Vivendo numa Ilusão



Aviso importante: Durante toda a fanfic eu mudei acontecimentos e algumas personalidades, a partir daqui isso ficará ainda mais visível. Alguns "absurdos" terão seus motivos e explicações mais pro fim da fic, ok?? xD
Estamos entendidos??? xD Otimo!


[i]Esses dois fatores indicavam com letreiros luminosos que o exagero podia custar muito caro e o levavam a uma conclusão: ele precisava reverter tal situação e talvez para isso ele tivesse que reconquistar Bellatrix Lestrange. [/i]


 


Herdeiras do Mal 2 – E começa a guerra bruxa.


Capitulo 11 – Vivendo numa ilusão.  


 


            Vários hematomas em meu corpo, cortes em meus lábios e mãos, uma dor infernal em meu corpo e outra pior em minha alma. Este é o resultado da noite passada, ou de minha falha, i suppose.


            Incrível como em algumas horas sua vida muda drasticamente. Eu tinha tudo para ter a melhor noite de minha vida, uma que eu nunca imaginaria, mas os erros dos outros me levaram à ruína. Sim, ruína, talvez pareça exagerado, contudo, meu mundo virou de cabeça para baixo.


            O homem que eu amo me torturou com uma intensidade enlouquecedora, minha irmã não para de me lembrar disso como quem diz “Eu te avisei” e eu sinto vontade de esganá-la. Narcissa tem me ajudado muito, é verdade, estou ainda sã por causa dela, mas não ela poderia pelo menos tentar ser imparcial enquanto cuida de mim? Seria bem menos desagradável.


            Eu tenho uma consciência, apesar de não parecer, e ela já está me enchendo o bastante.


            Minha irmã me deixou sozinha enquanto eu dormia, porque ao acordar encontrei uma rosa negra a meu lado . Voldemort.  O bilhete deixado junto nem mesmo se fazia necessário, quem mais me daria uma rosa? Ainda mais negra. Se Narcissa estivesse aqui, eu nunca haveria encontrado a rosa.


            Não entendi mais nada, é claro. O que ele estava tentando fazer? Pedir desculpas? Never. Tentando me fazer cair nos braços dele novamente? Estou certa disso.


Esse desejo dele levará tempo para se cumprir, é impossível me imaginar com ele mais uma vez tão cedo após tudo isso. Eu estaria traindo a mim mesma e não farei isso, simplesmente não.


 Minha tolice não é suficiente para pensar que conseguirei resistir a ele por muito tempo, apesar da mágoa que tenta se instalar em meu peito.


Uma tentativa quase falha, por mais que algum ressentimento arranhe meus sentimentos por ele, não consigo odiá-lo, ou ao menos sentir raiva dele.


Eu queria poder odiá-lo, ainda mais conseguir fazê-lo. Merlin, como um amor pode ser tão forte que não se abala nem com uma situação tão horrível? Passo as mãos por meus lábios, tentando lembrar a mim mesma o que aconteceu a mim, o que ele fez. Isso não adianta de nada, a única coisa que consigo fazer é pensar que nossa vida de amantes estará interrompida por um tempo. Dormir com ele com tudo tão recente é como dizer a mim mesma que  não me  importo com o que ele foi capaz e – mesmo que não consiga me enraivecer -  eu me importo.


Foi muito doloroso ver o prazer com o qual ele me torturava e humilhava em frente a todos.


Sempre tive certeza que nossa relação tinha tendências meio sadomasoquistas, contudo, tudo tem seu limite.


Toc. Toc. Um barulho irritante me faz sair de meus pensamentos e colocar a rosa – antes presa entre meus dedos – na penteadeira à minha frente.


 


A bruxa se levantou, arrumando o vestido recém colocado em seu corpo. Era a primeira vez naquele dia que, ao se olhar no espelho, ela via a "velha" Bella. Forte, decidida, como sempre. Ela queria apagar de sua mente a primeira imagem que tivera de si - algumas horas antes - após o ocorrido: machucada, fraca, quase indefesa. Ela odiava tal sentimento. 


Bellatrix segurou a maçaneta, ponderando quem poderia ser. Não era Narcissa, of couse, ela não se dava ao trabalho de bater, o que significava que era Rabicho ou Voldemort. A primeira opção era irritante e a segunda, bem... Estranha. 


 


Respirei fundo e abri, dando de cara com meus temores. Voldemort. Voldemort parado ao portal, parte do cabelo negro encontrando os olhos vermelhos. Merlin. As vestes eram negras com prata, elegantes, e a capa ia de seus ombros ao chão. Eu engoli seco e desviei os olhos dele, dando espaço para meu Lorde passar. 


Voldemort passou por mim, deixando seu ombro esbarrar "acidentalmente" no meu. Ele sabia provocar-me e conseguia isso com as coisas mais ínfimas. 


- Não pensei que um dia o veria bater na porta de seu próprio quarto. - provoquei, fechando a porta e me encostando na mesma. 


Voldemort virou-se de frente para mim e riu de canto.


Se ele realmente estava pensando que eu estava disposta a deixar alfinetadas de lado, ele estava enganado. Mas ela duvidava que ele pensaria algo assim, era esperto demais. 


- Desde ontem, digamos que esse quarto deixou de ser meu. - ele pareceu displicente. Estava tentando me irritar? Parecendo que não dava a mínima para minhas provocações.


- Oh, estranho não tê-lo ouvido bater quando veio deixar a rosa e pegar roupas. - passei por ele e me sentei na cama.    


- Porque estava dormindo, é claro. - ele tinha resposta para tudo. Como se esqueceu disso, Bella? 


- E, sabendo disso e também que Narcissa não estava bateu mesmo assim. Educado, para dizer o mínimo. – fitei minhas unhas, tentando parecer tão displicente quanto ele. E digamos que eu conseguia. Talvez nos merecêssemos anyway.


- Seu sarcasmo é um tanto irritante.


- Aprendi com o mestre. – sorri.


- Touché, my dear. – ele se aproximou de mim, não vou negar que senti meu corpo inteiro arrepiar. Merlin sabe como eu tento negar que foi medo, mas foi, eu o temo, como nunca antes. 


 


Ela estava assustada, eu pude sentir apenas com a menor aproximação, as memórias sobre ontem ainda estavam muito frescas em sua mente, e eu não poderia esperar menos.


 Nunca senti temor vindo de Bellatrix, apenas respeito -  o que é muito diferente  - e confesso que perceber isso pela primeira vez me causa uma sensação de estranheza. Algo que não sei explicar, por algum motivo ela é a ultima pessoa na face da Terra que eu desejo que me tema.


 Sentada naquela cama, olhando para as unhas bem manicuradas fazia com que ela parecesse a mesma Bella de sempre, mas ela não era, estava mudada, por dentro. Agora ela se rendera ao medo pela primeira vez, estava fraca e despedaçada por dentro.


Uma fachada sem lascas, um interior destroçado. Mais comum do que se imagina e Bellatrix usara de tal artifício milhões de vezes.


Me aproximei dela, quase encostando nossos joelhos e lhe estendi a mão. Bellatrix olhou para meus dedos, decidindo o que fazer, suponho.


Ela hesitou, é verdade, mas segurou em minha mão e eu a puxei para cima. Nossos corpos ficaram bastante próximos, perfect.


A mão dela tremia, apesar de seus esforços para esconder. E seu corpo se retraiu devido à proximidade.


- Sinceramente, pensei que não tentaria se manter tão forte no dia de hoje. Tentando esconder algo que está ficando claro. Seu medo, o pavor que lhe causa se aproximar de mim.


Bellatrix abriu e fechou os lábios, como se ensaiasse dizer algo.


- Mas tendo em vista aos acontecimentos passados, eu diria que és uma ótima atriz. – Bellatrix soltou minha mão rapidamente e olhou na direção oposta.


 


 - O que você quer? – eu perguntei, parando de disfarçar minha voz, deixando a tristeza e a mágoa transparecerem. – Me ferir mais? Já não foi suficiente, passei por ele sem nem ao menos fitá-lo. Tirei algumas mechas de cabelo que insistiam em cair em meu rosto, mas não pude dar nem mesmo três passos. Eu logo senti os dedos frios dele em meu braço, me puxando.


Ele me obrigou a ficar de frente para ele, olhando-o nos olhos. Merlin, já não era tortura demais?


- Eu quero te dar uma chance, uma única de despejar tudo em cima de mim. Sem qualquer tipo de retaliações, vamos, Bella, diga tudo o que está pensando, venha pra cima de mim se achar necessário. Despeje sua raiva. – ele apertava meu braço, mas não com força, de forma encorajadora.


- Quer mesmo ouvir tudo o que tenho para dizer? – perguntei, duvidando da ausência de retaliações futuras.


Ele levantou uma sobrancelha, sabe-se lá pensando o que, planejando o que, agora era eu que queria que ele falasse algo.


- Vá em frente. – ele se decidira. – Comece logo a falar. – ele deu alguns passos para trás. – Só não desperdice, Bella,você é a única que algum dia terá tal oportunidade.


 Àquela altura, voar pra cima dele parecia tão atraente. Eu sentia as palavras implorando para sair de minha garganta e a vontade era tanta que o medo de ele estar blefando me deixou quase completamente.


- Se assim insiste. Eu quero dizer que, se diz tão justo e mesmo assim não hesitou ao jogar em cima de mim a culpa de dez comensais da morte incompetentes. Eu enfrentei diversas pessoas naquele ministério sem nem ao menos tomar conhecimento da destruição da profecia que deveria estar com Lucius. E enquanto ele estava lá quieto em Azkaban, eu estava aqui, sofrendo nas mãos do homem para o qual eu dediquei a minha vida inteira, pelo qual eu fiquei tantos anos em Azkaban, sem contar Lucius Malfoy. – as lágrimas começavam a brotar de meus olhos descontroladamente. Eu me aproximei dele, quase soluçando. – Se pudesse ter visto sua própria expressão ontem... – eu ameacei bater no ombro dele. – O que teria acontecido se a Cissy não estivesse lá?


Ele deu um passo para frente e me abraçou pela cintura, eu não resisti ao impulso de recostar a cabeça no peito dele. Eu cheguei à conclusão de que deveria estar sonhando quando senti seus dedos em meu cabelo.


 


As palavras dela eram cheias de mágoa, mas nunca ódio, ela não me odiava, talvez me amasse demais para conseguir me odiar fosse qual fosse a situação.


As lágrimas dela molhavam minhas vestes, em uma situação normal eu não admitiria isso, mas até eu sabia perceber quando eu estava errado. Aquelas lágrimas eram o símbolo do meu exagero e me causavam um enorme desconforto.


- I’m a son of a bitch, i know. – sussurrei. Ela me olhou confusa. – Me incomodei tanto com o que os Comensais possivelmente falariam que me deixei levar pela raiva.


 Bellatrix deixou aparentar ainda mais a confusão em sua mente. Não a culpo, nem eu mesmo esperaria me ouvir dizendo tal coisa. Merlin, as vezes me pergunto o que essa mulher causa em mim...Nem eu mesmo acredito que a quero de volta apenas para assegurar a idolatria de Melinda, passei a noite toda em claro com as cenas da tortura voltando em minha mente. Culpa? Acreditem ou não, penso que sim.


- Eu também sei quando estou errado, e esse era o caso. Pela primeira vez na vida eu desejo ter feito algo diferente... ou parte do que fiz, não o castigo em si, mas a intensidade do mesmo.


Os olhos verdes dela voltaram a brilhar, muito pouco, é claro, mas já era algo e ela sorriu de canto.


- Unbelievable. – ela sussurrou. – I must be drunk or asleep.


- Sei que é estranho. Mas acredite. – eu levantei o queixo dela e beijei-lhe os lábios de leve. Eu me afastei, antes que ela pudesse dizer algo. – Contudo, penso que imagine que isto não sai desse quarto. – me dirigi à porta e vi o olhar dela me seguir. Virei para ela do portal e pisquei, saindo do quarto.


 


Joguei-me novamente na cama, o coração palpitando desesperado em meu peito. Aquele beijo, por mais ridículo e rápido que pudesse ser, mexera com todos os meus sentidos, me deixando desnorteada. A mão fria dele em minha pele, os lábios nos meus, o cheiro dele, vê-lo tão próximo, as coisas que ele dissera, Merlin. Era perigoso, se eu não me controlasse cairia mais rápido do que eu poderia imaginar, e eu não queria, bem no fundo eu desejava torturá-lo um pouco também e eu o faria, pelo menos o tempo que eu mesma agüentasse e, após esse beijo, percebo que será necessária muita força de vontade.


Um sorriso não conseguiu sair do canto de meus lábios, apesar de tudo ele havia quase... Quase pedido desculpas, na verdade, ele o fizera a seu modo. E eu, infelizmente, era uma das poucas que entendia seu modo de fazer as coisas.


 


Adentrei ao escritório e fechei a porta, ignorando qualquer coisa que Rabicho dizia – não importava, anyway.


Servi-me uma dose de uísque de fogo e bebi vários goles até me sentar. Eu sempre me senti atraído por Bellatrix, mas agora estava demais, o perfume dela, dos cabelos dela, insistia em permanecer em meus pulmões como um veneno que se aloja em certa parte do corpo e consome a pessoa as poucos. Ainda podia sentir o corpo quente junto ao meu em sua fragilidade, as mãos delicadas em meus braços, o gosto de seus lábios.


Joguei a cabeça para trás, tentando me livrar de tais pensamentos e sensações e resistir ao ímpeto de ir atrás dela. Ela precisava ficar sozinha e eu respeitaria tal necessidade. Não sou tão egoísta apesar de poder parecer, sinto que estou me ligando demais a ela, da mesma forma que penso não ter mais volta.


Na última madrugada cheguei dificilmente à conclusão de que não só ela precisa de mim, como eu preciso dela. Me habituei a tê-la por perto, eu gosto de tê-la por perto. Não desejo e não vou perde-la.


Dizer o que eu disse naquele quarto, me abrir como nunca antes, é a prova disso, eu me importo sim com ela, eu.. Não queria ter a machucado tanto, com todo o histórico dela, o mínimo que ela mereceria em uma situação de traição seria uma morte rápida, afinal foi sempre uma ótima Comensal.


Sinto que fiquei tão próximo dela que sua falha foi como uma facada. Tal falha me obrigava a escolher entre feri-la e perder credibilidade com os Comensais. E as duas opções não eram assim tão interessantes. Mas eu fiquei em duvida, confesso. E foi essa duvida, essa hesitação momentânea que aumentou meu ódio. Como ela conseguira? Como conseguira me envolver de forma que afetasse minhas convicções?


Nunca saberei, mas... A este ponto, quando eu já me deixei envolver, não voltarei atrás. Eu a quero, eu gosto dela e eu a terei. Sem mais usar Melinda como um pretexto, nunca fui de pretextos, não é agora que serei. 


 


Dias depois.


 


            Sentados à mesa, estavam Voldemort e Bellatrix, eles jantavam – ou pelo menos fingindo que faziam isso. Os pratos à frente deles mal estavam tocados, apenas as taças de vinho já haviam se esvaziado - mais de uma vez.


            À luz tremula das velas, os dois pareciam ainda mais pálidos, dando a impressão de serem dois bonecos de cera, tamanho o silêncio de ambos.


            Nos dias que haviam se passado após a conversa no quarto, nenhum dos dois falara muito, praticamente nenhuma palavra fora trocada. Pelo menos não na maneira usual, com a voz, porque todos os dias Bellatrix encontrava uma rosa negra na mesa de cabeceira com um bilhete.


            Eram dez rosas, no total, todas enfeitiçadas para não murcharem. Rosas que formavam um buquê que ficava na penteadeira de Bellatrix – e a cada dia aumentava. 


            Bellatrix levou o olhar à Voldemort, na outra extremidade da mesa, e foi quando percebeu que ele já a olhava fixamente.


            - Pelo jeito está mesmo sem vontade de comer. – Bellatrix decidiu puxar assunto, tomando um grande gole de vinho logo em seguida.


            - Nesta mesa, essa comida em meu prato seria a ultima coisa que eu teria vontade de comer. – as palavras de Voldemort fizeram Bellatrix engasgar com o vinho. Maldito duplo sentido. – Claro, porque até a madeira parece mais apetitosa hoje. – ele sorriu malicioso. – Mas sua mente suja não levou isso em consideração. 


            Bellatrix tomara o cuidado de não levar a taça novamente à boca, sorte, ou teria engasgado mais uma vez.


            - Devo dizer que sua mente é ainda mais suja do que a minha, milorde. Já que previu o que eu pensaria e por isso usou palavras de duplo sentido. – ela sorriu e bebeu mais. – E além disso, devo dizer que parte da sujeira contida em minha mente é sua culpa


            Voldemort tomou um gole e se levantou da cadeira, ele andou toda a extensão da mesa e parou atrás da cadeira dela.


            - Ah, é mesmo? E porquê? – ele apoiou as mãos no encosto da cadeira e inclinou o corpo, ficando com o rosto próximo ao dela.


            - Porque a cada visita que fazia a seus aposentos, uma parte de minha mente era poluída um pouco mais, então... -  ela olhou para ele, sorrindo de canto e logo depois voltou a atenção para a taça de vinho.


            O clima entre os dois melhorara e eles só haviam percebido naquele momento. Era como se o clima pesado de dias antes estivesse se esvaindo aos poucos e, àquele ponto, o mesmo quase inexistia. Voldemort tinha sua parcela de culpa nisso, é claro, as flores, olhares e, principalmente, as palavras ditas naquele quarto mais de uma semana antes haviam balançado Bellatrix, como era de se esperar e, claro, ele desejava.


            - Ah, sim, as visitas. – ele encostou a boca na orelha dela, que não fez esforço algum para esconder o arrepio que lhe ocorreu. O corpo da bruxa arqueou para trás e ela bateu com as costas no encosto da cadeira. Voldemort riu baixo. – Aquelas que cessaram, não é? Uma pena. Como sua reação acaba de mostrar, elas já poderiam voltar, huh? – ele passou a mão pelos braços dela, que desejou com todas as forçar ter escolhido um vestido com mangas – o que ela não havia feito. Bellatrix fechou os olhos e respirou fundo, tentando esconder as sensações que o toque dele lhe causava.


            Subitamente Voldemort se afastou dela, ao prestar atenção, percebeu que alguém batia na porta da sala. Salva pelo gongo.


            - Your choice, of course. – ele disse, enquanto se dirigia à porta.


            Voldemort conversou algo com Rabicho que não importou a Bellatrix, ela comeu um pouco – afinal precisava se manter de pé – e só voltou a prestar atenção quando o Lorde se dirigiu a ela.


            - Tenho que resolver algo, Bella, excuse me. – disse antes de deixar a sala. A educação dele, mesmo que não tivesse sido criado em uma família como a dos Black, ainda a encantava. Aprendera tudo sozinho, talvez esse fosse o encanto.


            Assim que Voldemort os deixou, Rabicho entrou na sala e parou do lado dela, sorrindo como um idiota.


            - O que foi, Rabicho?


            - Nada. – ele sorriu maldoso. – Vocês mal tocaram na comida.


            - Bom, você não é nenhum chef, não é mesmo? – Bellatrix sorriu sarcástica.


            - É claro, uma pena, porque creio que o Lorde... – ele riu. – Precisará de alguma energia esta noite. Ou bastante, dependendo.


            Bellatrix jogou o guardanapo de pano na mesa e se levantou, o que será que ele havia feito? Ouvido atrás da porta e tirado conclusões? Não que ir ao quarto de Voldemort, ou leva-lo ao dela que costumava ser deles, não houvesse passado por sua cabeça, mas mesmo assim.  


            - What the hell are you talking about? – ela perguntou, irritada.                       


            - Oh, é que, bem, sabe que o Lorde está com uma visita. – as palavras dele fizeram Bellatrix franzir o cenho. – Uma mulher.


            Os olhos de Bellatrix se arregalaram, ela não podia acreditar que ele ia fazer o que Rabicho insinuava.


            - Mulher? – ela perguntou, tentando controlar a raiva e a respiração. – Quem?


            Rabicho sorriu, ele ficava muito alegre de ver Bellatrix naquele estado. Ela estava louca por dentro, ele sabia, apesar de ela não deixar transparecer.


            - Parkinson. – aquele nome soou como uma facada, lenta e dilaceradora. – E ela não está vestida como quem planeja conversar sobre matança e sangue...


            Bellatrix riu, os olhos já faiscando de ódio. Aquela casa seria colocada abaixo, sem duvida alguma, quando as duas se encontrassem. Rabicho adorava isso. A morena bebeu o resto do vinho na taça em um único gole e jogou a mesma em qualquer canto da sala, ouvindo o barulho do cristal estilhaçando.


            - Pois aquela vagabunda não precisará falar sobre sangue, Rabicho, porque ela vai ver. Ela afastou a cadeira e passou como um furacão por Rabicho, murmurando algo como “Get out of my fucking way.”


 


            Voldemort observava Parkinson sem esboçar reação alguma, apesar de sentir vergonha alheia em relação à atitude dela. Ir lá, vestida de forma voluptuosa que definitivamente não combinava com ela, com a intenção de dormir com ele era loucura. Toda pessoa normal saberia que as coisas não eram assim.


            A mulher se aproximou dele, sorrindo de canto.


            - O que estou fazendo aqui?  - ela perguntou, com uma tentativa de voz sensual. – Eu vim lhe servir, milorde.


            - Servir-me? - Voldemort apoiou-se na mesa.


            - Sim... – ela se aproximou mais e pousou a mão na coxa dela. Voldemort olhou para a mão dela, ainda impassível. – Imagino que após o acontecido, Bellatrix tenha... Se fechado um pouco e após provar os prazeres da carne, é meio difícil abdicar deles, não acha? – ela tentou colocar a mão no rosto dele, mas foi impedida pelo Lorde, que segurou seu pulso.


            Ele deixou de se apoiar na mesa e deu alguns passos à frente, levando-a junto. Soltou a mão dela com força, fazendo-a quase cair.


            - A forma como tenta ser Bellatrix é intrigante, Parkinson, nem que eu dormisse com você, se tornaria ela, sabia? – ele cruzou os braços. – Pois você seria apenas uma vagabunda que me serviu por uma noite, não que dormir com você me pareça atraente, é claro.


            Parkinson ficou sem o que dizer por alguns instantes devido à humilhação, mas ela não se abalaria, chegar ali fora difícil, ela iria até o final.


            - Eu não quero me tornar ela, milorde, me desculpe, mas após a última reunião, ninguém desejaria...


            - C’mon, sejamos sinceros. Você sempre quis ser ela, mas me diga, você quer dormir só comigo ou com todos os homens que ela dormiu? Digo, tenho pena de seu marido, um bom Comensal, ele.


            - Rodolphus também é, não?


            - Sim, mas Bellatrix não me procurou como você. Não o humilhou tanto. Eu fui a ela e, como esse não é seu caso, meu desinteresse fica claríssimo agora, não acha? – ele apontou a porta.


            - Tem certeza, milorde? Merlin sabe quando Bellatrix se recuperará do trauma... – ela ficou a poucos centímetros dele e apoiou em seu ombro.


            - Eu prefiro esperar, Parkinson. Não sou como os homens normais, esqueceu? – ele tirou a mão dela de seu ombro.


            - Sinceramente? Não creio que seja assim tão diferente. – ela o puxou pela nuca e o beijou.   


                No mesmo segundo a porta se abriu com um estrondo, fazendo Parkinson pular para trás e se virar para a porta. Não poderia ser melhor, Bellatrix estava parada no portal, segurando na maçaneta como se fosse cair se a soltasse. Ela estava descrente e isso era óbvio em seu rosto.


            - Bella... – Parkinson fez voz de inocente, apesar do sorriso claramente sarcástico. – Eu nunca imaginaria que você entraria e...


            - Ah, é mesmo? – Bellatrix riu, ainda descrente sobre o que vira. – Pois eu penso que era exatamente o que você queria.


            Ela lentamente soltou a maçaneta e adentrou ao cômodo. Desta vez, ela não usaria varinha, queria acabar com aquela criatura com as próprias mãos. Ela andou até parar exatamente na frente da outra.


            - Mas é claro que não...


            - Cala a boca, sua vagabunda!  - o tom baixo e letal de Bellatrix realmente fora embora, ela agora se dava ao prazer de gritar. Ela deu um tapa com toda a força de seu corpo no rosto de Parkinson, deixando que as unhas se cravassem no rosto da outra mulher.


            Parkinson cambaleou para o lado, segurando o rosto vermelho e arranhado.O rosto latejava e ela sentia que ia inchar.


            Até mesmo Voldemort dera um passo para trás, sem acreditar no que vira. Nunca imaginaria que Bella, a sua Bella, teria tanta força.


            - A vontade que eu tenho. – Bellatrix puxou os cabelos de Parkinson para trás, fazendo-a olhar para si. – É acabar com você, sua prostituta de quinta.


            - Olha só, o sujo falando do mal lavado. Não é você que decidiu dar pro Lorde das Trevas por poder? Estamos quites. – Bellatrix soltou-a com raiva, rindo loucamente.


            - Eu? Eu não preciso dormir com ele pra ter poder, eu já tenho. Eu sou poderosa, Parkinson, ao contrario de você.   


            - Então porque esta tão irritadinha se não por medo de perder seu lindo posto?


            - Mesmo que eu tivesse um posto a perder, não seria você que ia me tirar dele.


            - Ah, sim, mas você me pegou beijando o Lorde e vocês estão brigados, você deixou a brecha, Bella querida, e ele não estava reclamando. – Parkinson sabia que estava em terreno perigoso, mas duvidava que Voldemort se meteria em briga de duas mulheres.


            E ele, pelo menos por enquanto, estava parado, recostado na mesa. Não se meteria até que a coisa tomasse algum nível incontrolável.


            - Ao que tudo indica você está ameaçada sim, Bellinha. Você não é tudo o que pensa que é, não passa de uma iludida, my lady. – Parkinson fez uma leve reverência e riu em tom de sarcasmo.


            - E você então? – Bellatrix sorriu com ainda mais sarcasmo. - Não passa de uma invejosa. Por é esse o nome que damos a quem quer ser outra pessoa, huh? Não se engane, darling, ele nunca teria nada com você, porque primeiro você deveria ser uma Comensal que preste e não um bibelô, porque sejamos honestas, você é um enfeite, como a Cissy. – Bellatrix arqueou a sobrancelha e passou os olhos pelo vestido super justo e decotado de Parkinson. – Pobre de você, perdeu a viagem.


            - Invejosa é a puta que te pariu! – Parkinson retribuiu a bofetada. 


            - Olha, baixou o nível? – zombou Bellatrix.


            - Uso o nível que você merece, ou seja, o mais baixo existente! – agora sim ela conseguira estressar Bellatrix. – Já que você não passa de uma puta de luxo...


            - E qual seria seu nível então? Se quer tanto se igualar a uma puta de luxo.. Mas é claro, você é uma puta de última categoria, como pude me esquecer. 


            Voldemort se espantou, nem mesmo ele imaginou ver Bellatrix descer de nível ao ponto de usar palavras de baixo calão como aquelas, mas com mulheres não se pode duvidar. Nunca.


            - Cala essa porra dessa boca, Bellatrix! – é, pelo jeito o baixo calão viera para ficar.


            - Por que você mesma não vem calar?


            Parkinson foi pra cima dela e começou a apertar o pescoço da morena que cravou as unhas nos pulsos dela, fazendo-a soltar.


            - Você não pode me vencer em nada, Parkinson, não adianta. E você nunca será um décimo do que eu sou, porque você é fraca. Sabe quando o Lorde vai encostar um dedo em você? Nunca! Porque você é sem graça e nem quando tenta consegue ser sensual.


            - Melhor do que parecer sempre uma vadia que pretende transar com todos os homens em seu caminho.


            - E o que te deixa louca é que todos eles, inclusive o seu marido, não negariam uma noite comigo. Nunca. A sua sorte é que eu não preciso ou quero nenhum deles, eu tenho o melhor e nenhuma vadia como você terá, por mais que tente, o terá. Porque antes, eu mato a vagabunda.


            - Então me mate, Bella. Anda. – Parkinson se aproximou e mostrou o pescoço para a outra.


            - Não vou me dar ao trabalho, você é mulher de um bom Comensal. Posso ter problemas futuros, mas depois que eu disser a ele o que ocorreu aqui, eu te mato. Certamente.


            O sorriso zombeteiro de Parkinson sumiu de seu rosto. Ela não pensara nisso, Voldemort não diria, ou pelo menos ela acreditava que não, mas Bellatrix não hesitaria. Ela a odiava até o último fio de cabelo e agora tinha a chance perfeita de acabar com ela.


            - Você não vai abrir a porcaria da boca....


            - Watch me. Mas, enquanto eu não faço isso, eu te aconselho que vá pra casa, aproveitando seus momentos paz por lá, pois podem ser os últimos. – Bellatrix sorriu, com os olhos brilhando de excitação.


            - Bitch. – Parkinson sussurrou, os olhos cheios de lagrimas de ódio.


            - Get out. – ela apontou a porta.


            Voldemort, que antes estava quieto, decidiu falar.


           - Vá embora, Parkinson. – ele disse. – Não esqueça que você não tem a Marca então Bellatrix pode te machucar o quanto ela quiser quando isso não incomodar seu marido mais.


            Parkinson escondeu o arrepio que correu por seu corpo só de imaginar uma Cruciatus ou algo assim vindo de Bellatrix, ela deu uma ultima olhada na inimiga, que sorria e saiu da sala.


            Ao som da porta batendo, Bellatrix se virou para Voldemort. Os olhos cheios de mágoa e raiva. O ciúme que borbulhava dentro dela era o que a controlava.


            - Eu simplesmente não acredito. – ela andou até ele – Nunca pensei que pudesse vê-lo fazer algo assim, se comportar como os outros homens. Como você pode beijar ela?  Logo ela! Por que não beijou a Cissy de uma vez? – as palavras saiam como uma cachoeira da boca de Bellatrix e ela batia no peito dele, com raiva.


            Voldemort segurou com firmeza os pulsos dela, que começou a se debater, e a beijou com força. Ele soltou um dos pulsos e a puxou pela cintura colando seu corpo ao dela.


            Com a mão livre, ela ainda batia no ombro dele e, apesar disso, sua boca deu passagem para a língua dele entrar. Um tanto contraditória, ela.


            Assim que sua língua encostou na dele, ela sentiu seu corpo inteiro arrepiar, sentira tanta falta dele, dos beijos, do gosto dele. De seu Lorde. A bruxa então parou de resistir e contornou o pescoço dele com um braço, fazendo-o soltar o outro. Bellatrix levou esse à nuca dele onde arranhou de leve, ouvindo Voldemort suspirar entre o beijo.  


            O Lorde correu as mãos pela cintura e pelas costas dela, trazendo-a o mais próximo que ele conseguia de si, há semanas ele não a tinha assim tão perto, não sentia o calor do corpo dela contra o seu, sua língua explorando sua boca  - e como ela fazia isso bem.  


            As línguas dos dois travavam uma batalha para decidir qual era a mais desesperada para matar a saudade de cada ínfimo canto da boca do outro, Merlin, nem eles sabiam como haviam ficado separados por tanto tempo, sendo que apenas de se encostarem faíscas saiam.


            Voldemort mordeu o lábio dela e o puxou, pausando o beijo para que pudessem respirar. Ele beijou o queixo e depois o pescoço dela fazendo o caminho até sua orelha.


            - Isso foi um beijo, não aquilo que você viu. – ele sussurrou.


            Ela apertou um pouco o ombro dele e o afastou um pouco, apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos.


            - Eu sei, eu...


            - Ciúmes. O mais poderoso veneno. – ele acariciou o rosto dela, que fechou os olhos, aproveitando a sensação. - Aliás... - ele se afastou dela, foi até a cadeira atrás da mesa e se sentou. - Foi no mínimo interessante ver o quão ciumenta você pode ser...Mesmo quando se afastou de mim por vontade própria. – ele sorriu de canto, meio zombeteiro.


            Bellatrix cruzou os braços e sorriu de canto. Ele não mudava, mas ela nem tinha certeza se gostaria que Voldemort o fizesse. Andou até ele e se apoiou no encosto da cadeira, como ele havia feito algum tempo antes na sala de jantar.


            - O que esperava que eu fizesse? - sussurrou próxima ao ouvido dele, puxando a cadeira ao poucos, de modo que a mesma girasse até ficar de frente para ela. Voldemort, claro, dera uma certa ajuda com o pé – c’mon, ela não era forte o suficiente para mover a cadeira, com ele sentado, sozinha.


          Assim que terminou de girar a cadeira, Bellatrix se sentou de lado no colo dele. O Lorde sorriu com malícia quando ela se ajeitou em seu colo, sabia exatamente onde aquilo ia terminar. Parkinson, mesmo desejando o contrário, o ajudara a reconquistar Bellatrix.


         - Estamos há vários dias separados, eu pego a criatura mais detestável que um dia pisou na Terra com os lábios nos seus, vestida como uma prostituta...- disse com os lábios quase roçando nos dele.  – O mínimo que eu pensaria é que você...


            - Never. – ele disse. – Não desceria tanto de nível, Bella. – Voldemort colocou o cabelo dela atrás da orelha. – Ela até que não é feia, mas... Péssima bruxa...


            Bellatrix sorriu maliciosa,  não demonstrando ter sido afetada pelo “elogio” de Voldemort à mulher que ela mais detestava.


            A bruxa se virou no colo dele, colocando-se sentada de costas para ele. Voldemort segurou a cintura dela, puxando-a para o mais perto possível de seu corpo. Ela estava sentada exatamente em cima de seu membro e qualquer movimento que ela fizesse com os quadris o afetaria – e é claro que ela sabia disso. 


            Bellatrix puxou os cabelos para o lado, deixando-os apenas em um dos ombros enquanto o outro lado do pescoço ficava totalmente livre. Apesar de não demonstrar insatisfação em relação ao comentário do Lorde, ela não deixaria passar, é claro, e já sabia como se vingaria.


            Voldemort sentiu o perfume dela invadir seus pulmões como um veneno, Merlin, ele sentira falta dela como nunca pensou que fosse capaz. Ele não admitiria isso em voz alta, mas ela fizera tanta falta que apenas de tê-la sentada ali ele já sentia como se todo o seu sangue estivesse concentrado em seu membro, o pensamento de que a teria nos braços em questão de minutos era suficiente para começar a formar uma ereção.


            - Milorde... – ela chamou, tirando-o de um tipo de transe.


            - Sim, Bella....- ele respondeu, ainda intoxicado pelo perfume dela. Forte e inebriante como absinto.


            - Ficou calado de repente. – ela se mexeu no colo dele, fazendo-o respirar com dificuldade.


            - Eu estava apenas... Sentindo o seu cheiro mais uma vez, porem ele parece diferente...- ele beijou do ombro dela até o pescoço.


            - Diferente? – Bellatrix não entendia, não havia mudado nada.... – Não há nada diferente...


            - Para mim parece...ainda melhor do que já era, Bella. – ele continuou a beijar o pescoço da mulher, beijos molhados que faziam-na arrepiar por inteiro.     


            Bellatrix apertou os braços dele que estavam em sua cintura e gemeu baixo, quase imperceptivelmente, mexendo-se mais uma vez no colo dele – tudo perfeitamente calculado, aquele pequeno movimento mais o gemido que ele conseguira ouvir eram tudo o que ela precisava para deixá-lo completamente duro.


            - Bella... – ele disse. – Por que nós não vamos logo para a parte interessante, huh?


            Ela virou o rosto para ele e segurou-o pela nuca, deixando as bocas muito próximas, de modo que pudessem sentir o hálito do outro.


            - Parte interessante? – ela o beijou levemente, mexendo-se mais em seu colo. – Eu acho uma ótima ideia, mas... – ela se levantou e parou ao lado da cadeira, colocando o pé na mesma, entre as pernas dele. A fenda do vestido se abriu e deixou a coxa dela à mostra – aproximadamente na altura do rosto dele. - Aqui? Rabicho pode nos interromper, as always....


            - Podemos trancar a porta... – ele beijou a perna dela, o que fez a morena ter que se segurar em cima do salto, uma vez que seus joelhos se transformaram em manteiga. – E ignorá-lo se bater na porta. – ele acariciou a parte interna da coxa dela, subindo as caricias e a temperatura corporal dela.


            Bellatrix, contudo, era muito decidida e vingativa. Ela segurou a mão dele, interrompendo as caricias antes que ele chegasse a um ponto que a faria desistir.


            - Não... Estamos separados a tantos dias que... Eu quero que seja lá, no nosso quarto. – ela tirou a perna da cadeira. – E sem nenhuma interrupção.


            - Bella... – ele não conseguiu continuar, pois os dedos dela já o impediam de falar.


            - Se acalme.. – ela olhou para a calça dele que quase rasgava e riu maldosa. – E me encontre no quarto... É bom que eu posso arrumas umas coisas por lá. – Bellatrix andou na direção da porta.


            - Bella, volte aqui. Você simplesmente não vai me deixar aqui assim...


            - Ah, eu vou sim. C’mon, são só uns minutos.... Poucos se você pensar na coisa certa. Ignore que eu existo e pense sei lá, na Parkinson, ah, é, “ela até que não é feia”... Pode atrapalhar, talvez o Rabicho em roupas de banho seja uma boa.  


            - Então é isso? – ele se levantou e foi atrás dela. – Está fazendo isso só porque eu disse aquilo? – Voldemort se aproximou e a encostou na porta. Bellatrix sentia a ereção ainda presente dele em seu ventre e começou a suar. – Bella, você está se deixando guiar por ciúmes mais uma vez... – ela o afastou e abriu a porta.


            - Rabicho de roupas de banho é uma ótima. – ela piscou e mandou um beijo para ele. Voldemort revirou os olhos assim que a porta bateu.


            - Shit. – ele disse, passando a mão pelos cabelos e tentando pensar em algo que o acalmasse, mas Bellatrix não queria sair da cabeça dele.            


            Ela, por sua vez, encostou-se na própria porta, tentando também se acalmar. Sua força de vontade fora enorme, de outro modo estaria em cima daquela mesa ou naquela cadeira sendo tomada por ele. Não que fosse uma ideia ruim, mas ela tinha planos, planos que passavam por sua cabeça desde o jantar.


            Ela subiu correndo para o quarto, dando uma desculpa qualquer quando passou por Rabicho e suas perguntas. Qualquer coisa que o deixasse longe do quarto ou de Voldemort – afinal, ele não poderia demorar muito ou ela mesma enlouqueceria.


            Surpreendentemente, Bellatrix conseguira arrumar tudo que ela queria antes de ouvir os passos dele no corredor. Talvez se acalmar fosse mais difícil do que ela pensara, é, talvez.


            Ela se sentou na beirada da cama e assistiu à porta se abrindo. Ele estava com cara de poucos amigos, mas o desejo que queimou nos olhos dele quando a olhou dizia tudo.


            - Demorou... – ela bebericou o uísque de fogo que segurava e cruzou as pernas.


            - Podemos dizer que você é um pouco difícil de se tirar da cabeça... – ele se aproximou e parou na frente dela. – Mas pelo menos não estava vestida como agora, ou eu não deixaria ter saído daquela sala.


            Bellatrix sorriu com malícia, ela estava de lingerie preta, com apenas um robe da mesma cor, mas levemente transparente, por cima. Ele podia ver que do sutiã de bojo bordado vinha um corpete de renda que terminava na cinta liga.  As pernas estavam cobertas por uma meia preta que era presa na liga e ela calçava um scarpin. E a calcinha, ele não podia ver ainda, mas sabia que era pequena, talvez minúscula, outra não combinaria com o visual, certamente era bordada, como o sutiã. Ele se perguntava se ela estava vestindo aquilo embaixo do vestido.


            - Imaginei que ia gostar. – ela descruzou as pernas e sorriu, abrindo o robe.


            - Eu adorei. – foi a resposta dele, que a comia com os olhos. – Mas... Isso não muda o que você fez.


            - Não se preocupe, eu vou te recompensar pela espera. – ela o puxou para perto pelo cinto e abriu o mesmo.


            - Ah, é? E o que você está pensando em fazer? – ele perguntou, mas sendo que ela estava sentada e ele de pé, ele tinha uma ideia.


            - Digamos que eu quero matar a saudade do seu gosto. – ela umedeceu os lábios. Imaginar era de matar, até pra ele.


            Ele esperava que ela fosse terminar de tirar suas calças ali mesmo, mas ela colocou o copo no chão, ao pé da cama, se levantou e o beijou nos lábios, puxando seu paletó e abrindo a camisa, o que o deixou absolutamente confuso.


            Ele não tinha ideia do que ela pretendia fazer, visto que ela estava antes na posição perfeita para fazer o que ele pensava que ela ia fazer.


            Em tempo recorde, ela o deixou apenas com a calça e encostou-o a uma das quatro colunas da cama. Ela o beijou e tirou a fita que prendia o robe sem que ele visse. Bellatrix segurou uma das mãos dele, a subiu até encostar na coluna e a prendeu com a fita, foi tudo tão rápido, que quando Voldemort prestou atenção ele já estava preso por uma das mãos.


            - O que você...


            - Vamos nos divertir um pouco.. – ela pegou a outra mão dele e, devido à expressão carregada de luxuria dela, ele nem mesmo resistiu a ter a outra mão presa. Bellatrix amarrou a fita com força.


            - Outch, Bella. Não precisa tanta força.


            - Ah, precisa.... – ela sorriu. – Se não você se livra muito fácil e não me deixa.... Fazer as coisas do meu jeito. – ela roçou os lábios nos dele e fez uma trilha de beijos molhados desde o pescoço até o peito e o abdômen dele. Em algum momento ela tirou o robe e se colocou de joelhos.


            Bellatrix Lestrange de joelhos, tirando a calça e a cueca dele para chupá-lo depois de tanto tempo separada dele, aquela visão era totalmente orgástica. Não que fosse a primeira vez que ela fazia aquilo, mas... Depois de tanto tempo, quer dizer, a ultima vez que ele a vira fazer sexo oral nele de joelhos fora meses antes. E ela fazer isso de joelhos, tão submissa, era muito mais excitante do que quando ela fazia isso na cama. Homens têm sim um sentimento de possessão sobre as mulheres, Voldemort então... Muito mais.


            Assim que Bellatrix tirou a cueca dele, ela viu que a ereção já estava formada. Então ele estava tão carente de sexo quanto ela, homens geralmente se masturbam mais do que mulheres, não? Ou será que a separação dera a ela um poder de enlouquecê-lo que ela não tinha antes, bem, ela descobriria.


            Ela segurou a base do pênis dele e passou a língua pela glande, antes de colocá-lo todo na boca. Começou a chupá-lo com calma, sem pressa, em movimentos que gradativamente aumentavam.


            Os olhos dela não se desgrudavam dos dele em momento algum, ela também arranhava a coxa dele em intervalos. A respiração de Voldemort se tornava ofegante e a vontade dele era de arrancar aquelas amarras, jogá-la na cama e penetrá-la de uma vez só, fazê-la sua mais uma vez sem dó alguma. Ele queria ouvi-la gemer novamente, mas àquela altura, ele era o único que gemia ali.


             Bellatrix dava atenção a cada centímetro do membro dele, sua língua passava por toda a extensão do mesmo, os lábios macios envolviam-no.


            Voldemort lutava contra as amarras enquanto ela o recompensava pela espera de forma magistral. Toda vez que ele tentava se soltar, podia ver nos olhos dela que a divertia. Era o que ela queria, dominá-lo, pelo menos uma vez na vida.


            Ele não sabia se agüentaria muito mais tempo, sentia que o orgasmo viria a qualquer minuto e que chegaria um momento no qual ele não teria mais controle algum.


            - Bellatrix, eu vou... – ele não conseguiu terminar a frase em palavras, ele apenas suspirou, porque ela aumentou os movimentos que fazia com a boca? O que ela estava fazendo, Merlin? Ela ultimamente se afastava quando ele dizia isso, a não ser que ela fosse deixar ele gozar na boca dela, o que não acontecia também havia muito tempo.


            - Bella... – ele olhou para ela, como se avisasse, mas ela não se moveu dali, continuou ali. Ela ia deixar. Merlin, ela ia e aquilo era suficiente para fazê-lo chegar lá. Ele não se segurou mais, no segundo seguinte gemeu alto e gozou. Direto na boca dela, como não fazia há anos.


            Voldemort encostou a cabeça na coluna e respirou fundo, tentando voltar sua pulsação ao normal.


            - Estamos trazendo antigos hábitos de volta? – ele perguntou, quando voltou a olhá-la. Bellatrix estava sentada no chão, com a cabeça encostada na cama e os joelhos vermelhos.


            - Não sei, por quê? – ela perguntou, limpando o canto da boca.


            - Você sabe o porquê...


            - Só porque eu o deixei gozar na minha boca, porque eu engoli tudo....


            - Você o quê? – ele sorriu malicioso.


            - Espantado? Eu já fiz isso antes, milhões de vezes. – Ela se levantou e o beijou, deixando-o sentir o próprio gosto na boca dela.


            - Não. – ele disse quando parou o beijo. – Excitado seria a palavra, nada vindo de você me espanta.


            Bellatrix riu e fez um sinal negativo com a cabeça e disse algo como “Homens, vai entender”.


            - Não entenda, apenas me solte dessas malditas amarras. – ele disse, logo depois. – A não ser que você pretenda que eu seja o único a ter prazer hoje à noite.


            - Ui, isso foi uma ameaça? – Bellatrix sorriu maliciosa.


            - Realismo, minha querida, preso aqui eu não posso fazer muita coisa. – ele respondeu, beijando os lábios dela que ainda estavam próximos. – E se você soubesse o que eu tenho em mente, já teria me soltado há tempos.


            Bellatrix encostou todo o corpo no dele e começou outro beijo, enquanto desamarrava a fita das mãos dele.


            Assim que se viu livre, Voldemort a jogou, literalmente, na cama, fazendo-a cair com um baque.


            - Ai, quanta raiva, o que tem em mente? Se vingar de mim porque eu tirei o controle das suas mãos por uns minutos? – ela perguntou, rindo.


            - Mais ou menos isso. – ele respondeu, mexendo nos pulsos, que estavam vermelhos e provavelmente ficariam marcados. – Você vai me pagar, Bella, com juros.


            - Mal posso esperar. – foi a resposta dela.


            Voldemort se ajoelhou na cama e convocou sua varinha. Quando Bellatrix viu-o com a varinha ela arrepiou dos pés à cabeça, o que diabos ele ia fazer? Castigá-la fisicamente? Será que ele ficara tão irritado assim?


            - O que vai fazer? – Voldemort havia se esquecido que, apesar da luxúria daquele momento, ela ainda o temia devido aos acontecimentos passados.


            - Tudo o que eu posso dizer é que você vai provar de seu próprio remédio. – ele respondeu. Voldemort se arrastou na cama junto com ela e a deitou no travesseiro. Então ele fez um gesto com a varinha e uma algema surgiu, prendendo as mãos de Bellatrix na cabeceira.


            Ela olhou para a algema e depois para ele, levemente chocada.


            - Acha mesmo que precisava me algemar?


            - A fita do seu robe já está meio desgastada, melhor prevenir. – ele colocou a varinha na mesa de cabeceira . – Voldemort roçou os lábios nos dela e os mordeu antes de beijá-la.


            A língua dele voltou a explorar a boca dela avidamente em segundos. Ele a segurava pela nuca e cintura, Bellatrix queria agarrá-lo, mas tudo o que podia era forçar seu corpo contra o peso do dele.


            Voldemort contornou o corpo dela com a mão desde a nuca, passando pelos seios e barriga, até chegar nas coxas. Soltou a cinta liga das meias e parou de beijá-la, abrindo a gaveta da mesa de cabeceira. De lá ele tirou um pequeno punhal.


            - O que você...


            Voldemort cortou as alças do sutiã, pois era a única forma de tirar o corpete com os braços dela presos.


            Ele cravou o punhal na cabeceira e abriu o fecho do corpete, que ele jogou longe. Voldemort beijou o pescoço dela, sentindo mais uma vez aquele perfume que o inebriara no escritório, se ela não mudara de perfume, definitivamente fora a separação que fizera parecer que o cheiro dela era tão irresistível.


            No pescoço dela, seus lábios encontraram  mais uma vez a marca que Lucius deixara nela, aquilo nunca havia mexido tanto com ele como naquele momento, ela era sua e Lucius tivera a audácia de deixar uma marca nela, em sua mulher. Ele também a havia marcado, em todo o antebraço esquerdo, mas não era suficiente, tantos tinham a mesma marca. 


            A cada beijo que ele dava a partir dali, ele chupava e mordia o local, certo de que várias marcas ficariam. Por mais que as mordidas fossem um pouco doloridas, Bellatrix não ligava, mal as sentia ou as ignorava, e Voldemort não a marcaria tão profundamente quando Lucius fizera, não causaria tanta dor a ela, pelo menos não com mordidas.   


            Ao chegar aos seios dela, ele os segurou com toda a extensão de suas mãos, apertando-os de forma quase dolorida. Bellatrix gemeu alto e ele sorriu satisfeito ao vê-la se debater contra a algema, exatamente o que ele queria.


            Ele largou um dos seios dela e beijou todo dele, dando atenção especial ao mamilo, sugando-o no mesmo ritmo em que apertava o outro. Bellatrix fechou os olhos, desejando se soltar daquela maldita algema. É, quando a pimenta é nos olhos dos outros, tudo fica mais interessante. Ela era a prova viva.


            Voldemort fez o mesmo com o outro seio e trilhou com beijos o caminho até o cós da calcinha dela.  Pela primeira vez ele prestou atenção na mesma, era minúscula – como ele achou que seria – de renda, fio dental, com laterais mais finas do que os dedos dele. Ele tocou o fino decido que já estava maravilhosamente molhado, ele olhou para ela, os olhos queimando em luxúria, e nem mesmo se deu ao trabalho de tirar as meias e o sapato dela, não negaria a si mesmo mais nenhum segundo sem sentir o gosto dela. O Lorde puxou as laterais da pequena peça e a puxou. Bellatrix ajudou-o a deslizar a calcinha por suas pernas e a chutou, para bem longe dali.


            Voldemort abaixou a cabeça e lambeu toda a intimidade dela, fazendo-a gemer longa e deliciosamente, ele então deu atenção ao clitóris dela, onde fez movimentos circulares com a língua, ouvindo-a gemer seguidamente.


            Cada vez que a língua dele se afastava de sua intimidade, Bellatrix gemia em reprovação, e quando ela retornava gemia de prazer. Ele nem mesmo precisou pedir que ela umedecesse seus dedos, pois ela já estava tão molhada que ele enfiou dois dedos nela sem nenhum empecilho.


            O movimento dos dedos dele dentro dela, mais a língua auxiliando a enlouqueciam, ela cravava as próprias unhas nas mãos, sabendo que se pudesse se agarrar no lençol provavelmente o teria rasgado, ela o queria nela.


            - Eu quero você, agora! – ela disse, em tom de ordem.


            - Então pede, Bella. –  olhou para ela, claramente se divertindo. – Com educação. – ele voltou a lamber e sugar o clitóris dela, fazendo-a revirar os olhos, muito mais por prazer do que raiva.


            - Você não cansa de controlar, não é? – ela perguntou, sem conseguir resposta. Ela suspirou, desistindo de lutar. – Ok... Please, fuck me!


            Voldemort parou tudo o que fazia, tirou os dedos dela e a penetrou de uma vez só, como ele desejara quando estava preso. Ela gemeu junto com ele, com um pouco de dor misturada ao prazer e percebeu que se ela achou que ele a soltaria, estava enganada.


            Ele apoiou os braços ao lado dela e começou a se mover dentro dela. As estocadas eram fortes, firmes, como ela gostava que ele fizesse. Ela gostava de ser controlada por ele, mais do que de controlá-lo, por saber que no fundo ela nunca o controlaria.


            Bellatrix cruzou as pernas no quadril dele, tentando-o aproximar ainda mais do que já estavam, ele, por sua vez, segurava uma das coxas dela, como que com a intenção de abri-la ainda mais para si se necessário fosse. Mas ele não precisaria disso certamente, eles encaixavam-se com perfeição e deviam sempre se lembrar disso. Eram duas peças irmãs de um quebra-cabeça cheio de desejo, malícia e luxúria. Peças que ficaram perdidas por um tempo e agora haviam se encontrado, com o mesmo encaixe.


            Voldemort beijou os seios dela, aumentando o ritmo das estocadas. Eles não agüentariam muito tempo sem um orgasmo, apenas alguns dias separados fora suficiente para deixá-los loucos de tesão.  Bella mal olhara para ele nos dias passados, pois era possível que acabassem numa cama. Sexo é uma droga de alto poder viciante, e alguns ainda teimam em não acreditar nisso.


            - Me solta...Please. – ela pediu, quase implorando. Precisava agarrar-se nele, tocar sua pele.


            - Foi sua ideia. – ele disse, com a respiração já falha. – Agora agüente, só um orgasmo me faz te soltar..


            Bellatrix gemeu duas vezes seguidas, a primeira em reprovação e a segunda devido ao ritmo das estocadas que aumentara e agora estava quase frenético.


            - Isso é crueldade... – ela sussurrou entre um gemido e outro.


            - Eu sou cruel, my dear, mas está em suas mãos, vem pra mim logo, eu quero ver você gritar, Bella. – não que ela fosse demorar muito, ele sabia, as paredes dela já começavam a se contrair contra ele, ela estava arrepiada em todas as partes de seu corpo.


            Ele também não agüentaria muito tempo mais, mas a veria vir primeiro, ah, com certeza. Levou a boca ao lóbulo da orelha dela, região muito sensível e o chupou, provocando outro gemido nela, que àquele ponto não gastava mais energia abafando gemidos.


            -  Não tem motivos mais para segurar, você ta quase lá... Come to me. I wanna see the pleasure on your face. – Merlin, falar esse tipo de coisas na orelha dela, entre estocadas e carícias em seus seios era demais para Bellatrix, ela sentia o prazer irradiando por todas as fibras de seu corpo, por mais que quisesse gozar junto com ele, não haveria qualquer possibilidade de isso acontecer. Ela já estava quase gozando quando ele a penetrara, era um milagre ter se segurado até ali. Ela faria a vontade dele, as always.


            Voldemort a olhou nos olhos, ele sabia que ela gozaria em segundos. E ele estava certo, assim que a olhou, viu seus olhos se revirando, seu rosto se contorcendo de prazer, seus lábios entreabertos soltando um gemido alto e agudo. O orgasmo dela viera forte e poderoso, de forma que a bruxa cravara as unhas nas palmas das mãos presas sem nem sentir a dor. Estava extasiada, anestesiada de prazer.    


                Voldemort sorriu depravado, nada era mais afrodisíaco do que ver o ele causara nela, perceber cada simples reação que o corpo dela tinha durante o orgasmo.


O peito dela naquele momento arfava descontroladamente e ela estava de olhos fechados, tentando trazer seus sinais vitais. Foi quando ela ouviu ele, que ainda se movimentava dentro dela, gemer também mais alto, de forma gutural apenas um, ou dois segundos depois de seu próprio orgasmo. Sentiu o líquido quente invadir seu corpo e o peso dele cair sobre si, forçando seus braços presos pela algema.


Agora ela podia sentir seus pulsos doendo, clamando por clemência, mas não se arrependeu de ter começando com tudo aquilo. Fora meio doloroso, mas também insanamente excitante, ela tinha que admitir.


Voldemort sentiu seus sinais vitais voltando ao normal, pulsação, respiração, tudo o que fora bagunçado pelo orgasmo e então pegou a varinha na cabeceira, estava na hora de soltar Bellatrix.


Sem nem mesmo usar palavras, ele livrou os pulsos de Bellatrix, sumindo com a algema da mesma forma que ela surgiu. Após soltá-la, ele rolou de cima dela, deitando-se ao lado.


Bellatrix suspirou aliviada e olhou para os pulsos, marcados como os dele e com leves cortes, c’mon, algemas são de ferro.


- Nunca mais me debato contra algemas. – ela disse, olhando-o para o lado para vê-lo.


- Não me prenda que eu não te prendo. Em teoria, claro. – o olhos dele brilharam de luxúria.


- Domínio. É o que te excita ao máximo, eu sempre soube. – ela riu.


- Outra coisa não faria sentido.


- Não para aquele que deseja e irá dominar o nosso mundo... – Voldemort assentiu. – Mas, quem sabe ele possa dar uma trégua pra mulher dele.


- Trégua? Alguma proposta? 


- Sim. – ela se moveu na cama e deitou por cima dele. Beijando-o o pescoço, depois os lábios e a trilha até a orelha. – Quem sabe, agora, podemos fazer do meu jeito.


Ele apertou a cintura dela e a colocou sentada em seu colo, sentou-se logo em seguida, arrumando as pernas dela em volta de sua cintura. Tirou os cabelos dela de seu ombro e rosto. Beijou o ombro e o pescoço dela com ferocidade, mordiscando a pele clara dela. Mais marcas ali ficariam.


- A proposta me parece interessante, my lady. – respondeu ele, ainda mergulhado no pescoço dela. Ela amoleceu nos braços dele, sabendo que se estivessem em pé e ele não a segurasse, ela cairia. My lady. Ela entendia bem o que ele queria dizer ao frisar o “my”. Que ela era a lady dele, por mais que não fosse de Comensal algum. Ela era um Lorde e ela sua Lady, por mais que negasse em algo em bom som, ela era sim The Dark Lady - pelo menos entre quatro paredes.


Voldemort era perigoso não apenas como bruxo, mas também como amante. Quando ele dissera que também sabia conquistar, não estava de brincadeira e ela via aquilo naquele momento. E ela? Sempre fora dele e sabia que nunca deixaria de ser desde a primeira vez que o viu, resistir era como nadar contra a correnteza.


Bellatrix o afastou um pouco, dando espaço para poder falar e fazer o que queria.


- Então agora, eu mando por aqui. – ela mordeu o lábio e o empurrou na cama.


Ele nem mesmo respondeu, ficou ali admirando a figura da mulher sentada em cima dele, medindo cada canto de seu corpo, como a mesma fazia.


A morena se inclinou e beijou o queixo dele, transferindo os beijos para outras partes do corpo, em conjunto com suas mãos delicadas e ágeis que passeavam por cada centímetro de pele visível dele. Os beijos molhados dela, faziam-no arrepiar, as mãos pareciam conhecer cada ínfimo local que mexia com ele – e, após tantos anos, como não conheceriam.


Em algum momento, ele tentou trocar as posições, mas ela não deixou. Ela ficaria por cima, e ele aceitara deixá-la controlar, por isso não se opôs. Dali ele tinha uma visão privilegiada de tudo o que viria a acontecer com ela, e ele percebeu que aquela noite estaria longe de acabar. Muito longe e tendia a ficar apenas mais interessante. Ah, e como ficaria.


 


Mansão Malfoy 


 


Eram aproximadamente sete da noite quando Draco Malfoy chegara em casa, trazendo consigo Melinda, que inquirira incansavelmente Narcissa sobre o que acontecera com Bellatrix após o incidente no Ministério da Magia.


A loira, é claro, não deixara de destilar veneno contra Voldemort enquanto narrava os acontecimentos daquela noite fatídica. Seu marido estava preso e era culpa dele, sua irmã quase morrera nas mãos dele. E agora, ela possivelmente discutiria com a mesma por causa dele, uma vez que a mesma a proibira expressamente de tentar fazer a cabeça de Melinda quando a jovem chegasse a sua casa. Tudo pelo bem do ideal, maldito ideal que estava destruindo aquela família. Não que Narcissa adorasse os trouxas, obvio que não, mas aquilo estava saindo do controle, pelo menos na opinião dela.


Melinda, apesar da pouca idade, era contudo mais esperta do que a tia imaginava. Ela podia perceber a raiva na voz de Narcissa, a forma como ela colocava as palavras, tudo tentando levá-la a pensar da mesma forma que a tia ; não que ela fosse fazê-lo, adorava Bellatrix com todas as suas forças, mas se a própria mãe proibira Narcissa de tentar fazer com que ela odiasse o pai, era porque isso a desagradaria, e à própria Melinda também. Voldemort era mais do que seu mestre, era seu pai. Algo que nunca tivera de fato, uma vez que Georgia Zabini trocava de marido como quem troca de roupa.


Era possível que Bellatrix fosse a única capaz de arranhar a imagem que Melinda tinha de Voldemort, o que nunca ocorreria vista a adoração que a própria Bella detinha por ele. As tentativas de Narcissa aparentavam ser tão em vão com Melinda quanto se mostravam ser em Bellatrix. Tal mãe, tal filha. Indeed


Assistir à uma Melinda que se mantinha impassível ao escutar a terrível historia sobre o que acontecera à sua mãe irritava Narcissa. Era lógico que a narração macabra destruía o coração de Melinda, levando a jovem bruxa a pensar que seu peito estava cheio de pedaços do mesmo, mas demonstrar algum tipo de reação era dar a Narcissa tudo o que ela queria e atiçá-la ainda mais, o que seria perigoso para ela e Draco. Draco. Melinda tinha que tentar protegê-lo da possível fúria de seu pai que o atingiria caso Narcissa fizesse alguma idiotice, e o melhor modo era impedi-la de fazer idiotices.


- Tudo isso parece tão normal para você que chega a me irritar, Melinda. – a loira se levantou com fúria do sofá à frente da jovem.


- Não é normal, tia Cissy, só acho que era de se esperar. Vindo de meu pai. – explicou a jovem. – Nem mesmo eu sou tola o bastante para esperar que ele sinta algo por minha mãe. Nem ela mesma é. Me diga, o que ela pensa sobre isso? Te falou algo?


- Os mesmos absurdos de sempre, minha querida. – Narcissa tentava se acalmar, voltando a sentar-se. – Que ela seria castigada de qualquer jeito e que se fosse algo menos pior os Comensais falariam, etc.


Melinda ficou em silêncio. Refletindo consigo mesma. Bellatrix podia ter total devoção a Voldemort, mas qualquer um ficaria ressentido com metade do que acontecera.  Ela estava tentando impedir Narcissa de tomar qualquer atitude estúpida, como ela fazia no exato momento.


- Ela não está errada, pelo menos não completamente. Tio Lucius alguma vez comentou sobre os castigos que recebeu? – Narcissa negou com a cabeça. Melinda segurou-lhe as mãos. – Não são muito melhores do que o que dela, acredite. Todos os Comensais aceitam, por que ela não iria? Eles sabiam disso quando juraram lealdade a ele, quando foram marcados.


Narcissa olhou para Draco, sentado ao lado de Melinda, que assentiu. O próprio Lucius dissera a ele coisas do tipo, em um dia que voltara de uma reunião com expressão derrotada.


- É loucura! – Narcissa exaltou a voz. – Digo, aceitar isso!


- Não seria se tio Lucius não estivesse preso, não é mesmo? – foi a vez de Melinda se exaltar, deixando Narcissa com expressão confusa. – Por Merlin, tia Narcissa, se virar contra meu pai não vai ajudar a você e ao Draco agora, depois do que o tio Lucius fez! É mais loucura ainda. Você está com raiva, eu entendo, mas pense de forma racional! 


- Se ele fez o que fez com a tia Bellatrix, que praticamente lambe o chão onde ele passa, é mulher dele no primeiro erro grave desde que se ela tornou Comensal, o que não faria conosco, mamãe? – disse Draco, largado displicentemente na poltrona. – De qualquer forma, eu não penso nem por um segundo em me virar contra ele, se você quiser, vá em frente, mas lembre-se de que eu serei atingido pelos seus atos. – ele olhou para a mãe com um olhar repreensivo. Melinda concordou com a cabeça.


- E provavelmente eu serei a escolhida para fazê-lo sofrer. – disse Melinda, fazendo o namorado arregalar os olhos. – O que foi, Draco? Você é meu namorado, eu sou filha dele, se desse a entender que você está mudando de lado, eu teria culpa direta. E ele me castigaria por tabela. Mais ou menos como uma versão mais dolorosa do caso da Hilary. – ela voltou a fitar Narcissa. - Ele me mandou matá-la, titia, porque sou eu que fico perto dela em Hogwarts, eu deixei-a se afastar. Então por tudo o que considera sagrado, até mesmo pela integridade de seu marido quando ele sair de Azkaban, pense nas coisas que anda fazendo.


- Ele mandou você matar sua própria irmã?


- Sim, não que eu ligue nesse caso. Aquela... pessoa, me humilhou e traiu, tudo por um ciúme idiota e infantil, terei prazer em acabar com ela. Mas o Draco, eu morreria. Por isso, tia, lembre-se de que nossa felicidade está em suas mãos. Pare de destilar veneno contra ele, pelo amor de Merlin. Ele está relevando porque até agora só fez isso comigo e com a mamãe, que nunca nos afetaríamos, e porque você está sob estresse devido aos últimos acontecimentos, caso contrario já teria feito algo.


- Por favor, mãe, por nós. Por mim. Pare enquanto é tempo. Você pode prejudicar até a tia Bella.


- Eu nunca disse que eu ia me virar contra ele, não sou louca! E... Tudo bem, vou controlar minha raiva, fiquem tranqüilos. – Narcissa viu Melinda e Draco soltarem o ar devagar, como quem havia tirado um enorme peso dos ombros, principalmente a garota. – Por que decidiu me dissuadir com tanta vontade, Melinda? De falar com raiva sobre seu pai? Até onde sei, Draco tem muito mais motivos.


- Porque eu amo o seu filho, tia Cissy. E também amo a meus pais, não queria ter que escolher entre eles, não mesmo. Isso acabaria comigo, eu não sei se conseguiria suportar. – a morena respondeu. – Sei que depois que descobri quem eu era me tornei mais fria, calculista, aprimorei a minha crueldade, porém apesar de ter me tornado essa “miniatura de monstro” eu ainda tenho um coração, por mais difícil de acreditar que pareça. E esse amor que tenho por Draco e por eles, são os únicos sentimentos bons que ainda residem lá. Não quero renunciar a nenhum deles.


Narcissa assentiu e viu Draco segurar a mão dela. Ele também a amava e, agora mais do que nunca, Narcissa desejava com todas as forças que aquele amor nunca tivesse existido. Ele destruiria a seu filho e também a sua sobrinha, pois se Melinda fosse metade do que era Bellatrix – e ela era -, passaria por cima de tudo por Voldemort, por mais que isso fosse contra seus desejos. Com a desvantagem de que o amor da vida de Melinda talvez fosse um obstáculo, como o de Bellatrix nunca seria, e ela estava quase condenando seu próprio filho ao sofrimento, o que não ela não podia deixar acontecer. Mal ela sabia que Lucius Malfoy já fizera isso por ela.


 


Mansão Riddle – Algumas horas depois.


 


            Bellatrix estava encostada em Voldemort, sentada na cama e encaixada entre as penas dele, com a certeza de que ela sentiria os efeitos dessa noite no dia seguinte. Perdera a conta de quantos replays eles haviam tido.


            Voldemort estava encostado na cabeceira, o cansaço ainda não estampava seu rosto como no dela, mas ele nunca deixaria nada ficar escancarado, por mais que ela soubesse que ele estava cansado. E como.


            - Eu preciso de um banho, agora. – ela disse, divertida. O suor de seu corpo surgira e secara diversas vezes, seus cabelos estavam molhados e colavam em seu corpo.


            - Faço minhas suas palavras. – ele apertou a cintura dela. – Quer companhia?


            - Eu quero realmente tomar um banho, se você for junto...


            - Não se preocupe. Eu também estou falando de um banho de verdade. Preciso descansar e relaxar.


            Bellatrix riu. – Nunca pensei que o veria admitir cansaço.


            - Sou poderoso, não de ferro. Infelizmente cansaço é algo que eu ainda tenho, mas quando eu superar isso, você será a primeira a saber. – ela riu mais.


            - Ok, você pode ir comigo. – ela o beijou nos lábios e saiu da cama, caminhou pelo quarto até o banheiro, vendo que ele não se mexia, estava olhando-a caminhar nua. – Não vai vir?


            Ele assentiu e se levantou. Vê-la nua era normal, mas ela estava diferente, ele ainda via as marcas da noite do Ministério no corpo dela. Não conseguia tirar os olhos daquilo, como se algo no mundo o quisesse fazer sentir remorso.


 


            Na banheira, eles estavam praticamente na mesma posição que estavam anteriormente na cama, ele encostado na parede de porcelana e ela encaixada de costas para ele. Com a diferença de que em vez de suor, a pele deles estava coberta de espuma. Ele passava a mão pelo corpo dela, espalhando a espuma cheirosa, os cabelos molhados dela encostavam em seu ombro, pois ela recostara a cabeça por lá. Ele tinha sua lady de volta, e depois daquilo, dificilmente algo a tiraria dele.


            - Merlin, amanhã eu certamente vou ter que ficar de pé, não vou ter a mínima condição de sentar. – a voz dela soou suave, preenchendo mesmo assim todo o banheiro.


            - Culpa sua. – foi a resposta dele. Bellatrix virou-se subitamente para ele, parecendo incrédula.


            - Minha? Quer dizer que eu fiz tudo naquele quarto sozinha? Joguei uma Imperius ou o que em você?


            - Tudo bem, tenho a minha parte, mas você também demorou mais para se render, e teria demorado mais se...


            - Não cite aquela vadia, por favor.


            - Não atenderei a esse pedido, porque com o que eu tenho a dizer... You’re gonna love...


            - Fala...


            - Nós temos uma reunião amanhã.


            - What? – ela sorriu de orelha a orelha.


            - O que você ouviu. Parkinson terá que te encarar ainda amanhã, quer dizer, hoje. Já passou da meia noite.


            Bellatrix o beijou no instante seguinte, esbanjando felicidade, ele estava certo, ela adorava saber disso. Voldemort pôde ver os olhos dela brilharem apenas de pensar em encontrar com a inimiga tão pouco tempo depois.


 


Mansão Riddle – Na noite seguinte.


 


            A sala onde os Comensais geralmente se reuniam estava cheia e ainda faltava algum tempo para a reunião realmente começar, claro que ninguém perderia o resultado do espetáculo de quase duas semanas antes.


            Sentados ou de pé, todos olhavam para a porta esperando que Voldemort ou Bellatrix entrassem pela porta. Ninguém nunca esqueceria a visão de Bellatrix Lestrange caída no chão, gritando e se contorcendo de dor. Um espetáculo que tiveram de graça, mas que pagariam tudo para ver. Apesar de alguns terem ficado um pouco chocados no momento, depois começaram a pensar coisas como “Ela mereceu”.


            Naquele momento, o maior desejo de cada um ali era ver aquela Bellatrix, fraca e humilhada, de dias antes adentrar à sala e os encher de alegria. A mais poderosa Comensal derrotada. A maioria ali esperara a vida toda para ver aquilo, e depois de tudo, ela dificilmente se recuperaria, pelo menos na cabeça deles.


            Pobre tolos, tal desejo nunca seria realizado. Quando no mundo ela se deixaria ver daquela forma tão fraca mais uma vez? Nem mesmo nos mais doces sonhos de Katherine Parkinson. Mas ela, e outros, ainda se agarravam nesse tipo de esperança.


            - Good evening. – uma voz feminina soou da porta. Mesmo com a nota de superioridade, o tom levemente sussurrado não deixava de lado a sensualidade. Eles conheciam aquela voz odiosa, assim como a dona. Bellatrix Lestrange estava parada à porta.


            “Decepcionante” seria a palavra para descrever o sentimento dos Comensais da Morte. A visão que eles tinham nem de longe era a que esperavam, a mulher que os olhava não era aquela da noite do desastre no Ministério, era a que os irritara por tantos anos. A Bellatrix forte, segura, que olha para todos como se fossem inferiores e bonita, irritantemente linda.


            Entrou na sala, com uma aura de poder e felicidade, como se estivesse iluminada por dentro. Trajava um vestido preto, reluzente em de cetim. O corpete tinha um decote em “V” e era regulado por uma fita apertada em suas costas, que fazia o vestido moldar sua fina cintura. As mangas eram soltas e de renda fina, até o cotovelo apenas devido ao calor do verão.


            Seus cabelos estavam cacheados apenas em um dos ombros e ela usava jóias de dar inveja em todas ali. Desde os brincos, passando pelo colar e pelas pulseiras, até os anéis. Ela queria chamar a atenção. E conseguira.


            Os colegas responderam ao cumprimento dela. Mas ela não estava interessada em cumprimentos, seus olhos vasculharam a sala à procura de uma única pessoa: Parkinson.


            - Katherine querida! – ela praticamente gritou quando Parkinson entrou em seu campo de vista, sentada ao lado do marido, Edward. Os arranhões em seu rosto haviam se tornado ainda mais feios de um dia para o outro. – O que aconteceu com seu rosto?


            A expressão horrorizada de Bellatrix fez com que todos olhassem na direção de Parkinson, alguns notando pela primeira vez os ferimentos no rosto dela. O cinismo de Bellatrix irritou Katherine até o ultimo fio de seus cabelos.


            - Eu me pergunto o mesmo desde ontem, Bellatrix. – disse Edward, com um tom de voz derrotado. – Ela alega que foi um gato, mas sejamos realistas, teria que ter sido uma pantera para arranhar dessa forma. Um simples gato não faria isso.


            - Definitivamente. – concordou Bellatrix. – Espero que não encontre mais gatos em seu caminho. – o sarcasmo da morena estava evidente, mesmo que ninguém ali entendesse o uso do mesmo.


            - Fico feliz de ver que está bem, considerando a ultima vez que nos vimos... – respondeu Parkinson. - E esse gato, bem, não encosta mais em mim, tenha certeza.


            - A última vez que nos vimos? Você se refere ao dia do incidente no ministério ou a ontem à noite quando você veio aqui se oferecer para o Lorde das Trevas?


            - O quê? – Edward se levantou, fuzilando a mulher com o olhar. – Você fez o quê?


            - Ed, querido, você conhece a Bellatrix...


            - As marcas no rosto dela. Não são de um gato, obviamente, se você comparar elas combinam perfeitamente com as minhas unhas. – os lábios pintados em carmim de Bellatrix se curvaram em um sorriso sádico. – Eu decido marcar meus dedos na pele dela e, acidentalmente é claro, marquei também as unhas. Nada mais justo, sendo que ela estava tentando me passar para trás.


            - Olha aqui, Katherine, se o Lestrange é idiota o bastante para deixar a mulher dele transar com o Lorde das Trevas o quanto ela quiser, é problema dele, mas eu não sou como ele. Você não vai me fazer de trouxa.


            - Não se preocupe, Edward. Ele não quer nada com ela, você é um homem de sorte, porque se ele a quisesse, nem que por uma noite, você não poderia fazer nada a respeito, como meu marido não pôde. Contudo, se nem com ela vestida como uma prostituta ele se interessou, você não corre risco algum. – Bellatrix riu. – Ele nunca a desejará, mal sei como você consegue. – vários risos ecoaram na sala.


            - Você tem tanta convicção no que diz, pensa que ele nunca desejará ninguém como te desejou e no fundo, é tudo ilusão... – Parkinson parou, assim como os Comensais que riam, de repente. Todos se curvaram e ela entendeu quem estava exatamente atrás dela. Voldemort.


            Ela se virou na direção dele, reverenciando-o também. Chegara mais cedo do que o planejado.


`           - Milorde... – ela sorriu.


            - Boa noite a todos. – ele a segurou pela mão, para que parasse com a reverência e beijou de leve as costas da mão dela.  – O que estava acontecendo por aqui?


            - Eu estava apenas esclarecendo a todos o motivo das marcas no rosto de Katherine Parkinson, para que não ficassem comentando por aí. – ela fez cara de inocente.


            - Sua bondade me impressiona, Bella. – ironizou Voldemort.


            - Eu devia isso a ela, depois de ela ter me ajudado ontem à noite. – a morena sorriu. – Sem ela eu provavelmente ainda estaria insistindo no mesmo erro.


            Parkinson entendeu o que ela queria dizer, sua tentativa de arruinar a relação da bruxa com Voldemort se transformara numa ajuda para que eles reatassem. O resto dos Comensais se olhava entre si, tentando entender.


            - Você quer dizer que vocês estão.. juntos novamente? – perguntou Katherine, conseguindo deixar o marido ainda mais irritado e os colegas excitados. Voldemort e Bellatrix separados? Como ninguém ficara sabendo daquilo antes?


            - Eles haviam se separado? – perguntou Geórgia Zabini, claramente interessada. – Por que você não me contou? – sendo tão amiga de Parkinson, ela achava isso um absurdo.


            - Bem no fundo, nunca deixamos de estar, Zabini. – foi a resposta de Bellatrix. – Sua amiga só me ajudou a perceber isso, thanks Katherine. – ela sorriu maldosa.


            Katherine se largou na cadeira, descrente em sua própria falta de sorte. Bellatrix agora ficaria mais forte do que nunca, porque se passara por cima de uma atrocidade como aquela Cruciatus - que ficaria para a história dos Comensais da Morte - não havia nada que ela não pudesse superar.


            Voldemort se sentou e olhou para os Comensais que pararam com os comentários sobre a separação escondida dos dois. Eles se calaram imediatamente e ele estendeu a mão para Bellatrix, chamando-a para se sentar também.


            A mulher segurou a mão do Lorde e se sentou, apertando a pele dele com um pouco mais de força ao encostar na cadeira. Ele se lembrou do que ela dissera na banheira de madrugada. Talvez a noite tivesse sido um pouco mais intensa do que seria recomendável; nele as marcas das amarras e dos posteriores arranhões dela ainda eram visíveis. E Bellatrix, bem... Chupões, mordidas e algemas marcam mais do que unhas e uma fita de cetim. Não que alguém conseguisse ver, estando ela com as marcas nos pulsos cobertas por pulseiras e o cabelo no pescoço.


            Bellatrix notara a ausência de Narcissa, o que era estranho, ela era a única que estava faltando e Severus Snape. Não mais, Severus acabava de chegar, ela constatou ao olhar para a porta e vê-lo entrar reverenciando Voldemort se desculpando por ter sido o ultimo a chegar.


            Ela queria poder dizer algo, mas na verdade ele estava no horário, Voldemort descera mais cedo do que o combinado. Pelo jeito Narcissa seria a única sem comparecer. E isto, claro, causou perguntas quando Voldemort decidiu começar.


            - Milorde, vamos começar sem Narcissa Malfoy?– perguntou Alecto Carrow. - Creio que depois que Lucius foi preso, ela...


            - Sim, Alecto, ela é quem representa os Malfoy, sendo Draco tão jovem, mas eu a liberei hoje. – a resposta de Voldemort confundira a todos, por que ela não precisava vir? Será que ele perdera total interesse nos Malfoy?


            Voldemort ia começar a falar, mas foi novamente interrompido, desta vez não por algum dos Comensais, mas pelo olhar deles que se perderam na porta, como se alguém estivesse parado nela.


            - Boa noite. – a suave voz juvenil de Melinda encheu a sala, fazendo muitos Comensais da Morte se levantarem e a cumprimentarem com acenos de cabeça.


            Puxa-sacos. Foi o que ela pensou ao ver que alguns ali faziam discretas reverências a ela, quem sabe tentando fazer com que as mesmas passassem despercebidas a Voldemort.


            O Lorde também se levantou, seguido de Bellatrix. Atrás de melinda estavam Draco e Narcissa Malfoy.


            - Melinda... O que faz aqui? Teoricamente você viria somente pela manhã... – Voldemort se aproximou da filha, pegando-lhe a mão e depositando um beijo, como fizera antes com Bellatrix. A proximidade dele fez Draco e Narcissa se curvarem um pouco.


            - Soube que havia uma reunião e não resisti, meu pai. Peço perdão se isso o incomoda. – ela respondeu, receosa. – Trouxe Draco comigo porque, até onde sei, ele logo também será um de nós....


            - Não me incomoda em aspecto algum sua chegada, Melinda, e nem que tenha trazido Draco consigo. – ele respondeu, deixando-a aliviada. – Afinal, ele está a um passo de ser um Comensal da Morte. – essa frase de Voldemort arrepiou Narcissa da cabeça aos pés. – Seus colegas estavam há pouco perguntando sobre você, Narcissa. Ao que parece, eles a queriam junto com eles, portanto, já que está aqui, sente-se em algum lugar. Não precisa assistir a esta reunião, mas não quer dizer que não possa assistir a ela.


            - Sim, milorde. – a loira respondeu, se dirigindo a alguma cadeira vazia. Levou Draco junto com ela, certamente temendo que ele conversasse demais com Voldemort.


            Bellatrix se dirigia a Voldemort e Melinda quando a segunda a viu e correu em sua direção. Os Comensais estranharam mas preferiram ignorar, de qualquer forma. Ela abraçou Bellatrix com força, pela primeira vez colocando pra fora toda a preocupação que tinha em relação à mãe.


            - Você está bem? – ela perguntou, esbanjando cuidado. – Eu soube... – ela olhou por cima do ombro, olhando para Voldemort, receosa em continuar, mas ela precisava. – O que aconteceu... Depois do Ministério, e... A tia Narcissa me contou.


            Bellatrix fuzilou a irmã com os olhos, provavelmente a loira ignorava seus avisos sobre tentar envenenar Melinda, mas ela devia ter imaginado. Passou a mão pelo rosto da filha, afastando alguns fios que caiam-lhe sobre a face.


            - Eu estou ótima, my dear, não poderia estar melhor. – Bella viu o rosto da menina contorcido de dúvida. – Acredite, não mentiria para você, eu mal me lembro o que se passou. – Bellatrix sorriu e arrancou um sorriso da filha, segurou a mão da mais jovem e beijou o dorso. – Agora por que não se senta a meu lado e ouvimos o que o Lorde das Trevas tem a dizer? – Melinda concordou e foi se sentar, o olhar de Bellatrix se encontrou com o de Voldemort, que era de aprovação.


            O bruxo passou por ela e eles foram se sentar, podendo finalmente começar a bendita reunião.


 


            Duas horas depois, várias tarefas haviam sido trocadas e outras criadas. O Ministério sabia de sua volta, eles podiam e deviam agir. Ele dera o sinal verde para que os Comensais da Morte voltassem a fazer o que faziam melhor: acabar com os trouxas nojentos, traidores e sangues-ruins. Julho e agosto seriam, ao que parecia, meses demasiado divertidos para aquele grupo incomum.


            Os olhos dos Comensais brilhavam de excitação apenas de pensar que podiam voltar a atacar. Ferir e matar, o passatempo favorito deles. Melinda sorria mais a cada palavra do pai. Os últimos doze meses foram de fazer tudo as escondidas, sempre prestando atenção para não chamar a atenção, permanecer na penumbra era bom, mas sair dela parecia melhor ainda. O mundo bruxo voltaria aos tempos de ouro, e os trouxas testemunhariam.


            Quando Voldemort os liberou, muitos demoraram a sair, combinando passeios a pequenos povoados trouxas, casas de bruxos que apoiavam os trouxas e coisas do estilo. A diversão estava só no começo e ela seria registrada a sangue.


            No momento em que todos haviam saído, com exceção de Draco, Melinda, Bellatrix e Voldemort, Narcissa se levantou da cadeira. Esquecendo tudo o que prometera para Draco e Melinda na noite anterior.


            - Você é inacreditável. – disse, dirigindo-se a Bellatrix.


            - Como? – a morena se virou a ela.


            - Depois de tudo o que aconteceu, você ainda quer convencer a sua filha de que está tudo bem? Que vocês são um lindo casal feliz? Como pôde dizer a ela que mal se lembra? Bellatrix, você quer iludi-la, é isso? – Narcissa cuspia as palavras com raiva, quase indo esganar a irmã.


            Bellatrix suspirou, passando a mão pelos cabelos. Narcissa ia começar. Ela refletia se a irmã não fazia isso tentando espelhar nela a própria tristeza agora que Lucius estava preso.


            - Cissy, se acalme.


            - Eu ouvi a Parkinson e a Zabini comentando que vocês voltaram, é verdade? Você perdeu a última gota de amor próprio que ainda te restava?


            - Olha quem fala. Aquela que renega a tudo e a todos pelo marido e o filho, essa não é você Narcissa? Não me venha falar em amor próprio! Você também não é um grande exemplo! – a resposta de Bellatrix chocou a irmã, ela voltara a ser a Bellatrix de antes. – Você vive dizendo que ama seu marido mais do que a si mesma, pois então, estamos empatadas.


            Narcissa se aproximou furiosa da irmã, pensando em como ela conseguia comparar Lucius a Voldemort, era totalmente diferente, de fato ela amava Lucius e Draco mais do que a si própria, mas não entendia como o amor de Bellatrix por Voldemort podia ser tão profundo.


            - Não ouse comparar! Meu marido nunca faria nada parecido, ele não é capaz de machucar mulher alguma, muito menos a mim!


            - Claro, porque Lucius Malfoy é um santo. – ironizou Bellatrix, olhando magoada para a loira, que não entendia tanta ironia.


            Melinda olhou assustada para Voldemort, Narcissa simplesmente não podia ter dito aquilo, não para Bellatrix. Não para uma mulher que conhecia o lado sádico de macabro de Lucius.         


            Bellatrix sentia a verdade gritando para sair de sua garganta de uma vez, só não sabia se isso era prudente ou não. O sofrimento que causaria a Narcissa não a confortava muito também, mas ouvi-la falar com tanta ilusão sobre Lucius a atingia como uma facada.


            - Não fale assim do meu marido, Bella, ele tem todos os defeitos do mundo, mas você não conhece ele de verdade! Nunca seria capaz de me machucar de fazer um décimo do que o seu adorado Lorde fez a você, nem um décimo. Ele é um ótimo marido, pai, e não está aqui para se defender. – Bellatrix sentia as lágrimas de ódio vindo a seus olhos verdes, ameaçando borrar a maquiagem perfeita. Queria esganar Narcissa, voar no pescoço dela, sacudi-la até perceber a verdade.  – Por isso não tenha a audácia de jogar dúvidas maldosas para mim e para o filho dele. Não é minha culpa se você daria tudo para ter se apaixonado por um homem como ele em vez de um que nunca vai te amar que não hesitaria nem por um segundo em acabar com a sua vida!


            Aquela frase abriu uma ferida no peito de Bellatrix, ela sentia que ia desmaiar ou vomitar, ela não ia agüentar segurar. Olhou para Voldemort, implorando com o olhar para que ele a impedisse, tirasse Narcissa dali, a estuporasse ou algo. Mas tudo o que ela viu foi um olhar encorajador e um aceno de cabeça que era, ela sabia, a permissão para contar tudo o que sabia. Para Voldemort estava mais do que na hora daquela maldita história toda ser esclarecida, era a única forma de Bellatrix superar aquilo totalmente.


            - Sabe, Cissy, eu realmente devia ter me apaixonado pelo Lucius, sabia? – a voz de Bellatrix era cortante como uma adaga pronta para perfurar o coração de alguém. – Porque aí eu não teria que superar coisa muito pior do que aquilo que ele – ela apontou Voldemort. – fez comigo duas semanas atrás. – Narcissa ameaçou falar, mas Bellatrix fez um movimento para que ela se calasse. – Agora você vai me ouvir. – as lágrimas de ódio e rancor já encharcavam os olhos da sempre forte madame Lestrange. – Se eu tivesse tido a “sorte” de me apaixonar por Lucius, tudo teria acontecido exatamente como ele queria, eu teria saído de Azkaban e nós nos encontraríamos
às escondidas, rindo loucamente da sua cara, com no plano nojento dele.


            - O que você quer dizer, está ficando louca, Bellatrix?


            - Não, estou completamente sana. Ou você de fato acredita que ele me tirou de Azkaban por ser um ótimo cunhado?


            - Ele fez isso pela Hilary! Que estava sofrendo em te ver trancafiada, como eu, e agora você faz acusações tão absurdas contra ele? Por que acha que todos os homens têm interesse em você?


            - Eu não disse todos, me refiro ao Lucius, por Merlin Narcissa, ele não liga nem pro Draco direito, quem dirá a Hilary! No mesmo dia em que ele me libertou ele me encurralou no escritório, e hoje eu sei que se eu tivesse aceitado a proposta indecente dele eu certamente teria sido mais feliz, mas menos honrada, é verdade. Porque eu não teria que experimentar o inferno, Cissy. – uma lágrima manchou o rosto de Bellatrix. – Você já experimentou? Sabe como é?


            - Mãe.... – chamou Melinda, assustada, ela sabia como aquele assunto mexia com Bellatrix, tinha medo daquela conversa. Ela não estava pronta para falar. – É melhor parar por aqui.


            - O inferno, Narcissa, a personificação dele, se chama Lucius Malfoy. – Bellatrix ignorou Melinda completamente, a garota ameaçou se aproximar da mãe, assim como Draco, mas os dois foram impedidos por Voldemort. – Conhece o seu marido, acha que um simples “Não” é suficiente para fazê-lo desistir? Lucius não gosta de desistir, e ele não tem limites, escrúpulos, não sabe quando desistir é a opção correta.


            - Onde você quer chegar, Bella? – Narcissa começava a se assustar com as palavras da outra, tinha medo do que poderia vir a saber.


            Bellatrix sorriu, sarcástica obviamente, e deu um passo na direção da irmã, segurou o rosto da irmã com as duas mãos e a obrigou a olhá-la nos olhos.        


            - Você diz que seu marido não é capaz de machucar uma mulher, mas eu te digo Cissy, ele é. Ele me machucou,  e da pior, da pior maneira que um homem poderia machucar uma mulher. – ela disse, em tom baixo e letal. Ela descontava agora em Narcissa toda a raiva em relação ao cunhado. Raiva adormecida que a irmã tivera a ousadia de acordar.


            - What?


            - Exatamente o que você está pensando, Narcissa. – gritou Bellatrix, soltando bruscamente o rosto da irmã. – Ele me estuprou! Estuprou a sua própria irmã! Não uma, mas duas vezes! Dentro da sua casa! Com você lá dentro! Sendo que na primeira vez você estava acordada, cuidando do almoço, eu diria. Ele ficava se gabando de como você nunca ia acreditar se eu contasse, me torturando, como se cada gota de sangue que ele fazia escorrer de mim, cada gemido de dor o levasse à loucura....


            - Mentira! Mentira! – Narcissa tapava os ouvidos, como se assim fosse convencer a si mesma, ela não queria acreditar, mas ela via nos olhos de Bellatrix. Ela via a verdade. A dor.


            -  Não é possível, ele não fez isso! Isso é covardia, ele sempre me ensinou que é! – disse Draco, chocado com tudo o que ouvira. Ele olhou para Melinda que abaixou a cabeça sem dizer nada, confirmando, ele percebeu. O nojo subiu pelo corpo do garoto, que socou a parede ao lado. –  Ele me enganou minha vida toda, me convencendo que era algo que ele... Não é.  - Não ouve o que ela diz, meu filho! Viu o que você está fazendo, Bella? Envenenando o filho contra o pai!


            - Você tentou fazer o mesmo. Não é o que você diz? Que devemos contar a verdade, não podemos iludi-los? Pois então, só que a minha verdade é muito pior que a sua. E vai ficar marcada em mim pra sempre, mesmo que algum dia eu tente esquecer, não poderei porque ele deixou uma marca, Cissy. – ela apontou a cicatriz no pescoço. – Da qual eu nunca tentei me livrar, para que nunca me esqueça quem ele é.


            - Se você quiser provas, Narcissa. Eu posso coletar a lembrança dos dois, de qualquer uma das duas vezes, ou de uma só, como preferir. Bellatrix daria a dela sem problemas e Lucius, eu tenho meus métodos. Porém eu aviso, é muito doentio, principalmente as lembranças dele. – disse Voldemort. – Falo por ter visto as duas versões.


            Bellatrix olhou para ele, agora já fraca e abalada mais uma vez por aquela maldita história. Todos têm seu Calcanhar de Aquiles, ela acabara de ser atingida mais uma vez no seu.


            Narcissa começou a soluçar, raiva, dor, ressentimento, arrependimento, nojo, tudo misturado dentro de seu coração como se ele fosse explodir. Um rio de lágrimas saiu dos olhos azuis. Era como se toda a sua vida tivesse sido uma mentira, um maldito conto de fadas fajuto que caía sobre sua cabeça em mil pedaços estilhaçados. Sua irmã, ele poderia tê-la traído com qualquer uma, mas tinha que ser logo com Bellatrix e ainda por cima à força.


            - Eu preciso ir...- ela disse. – Eu estava lá, não percebi nada, não fiz nada, tenho uma parcela de culpa nessa história e... – ela disse, sinceramente. Sempre tão cega por Lucius ela o libertara para fazer o que bem entendesse com sua irmã, ele tinha tanta certeza de que estava seguro que até mesmo repetiu tal atrocidade. – Eu simplesmente não tenho coragem de olhar pra você, Bella, não dá... – ela saiu correndo da sala, chorando copiosamente, enquanto a irmã caia de joelhos, entregando-se também ao alívio do choro.


            Draco não sabia o que fazer, estava paralisado, sem ação nenhuma. Queria poder fazer tanto sua tia quando sua mãe pararem de chorar. Ele olhou para Melinda e para a porta, prometera a ela que passaria a noite ali com ela, mas depois de tudo aquilo...  


            - Draco, vá atrás dela! – Melinda tocou o ombro do namorado, como se tivesse lido seus pensamentos. Ela tinha, de qualquer forma. Mas qualquer um perceberia a situação crítica.  – Sua mãe precisa de você.


            - Ok, nos vemos depois. – ela assentiu e beijou-lhe suavemente os lábios, ele saiu correndo como a mãe fizera segundos antes.


            Melinda foi até a mãe e se aoelhou ao lado dela. Sabia que Bellatrix sofria pelo o que fazia Narcissa passar, mas tudo aquilo era necessário.


            - É como ela mesma diz, a verdade é melhor que uma ilusão. – disse a jovem, acariciando o rosto da mãe.


            - A essa altura, eu já não sei mais, Mel. É fácil dizer quando não é conosco, por isso ela falava isso.  A verdade pode ser cruel, muito cruel. – Melinda sorriu triste, Bellatrix estava certa, esta era uma pergunta a se fazer: Verdade ou Ilusão? A maioria escolhereria a verdade, por ser a melhor escolha, mas às vezes, a melhor escolha não é mais fácil. Existem casos, como aquele, onde é muito mais doce viver numa ilusão. 
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N/A: Oieeee gente!
Tudo beem? Hope so...
Well... demorei um pouco com esse capítulo, é verdade, mas aqui está ele xDDDDDDDDD Já estava mais do que na hora da Narcissa saber, né?? O que acharam do cap?
Falando em acharem algo, muito obrigada meeeeeeeeeeeeeesmo por comentarem, adorei a todos os coments!
Ok, acho que não tenho mais muito a falar
xoxo
Mel Black (20/09/2009)
PS: Continuem comentando!!!! 

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