O Pedido de Ajuda.
Com tanto tempo sozinho, podia finalmente pensar em si mesmo, coisa que não fazia há muito tempo. Percebeu que já não era o mesmo de antes, nem com o garoto do ano anterior. Sabia que estava mais alto, (e supôs) mais crescido... Em todo caso a seqüência de fatos e trocas que aconteceram em sua vida, o faziam sentir-se um pouco fora do lugar (E não se devia ao fato de estar em uma escola que não era a sua), não tinha nada a ver com Voldemort. Suas costas doíam freqüentemente como se tivesse feito serviços pesados e ultimamente tinha sonhos muito extranhos...
Isso sim começava a preocupar ele, porque começava a se sentir seguido. Neles sentia um calor sufocante e um formigamente que passava por toda sua pele e extendia-se por todo seu corpo. Quando acordava na metade deles, se sentia tão exausto como se não tivesse dormido nada e sua respiração era ofegante...
-Incomodo? – perguntou Paty, lhe fazendo voltar à realidade. Eles estavam sob uma árvore, nos terrenos de Humstall e o intervalo estava acabando.
-Não Paty. Só estava tendo um momento “nostalgia”. Já sabe, Hogwarts, meus velhos amigos...
-Ah, então não posso fazer nada para te animar. Nem um milhão de brincadeirinhas iriam levantar seu ânimo; mas se quiser posso fazer algo...
Harry sorriu e respondeu:
-Certo, escreverei para eles... E bem, acho que não mecessitarei da sua “ajuda” para isso no momento. Vamos, vamos voltar ao castelo.
O tempo passou. Harry dormiu durante aquele mês, mais tranqüilo, mas em uma noite estava intrigado. Os pesadelos que haviam cessado (Por causa de sonhos bons que tivera) voltaram a atormentá-lo naquela noite:
“-Viu Mc Callan? Se obedece a mim, triunfará. Você e esse idiota do Rabicho conseguiram tirar o garoto do colégio. Daqui a uma semana estaremos prontos para ir até ele... E matá-lo! E minha vingança estatá completa.”
“-Sim senhor. Mas... Se o garoto souber?”
“-Não saberá se ninguém o disser, Mc Callan. A propósito, onde pôs o Olho do Dragão que eu te dei?”
“-Em um objeto que posso levar o tempo todo comigo, onde ninguém suspeitaria, nem se soubessem que trabalho para você! Um... O que foi isso?”
“-Alguém quer entrar em seu escritório. Volte ao seu trabalho professor de Hogwarts!”
Uma risada aguda e fria (E familiar) finalizou o sonho de Harry, devido a dor em sua cicatriz. Acordou gritando. Paul acendeu a luz e perguntou:
-O que foi Harry? É muito tarde sabia?
-Não foi nada, só um pesadelo.
Na realidade Harry desejava que fosse só um pesadelo, mas sabia que Voldemort agora poderia machucá-lo e até matá-lo. “Olho de Dragão!” Pensou Harry lembrando, como se uma lâmpada tivesse sido acendida no alto de sua cabeça (Igual aos desenhos animados) “Devo contar a Dumbledore agora mesmo!” Se passaram alguns minutos e Harry perguntou:
-Paul...
-O quê Harry?
-Onde fica o corujal? Tenho que enviar uma coruja urgente.
-É muito tarde e a esse horário é proibido. Eu quero dormir!
-É uma emergência, por favor!
-Paul levantou bocejando. Pôs o pijama e as pantufas e respondeu:
-Certo, te levarei até lá. Mas, por favor, com cuidado. Se nos verem fora da cama a essa hora nos matarão. Seward é amável, mas quando fica enfurecido...
-Ah! – Harry cortou – Nos verem não é problema, mas deve jurar que não contará a ninguém, certo?
Harry foi até seu malão e pegou a capa da invisibilidade assim que Paul jurou que não diria a ninguém. Paul, uma vez coberto com a capa, não viu admirdo seu reflexo no espelho.
-Uau! O que não faria se eu tivesse uma dessas! – Harry lembrou do que Annie dissera sobre Paul e Paty.
O corujal se encontrava na Torre Norte, mas Harry não sabia como chegar até lá. Entre os suaves pios de corujas, Harry procurou Edwiges. Com a pouca luz que tinha Harry conseguiu escrever o melhor que pôde a seguinte nota para Dumbledore:
Querido Professor Dumbledor:
Tive mais um pesadelo. Assim como você me disse há um tempo, tem algum espião de Voldemort entre os professores. E essa pessoa possui um Olho do Dragão. Foi por isso que não pude resistir, exceto um pouco na primeira vez. Ele estava em meu sonho e disse que na semana seguinte atacarão Humstall.
Harry.
-Acho que com isso basta, - comentou em voz alta, enquanto via sua coruja sair.
-Que coisa? – perguntou Paul – não por ser curioso, mas...
-Não, não é importante. Voltemos ao quarto.
-Tem razão, são duas da manha.
Foram dormir. Harry ficou um minuto mais acordado, pensando. Sentia falta de Rony, Mione... E... De Gina. Estava há mais de um mês lá, mas não parava de pensar nela. Era toda hora. Sentia muita falta dela, seus olhos, seus cabelos... Sua declaração de amor! Era muita falta mesmo que ele sentia. Mas não queria acreditar que... Não! Como poderia estar... Não com ele! “Talvez seja pelo qual chocante foi o que ela me disse” Pensou... E dormiu.
No sai seguinte, um sábado, foi conversar, ou melhor, desabafar com Paty. Preocupava-lhe o fato de não poder tirar Gina da cabeça. Paty pediu-lhe mais detalhes e depois de muito tempo lhe escutando, disse com ar de entendida:
-Não se preocupe garoto! Isso apenas se chama amor, e dos fortes! Se agarrou demais a uma coisa para aceitar seus sentimentos e refletir sobre a confissão.
-O que? Não, isso é impossível! – gritou Harry, vermelho.
-Bem, se não acredita em mim... – ela deu um olhar do tipo: Te peguei! Você está vermelho – Quando voltar para Hogwarts... Fale com ela. (Esse não é o título de um filme?) Em todo caso – Paty mudou de assunto – o quanto tempo você vai ficar aqui é o que menos interessa. Curta um pouco aqui.
Passaram-se dois, três, quatro dias. O prazo se cumpriria e Dumbledore não havia sequer dado sinais de vida, apesar de Harry ter escrito a mensagem com toda a urgência que poderia.
Na aula do quinto dia, Harry, que não havia dormido na noite anterior, sentiu uma forte dor em sua cicatriz. Ela doía cada vez mais, imagens e vozes ecoavam por sua cabeça e mente: Os gritos desesperados de um homem, a voz fria e insensível de outro... Até que de repente tudo se passava como um filme em sua cabeça:
“-Confesse! Foi você que mandou ao garoto todas essas visões! Vamos! Crucio!”.
Um homem chamado Peter, apelidado Rabicho, se contorcia de dor no chão de pedra uma sala.
“-Não, não... Fui... Eu mestre! – disse quase chorando de dor – Juro que não fui eu!”.
“Sei, claro, e eu amo Harry Potter – disse ele num tom sarcástico. – Acha que acredito em você? Quando um bruxo salva a vida de outra, se cria um elo indestrutível! O que você quer é devolver o favor ao garoto! Confessa! – O impacto da maldição atingiu em cheio Rabicho”.
Harry escutou mais gritos de dor, ampliados cem vezes, até que sentiu que sua cabeça iria explodir. Dizendo algo imperceptível, Voldemort se aproximou de Rabicho, que ainda se contorcia de dor e tocou na tatuagem da marca negra do braço esquerdo de Rabicho. No mesmo instante, 35 Comensais da Morte apareceram na sala. Havia muito mais do que ante, pois mais da metade estava em Azkaban e outros haviam sido recrutados.
“-Comensais! Os reuni, pois houve mudança de planos: Conseguimos interceptar uma coruja, que mostra que o garoto sabe dos nossos planos. Sem mais rodeios, a próxima vez que os convocar será para o ataque! Fiquem atentos!”.
“-Sim mestre!”.
-Harry? – perguntou a Professora Poly, após observá-lo atentamente por um momento – Por favor, me acompanhe até o meu escritório.
Houve alguns sussurros de desaprovação entre os alunos: Não entendiam por que a professora levou Harry ao escritório só porque ele estava dormindo. Geralmente quando a professora levava alguém ao escritório dela, era porque este havia atacado alguém, ou feito magia nos corredores, coisas desse gênero.
A professora Poly lhe conduziu por corredores que sempre subiam em espiral nas escadas, até chegarem no alta da torre sul. No fim das escadas só havia uma estátua, curiosamente parecida com o símbolo da Grifnória em Hogwarts.
-Leo vincit! – disse a professora para a estátua. O leão dourado ganhou vida e deixou os dois passarem. (Se parecia muito com a gárgula do escritório de Dumbledore)
Harry suspirou. O escritório que acabara de entrar era exatamente igual ao do professor Dumbledore, exceto que não havia nenhuma fênix, nem artefatos de prata que faziam ruídos (A penseira, por exemplo).
-Sente-se, por favor. Agora me conte como é que chegam as visões até você.
“Como ela saberia?” – se perguntou Harry – A resposta veio quase como que instantaneamente.
-Sou telepata: adivinho os pensamentos. – disse ela sorrindo – Sabia que sou descendente de Rowena Ravenclaw? A águia do escudo da Corvinal não significa apenas a visão através do conhecimento, também representa a visão através do pensamento. Mas eu não sou muito boa, talvez. Sempre tento respeitar a privacidade dos pensamentos alheios... Mas seus pensamentos vibravam com muita força.
-Então soube de tudo, não?
-Sim. Voldemort está atrás de você. Tentou pedir ajuda, mas Dumbledore não respondeu. Já tentou usar a Pedra da Alquimia?
“Pensando bem ela tem razão. Deveria ter feito isso desde o começo” pensou Harry.
-Não se preocupe, aqui você ficará bem.
-Aconteceram coisas parecidas antes. – Respondey Harry lembrando de sua desastrosa estadia na Toca.
-Não seja tão pessimista! – exclamou a professora Poly rindo. – Venha, vamos voltar para a aula. Ah! Quase me esqueci! Hoje chegou isso pra você!
-Edwiges!
-Voltou hoje de manhã. Um pouco machucada, ainda está, mas já descansou e está melhor.
Voltaram para a aula. Mas Harry estava mais nervoso a cada dia. E foi assim até que chegou a festa do dia das Bruxas.
Foi uma festa. Harry se sentiu quase em casa. Eles eram “quase” seus amigos. Os alunos de Humstall eram amáveis com ele. Mas não era a mesma coisa sem os amigos de Hogwarts. Ele sentia cada vez mais a falta de Gina. Havia lhes escrito duas vezes sem nenhum resultado. Não lhe respondiam. Tentou mais uma vez. “Será possível que se esqueceram de mim?” Pensou enquanto ele terminava a carta.
Se havia algo que ele não sabia era que sua coruja estava sendo rastreada e interceptada. Tudo que ele escreveu e as respostas de seus amigos haviam ido parar no fogo.
Depois de voltar do corujal, subiu ao quarto. Ninguém mais estava ali. A festa do Dia das Bruxas continuava lá embaixo e os alunos ficariam lá até que a festa terminasse.
Um riso e cruel pôde ser ouvido por toda a escada e o quarto dos garotos.(Só Harry estava lá) A sua cicatriz começou a doer. Sabendo o que significava, começou a buscar desesperado a Pedra da Alquimia no seu malão, mas não a encontrou.
-Maldição! – Harry odiava a si mesmo por ter esquecido a pedra em Hogwarts. E ninguém iria o ajudar, pois Dumbledore não havia recebido sua carta.
Uma figura alta e sombria entrou no quarto. Era Voldemort. Voldemort se aproximou de Harry. Harry sentiu três vozes gritar ao mesmo tempo “Harry! Harry!” E não supôs mais nada.
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