Introdução



Mallorca era uma charmosa localizada no leste da Espanha. Com praias, lugares de interesse arqueológico, muitos pub’s, danceterias e vida noturna. Em um hotel de férias onde muitas pessoas se hospedavam, entre elas uma família quase normal. Era um dia quente de Julho em Lluchmayor (deve ser uma cidade), a 23 quilômetros da capital da ilha. O sol estava fortíssimo, a água das fontes secava, as pessoas se enfureciam com o calor e todos passavam o dia na praia. Em uma rua na costa, com muitos edifícios e apartamentos, havia um alugado por essa família quase normal.

Esse “quase” dessa família se devia a Harry. Tio Valter por fim havia feito um acordo importante ali e havia alugado este apartamento na ilha. Ficariam duas semanas ali e ele havia aprendido um pouco de espanhol, o necessário para poder estar ali por um tempo. Para Harry era um lindo lugar, mas não pôde admirá-lo muito, só havia ido a praia duas vezes, uma quando eles chegaram e foi por pouco tempo. E a outra fazia dois dias, na hora da sesta, mordido pela curiosidade, quando seus tios e Duda estavam dormindo. A diversão teve seu preço: nessa tarde havia saído sem avisar e quando chegou, seu tio lhe jurou que agora só veria Mallorca pelas janelas. E sua família nada disse desde então.

De principio gostou (Tudo era melhor que ter seus ouvidos atormentados pelas queixas dos Dursley), mas quando caiu na real, se viu em uma depressão, principalmente quando via as pessoas se divertindo do lado de fora. Havia pensado em ameaçá-los com Sirius para que o deixassem sair, mas viu que era desumano, já que eles estavam de férias, mas seus tios o preveniram que Mallorca era muito longe da Inglaterra para que Sirius visse resgatá-lo. E ainda não havia recebido noticias de seus amigos, mas ainda mantinha um pequeno raio de esperança de que fosse resgatado dali e passasse alguns dias na Toca; desde que se descobriu bruxo, nunca mais passou um verão inteiro com os Dursley. E nesse momento se encontrava em seu quarto, suando de calor, recostado em uma parede.

A casa estava quase vazia, tio Valter e tia Petúnia foram à praia com Duda. A senhora Figg, com quem eles queriam ter deixado Harry na Wisteria Walk havia desaparecido misteriosamente sem deixar rastro; e ali em Mallorca uma mulher chamada Ivone (Nota: Foi citada no começo de HP e a Pedra Filosofal), amiga de Petúnia havia vindo vigiá-lo (Mediante a protestos de Harry, pois já estava bem grandinho para ter babá). Ele quis usar o telefone do apartamento e chamar Rony (Mione lhe escreveu avisando que estaria durante junho e a primeira semana de agosto na Bulgária), mas Ivone não deixou. Na verdade estava estranhando no momento os seus amigos. A Ultima vez que ele havia falado alguma coisa sensata com alguém foi na estação de King’s Cross ao despedir-se deles, no fim do último ano letivo que cursara, o quarto em Hogwarts. Ele começou a lembrar do seu ano anterior, já que estava tudo um tédio.

O Torneio Tribruxo havia acontecido naquele ano e lá se complicaram as coisas na verdade. Não foi um bom ano, Rony brigou com ele e quase tinha morrido ao enfrentar Voldemort outra vez.

Três corujas entraram pela janela aberta, que dava na praia e o distraíram de seus pensamentos: Uma era a sua Edwiges, a outra era Pichitinho de Rony e a última, não era exatamente uma coruja, e sim, um falcão. Elas deixaram cair três cartas sobre Harry e saíram, pois não gostavam do calor de dentro das casas. Harry abriu a primeira das cartas e logo reconheceu a letra de Hermione.



Querido Harry:

Como vai? Disseram-me que você este em Mallorca, é um lugar bastante interessante. E os Dursley? Espero que não estejam te tratando mal e que te deixem sair. Eu estou muito bem.

Como já sabe, estou passando as primeiras semanas de férias com Vitor na Bulgária. É um país muito interessante e a magia daqui é fantástica. Vitor vive em um certo vale escondido no norte (Ele me pediu para que não revelasse onde ficava exatamente), onde vivem varias famílias de bruxos. Eles têm um acervo de livros enorme em sua biblioteca (Quase tão grande quanto a de Hogwarts! É sério!) e ele começou a me ensinar o Búlgaro. Tudo é estupendo, (Até o clima está um pouco quente e olha que não é tão freqüente o sol aparecer por aqui) exceto por uma coisa. Uns dias depois que cheguei, Vitor me levou pra ver o pôr do sol na orla, em Burna e ele me perguntou se eu queria ser sua namorada... Não soube respondê-lo. Então disse que pensaria, mas... Ah, não quero lhe perturbar com meus problemas pessoais, espero que nos vejamos em breve, mas, não falo mais.



Beijos, Mione.



A outra carta era de Rony e dizia o seguinte:



Harry:



Como vai aí? Aqui está tudo bem conosco. Papai tem trabalhado muito ultimamente e nomearam Percy Diretor do Departamento de Cooperação Mágica Internacional. É insuportável! Ele anda por toda a casa com um ar de quem havia sido nomeado regedor supremo do universo, ou algo semelhante! Isso quando para em casa, pois fica a maior parte do tempo trabalhando em seu escritório.

Fred e Jorge já têm um local reservado para montar sua loja de Logros e Travessuras (É em Hogsmeade!) e acredito que irão começar no próximo ano, quando tiver Logros o suficiente para começar o negócio. O mais curioso é que mamãe não se opôs, inclusive os apóia em sua idéia, porque ajuda com as coisas de casa. Na verdade, não sei de onde conseguiram tanto dinheiro. Inclusive me compraram uma veste a rigor muito melhor que a que tinha antes. –Ao ler isto, Harry riu. Ele havia dado a Fred e a Jorge os mil galeões de seu premio no torneio Tri-Bruxo – Espero que Dumbledore te permita vir depois. Esta casa está muito vazia e sonolenta, estou muito aborrecido.



Rony.



P.S: Quer apostar que nomearam Hermione monitora?



Harry pegou a terceira carta. Era a que o pequeno falcão havia trazido. Harry supôs de quem era a carta, da única pessoa que não envia carta por corujas, seu padrinho: Sirius Black.



- Carta de Sírius! – Harry Exclamou. Mas quando começou a ler a carta, parou de sorrir. As noticias realmente não era boas e sim péssimas!



Querido Harry:

Estou te escrevendo de um sótão, escondido. Os Dementadores chegaram na casa de Remus, onde estava antes de recomeçar a minha viagem, procurando Pettigrew para provar a minha inocência. Remus por pouco não vai para Azkaban junto comigo. Mas, por favor, não se preocupe comigo, estarei bem. Acho que já se foram. Só queria te alertar, pois Arabella Figg, sua babá, foi atacada faz umas semanas; ela é na verdade uma ex-aurora que te protegia enquanto estava na Wisteria Walk. Vinte Comensais da Morte a levaram. Não sabemos o que lhe espera, nem a Mundungo Fletcher. Acho que ouvira Dumbledore falar do Antigo grupo. Pois bem, eles eram professores na Academia Superior de Aurores, onde estudamos seu pai, Remus e eu até o ataque a sua casa e até que me levaram a Azkaban. Mesmo assim Remus continuou, mas, não lhe aceitaram na Liga de Defesa contra as Artes Das Trevas, por seu estado.

Deve ser retirado com urgência de onde está, pois está correndo perigo sem um bruxo de confiança por perto. Acho que Dumbledore irá te buscar. Desculpe se te aborreci com meus problemas Harry, mas deve se manter de olhos abertos, e continue a me informar o que está acontecendo. Se cuida garoto.

Sirius.



Harry se sentiu sem saber o que pensar. Sirius estava com problemas, mas não queria que se preocupasse. Animava-lhe as expectativas de sair de Mallorca já, mas queria ficar, mas não sob aquelas circunstancias, praticamente enjaulado...

Assustou-se quando ouviu uma forte pancada na porta da frente. Seus tios já deviam ter chegado da praia, encostou o ouvido na porta e escutou a desagradável voz de seu tio se despedindo de Ivone. Voltou a se recostar. Talvez poderia dormir uma sesta...

Acordou e saiu do quarto quando escutou a voz de tia Petúnia no quarto ao lado dizendo a Duda que não estava mais de dieta (Não havia emagrecido nem sequer um quilo, mas Tia Petúnia havia anunciado que haviam chegado as calças e camisas extragrandes da fabrica.) e que já era hora do jantar. Tinha que se manter atento, pois não falavam nada com ele, o mais provável era que ficasse sem comer.

Harry terminou seu jantar (Um prato de paella) Ele estava com fome e era a primeira vez que Tia Petúnia cozinhava paella, de modo que o sabor não era o melhor. O que ele iria fazer? Talvez mandasse Edwiges pedindo asilo gastronômico enquanto a situação durasse. Levava seu prato ao lava-louças quando escutou na Tv da cozinha, num canal a cabo inglês, anunciar uma série de estranhos assassinatos.

“-Todos apareceram fulminados, sem nenhuma marca, nem sinal. A autópsia dos corpos confirmou. Achamos que se relaciona com o caso Bryce, em que um idoso apareceu morto na casa de seus patrões, a família Riddle, todos mortos a cinqüenta anos da mesma maneira. Os fatos dão a entender que é um assassino em série e não sabemos como seguirá...”.

Harry deixou o prato cair de suas mãos, este se rompendo em mil pedaços, enchendo o chão de restos arroz conchas de marisco. “Seria possível que...?” – Harry Pensou – Os Dursley suspenderam a “lei do gelo” lhe fazendo limpar o chão e depois voltaram a ser indiferentes, o que levou Harry a voltar a seu quarto. Mas isso não importava muito no momento.

Ele havia deixado a janela aberta quando foi comer, de modo que não se surpreendeu ao ver uma coruja branco-acinzentada parada tranqüilamente sobre a cômoda. E ao ver Harry entrar no quarto, Edwiges deixou a carta que tinha em sua pata cair na cômoda e ficou voando. Harry se aproximou da cômoda, que estrategicamente estava embaixo da janela, caso ele resolvesse fugir. Ele pegou a carta, sentou na cama e começou a lê-la.

-Ah, outra carta... De Dumbledore? – disse estranhando o remetente. A letra gótica e redonda do diretor lhe dizia apenas um par de linhas, igualmente preocupantes quanto a enorme carta de seu padrinho.



Caro Harry:



Lamento interromper suas férias, mas deverá estar com a sua mala e todas as suas coisas arrumadas em uma hora. Irei te buscar. A Casa dos Dursley já não é um lugar seguro para você. Irá à casa dos Weasley.



Dumbledore.



Harry pegou a gaiola de Edwiges e sua mala. Enfiou as coisas do colégio (Que trouxera escondidas, pois se sua Tia Petúnia as visse teria um baita ataque de Histeria), as cartas de seus amigos e algumas roupas. Não queria avisar seus tios, provavelmente um susto lhes cairia bem. Seria uma espécie de vingança tardia.

Dumbledore chegou pontualmente em uma hora. Todos dormiam no apartamento, exceto Harry.

-Como entrou professor?

-Alohomora – o disse sinalizando com a varinha. – O feitiço chave Harry. Vamos depressa.

-Mas meus tios despertarão. Têm sono ligeiro, já o comprovei.

-Ah – disse o diretor sorrindo – Estão enfeitiçados. Não despertarão amanha antes do meio-dia.

-Soube algo da senhora Figg?

-Não – disse Dumbledore com uma ponta de preocupação – Então já sabe. Ah! Sirius te mandou lembranças. Quase que os dementadores o pegam na casa de Remus.

-Sim, ele não voltará a Azkaban, certo? – perguntou Harry Preocupado.

-Não. Os dementadores já não guardam mais Azkaban. Passaram para o lado de Voldemort.

Harry Quase soluçou. Se os dementadores passaram ao lado do mal... Tempos escuros estavam prestes a recomeçar e recordava muito bem o efeito dos dementadores em seres humanos... Especialmente em seu padrinho Sirius... Pobre Sirius. Tinha que andar com esses monstros por perto em Azkaban... Decidiu não se preocupar demais, afinal, seu padrinho já escapara de enrascadas muito maiores.

Eles encaminharam-se a um carro branco puxado por cavalos invisíveis, havia muitos trouxas próximos dali. Harry supôs que eles não podem ver os cavalos. Não se animou de perguntar como diabos iriam chagar na Inglaterra, a centenas, milhares de quilômetros dali onde estavam.

Partiram não muito tarde e um tempo depois ao olhar pelas janelas se deu conta de que o carro flutuava levemente a mais ou menos um metro do nível do mar. Sem demora, ao chegar na Toca, eram umas duas da manhã. A senhora Weasley logo lhe levou a um quarto de hóspedes e o aconselhou a dormir, pois já era muito tarde. Mas Harry não podia ou conseguia. Em todas as suas noites de insônia lhe caia em mente todas as suas preocupações e outras coisas. E mais: sabia que nesse momento havia alguém que rasgaria céus, terras e mares atrás dele.

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