicamente existe uma coisa que importa muito: eu sou muito mais jovem. – ao terminar de falar, ela o afastou com um feitiço explosivo e foi para cima dele, distribuindo feitiços e bofetadas que ele defendia, até que uma finalmente uma o acertou e foi devolvida com três vezes mais força por ele, fazendo-a cair por cima da escrivaninha com o gosto metálico de sangue espalhando-se pela boca.


- E eu sou pelo menos cinco vezes mais forte. – Bellatrix então notou que de alguma forma eles estavam com as varinhas trocadas. Merda! Elas não iam funcionar contra os donos.


- Quer isso? – provocou Bellatrix, ao ver que ele também notara a troca das varinhas. – Vem pegar.


E ele precipitou-se contra ela, que pulou para cima da escrivaninha e tentou pular para o outro lado, mas foi puxada pelo tornozelo por ele, caindo dolorosamente sobre a madeira daquela mesa.


Voldemort torceu o braço dela pra trás e apoiou seu corpo por cima do dela, imobilizando-a completamente. Bellatrix estava mais do que furiosa, ela queria sangue. E foi dessa ira que ela tirou a força para forçar seu ombro contra ele e virar o jogo, fazendo-o perder o equilíbrio sobre a escrivaninha e jogando-o sobre ele apenas por tempo suficiente para pegar sua própria varinha e tentar se afastar, porque ele não deixaria ao puxá-la fortemente pelos cabelos e tentar segurá-la, mas ela girou por debaixo de seu braço e o forçou contra a parede, colocando seu joelho perigosamente perto da virilha dele.


- Você não o faria...


- Não duvide de mim. – ela forçou o joelho somente o bastante para fazê-lo gemer de dor e irritá-lo. Muito. O suficiente para fazê-lo dar uma rasteira nela.


Bellatrix sentiu as costelas reclamarem do impacto e seu corpo inteiro do peso dele, que logo em seguida se colocara sobre ela no chão, com o rosto próximo ao dela e suas mãos ao lado do rosto dela.


Ela sabia pela proximidade que aquela briga tinha os mesmo efeitos sexuais nele que nela e, por Merlin, tudo o que ela queria naquele momento era ser domada por ele. Bellatrix soltou a varinha e o puxou pela nuca, beijando-o com um ímpeto e uma voracidade que mesmo entre quatro paredes eles nunca haviam experimentado. Ele agarrou os cabelos dela e também deixou a varinha rolar para junto da dela.


Bellatrix trocou de posição com ele, ficando por cima e cravou os dentes no pescoço do Lorde, que puxou seus cabelos em resposta. Ela atacou o pescoço dele com mordidas e arranhões feitos com seus dentes enquanto ele subia seu vestido, totalmente embriagado por aquela atmosfera de violência e luxuria que os envolvia. Em algum ponto, ele se cansou do vestido dela e o rasgou. Eles voltaram a se beijar e ela arrebentou os botões da camisa dele, ignorando a gravata completamente e enfiando suas mãos por dentro do pano semi destruído quase desesperadamente.


Voldemort a jogou novamente no chão e terminou de rasgar o vestido, deixando-a apenas com a roupa íntima, que ele também já dedicou-se a tirar rapidamente, deixando-a completamente nua naquele chão esperando apenas por ele. Tomou os seios dela nas mãos e os apertou, fazendo-a gemer alto e desconcentrar-se na abertura do cinto dele.


 Voldemort decidiu então ajudá-la, nenhum deles queria esperar demais, ele arrancou o próprio cinto e abriu a calça, jogando-a longe seguida da roupa íntima, e por Merlin ele já estava duro como pedra por causa daquela maldita mulher. O Lorde abriu as pernas dela com os joelhos e a penetrou de uma vez só, Bellatrix gritou e arranhou profundamente as costas dele.


- Oh, just fuck me, please. – ela pediu, olhando-o nos olhos ao ver que ele ainda não se mexera. Com um pedido tão explicito, ele não podia se negar. Voldemort estocou firme e forte, entrando e saindo inteiro dela. – Harder. – Merlin, ele a adorava quando ela pedia daquele jeito. E ele seguia, entrou com ainda mais força, e Bellatrix contorceu-se embaixo dele pedindo por mais e ele aumentou a força e o ritmo até ver os olhos dela revirarem e lacrimejarem ao mesmo tempo de prazer e dor. Ele não estava com pena nenhuma dela, ela pedia, ela tinha.


Os braços do Lorde, apoiados no chão e sustentando seu peso e a força que ele fazia nas estocadas começavam a pedir por clemência, mas ele não daria até que aquela mulher gritasse por ele repetidas vezes naquela sala.


Bellatrix sentia-se completamente entorpecida por tudo aquilo, ele ia tão fundo e forte como era possível ir e os olhos dela podiam lacrimejar de dor, mas o prazer era grande demais para que ela ligasse. As unhas dela já tinham feito um enorme estrago nas costas dele e arrancado vários fios de cabelo do Lorde. Ela sentiu necessidade de o beijar rapidamente mais uma vez e mordeu o lábio dele, arrancando um gemido do Lorde.


Por Merlin com, ele em cima dela, dentro dela, entrando e saindo dela sem piedade, gemendo quando não conseguia segurar ela sentia que não precisava de mais nada no mundo e certamente não precisava. Aquele homem seria sua ruína e ela queria mesmo era que ele fosse. 


O corpo de Bellatrix dizia a Voldemort o quão perto ela estava e ele deu uma ultima acelerada no ritmo e ela veio, gritando por ele, quase chorando de prazer, ela socou o chão e ele não saiu dela, segurando-se o Maximo que conseguia para não gozar só de assistir o orgasmo dela. Ele queria mais e ela estava tão sensível. Ele continuou e ela voltou a se contrair ao redor dele.


- What...?


- You’ll never forget this lesson, my dear...- e ela começava a entender porque diabos nunca ia esquecer, outro orgasmo crescia nela e a tomava por completo, fazendo-a gritar mais uma vez. E sem deixá-la se recuperar do segundo, ele continuou até levá-la a um terceiro e finalmente deixar-se gozar chamando por ela, dentro dela, olhando para ela..


Voldemort caiu por cima de Bellatrix, que ainda estava estática. Ela já havia tido vários orgasmos num dia, é claro, mas seguidos eram raros e aquela situação era louca e excitante demais por tudo quanto era sagrado. Ela ainda tremia embaixo dele e sabia que ele estava certo de que ela não esqueceria por vários motivos, dentre eles seu corpo que já reclamava, mas os efeitos do recém ocorrido orgasmo ainda se sobrepunham àquilo.


- Como se sente...? – ele perguntou, subitamente, e ela sentia o convencimento em sua voz.


- Eu te odeio... Sabe disso.


- Sim... – ele respondeu. – Sei o quanto odeia me adorar. – e ele a beijou enquanto ela confirmava. – E o quanto odeia que só eu consigo te deixar assim, completamente zonza. – e a beijou novamente. 


- Você é convencido demais... – ela traçou com os dedos os sulcos deixados por suas unhas nas costas dele, que engoliu seco e tentou não demonstrar dor ou incômodo.


- Porque eu posso ser. – ele respondeu e ela apertou o dedo no arranhão, ganhando um gemido de dor dele. – Vadia, mas... Essa dorzinha não vai ser nada comparada àquela que você vai sentir logo logo... Assim que o meu efeito anestésico em você passar... Você vai ver o que ele custou... – Ele se levantou, deixando-a com uma expressão apavorada no chão. Ela não tinha pensado naquilo: toda aquela pancadaria seguida de um sexo nem um pouco delicado, ótimo ela esta ferrada. Literalmente.


Bellatrix notou que Voldemort tinha conjurado roupas e já estava se recompondo. Assim que ele estava completamente vestido e arrumado, ele jogou um vestido preto simples que ele mesmo conjurara para ela.


- Se vista. – ordenou, arrumando o próprio colarinho. Ele convocou a varinha dela que estava no chão e a entregou à dona. - – A lição ainda não terminou.


- Realmente acha que temos condições de continuar com esse duelo?


- Geralmente, Bella, por mais que partam para o físico, duelos não terminam tão bem. E eu de fato espero que nenhum de seus recentes duelos tenha sido resolvido assim. – ele a olhou de cima a baixo.


- Ciúmes? – provocou a morena e ele apontou-lhe a varinha.


- Muito. – respondeu, e ela não sabia dizer se era uma confissão ou sarcasmo. – Você já se mostrou boa o bastante no físico, precisamos treinar mais sua parte mágica, que é a mais usada afinal de contas. Ou será que a senhora ‘sou muito mais jovem’ perde em energia para alguém vinte e cinco anos mais velho? – ele se recostou àquela maldita escrivaninha e Bellatrix bufou.


- Quisera você conseguir acabar comigo tão fácil. Precisaria se esforçar muito mais.


- Outch. – respondeu o Lorde, sarcástico.


Bellatrix colocou o maldito vestido e levantou-se, sentindo suas pernas bambearem, oh shit. Ela decidiu deixar os sapatos de salto agulha de lado, não era uma boa idéia naquele momento. Apontou a varinha na direção dele. 


- Shall we? – perguntou a morena, fazendo-o rir.


- É claro, quero ver por quanto tempo consegue se manter em cima de seus pés. Já que... Nos seus saltos não consegue mais... – ele olhou de canto para os sapatos deixados de lado. Ele sabia que havia acabado com ela e aquele olhar presunçoso era a prova. Idiota. 


Voldemort lançou o primeiro feitiço contra ela. Bellatrix defendeu-se, sim, mas cambaleou um pouco. Ela ainda estava com as pernas um pouco bambas, mas a medida em que isso melhorava, a dor começava a se alastrar por seu corpo. Fuck.


Bellatrix atacou de volta e ele defendeu com tanta maestria que ela quis bufar de tanto ódio. Mais um ataque e mais uma defesa difícil da parte dela, merda, mil vezes merda! O controle de suas pernas não valia a pena em relação à dor. Enquanto tudo acontecia, a dor parecia muito menor por causa da adrenalina e da endorfina, mas naquele instante em que tudo vinha de uma vez ela se arrependia profundamente daquele tapa e daquele ‘Harder’ que ela deixara sair de sua boca. Ok, do tapa sim, do ‘Harder’ nem tanto. Algumas coisas valiam mais a pena do que outras.


- Tem certeza de que eu não acabei com você, Bella?


- Absoluta. – foi a vez dela de atacar, mais uma vez deixando a defesa fácil até demais para ele.


E vários feitiços foram trocados assim, ela pelejando para conseguir se defender e manter-se focada e ele parecendo que brincava com uma criança de cinco anos de idade. Ela o odiava por ser tão bom e se odiava por ser tão fraca e não conseguir se controlar. A dor aumentava exponencialmente e chegou a um ponto em que ela não mais conseguiu se defender e ele a atingiu, jogando-a do outro lado do escritório com o feitiço. A expressão de Voldemort no exato momento seguinte à queda dela denotava sua surpresa com aquilo, ele não esperava de fato acertá-la. Não com ela já bastante prejudicada e dolorida pro tudo o que acontecera antes. Ele não queria machucá-la, por isso estava pegando leve.


- Bella... – ele se aproximou, tentando não demonstrar preocupação demais ao ponto de que pudesse usar contra ele. Em duelos vale tudo, afinal.


Ela pegou rapidamente a varinha e tentou se levantar, inutilmente, agora tudo doía ainda mais. A varinha dele não estava completamente apontada e ele estava sério e próximo a ela. Bellatrix mais uma vez tentou se mover, mas a dor era demais, principalmente no lado em que ela batera contra a mesa quando ele puxara seu pé ainda na briga.


- Eu... Só... Preciso de um minuto.


- Você não teria um minuto numa batalha real, provavelmente já estaria morta. – disse, sem nenhuma convicção.


- Um adversário não ficaria me olhando assim numa batalha, ele provavelmente estaria morto antes de mim. – respondeu, tentando não demonstrar a dor na fala.  


Voldemort não pôde evitar sorrir, ela sempre tinha respostas, mesmo quando estava obviamente acabada. Ele tinha visto na mente dela, aquilo não era uma armadilha pra ele, mas desde sempre ele sentira que não era. Sentira que ela estava realmente mal, que precisava da ajuda dele. Sentir, tão estranho para ele. Ele guardou a varinha nas vestes e se aproximou dela, abaixando-se ao lado de Bellatrix.


- Touché... – ele passou a mão por detrás das costelas e dos joelhos dela, sentindo-a se contorcer aos toques dele. Voldemort percebia o quanto eles haviam exagerado na sessão de pancadaria de outrora, principalmente ele e... Aquilo o incomodava mais do que o normal.


- O que está fazendo? – ela perguntou, apoiando as mãos nos ombros dele.


- Declarando essa lição oficialmente terminada, eu preciso da minha aluna inteira para a próxima aula. – ele respondeu, levantando-se com ela em seus braços. Ela mordeu os lábios, dor provavelmente vinda do movimento quase brusco. – Doendo demais?


- Er...


- Honestamente.


Ela mordeu os lábios mais forte e confirmou com a cabeça, olhando para as costelas e depois para a perna esquerda. A queda na mesa, ele sabia, e a culpa era dele. Mil vezes merda.


- Peguei um pouco pesado com você no físico... – ele disse, num tom de voz tão culpado como ela nunca vira antes. – Admito. Você pode ser mais jovem, mas é como eu disse, sou muito mais forte.


- Shh... – ela colocou o dedo sobre os lábios dele. – Eu provoquei também...


Ele não respondeu, só andou com ela no colo, ainda com a mesma expressão de preocupação mascarada que ela amava. Ele tentava parecer tão indiferente e ao mesmo tempo não conseguia. Ele foi calado desde o escritório até o quarto deles, ignorando os elfos e Katherine Parkinson pelo caminho.


No quarto, ele a levou até a cama e a deitou. Era a segunda vez em duas semanas que ele a carregava no colo até o quarto e a colocava na cama, ferida.


- Isto está virando um hábito. – ela brincou, enquanto ele a deitava.


- Não tem graça, se virar um hábito realmente você vai acabar morta. – subitamente, ela segurou a nuca dele e o beijou com delicadeza.


- Juro que se for para me trazer todas as vezes com todo esse cuidado a morte valeria a pena...


- Cale-se, Bella. Pare de dizer coisas estúpidas.


- Não são estúpidas...


- Não quero ouvi-las either way. – aquela idéia parecia incomodá-lo, vê-la morta. Foi o suficiente para ela sorrir e calar-se. – Descanse, precisamos retomar as aulas logo e não o farei enquanto não estiver em perfeito estado. – ele fez menção de se levantar.


- Stay with me. Please... – Ela pediu e ele não conseguiu se negar, não tinha nada pra fazer naquele dia afinal de contas.


Voldemort deitou-se do seu lado da cama e ela ajeitou-se de modo que recostasse suas costas ao peito dele, deitar-se sobre ele era impossível com as dores que sentia no lado esquerdo do tórax. Ele tocou o local onde doía e ela gemeu, mas sabia o que ele estava fazendo, vendo o quanto ela havia se machucado.


- Não parece quebrado...


- Não me puxou tão forte assim. – disse, tentando aliviar a culpa que ele nunca admitiria que sentia. - Eu que caí de mau jeito. Uma das coisas que me ensinou quando jovem e eu esqueci, como cair de forma a me machucar o menos possível. Deixar-me cair de uma vez em cima das costelas não foi nada inteligente. Eu vou ficar bem... Don’t worry.


Voldemort àquele ponto não negaria a preocupação dele, afinal estava extremamente obvia para ambos. Ele apenas assentiu e viu-a relaxar assim que, com sua varinha, convocou uma poção que guardava no banheiro delas e ordenou que ela tomasse. Era um sedativo.


Ela adormeceu encostada nele apenas alguns segundos depois, ela não sentiria mais dor e poderia finalmente descansar. De uma coisa ele sabia, os treinos com ataques físicos daquele porte estavam acabados.


Pelo menos, ela havia recuperado a maldita voracidade perdida, e era o que importava para aquelas aulas, pois se ela não o enfrentasse não haveria aula alguma e ele precisava treinar com ela, de outra forma temia que ela acabasse muito machucada em batalhas reais.


Ele provavelmente estava exagerando, uma vez que ela não apanhara de Snape e sim lutara de igual para igual, mas... Snape a ferira e ele não mais deixaria que ela fosse ferida. A Lady das Trevas duelaria como ele mesmo, isso ele garantiria. Nenhum Comensal teria capacidade de chegar ao nível dela, nunca mais.


 


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts


 


           Snape estava sentado em sua cadeira de diretor, com Gabrielle confortavelmente acomodada de lado em seu colo fechando o ultimo botão da capa dele.


          - Obrigado pela ajuda...- disse o professor, assim que ela terminou.


          - Disponha... – ela respondeu, acariciando os cabelos dele e o beijando rapidamente nos lábios.


Gabrielle parou para olhá-lo por um segundo, escolhendo as palavras para começar. Ela acariciou o braço dele por cima da roupa, fazendo círculos com as pontas dos dedos.


- O que foi? – ele perguntou, sentindo que havia alguma coisa esquisita naquele olhar dela, preocupado, mas um tanto inquisitor.


- Eu estou preocupada com você... – respondeu a loira, mordendo o lábio em uma careta de preocupação.


- Por quê? Eu estou perfeitamente bem... Não há com o que se preocupar... – ele beijou a linha do maxilar dela, que se afastou.


- Devo discordar, meu caro... – respondeu, sorrindo, e saiu do colo dele, sentando-se na mesa dele, cruzando as pernas e o encarando ainda mais inquisitora. – O que você fez hoje...


 - Ah, mas é claro! – ele se levantou como um furação da cadeira, que foi parar a metros dele. – Obviamente você tomaria o lado de Melinda, mas se for sobre isso que quer conversar preciso dizer que não temos nada a tratar, Srta Ceresier.


- Ah, temos sim! Porque eu tenho todo o direito de me preocupar com você!


- Por fazer meu trabalho?


- Não... Por exagerar em cuidados com traidores num trabalho que deveria fazer nos preceitos do Lorde das Trevas! Severus, sabe muito bem o que Melinda pensa sobre você, o que a Lady das Trevas pensa sobre você, se não tomar cuidado... Vai acabar sendo mal interpretado.


- O que quer que eu faça? Entregue o controle de Hogwarts a Melinda? – perguntou, sarcástico.


- Não, mas que deixe que o Lorde das Trevas lide com ela quando achar que deve lidar, em vez de dar escândalos públicos, Sev! Tudo o que a Mel e a Bella precisam é de um deslize seu para conseguir sua cabeça com o Lorde... Meter-se em oposição a Melinda em relação a traidores é tudo o que elas precisam!


- Astoria Greengrass é uma bruxa de sangue puro e até onde eu sei não é uma traidora do sangue...


- Não, ela tentou matar a Princesa das Trevas em publico, pra mim é traição o suficiente, Severus, é pior do que trair o sangue! É uma traição consumada e publica ao Lorde em si ao tentar matar a filha e herdeira dele por simples... Emoções. Sabe o quanto ele odeia emoções...


- Sim, eu sei Gabrielle...Eu sei. Está bem, talvez eu tenha exagerado, mas não posso não fazer nada... Os pais pensarão que qualquer menina que puser os olhos em Draco Malfoy, e isso não é difícil, acabará esfaqueada ou morta por sua amiguinha.


- Astoria não acabou morta ou esfaqueada antes do Clube de Duelos, Melinda sabe o que faz! Ela não age sem suporte! Ela nunca faria algo que seria desaprovado pelo Lorde ou que prejudicaria a imagem deles. É por isso que estou te pedindo que pense duas, três, quantas vezes forem necessárias antes de bater de frente com ela... Imagino que a este ponto ela já escreveu a Bellatrix contando o ocorrido.


- Ótimo! Era tudo o que eu precisava! Bellatrix nessa história. – ele puxou a cortina de um dos quadros e pediu que pedisse aos outros quadros que procurassem Melinda imediatamente e a chamassem a seu escritório. – Quem sabe ela está mais ocupada com Malfoy do que em chamar a mamãe.


 


Draco estava ansioso em seu quarto, imaginando o que diabos Melinda estava fazendo. Ela pedira que ele esperasse em seu quarto, pois pouco depois da facada em Astoria ela tivera uma luz sobre algo muito importante. No segundo seguinte, ela passou por sua porta, segurando um livro fortemente contra o peito. O livro. Aquele que ganhara de Voldemort ao fazer dezessete anos e nunca conseguira abrir. Oh Merlin! Era sobre aquilo que ela tivera uma luz? Finalmente?


- Eu descobri, Draco! Finalmente descobri! Eu acho pelo menos... Tenho quase certeza de que descobri o que era necessário!


- E por que não tentou abrir logo?


- Queria fazer aqui... – ela respondei, meiga como ele poucas vezes havia visto em sua vida. Ela sentou-se a seu lado na cama dele e respirou fundo, emocionada quase. – Eu já havia tentando de tudo, mas esqueci de uma coisa muito importante: Às vezes há mais de uma solução.


- Ok. – ele franziu o cenho, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo.


- Ótimo. Hora de tentar. – ela tirou a varinha do bolso e depois um punhal de prata e ele de fato se perguntava se aquilo entraria em Hogwarts alguns anos antes.


Draco quase gritou de horror com o que ela fez em seguida: Melinda abriu um corte na palma da mão esquerda com o punhal e o sangue logo começou a brotar, ela mal fez expressão de dor.


- It’s time. – ela colocou a mão sobre a capa do livro e fechou os olhos, sussurrando algo que ele não entendeu. Ofidioglossia. ‘Abra’, foi o que ela sussurrou, esperando que junto com seu sangue funcionasse.


Melinda tirou a mão do livro e viu a capa absorver seu sangue e seus olhos começaram a lacrimejar assim que ela ouviu um barulho semelhante a um trinco e o livro abriu sozinho em seu colo.


- I did it! Eu abri, Draco! – ela tentou controlar as lágrimas para não vir a chorar de emoção. 


Draco rapidamente pegou a mão dela e com um feitiço fechou o corte aberto. Melinda sobressaltou-se e se jogou contra ele, que caiu de costas na cama, com ela por cima. Melinda pressionou os lábios contra ele, que riu entre o beijo dela e se sentou mais uma vez levando-a consigo.


- Fico feliz que finalmente abriu esse maldito livro! Já estava irritando a todos nós... – Melinda riu e concordou, pegando o livro para olhar o que continha. Poções de todos os tipos, os feitiços mais complicados que já vira e um capítulo no final, intitulado Horcruxes, mas que estava em branco.


- Em branco? – perguntou Draco.


- Well... Parece que ele acha que eu ainda não estou pronta para ver como se faz uma Horcrux... Mas ele não retirou as páginas, o que significa...


- Que o conteúdo se abrirá para você...


- Quando ele quiser, sim... – Draco a olhou parecendo preocupado. – Don’t worry! Não abrirei o conteúdo sem a permissão dele, não sou tão louca! Além disso, eu provavelmente não seria capaz de desativar algo que ele fez para que eu não desativasse. Quer dizer, o livro ele trancou com o intuito de que eu abrisse uma hora ou outra.


Draco ia responder, mas ouviu uma batida quase histérica na porta. Olhou confuso para Melinda, que deu de ombros e fez sinal para que ele fosse atender. À porta estava Nicky, pálida, muito mais do que o normal. Ela olhou para Melinda com o maior olhar de velório já presenciado por Draco.


- Os quadros estão te procurando por toda Hogwarts... – ela começou de Melinda para Draco e então voltou a encarar Melinda. – Snape quer você em seu escritório. Agora. – terminou com pesar na voz.   


Draco olhou para Melinda, completamente em pânico. Ele temia o que Snape pudesse fazer, ainda mais com todo o ‘é vossa alteza para você’ e tudo o mais. Melinda o desafiara e Snape geralmente não respondia bem a desafios.


- Exceto que ele terá que responder bem a este desafio, Draco. – ela se levantou e andou até os primos com tanta calma que eles quiseram estapeá-la. Ela agarrou a gola da camisa de Draco e o puxou para um selinho. – Acalme-se, ele não vai me expulsar ou coisa do tipo...


- O meu medo é ele arrancar seu distintivo de monitora-chefe... – murmurou Nicky.


- Ele não vai... – ela deu um tapinha no ombro de Nicky e riu, deixando os outros dois ainda mais consternados. – Agora, com licença, eu tenho um pedido esfarrapado de desculpas para escutar.


Os dois quase gritaram de desespero, mas ela saiu, deixando-os para trás; mas não por muito tempo, por mais chocados que estivessem com a prepotência dela – e eles conheciam Melinda – queriam ir junto com ela, para caso algo ruim de fato acontecesse.


Ao chegar ao salão comunal, Melinda sentiu os olhos de toda a Sonserina queimarem nela e as bocas começarem a se mexer em comentários, alguns maldosos, outros tristes. Oh, eles sempre estavam falando dela, não é mesmo? Até mesmo Slughorn estava no Salão Comunal naquele momento.


- Well... Parece que os quadros mandaram a mensagem para toda a escola, não é mesmo? – perguntou em voz alta, mas sem responder respostas. – Great... Sabem, a melhor parte de ser Legilimens é que eu sei exatamente as pessoas que posso confortar quando chegar, pelo susto obviamente, e aquelas que posso assustar... Afinal, é ótimo pensar certas coisas quando pensam que eu não voltarei, exceto que eu vou... Sem nenhum arranhão, sem nenhum distintivo faltando... 


- Sua prepotência não acaba, Black? – adiantou-se Daphne, fazendo exatamente o que pediu para Astoria não fazer. Ela estava fora de controle desde o que acontecera à irmã no café da manhã.


- Eu nunca imaginaria que provaria a você o ponto que esperava provar a sua irmã... Quero dizer... Uma coisa é você dizer estar conformada com a idéia de Astoria tinha a sentença de morte assinada, outra bem diferente é estar de fato... Eu entendo seu estresse, mas eu lhe direi uma coisa, Daphne: Cuidado com as suas palavras ou eu vou assinar a sua sentença também. Eu nunca tenho sangue suficiente em minhas mãos. 


- É uma ameaça?


- Sim, é uma ameaça, Greengrass. Estou cansada de você e de sua irmã... – ela se aproximou de Daphne. – Eu nem precisaria de uma desculpa, eu poderia fazer parecer um acidente. – sussurrou de modo que apenas Daphne ouvisse. – Agora faça o que aconselhou sua irmã a fazer a saia do meu caminho, porque ainda dá tempo de salvar a sua vida. A dela... Nem tanto. Enfim, não tenho tempo para você: o diretor me espera, dear.


Melinda saiu do Salão Comunal sem olhar para trás, mas sabia que ela podia ter deixado-o fisicamente, mas que ela ainda estaria lá nos comentários incessantes da Sonserina. Comentários que só diminuiriam quando ela voltasse.


Ela estava tão compenetrada em pensar naquele livro que acabara de abrir que, ao notar, já estava parada na frente da gárgula.


 


Snape ouviu Melinda bater na porta e pediu que ela entrasse, vendo a tensão em Gabrielle. Assim que passou pela porta, Melinda o encarou, tão inquisitória como ela poderia ser. Aquilo não seria fácil.


- Snape, Gabrielle...Procuravam-me? – perguntou, andando até próximo da mesa de Snape.


- Sim... – respondeu o professor. – Gabrielle, deixe-nos à sós por favor.


Gabrielle pensou em indagar o porque daquele pedido, mas a situação já estava tensa demais então decidiu apenas atender. Fez um aceno de cabeça para ele e saiu, olhando Melinda como quem pedia calma.


- Pode falar... – ela cruzou os braços na frente do corpo e o encarou, muito mais calma do que ele desejaria que ela estivesse.


- Sente-se. – ele apontou a cadeira à frente de sua mesa e ela aceitou. Snape também se sentou e ficou algum tempo calado, antes de limpar a garganta e começar. – Sobre o que aconteceu no Salão Principal, Melinda, não quero que ocorra nenhum tipo de mal entendido aqui. Realmente você me tirou do sério, precisa entender que certas atitudes podem prejudicar a imagem da escola... Com o que aconteceu com Astoria, se eu ficar de braços cruzados sabe que os pais temerão.


- Não, Severus, os pais não temerão. – retrucou Melinda. – Não os pais que importam, é claro, uma vez que os que importam aconselharam seus filhos a não ficarem em meu caminho antes do começo do ano letivo. Os próprios Greengrass o fizeram, pelo menos Daphne alertou Astoria, por mais que agora tenha decidido se tornar tão idiota quanto a irmã. Tudo o que os pais sentirão é pena daqueles que não souberam aconselhar seus filhos a não usarem uma maldição da morte contra a Princesa das Trevas em público.


Snape engoliu a vontade de esganar Melinda por estar sempre tão preparada a responder e, o pior, sempre certa. Era como Gabrielle dissera: aquela garota era perigosa porque não corria riscos.  Ela estava firmada em argumentos e fatos irrefutáveis.


- Melinda, nem todos os puros de sangue pertencem a Sonserina e tem esse tipo de pensamento...


- Não, apenas aqueles que estão ao nosso lado e, novamente, são os que importam. Sabe, Severus, está demasiado preocupado com traidores para o meu gosto, porque imagino que esteja ambientado com a idéia do Lorde de que ou se está conosco ou contra nós, certo? Não existe um meio termo. – ela apoiou os antebraços na mesa à frente dela e inclinou-se um pouco. – Portanto, todos aqueles que não concordam com o nosso modo de fazer as coisas é um traidor. E o nosso jeito de fazer as coisas é: Não mexa conosco, pois se mexer receberá o troco com juros. Imaginei que você de todas as pessoas estaria sempre ciente disso.  


- De fato... Estou apenas tentando tornar a transição a este novo modo menos agressiva por isso minha irritação com sua abordagem um tanto quanto ousada do problema com Astoria. – tentou mais uma vez o professor, já perdendo a paciência com Melinda.


- Menos agressiva para quem? – riu-se ela. – Para os Longbottom ou para os Weasley? Talvez os Lovegood! Porque de resto tudo o que eu vi naquelas mentezinhas desprotegidas foram lamentações profundas sobre a burrice de Astoria... Ninguém importante está ligando que eu matarei Astoria Greengrass, todos estão mais interessados em como eu o farei e o quão espetacular será. A maioria das pessoas tem instinto de sobrevivência, Severus, e sabe o que elas fazem? Adaptam-se às novas realidades rapidamente da melhor forma possível, é o dito... Como é mesmo? Ah, ‘já que está no inferno’...


‘Abrace o diabo’, ele respondeu mentalmente deixando-a ler o que ele pensou por apenas aquele segundo. Melinda assentiu. E aquele diabo em Hogwarts tinha nome e sobrenome: Melinda Black. E ele temia que, se quisesse continuar o que fazia, teria que vender a alma como todos os outros. Maldita hora em que aquela garota fora transferida de Beauxbatons, tudo o que ele menos precisava era uma espiã de Bellatrix lá dentro – por mais perfeita como aluna que fosse. 


Severus se levantou e viu que ela relaxou na cadeira, nem um pouco incomodada com aquela situação e também não haveria porque estar: ela estava com a vantagem ali. Ela tinha uma vantagem que Bellatrix nunca tivera: o ver fazendo uma besteira, um escorregão por mais mínimo que fosse. Levara tanto tempo para conseguir a confiança de Voldemort e agora ela estava um tanto ameaçada por uma garota de dezessete anos. Ou não... Mas ele não podia arriscar, não tão perto.


- E o que pretende fazer, Snape? – perguntou Melinda, sorrindo para ele. – Quero dizer, chamou-me aqui... Deve ter alguma punição em mente, para acalmar os ânimos da Grifinoria, imagino que Minerva McGonagall já está colada em seu pé como por um feitiço esperando minha cabeça numa bandeja de prata e, perdoe-me a franqueza, duvido muito que você se incomodaria em entregá-la. Mas nós temos um problema aqui... Você não pode entregar a minha cabeça, o que nos deixa um dilema: o que fazer com os ânimos da escória dessa escola? Minha idéia é ignorá-los e, caso eles fiquem muito descontrolados, usá-los como cobaia nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas e Trato com Criaturas Mágicas, mas novamente duvido que venha a aceitar minha sugestão. Oh, espere, nós já usamos os primeiranistas deles em DCAT! Era só começarmos a usar somente alunos da Grifinória e acrescentar Trato com Criaturas Mágicas! Não é tão difícil assim, Snape! Existem tantas criaturas sedentas por sangue traidor...


- Que fique bem claro que eu não desejo entregar sua cabeça a ninguém, não desejaria mesmo que pudesse! – exclamou Snape, apoiando as mãos na mesa e olhando-a nos olhos. Na manhã daquele dia diria que estava mentindo, mas depois da conversa com Dumbledore tinha suas dúvidas. – E McGonagall não tem poder nenhum nesse lugar.


- Prove! – foi a vez dela de se levantar e apoiar as mãos na mesa, ficando a poucos centímetros dele. – Pare de tentar agradar a esses traidores nojentos, de temer o que eles pensarão!Não existe mais lugar em Hogwarts para eles, Snape, sabe disso. Estão aqui por pura generosidade nossa, eles que se adaptem a nós. Desça do muro, Severus, de uma vez por todas... Ou pelo menos pare de arranhar o seu disfarce... – ela arqueou a sobrancelha. – É constrangedor te ver perdendo o foco depois de tantos anos disfarçado. Sabe que vocês não podem vencer, então pelo menos finja que está do lado certo.


- Vocês? – ele riu. – Ah, Melinda, eu preciso dizer que é constrangedor te ver adquirir a mesma doença da sua mãe. Não sei qual o problema que vocês têm comigo! Mas pelo visto a perseguição não vai acabar por mais que o Lorde peça...


- Instinto feminino, talvez? E, bem, tenho minhas dúvidas se ele continuará pedindo depois de ouvir o que aconteceu aqui pelos lábios da minha mãe. – ela respondeu, sorrindo.


- E você já contou tudo para ela como a boa filhinha que é... Sempre alimentando o veneno sem propósito da mamãe. – o sarcasmo que ele usou não ajudou em nada a diminuir as desconfianças de Melinda, mas ele não resistiu.


Melinda se afastou dele, sorrindo como uma criança na manhã de Natal. Ah, como ele odiava fazer exatamente o que ela queria. Tinha alguma coisa em Melinda que o tirava do sério o bastante para fazer aquele tipo de coisa.


- Eu lhe darei o beneficio da duvida. – respondeu, cruzando os braços na frente do corpo. – Agora diga-me, qual será minha punição por fazer nada além daquilo que o Lorde permite?


Snape endireitou o corpo e segurou o ímpeto de puxar a varinha e acabar com a garota. Olhou-a de cima a baixo e disse aquelas que seriam as palavras mais difíceis de sua vida.


- Como nada demais foi feito à Srta Greengrass após o Clube de Duelos com o argumento de que naquele clube as regras não proibiam maldições imperdoáveis e nem mesmo Hogwarts as proíbe mais em DCAT e você não fez nada condenado pelo Lorde das Trevas, eu não posso puni-la. A chamei aqui apenas para aconselhar que da próxima vez que queira se vingar de alguém o faça em um lugar menos público, para evitar polemicas e revoltas na escola. – respondeu-a, quase tendo que forçar as palavras para fora da boca.


- Não pode punir-me, mas o deseja com todo o seu ser. Não pode falar, mas não é nem mesmo necessário... Eu vejo em cada poro do seu ser traidor, Snape, e um dia todos também verão, todas as mentiras acabam cedo ou tarde, professor. Obrigada pelo conselho, eu pensarei nele, mas é como eu disse... Não devemos evitar rebeliões, devemos esmagá-las. De qualquer forma, pensarei, por mais que não se adeque muito a minha personalidade. Estou dispensada, professor?


- Sim, senhorita Black. – respondeu, controlado.


- Tenha um bom dia.


- Melinda? – chamou quando ela já estava quase saindo.


- Sim...


- Apenas quero lembrá-la que a personalidade do Lorde das Trevas é muito mais agradável do que a da Lady...- ele viu Melinda olhar para o local onde ficava o quadro de Dumbledore.


- Lembrarei-me disso também... Quem sabe eu não revezo mais as personalidades? Ou não... Receio que ele. – ela indicou o quadro de Dumbledore coberto com os olhos. – Tenha tido mais sorte do que você em relação a mim. Com licença... – ela abriu a porta e saiu, vendo logo Gabrielle pálida do outro lado da porta. – Calma! Ninguém morreu e nem vai... Pelo menos por enquanto. – respondeu enquanto andava para longe dali, queria sair o mais rápido possível para não voltar e rasgar Snape do umbigo ao nariz de ódio por tanta dissimulação naquela traição que para ela era tão óbvia.


- Detesto quando você fala assim! Nenhum de vocês vai se matar! Nem agora nem nunca! Estão do mesmo lado, por Merlin!


- Eu não discutirei isso de lados mais, Gabie. Eu não te convencerei, você não me convencerá e...Se eu fosse você, voltaria lá: o seu namorado deve estar precisando. Digamos que foi uma conversa pesada. – disse ao fim das escadas. - Eu tenho assuntos pendentes no Salão Comunal da Sonserina. – ela sorriu de canto e deixou a amiga sozinha, ainda mais pálida do que nunca.


 


Assim que Snape chegou à conclusão de que Melinda estava longe o bastante, jogou tudo que estava em sua mesa longe em um acesso de raiva.  Ele estava perdendo o controle, mesmo que não pudesse perdê-lo, não por causa de uma pirralha de dezessete anos.


- Vagabunda! – gritou, quase espumando de raiva e socando a mesa com força, seus olhos lacrimejando de raiva. – Quem ela pensa que é para me encurralar desse jeito?


- A Princesa das Trevas, é como a chamam agora. – ele ouviu a voz de Dumbledore ressoar na sala e abriu a cortina do quadro, vendo-o sorrir. – Ela está muito poderosa nesses dias, é constatável.


- Uma princesa que de gentil e meiga não tem nada, ela é esperta demais, Albus... Atenta demais, essa garota tem o melhor e o pior de Bellatrix e do Lorde...


- Eu sei, Severus, e agora mais do que nunca: cuidado com ela. Ela teve provas o suficiente de sua lealdade, ou melhor, da falta dela.


Gabrielle subiu as escadas, mas parou ao ouvir a voz conhecida de Albus Dumbledore. Aquele velho não os deixava em paz mesmo depois de morto?


- Eu sei, Albus... E Melinda tem um poder que Bellatrix não tem... – Snape parou.


- Convencer o pai. – completou Dumbledore. – Creio então que realmente esteja na hora de fazer o que a Srta Black falou, Severus: descer do muro.


Gabrielle arregalou os olhos atrás da porta, o que diabos aquele velho estava dizendo com tanta convicção? Snape não estava em cima de muro algum, ele era o braço direito do Lorde das Trevas. O velho estava gagá mesmo depois de morto.


- Você me dizendo isso? De todas as pessoas? Por Merlin, Albus!


- Sabe do que eu estou falando. De escolher se é Comensal ou Ordem, escolher o que é mais forte para você: A lembrança de Lily Evans Potter ou a viva Gabrielle Ceresier. Uma delas te puxa para cada lado e a hora de escolher está chegando. Você pode ter dois amores, Severus, mas uma hora um deles vai falar mais forte... Qual será?


Gabrielle sentiu como se fosse cair. Então era aquilo, o antigo amor da vida dele pertencia à Ordem da Fênix. Lily Evans Potter... Isso significava que... Por Merlin! Ele fora apaixonado pela mãe de Harry Potter. Que fora morta pelo Lorde das Trevas... Na noite de Halloween! ‘Uma delas te puxa para cada lado’, é claro. Melinda e Bellatrix estavam certas! Ele não estava totalmente ao lado do Lorde, uma parte dele gritava por causa da morte da antiga amada. A cabeça dela girava e ela desceu correndo as escadas. De dentro do escritório Snape ouviu um barulho e saiu correndo atrás de quem fosse sem nem sequer falar com Dumbledore, ao correr escada abaixo ele viu apenas um resquício de cabelos loiros e ouviu um soluçar. Merda! Gabrielle.


Snape correu mais rápido e pôde alcançá-la pouco demais que ela chegou ao corredor, segurou-a pelo braço e rapidamente a puxou para dentro da gárgula fechando a mesma e tampando a boca de Gabrielle com a mão.


- Precisamos conversar.


 


Mansão Slytherin


 


Bellatrix tinha nas mãos uma das coisas mais maravilhosas que recebera em toda a sua vida; o que a princípio era somente mais uma carta de Melinda veio a tornar-se a sua maior alegria talvez para os próximos meses – suficiente para fazê-la ignorar toda a dor que sentia graças ao duelo da manhã com Voldemort. O fato é que era bom demais para ser verdade.


Em todos aqueles anos, ela nunca conseguira feito semelhante e Melinda, talvez pela constante e imensa proximidade, o fizera em tão pouco tempo: Snape escorregara! Finalmente o maldito traidor pisara nas próprias mentiras e não tivera a capacidade de manter-se de pé. E foi com essa alegria que ela entrou como um furacão no escritório da Mansão, onde Voldemort pesquisava algo que pouco interessava a ela naquele momento.


- Boa tarde! – cumprimentou, radiante o suficiente para deixá-lo desconfiado. Ele conhecia a mulher que tinha e ela não estava ali à toa.


- Bellatrix, não devia estar na cama? Você mal se sustentava nos próprios pés há poucas horas! – repreendeu o Lorde, olhando-a de forma severa.


- Concordo, devia, mas existem coisas que têm um chamado muito maior do que a dor. – respondeu, sentando-se na mesa em que ele escrevia e lia. – Acho que devia ler isto... – ela jogou um pergaminho no colo dele.


- Mas... O quê? – Voldemort pegou o pergaminho e começou a desdobrá-lo.


- Só leia. – ela sorriu e mordeu os lábios em nítida animação, os olhos de esmeralda brilhavam como nunca.


O Lorde, ainda desconfiado, desceu os olhos até o papel e percebeu que ela praticamente perdeu o ar quando notou que ele começaria a ler. O que quer que fosse que estivesse naquela carta era do agrado de Bellatrix. Do mais profundo agrado.


 


“Olá mãe,


Devo dizer que é com imenso pesar que escrevo essas palavras, porém sinto-me no dever de fazê-lo.


Hoje pela manhã tive a desagradável certeza de que algo muito estranho está ocorrendo com o professor Snape.


Recordo-me de tê-la informado do estúpido ato de Astoria Greengrass no Clube de Duelos, pois bem: no café da manhã de hoje ela apareceu finalmente desde sua auto reclusão e tudo nela me desafiava, desde o andar ao discurso de que não se esconderia mais uma vez que estava conformada com sua iminente morte.


Como o esperado de mim, é claro, calei-a da forma que achei mais apropriada: atirei-lhe uma faca, apenas para ferir, a fim de mostrar a ela o quão enganada estava sobre sua conformidade e mostrar a Hogwarts que ela não me atacaria e ficaria impune.


Onde Snape entra? No trágico escândalo publico que o diretor fez! Ele levou alguns até mesmo a pensarem que eu seria expulsa ou algo do tipo! O que me intriga é: Por que tanto alvoroço se eu fazia exatamente aquilo que nós pregamos? ‘O que fizer contra nós receberá com juros’. É o que eu faço com Astoria: Tentou me matar em público, em público será morta lenta e dolorosamente.


Snape ainda chamou-me a seu escritório com um discurso de que tem medo do que os pais pensarão. Que pais, eu me pergunto, os traidores? Só se foram eles. Mas... Por que diabos Snape preocupa-se tanto com o que traidores pensarão ou com possíveis rebeliões de alunos também traidores, se todos nós concordamos que ‘traidor bom, é traidor morto’? Penso que nossa ideologia é que eles devem se adequar a nós, e não nós a eles... Ou estaria eu tremendamente enganada?


Ao que parece, Snape ou acredita em meu completo equívoco ou discorda de nós...E isso é preocupante, pois até onde eu me lembro ou se está conosco ou contra nós...


Well... Não tirarei conclusões precipitadas, mas creio que seja algo a ser investigado já que um diretor de Hogwarts que não está alinhado conosco de verdade pode ser um imenso problema... E algo definitivamente está desajustado no professor Snape...


Espero que junto com meu pai ache a melhor forma de lidar com isso, querida mãe...


Espero que estejam bem...


Até breve.


Beijos e abraços


Melinda          


PS: Magic is Might.


 


Voldemort terminou de ler a carta de Melinda, uma parte de si – que desacreditava na realmente possibilidade daquilo – lutando com a conclusão racional de que nem mesmo a filha teria coragem de inventar um absurdo daquele, uma vez que era obvio que Bellatrix imediatamente mostraria a carta a ele. Bellatrix e suas implicâncias com Severus, tudo partindo do mais absoluto e profundo ciúme feminino, ele sabia. Ele podia ver os olhos dela cintilando e seus lábios se curvando num sorriso satisfeito.


- Nem comece. – alertou o Lorde.


- Eu não ia. Não é necessário ‘começar’ nada! – ela espalmou as mãos na mesa e começou a balançar os pés suspensos enquanto inclinava-se um pouco na direção dele. – Tudo o que precisava ser dito, já foi: por sua filha, sangue do seu sangue...


- Que também é, até onde eu me lembro, sangue do seu sangue, minha cara... – ele levantou uma sobrancelha e ela riu como se nada conseguisse acabar com sua alegria.


- Justo. O interessante sobre Melinda é que ela é sangue do nosso sangue: a sua racionalidade, o meu instinto. Assim, ela saiu com a conclusão perfeita... – ela saiu de cima da mesa e apoiou-se no braço da cadeira dele, abaixando o corpo até que seu rosto estivesse no nível do dele. – Investigue, como ela disse... Nunca é demais! Já me investigou, já investigou a todos os Comensais, por que não ao querido Snape? Cuidado nunca é demais... – e terminou com aquele mesmo sorriso satisfeito, como se dizendo que tinha certeza do resultado da dita investigação. – Ou faça apenas pelo prazer de provar que eu estou errada.


E sem mais uma palavra ou ação, Bellatrix deixou-o sozinho com seus pensamentos – ou o fez fisicamente. Aquela carta em suas mãos, aquela atmosfera de desconfiança, tudo era como o perfume dela: tentador, irresistível, inebriando-o completamente. No caso de Snape, era a primeira vez que as desconfianças dela – que Melinda herdara – o haviam impregnado o suficiente para fazê-lo cogitar investigar Snape mais a fundo. Não acreditava realmente que Severus era um traidor – ou melhor, seu orgulho não o deixava acreditar que não percebera uma traição tão próxima – contudo, os recentes acontecimentos mostravam que talvez Snape precisava ser moldado. E mesmo assim, ele se lembrava de uma única vez ter tido que moldar Snape: no caso do amor absurdo dele por Lily Evans Potter.


Lily Evans Potter, lembrar-se daquela história trágica fez com que a semente da desconfiança, que Bellatrix plantava e replantava havia anos e que Melinda regara, começasse a criar raízes como uma praga que ele não conseguia arrancar. Lembraria a sai mesmo de matar a ambas, ou pelo menos castigá-las, em um futuro próximo caso não descobrisse nada, apenas por tentarem manipulá-lo. E então ele notou que realmente acreditava na possibilidade de descobrir algo. Ele estava contaminado, sabia disso, e não resistir a investigar.


Snape podia ser o seu melhor Comensal, mas se ele o tivesse traído por causa daquela sangue ruim nojenta por quem ele fora apaixonado, Voldemort acabaria com ele.  Ele perdoava tudo, menos tentar enganá-lo.


 


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts


 


Finalmente, Gabrielle havia se acalmado e eles podiam conversar. Ela estava sentada, fria como uma estátua, olhando-o com todo o nojo no universo. Os olhos dela ainda estavam vermelhos das lágrimas, mas ela não mais mostrava sinais de choro iminente.


- Gabie.


- Srta Ceresier, por favor. – cortou a loira. – Peço que mantenhamos algumas barreiras aqui, professor Snape, por segurança...


- Segurança?


- Sim, não desejo que o Lorde das Trevas pense que me aliei a você mesmo após descobrir a sua traição e eu profundamente espero que saiba que vou reportar tudo o que eu ouvi a ele. – respondeu, fria como mármore. Por Merlin, ela era um robô.


- Quem é você e o que fez com a minha namorada? – perguntou Snape, quase enojado.


- Quem é você e o que fez com o meu namorado? – retrucou a loira. - Diga-me, Snape, por quanto tempo esteve fingindo? Desde o começo? Você quis me usar como um trampolim para a Melinda... Eu devia ter imaginado, no começo tão moralista, firme, depois aceitando tão fácil! Tudo o que vem fácil, vai fácil, é claro.


- Chega, Gabrielle! – berrou Snape, socando a mesa, fazendo Dumbledore acima deles deixar o quadro. – Chega disso! Você quis me atacar, muito bem, está no seu direito! Mas eu preciso que você me escute e você vai me escutar!


Gabrielle engoliu seco e respondeu com um aceno de cabeça muito leve. Ele limpou a garganta e sentou-se para somente então começar a falar.


- Eu não vou desmentir nada que você ouviu, seria uma desrespeito a sua inteligência... Mas eu preciso que você confie em mim!


- Foi isso que você disse a ela? – Gabrielle levantou a sobrancelha, desafiadora. – Lily Evans Potter. ‘Confie em mim! Eu enganarei a todos eles!’ O quão presunçoso você pode ser?


- O mesmo tanto que você pode ser cruel... Estranho, Gabrielle, é que você prometeu ficar ao meu lado, ajudar-me a superar a Lily... E pelo o que eu estou vendo, era demais para a pobre garotinha.


- A pobre garotinha não imaginou que o amor da sua vida, sua imortal amada, era a mãe do inimigo numero um do mundo bruxo e que te puxava para o lado errado da corda, querido! Eu prometi ajuda a um Comensal da Morte do alto escalão, não a um traidor!


- Eu não sou um traidor, Gabrielle! Eu estou do mesmo lado que vocês! Por Merlin, você vai acreditar em algo que ouviu de Albus Dumbledore?


- Acabou de dizer que não ia negar!


- E não estou negando, Gabie, dear, escute, por favor! Eu amei a Lily, sim, muito! Mas a minha lealdade ao Lorde das Trevas foi exatamente o que me separou dela! Eu nunca trairia o Lorde por uma mulher... Por mais que eu a tenha amado! Seja racional, por Merlin, Dumbledore diz isso...


- Ama. Você não a amava, você a ama. Eu consigo ver o esforço que você faz para colocar o verbo no passado. Décadas de amor que eu não posso apagar. Diga-me, Snape, o quão arrependido você está de ter escolhido o Lorde ao invés dela? Porque, por mais que tenha sido essa a sua escola, como diz, é perceptível toda vez que você fala no nome dela que se arrepende. Pode até ser que o velhote super reaja a seu amor pela sangue-ruim Potter...


- Não a chame assim! – alterou-se Snape, mais uma vez socando a mesa naquela noite. Gabrielle fechou os olhos instantaneamente tentando não chorar.


- Viu? Quer mesmo que eu acredite que está do nosso lado? Que Dumbledore apenas acha que não? Por favor! O velho está morto e nós no poder, qual o uso de enganá-lo? – Snape não teve resposta e os olhos de Gabrielle cintilaram com as lágrimas e o maxilar da garota travou por um momento quando ela engoliu o choro. - Sabe a diferença entre eu e ela, Snape? Eu vou ter que ser aquela a sofrer por sua causa! Você sofreu por ela, agora é a minha vez de sofrer por você! Porque serei eu a te entregar, é por minha causa que você vai morrer. E não é preciso que eu diga uma palavra para que isso aconteça! Assim que eu voltar à presença da Melinda ela vai perceber que tem algo errado, que algo aconteceu aqui, droga! Por mais que eu tente esconder, eu não poderei!


- O fato é que eu duvido muito que você tente, Ceresier. – respondeu, cortante como uma lâmina. – Ama demais a si mesma para tal tentativa.


- É por isso que realmente me toma, não é? Eu não tentaria, de fato, mas não para me salvar: você já me matou, Severus! Nada que o Lorde pudesse fazer contra mim seria pior do que o que você já fez!


Snape não entendeu o que ela queria dizer e assistiu às lágrimas finalmente caírem dos olhos da loira, manchando seu rosto belo. Gabrielle desistiu de segurar e soluçou de uma vez por todas, cobrindo seu rosto como envergonhada dele.


- Mas... O quê?


- Eu não me apaixonei por um traidor! – ela gritou, levantando-se em súbito da cadeira. – Eu me apaixonei pelo braço direito do Lorde, por aquele que enlouquecia a Lady das Trevas de ódio e ciúme! Um homem leal, fiel e genial! E agora eu olho pra você e percebo que era tudo apenas um ato. Eu me apaixonei por uma mentira, Severus! E essa mesma mentira agora quebrou o meu coração em um milhão de malditos pedaços! Eu não te entregaria por self-protection, não, eu te entregaria porque você já deve ter ouvido que existe uma linha muito tênue entre o amor e o ódio! E ódio, Severus, é tudo o que eu consigo sentir agora! Não somente porque você é um traidor nojento, mas por ter me enganado! Ninguém me faz de tonta, por mais que seja a mesma pessoa a enganar o Lorde das Trevas. Bellatrix estava certa sobre você desde o começo. – ela se afastou dele, indo até a porta. – Você quebrou o meu coração em milhões de pedaços, ótimo, eu vou te quebrar em um milhão deles. Você acabou com a minha vida, eu vou acabar com a sua – literalmente. – Snape enxergava em cada palavra dela a dor, o desespero, aquele ódio guiado pela traição dele. Ódio que surgira de toda a amargura que ele colocara nela.


Gabrielle Ceresier não era a mesma. Ela era outra pessoa, dura, amargurada, destruída por dentro. O ato de firmeza e auto controle que ela começara ao entrar ali havia desmoronado e ele via o que havia feito a ela. Ela tinha dezesseis anos, mas nem de longe aparentava isso, pelo menos não no olhar. Por Merlin, ela estava certa! Ele havia matado Gabrielle Ceresier, pelo menos aquela que ele conhecia. Ali parada a sua frente estava uma estranha.


Gabrielle estava para sair quando ele a chamou. A loira girou nos calcanhares e mal pôde perceber ele se aproximar, quando viu já estava presa entre a parede e o corpo dele. Snape segurou seu queixo e por mais que ela tentasse se livrar dele, não conseguia.


- Eu vou gritar!


- Não, não vai. – ele respondeu e, em seguida, a beijou. Gabrielle a principio o rejeitou, debatendo-se como louca, mas em um segundo deixou de lutar e correspondeu ao beijo, da forma mais agressiva e enraivecida que ele já tinha visto.


A carinhosa Gabrielle havia se tornado voraz, em uma maneira ruim, quase machucando-o com a raiva com que o beijava. As unhas dela abriam sulcos na nuca dele, e os dedos dela prendiam seus cabelos com força. Ele partiu o beijo e a olhou.


- Eu te odeio.


- Você odeia me amar.


- Dá no mesmo.


- É, dá, e eu não posso suportar te ver assim, sofrendo tanto, tão mudada, cheia de ódio... - ele deu um passo para trás e ela fez menção de sair.


- Estupefaça. ­– ela ouviu-o dizer e antes que pudesse fazer algo, caíra desmaiada nos braços dele. Snape ajoelhou-se no chão e colocou-a em seu colo. – Perdoe-me, Gabrielle, eu também não estou fazendo isso por mim, estou fazendo por você, por nós, porque não posso suportar o que eu fiz a você. Um dia você vai descobrir, eu sei, mas eu preciso colocar minha vida nos trilhos até lá, descer do muro, ou ganhar o seu ódio eterno ou o seu amor, mas te livrando da pena de ter que ser aquela a me condenar. Eu te amo, pequena, e preciso de você... E nem que mais alguns meses seja tudo que nós tenhamos, é o suficiente. Perdoe-me, por favor, pelo o que eu estou prestes a fazer. – ele beijou os lábios dela, deixando suas próprias lágrimas no rosto dela. – Obliviate.

N/A: HEY MEU POVO!


 


Mais uma vez eu corro de pedradas, maaaaaaas dessa vez eu demorei pq precisava fazer um cap de exatas 83 paginas! Pq? Pq era o que faltava pra HdM chegar à impressionante marca de 1000 paginas de Word escritas desde o primeiro cap da HdM1! Não é LINDO? <3 Eu sei.


Por isso temos aqui o marco da página 1000 da HdM e é por isso que o cap se chama One Thousand Battles (Mil Batalhas). Quer dizer, primeiro pq o cap é cheio de gente saindo na porrada, segundo porque cada pagina escrita até aqui foi uma batalhazinha pela perfeição!

Então! É basicamente isso! Já estou escrevendo o próx cap, então não me matem!


 


Não vou falar muito hoje... Vou esperar vocês se pronunciarem!


 


Obrigada por me suportarem por 1000 paginas!


 


Beeijo


 


Obrigada pelos coments!


 


Mel Black

PS: Obrigada Gabie pela montagem da Astoria! o/ Amei a parte da Mel kOKOASAKOKO


PS2: Obrigada Pan por ajudar na primeira NC! o/


 

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Comentários (8)

  • claudia snape riddle

    olha qua capítulo maravilhoso! estou lendo a fic desde o início e não havia comentado em nenhum capítulo... até agora. bom, pra começar nem preciso dizer que adoro voldemort e bella né... bom isso já é de praxe. mas eu adoro essa gabrielle... puxa vida tomara que ela tire o snape do fundo do poço, pq, sinceramente ele está se afundando com essa traíção, e tudo por causa desse amor insano por um cadáver...  ora convenhamos, lily casou com outro homem, nunca correspondeu o amor dele, morreu, e ainda por cima,memso depois de morta ela ainda joga o coitado do sanpe num buraco; o abismo da traição. pelo amor de Deus Severus!!! esquece de uma vez essa mulher, e lembre-se que a Gabie está viva!!! e te ama, droga, por Merlin! eu não acredito que voce vá desperdiçar a loirinha desse jeito! manda esse moralismo pro inferno e se junte ao lord de uma vez... para com essa de judas, ou vc vai se dar realmente mal...estou avisando. eu torço pra que ele acorde desse negócio de amor por uma morta que não estava nem aí pra ele, e comece a dar valor a quem está "aí" pra ele, como a gabie... tomara que ele se toque, antes que seja tarde demais, e tudo acabe bem, com ele junto do lorde definitivamente, e junto de gabie tambem... assim espero! bjs

    2013-03-26
  • Amy Black Riddle

    Realmente, a cada capítulo que passa, eu fico sem palavras para descrever a perfeição de cada capítulo! I mean, eu quase tive um ataque com toda a fofura do voldy com a bella e ele tentando negar tudo *-*. Dai quando consigo me recompor e fico toda fuck yeah com a melinda dando uma surra na faca da astoria, me vem o Sanpe com essa PUTA sacanagem com todo mundo, principalmente com a nossa loirinha favorita, que me fez ficar xingando o computador durante uns quinze minutos ( o que só melhorou a opinião dos meus amigos sobre a minha sanidade mental uhauhauhahuhuauhauha ). E nem preciso dizer que isso me fez roer as unhas até o talo de curiosidade para saber o que vai acontecer agora que bella e melinda desconfiam do maldito do severus e estão influenciando nosso big boss uhauhauhhauhuauhauhahahu Mas, como ainda não teve atualização, e eu estou a menos de 48h de começar a facu, eu decidi fazer (outro)projetinho de férias para você! A imagem veio na minha cabeça enquanto eu estava vendo Bastardos Inglórios, e bem na hora que começou a música Cat People ( maravilhosa, diga-se de passagem ) eu estava mudando a cor dos olhos de uma foto da Helena Bonham Carter que eu tinha achado no google em que ela estava com MUITA cara de Bella, até chechei para ver se ela era mesmo uhauhahuuhauhhuauhahuhua. Dai photoshop vai, photoshop vem e acabou nisso http://i1190.photobucket.com/albums/z447/AnneLynn123/presenteparaMB2.jpg Espero que goste :)   Beijos e até o próximo perfect chapter :3

    2012-02-11
  • thealiens

    O__O Não creio! A internet está a meu favor hoje. Depois de ter lido o capítulo a séculos, venho conseguir comentar hoje. Nossa, esse capítulo foi simplesmente incrível. OMG' Parabéns pelas 1000 páginas *--*A Bellatrix sabe se vingar definitivamente.. Depois dá bela cena com ela e o Neville aparece V/B melhor impossível. O tio Voldie gosta de ser chamado de "meu amor", pena que a Bella não sabe disso. O clube de duelos g-zuis o que foi aquilo, Snape e Bellatrix duelando O: PERFEITO, fiquei sem palavras. Quando ela voltou para a Mansão e encontrou o Voldemort, ele totalmente louco de ciúmes dela haha' até perceber os machucados. Tio Voldie cuidando da Bella foi tão lindo megusta/ E duas vezes no mesmo capítulo *-* Foi mágico! Esse capítulo foi tão bom, mas tão bom que é impossível dizer qual foi a melhor parte. Mel e Draco a cada dia mais lindos, a Astoria mal chegou e já é querendo usar um AVADA KEDAVRA u_u Pena da Gabie Ç.Ç Snape vadio. Ia esquecendo, Melinda duelando com a mamãe (tenso, mas vai ficar assim mesmo) foi perfeito também. Agora como não comentar... Bellatrix voltou a treinar! Com o tio Voldie ainda! OMG OMG OMG OMG O QUE FOI AQUILO OO: morri lendo/ Gente nem são violentos. xD É incrível como eles levam tudo para o lado sexual -qq megusta~/ Mas ficou muito bom, ele fazendo com que ela recuperasse a voracidade. Depois a Bella feliz dá vida quando recebeu a carta da Mel falando do Snape. haha' Repetindo pelo milésima vez... Esse capítulo foi incrívelmente perfeito! Sem falar que ele fez com que minhas esperanças crescessem em relação a uma futura declaração de amor do Lord das Trevas para sua Lady das Trevas -QQ A cada capítulo me apaixono mais por essa fanfic. É a melhor V/B que existe u_u Gente, amo a Mary Lestrange por ter me indicado essa fic.

    2012-01-26
  • MaryLestrange

    Como, aparentemente, o cara lá de cima não vai com a minha cara, eu fiquei sem internet um dia depois de terminar o capitulo, então eu só estou podendo comentar agora. Primeiramente, parabéns pelas 1000 pags de perfeição! Espero ainda ler outras 1000... Segundo: esse cap. foi muuuuuuuito foda! Já começou com matança, hahahha!, o Longbotton super mereceu, e ficou muito massa a cena da vó dele morrendo... adorei! Nem preciso dizer que a vadia da Astoria mereceu tudo. TUDO! Adorei o Draco humilhando ela no salão comunal, adorei o espetáculo que foi a derrota dela no clube de duelos, e adorei principalmente o show que a Mel aprontou naquele cafá da manha. Foi tudo lindo! A burrice dela me lembra a Hilary. kkkk! E eu adorei aquele "selo de desprezo real"da capa, aquilo ficou ótimo!!! Falando em Clube de duelos, aquilo foi muito bom!!! A luta da Bella com o Snape foi super fodona, eu fiquei lendo ela tipo com a boca aberta na frente do pc, olhos brilhando e tudo mais *-* Hogwarts definitivamente vai ficar muito mais divertida com esse clube dos duelos, tou doida pra ver quem vai ser a próxima pessoa a sair gravemente ferida dali (pessoalmente, espero que seja a Weasley! kkkkkkk). E o Voldy com ciumes?! Juro que eu tipo vou pro céu e volto, com esse Voldy lindo, perfeito... *o* Falando em perfeição, duas NC de V/B no cap, uma mais foda que a outra, eu quese tive um ateque cardíaco! Nem tenho elogios a altura... E agora que a Bella voltou a ser aluna do Voldy, as coisas entre eles vão esquenetar muito (se é que tem jeito de ficar ainda mais quente com aqueles dois... hehehe). E agora o Snape se enrrolou né?! Acho que deviam fazer um selo de desprezo real pra ele também, pq agora o cara tá fodido! E que situação tensa com a Gabie! Nossa, fique com muita pena dela... e com muita raiva do Snape também, ele foi muito filho da puta por ter obliviado ela! Que raiva, ele merece se foder tb, tomara que o Voldão acabe com ele! kkkk. Resumindo, o cap foi lindo e eu estou super anciosa pro proximo! Que venham mais mil págs!

    2011-12-07
  • cabot

    Oi, eu adoro essa fanfic, serio é a melhor fic q eu ja li!!!! Acompanho a mais de um ano e sempre morro de ansiedade esperando cada capit parabens!! E espero que tu poste logo shaushausuausulo novo!!!

    2011-11-27
  • Lidiamary

    ai parabéns pelas 1000 páginas eu amei esse capitulo é gente saindo na porrada toda hora amei concordo com a Kamilla de querer saber o final mais não querer que a fic acabe hehehe' mais sério parabéns pela fic ela é a melhor que eu já li na minha vida sem mentiras é sério não demora pra escrever pelo amor de Merlin eu fiquei doida sem o capitulo novo

    2011-11-20
  • Kamilla Bacchi

    Nem acreditei quando vi que tinha capítulo novo, demorou uns 3 meses dessa vez. Adorei o que o Draco falou pra Astoria, colocou ela no lugar dela, e a Bella também deu um jeito do Neville parar de incomodar. Voldemort está atrás da varinha das varinhas? Coitada da Gabie ela vai sofrer muito pelo Snape. Voldemort e Bellatrix estou ficando cada vez com mais certeza que ela a ama. Vai ter continuação quando acabar? Ao mesmo tempo que eu quero saber o final quero que a fic não acabe nunca. Herdeiras do Mal é a melhor fanfic.      

    2011-11-06
  • Sahmmy Black

    ahhh parabéns 1000 páginas eu adoro cap grande eu estou muito ansiosa para saber o que vai acontecer com a Gabi e o Snape

    2011-11-04
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