Falha de comunicação



Draco passou toda a manhã esperando em vão que Gina respondesse a seu aviso. Mas ela não escreveu nenhuma linha, coisa que deixou o louro muito irritado. Ele interpretou o silencio como um sinal de que ela não estava nem aí pra ele ou para o grande favor que ele estava lhe prestando. Isso lhe bastava para piorar muito, o seu já péssimo temperamento. Ele descontou tudo em cima de qualquer pessoa que aparecesse em seu caminho. Vocês podem imaginar o quanto Crabbe e Goyle tiveram que ouvir, não é?

Só durante o treino, que terminou no comecinho da noite, ele se distraiu. Foi um bom treino, como sempre, Draco apanhou o pomo em 99% das tentativas. Mas isso nunca era suficiente, ele simplesmente não entendia como podia perder para Harry nos jogos. Ele era tão bom! Tinha sempre as melhores vassouras, especialmente desde que tinha mandado fazer sua StarCaptor sob medida. Ah! Com aquela vassoura nada poderia segurá-lo, era o que havia de mais avançado em matéria de aerodinâmica e era impossível que alguém perdesse tendo o mínimo de técnica e usando aquela vassoura. Mas a Sonserina tinha perdido no ano passado e nos anteriores também...

Esse ano, Draco estava muito confiante no seu desempenho e muito obcecado em ganhar. Estava cansado de perder para “o menino que sobreviveu” em tudo, sabia que essa era sua ultima chance e ele não ia desperdiça-la. Mas algo dentro dele também estava um pouco cansado. Draco quis afastar esses pensamentos, mas a verdade era que estava um pouco fadigado dessa competição que nunca o levava a lugar nenhum. Harry acabava sempre tendo tudo. A fama e admiração de todos eram sempre dele, e Draco sabia que, ainda que ganhasse todos os jogos de quadribol do mundo, Harry sempre seria a estrela. Nada no mundo lhe deixava com mais ódio: saber que não importava o que fizesse, Harry ia ganhar sempre.

Depois do treino, como de hábito, Draco foi ao vestiário dos jogadores tomar banho e, ao sair, foi chamado por uma voz conhecida.

- Draco! - disse Gina se aproximando comm um sorriso muito animado nos lábios - Você demora mais no banho que uma noiva!

- Gina? Como você descobriu esse lugar? – disse sem disfarçar o desagrado. Draco nunca tinha visto garotas por aquele corredor antes e, definitivamente, não estava esperando ver Gina até a próxima semana.

- Vantagens de ter uma amiga monitora chhefe... - ela sorriu mais uma vez e Draco desviou os olhos.

- E o que você quer aqui? – perguntou aiinda mais ríspido. Ainda estava com a lembrança daquele sonho, e não queria que ela percebesse que... Nem Draco sabia o que ela não podia perceber.

- Duas coisas: primeiro eu queria saber porque essa semana você não vai vir?

- Treinos de quadribol. - ele disse esfoorçando-se para não olhar demais pra ela. Porque aquela droga de cabelo tinha que ser tão vermelho? - Nosso primeiro jogo é contra a Grifinoria.

- E pra que vocês estão treinando tanto?? - dessa vez ela pareceu surpresa. Draco desconfiou que ela não tivesse acreditado.

- Talvez nós tenhamos planos de ganhar.... - disse irônico.

- Ah, Draco! - ela falou como quem fala com uma criança ingênua. - Isso é uma grande perda de tempo, você sabe...

Draco olhou pra ela sem acreditar no que ouvia. Ela não podia estar insinuando aquilo... Não podia ter saído sei-lá-de-onde com aquela maldita risada pra vir insinuar aquilo. Não mesmo!

- O que você esta dizendo? - disse sem ddeixar que sua expressão denunciasse sua raiva.

- Você sabe... - ela disse ainda sorrinddo. “Que merda! Ela não pode parar de rir um minuto?”, pensou Draco muito mal humorado. - Vocês ficam treinando, mas a grifinória sempre ganha!

Draco ferveu. Gina usara o tom mais natural do mundo pra dizer aquilo, como se estivesse dizendo que o céu era azul ou coisa assim.

- Ano passado nós ganhamos! – Era verdadde, tinham ganho por número de pontos, mas Harry tinha apanhado o pomo. A sonserina tinha ganho, mas Draco tinha perdido. Uma sombra escura passou pelos olhos de Draco quando ele se deu conta de que era exatamente disso que Gina estava falando.

- Mas você não apanhou o pomo... - ela ddisse mais cuidadosa, pois a raiva já era visível na expressão de Draco. Ela se assustou, como ele podia parecer tão normal e agora tão raivoso? Ela se perguntou o que tinha dito de errado para que ele ficasse tão nervoso.

- Você veio aqui pra isso? - ele esbraveejou olhando-a com um olhar muito pesado, que escurecia seus olhos cinzentos. - Você veio até aqui me dizer que eu sou um perdedor? Veio aqui dizer que o otário do Potter sempre ganha? Se foi pra isso, não se preocupe, eu já sei!

Gina estava sem palavras. Não imaginou nem por um segundo que ele teria aquela reação. Não tinha dito de má intenção, mas bastou refletir por um segundo pra saber que tinha sido inconveniente. Teve vontade de voltar atrás, mas não via meios para isso.

- Desculpe! - ela disse sem jeito - Eu nnão pensei que...

- Você não pensa muito, não é?- ele vociiferou. - Eu sempre soube que os Weasley eram pobres, mas sinceramente não achei que eram retardados!

- Draco...Você é horrível! - ela retrucoou sentindo algumas lágrimas chegarem.

“Ah! Muito conveniente!”, ele pensou. Ela vinha até ele toda saltitante pra dizer que Potter era melhor que ele, e ele era o horrível? Queria que ela sumisse, que ela casasse com o maldito heroizinho dela e fosse pra Sibéria. Mas acima de tudo, queria parar de achar-la tão bonita. Essa era sua preocupação mais urgente e, para saná-la, ele resolveu ir embora, dando-lhe as costas como já tinha feito tantas vezes antes. Não gostava de fugir. Mas preferiu não encarar aquilo como fuga, e sim como “saída estratégica”. Não tinha dado o primeiro passo ainda, quando Gina voltou a falar.

- Eu odeio você! - ela gritou debilmentee por trás dele. Como ele podia ser tão grosso? Ela não tinha dito nada de tão ruim, tudo que ele queria era um motivo pra trata-la mal. Sentiu-se boba por ter ido ali dividir um segredo tão importante com ele - Você é a pior pessoa que eu conheço! Vá pro inferno Draco Malfoy!

- VOCÊ é o inferno! - ele falou, sem griitar, usando toda crueldade que podia.

Gina nunca tinha tido tanta raiva antes. Queria pular no pescoço dele e gritar até fazê-lo entender que ele era a pessoa mais desprezível que já tinha nascido. Não fez isso, mas arrumou um modo de faze-lo com palavras.

- Espero que você morra! - Draco arregallou ligeiramente os olhos, mas Gina não percebeu, continuou falando muito depressa. - Espero que sua vassoura quebre no meio, você caia e MORRA!

Draco olhou para trás por um segundo antes de seguir seu caminho. Por um segundo os olhos cinzentos de Draco encontraram os olhos castanhos de Gina. Draco sentiu algo estranho. Ele já tinha odiado antes, e sabia que aquilo que sentia agora não era ódio. Gina sentiu exatamente a mesma coisa. Uma mistura estranha de vontade de gritar, com vontade de ir embora e nunca mais vê-lo. E vontade de mais alguma coisa que ela preferiu nem saber o que era. Gina não se lembrava de ter sentido algo assim antes. Os dois bufaram exatamente ao mesmo tempo, e seguiram caminhos opostos.

***

Naquela mesma noite, algumas horas mais tarde, lá estavam os dois, Draco e Gina, sentados nas mesas das suas casas. Estrategicamente de costas um pro outro, remoendo suas mágoas recentes. Nenhum dos dois comeu muito ou participou ativamente das conversas, a não ser por algumas poucas respostas monossilábicas e irritadiças.

Já estavam todos bem alimentados e prontos para irem pra cama, quando Alvo Dumbledore bateu levemente com o garfo na sua taça de cristal. Era a senha que indicava que ele ia falar a todos. Os alunos se ajeitaram nas cadeiras e silenciaram esperando que o diretor começasse a falar.

- Queridos alunos, - falou com sua voz bbranda - Dado o grande número de alunos que pretendem passar o feriado de Natal no castelo, e graças aos esforços do seu professor de Defesa Contra Artes das Trevas – todos os alunos olharam para Lupim, que acenou timidamente – Nós decidimos realizar um baile de Natal.

Todos já esperavam que houvesse um baile, já que, um traje de gala fora pedido na carta no começo do ano. Mas isso não impediu que uma onda de cochichos e risadinhas invadisse salão principal. Lilá Brown bateu palminhas histéricas e lançou um ocasional olhar para a mesa da Corvinal. Parvati disse algo como “uau!”, e já escrevia uma carta pedindo que sua mãe lhe mandasse um vestido novo com urgência. Neville deu uma olhadinha discreta para Erica Cristhessen, uma sexto-anista da Lufa-Lufa e corou, quando ela retribuiu com um sorrisinho tímido. Hermione e Rony gargalharam, lembrando-se das suas ultimas experiências em bailes do colégio.

O diretor esperou paciente que todos se acalmassem para continuar falando.

- Claro que o baile só será para alunos a partir do quarto ano, como é de costume. - os alunos também já esperavam, mas ainda assim houve um pequeno murmúrio de reclamação. Dumbledore olhou para os demais professores, e como nenhum deles se manifestou, concluiu - Agora podem ir! Boa noite!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.