O monstro de olhos verdes

O monstro de olhos verdes



Gina estava um pouco aérea naquele dia, todos que falavam com ela precisavam repetir duas, até três vezes para que ela respondesse. Tudo porque ela ainda não tinha conseguido tirar da cabeça aquela sombra triste que tinha visto em Draco. Gina, achava que não combinava nada com ele. Durante as aulas, ou em conversa com as amigas ela se distraia e até esquecia um pouco, mas bastavam alguns segundos de ócio e aquela cena voltava.

Não tinha pena dele e não achava que ele precisava. Ela se perguntava porque estava se incomodando tanto com aquilo, já que podia nem ser verdade! Ele era tão bom em dissimular sentimentos... Estava caminhando distraída por um corredor, amadurecendo essa hipótese, quando ouviu um sussurro.

- Gina... - Colin chegou, estranhamente discreto, e a convidou a parar um instante perto de uma estátua de mármore claro.

- O houve? - ela imitou o tom de sussurrro com que o garoto falara.

- Sua foto! - disse um pouco mais alto ee estendendo, por trás do corpo, um envelope trouxa - Eu achei melhor entregar agora, porque durante a aula todo mundo ia perceber. – ele deu um sorriso esperto – E eu sei que você não ia querer que seu irmão ficasse sabendo...

- Obrigado Colin! – ela agradeceu sincerramente. Ela sabia o quanto devia ter sido difícil pra ele guardar segredo de um “furo jornalístico” como aquele. Com medo de que ele mudasse de idéia ela enfiou rapidamente o envelope no meio dos seus livros.

Gina passou toda a aula de História da Magia lutando contra uma curiosidade doentia de olhar a foto. Mas controlou-se totalmente, e nem tocou no envelope cáqui. Só que quando a aula acabou, e ela viu em seu horário que teria quinze minutos livres até a aula de Trasfiguração, ela não resistiu. Separou-se do grupo de alunos do seu ano e foi, esgueirando-se pelos cantos, até o fim de um corredor onde havia muitas salas vazias. Gina olhou para os lados e não achou necessário entrar em nenhuma delas. Tirou a foto cuidadosamente do envelope e deu uma espiada.

- Ai que cara de boba! – disse observanddo a ruivinha da foto que agarrava os livros, corava, olhava discretamente para o lado e voltava a encara-la. – Eu deveria tentar tirar fotos trouxas... Talvez parada eu fique menos feia!

Já estava guardando a foto de volta no envelope, mas a curiosidade lhe bateu novamente e ela deu uma olhadinha para ver pra onde, a Gina da foto estava olhando. Ela já desconfiava; a ruivinha da foto estava olhando pra um pavão. Sim, porque era isso mesmo que Draco estava parecendo, com seu peito estufado e nariz empinado.

- Mas que metido! - ela riu.

Ela queria guardar a foto, mas algo a impelia a ficar olhando. Ela observou detalhadamente os cabelos platinados, o sorriso presunçoso, a pele pálida e os olhos cinzentos. Lenina tinha razão. Ele não era nada feio. Nada mesmo... Pra falar a verdade, ele era até bem bonito. “Ele é um idiota!”, viu-se obrigada a pensar, com se quisesse justificar-se. “Mas que é uma gracinha é...”.

- Cuidado pra não babar... - disse uma vvoz que vinha de perigosamente perto do seu ouvido. Gina se arrepiou até o ultimo fio de cabelo e deu um pulo para frente.

- Que susto!

- Não era pra tanto... A não ser que voccê tivesse pensando no que não deve... - fazia uma cara de malícia tamanha, que Gina se perguntou se ele lia pensamentos.

- Ora, eu não estava pensando em nada! -- defendeu-se. “E não estava mesmo! Ora bolas!”.

- Mentirosa! - ele zombou - Não precisa ficar encabulada. Eu sei que fico uma graça de uniforme. – para dizer isso ele deu de ombros presunçoso e Gina notou que o modo como ele fazia isso era um tanto encantador. “GINA!!!” repreendeu-se mentalmente.

- Ah é! Se você se acha tão lindo pode fficar! - ela estendeu a foto, emburrada. Ele deu uma breve passada de olhos pela foto e guardou-a na capa de trás de um de seus livros. – Ei, o que você vai fazer com isso? – disse quando percebeu que ele ia ficar mesmo com a foto.

- Agora é minha. - disse terminando o asssunto.

Vendo que o corredor continuava vazio, Gina não se conteve. Ele tinha que estar em todos os lugares?!

- Draco! O que você esta fazendo aqui?

- Vim perguntar se o Crevey tinha desisttido do Potter e te pedido em casamento. - vendo a cara de duvida da garota ele aacrescentou - Eu ví ele te puxando pra um canto e fiquei muito curioso pra saber o que sairia do cruzamento de uma Weasley e um sangue ruim...

- Sinto muito! – ela disse irada – Mas vvocê vai ter que disputar o Harry com ele, porque ele só queria me trazer a foto...

Atingiu bem o alvo, porque Draco fechou a cara imediatamente.

- VOCÊ esta disputando aquele imbecil, ee não eu... – disse num tom absolutamente ferino e com os olhos faiscando.

- Isso não é da sua conta! - ela estava quase gritando.

- Não é MESMO! - protestou indignado, viirando as costas e deixando Gina pra trás com toda sua raiva.

***

Draco saiu pisando duro pelos corredores. Ela tinha razão, ele não tinha nada com isso, porque a tinha seguido até lá? Droga! Devia largar de ser tão curioso. Na verdade, não se lembrava de ter tido tanta curiosidade antes...

Só sabia que quando viu Colin puxando Gina pra trás da estatua teve uma espécie de curiosidade que nunca tinha sentido antes. Quis ir até lá e perguntar o que eles estavam fazendo. Por um segundo ele tinha achado que Gina não tinha direito de estar fazendo aquilo. Ele estava tão cego que quase foi ate lá na mesma hora “resolver o assunto” com aquele sangue ruim nojento. Seu bom senso e sua noção do ridículo o impediram de fazer isso, mas só a voz irritada de Gina dizendo “Não é da sua conta” o trouxe de volta a realidade.

- Não é mesmo! – ele falou sozinho sem perceber – Nada daquela garota me interessa! NADA!

Já estava sentado há horas no seu sofá favorito, na sala comunal da Sonserina, com esses pensamentos na cabeça. Foi quando seu “amigo” Montague (Draco não pensava no assunto, mas nem sabia o primeiro nome dele) o tirou das suas reflexões.

- Draco! Amanhã as três!

Draco pensou mal humorado, que ele conseguia ser ainda mais estúpido que Flint.

- Amanhã as três O QUE?

- Treino de Quadribol! – ele falou como se fosse muito óbvio – Saiu o calendário e nosso primeiro jogo é contra os Grifi-bobos, logo depois do Natal.

- Montague! – ele reclamou – Falta muito ainda!

- Precisamos massacrar eles esse ano! – ele disse agressivo – E além disso, você não tem nada melhor pra fazer, tem?

Instintivamente ele quase disse “tenho!”, mas uma espécie de alarme tocou na sua cabeça e ele calou-se antes de começar a falar. Umas poucas palavras depois, e o capitão tinha ido embora. Entre essas poucas palavras estavam as que diziam que esse “treinamento intensivo” iria até a semana do Natal, o que significava uma semana de tardes sem Gina.

“Isso é ÓTIMO!”, ele pensou sem nenhuma animação em como ia avisar para a garota.





Capítulo 17 – O Sonho

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